O mecanismo de lesão mais frequente é a hiperextensão em geral causada
pelo impacto contra o solo na saída dos aparelhos ou mecanismo de torções durante os exercícios, tais como os movimentos em parafuso. A etiologia exata da maioria dos casos continua obscura. As lesões displásicas da pares interarticularis, da fratura ou do alongamento e da espinha bífida ocultam um amplo canal espinhal distal. Displasia de ambas as facetas (lombar inferior e sacral superior) é achado comum na espondilolistese, especialmente na de alto grau. A faceta sacral superior em conjunto com a faceta inferior lombar forma um gancho ósseo que previne a translação. A displasia pode ocorrer em qualquer uma das facetas ou em ambas. Com isso o efeito de gancho é perdido. A presença de espondilólise/espondilolistese é rara em pacientes não deambuladores, o que dá importância ao papel do ortostatismo e de microtraumas repetitivos no desenvolvimento da espondilólis. Estudos biomecânicos demonstraram um aumento no estresse na pares interarticularis com a coluna em extensão e aumento das forças de cisalhamento através da mesma área, com a persistência da lordose. Atividades que aumentam lordose e mantêm a coluna em extensão, como ginástica olímpica, mergulho, levantamento de peso, voleibol, futebol americano e patologias como cifose, aumentam a incidência de fratura da pares, espondilólise e espondilolistese. A alteração é vista à radiografia no istmo ou pares articularis, uma região da lâmina entre as facetas articulares superior e inferior. A definição de instabilidade em espondilólise é controversa e pobremente definida. Alguns autores definem como mobilidade excessiva, outros consideram que a coluna precisa ser instável para haver espondilolistese. A espondilolistese é o deslizamento de uma vértebra superior em relação à inferior. Classicamente, este termo é utilizado quando o deslocamento é anterior. Foi classificada em categorias por Meyerding. O grau 1 corresponde ao deslizamento anterior da vértebra superior até um quarto da dimensão do planalto da vértebra inferior, em uma visão em perfil. O grau aumenta para cada quarto da dimensão ântero-posterior do planalto vertebral que é descoberto pela vértebra superior. A espondilolistese tem sido descrita pela classificação de Wiltse (tabela 1), baseada em critérios etiológicos e topográficos, com cinco tipos. É difícil prever a progressão e a resposta ao tratamento. O reconhecimento de que a descompressão cirúrgica pode levar a uma instabilidade da coluna vertebral fez surgir um sexto tipo: iatrogênico. Outro sistema usado é o proposto por Meyerding em 1932, no qual o grau de deslizamento é calculado pela proporção entre o diâmetro ântero-superior do sacro e a distância que a vértebra L5 deslizou anteriormente. Assim sendo, temos: grau I - 25% ou menos; grau II - entre 25% e 50%; grau III - entre 50% e 75%; e grau IV - maior do que 75%. O grau V como sendo espondiloptose não pertence à descrição original. O grau 5 ou espondiloptose é o grau mais acentuado, quando há um deslocamento completo da vértebra superior, que se situa anteriormente à vértebra inferior. Há outras causas de espondilolistese que variam de displásica até degenerativa. A espondilólise ístmica é o tipo mais comum de espondilólise, refere-se a uma lesão por esforço excessivo na pars interarticularis. Uma espondilólise pode ser unilateral ou bilateral e ocorre mais comumente na vertebra L5, sendi L4 o próximo nível mais comumente afetado.
A espinha bífida é uma má formação congênita que pertence à família dos
(DFTN), Defeitos de Fechamento do Tubo Neural. A espinha bífida ocorre quando há falha no fechamento do tubo neural em algum ponto da futura coluna vertebral. Nesse defeito, medula e nervos podem ficar expostos ao líquido amniótico e sofrer lesões irreversíveis. A espinha bífida aberta é a forma mais grave. Caracteriza-se pela perda da integridade da camada epidérmica, de forma a deixar em contato com o meio externo estruturas do sistema nervoso, como medula espinhal e meninges. Verifica-se a presença de cisto na região dorsal. A mielomeningocele (protusão de meninges e medula) é o tipo mais comum e mais grave, mas existe também a meningocele (protusão somente de meninges).Espinha bífida oculta, como o próprio nome indica, pode não causar qualquer sintomatologia e caracteriza-se por apenas envolver a coluna vertebral, que não encerrou completamente, sendo que não há envolvimento da medula espinhal e meninges. O aspecto externo pode ser normal, uma vez que a integridade da camada epidérmica se mantém, ou apresentar-se com tufos de pêlos, depressão, lipoma subcutâneo, nervo hemangiomatoso ou lesão circunscrita na pele.