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CURSO

TÉCNICO EM RADIOLOGIA

MATÉRIA: BIOIMAGEM II

Aula 06
Prof. João Paulo
Boa Noite
EMENTA
-Continuação MMII
- Exercícios de fixação
- Início do membros membros inferiores.
- Acidentes ósseos e posicionamentos
Quadril
O quadril é a parte do
membro inferior
formado pelos ossos
ílio, ísquio e púbis. Ele
faz parte da formação
do cíngulo do membro
inferior (anel ósseo
que fixa os apêndices
inferiores ao esqueleto
axial e protege
abdome inferior, pelve
e períneo). Além disso,
sustenta o peso da
parte superior do
corpo.
Fraturas por Stress
As fraturas por stress acometem os membros inferiores e geralmente são encontradas em
corredores de longa distância.
Ocorrem mais frequentemente nos pés, pernas e quadris.
Em relação ao quadril, estas lesões inicialmente se apresentam com uma dor insidiosa, após ou
durante os exercícios. Geralmente o atleta refere alguma mudança recente no seu treinamento,
como um aumento na distância percorrida.
Na literatura mundial encontram-se muitos relatos de fraturas por stress nos militares, devido a
marchas longas, carregados com equipamentos pesados.
Via de regra as fraturas por stress ocorrem devido ao treinamento exagerado e ao impacto de
repetição. Em mulheres atletas podem estar associadas também a alterações hormonais.
As forças que atravessam a articulação do quadril são enormes, podendo chegar a vários múltiplos
do peso corpóreo.
Estas forças gradualmente enfraquecem a região do colo femoral, que não tem tempo suficiente
para se adaptar e se fortalecer devido ao treinamento excessivo e eventualmente pode apresentar
uma fratura por fadiga. Este mecanismo é similar ao que acontece quando dobramos um pedaço
fino de metal várias vezes, até quebrá-lo.
O diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica e exames de imagem, as
radiografias iniciais podem estar normais. Nestes casos, uma ressonância nuclear
magnética pode evidenciar lesões ocultas, é o melhor exame para evidenciar este
diagnóstico.
De acordo com os achados de exames, classificamos estas fraturas em (veja a figura abaixo):

A – fraturas por tensão


B – fraturas por compressão
C – fraturas com desvio
Área intertrocantérica: A área
abaixo do colo do fêmur e
acima da parte longa ou haste
do fêmur. É denominado Colo femoral: A área Área subtrocantérica: A parte
intertrocantérico porque é superior do fêmur abaixo dos
marcado por dois marcos do fêmur abaixo da trocanteres maior e menor.
ósseos: o trocanter maior e o
trocanter menor. cabeça femoral.
Anatomia do Fêmur
O fêmur é o osso mais forte e mais comprido do corpo, ocupando o espaço
do membro inferior, entre as articulações do quadril (anca) e do joelho. A
anatomia do fêmur é de tal modo única que torna o osso adequado para
suportar as numerosas fixações musculares e ligamentares nesta região,
além de estender maximamente o membro ao máximo durante a
deambulação. Proximalmente, o fêmur articula-se com o osso pélvico.
Distalmente, interage com a patela (rótula) e o aspeto proximal da tíbia.
O fêmur começa a desenvolver-se entre a quinta e a sexta semana de
gestação através de ossificação endocondral (em que um osso é formado a
partir de uma base cartilaginosa). Embora vários centros de ossificação
(pontos de desenvolvimento ósseo) apareçam ao longo da vida
intrauterina, o osso continua a se desenvolver através da infância e
adolescência precoce. A ossificação do fêmur fica concluída entre o 14.º e o
18.º ano de vida.
Posicionamento
Posicionamento
Fraturas de Fêmur e suas Características
Como ocorre a fratura do Fêmur Distal? São
decorrentes de forças em varo (perna inclinada
para dentro), valgo (perna inclinada para fora) ou
grande rotação, associada com uma carga axial,
que gera forças de cisalhamento ou compressão

No adulto, quase sempre são decorrentes de


traumas de grande energia, geralmente resultantes
de acidentes automobilísticos, lesão por arma de
fogo ou queda de grandes alturas. Nas crianças,
sempre se deve suspeitar de agressão. Já nos
idosos, também merecem destaque as fraturas
patológicas, que são aquelas que ocorrem devido a
traumas banais, mas com o osso doente, como
ocorre na osteoporose e nos tumores.
• Quem tem maior risco de fraturar o Fêmur? Maior incidência em
homens jovens entre 15 e 24 anos e nos idosos.
• Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço) e deformidade do joelho,
além de incapacidade de apoiar o peso do corpo. A hemartrose
(derrame articular) é um sinal bastante frequente. Já a presença de
bolhas e a exposição óssea (fratura exposta) também podem estar
presentes e inspiram maiores cuidados.
• Se eu tiver uma fratura do Fêmur Distal, tenho chance de ter outras
lesões associadas? Devido ao mecanismo da fratura do Fêmur Distal,
é muito comum ocorrerem lesões associadas. Pode estar associada a
fraturas do acetábulo, colo e diáfise do fêmur, platô e diáfise da tíbia.
Lesões ligamentares do joelho ocorrem em 20% dos casos. Outras
lesões possíveis são as nervosas e as arteriais.
Como é feito o diagnóstico? Além da historia
clínica e do exame físico, a utilização de alguns
exames de imagens auxilia no diagnóstico e no
planejamento da conduta terapêutica. A
radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais
utilizado para essa finalidade. A tomografia é
muito útil para uma melhor avaliação do padrão
de fratura. Já a ressonância, menos utilizada nos
casos de fratura, ajuda na suspeita de lesões de
partes moles, meniscos e ligamentos. Arteriografia
e angiotomografia são úteis nas suspeitas de lesão
arterial.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais
grave do que outras? As fraturas do Fêmur Distal
diferem entre si em termos de gravidade. Dentre
os principais parâmetros, 3 se destacam para
dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou grave lesão de partes
moles (pele, músculos, ligamentos, tendões etc);
2- Lesões associadas (como nos acidentes
automobilísticos nos quais, além do fêmur, os
pacientes fraturam múltiplos ossos);
3- Padrão da fratura.
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia)
ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de
alguns parâmetros, como os que citamos acima. Contudo, são poucas as situações nas quais o
tratamento sem cirurgia é indicado.
Como é feito o Tratamento Conservador? O tratamento conservador geralmente é indicado em
fraturas com pouco desvio, fratura fechada, sem síndrome compartimental e sem lesão
vascular. Geralmente, é limitado a adultos com alguma comorbidade que o impeça de se
submeter à cirurgia. Outra indicação é nas crianças mais novas, geralmente abaixo dos 6 anos
de idade. O tratamento conservador depende muito da cooperação do paciente e consiste
basicamente no uso de órtese (na maioria das vezes feitas de gesso) e na restrições de carga.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. A técnica
a ser utilizada vai depender dos parâmetros de gravidades que já discutimos. Dependendo do
tipo de fratura, pode ser necessária mais de uma cirurgia. Por exemplo, nas fraturas expostas e
nas fechadas de alta energia, o fixador externo é uma conduta bastante útil no tratamento
inicial. Nas situações de síndrome compartimental, é mandatória a realização de uma
fasciotomia (procedimento para aliviar a pressão dentro da coxa). Nos casos de lesão vascular,
o reparo da artéria deve ser realizado. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a
utilização de placas, fixadores externos e hastes.
Quais as possíveis complicações? Rigidez do joelho (joelho duro), infecção, síndrome
compartimental, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose
(também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre
outras.
• O colo femoral é a porção do fêmur entre a cabeça femoral e a região
trocantérica. Quase em sua totalidade acontecem por quedas da própria
altura e trauma sobre a região do quadril no solo. Para acontecer de quebrar
o osso com tão pouca energia, um enfraquecimento ósseo tem que estar
presente, como em pacientes com osteopenia/osteoporose e em doente
renal crônico.
• Imediatamente o paciente sente dor e fica impossibilitado de caminhar.
Dessa forma, deve ser levado em uma emergência ortopédica. Ao confirmar
o diagnóstico, o tratamento será definido pelo ortopedista.
• Dentre os tratamentos existentes, se dividem em 3 grandes grupos:
colocação de parafusos (reservado para pacientes jovens e com fraturas sem
desvio), colocação de próteses parciais de quadril (reservado para pacientes
que caminham pouco e muito idosos) e colocação de próteses totais de
quadril (reservado para pacientes jovens com fraturas desviadas e sem
redução e pacientes idosos que caminham satisfatoriamente). Logo, não
existe um melhor tratamento, existe o melhor tratamento para aquele
paciente em questão.
São as fraturas que acometem os 9
cm distais do fêmur, são
Fêmur Distal consideradas graves e em pacientes
jovens geralmente são associadas a
trauma de alta energia (acidentes
de trânsito), em pacientes mais
idosos podem ocorrer após traumas
mais leves. As fraturas extra-
articulares, sem desvios, podem ser
tratadas conservadoramente (com
gesso). As demais são tratadas com
cirurgia com colocação de placas,
Fratura articular do terço distal do parafusos, hastes ou fixador
fêmur, em paciente idosa com queda externo.
da própria altura. Em todos os casos,
independentemente de um caso
cirúrgico ou não, devemos priorizar
pela reabilitação precoce do
paciente. Mobilidade assim que o
paciente permitir (pela dor) e a
carga (apoiar ou pisar) liberados sob
orientação médica são
fundamentais para uma
recuperação completa.
Fratura periprotética do fêmur direito em
paciente com prótese total do quadril. Notem
Fratura extra-articular do fêmur distal, que há um traço de fratura longo,
após trauma torcional do joelho direito. estendendo-se desde a prótese até o terço
distal, quase chegando ao joelho.
Bibliografias
• BONTRAGER: Kenneth L.; John P. Manual Prático de Técnicas e Posicionamento Radiográfico. 8 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2015.
• DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2015.
• NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.
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• MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
• MOELLER: Torsten B.; Reif E. Pocket Atlas of Sectional Anatomy Computed Tomography and Magnetic Resonance Imaging.
4ª ed. Stuttgart,: Thieme, 2007.
• SOBOTTA: Sobotta J. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
• WEIR: Jamie W.; James A.; Atlas de anatomia humana em imagem. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
• https://anatomia-papel-e-caneta.com/posicionamento-radiologico-mmii
• https://www.youtube.com/watch?v=0t2ZSWkaZRI
• https://www.institutotrata.com.br/rotacao-do-quadril/
• https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/femur-pt
"A mente que se abre a uma
nova ideia jamais voltará ao
seu tamanho original“
Albert Einstein
Gratidão!!!

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