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Tratamento fisioterapêutico em idosos após artroplastia total do quadril em

nível hospitalar

Edna Bizerril Pereira1


Email: anatec_am@hotmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-Graduação em Traumato-Ortopedia com Ênfase em Terapias Manuais – Faculdade Ávila

RESUMO
No campo da saúde pública de atenção ao idoso, uma das grandes preocupações é com as
quedas decorrentes de fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo. As quedas, em sua
grande maioria, se relacionam com fraturas do quadril e do colo do fêmur, ocasião em que,
na maior parte dos casos, a cirurgia de artroplastia total do quadril é recomendada. A
atuação do Fisioterapeuta também se dá através de orientações quanto à prevenção de
futuras quedas, o que envolve inclusive a observação do ambiente familiar do idoso. O
objetivo da pesquisa foi de evidenciar a importância da participação do fisioterapeuta na
recuperação de idosos submetidos a cirurgia de artroplastia do quadril, em função de fratura
de colo do fêmur. A metodologia empregada foi totalmente bibliográfica, sendo utilizado,
para tanto, livros, artigos científicos, teses e dissertações disponíveis para domínio público. A
conclusão é de que o papel do Fisioterapeuta, tanto nos casos de tratamento para a
recuperação do idoso submetido a cirurgias de artroplastia total do quadril, quanto para a
prevenção de futuras quedas, representa uma condição importante, tendo em vista que
fratura de quadril decorrente de quedas representa um índice de mortalidade bastante
elevado nessa população.
Palavras-chaves: Fratura de quadril. Fratura de colo de fêmur. Artroplastia. Fisioterapia.

1. Introdução
As fraturas do quadril e da cabeça do fêmur são tidas como costumeiras - em índices de
prevalência - em relação a pacientes acima de 65 anos. Na maioria das vezes, essas fraturas
são derivadas de traumas de baixa energia, ou seja, queda da própria altura. Seu quadro
clínico costuma apontar sintomatologia dolorosa na região do quadril acometido, a qual pode
se irradiar para a região medial da coxa e do joelho (BARBOSA e NASCIMENTO, 2001).
Tendo em vista o crescimento da população idosa e da preocupação com a atenção integral á
saúde destes indivíduos, entende-se que essas fraturas representam uma questão de saúde
pública, sendo caracterizadas por quatro estágios de impactação na qualidade de vida dos
idosos acometidos. Em sua maioria, essas fraturas são tratadas cirurgicamente, sendo que os
procedimentos são identificados na literatura em clima de grande controvérsia (GUMARÃES
et al., 2007).
As fraturas incluídas na classificação de Estágio III – fraturas desviadas e com
desalinhamento entre as trabéculas ósseas do acetábulo e cabeça femoral – e Estágio IV –
fraturas desviadas, mas com alinhamento das trabéculas ósseas entre a cabeça femoral e o
acétabulo – onde não se consiga uma boa redução cruenta, devem ser submetidas a
artroplastia do quadril, no intuito de evitar-se a redução aberta para a osteossíntese
(GUIMARÃES et al., 2007).

1
Fisioterapeuta. Pós-Graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual
2
Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Orientadora.
2

A indicação para submissão a este procedimento encontra-se relacionada a: presença de


menor dor no pós-operatório; menor índice de complicações; maior capacidade de
deambulação e de vida independente; e menor índice de reoperação. Todos esses aspectos são
considerados como benéficos para os pacientes que se valem da artroplastia para reabilitação
de fraturas de cabeça de fêmur (ROGMARK e JOHNELL, 2006).
As fraturas de colo e cabeça de fêmur, conforme dados extraídos da Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia, podem evoluir em níveis de estágio – há comprovações de até
20% dos casos – em pouco mais de seis semanas, sendo que 18% dos acometidos vão a óbito
nos primeiros três meses e apenas 25% voltam a deambular de forma similar ao período
anterior à fratura.
Ressalte-se ainda que o risco na artroplastia, inclusive do paciente ir a óbito, é relativamente
grande. Nesse sentido, a intervenção fisioterapêutica pode atuar no processo de reeducação de
marcha, fortalecimento muscular, entre outros atributos, facilitando ao idoso submetido à
cirurgia um restabelecimento de suas funções autônomas e de sua qualidade de vida.
Baseado nessa perspectiva, deriva o interesse pela discussão promovida neste estudo, na
medida em que se pretende, como objetivo geral: evidenciar a importância da participação do
fisioterapeuta na recuperação de idosos submetidos a artroplastia do quadril, em função de
fratura de colo do fêmur.
A metodologia empregada é totalmente baseada em autores que discutem a temática, com
dados coletados em livros, artigos científicos, teses e dissertações disponíveis ao domínio
público.

2. Fraturas do colo do fêmur


Destacam Kisner e Colby (2005) que, historicamente, as fraturas agudas com desvio no fêmur
proximal do idoso eram tratadas com endopróteses unipolares, de cabeça fixa, não
cimentadas, com haste metálica, obtendo resultados limitados.
De igual forma, Helfet e Lorich (2000) também relatam que o tratamento de escolha para
fraturas femorais, incluindo fraturas supracondilianas, era tração e imobilização subsequente
em órtese-aparelho. A técnica de tração empregada era um pino isolado na tíbia proximal ou
um sistema com dois pinos com um pino adicional através do fragmento supracondiliano,
com tempo de duração entre 6 a 12 semanas, depois do que uma órtese-aparelho era aplicada.
Na mesma proporção de evolução das técnicas, foram surgimento, ao longo dos tempos,
várias classificações para tipificar o nível de lesão femoral. Helfet e Lorich (2000) registram a
classificação original e mais simples das fraturas do fêmur, atribuída a Neer e associados.
Nessa classificação, as fraturas intracondilianas do fêmur são divididas em: Grau I (desvio
mínimo); Grau II (desvio dos côndilos); Grau III (inclui o desvio medial e lateral e fraturas
concomitantes supracondilianas e da diáfise.
Por sua vez, Seinsheimer apud Helfet e Lorich (2000) apresentam quatro graus de distinção
em relação a fraturas do fêmur, a saber: Grau I (fraturas sem desvio, aí incluída qualquer
fratura com menos de 2 mm de desvio dos fragmentos fraturados); Grau II (fraturas que
comprometem somente a metáfise distal, sem extensão para a região intracondiliana: fraturas
com duas partes e fraturas cominutivas); Grau III (fraturas que comprometem a incisura
intercondiliana, nas quais um ou ambos os côndilos são fragmentos separados); e Grau IV
(fraturas que se estendem através da superfície articular dos côndilos femorais.
No caso de pessoas com 65 anos ou mais, Guimarães et al. (2007) que uma das classificações
mais indicadas é a que divide as fraturas em estágios, como identificado a seguir: Estágio I
(fraturas incompletas ou impactadas em valgo); Estágio II (fraturas sem desvio); Estágio III
(fraturas desviadas e com desalinhamento entre as trabéculas ósseas do acetábulo e cabeça
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femoral); Estágio Iv (fraturas desviadas, mas com alinhamento das trabéculas ósseas entre a
cabeça femoral e o acetábulo).

3. Fraturas do quadril
No ponto de vista de Cunha et al. (2008), as fraturas de quadril são caracterizadas como
lesões traumáticas que acometem principalmente indivíduos na fase do envelhecimento, sendo
responsáveis por pelo menos 50% das internações devido a traumas.
Conforme explicitam Freitas et al. (2006) a Organização Mundial de Saúde (OMS) enquadra
esse tipo de fraturas como “fraturas do fêmur proximal”, ao tempo em que considera esse tipo
de lesão como um importante problema de saúde pública. Costumam se relacionar com a
osteoporose, apresentando consequências sérias para a qualidade de indivíduos idosos,
inclusive com indicadores de mortalidade em torno de 30% nos primeiros seis meses após o
trauma, além de perda de autonomia em quase 50% dos casos.
No Brasil, as estimativas são de que esse problema atinja pelo menos 100.000 indivíduos/ano,
com média de mortalidade nos mesmos patamares descritos acima. Para esses casos, a
abordagem curativa perpassa pela intervenção cirúrgica, particularmente de forma precoce,
uma vez que o atraso nesses procedimentos e na mobilização articular pode afetar
severamente a funcionalidade da articulação do quadril, bem como aumentar sobremaneira as
complicações que costumam se associar ao repouso prolongado.
Como ressaltam Cunha et al. (2008) é importante conduzir o idoso para níveis adequados de
restabelecimento, já que o acamamento pode implicar em tromboembolismo, infecções do
trato urinário, atelectasia e úlceras de pressão (escaras). Contudo, alerta o autor que a cirurgia
precoce prescinde de uma estabilização clínica, sob riscos de aumento das complicações
perioperatórias.
Para Roche et al. (2005), outras complicações advindas do repouso prolongado pós-operatório
podem ser, além das já citadas acima: pneumonia e delirium, insuficiência cardíaca, acidente
vascular cerebral, pico hipertensivo, arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio.
Levando-se em conta o objeto do presente estudo, no que diz respeito à população-alvo, é
importante que se destaque o porquê dessa fase existencial ser mais propensa a fraturas. Nesse
sentido, o próximo capítulo aborda sobre os aspectos que determinam cuidados na saúde
física do idoso, enveredando pelos fatores que tornam o envelhecimento – em função das
várias alterações anatômicas produzidas – uma fase onde a saúde do idoso se torna mais
frágil, advindo daí a preocupação com as políticas públicas de saúde quanto a maiores
possibilidades de quedas, as quais levam, em consequência, a fraturas de quadril.
A seguir, são abordados os aspectos conceituais sobre a artroplastia de quadril, uma vez que
esta é reconhecidamente a mais indicada intervenção para os casos de fratura dessa natureza
em idosos.

3. Propensão a quedas em idosos


Como atesta a OMS, uma das maiores preocupações com a saúde física do idoso encontra-se
relacionada com a possibilidade de quedas. Essa preocupação tem merecido estudos
aprofundados sobre os diversos fatores que impelem esses indivíduos a quedas e as
consequências delas advindas, sendo inclusive relacionadas com altos índices de morbi-
mortalidade nessa fase existencial.
Nos dizeres de Zinni e Pussi (2003), as quedas em indivíduos com 65 anos ou mais matam
mais do que a pneumonia ou o diabetes, bem como de todos os tipos de acidentes
combinados. A maior consequência das quedas costuma ser a fratura de quadril que, como já
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discutido no capítulo anterior, leva à hospitalização e internação, com duração mais


prolongada do que as outras causas de internação para este público.
As quedas - como conceitua Machado (2000) - são acarretadas pela instabilidade, sendo que
esta pode ser definida como a “falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo,
durante seu movimento no espaço”.
Os estudos que se aproximam de definições mais plausíveis sobre as quedas são apresentados
por Barrie (2000), para quem este fenômeno é identificado a partir dos seguintes fatores:

a) Que pelo menos parte do corpo da pessoa acabe em contato com o chão ou com
algum nível mais baixo, isto é, abaixo da cintura pélvica; b) que se trate de um
acontecimento inesperado e não intencional; c) que as circunstâncias não sejam
capazes de provocar a queda de uma pessoa em boa forma, como seria, por exemplo,
escorregar sobre o gelo; d) que o evento não possa ser explicado como sendo
consecutivo a algum fator intrínseco sério, tal como derrame cerebral, lipotimia ou
ataque cardíaco (BARRIE, 2000, p. 378).

Como ressalta Papaléo Netto (2000), as quedas nem sempre são resultado de um contato
súbito e violento com o solo ou com objetos mobiliários. Às vezes, são precedidas por
movimentos vacilantes, onde a pessoa tenta agarrar-se aos móveis ou contra a parede, antes de
cair ao chão. Outras vezes, o indivíduo pode findar deitado ao piso de maneira lenta, mas
incontrolável, como ocorre, por exemplo, quando desliza sobre o chão depois de ter
adormecido dentro de uma cadeira escorregadia.
Quanto à etiologia, William (1995) indica que as causas de uma queda tanto podem ser de
ordem intrínseca – quando relacionadas com o indivíduo – quanto de natureza extrínseca –
quando se relaciona com o ambiente. Dentre os fatores intrínsecos, o autor classifica como
aqueles que são derivados das alterações fisiológicas próprias da fase do envelhecimento, mas
que também podem acontecer devido a doenças e tratamentos medicamentosos.
Por sua vez, as causas extrínsecas podem incluir perigos ambientais, tais como tapetes mal
posicionados, piso escorregadio, áreas pouco iluminadas, entre outros fatores. Somente pela
análise e interpretação de cada tipo de queda é que se pode, na opinião de Barrie (2000),
chegar a um plano funcional de tratamento.
No intuito de apontar quais são as alterações de ordem senil que predispõem o indivíduo a
quedas, Papaléo Netto (2000) registra as seguintes:

Alterações do envelhecimento Fatores predisponentes


Neurológicas Acidente vascular encefálico
Ataque isquêmico transitório
Parkinsonismo
Confusão mental
Convulsões
Insuficiência vertebrobasilar
Hipersensibilidade de seio carotídeo
Distúrbios cerebelares
Neuropatias
Demência
Cardiovasculares Infarto do miocárdio
Hipotensão ortostática
Arritmia
Gastrointestinal Sangramento
Diarréia
Síncope de defecação
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Metabólicas Hipotireodismo
Hipoglicemia
Anemia
Desidratação
Hiponatremia geniturinária
Síncope miccional
Incontinência
Músculo-esqueléticas Artrite
Miosite
Deformidade espinhal
Fraqueza muscular
Descondicionamento
Psicológicas Depressão
Ansiedade
Induzido por drogas
Atribuíveis a diuréticos Anti-hipertensivos
Cardiotônicos
Hipnóticos
Sedativos
Psicotrópicos
Fonte: Adaptado de Papaléo Netto (2000)

4. Diversos fatores que conduzem a quedas em idosos


A literatura que estuda o fenômeno do envelhecimento é rica em conteúdo sobre os fatores
que possibilitam o acometimento de quedas em idosos. Barbosa e Nascimento (2001)
apresentam como fatores principalmente predisponentes a falta de acuidade visual;
presbiacusia; fraqueza muscular; instabilidade postural; afetação do sistema nervoso; doença
cerebrovascular e neurológica; demência; Mal de Parkinson; hipotensão ortostática; e
arritmia.
No que diz respeito à falta de acuidade visual, esta tem sido apontada por autores como Brito
e Costa (2001) como uma das causas mais significativas na propensão a quedas, justificável
pelo fato de que, com o envelhecimento, o tamanho e resposta das pupilas diminuem. Dessa
forma, ao entrar em um recinto escuro ou sair à noite, o indivíduo idoso tem risco de queda
aumentado, pois o tempo necessário para que o olho senescente atinja um nível de
sensibilidade à luz igual ao de uma pessoa jovem está prolongado. Por conseqüência,
indivíduos mais velhos precisam de iluminação adequada para andar com segurança.
Segundo explicam Zinni e Pussi (2003, p. 4)

Com o envelhecimento, a “lens” se torna mais opaca, levando à intolerância do brilho


forte e a um declínio na percepção da profundidade. A alteração da percepção de
profundidade pode levar a quedas associadas com subir e descer escadas. Como a
“lens” fica amarelada com o envelhecimento, isto resulta em uma filtração do espectro
verde-azulado.

No tocante à presbiacusia, Brito e Costa (2001) explicam ser um declínio na acuidade auditiva
advindo do envelhecimento, e que pode levar a quedas quando o indivíduo é incapaz de ouvir
os ruídos que alertam para a aproximação de um perigo iminente, não tendo, portanto, tempo
suficiente para evitá-lo.
Na explicação de Barbosa e Nascimento (2001), a fraqueza muscular no idoso corresponde a
uma incapacidade para andar sobre seus calcanhares ou artelhos, bem como levantar-se de
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uma cadeira ou após abaixar-se sem utilização dos braços ou segurar-se no assento da cadeira,
sendo, de forma frequente, associada a quedas e tropeços. Ademais, a debilidade muscular
também pode ocorrer em situações nas quais o indivíduo tenha que passar tempo prolongado
de repouso no leito.
Sobre a instabilidade postural, Brito e Costa (2001) asseguram que esta aumenta com o
envelhecimento, manifestando-se como uma perda de reflexos de correção e um aumento na
oscilação do corpo. A manutenção da estabilidade postural é uma função complexa, que
requer integração central apropriada de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas,
todas sofrendo declínio funcional com o envelhecimento. O tempo da reação também
aumenta, aumentando o intervalo entre a percepção do perigo e a ação para evitá-lo.
Por sua vez, Zinni e Pussi (2003) referem que acidentes vasculares encefálicos também são
preditores de quedas, uma vez que ocorre a perda de função motora ou sensorial em um dos
membros inferiores, além da alteração na percepção visual, e ao nível de consciência ou
convulsão. Nesses casos, podem originar tonturas e ataxias, que são fontes predisponentes de
quedas.
No que diz respeito à demência, Papaléo Netto (2000) adverte que esta é fator de frequência
no número de quedas em idosos, face à deficiência das capacidades do indivíduo em detectar
a presença de perigos ambientais.
No caso da Doença de Parkinson, Machado (2000) refere que esta patologia é comumente
associada a distúrbios de marcha e do equilíbrio postural, além de que os acometidos reagem
mais lentamente à presença de perigos ambientais, levando a quedas.
Finalmente, as arritmias também são consideradas como fatores predisponentes a quedas em
idosos, uma vez que, geralmente, são precedidas de tonturas ou palpitações, o que ocorre no
exercício de ficar em pé. Aliás, a literatura indica que as quedas podem se relacionar, em
idosos, a indícios de infarto agudo do miocárdio, bem como ataques cardíacos silenciosos,
principalmente em indivíduos diabéticos.
Brito e Costa (2001) também referem, entre os muitos fatores, as convulsões, principalmente
em idosos com histórico de epilepsia ou de acidente vascular encefálico recente, ou os que
fazem uso de medicamentos que podem desenvolver convulsões. Além disso, alguns
esteróides podem suscitar o aparecimento de osteoporose, que também é uma razão
importante para as quedas e fraturas de quadril.

5. Fatores relacionados ao ambiente na propensão a quedas


Para Apley (1999), não só fatores intrínsecos são responsáveis por quedas e fraturas em
idosos. Alguns obstáculos e perigos ambientais também podem predispor o idoso a quedas,
sendo que a maioria dessas ocorre no próprio ambiente domiciliar do indivíduo.
Segundo o autor supracitado, algumas atividades de vida diária, tais como: sentar, levantar de
camas ou cadeiras, podem conduzir o idoso a quedas. Ademais, a organização ambiental é
muitas vezes responsável por esse fenômeno. Nesses casos, se enquadram: tropeço em objetos
e revestimentos do assoalho – tais como carpetes, tapetes, soleiras de portas, entre outros -,
escorregões em superfícies molhadas, pelo uso de calçados inadequados, ou descendo
escadas.
Zinni e Possi (2003) elaboraram um resumo das condições ambientais que remetem à
possibilidade de quedas em idosos, como mostrado a seguir:
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Fatores ambientais Motivos de quedas


Superfície do solo Assoalhos escorregadios (muito polidos,
encerados ou molhados)
Tapetes e carpetes soltos
Tapetes e carpetes muito espessos
Tacos soltos
Iluminação Brilho excessivo
Escadas Ausência de corrimão
Pouca iluminação
Degraus altos
Escada rolante
Banheiro Chão escorregadio
Banheira ou chuveiro escorregadios
Falta de barras de apoio
Assentos sanitários baixos
Quarto Cama alta
Cama muito longe do banheiro
Tapetes soltos ou espessos
Rodas de cama que não travam
Outros cômodos Assoalhos escorregadios
Cadeiras em altura incorreta
Falta de descanso de braço nas cadeiras
Quinas
Prateleiras muito altas
Pessoal Roupas desajustadas (barras compridas ou
descosturadas)
Calçados inapropriados ou muito gastos
Outras causas Raízes de árvores
Subir em ônibus
Farol de pedestre muito rápido
Animais domésticos
Fonte: Adaptado de Zinni e Possi (2003)

Como identificado em seção anterior, fraturas decorrentes de quedas são mais comuns em
indivíduos idosos, pelas razões já expostas acima. Segundo Apley (1999), os tipos de fraturas
com grande número de incidências são: do úmero proximal; de Colles; do fêmur; do colo do
fêmur; intertrocantérica; e de vértebra.
No caso específico aqui estudado, delimita-se a discussão para os casos de fratura de quadril –
e por extensão do colo do fêmur – onde, de acordo com os achados literários mais recentes, o
tratamento mais indicado é a intervenção cirúrgica através da técnica de artroplastia do
quadril. Nesse sentido, o próximo tópico passa a enfatizar esse procedimento.

6. Artroplastia do quadril
Conforme explicado por Santos (2004), a artroplastia – também conhecida como prótese do
quadril – é representada pela substituição da articulação do quadril. Em seu contexto
histórico, foi idealizada com o intuito de restabelecer a funcionalidade da articulação coxo-
femoral, devido à alta incidência de doenças que acometem essa região, como a artrose de
quadril e as fraturas do colo de fêmur.
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No ponto de vista de Macedo (2009), existem dois tipos básicos de artroplastia: a parcial,
utilizada para substituição somente da cabeça do fêmur, comumente aplicada em fraturas que
permitem o aproveitamento do revestimento da cartilagem da cavidade acetabular, desde que
a mesma encontre-se sem desgaste e em boas condições (Figura 1).

Figura 1. Prótese parcial do quadril


Fonte: Macedo (2009)

Outro tipo de prótese – que interessa particularmente ao estudo ora promovido – é a total
(Figura 2). Também de acordo com Macedo (2009), é utilizada quando as cartilagens
articulares da cabeça do fêmur e da cavidade acetabular encontram-se irremediavelmente
comprometidas. Entre os vários modelos de próteses, as diferenças estão relacionadas com a
forma de fixação e os tipos de materiais com que são produzidos os corpos e as superfícies
articulares dos modelos.

Figura 2. Prótese total do quadril


Fonte: Macedo (2009)
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Segundo Canella (2009), a artroplastia total do quadril foi desenvolvida na década de 1960,
pelo cirurgião-ortopedista John Charnley, com a ajuda de engenheiros ingleses, que
desenvolveram a técnica e o material correspondente para substituição da cabeça de fêmur,
que consistia em uma esfera metálica aplicada à ponta de uma haste – utilizada como
componente femoral – que se encaixava no interior do fêmur, o qual possui um canal oco que
permite essa inserção.
A fixação no acetábulo foi conduzida através do posicionamento de uma peça de plástico –
denominada componente acetabular – onde se articulava a cabeça metálica, sendo ambos os
componentes fixados ao osso com cimento ósseo - metilmetacrilato.
Ainda de acordo com Canella (2009), através do sucesso dessa empreitada, inúmeros estudos
passaram a ser conduzidos, o que suscitou uma série de novas técnicas e tipos de próteses,
mostrando a evolução da qualidade desse material, além de ser determinante na diminuição do
tempo cirúrgico, dos riscos anestésicos e no aumento da durabilidade das próteses.
De acordo com Alencar e Abagge (2008), o paciente que irá receber a artroplastia deve estar
hospitalizado e ter uma série de exames complementares. O tempo de cirurgia costuma ser
estimado em um total de três horas, sendo que, logo após os procedimentos, o paciente deve
permanecer na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), por pelo menos 24 horas.
Conforme Kisner e Colby (2005, p. 476), para a submissão à cirurgia de artroplastia total do
quadril, são necessárias as seguintes indicações:

Dor intensa no quadril durante o movimento e o apoio de peso levando a


comprometimento da função e da qualidade de vida relacionada à saúde. [...] limitação
acentuada do movimento do quadril; instabilidade ou deformidade do quadril; falha do
tratamento conservador ou de uma cirurgia prévia do quadril (demiartroplastia do
corpo femoral, substituição total ou artroplastia de recapeamento).

Na hospitalização, previamente à realização da cirurgia, devem ser realizados exames


laboratoriais, eletrocardiogramas e radiografias. O tempo correspondente à internação – pós-
cirúrgico - deve variar entre 5 a 7 dias, dependendo do estado de recuperação do paciente. A
realização de exercícios deve ser orientada já no primeiro dia após a cirurgia, ainda no leito
hospitalar, através do acompanhamento de um fisioterapeuta, sendo que, dependendo do
restabelecimento do paciente, entre 2 a 3 dias já é possível estimulá-lo a sair do leito e iniciar
pequenas caminhadas, geralmente com uso de bengalas ou andadores (CANELLA, 2009).

7. Indicações e contra-indicações
Para Opitz (1994), as principais indicações para a intervenção de artroplastia total são para
pacientes que padecem de patologias articulares degenerativas, artrite reumatóide destrutiva e
em alguns casos de artrite pós-traumática. A substituição total para artrite pós-traumática se
limita atualmente apenas a quadril, joelho, polegar, ombro e cotovelo. Barbosa e Nascimento
(2001) acrescentam a este rol os casos de fratura de quadril e colo de fêmur.
Quanto às contra-indicações, Opitz (1994) afirma a restrição em pacientes com artrite séptica
recente, paralisia da articulação a ser substituída e doença articular neuropática. As contra-
indicações relativas se encontram em pacientes com osteoporose grave e alterações
ligamentares graves e incorrigíveis sobre a articulação e outras alterações fisiológicas e
psicológicas significantes.

8. Complicações
Apesar da artroplastia total do quadril ser considerada um sucesso em pelo menos 95% dos
casos, Canella (2009) refere que alguns incidentes podem ocorrer, seja durante os
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procedimentos cirúrgicos, seja no período pós-implantação. Nessas circunstâncias, os mais


comuns de acontecer são: tromboembolismo - que pode ser prevenido com medicações pós-
cirúrgicas e exercícios fisioterapêuticos ainda durante a internação hospitalar e seguidos em
ambiente domiciliar; luxação, que ocorre normalmente quando a prótese sai do lugar, sendo
mais comum de acontecer nas seis primeiras semanas, quando a síntese cirúrgica ainda está
cicatrizando.
Outras complicações, ainda segundo o autor acima, podem ser devidas à discrepância de
membros, ou seja, uma perna maior que a outra, que pode ser minimizada com planejamento
criterioso pré-operatório e tratado normalmente com uso de palmilha na perna menor.
Alencar e Abbage (2008) contribuem, salientando que pode ocorrer também a neuropraxia –
ou lesão nervosa – que representa uma dificuldade de movimentação do pé para cima, sendo
que, na maioria dos casos, a recuperação é espontânea. Outro risco apontado pelos autores é o
de infecção, que pode ser prevenida a partir da utilização de antibiótico endovenoso, injetado
geralmente pelo anestesista momentos antes de começar a cirurgia e seguido durante a
internação hospitalar.
Para Rizzato (2003), via de regra, as cirurgias de artroplastia do quadril são bem sucedidas,
apresentando poucas complicações, sendo que a infecção é a mais temível, representando, no
entanto, em torno de 1% dos casos, justificável pelo nível de precauções que são tomadas
durante os procedimentos cirúrgicos.
Outro tipo de complicação recorrente diz respeito à soltura da prótese, que pode ocorrer em
longo prazo. A durabilidade deste artefato depende, na opinião de Santos (2004), de alguns
fatores primordiais: a habilidade do cirurgião; o esforço a que essa prótese será submetida; e a
realização de exercícios vigorosos, como correr ou levantar objetos pesados.
Também podem ser incluídas no rol das complicações – particularmente as relacionadas à
durabilidade da prótese – as pessoas que se encontram com excesso de peso que, mesmo na
realização de atividades normais, podem comprometer a durabilidade do produto.
Padilha (2002) inclui também como complicação que pode determinar a soltura da prótese de
seu sítio, o estado ósseo do paciente. Patologias como osteoporose e deformidades, bem como
a realização de cirurgias prévias, podem comprometer a qualidade da fixação da prótese ao
osso.
Santos (2004) apresenta também como complicações clínicas frequentes, a formação de
coágulos nas veias da perna, que podem levar, em consequência, a um tromboembolismo.
Esses coágulos podem mover-se pela circulação em direção aos pulmões e causar
preocupações maiores. A recomendação é para iniciar exercícios logo após a operação e usar
meias para varizes por algum tempo.
Na opinião de Kisner e Colby (2005) a avaliação dos resultados da artroplastia total do quadril
tem enfocado numerosas variáveis, que vão desde a satisfação do paciente e o impacto desta
intervenção na função e na qualidade de vida, até a apreciação dos modelos protéticos, dos
materiais, dos métodos de fixação e das taxas de complicações.
Ainda para estes autores, as melhoras no nível de função ocorrem gradualmente após a
cirurgia de artroplastia total, com os pacientes obtendo 90% de seu nível esperado de melhora
funcional por volta do final do primeiro ano após a cirurgia, sendo relatados ganhos adicionais
de força com a melhora da função atingindo um platô em torno de 2 a 3 anos.

9. Tipos de próteses de quadril


Em sua fase inicial, o tratamento a partir da substituição da articulação do quadril envolveu o
uso de próteses confeccionadas com materiais que apresentavam baixa biocompatibilidade,
como o ouro, vidro, acrílico, baquelite, entre outros. Atualmente, essa intervenção é feita com
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a utilização de próteses feitas a partir de polietileno e alta densidade, cromo-titânio, cobalto e


polimetilmetacrilato (SANTOS, 2004).
Segundo Alencar e Abagge (2008), devido aos muitos tipos existentes de próteses de quadril
(Figura 6), sua indicação depende de fatores como: a faixa etária do paciente, o tipo de
doença, a qualidade do osso e a experiência do cirurgião.
Em relação aos tipos de próteses atualmente utilizadas, Padilha (2002) aponta: prótese
cimentada; prótese não-cimentada; prótese híbrida; prótese cefálica uni-polar; prótese cefálica
bi-polar; endo-prótese; e prótese em copa. A Figura 3 apresenta o conjunto das próteses de
quadril mais utilizadas contemporaneamente.

Figura 3. Tipos de próteses utilizadas na artroplastia do quadril


Fonte: <http://crepmed.com.br...>

Segundo descreve ainda Padilha (2002), a prótese cimentada consiste na utilização de cimento
ósseo para fixação do componente acetabular na bacia e a parte femoral no fêmur, sendo a
mais conhecida a de Charnley, onde o acetábulo é confeccionado com polietileno de alta
densidade e a parte femoral é feita de liga metálica cobalto-cromo-titânio, recomendada
particularmente para pacientes com idades mais avançadas.
Em relação à prótese não-cimentada, caracteriza-se pela fixação de suas partes - acetábulo e
componente femoral - diretamente na superfície óssea, sem a utilização de cimento, sendo
indicada para pessoas mais jovens, com boa qualidade óssea.
A prótese híbrida, explicada por Santos (2004), é aquela onde o componente acetabular é
fixado à bacia através de parafusos, sendo o componente femoral fixado com cimento ao
fêmur, recomendada para pacientes com até 75 anos de idade.
Também na explicitação do autor acima, as próteses uni e bi-polares são utilizadas em
pacientes idosos, com fratura do colo do fêmur e que necessitam sair do leito o mais
precocemente possível.
12

Por sua vez, Padilha (2002) considera que as endo-próteses são utilizadas para a substituição
de grandes segmentos ósseos, como no caso de um tumor que comprometa a parte superior do
fêmur.
Também refere que as próteses em copa estão em desuso, sendo utilizadas eventualmente em
pacientes com fratura de acetábulo em péssimas condições de saúde, pois uma prótese total
necessita de maior tempo cirúrgico e anestésico, dificilmente suportado por esse tipo de
paciente.
Segundo Santos (2004), novas próteses têm surgido no mercado para atender às pessoas mais
jovens que, por diversas razões, precisam fazer uma artroplastia, e precisam ser aperfeiçoadas,
pois o organismo tem reações celulares às pequenas partículas que são liberadas pelo encaixe
plástico (polietileno) ou pelas partículas de metal ou do próprio cimento ortopédico que foi
usado para fixação. Todos esses produtos causam reação óssea tipo osteoporose, que deixa a
prótese frouxa, causa dores ou quebra o osso.

10. Intervenção fisioterapêutica


O trabalho do Fisioterapeuta para com o idoso direciona-se para a reabilitação precoce deste
tipo de paciente. De acordo com Thomson et al. (1994), a atenção ao idoso por parte deste
profissional requer, de modo prévio, a identificação das restrições funcionais, relacionando-as
às possíveis causas. Nesse sentido, sugerem a adoção dos seguintes princípios:

Cuidados pessoais (vestir-se, banhos, lavagens, arrumação pessoal, comer e beber);


transferências (movimentação na cama, cama-cadeira, uso de cadeira de rodas, ficar
em pé e sentar-se, assoalho-cadeira); mobilidade (andar com ou sem auxílio, escadas,
equilíbrio, confiança para movimentar-se, fazer compras, transporte); testes especiais
(variação articular, força muscular, coordenação, funções cardiovasculares, exame
respiratório, testes neurológicos de sensação e tono muscular(THOMSON et al., 1994,
p. 413).

De acordo com Kisner e Colby (2005), alguns pacientes podem beneficiar-se de um programa
de exercícios a longo prazo, mesmo depois de retornar ao nível completo de atividade
funcional. No intuito de prolongar a vida da prótese, em particular em pacientes que ainda não
entraram na faixa dos 50 aos 60 anos, recomenda-se a abstenção de esportes e atividades
recreativas de alto impacto.
No geral, verifica-se na literatura uma unanimidade quanto ao fato do tratamento
fisioterapêutico iniciar-se ainda nas fases precoces pós-operatórias, principalmente no sentido
de evitar o que Zinni e Pussi (2003) denominam de “síndrome do imobilismo”, registrando
que, quando o idoso fica imobilizado em função da queda, fratura e intervenção cirúrgica, o
repouso pode beneficiar a região afetada, mas seu prolongamento pode prejudicar outros
sistemas orgânicos.
Complicações como as que afetam o sistema cardiorrespiratório, vascular, endócrino,
gastrointestinais, urinário, muscular, esquelético e neurológico já foram referidas no capítulo
anterior. Para a prevenção e/ou tratamento destas, a intervenção fisioterapêutica é considerada
como indispensável (SANTOS, 2004).
Guardadas as devidas proporções, a literatura aponta três tipos de procedimentos relacionados
a treinamentos de exercícios resistidos que podem ser aplicados a pessoas que passaram por
intervenções cirúrgicas do tipo artroplastia total, como visto a seguir. Ressalte-se, todavia, que
o tratamento isométrico costuma ser mais indicado para essas situações.
13

11. Treinamento isométrico


Platonov (2004) destaca que o este tipo de treinamento refere-se a uma ação muscular em que
não ocorre mudança no comprimento do músculo. É realizado normalmente contra um objeto
imóvel como, por exemplo, aparelho de massa corporal carregado além da força concêntrica
máxima de um indivíduo. Também pode ser realizado pela contração de um grupo muscular
fraco contra um grupo muscular forte.
Xhardez (2001) refere que essa técnica pode ser empregada tanto no início do tratamento, ou
como método de musculação. No primeiro caso, serve para manter a atividade muscular
quando o movimento ainda não estiver autorizado. O autor esclarece sobre a técnica de
movimentos imaginários, onde simplesmente se pede ao paciente para imaginar intensamente,
sem nenhuma contração muscular, o movimento que ele não pode efetuar. Mesmo sem
trabalho muscular, esta técnica mantém a qualidade da imagem motora e reduz os fenômenos
tróficos secundários à imobilização.
O método isométrico, atualmente, é utilizado para o desenvolvimento da força em
determinado ângulo articular e nas suas imediações; e para sanar deficiências em algum ponto
do movimento de determinada articulação. As principais desvantagens do método isométrico
são: só se desenvolve tensão máxima nos determinados ângulos de trabalho; não desenvolve
de forma eficiente a força muscular dinâmica (COSSENZA, 2001).

12. Metodologia
Como procedimento metodológico adotado para a elaboração desse artigo, optou-se pela
revisão literária não sistemática, a partir da seleção de autores que contemplam a temática,
apresentados em obras editoradas e artigos extraídos do banco de dados de publicações de
caráter científico, disponíveis ao domínio público. Os descritores utilizados para pesquisas em
obras indexadas foram: idosos, fratura de quadril, fratura de colo de fêmur, artroplastia,
fisioterapia pós-artroplastia.

12. Resultados e discussão


De acordo com Gann (2005), a recomendação para aplicação de procedimentos
fisioterapêuticos logo após a artroplastia total do quadril é importante, principalmente pelo
fato de apresentar sintomatologia dolorosa, o que faz com que o paciente sinta receios de se
movimentar. Esta autora, inclusive, aponta quais procedimentos devem ser realizados, em
relação à realização de testes especiais para os casos específicos de artroplastia total do
quadril.
Segundo Barrie (2000), para a aplicação de protocolos específicos visando ao
restabelecimento da autonomia do idoso submetido a este tipo de cirurgia, é necessário, antes
de tudo, estabelecer um limite de confiança entre o paciente e o profissional.
No rol de procedimentos adotados, o autor acima indica algumas sequências de exercícios, a
saber:
a) No pós-operatório imediato: o paciente pode ser posicionado no leito em decúbito dorsal
com membros inferiores elevados aproximadamente 10 cm e abduzido em torno de 15 graus
pelo coxim abdutor, ou travesseiro posicionado entre os membros inferiores, que é colocado
já no centro cirúrgico para evitar a adução e rotação interna durante a recuperação anestésica.
Nessa fase, o fisioterapeuta já pode começar a atuar com exercícios ativos de dorsiflexão e
plantiflexão de tornozelo, auxiliando o retorno venoso e mantendo a amplitude de movimento.
Pode também trabalhar estímulos proprioceptivos com bolinhas e objetos de textura diferente.
14

Na parte respiratória, pode-se trabalhar com exercícios de reexpansão pulmonar, visando a


minimização de complicações pulmonares;
b) No pós-operatório: pode-se manter o mesmo posicionamento de pós-operatório imediato,
porém é indicado que o paciente não permaneça sentado por períodos longos. Em situações
normais, os drenos serão retirados em até 24 ou 48 horas após a cirurgia. Nessas situações, o
paciente pode ser instruído a não realizar movimentos de rotação de quadril por uns dias após
a cirurgia, realizando somente exercícios isométricos.
Santos (2004) recomenda a colocação da cabeceira a 45 graus, iniciando-se uma sessão de
exercícios isométricos para fortalecimento do quadríceps, com a utilização de coxim em
região poplítea para auxiliar o exercício. Continuando com os estímulos proprioceptivos em
região plantar e com exercícios ativos de dorsiflexão e plantiflexão do tornozelo, pode-se
iniciar com exercícios ativo-resistidos para trabalhar tríceps sural, principalmente com o
membro contralateral, onde se pode realizar os exercícios ativos de flexão-extensão de quadril
e joelho do membro operado, respeitando o quadro do paciente.
Também contribuindo, Barrie (2000) sugere utilizar coxins para melhor posicionamento dos
membros do paciente, além da mudança de decúbito de 2 em 2 horas, de modo a prevenir
úlceras de pressão.
c) No segundo pós-operatório, é indicado manter o posicionamento e exercícios de primeiro
pós-operatório. Em decúbito dorsal, com a cabeceira da cama elevada a 45 graus, pode-se dar
início aos exercícios isométricos, como plantiflexão e dorsiflexão do tornozelo, pois ajuda no
trabalho de retorno venoso, diminuindo o risco de tromboflebite, enfatizando a musculatura
adutora, utilizando como auxilio o coxim abdutor ou a própria resistência em região medial do
joelho. Também pode-se colocar resistência na parte lateral do joelho, trabalhando a
musculatura abdutora. Com o paciente em decúbito lateral, e com a região poplítea apoiada,
pode-se iniciar exercícios isométricos para os ísquios tibiais.
d) No terceiro pós-operatório, Barrie (2000) sugere manter o posicionamento e exercícios
anteriores. Neste dia já é possível colocar o paciente com o quadril fletido a 45 graus e com as
pernas pendentes para fora da cama. Pode-se transferi-lo também para uma cadeira reclinável
com esta angulação. Nesta posição, é possível realizar exercícios de flexo-extensão de joelho,
fortalecimento do quadríceps e amplitude dos joelhos, preparando o paciente para a
deambulação.
e) No quarto pós-operatório, mantendo-se o posicionamento anterior e exercícios anteriores, é
indicado colocar o paciente em decúbito ventral e realizar exercícios ativo assistido para
fortalecimento da musculatura extensa do quadril. Nessas circunstâncias, já é possível colocar
o paciente em posição ortostática, de modo a prevenir complicações pulmonares, com auxílio
de andador ao lado do leito, sem a descarga de peso no lado operado.
f) No quinto pós-operatório, Barrie (2000) sugere a manutenção da conduta anterior. Pode-se
colocar o paciente na posição ortostática, e pedir ao mesmo que realize exercícios ativos de
flexão-extensão, adução, abdução, circundação com o membro operado, lembrando que seu
limite de flexo-extensão é de 45 graus. A carga de peso no membro operado inicialmente deve
ser mínima, e o fisioterapeuta deve auxiliar o paciente na realização dos exercícios de
transferência de peso e de equilíbrio.
Após esta fase inicial, geralmente o paciente tem alta hospitalar. Nesses casos, o papel do
fisioterapeuta consiste em orientar quanto: à realização no ambiente domiciliar dos exercícios
aprendidos e treinados no período do hospital; não cruzar as pernas; não sentar em sofás nem
em cadeiras baixas e, quando sentado, não tentar buscar objetos longe, fazendo com que o
tronco se flexione; retirar tapetes, prevenindo outras quedas; ao dormir, utilizar um travesseiro
para manter a abdução, pelo período aproximado de oito a doze semanas (SANTOS, 2004).
No que diz respeito ao acompanhamento ambulatorial, Hall e Susan (1993) indicam que, por
um período correspondente a oito semanas, o fisioterapeuta poderá evidenciar esta sequência:
15

a) Entre a 1ª e 4ª semanas: manter exercícios para fortalecimento do quadríceps, glúteos,


ísquios-tibiais e tríceps sural; aumentar a descarga de peso no lado do membro operado com
auxílio de andador e muletas. Na 2ª semana, o paciente já pode sentar a 90 graus em cadeiras
de altura adequada. Nessa ocasião, deve-se iniciar o treino de marcha com andador, barras
paralelas e descarga parcial de peso no membro operado;
b) Entre a 4ª e 6ª semanas: continuar com exercícios de fortalecimento muscular; iniciar os
exercícios proprioceptivos e de equilíbrio; no treino de marcha com andador, pode-se instruir
o paciente a descarregar o peso no membro operado;
c) Na 6ª semana: continuar com exercícios proprioceptivos e para fortalecimento muscular;
iniciar treino de marcha com duas muletas;
d) Na 7ª semana: continuar exercícios proprioceptivos e fortalecimento muscular, podendo-se
iniciar alongamento dos membros inferiores; iniciar treino de marcha com uma muleta, no
lado oposto ao operado (contralateral);
e) Na 8ª semana, manter os exercícios de propriocepção, fortalecimentos e alongamento
muscular; treinar a marcha com bengala e depois, para o paciente obter confiança em
deambular sozinho, pode-se treinar a marcha em barra paralela. O tempo para início da
deambulação sem auxílio é aproximadamente dois meses, dependendo do nível de
restabelecimento do paciente.
Por sua vez, Kisner e Colby (2005) salientam que, nos primeiros dias e semanas no pós-
operatório de ATQ, a reabilitação enfatiza a prevenção e a educação do paciente. Exercícios
ou atividades selecionados começam no dia da cirurgia ou no dia seguinte. A frequência de
tratamento por um fisioterapeuta em geral é duas vezes por dia até que o paciente receba alta
hospitalar. Idealmente, todos os exercícios prescritos devem ser feitos de hora em hora pelo
paciente.
Os autores acima também sugerem alguns objetivos e intervenções que podem ser aplicadas
aos dias iniciais do período pós-operatório, identificada como “Fase de Proteção Máxima”,
como segue: prevenir complicações vasculares e pulmonares; prevenir luxação ou subluxação
pós-operatória do quadril operado; obter mobilidade funcional independente antes da alta;
manter um nível funcional de força e resistência muscular à fadiga nos membros superiores e
no membro inferior não operado; prevenir a inibição reflexa e a atrofia da musculatura no
membro operado; recuperar a mobilidade ativa e o controle do membro operado; prevenir
uma contratura em flexão do membro operado.
Na “Fase de Proteção Moderada e Mínima” que corresponde ao período compreendido entre 4
a 5 dias de internação, Kisner e Colby (2005) recomendam os seguintes objetivos: recuperar a
força e a resistência muscular à fadiga da perna operada ou qualquer outra área envolvida;
melhorar a resistência cardiovascular à fadiga; restaurar a ADM funcional do quadril operado;
progressão de apoio de peso durante a deambulação, melhora do equilíbrio e correção dos
desvios da marcha; preparar o paciente para retornar a um nível pleno de atividades
funcionais.
O fato de o idoso ter sido submetido a cirurgia de artroplastia não significa dizer que o mesmo
não sofrerá mais quedas. A participação do fisioterapeuta também pode se dar em caráter
preventivo – prevenção, aliás, é a tônica do trabalho deste profissional – no sentido de evitar-
se novas quedas. Além disso, William (1995) também sugere que este profissional pode lidar
com o treinamento sobre como lidar com as quedas, se estas ocorrerem, bem como promover
a recuperação da segurança e auto-estima do idoso.
Nessas circunstâncias, é imperativo que o fisioterapeuta identifique tanto os fatores
intrínsecos quanto os extrínsecos que aumentam a possibilidade da ocorrência de quedas em
idosos. Segundo sugestão de Santos (2004), uma medida importante é ajudar o indivíduo
idoso a recuperar sua autoconfiança no que diz respeito a suas capacidades posturais.
16

Barrie (2000) sintetiza os objetivos fisioterapêuticos que podem ser aplicados em idosos
sujeitos a riscos de queda, a saber: melhorar a capacidade do indivíduo para resistir às
ameaças ao seu equilíbrio; aumentar a segurança deste indivíduo em seu ambiente; e
recuperar a confiança do idoso e das pessoas cuidadoras deste, no que diz respeito a sua
capacidade de se locomover da maneira mais segura e eficaz em seu ambiente.
Em outro enfoque, Apley (1999) afirma que o fisioterapeuta pode auxiliar ao idoso,
possibilitando a este o aumento da estabilidade postural e do equilíbrio. Ao nível hospitalar,
encontra-se certa limitação quanto à disponibilidade de tempo, portanto, o autor acima
recomenda que o fisioterapeuta se dedique aos movimentos e as atividades nas quais o
paciente deseja adquirir maior estabilidade, aplicando os princípios da especificidade e da
sobrecarga que regem a fisiologia do esforço. A intensidade do regime de exercícios deve ser
a maior que o paciente puder tolerar, no que diz respeito ao número de repetições por sessão e
de sessões por dia.
Nesse sentido, a atuação em nível hospitalar pode se dar no auxílio do idoso debilitado quanto
à melhora de sua capacidade para:
a) Ficar em pé sem apoio ou apenas com um mínimo de apoio, progredindo daí para a
capacidade de manter-se em pé enquanto abrir cintos e botões, de procurar objetos colocados
em prateleiras cada vez mais altas ou pegar objetos do assento de uma cadeira ou do piso;
b) Opor-se às perturbações do equilíbrio, dando passos compensadores em resposta a um
empurrão leve contra o esterno ou contra a face lateral da pelve;
c) Andar firmemente - sem ajuda de terceiros - na maior distância necessária dentro da própria
residência – deve-se insistir, inclusive, na amplitude do passo. O treinamento deve começar
pela menor distância que o paciente se considera capaz de vencer;
d) Virar-se no mesmo ponto, dando número cada vez menor de passos, quatro a seis no
máximo.
No trabalho visando ao equilíbrio corporal, Alencar e Abbage (2008) recomendam o trabalho
com o idoso, através de atividades de transferência de peso de um lado para o outro, de
preferência marchando sobre uma esteira de equilíbrio, além da aplicação de exercícios de
agilidade e manobras com obstáculos.
Quanto ao restabelecimento da confiança, Papaléo Neo (2000) indica que os programas
educacionais e de tratamento devem inspirar sentimentos de auto-eficácia no paciente idoso,
de modo a restabelecer sua confiança na própria capacidade para dar conta da situação. Mas
também é preciso diminuir o receio de queda e o medo de não conseguir levantar-se. Desta
forma, pode-se aumentar a segurança durante a marcha e reduzir o risco de queda.
Para Simões (2009), a abordagem para esses casos pode ser combinada, ou seja, de forma
psicológica e fisioterapêutica. É importante que o fisioterapeuta escolha uma tarefa que não
ultrapasse a competência do cliente, e depois dela ter sido realizada com êxito, o cliente deve
ser animado a reconhecer o próprio desempenho e a sua competência afetiva.
Além disso, a orientação fisioterapêutica pode incluir o manejo dos dispositivos auxiliares
para a melhora da marcha comprometida. Como indica Apley (1999), são três as categorias de
dispositivos deambulatórios auxiliares: bengalas, muletas, e andadores. Esses artefatos podem
ser prescritos para a prevenção ou tratamento de problemas relativos a equilíbrio, dor, fadiga,
fraqueza, instabilidade articular e carga esquelética excessiva. A função principal desses
dispositivos é de eliminar a carga de modo parcial ou completo, sobre um segmento corpóreo,
e isto se da pela transmissão da força dos membros superiores até o piso, pela pressão dirigida
para baixo e exercida sobre o dispositivo auxiliar.
Quanto aos fatores de ordem ambiental – extrínsecos – Zinni e Pussi (2003) recomendam
especial atenção quanto a:
a) Mobiliário: arrumar os móveis de forma que os caminhos não fiquem obstruídos; evitar
corredores atravancados ajuda a mobilidade de pessoas com visão periférica comprometida;
17

cadeiras e mesas instáveis precisam ser suficientemente estáveis para suportar o peso da
pessoa apoiada sobre as bordas de mesa ou encosto e braços das cadeiras, uma vez que
pessoas com comprometimento de equilíbrio usam a mobília como apoio;
b) Cozinha: manter os itens usados frequentemente ao nível da cintura; instalar prateleiras e
armários a uma altura acessível reduz o risco de cair por causa de tentar alcançar ou subir em
escadas ou cadeiras instáveis; evitar cadeiras com rodas; consertar pernas frouxas de cadeiras;
instalar mesa com pernas resistentes de boa altura; evitar mesa sobre tripés ou pedestais, uma
vez que pessoas com comprometimento da marcha freqüentemente usam a mesa como apoio;
c) Banheiro: instalar faixas antiderrapantes ou capacho de borracha; usar chinelos para
chuveiro ou cadeiras para banho evita escorregar na banheira molhada; fixar grades de apoio
em pinos na parede próximo ao vaso sanitário ajuda a transferência para o vaso sanitário e
dele para outro local; usar assento sanitário elevado ajuda a transferência para o vaso sanitário
e para fora dele;
d) Portas e fechaduras: evitar fechaduras nas portas do banheiro ou usar apenas as que podem
ser abertas dos dois lados da porta permite o acesso de outras pessoas no caso de ocorrer uma
queda;
e) Iluminação: instalar iluminação adequada no topo e na base da escada; luzes noturnas ou
faixas adesivas coloridas podem ser usadas para assinalar claramente os degraus; definir a
localização dos degraus, especialmente para pessoas com comprometimento de visão ou da
percepção.

13. Conclusão
No Brasil, a população acima dos 60 anos de idade vem crescendo mais rapidamente que o
restante da população, o que promove o aumento significativo do número de idosos, sendo
este crescimento o mais acelerado do mundo.
Diante deste crescimento, surgem várias consequências sociais, culturais e epidemiológicas
que prejudicam a qualidade de vida do idoso. O envelhecimento tem como característica
marcante a dependência nas atividades da vida diária. Por isso, a dependência nas atividades
básicas da vida além de ser objetivada por todos os idosos, é um importante indicador do
estado de saúde e também da qualidade de vida dos idosos.
A manutenção do equilíbrio, da postura e da marcha sofre declínio natural com o processo de
envelhecimento, e acaba sendo um dos fatores responsáveis pelas quedas, prejudicando a
independência do idoso. As quedas frequentes na população idosa por consequências da perda
do equilíbrio têm sido atribuídas à diminuição da estabilidade do corpo.
São considerados fatores de risco intrínsecos que predispõem às quedas: diminuição da força
e da massa muscular, o sedentarismo, as deformidades dos pés, o efeito colateral de
medicamentos, distúrbios cardiovasculares, neurológicos, pulmonares e endócrino-
metabólicos.
Como fatores extrínsecos, tem-se: ambiente, iluminação inadequada, pisos escorregadios,
degraus altos e calçados inadequados, podendo ser responsáveis por até metade de todas as
quedas em idosos.
A possibilidade de queda e a instabilidade postural predispõem o idoso a limitar suas
atividades. Entre as lesões físicas, as mais temidas são as fraturas, sendo que a fratura do colo
de fêmur e quadril representam as principais causas de hospitalização aguda por queda.
Cerca de 50% dos idosos que sofrem este tipo de fratura falecem dentro de um ano e a metade
dos que sobrevivem ficam totalmente dependente dos cuidados de outras pessoas. Estas
fraturas ocorrem mais em mulheres, não só por possuírem uma maior expectativa de vida
mais principalmente devido à osteoporose que é mais proporcionada neste sexo.
18

O conhecimento das fraturas do fêmur é imprescindível ao fisioterapeuta, pois é através deste


que o profissional se torna apto a ministrar o tratamento de forma adequada, visando a uma
recuperação rápida e eficiente do paciente, já que a intervenção cirúrgica se faz necessária em
muitos casos, através da artroplastia total do quadril.

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