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CENTRO UNIVERSITÁRIO REDENTOR

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

GABRIEL VIEIRA PIREDDA

PEDRO HENRIQUE MARTINS

PEDRO SANCHES

THAÍS CORDEIRO DOS SANTOS CRESPO

THAIS FAJARDO

Grupo 14

Conceitos Anatômicos das Lesões do Nervo Ulnar

Itaperuna – RJ

2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO REDENTOR

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

GABRIEL VIEIRA PIREDDA

PEDRO HENRIQUE MARTINS

PEDRO SANCHES

THAÍS CORDEIRO DOS SANTOS CRESPO

THAIS FAJARDO

Grupo 14

Conceitos Anatômicos das Lesões do Nervo Ulnar

Trabalho Acadêmico
apresentado ao curso de
Medicina da UniRedentor, como
requisito de avaliação para
obtenção parcial de nota na
disciplina de Anatomia, sob
orientação dos professores:
Afrânio, Claudio Cola, Pedro
Bichara.

Itaperuna – RJ

2020
1. Conceitos anatômicos do nervo ulnar e das estruturas adjacentes

A neuropatia do nervo ulnar é a segunda mais comum neuropatia nos


membros superiores, sendo a primeira neuropatia mais comum a síndrome do
túnel do carpo, o nervo ulnar é capaz sofre compressão no decorrer de o seu
trajeto, no entanto o lugar mais comum a essa compreensão e o cotovelo.

1.1 ORIGEM DO NERVO ULNAR

O nervo ulnar se origina das raízes de


C8 e T1 que formam o tronco inferior e que
constituem o fascículo medial do plexo
braquial que é de onde o nervo ulnar irá sair,
o nervo ulnar no braço percorre distalmente
a partir da axila, anteriormente a inserção do
músculo redondo maior até a cabeça longa
do músculo tríceps braquial, na face medial
da artéria braquial.

Na dimensão do meio do braço


atravessa o septo intermuscular medial com
artéria colateral ulnar superior e desce entre
o septo e a cabeça músculo tríceps braquial. O nervo ulnar então passa no
sulco retro epicondilar que é um canal ósseo entre o epicôndilo medial e
olécrano da ulna, passando pela goteira condilar sendo que distalmente a esse
suco tem o túnel cubital que possui dois segmentos fáscia de Osborne e as
duas cabeças do músculo flexor ulnar do carpo (FUC).

Após isso, continua pelo antebraço através do flexor ulnar do carpo em


seguida ele passa pelo canal de Guyon onde que depois irá se ramificar em
ramos digitais onde um desses ramos será projetado em direção ao polegar
que será responsável por inervar o flexor curto e o adutor do polegar, o nervo
ulnar também irá inervar a região hipotênar dorsal e palmar da mão que são
relacionados ao quarto e quinto dedo da mão.

Os músculos que são inervados pelo nervo ulnar são:

Flexor ulnar do carpo;


Flexor profundo do quarto e quinto dedo da mão;
Abdutor, oponente, flexor do dedo mínimo;
Interósseos palmares;
Interósseos dorsais;
Lumbricais (terceiro e quarto);
Adutor do polegar;
Flexor curto do polegar.

2. Lesões mais comuns envolvendo o nervo ulnar

Indivíduos que possuem lesão do nervo ulnar podem apresentar:

Plegia ou uma redução da força da musculatura;


Comprometimento funcional da
oponência do dedo mínimo,
preensão e pinças do quarto e
quinto dedo da mão;
Hipoestesia, anestesia ou
parestesia;
Hipotonia e hipotrofia hipotênar
nos espaços interósseos;
Sinal de Froment;
Mão em garra.
O nervo ulnar em seu percurso pelo membro superior pode sofrer
compreensão em diversas localidades do seu trajeto, as lesões do nervo ulnar
são causadas principalmente por fraturas no oclero, luxação no cotovelo,
lesões cortantes e hanseníase.

Pacientes que precisam fazer com regularidade flexão do antebraço são


vulneráveis a compreensão do nervo ulnar no cotovelo, principalmente certos
tipos de trabalhadores que exercem essa flexão de forma constante
diariamente, atletas e praticantes de esporte que necessita de arremesso com
flexão forçada como em beisebol, atletismo, basquete e golfe também são
altamente suscetíveis a este tipo de lesão, alguns tipos de doenças como a
diabetes mellitus e a hanseníase pode causar lesão no nervo ulnar.

Inicialmente, pode-se apresentar a síndrome do túnel cubital como uma


enfermidade causada pela compressão do nervo ulnar na área do cotovelo, o
que acaba por criar uma neuropatia cubital fundamentalmente sensitiva,
manifestando-se por sintomas sensitivos podendo causar dor na região do
cotovelo, também pode apresentar adormecimento ou parestesias na região
cubital da mão. Além disso a fraqueza pode prejudicar no movimento de pinça
dos dedos polegar e indicador além de prejudicar a capacidade pegar objetos
com a mão, visto que maioria dos músculos pequenos na mão são controlados
pelo nervo ulnar. A síndrome do túnel cubital grave crônica pode levar à atrofia
e deformação da mão em formato de garras.

Seguidamente, podemos apresentar a lesão do nervo ulnar no cotovelo


e antebraço. Pode ocorrer em quatro locais diferentes: (1) posteriormente ao
epicôndilo medial do úmero, (2) no túnel cubital formado pelo arco tendíneo
que une as cabeças umeral e ulnar do músculo FUC, (3) no punho e (4) na
mão. Toda lesão superior ao epicôndilo medial causa parestesia da parte
mediana do dorso da mão. A compressão do nervo ulnar no cotovelo (síndrome
do túnel cubital) também é comum. A lesão do nervo ulnar costuma causar
dormência e formigamento (parestesia) na parte medial da palma da mão, no
dedo mínimo e na metade medial do dedo anular. compressão grave também
pode causar dor no cotovelo com irradiação distal. Raramente, o nervo ulnar é
comprimido quando atravessa o túnel ulnar. A lesão do nervo ulnar pode
resultar em significativa perda motora e sensitiva da mão.
A lesão do nervo na parte distal do antebraço desnerva a maioria dos
músculos intrínsecos da mão. A força de adução do punho é comprometida e,
ao tentar fletir a articulação radiocarpal, a mão é desviada lateralmente pelo
músculo FRC (suprido pelo nervo mediano) na ausência do “equilíbrio”
proporcionado pelo músculo FUC. Após a lesão do nervo ulnar, a pessoa tem
dificuldade de cerrar o punho porque, na ausência de oposição, as articulações
metacarpofalângicas são hiperestendidas, e não consegue fletir o 4º e o 5º
dedos nas articulações interfalângicas distais ao tentar cerrar o punho. Além
disso, a pessoa não consegue estender as articulações interfalângicas quando
tenta retificar os dedos. Essa aparência característica da mão, resultante de
uma lesão distal do nervo ulnar, é conhecida como mão em garra. A
deformidade resulta da atrofia dos músculos interósseos da mão supridos pelo
nervo ulnar. A garra é produzida pela ação sem oposição dos músculos
extensores e FPD.
A lesão por tração do nervo ulnar é uma complicação frequente da
avulsão do epicôndilo medial do úmero por abdução. A base anatômica do
estiramento do nervo ulnar é sua passagem posterior ao epicôndilo medial
antes de entrar no antebraço. A ruptura, a laceração ou o estiramento do
ligamento colateral ulnar são lesões cada vez mais comuns associadas ao
arremesso em atividades desportivas — mais comum no beisebol, mas
também no passe do futebol americano, no arremesso de dardo e no jogo de
polo aquático.
A reconstrução do LCU, conhecida como “procedimento de Tommy
John” (que foi o primeiro arremessador a ser submetido à cirurgia), emprega
um transplante autólogo de um tendão longo do antebraço contralateral ou da
perna (p. ex., o tendão do músculo palmar longo ou plantar). Um segmento de
10 a 15 cm de tendão é inserido através de orifícios feitos no epicôndilo medial
do úmero e na face lateral do processo coronóide da ulna.

Síndrome do Túnel Cubital;

A síndrome do túnel cubital é a compressão ou a tração do nervo ulnar a


nível do cotovelo, originando uma neuropatia cubital. Os sintomas são dor e
parestesia no cotovelo no trajeto do nervo ulnar. A doença ocorre apenas em
um dos lados, mas pode ser bilateral.

Nas fases iniciais, a neuropatia cubital é essencialmente sensitiva,


manifestando-se por sintomas sensitivos, como adormecimento ou parestesias
a nível da região cubital (interna) da mão. Com a evolução da compressão e
consequente lesão do nervo cubital, ocorre atingimento das fibras motoras do
nervo, originando atrofia dos músculos inervados pelo nervo cubital abaixo do
cotovelo.

O nervo cubital ou ulnar, no seu trajeto ao longo do membro superior,


pode ser comprimido a vários níveis, sendo o cotovelo a localização mais
frequente. A neuropatia resultante, conhecida como síndrome do túnel cubital,
é a segunda neuropatia mais frequente do membro superior, a seguir à
síndrome do canal cárpico.

O nervo cubital ou ulnar atravessa a região do cotovelo, percorrendo um


trajeto por meio da fossa cubital constituída por um túnel osteoligamentar
denominado canal cubital. Este canal é constituído pelos seguintes limites: um
teto ligamentar formado pelo ligamento de Osbourne, também chamado de
ligamento arqueado, uma vez que forma uma ponte ou arcada sobre o nervo
cubital, e um chão constituído por osso, cápsula articular e o ligamento
colateral medial.

Depois de emergir deste túnel, o nervo cubital inerva vários músculos,


como o músculo flexor profundo do 4º e 5º dedos e muitos dos pequenos
músculos intrínsecos da mão, conhecidos como musculatura intrínseca da
mão. É ainda responsável pela inervação sensitiva da região cubital do
antebraço e da mão. A possibilidade de compressão do nervo no interior do
túnel, associado à sua posição superficial e o aumento da tensão e tração com
a flexão do cotovelo fazem do nervo cubital suscetível a neuropatia por
compressão.

Embora em cerca de 10-30% dos casos não seja possível identificar


uma causa (casos idiopáticos), as causas mais frequentemente identificadas
são:

● Compressão direta do nervo a nível do cotovelo pelo posicionamento do


braço ou pelo espessamento das estruturas à volta do nervo ou pela
presença de um músculo “extra” sobre o nervo que o impede de
funcionar normalmente;
● Estiramento do nervo pelo posicionamento prolongado do cotovelo em
flexão, que origina diminuição da área do túnel e aumento da pressão no
seu interior;
● Subluxação do nervo com a mobilização do cotovelo, que causa irritação
do nervo;
● Sequelas de trauma do cotovelo;
● Artrose do cotovelo;
● Alterações metabólicas (ex: diabetes).

A síndrome do túnel cubital está frequentemente associada à atividade


profissional (doença ocupacional), sobretudo em profissões em que o
trabalhador passa muito tempo com os cotovelos fletidos.
Em relação ao diagnóstico ele é essencialmente clínico. E a
sintomatologia permite ao médico fazer o diagnóstico na maior parte das
situações. Os sintomas mais frequentes são dor, perda da sensibilidade,
formigamento e/ou fraqueza. É comum a queixa de “pontadas” nos dedos
anelar e mínimo. Estes sintomas são sentidos quando o cotovelo está dobrado
durante um longo período de tempo, como por exemplo, quando se segura um
telefone ou durante o sono. Algumas pessoas sentem-se fracas ou sem
destreza.

O tratamento conservador é geralmente o procedimento de primeira


escolha, sobretudo nos casos de compressões ligeiras do nervo cubital. Dessa
forma, o tratamento deve começar com o uso de anti-inflamatórios não
esteroides e a modificação da atividade, em que os doentes devem evitar
posições e atividades que combinam flexão do cotovelo e pressão no nervo,
tais como, falar ao telefone, apoiar o cotovelo fletido, dormir sobre o braço e
com o cotovelo fletido. O uso de uma tala noturna que mantém o cotovelo em
extensão pode ser uma opção em alguns casos. A fisioterapia também pode
ser útil e deve incluir exercícios de alongamento muscular e deslizamento
nervoso. Para os casos que o tratamento conservador não foi eficaz
recomenda-se a descompressão cirúrgica do nervo cubital.

3. Estruturas anatômicas envolvidas e afetadas nas principais lesões


do nervo ulnar

Osso hamato
Parte medial do m. flexor profundo dos dedos
M. flexor ulnar do carpo
Ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar
Ramo superficial do nervo ulnar. Muitas vezes o nervo ulnar é
denominado nervo dos movimentos finos pois inerva a maioria dos
músculos intrínsecos relacionados aos movimentos complexos da mão.

4. Casos clínicos - demonstrativos

A ocorrência de um processo epicondilar ( na face ântero-medial do terço


distal do úmero ) é uma das causas intrínsecas para a compressão do nervo
ulnar , acabando por desencadear outro distúrbio de seu mau-funcionamento .
Assim , haveria o rompimento do ligamento de Struthers , que também recebe
a passagem do nervo mediano , o que poderia acarretar a desencadeamento
de múltiplos casos clínicos .

RELATO DO CASO

M.F.L., masculino, 65 anos, artista plástico . Relato de início da sintomatologia


no membro superior esquerdo com perda da força do oponente do dedo
mínimo e atrofia dos músculos interósseos havia cerca de 4 meses. A
parestesia começou com três meses de evolução; foi solicitada
eletroneuromiografia, que revelou lesão nervosa profunda parcial do nervo
ulnar esquerdo,na região do retináculo dos flexores , próximo ao quinto
metacarpo e ao músculo flexor profundo dos dedos . O exame radiológico
simples e a ressonância magnética do cotovelo foram normais. O exame físico
revelou atrofia da musculatura intrínseca da mão , sinal de Froment positivo,
perda do movimento de adução do 5º quirodáctilo e perda da discriminação
entre dois pontos nesse mesmo quirodáctilo. Foi indicado tratamento cirúrgico
com descompressão do nervo ulnar ao nível do cotovelo e transferência
anterior submuscular, pois o quadro clínico foi classificado como de grau III de
McGowan . Foi realizada abordagem por acesso póstero-medial do 1/3 distal
do braço e 1/3 proximal do antebraço, observando-se que a causa de
compressão do nervo ulnar era o ramo posterior do nervo cutâneo medial do
antebraço, que após cruzar o nervo ulnar se dividia em quatro ramos terminais.

MOORE. K. L; DALLEY. A.F; AGUR. A.M.R. Anatomia orientada para a


clínica.8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan. 2019.

MATHIAS. R. N; SIQUEIRA. M. G; MARTINS. S. R; NETO. H. S; FORONI N. L;


TEIXEIRA. M. J. Compressão do nervo ulnar na região do cotovelo – síndrome
do túnel cubital: revisão da literatura. ​Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia
Vol. 34 No. 2. 2015.

Seguti V. F; Júnior. A. F. B; Flores L. P; Ferreira. L. S. Lesão aguda do ramo


motor do nervo ulnar no punho após treinamento com cabo de guerra. Rev.
bras. ortop. ​vol.46 no.6 São Paulo. 2011.

SCHWARTSMANNA. C. R; RUSCHEL P. H.; HUYER R. G. Paralisia do nervo


ulnar seguida de fratura dos ossos do antebraço. ​Revista Brasileira de
Ortopedia​. 2016

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