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CIRURGIAS DO SISTEMA LOCOMOTOR

PROF. BIANCA MOTA PENTEADO

Introdução
CONDUTA PRÉ-OPERATÓRIA

 Cirurgias eletivas: lesão no ligamento cruzado cranial, displasia coxofemoral e osteocondrite dissecante
 Cirurgias não eletivas: fraturas ósseas e luxações articulares
 Pacientes de trauma devem ter uma avaliação física completa e minuciosa – lesões podem não estar evidentes por
várias horas ou dias após a ocorrência do trauma
 Exames pré-operatórios x idade.
 Os animais que sofreram trauma externo suficientemente grave para romper a integridade musculoesquelética (p.
ex., fratura e luxação) geralmente apresentam simultaneamente lesões externas ou de órgãos internos.
 Os sistemas cardiovascular, pulmonar, urinário e neurológico são os acometidos com mais frequência.
 Exames de imagem – tórax e abdomen
RX EM DUAS
PROJEÇÕES!!!!
CONTROLE DA DOR E ANESTESIA

 Dor moderada a severa – sensibilidade individual de cada paciente


 A profundidade da analgesia deve ser suficiente para bloquear os receptores de dor durante a cirurgia.
 MPA
 Indução
 Manutenção
 Bloqueio regional – epidural – com ou sem paralisia
 Analgesia pós-operatória – AI e analgésicos
EPIDURAL
AINES

 Os inibidores COX não seletivos (p. ex., cetoprofeno, fenilbutazona) são contraindicados para procedimentos
cirúrgicos em que se esperam hemorragias.
 Dependendo do AINE escolhido, pode haver inibição da função de plaquetas
 É prudente reservar os AINES para a administração pósoperatória, especialmente se hemorragia for esperada.
ANTIBIÓTICOS

 Antibióticos profiláticos devem ser usados adequadamente para serem eficientes.


 são mais eficazes quando presentes no tecido antes da contaminação por bactérias.
 devem ser aplicados intravenosamente de 30 a 60 minutos antes de fazer a incisão.
 A duração da administração antibiótica deve servir para manter as concentrações sérica e de tecido enquanto a
ferida estiver aberta.
 A administração deve ser repetida a cada 2 a 4 horas e descontinuada após o término da cirurgia ou não mais de 24
horas após a mesma
 Cefazolina, 22 mg/kg IV, administrada após a indução de anestésico e repetida é o protocolo de eleição para a
maioria dos pacientes ortopédicos
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA
(INDIRETA)
COAPTAÇÃO EXTERNA

 As fraturas instáveis devem ser coaptadas para reduzir lesões adicionais em tecidos moles e elevar o conforto
 As talas externas proporcionam apoio temporário ou como meio temporário de estabilização da fratura.
 Para a prevenção de complicações, as talas externas devem ser aplicadas de modo apropriado e monitoradas com
muito cuidado
 Fraturas acima do cotovelo ou joelho mostram mais dificuldade de coaptação.
 A bandagem de spica cruza o corpo sobre o ombro (ou coxofemoral) e proporciona melhor coaptação externa.
 A imobilização de ossos e tecido mole aumenta o conforto dos pacientes, evita danos futuros no tecido mole por
fragmentos ósseos afiados e minimiza o edema, que melhora a visualização e palpação de marcos anatômicos
durante a cirurgia
BANDAGEM DE ROBERT JONES

 Estendem-se da ponta dos dedos (com somente unhas e coxins visíveis) até o fêmur no terço médio ou úmero no
terço médio, e são úteis apenas quando aplicadas em lesões ocorridas abaixo das articulações de joelho ou
cotovelo.
 Auxiliam na eliminação de espaço morto após a cirurgia.
BANDAGEM
DE ROBERT
JONES
São utilizadas para proporcionar apoio às lesões no
rádio distal e ulna, carpo ou tarso, metacarpo ou
metatarso e falanges.

TALAS COM São usadas como apoio auxiliar de aparatos de


COMPONENTE fixação internos ou como meios primários de fixação
METÁLICO quando o escore da avaliação de fraturas do paciente

São comercialmente disponíveis em alumínio ou


plástico em uma diversidade de comprimentos e
tamanhos
TALAS COM
COMPONENTE
METÁLICO
BANDAGEM DE SPICA

 Envolvem o tórax e o membro acometido, e são utilizadas


geralmente como talas temporárias para imobilizar fraturas de
úmero e fêmur ou como estabilização adjunta após uma fixação
interna
 Raramente são usadas como meios primários de fixação
BANDAGEM DE EHMER
BANDAGEM DE
VELPEAU

 São usadas para auxiliar na


redução de luxações mediais do
ombro, abertas ou fechadas, e
de fraturas escapulares.
CUIDADOS E AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIOS

 Êxito - comunicação adequada ao proprietário


 devem ser observadas duas vezes por dia para conferir se há odor ou edema
 A separação das unhas indica edema dos dígitos. Lambidas excessivas e mastigar a bandagem indica irritação
 A bandagem ou tala deve ser mantida limpa e seca.
 As bandagens de Ehmer e Velpeau não devem ser usadas por mais de duas semanas.
 Uma imobilização do membro flexionado por um longo período dificulta a reabilitação.
 RX P.O. - a fim de documentar a redução da fratura ou o alinhamento e a posição do implante.
 Atividade do paciente é restrita à caminhada na coleira e à reabilitação física – uso controlado do membro.
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS

 se a fratura está aberta ao ambiente externo


 o grau de dano e deslocamento de fragmentos
 o tipo de fratura
 se os fragmentos fraturados podem ser reconstruídos para permitir suporte do peso (redutível ou irredutível)
 localização da fratura
 fratura em galho verde, que ocorre em animais imaturos, é uma fratura incompleta na qual uma porção do córtex
está intacta
 fraturas por avulsão acontecem quando o ponto de inserção de um tendão ou ligamento é fraturado e distanciado
do restante do osso. As fraturas podem ser não deslocadas ou deslocadas
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS

 A orientação e o número das linhas de fratura determina o tipo desta


 Transversa - fratura perpendicular ao eixo vertical longo do osso
 Oblíqua curta - percorrem em um ângulo (45° ou menos) à linha perpendicular com o eixo longitudinal do osso
 Oblíqua longa - quando estão a mais de 45 graus ao perpendicular em relação ao eixo longitudinal do osso
 Espiral - contornam o eixo longitudinal do osso
 Cominutivas - apresentam múltiplas linhas de fratura - três fragmentos
 Altamente cominutivas - com cinco ou mais fragmentos
CLASSIFICAÇÃ
O DAS
FRATURAS
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS

 A velocidade das forças causando a fratura dita o número de fragmentos e o dano aos tecidos moles circundantes.
 Forças de baixa velocidade = fraturas únicas com pouca energia dissipada para os tecidos moles
 Forças de alta velocidade = fraturas cominutivas com a propagação da alta energia dissipada através da fratura e
lesão dos tecidos moles adjacentes.
 As fraturas ainda são classificadas como redutíveis (em geral, uma única linha de fratura ou fraturas com não mais
que dois fragmentos grandes) ou irredutíveis (fraturas com múltiplos fragmentos pequenos)
 Classificadas por local na diáfise, metáfise, fise ou superfície articular do osso
FRATURAS
FISÁRIAS –
SALTER
HARRIS
TOMADA DE DECISÃO NO TRATAMENTO DE FRATURAS

 O cirurgião deve avaliar a fratura, o paciente e o proprietário, a fim de identificar quais implantes alcançarão a
estabilidade necessária, pelo tempo correto, a fim de satisfazer seus objetivos
 Combater as forças compressoras, de dobramento e torcionais aplicadas ao osso estabilizado pelo suporte de peso
e contração muscular adjacente
 Executar um plano detalhado para toda a operação cirúrgica
 Falhas no planejamento do procedimento resultam em períodos prolongados de tempo operatório, trauma tecidual
excessivo e erros técnicos.
 As consequências de um planejamento inadequado são: falha do implante, atraso na cicatrização, infecção e não
união óssea.
FORÇAS
ATUANTES
NO OSSO
FRATURADO
ESCORE DE AVALIAÇÃO DE FRATURAS

 Informações do paciente, como idade, peso, saúde geral, grau de atividade e presença de outra patogenia
ortopédica; radiografias dos ossos fraturados e os correspondentes contralaterais que se encontram intactos, os
quais incluem as articulações proximal e distal; e informações do proprietário, como suas expectativas e a
capacidade de realizar os cuidados pósoperatórios.
 Esses dados podem ser resumidos como um escore de avaliação de fraturas que reflete os ambientes mecânico,
biológico e clínico nos quais os implantes deverão funcionar e que orienta o tipo de implante a ser escolhido
FATORES MECÂNICOS

 Uma avaliação mecânica indica o nível de intensidade da fixação para o paciente.


 Capacidade de se atingir uma fixação que distribua as cargas entre o eixo ósseo e o implante
 Fraturas com duas partes ou fraturas com grandes fragmentos do tipo borboleta – que podem ser imobilizados com
fios de cerclagem ou parafusos de compressão – são consideradas redutíveis, permitindo que o córtex reconstruído
compartilhe a carga do suporte do peso com os implantes
 Fraturas que apresentam múltiplos fragmentos - que não podem ser imobilizados com implantes são consideradas
irredutíveis, sendo que os implantes suportam a carga do peso até que o calo seja formado – taxa de complicação
 Os pacientes de grande porte ou ativos submetem as fixações a cargas maiores e mostram-se mais suscetíveis a
afrouxar os implantes de modo prematuro e ocorrer alguma falha.
FATORES BIOLÓGICOS – AVALIAÇÃO BIOLÓGICA

 Idade
 Doenças concomitantes
 Envelope tecidual – qualidade dos tecidos moles adjacentes
 Osso cortical – osso trabecular – cicatrização mais rápida – osteoblastos - articulação
 Velocidade – intensidade da lesão
 Abordagem fechada, aberta, mínima - preservam a biologia circundante
 O conjunto implante-osso deve apresentar uma rigidez inicial elevada para a neovascularização e a cicatrização de
tecidos frágeis. NÃO DEVE HAVER INSTABILIDADE.
FATORES CLÍNICOS

 disposição e capacidade dos proprietários no atendimento às necessidades pós-operatórias de seus animais de


estimação
 cooperação prevista do paciente após a cirurgia
 função prevista do membro no pós-operatório – variável
 Aos proprietários não dispostos ou incapazes - placas ósseas e os parafusos seriam mais apropriados nesse caso
 Pacientes ativos e incontroláveis NÃO são bons candidatos para sistemas de estabilização externos, já que os
níveis elevados de atividade aumentam a possibilidade de complicações com esses sistemas.
 OBJETIVO: retorno rápido à função normal do membro, CONFORTO.
 Como regra geral, as PLACAS ÓSSEAS proporcionam o melhor nível de conforto pós-operatório.
SCORE 1 A 10

8-10 ALTO
4-7 MODERADO
1-3 BAIXO
CLASSIFICAÇÃO ALFANUMÉRICA
CLASSIFICAÇÃO ALFANUMÉRICA
INTERPRETAÇÃO DE UM ESCORE DE AVALIAÇÃO DE FRATURA

 Caso o escore de avaliação da fratura recaia sobre a extremidade inferior da escala, o implante provavelmente irá
carregar a maior parte, senão o total, das cargas fisiológicas imediatamente após a cirurgia.
 O implante deve assumir sua função até que o calo ósseo se forme.
 Esse período será prolongado em pacientes com escore de avaliação de fraturas baixo, pois os fatores biológicos
pobres retardam a formação do calo ósseo..
 Geralmente estas são fraturas irredutíveis em animais mais idosos, em que a cicatrização será afetada por outras
circunstâncias extenuantes. Os implantes devem realinhar essas fraturas e então devem apresentar força suficiente
para prevenir dobramento ou quebra permanente por mais de 6 semanas
 Os escores de avaliação de fraturas mais altos significam menor estresse no sistema de fixação e menor tempo
necessário para a cicatrização óssea
REDUÇÃO DE FRATURAS
Processo de reconstrução de fragmentos ósseos à sua configuração anatômica normal ou de restauração do alinhamento
do membro, restabelecendo o comprimento normal do membro e o alinhamento da articulação enquanto se mantém a
orientação espacial do membro .

Fechada Aberta
 V: Favorece o ambiente biológico por: preservar os  anatomicamente reconstruídos e mantidos em
tecidos moles e o aporte sanguíneo, o que acelera a posição com implantes
cicatrização; diminuir o risco de infecção; e reduzir o  V : visualização e contato direto com fragmentos
tempo operatório.
ósseos para facilitar a reconstrução anatômica da
 D: dificuldade em se conseguir uma reconstrução fratura; possibilidade de colocação direta de
adequada das fraturas redutíveis implantes ( fio de cerclagem, parafusos de
 Ex.: fratura em galho verde, fratura diafisária compressão e placas); reconstrução óssea.
cominutiva irredutível osso longo – tto fix. ext.  D: trauma cirúrgico intenso a tecidos moles e aporte
sanguíneo, contaminação bacteriana
REDUÇÃO DE
FRATURAS -
DIRETA
REDUÇÃO DE FRATURAS - INDIRETA
PLANO DE TRATAMENTO DE FRATURAS

 Os implantes escolhidos devem combater as forças que agem no osso fraturado, incluindo cargas axial, de
dobramento e de torção
 É importante checar os estoques de implantes e instrumentos, e pré-moldar a placa caso seja apropriado.
 Uma vez feitos esses preparativos, a cirurgia é realizada.
 Após a cirurgia, é importante avaliar criticamente as radiografias pós-operatórias para determinar se os objetivos
do planejamento pré-operatório foram atingidos ou se são necessários passos corretivos para garantir o sucesso
desejado.
 Enxerto – úmero proximal, tíbia proximal, asa ilíaca
CICATRIZAÇÃO DA
FRATURA
CICATRIZAÇÃO DA FRATURA

 Cirurgiões ortopédicos devem ter um conhecimento da cicatrização óssea em vários ambientes mecânicos e a
correspondente aparência radiográfica da fratura.
 Presumindo uma vascularidade adequada, a via da cicatrização óssea parece ser primariamente influenciada pela
quantidade de movimento interfragmentar causado pela carga sobre a fratura e modulado pela estabilidade de sua
fixação.
 As vias de formação óssea incluem a união óssea indireta, que é a formação óssea endocondral (osso formado em
um precursor cartilaginoso), união óssea direta (osso formado sem a evidência de calo, dependendo do ambiente
mecânico envolvido na fratura), ou formação óssea intramembranosa (diferenciação direta de células-tronco
mesenquimais em osteoblastos, de modo que o osso forma-se sem um precursor cartilaginoso).
CONTROLE RADIOGRÁFICO

 Radiografias sequenciais permite a avaliação da cicatrização da fratura.


 Devem ser tomadas no pós-operatório para avaliar o alinhamento da fratura e a posição dos implantes, e devem
ser repetidas a cada 6 semanas durante a cicatrização
 As radiografias subsequentes devem ser comparadas com os estudos anteriores, a fim de determinar a dinâmica da
cicatrização da fratura.
 As fraturas devem ser avaliadas quanto à evidência de formação óssea, e a posição do implante deve ser estimada
para identificar instabilidade.

RX EM DUAS
PROJEÇÕES!!!!
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA
INDIRETA
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA DIRETA
 FIG. 32-77 Cicatrização óssea
direta ocorre em fraturas
estabilizadas rigidamente.
Quando os fragmentos ósseos
entram em contato, ocorrem
união simultânea e reconstrução
com o remodelamento
haversiano (A, B). Quando há
lacunas microscópicas, primeiro
a lacuna se preenche com osso
fibroso (C), e depois ocorre a
reconstrução longitudinal do
osso com remodelamento
haversiano (D).
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA DIRETA
CICATRIZAÇÃO
ÓSSEA
INTRAMEMBRANOS
A
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA INTRAMEMBRANOSA
FIXADORES EXTERNOS
FIXADORES EXTERNOS

 INDICAÇÕES:
 fraturas de ossos longos
 osteotomia corretiva
 artrodese articular
 imobilização articular temporária.
 Indicados para estabilização após a redução fechada de fraturas cominutivas
 O período funcional varia está relacionado ao estabelecimento do afrouxamento nos pinos.
FIXADORES EXTERNOS - CLASSIFICAÇÃO

 São classificadas pelo número de planos ocupados pela estrutura e número de lados do membro pelo qual o
fixador sai:
 tipo Ia - unilateral-uniplanar
 tipo Ib- unilateral-biplanar
 tipo II - bilateral-uniplanar
 tipo III – bilateralbiplanar
 Tie-In
 Circulares
 São sucessivamente mais fortes e mais rígidos.
FIXADORES EXTERNOS
FIXADORES EXTERNOS

 Quantidade de pinos.
 Pinos rosqueados apresentam uma contenção
bloqueada com o osso e resistem a tração e
afrouxamento.
 O diâmetro não deva exceder 25% do diâmetro do
osso.
 Aumentar o número de pinos de fixação nos
fragmentos distal e proximal principais aumenta a
rigidez do fixador e melhora a distribuição das cargas
fisiológicas entre os pinos
FIXAÇÃO INTRAMEDULAR
PINOS INTRAMEDULARES E FIOS DE KIRSCHNER
PINOS IM - INDICAÇÕES:

 São utilizados em fraturas diafisárias do úmero, fêmur, tíbia e ossos metacárpicos e metatársicos. Pinos cruzados.
 Os pinos IM são contraindicados para o rádio porque o ponto de intersecção do pino geralmente interfere com o
carpo.
 Têm resistência à aplicação de cargas de dobramento sendo igualmente resistentes a cargas de dobramento
aplicadas em qualquer direção porque são cilíndricos e geralmente centralizados no canal medular.
 Desvantagem: baixa resistência às cargas axiais (compressivas) ou rotacionais e falta de fixação (travamento) com
o osso. O estresse associado a fraturas instáveis resulta em micromovimentação na interface pino-osso, reabsorção
óssea e migração do pino.
 Devem ser suplementados com outros implantes (p. ex., fios de cerclagem e fixadores externos e placa) para
aumentar o apoio rotacional e axial
PINOS IM

 Tamanho equivalente a 60% até 70% do diâmetro da cavidade medular no istmo do osso quando for realizar um
pareamento do pino IM com fio de cerclagem.
 Escolher um diâmetro menor para um pino aliado a um fixador externo ou placa.
 A definição do tamanho do pino é feita após a avaliação das radiografias da fratura.
 O tamanho apropriado pode ser confirmado a partir da comparação entre o pino e o canal medular após a
exposição da fratura.
 Escolher dois pinos de igual comprimento antes de iniciar o procedimento. O segundo pino funciona como pino-
guia quando colocado sobre a superfície externa do membro. O pino-guia é alinhado com o osso de modo que o
cirurgião possa mirar o pino IM em direção semelhante.
FIOS DE KIRSCHNER

 Inserção retrógrada ou normógrada.


 Podem ser utilizados como pinos cruzados (fios) ou posicionados em um padrão triangular para estabilizar fraturas
metafisárias ou fisárias em animais jovens.
 Também foram usados como pinos IM em animais muito pequenos.
FIOS DE AÇO - CERCLAGEM

 São utilizados em combinação com outros implantes ortopédicos para complementar o apoio axial, rotacional e
contra dobramentos.
 É o implante mais utilizado e também o mais comumente mal utilizado em ortopedia veterinária.
 O mau uso do fio de cerclagem gera um percentual significativo de complicações pós-operatórias
 O fio deve gerar compressão suficiente entre as superfícies de modo a prevenir a movimentação dos fragmentos:
 Três critérios devem ser observados: o comprimento da linha de fratura deve ser duas a três vezes o diâmetro da
cavidade medular, deve haver no máximo duas linhas de fratura (não mais de dois segmentos principais e um
fragmento grande em borboleta) e a fratura deve ser anatomicamente reduzida.
FIOS DE AÇO -
CERCLAGEM

 Uma analogia ao uso do fio de


cerclagem para estabilizar
múltiplos fragmentos ósseos é
o uso de anéis metálicos para
segurar as tábuas de um barril
de madeira.
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS

 Analgesia, Raio-X
 A atividade deve ser restringida a caminhar com a coleira e reabilitação física até que a fratura tenha se
consolidado.
 A reabilitação física estimula o uso controlado do membro e sua função ideal após a cicatrização da fratura
 Os pinos IM devem ser removidos assim que a união óssea tenha ocorrido; se houver presença de seroma, este se
resolverá após a retirada do pino.
 Fios de Kirschner e pinos cruzados geralmente não são removidos, a não ser que causem um problema.
BANDA DE TENSÃO

 A tensão é a força predominante quando as fraturas por avulsão ocorrem em um ponto onde grupos de músculos
originam-se ou fazem inserção ao osso (p. ex., trocanter maior, olécrano e tuberosidade supraglenoide da
escápula).
 A contração do grupo muscular nesses locais gera uma tensão que puxa a inserção óssea ou a origem de sua
localização anatômica.
 A maneira mais eficiente de resistir à tensão é por meio da aplicação de uma banda de tensão.
 O objetivo de uma banda de tensão é converter as forças de tensão distrativas em forças compressivas.
BANDA DE TENSÃO
HASTES BLOQUEADAS

 São inseridas no canal medular e presas com parafusos ou chaves de travamento


 Resistem a todas as forças atuantes nas fraturas.
 Fraturas médio-diafisárias umerais, femorais ou tibiais; ela é contraindicada para o rádio.
 Fraturas médio-diafisárias simples quanto cominutivas
 Os parafusos devem ser posicionados a pelo menos 2 cm da linha de fratura, a fim de prevenir pressão excessiva
na haste.
HASTES
BLOQUEADAS
PLACAS E PARAFUSOS ÓSSEOS
 Um grupo de cirurgiões suíços formou uma associação para
o estudo de tratamentos de fraturas em humanos. Esse grupo,
o “Swiss Arbeits gemeinschaft fur Osteosynthesefragen”
(AO), é referido como a Associação para o Estudo de
AO VET Fixação Interna (ASIF) nos Estados Unidos.
 O AO e/ou ASIF desenvolveu e continua a desenvolver
recomendações para a aplicação de aparelhos ortopédicos, os
quais proporcionaram sucesso crescente e menores
complicações associadas ao tratamento de fraturas.
PLACAS E PARAFUSOS ÓSSEOS

 podem fixar qualquer fratura de osso longo


 conforto e movimentação precoce do membro no pós-operatório
 fraturas que envolvam superfícies articulares e pacientes com doenças articulares
 o parafusos de compressão causam pressão na fratura, aumentando a fricção entre os fragmentos e resistindo às
suas forças atuantes.
 Devem ser usados dois ou mais parafusos a fim de contrabalancear as forças de dobramento na diáfise, mas eles
não são suficientes para suportar as grandes cargas geradas pelo apoio de peso sem uma placa de apoio
PLACAS E PARAFUSOS ÓSSEOS

 O aumento do tamanho da placa, utilizando uma placa larga de prolongamento, ou usando uma combinação de
pino-placa, pode reforçar o implante ou reduzir suficientemente o risco de falha por fatiga.
 A falha por fadiga do implante ocorre quando o córtex oposto não é reconstruído
 Os orifícios da placa concentram o estresse, e a falha geralmente ocorre nessa área.
PLACAS E PARAFUSOS ÓSSEOS
ARTRODESE
PANCÁRPICA
DOENÇAS
ARTICULARES
OSTEOCONDRITE DISSECANTE

 A osteocondrite dissecante (OCD), na qual um retalho de cartilagem é levantado da superfície articular, é uma
manifestação de uma síndrome geral denominada osteocondrose.
 A osteocondrose é um distúrbio na ossificação endocondral, que leva à retenção da cartilagem. As porções
destacadas da cartilagem articular são, frequentemente, chamadas de fragmentos articulares.
 ocorre, comumente, nos ombros, cotovelos, joelhos e jarretes de cães imaturos, de raças grandes e gigantes.
Apesar da claudicação unilateral, frequentemente esta condição é bilateral.
 os sinais clínicos se desenvolvem entre quatro e oito meses de idade; entretanto, alguns cães podem não ser
apresentados para uma avaliação clínica até que atinjam a maturidade ou a meia-idade.
 apresentam atrofia muscular e mostram dor quando o ombro é movimentado para uma extensão extrema
OSTEOCONDRITE DISSECANTE
OSTEOCONDRITE DISSECANTE

 TRATAMENTO
 Clínico - fornecer benefícios em curto prazo para alguns cães - AI, analgésicos, controle de peso.
 Claudicação, atrofia muscular, migração do retalho e as complicações associadas a uma osteoartrite grave.
 Cirúrgico – artroscopia ou artrotomia exploratória e a remoção do retalho de cartilagem.
 Remoção do retalho de cartilagem e a curetagem das margens do defeito ósseo.
 Prognóstico - a maioria dos cães se tornam saudáveis entre sete e 60 dias. Aproximadamente 75% dos cães
apresentam uma função excelente após a remoção dos fragmentos em uma avaliação de longo prazo. Apesar da
ausência de claudicação nesses cães, uma DAD pode se desenvolver.
DISPLASIA DE COTOVELO

 Diversas doenças foram relacionadas como componentes da displasia


hereditária do cotovelo em cães
 FPC – fragmentação processo coronóide
 OCD – osteocondrite dissecante
 MPA – má união do processo ânconeo
 incongruência articular
FRAGMENTAÇÃO DO PROCESSO CORONÓIDE

 Cães de grande porte, animal jovem (5 a 7 meses)


 Claudicação do membro dianteiro, que piora após o exercício, pode ser aguda ou crônica.
 Pode haver um histórico coincidente de trauma.
 Claudicação de um membro dianteiro, atrofia muscular simétrica ou assimétrica, associada à dor crônica,
crepitação
 Tratamento clínico x cirúrgico
MÁ UNIÃO DO PROCESSO ANCÔNEO

 doença de cães de grande porte em crescimento, na


qual o processo anconeal não forma uma união óssea
com a metáfise ulnar proximal.
 Tratamento - remoção cirúrgica do processo anconeal
DISPLASIA COXOFEMORAL - DCF

 É o desenvolvimento anormal da articulação do quadril caracterizado pela subluxação ou luxação completa da


cabeça do fêmur nos pacientes jovens e por uma DAD leve a grave nos pacientes idosos.
 Causas - são multifatoriais, fatores hereditários são os fatores primários determinantes, ganho de peso e o
crescimento acelerados podem causar uma disparidade no desenvolvimento dos tecidos moles de suporte
 traumas leves e repetidos - inflamação sinovial
 incidência da displasia coxofemoral é maior nos cães de raças grandes.
 Duas populações de animais são afetadas: pacientes jovens com lassidão do quadril e pacientes maduros com
osteoartrite. A displasia coxofemoral é rara em gatos.
DISPLASIA COXOFEMORAL
DCF - TRATAMENTO

 Clínico
 Cirúrgico
 Sinfisiodese púbica juvenil – até 20 semanas de idade
 Osteotomia dupla ou tripla da pelve
 Ressecção de cabeça e colo femoral
 Denervação
 Artroplastia total do quadril
DCF - TRATAMENTO

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DCF - TRATAMENTO
LUXAÇÃO COXOFEMORAL
LUXAÇÃO
COXOFEMORA
L
RECONSTRUÇÃO ARTICULAR
DOENÇA DE LEGG-PERTHES

 É uma necrose asséptica não inflamatória da cabeça do fêmur, que


ocorre em pacientes jovens, antes do fechamento fisário da cabeça do
fêmur.
 resulta no colapso da epífise femoral em virtude de uma interrupção no
fluxo sanguíneo.
 cães jovens, de raças pequenas, entre seis e sete meses
 Esta condição é bilateral em 10% a 17% dos animais afetados.
RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL
RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL

 Cães jovens, ativos e de raças grandes.


 Início súbito de claudicação, sem a sustentação de peso ou com a sustentação parcial do peso
 Cães com lesão de menisco associada – dor intensificada
 As rupturas parciais do LCC são difíceis de diagnosticar nos estádios iniciais da lesão.
 A atrofia dos músculos da coxa (em comparação ao membro normal) e uma crepitação pode ser evidenciada
durante a flexão e a extensão do joelho
 Diagnóstico é clínico
 Tratamento cirúrgico
RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL
TPLO

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TTA - (TIBIAL TUBEROSITY ADVANCEMENT) AVANÇO DA
TUBEROSIDADE TIBIAL
SUTURA
FABELO
TIBIAL
LUXAÇÃO
PATELAR
MEDIAL
LUXAÇÃO PATELAR MEDIAL

 A luxação patelar medial é o deslocamento da patela do sulco troclear.


 Causa comum de claudicação em cães de raças pequenas
 Deslocamento medial do grupo muscular do quadríceps, torção lateral do fêmur distal, arqueamento lateral do
terço distal do fêmur, displasia epifisária femoral, instabilidade rotacional da articulação do joelho ou deformidade
da tíbia
 Graus de Luxação Patelar – I, II, III e IV
 Diagnóstico – clínico: palpação do joelho/patela – provocar a luxação, claudicação, “pisar em falso”
 RX - deslocamento medial da patela nas luxações de grau III e IV, deformidades varas ou valgas e a torção da tíbia
e do fêmur.
 Tratamento clínico X cirúrgico
TROCLEOPLASTIA
IMBRICAÇÃO
RETINACULAR
LATERAL
OSTEOTOMIA CORRETIVA DE DESVIO ANGULAR

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CASO FILOMENA
PÓS
OPERATÓRIO
60 DIAS
FIXADOR EXTERNO
RÁDIO E ULNA
PROJEÇÃO
MÉDIO
LATERAL
PROJEÇÃO OBLÍQUA E CC
PÓS OPERATÓRIO 75 DIAS
PÓS REMOÇÃO DO FIXADOR EXTERNO

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