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1. Introdução
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com hipertrofia dos mesmos. É nesta zona que geralmente ocorrem as
lesões fisárias.
d) A última dita zona de calcificação provisória ou de degeneração celular,
onde existe morte dos condrócitos e produção de fosfatase alcalina.
2. Epidemiologia
Correspondem a aproximadamente 15% de todas lesões do sistema
esquelético na criança e 30% daquelas que acometem os ossos longos. São
duas vezes mais freqüentes nos meninos, por dois motivos principais, primeiro
pelo fato de estarem mais propensos às lesões, além de permanecerem por
mais tempo com a fise aberta. A faixa etária mais comum depende do sexo, de
tal sorte que nos meninos varia de 12 a 14 anos e nas meninas de 11 a 12 anos.
São cerca de 1,7 vezes mais freqüentes nos membros superiores e o local mais
acometido é a fise distal do rádio, cerca de 30% do total, seguido distal de tíbia
ou úmero dependendo da série, além das falanges dos dedos da mão. Quanto a
classificação, a tipo II de Salter-Harris, responde por aproximadamente ¾ de
todas.
3. Mecanismo de lesão
O mecanismo mais comum é o trauma indireto, geralmente causado por
baixa energia, com destaque para quedas ao solo e torções, que diferentemente
dos adultos que não a possuem, a fise representa o ponto mais fraco da região
periarticular, uma vez que as estruturas cápsulo-ligamentares além de mais
frouxas na infância, são cerca de 2 a 5 vezes mais resistentes que a fise.
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4. Classificação
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- Tipo 6: Acrescentado por Rang em 1969, corresponde a uma lesão
periférica do anel pericondral que cursa com formação de ponte óssea e
conseqüente deformidade angular.
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Item 4: “Child code”, que descreve padrões relevantes de fraturas
pediátricas, estando agregado ao item anterior:
E/1- Salter-Harris tipo 1
E/2- Salter-Harris tipo 2
E/3- Salter-Harris tipo 3
E/4- Salter-Harris tipo 4
E/5- Fratura tipo Tillaux (biplanar)
E/6- Fratura triplanar do tornozelo
E/7- Fratura por avulsão ligamentar
E/8- Fratura marginal (“em lasca”)
E/9- Outras fraturas
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Item 6: Desvio, utilizado para fratura supracondileanas do úmero e da cabeça
e colo do rádio:
13-M/2 ou 13-M/3
Tipo 1- Fratura incompleta sem desvio
Tipo 2- Fratura incompleta com desvio, porém com pelo menos uma
cortical íntegra
Tipo 3- Fratura completa, sem continuidade óssea, porém com algum
contato entre os fragmentos
Tipo 4- Fratura completa, sem continuidade e contato entre os fragmentos
21-E/1 ou 21-E/2
Tipo 1- Fratura sem desvio e sem angulação
Tipo 2- Fratura angulada com desvio de até 50% do diâmetro do osso
Tipo 3- Fratura angulada com desvio maior que 50% do diâmetro do osso
5. Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas variam de acordo com o desvio dos fragmentos
fraturados, tornando-se fundamental no diagnóstico sobretudo de lesões do tipo
1 de Salter-Harris sem desvio e também nas tipo 5 de Salter-Harris. A queixa
mais comum é dor, geralmente referida na articulação e exacerbada à palpação
da fise, vindo acompanhada de limitação funcional. Acredita-se que a
intensidade da dor seja menor que nos casos de fratura óssea, embora seja difícil
comprovar tal suposição. Outros sinais importantes são o edema e a deformidade
que podem ser discretos ou estar ausentes.
Atenção especial deve ser dada aos sinais clínicos de maus tratos, como
presença de lesões múltiplas, eventualmente com fraturas em diversos estágios
de consolidação, bem como dissociação entre e história e os tipos de lesão.
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Figura 4 – Aspecto clínico de fratura diafisária do radio e ulna com angulação dorsal.
6. Avaliação Imagenológica
O exame radiográfico deve ser realizado em pelo menos duas incidências
perpendiculares (ântero-posterior - AP e lateral absoluto - L), com abrangência
das articulações satélites, porém com centralização do tubo de raios-x sobre a
fise e se possível perpendicular a esta. Em algumas regiões como tornozelo,
punho e cotovelo, bem como na investigação de sequelas do tipo ponte óssea, a
adição de uma incidência oblíqua costuma ser valiosa na avaliação da lesão.
Outro recurso que pode ser utilizado consiste nas radiografias comparativos que
permitem ao ortopedista avaliar melhor a presença de diminuição ou
alargamento da fise.
Um sinal radiográfico importante nas lesões tipo 1 e 2 de Salter-Harris é a
presença da chamada “borda de fuga metafisária” representada pelo contato da
borda da metáfise com a epífise, acreditando-se ser um indicativo de lesão
fisária com alto risco de evoluir com formação de ponte óssea no referido ponto
de contato.
No caso de dúvida no diagnóstico agudo, podemos lançar mão de outros
exames, com destaque para a ressonância nuclear magnética cuja sensibilidade
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nos permite avaliar a presença de edema intra-fisário e/ou intra-ósseo, além é
claro de identificar lesões ligamentares que constituem importante diagnóstico
diferencial.
Na suspeita ou avaliação de uma ponte óssea, a tomografia
computadorizada traz informações importantes sobre localização e extensão da
lesão, sendo fundamental a realização de cortes de 0,5mm, a fim de evitar a
perda de informações importantes.
7. Tratamento
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Figura 6 – Fratura diafisária do rádio e ulna sem desvio, tratadas com imobilização gessada
axilo-palmar
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tais fraturas. Da mesma forma nos casos de perda de redução considera-se cinco
dias o período limite para uma nova tentativa, após o qual dá-se preferência por
apenas observar a evolução e se houver necessidade corrigir cirurgicamente e
em um segundo momento as eventuais deformidades.
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Assim como qualquer fratura exposta deve ser realizada limpeza cirúrgica
ampla, com remoção de tecidos desvitalizados e estabilização precoce, podendo
ser interna até grau IIIA de Gustillo ou externa nos graus IIIB e IIIC, usando
preferencialmente um fixador para cada osso. (Figura 8)
Atenção
O fechamento imediato e hermético da pele nas fraturas expostas, aumenta o risco de
infecções e de síndrome compartimental.
8 – Osteossíntese
A placa e parafuso é padrão ouro na fixação da fratura do antebraço. A
literatura tem demonstrado os melhores resultados com o uso de placas e
parafusos do tipo DCP de 3,5mm de largura, ficando a utilização das placas de
ângulo fixo reservada para os pacientes com osteoporose. Este tipo de fixação
necessita da abrangência de pelo menos seis corticais de cada lada da fratura.
(Figura 11)
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Figura 11 – Aspecto radiográfico de fratura diafisária do rádio e ulna tratadas com placa DCP
3,5mm, abrangendo 6 corticais de cada lado.
A técnica a ser usada depende do tipo de fratura, de tal modo que nas de
traço simples procura-se estabilidade absoluta com utilização de parafusos de
tração associados à placa, que podem exercer papel de compressão axial quando
tais parafusos são passados através dela e de neutralização caso sejam colocados
em outro plano. Nas fraturas cominutivas desde que respeitados os princípios de
alinhamento anatômico (comprimento, rotação e eixo), podemos usar fixações
em ponte, também com pelo menos seis corticais de cada lado.
Dica
Com o objetivo de minimizar os riscos de complicações pós-operatórias como síndrome
compartimental evite o fechamento da fáscia antebraquial em sua totalidade.
10 – Pós-operatório
No pós-operatório imediato, o membro pode ser imobilizado apenas para
fins analgésicos, por um período que não deve ultrapassar sete dias, visto que a
mobilização precoce é importante para a obtenção de um bom resultado,
diminuindo o risco de complicações.
11 – Complicações
11.1 – Precoces
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a) Síndrome compartimental
.
Trata-se de complicação grave, que deve ser suspeitada sempre na presença de dor
desproporcional. O compartimento anterior é o mais comumente envolvido. É mais
comum em fraturas fechadas, sobretudo nas primeiras horas após o trauma e no
pós-operatório imediato. A ocorrência em fraturas expostas é rara, com exceção
daquelas tratadas cirurgicamente com fechamento completo da ferida.
O diagnóstico é basicamente clínico, com a presença de sinais como: palidez,
parestesia, diminuição de pulso e perfusão, e principalmente dor intensa, agravada
com a distensão da musculatura existente no compartimento envolvido. Todavia, em
pacientes inconscientes, como é o caso daqueles que foram vítimas de traumatismo
crânio-encefálico, o parâmetro clínico encontra-se comprometido, de tal forma que a
mensuração da pressão intracompartimental e partir desta o cálculo do coeficiente
delta-P (produto do valor de pressão arterial média menos a pressão
intracompartimental), cujos valores inferiores a 40, indicam presença de síndrome
compartimental. (Figura 12)
O tratamento é de emergência, uma vez que instalada a síndrome, oito horas
já são suficientes para causar lesões irreversíveis. É sempre cirúrgico, consistindo
em fasciotomias amplas, podendo a incisão de pele ser segmentar, associando-se
sempre que possível à estabilização óssea.
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Figura 12 – Paciente portador de fratura do rádio e ulna, apresentando dor e edema
pronunciados, sendo submetido a mensuração da pressão intracompartimental pelo
método de Whitesides.
Dica
A medida da pressão intracompartimental é facilmente obtida pelo método de Whitesides,
com a utilização de 2 equipos de soro, 1 conexão de três vias, 1 agulha de gelco número 16 ,
1 frasco de soro, 1 seringa de 20ml e 1 manômetro de mercúrio.
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b) Lesões vasculares
As lesões vasculares são raras nas fraturas fechadas, e devem sempre ser
suspeitadas nas expostas, sobretudo naquelas causadas por instrumentos
cortantes e corto-contundentes com lesão músculo-tendínea associada, além das
lesões por projétil de arma de fogo localizadas no trajeto dos troncos arteriais.
c) Lesões neurológicas
As lesões neurológicas também são raras nas fraturas fechadas, devendo
sempre ser avaliadas não só por questões legais, mas também para
acompanhamento pós-operatório. Quando ocorre após o trauma, a conduta
normalmente é expectante, e se não houver sinais de regressão nos 2 ou 3 meses
após o trauma, é indicado a exploração cirúrgica. Nas situações em que o quadro
instala-se após a cirurgia para o tratamento da fratura, a intervenção deve ser
precoce, pois existe grande possibilidade de ocorrência de alguma iatrogenia
como o encarceramento do nervo pela placa.
d) Infecção
A infecção é mais freqüente nas fraturas expostas, sendo o tratamento
baseado no tempo de evolução, extensão da lesão, condições clínicas do
paciente, tipo de contaminação,entre outros fatores. (Figura 19)
Na suspeita de infecção e sempre que haja secreção, devemos colher
material para o exame de cultura e antibiograma. Quando acontece no pós-
operatório, o tratamento inicia-se com a administração de antibióticos, e na falta
de uma resposta satisfatória nos primeiros três dias, recomenda-se internação,
troca do antibiótico para um de maior espectro e limpeza cirúrgica com coleta de
material para cultura e antibiograma (3 amostras). Uma vez que se obtenha o
resultado destes exames, promove-se a escolha do antibiótico, direcionado pelo
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resultado do exame. Geralmente não é necessário a retirada do material de
síntese.
11.2 – Tardias
b) Consolidação viciosa
A consolidação viciosa ocorre principalmente por má e/ou perda de
redução da fratura, sendo que a segunda é normalmente causada por
estabilização insuficiente ou má qualidade óssea. A indicação cirúrgica torna-se
imperativa nos pacientes que cursam com diminuição importante da prono-
supinação, sendo que quanto mais precoce for a correção, melhor será o
resultado.
d) Refratura
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A refratura é mais comum nos primeiros quatro meses após a retirada do
material de síntese e deve ser tratada basicamente como fratura aguda, porém se
tratando de uma reoperação, e, portanto com maior índice complicações, haja
vista que existem alterações teciduais perifratura, muitas vezes com presença de
tecido fibroso abundante que dificulta a identificação das estruturas anatômicas,
além das potenciais alterações circulatórias.
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