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RESUMO DE ORTOPEDIA E

TRAUMATOLOGIA
MEDICINA UCS
Revisado pelo Prof. Dr. Gustavo Nora Calcagnotto

Acadêmicas: Maria Fernanda Bassani Nácul e


Patricia Bresolin de Souza – ATM 26/1
SUMÁRIO
Revisão anatomia mão............................................................... 3
Revisão anatomia ombro........................................................... 6
Revisão anatomia pé.................................................................. 8
Patologias membro superior.................................................... 11
Síndrome do túnel do carpo...................................................... 11
Tenossinovite dos flexores (dedo em gatilho)........................... 13
Síndrome de Quervain............................................................... 14
Cisto sinovial.............................................................................. 15
Ombro (bursite e ruptura Manguito)......................................... 15
Cotovelo..................................................................................... 17
Artrose........................................................................................ 18
Patologias membro inferior........................................................ 20
Coluna......................................................................................... 24
Introdução à traumatologia........................................................ 28
Fraturas expostas........................................................................ 30
Fraturas do membro inferior....................................................... 31
Fraturas do membro superior...................................................... 35
Síndrome compartimental........................................................... 39
Artrite séptica.............................................................................. 40
Fraturas em crianças.................................................................... 41
Maus tratos.................................................................................. 43
Urgências traumatológicas........................................................... 44
Luxação......................................................................................... 44
Fármacos na ortopedia................................................................. 45
Como fazer um receituário médico.............................................. 47
Bibliografia....................................................................................48

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REVISANDO ANATOMIA

1. MÃO
Ossos:

- Fileira Proximal (médio-lateral): pisiforme (anterior), piramidal (posterior), semilunar e escafoide.


- Fileira Distal (látero-medial): trapézio, trapezoide, capitato e hamato.

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Inervação Sensitiva:
PALMA:
● N. Ulnar: da face palmar do 5º dedo e metade do 4º dedo.
● N. Mediano: da região central e lateral da palma da mão, polegar, 2º e 3º e metade do 4º dedo.

DORSO:
● N. Radial: dorso da mão do polegar a metade do 4º dedo.
● N. Mediano: ponta do 2º e 3º dedo e metade do 4º dedo.
● N. Ulnar: dorso da mão 5º dedo e metade do 4º dedo.

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Vascularização:
A. Ulnar: - Passa no canal de Guyon junto ao N. Ulnar; é a artéria principal do arco palmar
superficial.

A. Radial: - faz anastomose com ramos da A. Ulnar para formar o Arco Palmar Superficial; é a artéria
principal do arco palmar profundo.

SÍNDROME DE
QUERVAIN

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2. OMBRO
- Articulação sinovial: realizam a comunicação entre uma extremidade óssea e outra, garantindo-
lhe movimento, e são compostas de cartilagem que revestem as extremidades ósseas,
ligamentos, líquido sinovial e cápsula articular. Nesse tipo de articulação, os ossos são unidos por
uma cápsula articular que reveste a cavidade articular. Essa cápsula articular é formada por uma
camada fibrosa externa que é revestida por uma camada serosa, a membrana sinovial.
A cavidade articular é o espaço potencial da articulação que contém um pequeno volume de
líquido lubrificante chamada de líquido sinovial que é secretado pela membrana sinovial. Bursas:
cavidades cheias de líquido sinovial.

Articulação
acromioclavicular é
sinovial plana

Processo coracoide: inserção distal do M. peitoral menor e inserção proximal


do M. coracobraquial e M. bíceps braquial cabeça curta

Tubérculo supraglenoidal: inserção proximal M. bíceps braquial cabeça longa

Tubérculo infraglenoidal: inserção proximal M. tríceps braquial cabeça longa

Cavidade glenoidal: articulação glenoumeral

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Embaixo do acrômio: Bursa. Não aparece na inspeção porque é coberta pelo M. deltóide. Entre
acrômio e cabeça do úmero.
❖ M. Deltóide: abdução do úmero. Inserção proximal: espinha e acrômio da escápula.
Distal: tuberosidade para o M. Deltoide no úmero
❖ M. Infraespinhal: rotação lateral + estabilização da articulação do ombro
❖ M. Supraespinhal: abdução do úmero + estabilização da articulação do ombro
❖ M. Subescapular: rotação medial + estabilização da articulação do ombro
❖ M. Redondo menor: rotação lateral + estabilização da articulação do ombro

❖ MANGUITO ROTADOR: composto pelos músculos: M. supraespinhal, M. infraespinhal,


M. subescapular e M. redondo menor. Função: estabilizar a articulação do ombro.

PLEXO BRAQUIAL:

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3. PÉ
Ossos:

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Inervação Sensitiva

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Vascularização:
A vascularização do pé é feita pelas artérias dorsal do pé e plantar, que são, respectivamente,
os ramos terminais das artérias tibial anterior e artéria tibial posterior.

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PATOLOGIAS MEMBRO SUPERIOR
Dor: dividir em síndromes dolorosas. Pode ser por:

✓ Trauma: + fácil de diagnosticar


- Fratura: perda da continuidade do osso
- Entorse: lesões dos ligamentos na região de articulações. Estiramento ou rompimento dos
ligamentos.
- Luxação: perda da congruência articular entre dois ossos. Deslocamento de dois ou mais ossos
com relação ao seu ponto de articulação normal
- Contusão: não afeta ossos ou ligamentos. É um problema que acontece de forma superficial,
afetando somente tecidos moles.
✓ Não trauma: + amplo. Dividir pela idade do paciente.
- Jovens: inflamatórias (ITES)
- Idosos: degenerativas (OSES)

MÃO

1. SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

O que é: compressão do N. Mediano ao passar pelo retináculo dos flexores, que causa
dor, parestesia, hipoestesia ou anestesia no polegar, 2º e 3º dedo e metade do 4º dedo. Com o
passar do tempo pode haver uma perda progressiva da coordenação e da força do polegar se a
causa da compressão não for aliviada.
- Queixa principal: formigamento noturno (parestesia) – hipoestesia.
* Dica: não é em toda a mão, e sim somente na parte inervada pelo N. Mediano, mais comum no
sexo feminino.

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Testes Diagnósticos:
PHALEN: principal para confirmar a síndrome. É realizado ao manter as mãos em posição fletidas
encostando o dorso uma na outra, por 1 minuto. Teste é positivo quando o paciente relatar
formigamento ou dor.

TINEL: realizado através da percussão sobre o N. Mediano, que irá disparar “choques”, positivo
se o paciente relatar dor ou formigamento.

DURKAN: realizado ao comprimir o N. Mediano por 30 segundos. O teste é positivo se houver


piora da parestesia ou se ocorrer parestesia na compressão

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Tratamento:
- Clínico: AINEs, órtese noturna, fisioterapia, se desencadeada por movimentos relacionados a função
ocupacional procurar trocar de função, se possível.
- Cirúrgico: abertura do canal dos retináciulos dos flexores.

2. TENOSSINOVITE DOS FLEXORES


“DEDO EM GATILHO”

“Dedo em gatilho”, inflamação do tendão, exame físico tem dor a palpação na região palmar no 4º
dedo e região palmar. Mais comum em mulheres.
Queixa principal: dedo dói e tranca. O que acontece: Flexor chega na base do dedo e entra nas polias,
ali faz atrito e aumenta de tamanho e dói. Espessamento ou nódulo dentro do tendão; quando
localizadas no local da primeira polia anelar, o espessamento ou os nódulos bloqueiam extensão ou
flexão suave do dedo. O dedo pode travar em flexão ou “engatilhar. Geralmente tem uma causa,
algum movimento que faz isso acontecer; se não mudar não vai parar.
TTO: parar com movimento que causa isso, AINE, infiltração de corticoide, cirurgia para abertura da
polia.

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3. TENOSSINOVITE ESTENOSANTE: SÍNDROME DE
QUERVAIN

É uma inflamação que provoca dor no punho, borda radial, comum em mulher com recém-
nascido, estando associada a sobrecarga diária de atividades com o punho. O diagnostico prévio
é tendinite com uso de AINE e sem melhora. Local: 1º compartimento dorsal do punho por onde
passam o tendão do M. Abdutor longo e tendão do M. Extensor curto do polegar (precisa ser
no 1° compartimento para ser Quervain). Dor na extensão e flexão forçada do polegar. Queixa
principal: forte dor no punho, bordo radial, e no polegar.
TTO: AINE, corticoide, imobilização, fisioterapia, cirurgia. O que resolve é corticoide ou cirurgia.
O teste diagnóstico é: Teste de Filkesntein, no qual o paciente deve colocar o polegar na palma
da mão e fechar os outros dedos sobre ele, ao fazer o movimento da articulação do punho em
direção ao dedo mínimo, desvio ulnar, o paciente sentirá dor.

Na mão, também podemos ter a Síndrome compressiva: N. Ulnar, compressão do N. Ulnar, no


canal de Guyon.

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4. CISTO SINOVIAL
Queixa: tumoração no dorso da mão, dor e mobilidade do punho normal.

Causa indefinida. Evaginação da cápsula articular. Mais comum em mulheres.

Diagnóstico: Rx (ossos) e eco (partes moles).


Patologia intra-articular.
O cisto não passa do limite dos ossos do carpo.
TTO: é benigno, não precisa operar, tratar as crises. Talas e AINES. Cirurgia em casos
extremos: cistos muito grandes, sintomas refratários, crianças. Ele desaparece sozinho.

OMBRO

1. BURSITES E TENDINITES
BURSA: é um espaço virtual que se transforma em espaço real quando há processo inflamatório
ou infeccioso, tem como função diminuir o atrito entre os ossos.
Dor mais frequente no ombro: face lateral do braço (Tendão da cabeça longa do M. bíceps,
Bursa, tendões dos músculos que compõem o manguito rotador), causada por movimentos
repetitivos de elevação e força na articulação do ombro.
Ex: Feminino, 35. Trabalhadora empresa metal-mecânica, movimentos repetidos de elevação do
ombro. Dor ++ irradiada na face lateral, piora à noite (pois diminui o cortisol), mobilidade
preservada.
Ao exame físico, testes diagnósticos:
- Teste de elevação + (dor ao elevar braço. Inflamado dentro do ombro, quando faz elevação vai
doer, reproduz a dor).

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- Teste Hawkins-Kennedy (rotação interna): joga cabeça do úmero contra o acrômio.

- Hipótese: Bursite, tendinite


Músculos do manguito rotador abraçam o úmero, se está numa cirurgia não pode ver a cabeça
do úmero, se ver é porque está rompido.
Não diferencia bursite e tendinite porque Bursa e tendões estão muito próximos, mesmo
tratamento.
TTO: “pacote” anti-inflamatório (AINEs – diclofenaco, nimesulida, cetoprofeno), analgésico, pode
associar anti-inflamatório esteroide (corticoide), fisioterapia, mais importante é mudança de
função (o movimento que está inflamando o manguito, muita abdução, elevar braço).
Diagnóstico diferencial: se fosse uma compressão cervical, os testes de indução de dor seriam
negativos, porque o problema não estaria ali, e sim na coluna cervical.

2. RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR

Retirando o músculo deltoide, não há como ver a cabeça do úmero pois está envolta pelos
tendões do manguito. No jovem, pode ter a Síndrome do Impacto que é a lesão de bursa e
tendão. Com a idade o tendão vai degenerando causando impotência funcional, dor, até ruptura
do tendão do manguito. Manguito inflamado, se continua sofrendo com impacto do movimento
(faz movimento e tem dor, faz movimento e tem dor), vai se degenerando (chega aos 60 e tem
perda de força, há degeneração). A degeneração não é apenas de cartilagem, manguito também

Na RM = Tendinose (ainda não está rompido, depois podem aparecer áreas de ruptura):
manguito já está degenerado, por inflamação crônica, mesma doença só que em outra fase. Mais
idade, mais degeneração. Ruptura começa no supra e vai para infra.
- Hipótese diagnóstica: Paciente acima de 40-50 anos, impotência funcional, dor +, sintomas
prévios, trauma → ruptura manguito.
- TTO: pacote anti-inflamatório, corticoide, fisioterapia, mesmo rompido (ruptura pequena não
precisa operar – 0,7mm). Porém, lesões grandes (2-3 cm) ou que não respondem ao tto
conservador, precisam ser tratadas com cirurgia (artroscopia).

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COTOVELO

1. EPICONDILITE
Processo inflamatório nos epicôndilos por processos
repetitivos, lesão entre o osso e o tendão por sobrecarga.
Sem limitação do movimento e dor a palpação, se tiver
limitação, rigidez, pode ser degenerativo.
➢ Epicôndilo lateral dos extensores é Epicondilite do
“tenista”;
➢ Epicôndilo medial é epicondilite dos flexores, do
“golfista”.
TTO: AINE, analgésico, corticoide, gelo, órtese e
fisioterapia. Identificar a causa e mudar o gesto
temporariamente.

A dor é por sobrecarga de movimento (tênis,


trabalhador...). Ocorre um processo inflamatório e degenerativo na inserção dos tendões
(inflamados ou lesados). Se não mudar a atividade, dor não vai melhorar.
- Exame físico/ Testes diagnósticos: dor à palpação no epicôndilo lateral e antebraço. Mobilidade
normal. Dor bem pontual.
➢ Teste de Cozen (extensão contra a resistência): dói na inserção do extensor curto
radial do carpo.

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ARTROSE
• Osteoartrose:
- Doença articular degenerativa, artropatia que leva a alteração da cartilagem hialina, início
na 2° ou 3° década de vida, mas sintomas aparecem geralmente aos 70 anos.
- Primária (idiopática): não identifica a causa.
- Secundária:
1. anormalidades congênitas (pé torto congênito, tálus menor, desvio diferente, consegue
tratar com correção mas nunca vai ser um pé normal, vai ter menos força, mais chance de
desgaste);
2. defeitos genéticos (síndrome de Down = hiperfrouxidão ligamentar, articulações bem
flexíveis, algumas articulações trabalham num plano diferente do projetado. Síndrome de
Marfan, Síndrome Ehler-Danlos);
3. doenças infecciosas (infecção no sistema musculoesquelético é bem grave, geralmente
precisa de cirurgia, uma doença bem comum é artrite séptica – infecção dentro da articulação,
tem que tratar rápido);
4. doenças reumáticas (artrite reumatoide, autoimune contra membrana hialina, cartilagem
começa a ser destruída, pode ter artrose em qualquer articulação);
5. trauma (fratura da articulação ou fratura consolidou com desvio, força articulações
adjacentes a trabalhar em um plano que não é o ideal)
- Artrose primária generalizada:
- Nódulos na interfalangiana proximal = nódulos de Bouchard e nódulos na interfalangina distal
= nódulos de Heberden. Nódulos são causados pela calcificação da cartilagem articular
(osteófitos);

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- Artrose na coluna – discopatia;
- Diminuiu espaço e faz bico de papagaio na frente = osteófitos;
- Articulações zigoapofisárias;
- Rizartrose: articulação primeiro metacarpo com trapézio;

- 1° articulação metatarsofalângica do pé;


- Quadril e joelho (gonartrose).
- Sinais e sintomas: dor, rigidez matinal, diminuição do movimento articular, deformidade
- Diagnóstico: clínico! Excluir outras doenças. Para ajudar, Rx da articulação sintomática →
diminuição do espaço articular (onde teria cartilagem articular, degenerada pela artrose. Pode
até ter colapso, osso encosta no outro), sem a cartilagem aquela área vai sofrer hiperpressão não
tendo mais o amortecimento da cartilagem e isso faz com que o osso fique mais denso (esclerose
do osso subcondral), osteófitos (bico de papagaio), cistos.
- TTO: doença progressiva e imprevisível (evolui rápido ou lentamente). Tto conservador,
melhora sintomas, mas doença evolui de qualquer forma.
- Reabilitação, fisioterapia (modificação das atividades diárias, exercícios de alongamento e
reforço muscular, diminuir sobrecarga na articulação);
- AINEs, corticoide de depósito intra-articular (duração variada, não resolve);
- ácido hialurônico (principal componente do líquido sinovial);

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- Condroprotetores (sulfato de condroitina, glucosamina – não curam, não voltam a formar
cartilagem diminuem processo inflamatório e tem menos efeito colateral do que anti-
inflamatório);
- Se não melhora com tratamento clínico, faz tratamento cirúrgico (osteotomia, artroplastias
– próteses, artrodeses - trava articulação, fusiona, alivia a dor, mas perde movimento, enxerto
de condrócito)

PATOLOGIAS MEMBRO INFERIOR

QUADRIL/JOELHO/PÉ

ARTICULAÇÕES QUADRIL: sacro ilíaca, sínfise púbica e fêmoro acetabular. Queixas de dor ou
claudicação são as mais comuns.
1. Displasia quadril: mais comum em meninas, luxação ou instabilidade da articulação coxo
femoral. Teste de Barlow e Ortolani. TTO é até 6 meses suspensório de Pavilik, De 6 a 12
meses gesso pélvico.
2. Bursite trocantérica: doença inflamatória, dor localizada, tto com AINE e repouso.
3. Gonartrose (artrose do joelho): Acomete 60% homens e 70% mulheres acima dos 65
anos. Quadro clínico: Dor a mobilização e aos esforços, crepitação, derrame articular de
repetição. TTO: reabilitação, controle do peso corporal, AINEs, tratamento cirúrgico
(osteotomia).
4 SINAIS GONARTROSE NO RAIO X
1 REDUÇÃO ESPAÇO ARTICULAR
2 OSTEÓFITOS (bicos de papagaio)
3 CISTOS
4 ESCLEROSE SUBCONDRODAL (osso mais denso mais branco).

4. Osteocondrite Dissecante: É uma condição adquirida de etiologia desconhecida,


caracterizada pela necrose focal do osso subcondral de articulações. A importância do
diagnóstico precoce desta entidade deve-se ao potencial de cura espontânea num
momento inicial. Ocorre geralmente em adolescentes e adultos jovens do sexo
masculino, sendo o joelho o local mais acometido, seguido pelo tálus. Local mais
acometido é parte lateral do côndilo femoral medial)
5. Tendinite patelar: joelho do saltador, excesso ou erro de treino causando sobrecarga do
tendão patelar. Dor na inserção proximal junto ao polo inferior da patela, piora a dor com

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atividade. Não se deve infiltrar se não o tendão vai romper!! Dor a palpação. TTO:
repouso, fisioterapia, AINE.
6. Cisto de Baker: Benigno. Inchaço na fossa poplítea.
Região póstero-medial do joelho. Procurar causa.
Trata doença de base e cisto some, não precisa retirá-
lo. Associado à osteoartrite ou lesão meniscal na
maioria das vezes, não precisa de cirurgia para retirá-
lo.
7. Fasceíte plantar: geralmente em mulher, obesa com
início insidioso, com dor matinal, dor ao levantar em longos períodos sentados. Exame
físico: dor a palpação da inserção e região medial da fáscia plantar, sem perda de força e
sensibilidade, sendo um processo inflamatório local, raio X pode mostrar esporão do
calcâneo (calcificação da fáscia) que não é a causa da dor, os diagnósticos diferenciais
incluem: S. túnel do tarso, disfunção do tendão tibial posterior, ruptura da fáscia e fratura
de estresse do calcâneo.

TTO: palmilha, anti inflamatório, fisioterapia, perda de peso, órtese noturna,


alongamento, o corticoide pode romper a fáscia.

Esporão calcâneo. Não


precisa de cirurgia para
retirá-lo, não é a causa
da fasceíte.

8. Lesão do Tendão de Aquiles (tendão calcâneo): 3 ou 4 músculos, M. gastrocnêmio, M.


plantar delgado, M. Solear, Tríceps Braquial. Sendo mais comum em homens e
sedentários (perfil: homem 30-50 anos, obeso, sedentário que vai fazer “exercício no fim
de semana”, atividade física ocasional). A causa pode ser: direta: laceração ou trauma, e
indireta: estresse e degeneração que é a mais comum. Região média é a área mais
rompida, onde o tendão tem menor vascularização. ¼ dos pct que rompem um lado,
terão ruptura do lado oposto.

- Doenças reumáticas, infecções, infiltrações com corticóides (infiltrar tendão é pedir


para ele arrebentar!!! Tendinite não se infiltra tendão nunca), quinolonas
(Ciprofloxacino) pode aumentar o risco de ruptura.
Paciente vai relatar dor aguda na região posterior da perna, como um chute, pedrada ou
estouro. Perda de força na flexão plantar. Exame físico palpação de uma falha no tendão.
Teste de Thompson: joelho em 90° e aperta panturrilha, se tendão estiver rompido pé
não vai se mexer; tendão integro pé se mexe.

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Não precisa de exame de imagem na maioria das vezes. Pede quando diagnostico é
duvidoso, 2 semanas, hematoma, edema... depois de 3 semanas é crônico. Melhor
exame, caso necessário, é a RM

TTO: 1. conservador em idoso, sedentários, saúde precária, doença sistêmica, pele sem
condições (vasculopatia)
2. cirúrgico: diagnostico tardio. TTO clinico pode ser feito em qualquer paciente desde
comece nas primeiras 24 horas. Esperou, perda de força. Uma semana reduz qualidade
dos resultados. Pacientes jovens, praticantes de atividade física. Mais comum é fazer
sutura direta

9. Halux valgus – Joanete: subluxação do 1 º articulação metatarso falange com desvio


lateral do hálux. Principalmente em mulher com mais de 30 anos. Fator extrínseco o
sapato (salto alto, bico fino), para prevenir é melhor usar sapatos de caixa maior. Fator
intrínseco pode ser genético, pé plano, tamanho 1º metatarso, frouxidão ligamentar, tem
dor na eminência medial, calos e deformidades.

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Teste de McBride: teste para ver se a articulação está ou não rígida, pois com o tempo
pode ter artrose. Paciente em pé, realiza-se força de forma passiva na borda lateral do
hálux, deslocando para o sentido medial. Desse modo, se o hálux se mantiver estável e
alinhado com o primeiro metatarso, não ocorre força de retração de partes moles sobre
ele. Do contrário, o hálux apresentará retração significativa, podendo comprimir o
segundo dedo.

TTO: modificar o calçado e medicamento para dor, para modificar deformidade só por cirurgia
(manobra de Chevron).

10. Neuroma de Morton: Tumoração no N. Interdigital plantar, síndrome compreensiva,


ligamento metatarsal transverso, mais comum entre 3° e 4° dedo (3° espaço
intermetatarsal). Pode ser bilateral e é raro que ocorram neuromas concomitantes em
mais de 1 espaço. A causa é o sapato apertado, pode ser morfológico, compressão ou
trauma, sendo mais comum em mulheres. Paciente relata queimação, parestesia, dor
intermetatarsal, aumento da dor com atividade.
Exame físico: procurar desvio dedo, analisar gordura plantar e verificar se dor não é na
cabeça do metatarso. Palpação. Teste de Mulder: comprimir pé e sentir estalido com dor,
dedo dá uma saltadinha. Pressão é feita na cabeça dos metatarsos. Em caso positivo, o
paciente apresenta dor, estalidos e até parestesia.

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TTO conservador (diminuir salto, usar palmilha, suporte metatarsal), infiltrações (60%
evoluem para cirurgia) e/ou cirurgia (neurólise e excisão – diversas vias); sensibilidade
diferente após cirurgia

COLUNA

Dividido em dores e deformidades.


N. ciático sai das raízes nervosas de L4, L5, S1, S2 e S3, passa na região glútea entre o M. Psiforme
e se divide na parte posterior da coxa em N. Tibial (posteriormente) e N. Fibular comum, que irá
inervar a perna (se divide em Superficial – vai para parte lateral da perna e Profundo que vai para
parte anterior da perna).
Disco vertebral é formado por um anel fibroso e núcleo pulposo. Se o disco rompe ele vai para o
canal medular provocando compressão da raiz nervosa, sendo uma dor irradiada sem dor a
palpação.
DORES:

• Lombalgia (dor nas costas):


- 90% benigna, maioria dor por sobrecarga, postural, mecânico-postural, sedentarismo.
- Má postura, sentar torto, fazer exercícios errados na academia, excesso de peso.
- Causa da sobrecarga descobre na anamnese.
- Os outros 10% (mais raro), aí sim é doença (tumor, aneurisma da aorta, por exemplo).
- Pode ser doença degenerativa, desgaste, (+ idade = + chance), >40-50 anos. Artrose.
Desgaste das articulações ou disco. Se é dor à flexão=disco, se é dor à extensão=articulações
posteriores.

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- Discopatia
- SINAIS DE DEGENERAÇÃO: diminuição dos espaços (normal é disco branco), osteófitos (bico
de papagaio), esclerose subcondral (+branco), cistos – RX.

- Músculo, ligamento, disco, tudo isso pode doer.


- Lombalgia pode dar dor irradiada para nádega, mas dor ciática não é na nádega porque N.
isquiático vai para perna, não para a nádega. Dor ciática para baixo do joelho!
- TTO: correção do fator desencadeante, AINE/analgésico, repouso, fisioterapia, prevenção
com atividade física e pilates (trabalha musculatura abdominal e dorso)

- Lombociatalgia (dor ciática)


- Dor ciática = sentida na perna (dermátomos L4, L5, S1, S2, S3) = principal causa é HÉRNIA DE
DISCO (migração do tecido normal do disco para fora do corpo vertebral causando compressão
em raízes nervosas, RM padrão ouro). Hérnia de disco é comum em pacientes mais jovens.
- Analisar dermátomos. Compressão da raiz de L4, terá dor na face interna da perna. L5, face
lateral. Compressão de uma raiz unilateral é o comum.
- Dor ciática: disco anel fibroso dentro tem núcleo pulposo. Se a dor mudou, disco quer era
doente arrebentou, comprime raiz nervosa.
- No exame físico, na palpação não vai relatar dor porque é uma dor irradiada. Se há dor à
palpação, dor tem origem na perna. Mais famoso ciático porque o nível da coluna que mais sofre
carga, é L4-L5 = origem N. isquiático. Mais comuns hernias em L4-L5 e L5-S1
- Teste de Lasegue: elevação passiva da perna vai reproduzir os sintomas. 30-60° vai tracionar
raiz e vai referir dor irradiada na perna. Lasegue + = lombociatalgia = 95% casos é hérnia (5%
tumor, infecção...).

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- Exame físico e história típica de dor ciática + Lasegue postivo, até que se prove ao contrário é
HÉRNIA DE DISCO.

- Dor de origem discal é na flexão e a dor de origem nas articulações é na extensão.


- TTO: precisa de RM (ideal). Repouso + AINE/corticoide + analgesia + fisioterapia. A maioria não
precisa operar (apenas 15%), opera nos casos refratários.
- No membro superior: cervicobraquialgia (C5 pode causar a dor no ombro, sem evidencia na
palpação). Na mão pode ser C6 ou C7

DEFORMIDADES:
ESCOLIOSE para o lado, CIFOSE para frente (corcunda), LORDOSE

Fisiológico: Lordose cervical, Cifose torácica e Lordose lombar.

- ESCOLIOSE: no plano frontal, curvatura lateral, acima de 10º é patológico, começa na infância, progride
no estirão, o teste é a inclinação para frente (Teste de Adams – inclinação frontal), fazer uma triagem
acompanhando o crescimento, ver assimetria ou simetria analisando altura dos ombros, escápulas, pelve,
flexão de tronco, TTO é com colete com 3 pontos de fixação, nem todos trata. Cirurgia com fixação.
Escoliose congênita: tto sem colete, sempre cirúrgico, acompanhamento antes da cirurgia é com Raio x a
cada 6 meses.

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Há 3 fases para o tratamento de escoliose: observação seriada (mais comum), órtese

(esqueleto imaturo), correção cirúrgica (curvatura > 45, 50 graus).

Idiopática infantil: corrige 1 ano de vida, progride 100% em 10 anos, mais comum meninos, pode causar
disfunção TR e TGI.

Idiopática Juvenil: meninas mais é comum.

Idiopática adolescente: mais comum meninas, problema ortopédico social.

Diagnóstico precoce é essencial!!!

HIPERCIFOSE: mais frequente, desvio no plano sagital, o normal é de 20 a 40º, também usa o teste da
inclinação para frente e teste de corrigir postura para ver se cifose é postural (flexível) ou rígida (doença).

A Doença de Scheuermann não é corrigida ativamente, deformidade nas vértebras, e em exames aparece
deformidade das vértebras, pode ter dor. História familiar.

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INTRODUÇÃO À TRAUMATOLOGIA
O osso é a alavanca do movimento, armazena cálcio, fósforo e outros minerais, no seu
interior encontramos a medula óssea, responsável pela produção das células do sistema imune,
além de proteger os órgãos internos.
Remodelamento: osteoblasto – osteócito – osteoclasto
O osso longo é dividido em: placa epifisária (crescimento longitudinal), epífise (porção articular),
metáfise (porção de deposição de osso novo) e diáfise (“meio”).
➢ Em fraturas a circulação interna é danificada, o chamado Endosteal. Circulação
periosteal é a circulação externa.

O que é uma Fratura: é a perda da continuidade óssea, com separação em dois ou mais
fragmentos após um trauma. Podendo ocorrer: dor, perda de função (não é do movimento, se
perde movimento pode ter lesão de ligamento ou nervo), deformidade (pode ou não estar
presente).

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TIPOS DE FRATURAS
➢ Podem ser completas ou incompletas;
➢ Fechadas ou abertas;
➢ Podem ser em adultos e crianças: transversa, longitudinal, oblíqua, asa de
borboleta(triangular), espiral, cominutiva, segmentar;
➢ Exclusivamente em crianças: Torus e galho verde.
➢ Redução: incruenta: quando não se tem acesso direto ao osso, cruenta: com
acesso direto ao osso para o alinhamento (cirurgia).

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FRATURAS EXPOSTAS
É a ruptura da pele e tecidos moles, levando a comunicação do hematoma com o meio interno e
externo.
➢ Objetivo é evitar maiores danos ao paciente, evitando infecções, reparar os tecidos moles
e osso e recuperar as funções.
➢ Anamnese: tipo acidente, local, tamanho, grau de contaminação, não expor o ferimento;
➢ Iniciar com avaliação neurovascular, administrar analgesia EV e antibioticoterapia, aplicar
vacina antitetânica, fazer limpeza do local de forma grosseira e solicitar RX para avaliar
próxima conduta;
➢ Qual o grau de lesão da parte mole, grau de contaminação, o tipo da fratura:
Classificação Gustillo e Anderson:
- I: menor que 1 cm, tem pouca infecção e lesão

- II: 1-10 cm de lesão, contaminação moderada

- III a: >10 cm, contaminação maior, consegue cobrir lesão

- III b: >10 cm, contaminação maior, não consegue cobrir lesão, perda de partes moles

- III c: lesão vascular, precisa de reparo para evitar amputação

➢ Fixação das fraturas: reestabelecer a função imediata com um suporte até a consolidação
do osso. Pode ocorrer necrose, o calo ósseo primeiro tem que fixar o osso, estabilizar sem
movimento e após forma o calo tendo uma estabilidade relativa.
➢ Tto: gesso, (sempre uma articulação antes e outra depois da fratura), hastes
intramedulares são padrão para fixar ossos longos, não previne o encurtamento, porém
possibilita o paciente voltar antes as atividades.

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FRATURAS DO MEMBRO INFERIOR
➢ Geralmente após queda ou acidente de alta intensidade.

1. QUADRIL: abertura de sínfise púbica (Livro aberto), uma fratura perigosa, pois pode
ter sangramento de toda a volemia e levar o paciente a morte.
• Palpar as espinhas ilíacas anterossuperior e comprimi-las e assim observar se a
instabilidade;
• Observar hematomas na região vaginal e escroto (Sinal de Destot), sangramento
gastrointestinal, geniturinário e lesão neurológica (nervos).
• Logo, se tem sangue na uretra, NÃO PODE SONDAR.
• Solicitar Raio X: AP Inlet e outlet
• Tto: tratar a hemorragia, estabilizar a fratura (generalista faz com lençol – tto primário);
o tto definitivo quem faz é o traumatologista.

INLET OUTLET

2. FÊMUR: queda própria altura (idoso), dor no local, rotação externa da perna, observar
quando a perna estiver encurtada (fratura proximal do fêmur), paciente pode
deambular, é mais comum em mulheres pelo fato da osteoporose.

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Tipos:
- Colo fêmur: Geralmente idosos, osteoporose (não acontece no fêmur normal). Fêmur não trata
com gesso, sempre com cirurgia (devido às possíveis complicações clínicas). Ao tratar, fazer com
que volte a vida normal o mais rápido possível. Necrose da cabeça do fêmur! Toda circulação
vem do colo, é necessário fixar a fratura logo para não ter necrose. Em pct jovem faz fixação, e
pct idoso faz artroplastia. Não faz prótese em paciente jovem porque tem tempo de duração, ela
se desgasta com o tempo e sempre é melhor o osso próprio! Porém, quando acontece necrose
aí sim é necessária a prótese.

- Intertrocantérica: Não tem necrose. Geralmente em pacientes mais velhos, mais em mulher
pela osteoporose. Pessoas mais jovens com fratura intertrocantérica, cirurgia em menos de 48
horas. Nunca faz prótese, pois corta a incisão dos músculos. Reduz e fixa a fratura. Tem maior
rotação e encurtamento do MI. Tto é cirúrgico com haste, placa e parafuso.

Não existe tto conservador em lesão de fêmur, sempre é cirúrgico.


OBS.: mortalidade em idosos devido a fratura de fêmur = A causa da mortalidade é o
tromboembolismo pulmonar, que se caracteriza como um coágulo, localizado na veia da
perna, que se solta pela corrente sanguínea e chega até o pulmão do paciente. Paciente
imobilizado por muito tempo aumenta o risco de trombose. Por isso é importante que volte a
vida normal o mais rápido possível.

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3. ENTORSE DE JOELHO: após rotação do joelho, quando o movimento articular excede
o seu limite fisiológico, ocasionando uma sobrecarga dos ligamentos e cápsula
articular. Pode ocorrer praticando esportes, trabalhando ou até mesmo em uma
caminhada (porém mais difícil).
➢ Realizar o Raio-X para descartar uma fratura
➢ Pode estar lesionado: os ligamentos cruzados, os ligamentos laterais e o menisco.
➢ Realizar a imobilização de Jones e seguir o protocolo PRICE (proteção, repouso, gelo,
compressão e elevação). 1 semana depois examina, não dá para examinar na fase
aguda por causa da dor.
➢ O melhor exame: ressonância (ligamentos), tto: artroscopia/reconstrução ligamentar.
Porém, na maioria dos casos não é cirúrgico.

Testes diagnósticos:
- Teste de Mc Murray – joelho a 90° rotação interna e externa da tíbia, indica lesão no menisco
se paciente relata dor

- Teste da Gaveta: Testa o ligamento cruzado anterior e posterior.

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4. TÍBIA: fraturas resultantes de acidentes de alto impacto ou até mesmo no esporte.
➢ Atentar para vascularização, nervos, contaminação (exposta), síndrome compartimental;
➢ Antibiótico terapia como profilaxia, vacina do tétano, não suturar as lesões, realizar um
curativo limpo;
➢ Exposta: cirurgia para lavagem, desbridamento, remover corpos estranhos, estabilizar a
fratura, imobilizar com o devido alinhamento, porém cuidar o comprimento, fixadores
externos para evitar risco de infecção, em até 3 semanas pode ser trocado o modo da
fixação.
➢ Não exposta: redução incruenta e gesso (hipotrofia), (ângulo aceitável de 5º -10º e
diferença de 1-2 cm de encurtamento).
➢ Cirurgia: para reconstruir tecidos e ossos, tendo como desvantagem o risco de infecção e
como vantagem causa menos atrofia e rigidez e menor tempo de recuperação.

5. ENTORSE DE TORNOZELO: geralmente causa é lesão ligamentar – laterais, talofibular


anterior e posterior e calcâneo. Paciente sente dor, tem diminuição no movimento,
edema, inchaço e as vezes não consegue caminhar, sensação de ruptura ou som de
ruptura.
➢ A frequência é: 1º FTA (fibulo-talar anterior); 2º FTA e FC (fíbulo calcâneo) e FTP (fíbulo
talar posterior) é menos comum, podemos ter associado a fratura do 5º metatarso,
calcâneo e tálus.
➢ Pode ocorrer: 1. Ruptura de ligamentos, 2. Fratura
➢ Solicitar Raio-X AP e Perfil para descartar fratura

➢ Classificação Jakson: Grau I: leve, pouca dor, edema, sem instabilidade; Grau II: moderado
e tem frouxidão com edema, Grau III: grande edema, dor e instabilidade.
➢ Tto: nunca será cirúrgico, tratar sempre no início, imobilizar, iniciar carga precoce com
proteção, reabilitação, se instável em 3-6 semanas realizar fisioterapia para
fortalecimento. Importante tratar bem no início, assim nunca será cirúrgico. Imobilizar é
essencial (gesso ou tala) e PRICE (proteção – repouso – gelo – compressão – elevação).
➢ Só irá realizar cirurgia o paciente que não tratou adequadamente e tem entorses de
repetição.
➢ O tornozelo irá quebrar quando o ligamento for mais forte que o osso (maléolo),
geralmente ocorre mais em mulheres tabagistas, osteoporose.

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➢ Tto com cirurgia, acima dos 50 anos, menor imobilização, menor atrofia e aderência
intraarticular, menor consolidação viciosa, se faz osteotomia para reposicionar o osso.
As fraturas podem ser segundo a classificação de Danis Weber:
Tipo A: infrasindesmótica - cirurgia
Tipo B: transindesmódica - cirurgia
Tipo C: suprasindesmódica – tto conservador
➢ Quanto mais anatômico, melhor o tratamento. Melhor é tto cirúrgico, menos risco de
consolidação viciosa (errada), atrofia muscular e menos imobilização.

FRATURAS DO MEMBRO SUPERIOR

- Traumas de extremidades raramente tem risco de vida, o risco será imediato se houver
hemorragia, esmagamento, fratura exposta grave, instabilidade hemodinâmica.
➢ As fraturas de MS podem apresentar: dor, edema, equimose, limitação funcional, e se
graves podem apresentar alterações neurológicas e vasculares.

1. Fraturas de punho: tem dor e edema, deve-se realizar Raio-X que pode mostrar o local
da fratura, podendo ser: epífise distal, “metáfise”, extra articular (não “pega”
articulação), pouco deslocada ou com desvio dorsal.

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➢ Tto: se não for urgência, imobilizar (provisório) para não piorar o desvio, diminuir a dor
(medicação), fazer exame neurovascular (N. Mediano, N. Ulnar e N. Radial), testar a
sensibilidade e a parte motora, na vascular verificar a temperatura, pulso e cor. O tto
definitivo é o ortopedista quem faz.
➢ Conduta no PS: Raio X, imobilizar para não piorar desvio e gerar mais dor e lesões de
partes moles, analgesia, exame neuro vascular (N. mediano parte sensitiva dos dedos e
motora da região tenar. Coloração, temperatura, enchimento capilar, pulsos).
➢ Fraturas de punho são prevalentes em adolescentes, mulher idosa, sendo a Fratura de
Colles (adulto, na criança não tem esse nome) mais comum (metáfise distal do rádio
com desvio dorsal). O tto é conservador (gesso) quando não há deslocamento e sem
desvio, na fratura desloca faz-se a redução incruenta e imobiliza, e só é cirúrgico quando
a fratura for instável maior de 20% e idade maior de 60 anos.
➢ Mão em Gota: acomete N. Radial.

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2. Fraturas de Antebraço: queda, trauma com rotação, torção, ocorre quando a quebra na
diáfise, os dois ossos.
➢ Raio X AP e perfil,
➢ Conduta: neurovascular, imobilização provisória, analgesia, é uma fratura instável, por
ser uma região com muitos músculos a redução deve ser cirúrgica, cruenta.
➢ Tto: se deslocada faz cirurgia, se não for ai faz tto conservador com imobilização.

3. Fraturas de Úmero: geralmente fratura completa, no terço médio,


➢ Atentar para a avaliação neurovascular: N. Radial passa na loja posterior do braço e
antebraço.
➢ Tto é semelhante ao do punho, depende da gravidade da lesão (nem todo caso é
cirúrgico):
- Leve: imobiliza
- Grave: cirurgia, se for fratura bilateral, politrauma, paciente obeso, são indicativos de
cirurgia.

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➢ A complicação da fratura, como comentado, é a lesão do N. Radial. Os tipos de lesão no
nervo podem ser:
- Neurotimese: nervo cortado, faz a cirurgia para ligar o nervo, porém não é 100% que
volta ao normal;
- Neuropraxia: anatomicamente integro, perde a função temporariamente, pois houve
compressão do nervo;
- Axoniotimese: lesão parcial do nervo, rompe algumas fibras.

4. Fraturas de clavícula: facilmente reconhecida, e é benigna. A mais comum é no terço


médio, ocorre por queda sobre o MS. O tto é conservador com tipoia de 4 a 6 semanas,
se estiver deslocada mais de 2cm o tto é cirúrgico. Atenção, por ali passam fascículo
medial, lateral e posterior, A. subclávia, pulmões estão perto. Trauma de alta energia,
estruturas importantes estão perto.

TRAUMAS DE ALTA ENERGIA: cuidado! Pode ocorrer fratura nos arcos costais superiores, lesão
no plexo costa, braquial e lesão vascular, e o mais grave: lesão pulmonar.

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SÍNDROME COMPARTIMENTAL
É uma urgência! Com o trauma a pressão intracompartimental aumenta e compromete a
circulação e a viabilidade dos tecidos. Pode ocorrer nos traumas com ou sem fratura. membros
são delimitados por compartimentos, separados por fáscias. A síndrome compartimental é o
aumento da pressão dentro desses compartimentos, por conta de edema. As fáscias não são
muito elásticas, e chega um ponto que o edema não tem para onde expandir, comprometendo
a perfusão e viabilidade dos tecidos (isquemia, pressão compartimental excede a pressão capilar
normal, capilares colabam, assim sangue não consegue mais chegar para perfundir membro).
Causa mais comum: fratura (cotovelo em crianças, pernas – ossos longos)! Inflamação local
gerada pelo trauma gera edema, que gera aumento de pressão e não tem para onde fáscia
expandir. NÃO É UMA INFLAMAÇÃO.
➢ TRAUMA – EDEMA – AUMENTO DA PRESSÃO – TAMPONAMENTO DA MICROCIRCULAÇÃO
(há pulso, mas não chega sangue suficiente nos músculos).
➢ Dor progressiva e espontânea, com analgesia insuficiente, edema, diminuição da
sensibilidade, diminuição da força, “dor que dói parado”. Dor isquêmica.
➢ 5 sinais: dor (piora), parestesia, paralisia, palidez, ausência ou diminuição de pulso.
➢ Tto: fasciotomia de urgência (descompressão).
➢ Isquemia muscular: tolerável até 4h, irreversível após 8h.
➢ Isquemia nervo: tolerável até 1h, neuropraxia a partir de 4h, irreversível após 8h.
➢ Atenção aos pacientes que não referem dor!!! Intubados, DM.

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ARTRITE SÉPTICA
É uma infecção no líquido e tecidos de uma articulação, geralmente causada por bactérias, mas
ocasionalmente, pode ser por vírus ou fungos. Dor no joelho: paciente nega trauma, tem dor,
calor e edema no local: artrite séptica.
➢ Pode ocorrer isolada ou associada com osteomelite;
➢ Pode ser hematogênica ou inoculação direta – sendo Staphylococcus aureus, bactéria do
grupo dos cocos gram-positivos que faz parte da microbiota humana (pele), a mais
comum.
➢ Geralmente vai ter pus – tem que retirar
➢ Nas crianças é comum
➢ Um membro edemaciado, doloroso + calor e outro normal, não consegue caminhar
direito. Sinais sistêmicos de infecção.
➢ Diagnóstico: hemograma, ecografia irá mostrar liquido (inespecífico), cintilografia,
realizar a ARTROCENTESE (suspeita de artrite séptica é a única desculpa para puncionar uma
articulação) para tirar o líquido/pus através de uma punção – cultura.
➢ Tto: somente iniciar com ATB após punção, fazer o antibiótico empírico e depois avaliar
o resultado da cultura.
PUNÇÃO – ANTIBIÓTICO EV – DRENAR
Fica esperto: criança mancando – examinar quadril, pois a dor pode ser referida no joelho,
tendo risco de necrose avascular na cabeça do fêmur.

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FRATUAS EM CRIANÇAS
Crianças na traumatologia são consideradas até os 12 anos. Na maioria das vezes, fraturas em
crianças não precisam de cirurgia, somente redução incruenta e gesso, pois tem a cartilagem
epifisária para “corrigir” o osso. O calo ósseo vai remodelando, assim o osso cresce longitudinal.

TIPOS DE FRATURAS EM CRIANÇAS:


➢ TORUS: subperiosteal – esmaga a cortical, não é uma fratura completa, geralmente é a
cortical posterior, compressão do osso em uma das corticais, criança sente dor no local,
solicitar raio – X para confirmação – Tto: imobilização

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➢ GALHO VERDE: incompleta, ou seja, uma cortical rompe e a outra fica integra

➢ FRATURA COMPLETA: em adultos e crianças.

❖ O destro quebra muito mais membro o esquerdo (defesa), ocorrem mais no verão, sendo
as fraturas de punho as mais prevalentes, seguidas de dedo, os ossos longos são mais
raros, pois precisam de um trauma de alta intensidade.
❖ Quanto mais jovem o paciente e mais perto da físe (metáfise remodela mais que a
diáfise), e angulação no plano do movimento, a consolidação será mais rápida.

➢ Fraturas de cotovelo: região supra condiliana – reduz e fixa – cirurgia, usando fios de
Kirschner (pinos), geralmente essas fraturas podem lesar outras estruturas que passam
pelo local, como por exemplo a lesão de A. Braquial que terá o sinal de Kirmisson
(hematoma na fossa cubital)

❖ Crianças podem ter fraturas na cartilagem de crescimento, provocando dor e edema,


sendo 15% das lesões na epífise, sendo assim com pouco ou nenhum deslocamento,
maioria das vezes são benignas, apenas imobiliza e receita analgésicos. Entretanto,
podem ter complicações: barra óssea – fusão da cartilagem de crescimento, assim cresce
mais de um lado do que do outro causando deformidades.

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MAUS TRATOS EM CRIANÇAS:

- Desconfiar de traumas em crianças menores de 2 anos, quando são adotados, deficientes e/ou
com pais jovens, principalmente em ossos longos.
➢ TCE, trauma abdominal, queimaduras, politraumas, arcos costais, escápulas, processos
espinhosos, inclusive pesquisar por fraturas e traumas antigos
➢ Fatores de risco pais: pais jovens, baixa escolaridade, história de abuso, doenças
psiquiátricas, uso de drogas e álcool.
➢ Fatores de risco da criança: idade abaixo dos 2 anos, primogênito, prematuros, crianças
adotadas ou com deficiência.
➢ Se suspeitar: informar o Assistente Social do Hospital, ou Conselho Tutelar

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URGÊNCIAS TRAUMATOLOGÍCAS

- Fraturas, luxação, rompimento, entorse, contusão, fratura exposta.


- Avaliar o controle da coluna cervical, hemorragias e perfusão de membros.
- A urgência é considera um risco potencial, necessitando de atendimento para evitar sequelas.
- Sempre verificar o tamanho da ferida, grau de contaminação, lesão de partes moles e a lesão
do osso.
➢ O que fazer: realizar uma primeira limpeza, grosseira e curativo limpo, iniciar com
antibiótico, imobilizar e realizar raio X, depois chamar o médico traumatologista
➢ Tratamento definito: feito no bloco cirúrgico pelo médico traumatologista,
desbridamento, limpeza e fixação (fratura exposta) externa ou interna, depois será
colocado a haste.

LUXAÇÃO: a luxação é uma emergência pois, a cartilagem é branca (não é vascularizada) é


nutrida pelo líquido sinovial, e na luxação deixa de ser nutrida, e assim tem de ser feita a redução
para evitar a lesão condral (cartilagem não se regenera).
- Pode ser: pura sem fraturas, sendo a articulação do ombro onde mais ocorre luxação, seguida
pelos dedos da mão, ou pode ser com fraturas, sendo o tornozelo e quadril as articulações mais
acometidas.
- Sintomas: dor, perda função, deformidade (típica)
- Tto: realizar exame neuro vascular, analgesia e redução. Entretanto, quando for quadril,
necessita ir para o bloco para realizar a redução com anestesia.

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FÁRMACOS NA ORTOPEDIA:
• Controle da dor e do processo inflamatório
• Classificação da dor: experiência sensorial e emocional desagradável, associada à lesão
de tecido real ou potencial. A dor é subjetiva!
- Dor aguda: início súbito, relacionada a trauma, infecção, processos inflamatórios,
resposta neurovegetativa (aumento de PA, FC, FR, náuseas e vômitos). Sinal de alerta!!
- Dor crônica: estimulação nociceptivo repetido, modificação do SNC (remodelação),
alteração dos limiares que estimulam ocorrência da dor. Paciente geralmente tem
diminuição do limiar da dor e qualquer estímulo pode causar dor. Dor persistente.
(Câncer, artrite, osteoporose, lombociatalgia).
• Avaliação do grau da dor é feita por escalas: escala unidimensional. 0 sem dor e 10 maior
dor que paciente já sentiu, paciente pode enganar.

- Dor leve a moderada: medicamentos de analgesia e anti-inflamatórios (receituário simples e


controle especial). Levar em conta o valor e se é disponível no SUS.
- Ibuprofeno: 300mg no SUS (ideal para eficácia anti-inflamatória é 1200-1800mg).
Tomar 2 cp de 6/6 horas se dor.
- Dipirona: 1 g de 6/6h
- Paracetamol: 500 mg

• Tipos de fármacos: analgésicos não opioides como corticoides (Duoflam - IM) e AINEs,
opioides fracos (tramadol, codeína), opióides fortes (morfina, metadona, oxicodona) e
adjuvantes (antidepressivos, anticonvulsivantes...)
• NÃO OPIOIDES: dor leve a moderada, não causam dependência física, a maior parte são
AINEs (Ibuprofeno e Naproxeno) e corticoides.
- DIPIRONA: não é considerada AINE, mas é um analgésico e antitérmico. Crises dolorosas
leves a moderadas. Inibe fracamente COX 1 e COX 2, e inibe muito COX 3 (corno dorsal
da medula espinhal). Pode causar agranulocitose, muito usada no Brasil.

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VO: 1 cp de 1g de 6/6h (dose máxima de 2g de 6/6h). Efeitos em 30-60 min, duram 4h.
Lembrar que no SUS só tem apresentação em 500mg. GOTAS: 40 gotas (500 mg/ml) de
6/6h. O dorflex tem dipirona e cafeína (potencializa efeito analgésico)

- PARACETAMOL: antitérmico e analgésico para dor leve a moderada, pode ser usado
para dores relacionadas a resfriados, dor de cabeça e dor de garganta. Potencialmente
HEPATOTÓXICO. Pode levar à falência hepática seguida de morte (e é vendido OTC).
VO: 1 cp de 500mg de 6/6h (dose máxima de 1g de 6/6h, ou 4000mg/dia) – não pode
exceder dose máxima pela hepatotoxicidade. Efeito de 15 – 30 minutos após adm e
permanece por 4 – 6h.
• AINEs: classe mais prescrita no CES!! Vamos usar para tratar casos em que há algum tipo
de inflamação como bursites, tendinites, lesões osteomusculares e etc.

Efeito anti-inflamatório: Diminuição da produção de prostaglandinas derivadas da COX →


diminuição de edema e dor
Efeito analgésico: Diminuição da dor (principalmente a inflamatória), diminuição de
prostaglandinas que sensibilizam nociceptores da dor
Efeito antipirético: reduz a temperatura corporal patologicamente elevada, e tem como
mecanismo de ação a inibição da produção das prostaglandinas.
AINE inibem COX. AINE é um ótimo analgésico.

• OPIÓIDES: dores mais intensas (lombalgia, síndrome do impacto do ombro, cervicalgia,


dores refratárias e insucesso com tto com AINEs)
- Tylex/Paco: paracetamol + codeína! Associam por causa dos efeitos colaterais. Baixa
dose do opioide, adiciona paracetamol, mas mantém analgesia, sem efeitos dos opioides
puros. Se usar, não pode mais usar paracetamol puro (pode usar dipirona associada).
• CORTICOIDES: mais usados do que os opioides fortes. IM ou infiltração local
IM: lombalgia. Bursites.
Infiltração: dores locais, cuidar para não infiltrar tendão!!! Antissepsia porque líquido
sinovial é estéril!!!! Adiciona xilocaína.
Duoflam .......... 3 ampolas
Aplicar 1 ampola IM a cada 20 dias.

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COMO FAZER UMA RECEITA:

(Nome do paciente)
Uso interno:

Dipirona 500mg............ 20 cp
Tomar 2 cp de 6/6h se dor.

Ibuprofeno 300mg............30cp
Tomar 2 cp até de 6/6h se dor.

Paracetamol 500mg..........20cp
Tomar 1 cp de 6/6 horas se dor.

(fechar receita com um traço)

(Data) ................ (carimbo + assinatura)

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BIBLIOGRAFIA
- Aulas dos professores: Dr.Gustavo Nora Calcagnotto e Dr.Michel Giovani Vigo.
- Monitorias de ortopedia para a turma 26/1.
- NETTER, Frank H.. Atlas de anatomia humana. 7ª ed. RIO DE JANEIRO: Elsevier, 2019.
- SKINNER, Harry B.; MCMAHON, Patrick J. Current: Ortopedia. Grupo A, 2015. 9788580554366.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554366/

- GIANINI, Reinaldo J. SOS ortopedia 2a ed.. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2020.
9786555760231. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555760231/.

- Imagens: Google (acesso direto).

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