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Técnico Auxiliar de Farmácia

Professora Margarida Correia


2021/2022

Doenças do Aparelho Digestivo

O sistema digestivo é particularmente propício a afeções, sendo alvo de frequentes


queixas e procura de aconselhamento pelos utentes das Farmácias.

Vómitos e Náuseas
O Vómito ou Emese, é o ato involuntário com a finalidade de expulsar forçadamente o
conteúdo do estômago. É um mecanismo coordenado entre os sistemas Nervoso Central,
Gastrointestinal e Respiratório, em conjunto com os músculos abdominais. O vómito é,
normalmente, precedido ou acompanhado por náuseas e, quando recorrente, pode ter
consequências mais ou menos graves: desidratação, desequilíbrio eletrolítico, inflamação
do esófago e estômago.

Causas: gravidez, problemas gástricos ou indigestão crónica, distúrbios nervosos ou


endócrinos, toxicidade, jet lag, consequência da quimio ou radioterapia.

Enjoo do Movimento: náuseas e vómitos associados a deslocações e viagens. De modo a


prevenir esta situação, as refeições anteriores à viagem devem ser leves e pobres em
gorduras e líquidos. Durante a viagem, aconselham-se medidas como:
. fixar o olhar num ponto longínquo
. respirar ar fresco
. tentar dormir
. optar por ser o condutor
. evitar cheiros intensos
. não ler nem ver filmes

Tratamento
Antieméticos: quando os enjoos e vómitos persistem, para além da ingestão adequada de
líquidos e de uma dieta cuidada, pode ser necessário recorrer a medicamentos. Os
Antieméticos podem atuar no Sistema Nervoso ou diretamente no Sistema Digestivo,
bloqueando os recetores das substâncias que provocam a sensação de náusea -
Neurotransmissores. No entanto, deve-se ter em atenção que a sua utilização pode mascarar
sintomas associados a outras doenças, importantes de identificar.

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Via de
Substância Ativa Medicamento Dispensa Efeito Posologia Contraindicações
Administraçao
Prevenção: 30min antes da viagem
Adultos e Crianças > 12 anos : 1 comp.
6-12 anos: 1/2 comp.
Viabom 2-6 anos: 1/4 comp.
Tratamento: 1-2 comps. (4-6/4-6h). Máx.: 400mg
1/2-1 comp. (6-8/6-8h). Máx.: 150mg Hipersensibilidade
1/4-1/2 comp. (6-8/6-8h). Máx.: 1 comp. e 1/2 Crianças < 2 anos
Antiemético
Dimenidrinato Gravidez e aleitamento
MNSRM Antivertiginoso
(Enjoo em viagem) Glaucoma
Antihistaminico
Hipertrofia prostática
30min antes da viagem
Tem efeitos sedativos
Adultos: 50-100mg, 3-4x/dia
Vomidrine > 13 anos: 1-2 comps., 2-3x/dia
7-12 anos: 1/2-1 comp./dia
2-6 anos: 1/4-1/2 comp./dia

Oral
Hipersensibilidade
Úlceras ou Hemorragias
Metoclopramida no SD
Adultos: 10mg, até 3x/dia. Máx.: 30mg, 5 dias
(Quimio ou Primperan Antiemético Epilepsia
Crianças: depende do seu peso corporal.
Radioterapia) Parkinson
Crianças < 1ano
Aleitamento
Hipersensibilidade
MSRM
Glaucoma
Hipertrofia Prostática
Doxilamina +
Perturbações
Dicloverina + Antiemético Gravidez: 2 comps. ao deitar + 1 comp. ao levantar
Nausefe gastrointestinais
Piridoxina (Gravidez Antivertiginoso Viagem:1-2 comps, 4h antes
Enfisema ou asma
e Viagem)
Crianças < 12 anos
Aleitamento
Tem efeitos sedativos

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Azia
Ou Pirose, é um sintoma de uma perturbação digestiva e não uma doença em si. É
caracterizada por uma sensação de queimadura ou ardor no estômago e sensação de azedo
na garganta e boca. Em condições normais, a ligação entre o esófago e o estômago não
permite que os alimentos ou as secreções voltem para trás. Se este mecanismo não
funcionar como deve ser, o ácido do estômago alcança as paredes do esófago, causando a
inflamação do mesmo e consequente azia. Quando se manifesta durante a noite – Azia
Noturna – perturba significativamente o sono.

A regurgitação do conteúdo do estômago para o esófago, associada a esta sensação de


queimadura, pode estar associada à doença RGE – Refluxo Gastroesofágico (ver em baixo).
Neste caso, pode ocorrer dor epigástrica, enfartamento, sialorreia (secreção salivar
exagerada) e eructação (arrotos).

Se este problema não for tratado, pode levar a perdas de sangue, úlceras e, em último
caso, cancro do esófago.

Causas
. Hérnia do Hiato
. Refeições demasiado abundantes

Fatores que Contribuem para Azia


- Inclinação do corpo para a frente ou estar deitado após a refeição
- Gravidez
- Stress
- Tabaco, café, álcool, bebidas com gás
- Cintrinos, tomate, chocolate, alimentos gordos e picantes
- Medicamentos (aspirina, ibuprofeno, antidepressivos…)

Diagnóstico: saber a história clínica do paciente deve ser suficiente para iniciar um
tratamento. No entanto, pode ser necessário fazer uma Endoscopia Digestiva Alta e um teste
respiratório para detetar a bactéria Helicobacter pylori.

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Tratamento: se o incómodo provocado pela azia for ligeiro, basta alterar alguns
comportamentos. No caso da noturna, esta pode ser diminuída de frequência e intensidade
com:
. Refeições leves, pobres em gordura e sem bebidas gasosas
. Evitar comer 3-4h antes de deitar
. Elevar ligeiramente a cabeceira da cama
. Perda de peso
. Evitar álcool e café, não fumar

Doença RGE
Refluxo do conteúdo do estômago para o esófago, sem provocar vómitos. Pode-se tornar
patológico e capaz de produzir sintomas e lesões.

O RGE afeta cerca de 20% da população ocidental e é caracterizado por azia e/ou
regurgitação ácida (sensação de que os alimentos voltam à boca), interferindo com a
qualidade de vida dos doentes. Pode provocar dor, dificuldade em engolir, tosse, falta de
ar, rouquidão, gengivite, anemia por falta de ferro ou, mais raramente, vómitos com sangue.

É uma doença crónica, o que implica um tratamento constante para evitar recaídas e/ou
lesões graves. Na maioria dos casos é uma condição benigna, facilmente controlável com
medicamentos. Alguns doentes apresentam Esofagite – inflamação do esófago -, que pode
necessitar de uma vigilância mais regular e de cirurgia. Se o RGE não for tratado, provoca
uma esofagite erosiva, úlceras, estenose (estreitamento do esófago), que podem evoluir
para cancro.

Causas: desequilíbrio entre os fatores de defesa da mucosa e os de agressão – alimentos,


tabaco, gravidez, obesidade…

Diagnóstico: avaliação dos sintomas, endoscopia, radiografia do esófago, estômago e


duodeno, medição do pH no esófago por 24h.

Tratamento: aplica-se o mesmo que para as situações de azia, evitar comer antes de deitar,
elevar a cabeceira da cama… Se necessário, os medicamentos mais utilizados são os
Inibidores da Bomba de Protões. Em último caso, pode ser indicada a Cirurgia Anti refluxo.

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Dispepsia
Ou Indigestão, caracteriza-se por um conjunto de sintomas desconfortáveis como dor de
estômago e/ou desconforto associado a enfartamento, náuseas, vómitos, azia, distensão
abdominal, eructações, flatulência, perda de apetite, entre outros. É um problema comum
e estima-se que cerca de 30% dos adultos sofra ou tenha sofrido de dispepsia. Em Portugal,
3-4% das consultas médicas de clínica geral são devidas a este problema.

Causas: muito variáveis e podem estar associadas a Dispepsia Funcional (sem úlcera), a
Úlceras e Erosões do Estômago e/ou Duodeno, Tumores no Trato Gastrointestinal,
Pancreatite, Isquemia do Miocárdio, entre outros.

Importante: conhecer a medicação que o utente habitualmente toma, o seu estilo de vida
e, caso os sintomas persistam ou sejam frequentes, verificar uma possível infeção pela
bactéria H. pylori. Existem, também, medicamentos que podem causar ou piorar a
dispepsia: Digoxina (problemas cardíacos), Anti-inflamatórios, Ferro, Antibióticos,
Antagonistas de Cálcio (coração), Nitratos (coração), entre outros.

Tratamento: depende da gravidade, frequência dos sintomas e resultado dos exames


médicos.
. Antiácidos
. Alterar a toma da medicação habitual (antes ou depois das refeições, com ou sem
alimentos)
. Realização de exames para despiste de infeção por H. pylori e, se necessário, tomar
antibióticos
. Evitar refeições volumosas, comer sem pressa e retirar da alimentação todos os alimentos
capazes de provocar dispepsia

Úlceras
Feridas ovais ou circulares, causadas pela lesão ou erosão do revestimento do estômago
ou do duodeno, causadas pelo ácido gástrico ou sucos duodenais. Podem ser provocadas
pela H. pylori, uma bactéria que pode provocar gastrite, adenocarcinoma e linfoma
gástricos. A infeção pode ser assintomática ou pode provocar vários graus de Dispepsia. A
bactéria sobrevive ao ambiente ácido do estômago pois consegue esconder-se no muco e
tem uma enzima, a Urease, que torna o meio à sua volta mais básico.

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Diagnóstico: Testes Respiratórios com Ureia – a bactéria utiliza a ureia, libertando dióxido
de carbono, Testes Fecais e Biopsias.

Tratamento: inibidor da bomba de protões e 2 antibióticos.

Medicamentos utilizados para Azia, Dispepsia, RGE


Antiácidos: MNSRM, que consistem em Sais de Cálcio, Magnésio e Alumínio, que
neutralizam parcialmente o ácido do estômago e inibem a Pepsina. Exemplo: Kompensan
(alumínio), Alka-Seltzer (Bicarbonato de Sódio), Rennie (Cálcio + Magnésio), Gaviscon
(Sódio + Cálcio).

Inibidores da Bomba de Protões: são tomados na forma inativa e são ativados pelo ácido do
estômago. Diminuem a concentração de Hidrogénio no estômago, diminuindo a sua acidez.
Devem ser ingeridos em jejum, cerca de 1h antes de cada refeição. Exemplo: Omeprazol
(Proton).

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Diarreia
. aumento da frequência de Dejeções (3 ou + vezes/dia)
. diminuição da consistência das fezes: fezes líquidas ou pastosas (> 90% água)
. possivelmente associada a dor abdominal – Cólica
. sensação de distensão abdominal
. náuseas
. sensação de urgência em evacuar

A Diarreia não é uma doença, mas sim um sintoma que reflete uma alteração no equilíbrio
natural do Sistema Digestivo. A situação mais frequente é a Diarreia Aguda, que aparece de
repente e tem curta duração (< 2 semanas). Já a Diarreia Crónica ocorre por períodos
superiores a 4 semanas. Em geral, não causa problemas sérios, resolvendo-se
espontaneamente em alguns dias. No entanto, deve-se consultar o médico nos seguintes
casos:

. Diarreia aguda, > 4/5 dias, dores muito intensas no abdómen que não passam com a
dejeção, febre > 39ºC, Melenas (fezes muito escuras, com sangue), sinais de Desidratação
(sede, diminuição da frequência em urinar, boca seca, cansaço, dor de cabeça ou urina
escura) ou perda de peso.

. Diarreia Crónica.

A Diarreia pode ter diversas origens:


. Consequência de Gastroenterite, provocada por infeções Bacterianas (Salmonella,
Shigella, E. coli), Virais (Rotavírus – mais comum em crianças, Norvovírus, Adenovírus) ou por
Parasitas (Lombrigas).
. Consequência de Doenças Crónicas: Doença de Crohn, Cancro do Intestino, Colite,
Doença Celíaca, Intolerância à Lactose…
. Consequência da utilização de Medicamentos: Antibióticos, Laxantes, Radioterapia…
. Ingestão Excessiva de Álcool, Adoçantes, Picante, Gordura

Prevenção: profilaxia antimicrobiana, para doentes de risco e diarreia do viajante, lavar


sempre as mãos.

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Tratamento
Medidas Não Farmacológicas: ingestão de líquidos (água, chá fraco), ingestão de bananas,
cenouras, caldo sem gordura, tostas, não consumir leite nem derivados, alimentos com
muita fibra ou doces e bolos.

Medidas Farmacológicas: são utilizados medicamentos para compensar a perda de água,


eletrólitos e nutrientes, para inativar o agente que provoca a diarreia (Antibióticos) ou para
controlar os sintomas.

Imodium: antiperistáltico (diminui os movimentos do intestino).


UL-250: substituto da flora intestinal. Medicamentos que contêm bactérias (Lactobacilos) ou
leveduras (S. boulardii, fungos) que ajudam o intestino a funcionar.
Via de
Substância Ativa Medicamento Dispensa Efeito Posologia Contraindicações
Administraçao
Cápsulas: Adultos - 2 cáps. de uma Hipersensibilidade
vez, 1 após cada dejeçao, até fezes Crianças < 2 anos
sólidas ou até 24h (máx. 8 cáps.) Sangue nas fezes
Imodium MSRM
Crianças > 6 anos - 1 cáps. Febre
Solução Oral: 2-6 anos, depende Inflamação Inetstinal
do peso da criança Amamentação
Torna as fezes sólidas e
Loperamida menos frequentes, diminui Hipersensibilidade
a sensação de urgência Crianças < 6 anos
Febre
Comprimido Orodispersível, toma Sangue nas fezes
Drapid
igual ao de cima Com antibióticos
Inflamação Intestinal
Gravidez e
amamentaçao
Hipersensibilidade
Oral Doente
imunocomprometido
Saccharomyces Promove e restaura a flora Suspensão oral: 1 saqueta, 3x/dia Crianças < 3 meses
UL-250
boulardii intestinal Cápsulas: 1 cáps, 3x/dia Antibióticos de largo
MNSRM
espetro
Gravidez e
amamentação
Dissolver 1 saqueta em água
Lactentes: 1 - 1,5x/dia
Glucose, Reidratação - repõe os Hipersensibilidade
Dioralyte 1-12 anos: 1 saqueta após cada
eletrólitos (sódio fluidos perdidos e os sais Vómitos
Redrate dejecção
e potássio) minerais Insuficiência Renal
Adultos: 1-2 saquetas após cada
dejecção
Atyflor
Pré-bióticos Lactolevur Promove e restaura a flora
Lactobacilos Biogaia intestinal
Antibiophilus

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Obstipação
O número de dejeções considerado normal varia entre 3x/dia a 3x/semana, desde que a
pessoa se sinta bem e seja esse o seu ritmo habitual de defecação. Logo, um número inferior
a este pode indicar que algo está errado. Para além da frequência das dejeções, deve-se ter
também em conta o esforço excessivo a defecar, a presença de fezes duras e secas, a
evacuação incompleta, a sensação de obstrução ou a necessidade de manobras manuais
para facilitar a evacuação. Se 2 ou mais destes sintomas estiverem presentes durante pelo
menos 12 semanas, nos últimos 12 meses, pode-se considerar que a pessoa sofre de
Obstipação Funcional.

A Obstipação pode ser acompanhada por sintomas de anorexia ligeira, enjoo,


desconforto ou distensão abdominal, flatulência, hemorroidas.

Causas
- Maus hábitos alimentares (pouca ingestão de legumes, frutas, líquidos)
- Ingestão de alimentos que endurecem as fezes (queijo, chocolate)
- Não defecar quando se tem vontade (em crianças, pode existir um trauma associado ou
fobia ao uso de bacio ou sanita)
- Falta de um hábito de defecação regular
- Mudança de ambiente ou viagens
- Sedentarismo
- Indução por medicamentos: opiáceos (dor), anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),
antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, antiácidos, betabloqueadores…
- Causas metabólicas: diabetes, hipocaliemia
- Causas endócrinas
- Parkinson, Esclerose Múltipla, Depressão

Situações que predispõem a Obstipação


. Idade > 55 anos
. Cirurgias
. Gravidez
. Sedentarismo
. Abuso de laxantes
. Doentes em fase terminal

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Tratamento
. Não Farmacológico: corrigir a dieta, alimentação regular e rica em fibras (fruta, vegetais,
cereais), ingestão de líquidos, exercício físico regular e adquirir hábitos de defecação
regulares.

. Farmacológico: laxantes (comprimidos, supositórios, bisnagas, cânulas…) ou utilização de


Enemas (Clisteres), para limpeza do colón. Os laxantes são medicamentos que atuam na
absorção e secreção do intestino, modificando a consistência, forma e quantidade de fezes.
São recomendados em situações como o pós-parto e em pós-operatório. Devem ser
tomados à noite, para fazerem efeito na manhã seguinte.

Tipos de Laxante
. de Contacto ou Estimulantes: têm ação local, ou seja, atuam diretamente no intestino,
estimulando os movimentos peristálticos, o que promove a acumulação de água no órgão,
hidratando mais as fezes e facilitando a sua eliminação. Exemplo: Bekunis (comprimidos,
chá).

. Osmóticos: estimulam a absorção de água no intestino com o objetivo de amolecer as


fezes.

. Expansores de volume ou Formadores de massa: aumentam o peso (volume) das fezes,


aumentando assim o estímulo do intestino para eliminá-las.

. Emolientes: amolecem as fezes. Só devem ser utilizados quando o paciente não pode fazer
qualquer esforço de defecação.

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Via de
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Administraçao
Hipersensibilidade
Adultos e > 10 anos: 1-2 comps., Cirurgia abdominal
Oral antes de deitar. 1 sup., para efeito Dor grave associada a
Bicasodilo Dulcolax
Retal imediato. náusea e vómitos
6-10 anos: 1 comp. Desidratação
Crianças < 6 anos
Citrato de Sódio + Adultos e > 3 anos: 1 bisnaga/dia,
Hipersensibilidade
Laurilsulfoacetato Microlax máx. 2 bis.
Hemorroidas
de Sódio Laxante de < 3 anos: 1 bisnaga
Retal
Contacto
Hipersensibilidade
1-12 meses: 1 cânula/dia, máx. 3 dias
Gelatina + Glicerol Bebegel Náuseas, vómitos e
Crianças e Adultos: 1-2 cânulas/dia
dor abdominal
Hipersensibilidade
Cirurgia abdominal
Adultos e > 10 anos: 10 - 20 gotas
Picossulfato de Dor grave associada a
Dulcogotas 4-10 anos: 5 - 10 gotas
Sódio MNSRM náusea e vómitos
< 4 anos: 0,250 mg/Kg de peso
Desidratação
Crianças < 6 anos
Hipersensibilidade
Cassia angustifolia Obstrução ou doença
1-2 colheres de chá/saq. após o jantar e,
(fruto) + Ispagula intestinal
Expansor de se necessário, antes do p.a.
(mucilagem) + Agiolax Desidratação
Oral Volume Colocar na boca, sem mastigar, e
Plantago ovata Gravidez e
engolir com muita água.
(sementes) amamentação
Crianças < 12 anos
Adultos: Dose Inicial - 15-30 ml de
xarope (toma única ou 2 tomas)
Manutenção - metade Hipersensibilidade
Laevolac,
Lactulose Osmótico Crianças: 5-10 anos - 10 ml em duas Intolerância à lactose
Duphalac
toma diárias Obstrução intestinal
1-5 anos - 5 ml /dia
< 1 ano - 2,5 ml

Flatulência
Excesso de gás no estômago e/ou intestino, que resulta da fermentação realizada pelas
bactérias sobre os hidratos de carbono e proteínas e que provoca a sensação de dor
abdominal difusa, mal-estar e distensão do estômago.

Prevenção e Tratamento
A primeira linha de ação é evitar alimentos como legumes e cereais, feijões, ervilhas, grão
e castanhas. Se não resultar, pode haver necessidade de tomar medicamentos que aliviem
esta condição: Antiflatulentos, Enzimas Digestivas ou Carvão Ativado (adsorve gases).

Simeticone (Dimeticon): transforma as bolhas de gás em partículas mais pequenas, que


podem ser expelidas com mais facilidade. As enzimas facilitam a digestão dos alimentos e
previnem a flatulência.

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Via de
Substância Ativa Medicamento Dispensa Efeito Posologia Contraindicações
Administraçao
Comprimidos: mastigar 2, 4x/dia, após refeições
Hipersensibilidade
Aero-Om (máx. 10 dias)
Atenção Diabéticos
Emulsão (crianças): 5-10 gotas

1 cápsula no final da refeição, com um copo Hipersensibilidade


Imogas
cheio de água Crianças < 15 anos
Simeticone Facilitar a eliminação Adultos e Crianças > 14 anos: 1-2 saquetas,
(Antiflatulento) do gás intestinal Hipersensibilidade
Dulcogas 3x/dia (máx. 6 saquetas)
Crianças < 6 anos
MNSRM Oral 6-14 anos: 1 saqueta, 3x/dia (máx. 3 saquetas)
28 dias-3 anos: 8 gotas, 4x/dia Hipersensibilidade
3-6 anos: 14 gotas Recém-nascidos
Infacalm
>6 anos: 16 gotas Atenção se tomar
Após as 3 refeições principais e antes de ir domir Anticoagulantes
Pancreatina
Facilitar a eliminação Hipersensibilidade
(suplemento Adultos: 1-2 comprimidos às 3 refeições
Pankreoflat do gás intestinal e a Pancreatite
enzimático) + principais
digestão Não utilizar Antiácidos
Dimeticon

Hemorroidas
Dilatações dos vasos sanguíneos da região anal, mais comuns nas mulheres. Podem ser:
. Internas – na parte mais interna do ânus, não causam dor.
. Externas – na parte externa, causam dor.
. Mistas

Sintomas: sangramento vermelho vivo, que ocorre frequentemente ou após defecação,


dor, prolapso, quando as hemorroidas saem para fora do ânus, ardor e prurido anal (desejo
de coçar), excreção de muco.

Causas:
- obstipação
- gravidez e parto
- fatores alimentares
- vida sedentária
- medicamentos
- história familiar

Tratamento
Não Farmacológico:
. Regular os hábitos intestinais
. Usar laxantes não irritantes
. Evitar sedentarismo e grandes viagens de automóvel
. Restringir o consumo de alimentos ou bebidas irritantes – cafeína, picante

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. Ingerir regularmente fibras e líquidos


. Limpeza não agressiva da região anal

Farmacológico
Via de
Substância Ativa Medicamento Dispensa Efeito Posologia Contraindicações
Administraçao
4 primeiros dias: 2 comps.,
Venotrópico 3x/dia
Hipersensibilidade
Bioflavonoides Daflon Oral Protetor 3 dias seguintes: 2 comps.,
Gravidez e aleitamento
vascular 2x/dia
Manutenção: 2 comps./dia
Anestésico
Policresaleno + MNSRM Aplicar a pomada sobre as Hipersensibilidade
Faktu Calmante
Cinchocaína lesões 2-3x/dia Aleitamento
Cicatrizante
Retal Aplicar o creme 2x/dia
Hipersensibilidade
Tribenosido + Manutenção: 1x/dia
Procto-Glyvenol Anestésico Insuficiência hepática
Lidocaína Internas: introduzir a bisnaga
Até ao 3º mês de gravidez
no ânus

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