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UNIVERSIDADE DE EXCELÊNCIA

Aline dos Santos Cerqueira


Amauri Freitas Gomes da Silva
Bruno de Sena Cunha

Dayane Francellyne Cassiano Santana


July Yasmim Santana

Luana Araújo Requião


Nhaira Wikelli Mota Neves

Nairim Karinne de Freitas Neves Souza


Tainá Ferreira Lima

EPICONDILITE LATERAL E MEDIAL

Feira de Santana - BA
2023
EPICONDILITE LATERAL

A epicondilite lateral é uma causa frequente de dor no cotovelo e afeta


de 1 a 3% da população adulta anualmente , a epicondilite lateral é uma
afecção degenerativa que compromete os tendões extensores originários do
epicôndilo lateral, com extensão pouco frequente à articulação , estudos
histopatológicos, como os demonstrados por Nirschl, caracterizam essa
afecção não como uma condição inflamatória e sim como uma tendinose, com
resposta fibroblástica e vascular, denominada degeneração angiofibroblástica
da epicondilite. Apesar da descrição clássica relacionada à prática esportiva do
tênis, apenas 5 a 10% dos pacientes que apresentam a epicondilite praticam
este esporte(4). Sendo assim, a tendinose do cotovelo é mais comum em não
atletas, principalmente na quarta e quinta décadas de vida, com acometimento
semelhante em ambos os sexos e com mais frequência no braço dominante.
Além dos tenistas, pode ocorrer em outros esportes e também está relacionada
a atividades laborativas variadas . A epicondilite lateral ocorre inicialmente por
microlesões na origem da musculatura extensora do antebraço, sendo mais
frequente o acometimento do tendão extensor radial curto do carpo (ERCC),
que se localiza abaixo do extensor radial longo do carpo (ERLC ) .

No passado, acreditava-se que a epicondilite era um processo


inflamatório. A inspeção peroperatória revela, na maioria dos casos, tecidos
acinzentados, homogêneos e edemaciados. Essa alteração ocorre nas
tendinoses, sejam laterais, mediais ou posteriores. Nirschl e Pettrone, assim
como Regan , utilizando avaliação através de microscopia, encontraram
rupturas na arquitetura normal das fibras colágenas com o crescimento de
fibroblastos e tecido de granulação. Esses autores demonstraram que as
microrrupturas são acompanhadas de cicatrização parcial e de hiperplasia
angiofibroblástica. O tecido de granulação que se forma é acinzentado e friável.
Mas cabe ressaltar que na fase inicial a epicondilite pode apresentar sinais
inflamatórios. Nirschl previamente classificou em quatro estágios as lesões
secundárias ao microtrauma tendinoso na epicondilite lateral. O primeiro
estágio é inflamatório, reversível e sem alteração patológica. O segundo
estágio é caracterizado pela degeneração angiofibroblástica. Já o terceiro é
caracterizado pela tendinose associada à alteração estrutural (ruptura
tendinosa). No quarto estágio, além das alterações deste último, encontra-se a
presença de fibrose e calcificação

O diagnóstico é feito, basicamente, observando-se a história do paciente


e o exame clínico. A queixa principal é a dor na região do epicôndilo lateral
estendendo-se ao dorso do antebraço e a incapacidade para a prática
esportiva . A palpação inicia-se pela identificação dos epicôndilos lateral,
medial e ponta do olécrano. Na face lateral palpa-se a origem da musculatura
extensora do punho e dedos, complexo ligamentar lateral e cabeça do rádio. A
dor localizada no epicôndilo lateral e na origem da musculatura extensora do
punho é sugestiva de epicondilite lateral ou síndrome do túnel radial. O exame
deverá continuar com a palpação da cabeça do rádio em uma depressão logo
abaixo da musculatura extensora do punho. Esta será realizada durante a
pronossupinação, em graus variáveis de flexoextensão, avaliando-se seu
contorno e integridade. O teste clínico específico para a epicondilite lateral tem
o objetivo de reproduzir a dor experimentada pelo paciente. O teste conhecido
como de Cozen é realizado com o cotovelo em 90º de flexão e com o
antebraço em pronação. Pede-se ao paciente que realize a extensão ativa do
punho contra a resistência que será imposta pelo examinador. O teste será
positivo quando o paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da
musculatura extensora do punho e dedos . O teste alternativo, conhecido como
de Mill, é realizado com o paciente com a mão fechada, o punho em dorsiflexão
e o cotovelo em extensão. O examinador, então, forçará o punho em flexão e o
paciente é orientado a resistir ao movimento. Em caso positivo, o paciente
sentirá dor no epicôndilo lateral . Exames complementares

O exame radiológico simples é realizado de rotina, nas incidências


anteroposteriores e perfil. O ultrassom pode ser utilizado, e é um excelente
método de imagem para lesões agudas. Em casos crônicos, em que vários
tratamentos já foram realizados, a ressonância magnética deve ser solicitada,
pois pode trazer dados mais precisos com relação às patologias que podem
causar dores semelhantes à epicondilite lateral (como a síndrome de
compressão do interósseo posterio

A reabilitação da epicondilite lateral ainda é muito controversa, talvez


pelo fato de se usar muitas técnicas ao mesmo tempo a fim de recuperar o
paciente o mais breve possível. As técnicas mais utilizadas para o tratamento
são o uso de ultrassom, ondas curtas, eletroestimulação e gelo(47). Quando o
paciente realiza o tratamento com infiltração de plasma rico em plaquetas, a
fisioterapia tem papel fundamental na recuperação tecidual. Utilizamos de
rotina o laser e o ultrassom nas fases iniciais, e já iniciamos precocemente (a
partir do segundo dia após a aplicação de PRP) os exercícios leves de
extensão e flexão do punho e dedos. A partir daí progride-se para a realização
de exercícios excêntricos e propriocepção (a partir da primeira semana) leves,
sempre visando a melhora de toda a parte proprioceptiva do membro superior.
A partir da quarta semana, o atleta já se encontra bem para a realização de
exercícios específicos do esporte, e podemos inclusive realizar os exercícios
com uma raquete mais leve e sem cordas, com ou sem resistência elástica,
para incorporar o trabalho de ganho de força muscular. Os movimentos de
direita e esquerda, na clínica de reabilitação, já podem ser realizados com bola
mais leve a partir da sexta semana e, a partir daí, iniciamos um programa de
reeducação do gesto esportivo. O atleta é liberado definitivamente para jogos e
competições entre a 10a e 12a semana.

Para uma intervenção em fisioterapia na epicondilite lateral: Exercícios


de Fortalecimento - Excêntrico > Concêntrico ; Fortalecimento da Cintura
Escapular Massagem Transversal Profunda ; Mobilização articular ;
Alongamento . O exercício excêntrico demonstrou maior benefício
relativamente ao concêntrico, pois promove o aumento do aporte sanguíneo,
prevenção da lesão na área vulnerável e neovascularização. Afirma-se que a
melhor opção para o tratamento da epicondilite lateral é a combinação de
várias modalidades terapêuticas.

EPICONDILITE MEDIAL
De acordo comOrline Cohen OrtophedicAssoc, (2003) a epicondilite
medial é popularmente conhecida como “Cotovelo de Golfista”. Isto não
significa que só golfistas têm essa condição, mas sendo o golfe uma causa
comum de epicondilite medial. Muitas outras atividades repetitivas podem
acarretar a epicondilite medial, como praticando esportes, cortando lenha com
um machado e usando muitos tipos de ferramentas manuais. Neste sentido,
todas as atividades que enfatizam os músculos do antebraço podem causar
sintomas da epicondilite medial. Canavan (2001. p 236) éafirma que a
epicondilite é uma lesão por uso excessivo da musculatura do pronador flexor
provocando dor ao longo do lado medial do cotovelo. Assim, resulta de um
mecanismo de sobrecarga tênsil na origem flexora comum no epicôndilo
medial.

O uso excessivo dos músculos e tendões do antebraço e do cotovelo é a


mais comum razão para que as pessoas desenvolvam epicondilite medial.
“Normalmente quando os tendões são muito solicitados ocorre uma inflamação.
As pessoas que trabalham digitando, manipulando máquinas pesadas,
parafusando, escrevendo ou mesmo treinando musculação, além do seu limite,
podem desenvolver a doença” (MOVITE,2013, p.02). No entanto, a inflamação
que ocorre nos tendões é chamada de tendinite, como essa tendinite se
manifesta nos epicôndilos do cotovelo, ela recebe o nome de epicondilite.
Quando os tendões ficam inflamados por muito tempo, acabam por sofrer
alterações estruturais e por consequência a se degradarem. Essa fase mais
avançada da tendinite recebe o nome de tendinose(MOVITE, 2013)
De acordo com Movite (2013, p.02) “o paciente com epicondilite lateral
ou medial apresenta dor para levantar e abaixar o punho, para digitar, perda de
força, dor que piora com o decorrer das atividades durante o dia e dor noturna.
A dor pode se iniciar no cotovelo, mas normalmente estende-se por todo
antebraço”. Na hora de praticar musculação, além da funcionalidade que ela
vai proporcionar (desenvolvimento de força, potência, flexibilidade etc), o
praticante deve buscar o conforto na execução do movimento e também a
segurança para suas articulações. (SCOFANO, 2013). Sendo assim, o
praticante deve valorizar em sua prática de musculação a função do exercício
seguido de um bom conhecimento da execução de movimento, fazendo com
que preserve suas articulações. No entanto, é possível fazer a prevenção da
epicondilite medial na musculação, afim de preservar as articulações do
cotovelo, através da exclusão da barra reta da execução do exercício de bíceps
bilatreal e atribuindo no lugar da mesma a barra “W”. E é o que passamos a
expor a diante

A patologia é causada por um microtraumas nos músculos


flexopronadores, mais comumente no pronador redondo, seguido pelo flexor
radial do carpo. Nos atletas, a epicondilite medial pode ser acompanhada por
neuropatia do nervo ulnar ou insuficiência do ligamento colateral ulnar,
enquanto na epicondilite medial ocupacional os quadros associados mais
comuns são a síndrome do túnel do carpo, síndrome do manguito rotador ou a
própria epicondilite lateral.

Os sintomas são dor um pouco abaixo do epicôndilo medial, piorada por


movimento de preensão e movimentação do punho. O diagnóstico também é
feito com um bom exame clínico – da mesma forma que na epicondilite lateral,
aqui o Raio-X costuma ser normal e exames como ultrassom e ressonância
magnética são reservados para casos em que a fonte de dor é incerta. Em
raros casos em que há sintomatologia do nervo ulnar, a eletroneuromiografia é
uma boa pedida.
REFERENCIAS

BACALHAU , Ana . INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NUM INDIVÍDUO COM EPICONDILITE


LATERAL: - UM ESTUDO DE CASO. 2. ed. Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias – Instituto
Politécnico Castelo Branco,: ,dezembro 2022. 9-18 p. v. 3.

COHEN . et al. EPICONDILITE LATERAL DO COTOVELO LATERAL EPICONDYLITIS OF THE


ELBOW. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://cdn.publisher.gn1.link/rbo.org.br/pdf/47-4/artigo_de_atualizacao_10_16.pdf>.
Acesso em: 28 ago. 2023.

‌FALEIRO, Diórgenes Moura et al. LESÃO EPICONDILITE MEDIAL. . 2014.


Disponível em: https://fug.edu.br/repositorio/2014-2/EdiFisica/LES%C3%83O
%20EPICONDILITE%20MEDIAL.pdf. Acesso em: 28 ago. 2023.

INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NUM INDIVÍDUO COM EPICONDILITE LATERAL -UM ESTUDO


DE CASO PHYSIOTHERAPY INTERVENTION IN AN INDIVIDUAL WITH LATERAL EPICONDYLITIS -
A CASE STUDY. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://revistahigeia.ipcb.pt/artigos_n8/01_INTERVENCAO%20DA%20FISIOTERAPIA%20NUM
%20INDIVIDUO%20COM%20EPICONDILITE%20LATERAL%20-%20UM%20ESTUDO%20DE
%20CASO.pdf>.

LOURES, Daniel Naya . EPICONDILITES LATERAL E MEDIAL.. Disponível em:


https://www.ortopediajf.com/pdf/doencas/Epicondilites-lateral-e-medial.pdf. Acesso em: 28
ago. 2023.

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