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TRAUMATOLOGIA
MEDICINA UCS
Revisado pelo Prof. Dr. Gustavo Nora Calcagnotto
1. MÃO
Ossos:
DORSO:
● N. Radial: dorso da mão do polegar a metade do 4º dedo.
● N. Mediano: ponta do 2º e 3º dedo e metade do 4º dedo.
● N. Ulnar: dorso da mão 5º dedo e metade do 4º dedo.
A. Radial: - faz anastomose com ramos da A. Ulnar para formar o Arco Palmar Superficial; é a artéria
principal do arco palmar profundo.
SÍNDROME DE
QUERVAIN
Articulação
acromioclavicular é
sinovial plana
PLEXO BRAQUIAL:
MÃO
O que é: compressão do N. Mediano ao passar pelo retináculo dos flexores, que causa
dor, parestesia, hipoestesia ou anestesia no polegar, 2º e 3º dedo e metade do 4º dedo. Com o
passar do tempo pode haver uma perda progressiva da coordenação e da força do polegar se a
causa da compressão não for aliviada.
- Queixa principal: formigamento noturno (parestesia) – hipoestesia.
* Dica: não é em toda a mão, e sim somente na parte inervada pelo N. Mediano, mais comum no
sexo feminino.
TINEL: realizado através da percussão sobre o N. Mediano, que irá disparar “choques”, positivo
se o paciente relatar dor ou formigamento.
“Dedo em gatilho”, inflamação do tendão, exame físico tem dor a palpação na região palmar no 4º
dedo e região palmar. Mais comum em mulheres.
Queixa principal: dedo dói e tranca. O que acontece: Flexor chega na base do dedo e entra nas polias,
ali faz atrito e aumenta de tamanho e dói. Espessamento ou nódulo dentro do tendão; quando
localizadas no local da primeira polia anelar, o espessamento ou os nódulos bloqueiam extensão ou
flexão suave do dedo. O dedo pode travar em flexão ou “engatilhar. Geralmente tem uma causa,
algum movimento que faz isso acontecer; se não mudar não vai parar.
TTO: parar com movimento que causa isso, AINE, infiltração de corticoide, cirurgia para abertura da
polia.
É uma inflamação que provoca dor no punho, borda radial, comum em mulher com recém-
nascido, estando associada a sobrecarga diária de atividades com o punho. O diagnostico prévio
é tendinite com uso de AINE e sem melhora. Local: 1º compartimento dorsal do punho por onde
passam o tendão do M. Abdutor longo e tendão do M. Extensor curto do polegar (precisa ser
no 1° compartimento para ser Quervain). Dor na extensão e flexão forçada do polegar. Queixa
principal: forte dor no punho, bordo radial, e no polegar.
TTO: AINE, corticoide, imobilização, fisioterapia, cirurgia. O que resolve é corticoide ou cirurgia.
O teste diagnóstico é: Teste de Filkesntein, no qual o paciente deve colocar o polegar na palma
da mão e fechar os outros dedos sobre ele, ao fazer o movimento da articulação do punho em
direção ao dedo mínimo, desvio ulnar, o paciente sentirá dor.
OMBRO
1. BURSITES E TENDINITES
BURSA: é um espaço virtual que se transforma em espaço real quando há processo inflamatório
ou infeccioso, tem como função diminuir o atrito entre os ossos.
Dor mais frequente no ombro: face lateral do braço (Tendão da cabeça longa do M. bíceps,
Bursa, tendões dos músculos que compõem o manguito rotador), causada por movimentos
repetitivos de elevação e força na articulação do ombro.
Ex: Feminino, 35. Trabalhadora empresa metal-mecânica, movimentos repetidos de elevação do
ombro. Dor ++ irradiada na face lateral, piora à noite (pois diminui o cortisol), mobilidade
preservada.
Ao exame físico, testes diagnósticos:
- Teste de elevação + (dor ao elevar braço. Inflamado dentro do ombro, quando faz elevação vai
doer, reproduz a dor).
Retirando o músculo deltoide, não há como ver a cabeça do úmero pois está envolta pelos
tendões do manguito. No jovem, pode ter a Síndrome do Impacto que é a lesão de bursa e
tendão. Com a idade o tendão vai degenerando causando impotência funcional, dor, até ruptura
do tendão do manguito. Manguito inflamado, se continua sofrendo com impacto do movimento
(faz movimento e tem dor, faz movimento e tem dor), vai se degenerando (chega aos 60 e tem
perda de força, há degeneração). A degeneração não é apenas de cartilagem, manguito também
Na RM = Tendinose (ainda não está rompido, depois podem aparecer áreas de ruptura):
manguito já está degenerado, por inflamação crônica, mesma doença só que em outra fase. Mais
idade, mais degeneração. Ruptura começa no supra e vai para infra.
- Hipótese diagnóstica: Paciente acima de 40-50 anos, impotência funcional, dor +, sintomas
prévios, trauma → ruptura manguito.
- TTO: pacote anti-inflamatório, corticoide, fisioterapia, mesmo rompido (ruptura pequena não
precisa operar – 0,7mm). Porém, lesões grandes (2-3 cm) ou que não respondem ao tto
conservador, precisam ser tratadas com cirurgia (artroscopia).
1. EPICONDILITE
Processo inflamatório nos epicôndilos por processos
repetitivos, lesão entre o osso e o tendão por sobrecarga.
Sem limitação do movimento e dor a palpação, se tiver
limitação, rigidez, pode ser degenerativo.
➢ Epicôndilo lateral dos extensores é Epicondilite do
“tenista”;
➢ Epicôndilo medial é epicondilite dos flexores, do
“golfista”.
TTO: AINE, analgésico, corticoide, gelo, órtese e
fisioterapia. Identificar a causa e mudar o gesto
temporariamente.
QUADRIL/JOELHO/PÉ
ARTICULAÇÕES QUADRIL: sacro ilíaca, sínfise púbica e fêmoro acetabular. Queixas de dor ou
claudicação são as mais comuns.
1. Displasia quadril: mais comum em meninas, luxação ou instabilidade da articulação coxo
femoral. Teste de Barlow e Ortolani. TTO é até 6 meses suspensório de Pavilik, De 6 a 12
meses gesso pélvico.
2. Bursite trocantérica: doença inflamatória, dor localizada, tto com AINE e repouso.
3. Gonartrose (artrose do joelho): Acomete 60% homens e 70% mulheres acima dos 65
anos. Quadro clínico: Dor a mobilização e aos esforços, crepitação, derrame articular de
repetição. TTO: reabilitação, controle do peso corporal, AINEs, tratamento cirúrgico
(osteotomia).
4 SINAIS GONARTROSE NO RAIO X
1 REDUÇÃO ESPAÇO ARTICULAR
2 OSTEÓFITOS (bicos de papagaio)
3 CISTOS
4 ESCLEROSE SUBCONDRODAL (osso mais denso mais branco).
TTO: 1. conservador em idoso, sedentários, saúde precária, doença sistêmica, pele sem
condições (vasculopatia)
2. cirúrgico: diagnostico tardio. TTO clinico pode ser feito em qualquer paciente desde
comece nas primeiras 24 horas. Esperou, perda de força. Uma semana reduz qualidade
dos resultados. Pacientes jovens, praticantes de atividade física. Mais comum é fazer
sutura direta
TTO: modificar o calçado e medicamento para dor, para modificar deformidade só por cirurgia
(manobra de Chevron).
COLUNA
DEFORMIDADES:
ESCOLIOSE para o lado, CIFOSE para frente (corcunda), LORDOSE
- ESCOLIOSE: no plano frontal, curvatura lateral, acima de 10º é patológico, começa na infância, progride
no estirão, o teste é a inclinação para frente (Teste de Adams – inclinação frontal), fazer uma triagem
acompanhando o crescimento, ver assimetria ou simetria analisando altura dos ombros, escápulas, pelve,
flexão de tronco, TTO é com colete com 3 pontos de fixação, nem todos trata. Cirurgia com fixação.
Escoliose congênita: tto sem colete, sempre cirúrgico, acompanhamento antes da cirurgia é com Raio x a
cada 6 meses.
Idiopática infantil: corrige 1 ano de vida, progride 100% em 10 anos, mais comum meninos, pode causar
disfunção TR e TGI.
HIPERCIFOSE: mais frequente, desvio no plano sagital, o normal é de 20 a 40º, também usa o teste da
inclinação para frente e teste de corrigir postura para ver se cifose é postural (flexível) ou rígida (doença).
A Doença de Scheuermann não é corrigida ativamente, deformidade nas vértebras, e em exames aparece
deformidade das vértebras, pode ter dor. História familiar.
O que é uma Fratura: é a perda da continuidade óssea, com separação em dois ou mais
fragmentos após um trauma. Podendo ocorrer: dor, perda de função (não é do movimento, se
perde movimento pode ter lesão de ligamento ou nervo), deformidade (pode ou não estar
presente).
- III b: >10 cm, contaminação maior, não consegue cobrir lesão, perda de partes moles
➢ Fixação das fraturas: reestabelecer a função imediata com um suporte até a consolidação
do osso. Pode ocorrer necrose, o calo ósseo primeiro tem que fixar o osso, estabilizar sem
movimento e após forma o calo tendo uma estabilidade relativa.
➢ Tto: gesso, (sempre uma articulação antes e outra depois da fratura), hastes
intramedulares são padrão para fixar ossos longos, não previne o encurtamento, porém
possibilita o paciente voltar antes as atividades.
1. QUADRIL: abertura de sínfise púbica (Livro aberto), uma fratura perigosa, pois pode
ter sangramento de toda a volemia e levar o paciente a morte.
• Palpar as espinhas ilíacas anterossuperior e comprimi-las e assim observar se a
instabilidade;
• Observar hematomas na região vaginal e escroto (Sinal de Destot), sangramento
gastrointestinal, geniturinário e lesão neurológica (nervos).
• Logo, se tem sangue na uretra, NÃO PODE SONDAR.
• Solicitar Raio X: AP Inlet e outlet
• Tto: tratar a hemorragia, estabilizar a fratura (generalista faz com lençol – tto primário);
o tto definitivo quem faz é o traumatologista.
INLET OUTLET
2. FÊMUR: queda própria altura (idoso), dor no local, rotação externa da perna, observar
quando a perna estiver encurtada (fratura proximal do fêmur), paciente pode
deambular, é mais comum em mulheres pelo fato da osteoporose.
- Intertrocantérica: Não tem necrose. Geralmente em pacientes mais velhos, mais em mulher
pela osteoporose. Pessoas mais jovens com fratura intertrocantérica, cirurgia em menos de 48
horas. Nunca faz prótese, pois corta a incisão dos músculos. Reduz e fixa a fratura. Tem maior
rotação e encurtamento do MI. Tto é cirúrgico com haste, placa e parafuso.
Testes diagnósticos:
- Teste de Mc Murray – joelho a 90° rotação interna e externa da tíbia, indica lesão no menisco
se paciente relata dor
➢ Classificação Jakson: Grau I: leve, pouca dor, edema, sem instabilidade; Grau II: moderado
e tem frouxidão com edema, Grau III: grande edema, dor e instabilidade.
➢ Tto: nunca será cirúrgico, tratar sempre no início, imobilizar, iniciar carga precoce com
proteção, reabilitação, se instável em 3-6 semanas realizar fisioterapia para
fortalecimento. Importante tratar bem no início, assim nunca será cirúrgico. Imobilizar é
essencial (gesso ou tala) e PRICE (proteção – repouso – gelo – compressão – elevação).
➢ Só irá realizar cirurgia o paciente que não tratou adequadamente e tem entorses de
repetição.
➢ O tornozelo irá quebrar quando o ligamento for mais forte que o osso (maléolo),
geralmente ocorre mais em mulheres tabagistas, osteoporose.
- Traumas de extremidades raramente tem risco de vida, o risco será imediato se houver
hemorragia, esmagamento, fratura exposta grave, instabilidade hemodinâmica.
➢ As fraturas de MS podem apresentar: dor, edema, equimose, limitação funcional, e se
graves podem apresentar alterações neurológicas e vasculares.
1. Fraturas de punho: tem dor e edema, deve-se realizar Raio-X que pode mostrar o local
da fratura, podendo ser: epífise distal, “metáfise”, extra articular (não “pega”
articulação), pouco deslocada ou com desvio dorsal.
TRAUMAS DE ALTA ENERGIA: cuidado! Pode ocorrer fratura nos arcos costais superiores, lesão
no plexo costa, braquial e lesão vascular, e o mais grave: lesão pulmonar.
❖ O destro quebra muito mais membro o esquerdo (defesa), ocorrem mais no verão, sendo
as fraturas de punho as mais prevalentes, seguidas de dedo, os ossos longos são mais
raros, pois precisam de um trauma de alta intensidade.
❖ Quanto mais jovem o paciente e mais perto da físe (metáfise remodela mais que a
diáfise), e angulação no plano do movimento, a consolidação será mais rápida.
➢ Fraturas de cotovelo: região supra condiliana – reduz e fixa – cirurgia, usando fios de
Kirschner (pinos), geralmente essas fraturas podem lesar outras estruturas que passam
pelo local, como por exemplo a lesão de A. Braquial que terá o sinal de Kirmisson
(hematoma na fossa cubital)
- Desconfiar de traumas em crianças menores de 2 anos, quando são adotados, deficientes e/ou
com pais jovens, principalmente em ossos longos.
➢ TCE, trauma abdominal, queimaduras, politraumas, arcos costais, escápulas, processos
espinhosos, inclusive pesquisar por fraturas e traumas antigos
➢ Fatores de risco pais: pais jovens, baixa escolaridade, história de abuso, doenças
psiquiátricas, uso de drogas e álcool.
➢ Fatores de risco da criança: idade abaixo dos 2 anos, primogênito, prematuros, crianças
adotadas ou com deficiência.
➢ Se suspeitar: informar o Assistente Social do Hospital, ou Conselho Tutelar
• Tipos de fármacos: analgésicos não opioides como corticoides (Duoflam - IM) e AINEs,
opioides fracos (tramadol, codeína), opióides fortes (morfina, metadona, oxicodona) e
adjuvantes (antidepressivos, anticonvulsivantes...)
• NÃO OPIOIDES: dor leve a moderada, não causam dependência física, a maior parte são
AINEs (Ibuprofeno e Naproxeno) e corticoides.
- DIPIRONA: não é considerada AINE, mas é um analgésico e antitérmico. Crises dolorosas
leves a moderadas. Inibe fracamente COX 1 e COX 2, e inibe muito COX 3 (corno dorsal
da medula espinhal). Pode causar agranulocitose, muito usada no Brasil.
- PARACETAMOL: antitérmico e analgésico para dor leve a moderada, pode ser usado
para dores relacionadas a resfriados, dor de cabeça e dor de garganta. Potencialmente
HEPATOTÓXICO. Pode levar à falência hepática seguida de morte (e é vendido OTC).
VO: 1 cp de 500mg de 6/6h (dose máxima de 1g de 6/6h, ou 4000mg/dia) – não pode
exceder dose máxima pela hepatotoxicidade. Efeito de 15 – 30 minutos após adm e
permanece por 4 – 6h.
• AINEs: classe mais prescrita no CES!! Vamos usar para tratar casos em que há algum tipo
de inflamação como bursites, tendinites, lesões osteomusculares e etc.
(Nome do paciente)
Uso interno:
Dipirona 500mg............ 20 cp
Tomar 2 cp de 6/6h se dor.
Ibuprofeno 300mg............30cp
Tomar 2 cp até de 6/6h se dor.
Paracetamol 500mg..........20cp
Tomar 1 cp de 6/6 horas se dor.
- GIANINI, Reinaldo J. SOS ortopedia 2a ed.. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2020.
9786555760231. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555760231/.