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Licenciatura em Psicologia
Universidade Pedagógica
Nampula
2016
Supervisor:
MA. Rosário Martinho Sunde
Universidade Pedagógica
Nampula
2016
Índice
Lista de siglas e abreviaturas v
Declaração vi
Dedicatória vii
Agradecimentos viii
Resumo ix
Introdução…………………………………………………………………………………….10
CAPITULO I: PROCEDIMENTOS METODOLȮGICOS………………………………….12
1.1.Contextualização….………………………………………………………………………12
1.2 Problematização………………………………………………………………………. …12
1.3 Objecto de Estudo…… ………………………. ………………………………………..13
1.4 Justificativa…………………………...……………………………………………….….13
1.5 Objectivos…...……………………………………………………………………………14
1.5.1 Objectivo Geral...……………………………………………………………………….15
1.5.2 Objectivos Específicos……...………………………………………………………..…15
1.6 Hipóteses………………………………………………………………………………….15
1.7 Tipos de Pesquisa…………………………………………………………………...…….16
1.7.1 Pesquisa quanto aos objectivos. ……………. …………………………………………
16
1.7.2 Pesquisa quanto a abordagem……...
…………………………………………………...17
1.7.3 A pesquisa quanto ao procedimento…...………………………………….
…………....19
1.8 Técnicas de coleta de dados…. …………………………. ………………………………
20
1.8.1 Entrevista…..……………………………….…………………………………………..20
1.8.2 Questionário…...………………………………………………………………………..21
1.9 Universo e amostra da pesquisa…………………………………………. ………………
22
1.9.1 Universo da pesquisa……...………………………………...………………………….22
1.9.2 Amostra da pesquisa……...…………………………………………………………….22
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA…………………………………………..24
2.1. Conceitos basicos……………………………….………………………………………..24
2.1.2 Subsídio…………………………………………………………………………………24
2.1.3 Velhice…………………...……………………………………………………………..25
2.2 Aspectos Gerais sobre a Velhice…………………………………………………………
26
2.3 Potenciais benefícios da protecção social…………………………………………….
…..28
2.4 Desafio para a protecção social dos idosos em
Moçambique…………………………….29
2.5 História do surgimento do subsídio de apoio a terceira idade em Moçambique……...
….31
2.6 O impacto Social do subsidio ao nivel local………………………………………….
…..32
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS….34
3.1. Apresentação, descrição e interpretação dos resultados de entrevista dirigida aos
idosos do Bairro de
Namicopo……………………………………………………………………….34
3.2 Apresentação, descrição e interpretação dos resultados de questionário dirigido aos
técnicos do INAS-Nampula sobre o impacto social do subsídio de apoio a 3ª
idade………...38
3.3. Verificação das
hipóteses………………………………………………………………...41
Conclusão……………...……………………………………………………………………...43
Sugestões…………...…………………………………………………………………………44
Bibliografia………...………………………………………………………………………....45
Apêndices……………………………………………………………………………………..46
Declaro que esta Monografia Cientifica é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original. E todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda, que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
a obtenção de qualquer grau académico.
Dedico este trabalho aos meus pais que serviram de fonte de inspiração para a minha
caminhada em todas as acções.
Agradecimentos
Quero, em primeiro lugar, agradecer a Deus pela vida que me concedeu e o espírito de
valorizar o conhecimento científico como a melhor arma para vencer os obstáculos que
se encontram no meu caminho, obrigado Senhor!
Agradeço, ao MA. Rosário Martinho Sunde, meu supervisor, que de forma incansável
soube mostrar os melhores caminhos para o sucesso desta monografia;
À minha família, que conseguiu valorizar o meu esforço no meio de muitas dificuldades,
especialmente para os meus pais, Salazar Portugal e Anifa António Ali (em memória)
que deram o seu suor, ajudando-me a fazer o curso em todas vertentes.
Ao meu filho que sempre pude compreender que um dia isto teria um fim;
Resumo
Introdução
A presente monografia tem como tema: O Impacto Social do Subsidio de Apoio a
Terceira idade. O estudo foi realizado no bairro de Namicopo durante o ano de 2015. O
mesmo surge no âmbito da conclusão do curso de Licenciatura em Psicologia na UP-
Nampula.
A reflexão sobre o subsídio de apoio a terceira idade tornou-se central em temas de
pesquisa em Moçambique. Esta preocupação surge durante as práticas profissionais no
Instituto Nacional de Acção Social em Nampula, na área do Programa de Subsídio
Social Básico de Apoio a velhice. Foi a partir dessa realidade que o autor motivou-se
para o estudo do impacto social do subsídio de apoio a terceira idade, para além de
uma produção científica, ela nasce do reconhecimento e afeição no estudo da vida dos
idosos e aplicação deste subsídio que favorece a vida social dos mesmos.
A necessidade no estudo sobre o impacto social do subsídio de apoio a terceira idade
actualmente, tem-se demonstrado um crescente reconhecimento deste programa em
diversos países do Mundo, concretamente nos países em desenvolvimento,
desempenha um papel importante no desenvolvimento inclusivo e transformador como
um passo no sentido de apoiar a população idosa menos favorecida.
Esta monografia tem como objectivo de analisar sobre o impacto social do subsídio de
apoio a terceira idade, e propor medidas de prestação do subsídio no bairro de
Namicopo, permitindo que se tenha uma reflexão profunda em relação o que tem sido o
impacto do subsidio na vida social dos idosos, como resposta os benéficios e
dificuldades dos idosos perante a vida na sociedade.
A monografia, para além da introdução é constituída por três capítulos. Na introdução
faz-se apresentação geral do estudo e o enquadramento temático do trabalho. No
primeiro capítulo apresenta-se a contextualização, os objectivos do trabalho, as
metodologias usadas, a motivação que levou o autor na elaboração desta monografia, o
problema colocado, as respectivas hipóteses, universo e amostra.
O segundo capítulo diz respeito a fundamentação teórica do tema pesquisado.
Apresenta-se os conceitos do subsídio, velhice e a terceira idade na perspectiva de
vários autores, Aspectos Gerais sobre a Velhice, potencias beneficios da protecção
social, desafios da protecção social dos idosos em Moçambique, História do surgimento
do subsídio de apoio a terceira idade em Moçambique e o impacto do subsídio de apoio
a terceira idade ao nivel local.
No terceiro capítulo faz-se apresentação dos dados e discute-se sobre os resultados
obtidos durante a pesquisa. E no fim apresenta-se as conclusões finais da pesquisa, as
sugestões possíveis frente ao problema detectado, as bibliografias consultadas bem
como apêndices.
CAPITULO I: PROCEDIMENTOS METODOLȮGICOS
Quando se fala dos procedimentos metodológicos refere-se aos critérios, caminhos e
procedimentos que foram usados neste trabalho. Assim neste item além da
contextualização, problematização, objecto de estudo, objectivos, justificativa,
hipóteses, irá se falar também dos tipos de pesquisa que se usou, e as técnicas de
colecta de dados, universo e amostra da pesquisa.
1.1 Contextualização
O estudo sobre o Impacto social do subsídio de apoio a terceira idade foi realizado no
bairro de Namicopo. Este bairro localiza-se na zona suburbana da cidade de Nampula
concretamente no Norte da cidade, nas extremidades da estrada Nacional N° 1, que faz
fronteira com avenida do trabalho. O bairro de Namicopo faz limite com os pontos
cardeais tais como: Ao Norte Avenida do Trabalho; Ao Sul Posto Administrativo com o
mesmo nome; Ao Este Aeroporto Internacional de Nampula; e Ao Oeste CTT da
Televisa.
Namicopo advém do nome de um rio que tem o seu nascente numa lagoa que está nas
extremidades do Aeroporto Internacional de Nampula, e desagua no rio Monapo que
antigamente havia uma abundáncia de peixes que em lingua local é chamado de
“Mukhópo” e em português é conhecido por peixe barba.
Nos últimos anos, o governo de Moçambique tem desenvolvido programas de subsídios
a pessoa da 3ª idade como forma de garantir o seu sustento alimentar e social. No
bairro de Namicopo na cidade de Nampula os idosos recebem um subsídio sob
responsabilidade dos profissionais do Instituto Nacional de Acção Social (INAS). Este
subsídio tem um grande impacto na vida social e económica do idoso, contribuindo para
uma boa convivência social e garantindo a longevidade do idoso rumo ao combate a
pobreza absoluta em Moçambique, de modo a diminuir a discriminação do indivíduo da
terceira idade, com isso tem como resultado a diminuição da prática da mendicidade
nas cidades.
1.2 Problematização
As autoridades governamentais em Moçambique estimam que no país existem pouco
mais de dois milhões de idosos cujo grosso sobrevivem com menos de 10 meticais por
dia. A sobrevivência de pessoas da terceira idade está cada vez mais difícil. Em muitos
casos, elas são vítimas da descriminação, insultos, na responsabilização por alegados
insucessos das suas famílias, na privação de alimentos, na falta de garantia de
condições de higiene, na falta de assistência médica, na exploração financeira, no
abandono, sobe o índice de violação do seu direito de prioridade, para além de serem
física e psicologicamente violentados pelos seus familiares, são acusados de práticas
da feitiçaria, facto que não condiciona o bem-estar dessa camada social.
O governo, em resposta dessa situação tem empreendido esforços para minimizar os
riscos e garantir a sobrevivência da pessoa da terceira idade como aparenta ainda os
contornos do subsídio e a insignificância face as dificuldades e a subida do custo de
vida e dos produtos da primeira necessidade.
É nesse contexto que a realização deste trabalho se relacionou praticamente com a
seguinte questão: Qual é o impacto social do subsídio de apoio à terceira idade no
Bairro de Namicopo?
1.4 Justificativa
A motivação pelo estudo surgiu durante as práticas profissionais no Instituto Nacional
de Acção Social em Nampula, na área de Gestão do Programa de Subsídio Social
Básico de Apoio a velhice. Foi a partir dessa realidade que o autor motivou-se para o
estudo do impacto social do subsídio de apoio a terceira idade, para além de uma
produção científica, ela nasce do reconhecimento e afeição no estudo da vida dos
idosos e aplicação deste subsídio que ajuda a vida social dos mesmos.
A necessidade do estudo do impacto social do subsídio de apoio a terceira idade
actualmente, tem-se verificado um crescente reconhecimento desse programa em
diversos países do Mundo, concretamente nos países em desenvolvimento,
desempenha um papel importante no desenvolvimento inclusivo e transformador como
um passo no sentido de apoiar a população idosa menos favorecida.
O estudo é de grande importância na medida em que estimula na melhoria da expansão
do subsidio de apoio a pessoa da 3ª idade sobretudo àquelas mais carenciadas. O
autor visitou alguns centros de acolhimento a pessoa idosa durante as práticas
profissionais no INAS e a realidade que vive no seu dia a dia é pouco complicada em
que este apoio é digno para a sobrevivência dos idosos.
O trabalho permiti que se tenha uma reflexão profunda em relação o que tem sido o
impacto do subsidio na vida social dos idosos, como resposta os benéficios e
dificuldades dos idosos perante a vida na sociedade.
No entanto a recente ênfase no aumento do número dos idosos beneficiários em cada
família, como dependentes, resultou na melhoria de nutrição, diminuição do número dos
idosos fazendo a mendicidade nos locais públicos, risco, o custo da sua marginalização
e acesso ao princípio da equidade, inclusão, melhorando as oportunidades de boa
assistência social na familia e na comunidade em geral.
Espera-se com este trabalho que haja mudanças no comportamento dos indivíduos
perante a pessoa idosa como estratégia na melhoria da qualidade do impacto social do
subsidio de apoio à terceira idade.
1.5 Objectivos
Segundo Libânio (1999:122) “objectivos são pontos de partida, as premissas gerais do
processo pedagógico. Representam as exigências da sociedade em relação à escola,
ao ensino, aos alunos, e ao mesmo tempo, reflectem as opções político-pedagógicas
dos agentes educativos face as condições sócias existentes ”.
No ponto de vista do autor, a definição dos objectivos determina o que o pesquisador
quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. O objectivo é o sinónimo de meta
e fim; podem ser objectivos gerais e específicos.
1.6 Hipóteses
A hipótese, hipótese “é uma suposição que pode ser colocada a prova para determinar
sua validade”. Isto representa uma suposta resposta do problema a ser investigado. É
uma suposição que se forma e que será aceite ou rejeitada somente depois de
devidamente testada. Contudo, para este trabalho como o seu problema foi inverificado,
tinha sido proposto as seguintes hipόteses :
- A expansão do fornecimento do subsídio de apoio à terceira idade pode condicionar
na redução do índice da mendicidade nos idosos.
- A exiguidade do subsídio de apoio à velhice pode influenciar no aumento progressivo
dos idosos nas ruas.
Fonte: O autor
Com isso este tipo de pesquisa foi importante neste trabalho, “porque deu uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números”. E ajudou
na interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados, que são básicos no
processo de pesquisa qualitativa. Não requereu do uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural foi a fonte directa do trabalho e o instrumento chave.
A vantagem do uso da pesquisa qualitativa neste trabalho, porque ela trabalhou com o
universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos
que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
A desvantagem da pesquisa qualitativa neste trabalho foi por seu empirismo, pela
subjectividade e pelo envolvimento emocional do pesquisador. A falta de detalhes sobre
os processos através dos quais as conclusões foram alcançadas; falta de observância
dos aspectos diferentes sob enfoques diferentes; certeza do próprio pesquisador em
relação aos seus dados; sensação de dominar profundamente o seu objecto de estudo;
envolvimento do pesquisador na situação pesquisada, ou com os sujeitos pesquisados.
O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é
parcial e limitado.
Usou-se a pesquisa qualitativa para buscar a explicação sobre o impacto social do
subsídio de apoio a terceira idade, exprimindo o que convém ser feito com precisão nas
relações entre os idosos e o subsídio.
1.8.1 Entrevista
Segundo Cervo & Bervian (2002), a entrevista é uma das principais técnicas de colecta
de dados e pode ser definida como conversa realizada face a face pelo pesquisador
junto ao entrevistado, seguindo um método para se obter informações sobre
determinado assunto.
Neste trabalho o autor escolheu essa técnica, porque a entrevista ajuda na colecta de
dados de qualquer pesquisa através de guiões semi-estruturados, assim como a
entrevista sobre o impacto social do subsidio de apoio a terceira idade, com os
beneficiários, e técnicos do Instituto Nacional de Acção Social em Nampula. Facilitou
também na pesquisa profunda com os idosos e os técnicos do INAS, procurarando
obter diversas perspectivas sobre o impacto social do subsidio. Efeitos do subsidio a
nível individual do agregado familiar e da comunidade em geral.
A entrevista é uma conversa geralmente entre duas ou mais pessoas, sendo que uma
delas responde às perguntas da outra e é uma técnica importante nesta pesquisa,
porque permitiu o autor no desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas.
É um modo de comunicação na qual determinada informação é transmitida de uma
pessoa A para uma pessoa B.
As vantagens desta técnica de colecta de dados neste trabalho foram de ter maior
abrangência, eficiência na aquisição de dados, classificação e quantificação. Além
disso, a pesquisa não restringiu aspectos culturais do entrevistado, possuiu maior
número de respostas, ofereceu maior elasticidade e possibilitou que o entrevistador
captasse outros tipos de comunicação não-verbal.
1.8.2 Questionário
Aplicação dessa técnica neste trabalho facilitou atingir ao mesmo tempo informações de
qualidade com pessoas em curta informação, sobre o impacto social do subsídio de
apoio a terceira idade.
As razões que levaram o autor a usar este tipo de técnica, porque ela possibilita o
pesquisador a ter respostas mais ricas e variadas com maior facilidade na tabulação e
análise dos dados.
As vantagens dessa técnica de colecta de dados neste trabalho, foi de permitir alcançar
maior número de pessoas; foi mais econômico; a padronização das questões
possibilitou numa interpretação mais uniforme dos respondentes, o que facilitou a
compilação e comparação das respostas escolhidas, além de assegurar o anonimato ao
interrogado.
Usou-se essa técnica de colecta de dados neste estudo, para ordenar as perguntas
durante a pesquisa, como devem ser respondidas por escrito, as que possibilitou nas
respostas mais ricas e variadas e as fechadas tiveram maior facilidade na tabulação e
análise dos dados, sobre o impacto social do subsídio de apoio a terceira idade.
1. Amostra da pesquisa
Segundo Gil (2008), as tábuas podem ser utilizadas da seguinte maneira: cada
elemento da população é associada a um número. Determinamos a quantidade de
algarismos do maior dos números associados aos elementos da população.
Consultamos na sequência, qualquer uma das listas de números considerando o
número de algarismos. Por exemplo: para uma população de 500 elementos,
assinalamos qualquer combinação de três colunas, ou conjuntos de três algarismos
consecutivos ou três linhas. Suponhamos que sejam utilizados os três últimos
algarismos de cada conjunto de cinco.
Por isso neste trabalho foi envolvida uma amostra de 15 pessoas de ambos os sexos,
sendo 8 do sexo masculino e 7 do sexo feminino com idade compreendida de 30 aos 80
anos, sendo 5 técnicos do INAS e os idosos.
Neste item, far-se-á a fundamentação teorica, que é uma base de sustentação teórica.
Tembém pode ser chamada por revisão bibliografica. Assim o autor baseou-se em
abordagens de algumas obras que desenvolveram assuntos relacionados com o
subsídio de apoio a terceira idade, como é o caso da obra: Estratégia Nacional de
Segurança Social Básica em Moçambique (2010-2014); MINISTÉRIO DA MULHER E
DA ACÇÃO SOCIAL. Criação de programas de Segurança social básica, Maputo
(2011); MINISTÉRIO DA MULHER E DA ACÇÃO SOCIAL. Protecção social em
Moçambique, Maputo (2014); KERRY SELVESTER. Beneficiários e perspectivas da
comunidade sobre o Programa de Subsídio Social Básico em Moçambique, (2012);
GDM. Plano Nacional de Acção para a Pessoa Idosa (2005-2010). GdM, Maputo
(2006)..
2.1 Conceitos básicos
Subsídio
Segundo KERRY SELVESTER (2012) “subsidio de apoio a terceira idade é um
programa híbrido interessante de auxilio monetário a pessoa idosa ministrado pelo
INAS”. Enquanto fornece um valor baixo, do subsidio pouco direcionado, é
notavelmente implementado em grande escala, com forte compromisso político para
sustentar o programa com recursos do Estado.
Segundo GDM. PLANO NACIONAL DE ACÇÃO PARA A PESSOA IDOSA (2005-2010),
“subsídio de apoio a terceira idade é uma intervenção isolada, que faz parte de uma
plataforma mais ampla de protecção social que inclui o apoio a famílias que se
encontram temporariamente incapazes de superar um choque ou evento específico,
juntamente com a assistência social entregue através dos sectores da saúde e
educação”.
Velhice
Uma boa qualidade de vida na velhice não é uma particularidade do indivíduo biológico,
psicológico ou social, nem uma responsabilidade individual, mas sim, um produto de
interacção entre pessoas vivendo numa sociedade em mudança. Para avaliar a
qualidade de vida na velhice, são referenciados indicadores pertencentes a quatro
áreas (NERI, 2002): a competência comportamental, que se refere ao funcionamento do
pessoal quanto à saúde, à funcionalidade física, à cognição, ao comportamento social e
à utilização do tempo pelo idoso; a qualidade de vida percebida, que está relacionada
ao auto-julgamento do idoso sobre a sua funcionalidade física, social e psicológica, bem
como sobre sua competência comportamental nessas áreas; condições contextuais,
que compreendem as situações relativas à experiência da velhice; o bem-estar
psicológico, que está relacionado ao domínio das percepções, das expectativas, dos
sentimentos e dos valores.
Neri (2003), discute sobre as atitudes que permeiam a vida do ser humano e
particularmente do idoso. Para ela a atitude abrange noções de crenças, preconceitos,
estereótipos, valores e ideologia, e em conjunto podem ser reconhecidas como
processos sociais-cognitivos que podem orientar, integrar e controlar o comportamento.
De acordo com a citação de Neri (2003), em 1969, Butler cunhou o termo “ageism”,
para nomear os preconceitos que resultam das falsas crenças a respeito dos idosos e
cujo efeito é a discriminação social, baseada na idade. Para Butler é uma intolerância
comparável à racial, religiosa ou sexual e dá origem à limitação de oportunidades, e do
tratamento desigual aos idosos.
Neri (2003), faz a citação de alguns autores que tratam sobre isso como Kaliser (1979)
que afirmou que a compaixão e superproteção com que as pessoas e instituições
tratam os idosos, são tão prejudiciais a eles quanto aos esteriótipos negativos. Palmore
(1980) conclui que a supervalorização de atributos como a sabedoria, pode criar falsas
expectativas em idosos e não idosos, e prejudicar a imagem social e auto-imagem dos
idosos. Já Levy (2001), cita que pensamentos, sentimentos e comportamentos em
relação aos idosos existem e operam sem controle consciente das pessoas, como se
fizessem parte das formas correctas de interagir com os idosos. Assim os próprios
idosos acham habituais as formas de tratamento discriminatόrio que enfrentam no
trabalho, na propaganda e nos serviços de saúde, entre outros.
Não é desejável, por exemplo, que se infantilize o idoso, isso não é o que o idoso
precisa, ele precisa do respeito, carinho e suporte sócio-familiar. A questão da
supervalorização do idoso, como sinônimo da sabedoria citada acima, ou ainda a
afirmação de que se tem a idade que se quer, nem sempre traz benefícios aos idosos,
visto que alguns podem sentir-se diminuídos, espezinhados por acharem que são
exceção à regra disseminada, geralmente pela mídia, haja vista não se sentirem
capazes de agir ou perceber essa sabedoria adquirida com a idade ou a capacidade de
viver bem na idade em que se encontra, pela situação econômica, psicológica ou
situacional entre outros factores.
Segundo Neri (2003), a literatura, televisão e jornais diários são poderosos instrumentos
na formação de atitudes e crenças em relação aos idosos. Os conteúdos das
comunicações não podem ser considerados como causadores de comportamentos,
mas como moderadores, pois afectam e são afectados pelo comportamento dos
indivíduos, grupos e instituições. Os conteúdos da comunicação servem como
indicadores de complexos processos da troca e construção social em curso, em dado
contexto sócio-histórico.
De acordo com um estudo recente, cerca de 10 000 crianças em idade escolar ao nível
nacional receberam algum apoio educativo do dinheiro das pensões (RHVP 2007). O
Lesoto agora planeia reduzir a idade dos beneficiários a fim de incluir mais pessoas. A
Suazilândia introduziu também uma pensão de reforma universal não contributiva.
Garantir uma segurança humana digna aos idosos, como preconiza a definição principal
da protecção social, isso constitui um dos desafios mais nobres com que Moçambique
se confronta. A principal linha do pensamento que atravessa é a de que a protecção
social dos idosos pode ou mesmo deve ir além da convencional perspectiva
assistencialista, conjuntural, ou socorrista, visando ajudar os idosos a fazerem face a
rupturas e riscos inesperados, incluindo em situações mais ou menos previsíveis e
inevitáveis, pelo facto de as pessoas se encontrarem destituídas de activos e outros
recursos para fazerem face à miséria e vulnerabilidade crónica.
Compete ao Estado assegurar a devida protecção aos idosos, nos quadros legais
vigentes e sabendo que os próprios idosos são principais responsáveis pelo seu
sustento, financeiro e técnico. Só através de um compromisso, reciprocamente
responsabilizador e comprometedor entre o Estado e cidadãos, se pode evitar que o
governo e a restante máquina administrativa e oficial não sirvam do poder político para
gerir o bem comum rumo à escravidão dos cidadãos.
O valor mínimo desse subsidio é de 280 MT por família por mês, com o aumento de 50
MT (US $ 1,8) por mês para os dependentes, até um máximo de 500 Mt por família por
mês. Os beneficiários são pagos em dinheiro, e o destinatário é geralmente o chefe da
família. O pequeno subsidio tem o objectivo de atingir 10% dos agregados familiares
absolutamente pobres do País, que actualmente atinge cerca de 300 mil famílias
extremamente pobres. O programa tem o compromisso político claro para a
sustentabilidade, com recursos do Estado.
O Programa de subsidio social básico não é uma intervenção isolada, mas sim, faz
parte de uma plataforma mais ampla de protecção social que inclui o apoio a famílias
que se encontram temporariamente incapazes de superar um choque ou evento
específico, juntamente com a assistência social entregue através dos sectores da saúde
e educação. O sistema de protecção social em Moçambique está em processo de ser
reformado e modernizado, o que deve resultar em um sistema mais transparente e
responsável. Uma das principais reformas envolve o desenvolvimento de um sistema de
gestão de informação, que irá fornecer uma plataforma integrada técnica para a gestão
dos programas de assistência social.
Embora tenha havido progresso em termos de elevar o perfil das medidas abrangentes
de protecção social em Moçambique (evidenciada pela aprovação de instrumentos
processuais do trabalho legal e estratégico) ainda existem lacunas significativas do
conhecimento em termos do impacto do PSSB na vida dos beneficiários e nos níveis do
indivíduo, doméstico e da comunidade, e como esta informação pode fortalecer a
focalização futura e gestão de casos. Compreender as percepções dos beneficiários,
implementadores e outras partes interessadas é um passo importante no sentido de
apoiar o desenvolvimento das medidas de protecção social centradas no beneficiário.
Os beneficiários estão cientes de que o valor real do benefício não acompanhou o ritmo
da inflação do preço dos alimentos. Os funcionários do INAS em Nampula estão cientes
de que o valor do subsidio é pequeno, mas enfatizam que a quantia tem aumentado
considerávelmente nos últimos cinco anos, tendo partido de um valor excessivamente
baixo $1 (valor pago quando o programa iniciou em 1992), e que a quantia tem agora
uma base objectiva para o cálculo, incluindo um acordo do Conselho de Ministros que
devem aumentar anualmente de acordo com à inflação. Os funcionários do INAS em
Nampula também salientam a importância da previsão do subsidio, o que ajuda aos
beneficiários a obterem pequenas quantias do crédito para as necessidades alimentares
diárias, ou para fazerem parte de grupos de rotação de poupança, ou para cuidarem
dos seus filhos (Delegado de Nampula).
Nesta questão, o autor pretendia saber se os idosos aplicam o subsídio para fins
obuscuros como na compra de bebidas, tabacos e outros fins não necessariamente
relevantes ou aplicam-no para aquisição de produtos da primeira necessidade.
Neste contexto, dos dez (10) sujeitos entrevistados, todos, equivalentes a 100% foram
unanimes em afirmar que do subsídio que recebem mensalmente, eles compram
alimentos da primeira necessidade e vestuário. Na verdade, a alimentação constitui as
necessidades básicas que segundo Maslow, na sua teoria das necessidades, o homem
é obrigado a satisfazê-las para manter o estado saudável e garantir o seu
desenvolvimento global. Portanto, a alimentação e o vestuário são necessidades
primárias e fundamentais para a sobrevivência do indivíduo e para a propagação da
espécie humana.
6. A significância do subsídio ao idoso
Os restantes dois (02) sujeitos correspondentes a 40% afirmaram que o subsídio não
contribui para a redução do índice de risco à saúde. Estes últimos acham que a
insignificância do subsídio não faz sentido na vida dos idosos, quer dizer, para cobrir
com outras despesas, os idosos preferem pôr-se a rua a procura de esmola.
O valor reembolsado a cada idoso por cada mês não vai além de quinhentos (500,00)
meticais depois da revisão actual. Para ver, como é possível o idoso responsável pelo
sustento da família ou ainda, que não tenha nenhum apoio, poderá manter o seu bem-
estar saudável?
Por essa razão, quando colocamos a questão aos nossos entrevistados, todos eles,
equivalentes a 100% foram unanimes em afirmar que o subsídio não é suficiente e nem
cobre as necessidades básicas. Esta situação pode fazer com que muitos idosos
beneficiários do subsídio continuem vivendo em miséria e na pobreza absoluta,
obrigando-os a procurar da sua sobrevivência na rua, por meio de esmola.
Aqui, o autor pretendia saber porquê o subsídio não é significativo. Dos cinco (05)
técnicos do INAS-Nampula inqueridos sobre o mesmo assunto, um (01) equivalente a
20% afirmou que há falta de fundos governamentais. Quer dizer, o governo não
orçamenta a questão de subsídios à 3ª idade. Outros, quatro (04) técnicos equivalentes
a 80% argumentaram que a insuficiência do subsídio ao idoso deve-se a falta de apoio
financeiro nos doadores; quer dizer, nos anos lá idos, devido a guerra de instabilização
de 16 anos, alguns países de boa-fé, deram seu apoio à sociedade moçambicana,
fazendo com que os idosos e outras camadas sociais se beneficiassem desse apoio em
géneros alimentares, vestuários e nos outros bens como a construção de casas aos
idosos.
Conclusão
Bibliografia
DAS, Bhagirath Lal. The new work programme of the WTO. Penang, Malásia: Third
World Network, 2002.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
GDM. Plano Nacional de Acção para a Pessoa Idosa (2005-2010). GdM, Maputo.2006