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Manipulação

fascial
Sandra Mendes
Restrições
fasciais dos
Membros
Inferiores
Restrições fasciais dos
Membros Inferiores

• Função principal dos MI →


suporte corporal durante a
marcha.

• Cada alteração estrutural ou


funcional num dos
segmentos → diversas
compensações → com o
tempo e o uso prolongado →
compensações no sistema
fascial.
• Tratamento nesta região é imprescindível → maior parte das
restrições da região lombo-pélvica, c. dorsal e cervical, se
produzem em consequência de alterações fasciais dos MI.

• Um tratamento aplicado apenas nas restrições locais →


zonas onde se apresentam os sintomas → alívio é temporal.

• Avaliação de um problema postural, dor muscular ou fascial


na c. vertebral, deve-se avaliar também os MI → relação
biomecânica entre estas estruturas.
Fisiopatologia das
Restrições na Fáscia Plantar

• Fáscia plantar tem origem na


tuberosidade do calcâneo e
se estende distalmente,
cobrindo a musculatura
intrínseca do pé.

• Expansões da aponeurose
plantar → estendem-se e
inserem-se nos dedos do pé.
• Fáscia plantar apresenta 2 planos:
- 1 superficial
- 1 profundo.

• Fáscia superficial divide-se em 3 partes:


- interna
- intermédia
- externa

formando uma aponeurose plantar extremamente forte e


desenvolvida.
 
• Juntamente com os músculos extrínsecos
e intrínsecos da planta do pé, a fáscia
plantar tem como função:

- controlar os arcos plantares e


manter a sua integridade → +++ arco
interno.

- estabilizar o pé na última fase de


cada passo durante a marcha.

 
• Importante → equilíbrio funcional
entre o tibial posterior e longo
peronial → estabilizam o pé
formando um ângulo recto em
relação com a tíbia.

• Longo peronial → fixa o bordo


interno do arco do pé, através do
controle da posição do 1º
metatarso.

• Estabilização do arco interno


também é dada pelo sistema
ligamentar → reforçado pelo tibial
anterior.
• Fáscia plantar → suporta diversos
estiramentos → +++ quando
existem deformidades.

Ex: alterações dinâmicas do arco


transversal nos problemas
associados a metatarsalgias.
• Forças de estiramento se concentram, na
inserção da fáscia no calcâneo, e ao longo de
toda a expansão da fáscia plantar.

• Restrições:
- alterações patológicas durante a
marcha.
- após o repouso nocturno essas
alterações são mais evidentes.
- marcha torna-se mais difícil.
Técnicas → objectivo:
- aumentar a mobilidade
- melhorar a função do arco plantar.

Avaliação → diagnóstico diferencial entre:


- problemas fasciais
- disfunções osteoarticulares.

Limitações na elasticidade da fáscia plantar → deficiente


mecanismo funcional dos IQT, alterações na curvatura lombar
(lordose), e uma posição de hiperextensão das vértebras
cervicais superiores.
Fisiopatologia das
Restrições na Perna
• Lâminas profundas da fáscia dividem os
músculos da perna, formando, com a tíbia
e o perónio, 4 compartimentos:

- Anterior: contém o tibial anterior e


extensores dos dedos;

- Interno: rodeia o tibial posterior, flexor


longo do hállux e flexor longo dos
dedos;

- Externo: contém o curto e longo


peronial

- Posterior: controla os gémeos, solear e


músculo plantar.
Restrições do
compartimento anterior

Produzem-se frequentemente em desportistas


amadores → não preparados para esforços intensos.

Dor → +++ intensa → incapacita totalmente o


indivíduo para a prática desportiva.
Restrições → diminuem a amplitude de movimento
da dorsiflexão → afecta a fluidez da marcha →
dolorosa.
Provoca → estabilização lateral precária da
articulação tibiotárscica.
Restrições do
compartimento interno

Relacionadas a actividades desportivas de corrida → +++


superfícies rígidas.

Dor → bordo interno da tíbia.

Afecta a origem do tibial posterior

Um repetido e prolongado stress mecânico, poderá causar


em situações extremas, por tracção → fractura na tíbia.

Restrição fascial mantida no tempo → dificulta a marcha,


provoca caimbras e dores nocturnas.
Restrições do
compartimento externo

Pouco frequentes.

Normalmente aparecem algumas


horas após a execução de
exercícios intensos.
Restrições do
compartimento posterior

Afectado → uso excessivo.

Dor → irradia para a planta do pé.

Podem ocorrer rupturas → +++ nos gémeos → varia de uma leve dor até
importantes dificuldades em efectuar a marcha.

Limitação funcional mantida no tempo, ou recidivas das rupturas, afectam o


correcto funcionamento do tendão de Aquiles → lesão grave e inclusive uma
ruptura total.

Fáscia plantar é um prolongamento funcional do tendão de Aquiles → ao avaliar


uma estrutura deve-se avaliar a outra → se necessário tratar as 2.
Fisiopatologia das
Restrições no Joelho

• Articulação → cumpre com 2 funções primordiais e


contraditórias:
- estabilidade
- mobilidade.

• Estruturalmente, esta tarefa complexa é


conseguida através de 3 unidades: compartimentos
tibiofemural interno e externo, e artic. patelofemural

Devem funcionar em perfeito equilíbrio, adaptando-


se constantemente às necessidades dos
complexos articulares inferiores e superiores.
• Articulação mais susceptível a
qualquer alteração na restrição
fascial → femuropatelar.

• Flexão e extensão → patela move-


se dentro do sulco, com cada
alteração da contração do
quadricípede → controla a
estabilidade e o trajecto
longitudinal.
• Deve existir um alinhamento
adequado da patela no plano frontal
→ ângulo Q.

• Aumento da pressão dentro da


articulação e dor patelofemural →
provocadas por alterações do
comportamento da patela →
condromalácia.
• Região anterior da patela → lâmina fascial é
extremamente fina, e insere-se na tuberosidade
anterior da tíbia e cabeça do perónio, contactando
na face lateral com a banda iliotibial.
Tratamentos → capital importância → promovem um eficiente
funcionamento do quadricípede, controlado pelo deslocamento
do sistema fascial livre e equilibrado.
Fáscia da coxa → rodeia
esta estrutura como se fosse
uma malha → região lateral é
mais espessa, formando a
banda iliotibial → específica
função na mecânica da artic.
do joelho → estabilidade.

Banda iliotibial →
estabilização lateral da pélvis
durante a marcha e apoio
unipodal, coordenando a
musculatura da região.
Fisiopatologia das Restrições
Posteriores do Joelho

• Fossa poplítea → interconexão entre os tendões dos IQT e


gémeos → entrecruzamento entre estes

comportamento altera na flexão e extensão.

Flexão → gémeos separam-se dos IQT


Extensão → aproximam-se formando uma unidade funcional.

Flexão → músculos da parte posterior da fossa poplítea


trabalham separadamente e na extensão em conjunto →
estabilidade.

Esta conexão permite as funções antagónicas →


movimento eficiente e com máxima estabilidade.
Técnicas fasciais para os
Membros Inferiores
● Indução miofascial para restrições transversais da
fáscia plantar
 
- Técnica: Contacta-se com os polegares na planta do pé
na restrição. Separa-se as mãos, exercendo uma tracção
para fora. Mantém-se a pressão e vai-se eliminado as
restrições em todos os planos do espaço. A técnica é
efectuada entre 5 a 10 minutos.
● Indução miofascial para restrições longitudinais da fáscia
plantar
 
  - Técnica: Contacta-se com os polegares na planta do pé, no
bordo interno. Efectua-se uma tracção, afastando os polegares.
Deve-se controlar o grau de flexão e extensão do hállux →
permite ajustar o grau de tensão sobre a fáscia plantar. Técnica
é efectuada entre 5 a 10 minutos.
● Indução miofascial da fáscia do trícipe sural
 
- Execução da técnica (3 fases):
1ª fase: coloca-se a mão caudal sobre a massa muscular do
trícipe sural, próximo ao tendão de Aquiles e a mão cranial
sobre o tríceps na restrição. Com a mão cranial efectua-se um
movimento de deslizamento transverso. 10 a 15 vezes.
2ª fase: fixa-se o trícipe sural com ambas as mãos, e
coloca-se o polegares na restrição. Efectuam-se 10 a 15
movimentos de deslizamento transverso.
3ª fase: coloca-se o joelho do paciente em flexão a 90º. Com
a polpa dos dedos das mãos, efectua-se uma pressão no espaço
entre os gémeos de dentro para fora. A pressão é mantida
durante 5 minutos, e vai-se efectuando movimentos de
estiramento de pequena amplitude no sentido da libertação.
● Técnica de mãos cruzadas para o compartimento anterior
da perna
 
- Técnica: coloca-se uma das mãos na região infrapatelar e a
outra sobre o 1/3 inferior da perna. Efectua-se um pouco de
compressão e tracção. A pressão é mantida durante 5
minutos, e vai-se efectuando a técnica no sentido da
libertação.
● Indução miofascial do quadricípede
 
- Execução da técnica (3 fases):
1ª fase: coloca-se a mão caudal acima do joelho, sobre o
ventre muscular do quadricípede e a mão cefálica sobre a
restrição. A mão cefálica efectua movimentos de deslizamento
transversal. Efectua-se 10 a 15 vezes.
2ª fase: efectua-se um movimento com a polpa dos
dedos no sentido caudo-cefálico. Efectua-se um movimento
de deslizamento longitudinal 10 a 15 vezes.
 
3ª fase: coloca-se as mãos cruzadas sobre o quadricípede,
com a mão cefálica na região supra-patelar e a caudal no 1/3
superior da massa muscular. A técnica é executada seguindo
sempre os mesmos princípios de uma técnica de mãos
cruzadas.

 
● Indução miofascial do quadricípede – Outra variante

Constituída por 4 fases.

- Técnica:
1ª fase: coloca-se as mãos sobre o quadricípede. Efectua-se
um pouco de compressão, e um deslizamento para fora da
massa muscular. A posição é mantida durante 90 a 120
segundos.

 
2ª fase: mantendo a posição das mãos, aplica-se o mesmo
procedimento que da 1ª fase, mas efectuando um deslizamento
da massa muscular para dentro, ou seja, no sentido oposto.

 
3ª fase: coloca-se as mãos cruzadas sobre o quadricípede,
com a mão cefálica na região supra-patelar e a caudal no 1/3
inferior da massa muscular. A técnica é executada seguindo
sempre os mesmos princípios de uma técnica de mãos
cruzadas. Efectua-se a libertação tridimensional durante 5
minutos.

 
4ª fase: esta fase é dirigida à libertação infra-rotuliana.
Coloca-se a mão cranial sobre o tendão rotuliano, exercendo
pressão no sentido cefálico. A mão caudal é colocada na fossa
poplítea, e será exercida uma tracção no sentido caudal. A
pressão é mantida durante 5 minutos.

 
5ª fase: na presença de uma dor intensa na região infra-
rotuliana, pode-se alterar os contactos e colocar uma mão na
região poplítea e outra por cima do bordo superior da rótula, a
nível do 1/3 inferior do quadricípede.

 
● Indução miofascial para o tensor da fáscia lata

Esta técnica é constituída por 3 fases.

- Técnica:
1ª fase: coloca-se as mãos sobre o TFL. Com os polegares
é exercida uma pressão em direcção ao quadricípede. A
pressão é mantida durante 5 minutos.

 
2ª fase: utiliza-se uma técnica de deslizamento
longitudinal. A mão cranial estabiliza a articulação CF, e a mão
caudal efectua 3 traços longitudinais lentos e profundos ao
longo do TFL em direcção caudal.

 
3ª fase: utiliza-se uma técnica de mãos cruzadas,
respeitando sempre os mesmos princípios. Coloca-se a mão
caudal na CF e a mão cranial sobre o 1/3 médio do TFL.
Efectua-se a libertação tridimensional durante 5 minutos.

 
● Indução miofascial para os isquiotibiais
 
Esta técnica é constituída por 4 fases.

- Técnica:
1ª fase: apoia-se o MI do paciente do lado afectado sobre
o ombro. Coloca-se os polegares sobre o 1/3 inferior dos IQT.
Efectua-se uma pressão de dentro para fora, deslizando as
mãos lateralmente. Efectuam-se 5 repetições.

 
2ª fase: utiliza-se uma técnica de deslizamento
longitudinal. A mão cranial estabiliza a porção proximal dos
IQT, e com a mão caudal efectuam-se 3 traços longitudinais
lentos e profundos ao longo do músculo em direcção caudal.

 
3ª fase: utiliza-se uma técnica de deslizamento transverso
na origem dos IQT. Efectua-se um deslizamento transverso com
10 a 15 repetições.

 
4ª fase: utiliza-se uma técnica de mãos cruzadas,
respeitando sempre os mesmos princípios. Coloca-se a mão
caudal sobre a tuberosidade isquiática e a mão cranial sobre o
1/3 inferior do músculo. Efectua-se a libertação tridimensional
durante 5 minutos.

 
● Indução miofascial para os flexores da coxo-femural
 
- Técnica: utiliza-se uma técnica de mãos cruzadas.
Coloca-se a mão caudal acima da EIAS direccionada para o
umbigo e a mão cranial sobre o 1/3 superior do quadricípede.
Efectua-se a libertação tridimensional durante 5 minutos.

 
● Técnica de Indução bilateral para os membros inferiores
 
- Técnica: suporta-se os MI a nível dos tornozelos. Efectua-se
uma tracção simétrica. A tracção é mantida até que haja a
libertação de 3 barreiras. Durante a aplicação da técnica,
poderá ocorrer o movimento espontâneo dos MI, podendo ir
uma numa direcção, ou num movimento oposto entre si, e o
terapeuta deverá seguir esse movimento. A técnica tem uma
duração de 5 a 10 minutos.
● Técnica de Indução para o membro inferior 

- Técnica: suporta-se o MI a nível do tornozelo. Efectua-se uma


tracção, permitindo uma ligeira RE. A tracção é mantida até que
haja a libertação de 3 barreiras consecutivas. Durante a
aplicação da técnica, poderá ocorrer o movimento espontâneo
do MI, e o terapeuta deverá seguir esse movimento. A técnica
tem uma duração de 5 a 10 minutos.
Restrições fasciais dos
Membros Superiores
Restrições Miofasciais dos
Membros Superiores

• Restrições do sistema fascial dos MS →


intimamente relacionadas com a fáscia exposta
anteriormente.

• Qualquer patologia que afecte esta extremidade


(ex: síndrome do túnel cárpico, tendinite da coifa
dos rotadores…), deve-se efectuar uma avaliação
da mecânica global do sistema fascial do MS.
• Grande maioria das patologias → devem-se a:
- microtraumatismos (sobreuso)
- uso inadequado e descoordenado nas AVD’s
- trabalho
- actividades desportivas.

• Deficiência mecânica do sistema fascial →


leva a um uso inapropriado → formação de
determinadas patologias.
Fisiopatologia das Restrições
da Mão e Antebraço
• Mão → 4 lâminas fasciais, 2 em cada face da mão:

- Face palmar: fáscia profunda e fáscia palmar superficial.

Superficial → função: proteger de pressões excessivas provocadas


por impulsos mecânicos externos.
Profunda → recobre os músculos interósseos.

- Face dorsal: fáscia dorsal profunda e superficial.

Superficial → recobre os tendões dos músculos extensores.


Profunda → envolve os músculos interósseos.
 Eficiência motora do polegar é de extrema importância →
habilidade manipulativa da mão depende desta.

 Deficiências de coordenação das actividades do polegar,


são devidas a restrições do sistema fascial → tratamento
prioritário.

 Uso excessivo ou inapropriado do polegar → inflamação dos


tendões, dor e diminuição na capacidade de movimento.
• Fáscia palmar → constituída por 1 expansão de tecido
conectivo que envolve a palma da mão.

• Com o tempo, as restrições fasciais → convertem em


tecido fibroso → deformidade em flexão das articulações
MCF e IFP.

• Restrições fasciais do músculo palmar longo podem


simular uma contractura de Dupuytren.
• Patologias relacionadas com o síndrome do túnel
cárpico, implicam geralmente a compressão do nervo
mediano no túnel carpiano → +++ no género
feminino → relaciona-se +++ com o uso excessivo.
Fisiopatologia das
Restrições do Braço

• Fáscia do braço → envolve todos os componentes.

• Divide-se em 2 grupos principais:


- 1 região anterior
- 1 posterior.

• Em cima → continua-se com a fáscia axilar e do


ombro.

• Sistema fascial do bícipe é importante → passa por


3 articulações (glenoumeral, radioumeral e
cubitoumeral) → encarrega-se do movimento
essencial da alimentação.
Fisiopatologia das Restrições
do Complexo Articular do
Ombro
• Complexo articular do ombro →
propenso a sofrer inúmeros
quadros dolorosos →
vulnerabilidade.

• Quadros → causados:
movimentos exagerados →
sobrecarga funcional nos tecidos
→ +++ actividades desportivas
amadoras (exercícios excessivos
que não estão de acordo com o
nível físico e a resistência).
• É frequente o aparecimento de determinadas
patologias em indivíduos sedentários → imenso
tempo em posturas incorrectas → alterações
posturais → alteram a eficácia funcional do ombro.

• Indivíduos inactivos → rompem o seu esquema


natural de comportamento postural → diversas
compensações funcionais → lesão.

• Pacientes com idades avançadas com alterações


degenerativas, constituem outro grupo com o
síndrome de ombro doloroso.
Ombro → uma das estruturas mais lógicas e
biomecanicamente mais completas → difícil
de avaliar e tratar. Isto se deve à presença
de diferentes tipos de tecidos moles.

Enervação dos tecidos periarticulares do


ombro se limitam a C5 → dor manifesta-se
sobre o dermatoma correspondente → “V”
deltoideio, levando a avaliações pouco
concretas e a um diagnóstico extremamente
generalizado ou errado.
Esta estrutura não se limita apenas a 1
articulação (GU) → complexo articular
constituído por 5 articulações funcionalmente
unidas entre si (GU, AC, EC, ET e SD) →
divididas em 2 grupos funcionais.

Implica uma grande quantidade de estruturas


contrácteis (estabilidade dinâmica) e inertes
(estabilidade passiva) → ineficácia de um destes
tecidos influencia a coordenação e
funcionalidade eficaz.
• Grande amplitude de movimentos do MS:
- assegurada pelo complexo articular do ombro
- permite efectuar uma conexão importante entre
o tronco e a mão.

• Esta conexão se realiza, apenas através da


articulação EC.

• Conexão entre a clavícula e o tórax se realiza


através do ECOM, trapézio e subclávio.
• Músculo omohióideio → permite a
conexão entre o ombro (clavícula) e o
hióide → restrições fasciais relacionam-
se com patologias e disfunções na região
cervical anterior.
Fisiopatologia das
Restrições dos Músculos
Peitorais

• Fáscia clavipeitoral →
estende-se do bordo inferior
da clavícula, contínua sobre a
face anterior do esterno, e
continua lateralmente com a
fáscia do músculo deltóide, e
com o centro da linha alba.
Restrições do m. peitoral maior são as mais complicadas da
região do ombro → afectam 3 articulações: GU, AC e EC,
influenciando a função do ombro.

Dor referida do m. peitoral maior → pode ser confundida com


uma patologia de origem cardíaca → atenção ao efectuar o
diagnóstico diferencial.

Restrição crónica dos m. peitorais maiores → protrusão dos


ombros, antepulsão da cabeça e aumento da curvatura dorsal.
Fisiopatologia das
Restrições Globais dos
Membros Superiores
• Comparando os MI com os MS →
extremidade inferior existe uma
continuidade rectilínea na acção
mecânica, o que não ocorre na
extremidade superior.

• Partindo da articulação EC →
diferentes angulações, rotações e
adaptações tridimensionais ao longo
de toda a extremidade.

• Membrana interóssea (entre rádio e


cúbito) demonstra um padrão
rotatório das conexões biomecânicas
e funcionais do MS.
Técnicas Miofasciais para
os Membros Superiores
● Indução miofascial para restrições funcionais do polegar
 
- Objectivo: libertar restrições na membrana sinovial dos
tendões do abdutor longo do polegar e extensor curto do
polegar.

- Técnica: Com o dedo indicador, efectua-se um deslizamento


longitudinal de 7 repetições sobre os tendões. Em seguida,
efectua-se um deslizamento transversal de 7 repetições.
● Indução miofascial em tracção para os dedos
 
- Técnica: estabiliza-se com uma das mãos o metacarpo ou a
falange. Com a outra mão, agarra-se a falange distal com o
dedo indicador e o polegar. Utilizam-se os mesmos princípios
que para uma técnica de indução em tracção. Pode-se efectuar
a técnica globalmente sobre todo o dedo, ou actuar sobre um
nível específico. Aplica-se a tracção. A técnica tem a duração
de 5 minutos.
● Indução miofascial para a fáscia palmar
 
- Objectivo: libertar as restrições na região palmar e das
patologias relacionadas com o tunel cárpico.
 
- Técnica: coloca-se os polegares sobre a região do túnel
cárpico. Realiza-se uma tracção, levando ao mesmo tempo o
punho para uma posição de ligeira extensão. A técnica tem uma
duração de 5 a 10 min.
● Técnica de deslizamento transversal para os flexores do
punho e dedos

- Técnica: coloca-se os dedos perpendiculares ao antebraço


do paciente, e realiza-se movimentos de deslizamento
transverso, sobre a massa dos flexores do punho. Efectuam-
se 7 repetições, no local da restrição.
● Técnica de deslizamento longitudinal para os flexores do
punho e dedos

- Técnica: coloca-se as mãos na face ventral no 1/3 distal do


antebraço do paciente, de forma a que os polegares se unam
na metade do antebraço. Os polegares efectuam um
deslizamento longitudinal e superior no antebraço. Ao
encontrar uma restrição, deve-se aguardar o tempo
necessário para que haja a libertação. Aplicam-se 3 traços
longitudinais lentos e profundos.
● Técnica de mãos cruzadas para os flexores do punho e
dedos
 
- Técnica: coloca-se as mãos cruzadas, uma sobre o 1/3
superior ventral do antebraço e outra sobre o punho do
paciente. Os princípios são os mesmos das técnicas de mãos
cruzadas. A técnica tem uma duração de 10 minutos.
● Técnica de mãos cruzadas para os extensores do punho e
dedos

- Técnica: coloca-se as mãos cruzadas, uma sobre o 1/3


superior dorsal do antebraço e outra sobre o punho do
paciente. Os princípios são os mesmos das técnicas de mãos
cruzadas. A técnica tem uma duração de 10 minutos.
● Técnica de mãos cruzadas para a fáscia bicipital

- Técnica: coloca-se as mãos cruzadas, uma sobre o ombro e


outra sobre o 1/3 inferior do bicípe. Os princípios são os
mesmos das técnicas de mãos cruzadas. A técnica tem uma
duração de 10 minutos.
● Indução miofascial para o músculo subescapular
 
- Técnica: com a mão cranial, suporta-se o MS em posição de
abdução, e com a mão caudal introduz-se lentamente a polpa
dos dedos no espaço entre a face interna da omoplata e o
tórax do paciente. Efectua-se uma tracção com ambas as
mãos em direcções opostas, seguindo à posteriori o sentido da
libertação. A técnica tem uma duração de 5 a 10 minutos.
● Indução miofascial para o complexo articular do ombro

- Técnica: Com a mão cranial, coloca-se o MS do paciente


em abdução a 120º. A mão caudal contacta com a parte
inferior do esterno. Efectua-se uma ligeira compressão e
tracção em sentidos opostos com ambas as mãos. A técnica
tem uma duração de 10 minutos. Também se pode efectuar a
técnica em decúbito lateral.
● Indução miofascial para o peitoral menor

- Técnica: com a mão cranial, coloca-se o MS do paciente em


abdução a 90º. A mão caudal contacta com a polpa dos dedos
no espaço formado entre o músculo peitoral maior e as
costelas. Mantém-se a pressão durante 5 minutos, e as mãos
devem-se ir adaptando à medida que se produz a libertação.
● Indução miofascial para o peitoral maior

- Técnica: coloca-se o MS do paciente em abdução a 90º.


Contacta-se com o peitoral maior com ambas as mãos em
forma de pinça. De uma forma lenta e progressiva, tenta-se
elevar o músculo, e efectua-se um movimento de 7 repetições
de deslizamento transversal às fibras musculares.
● Indução miofascial para a cintura escapular

Esta técnica é constituída por 2 fases.


 
- Técnica:
1ª fase: contacta-se com a polpa dos dedos de ambas as
mãos no bordo interno da omoplata. Eleva-se a omoplata, e
efectua-se um movimento de 7 repetições com um deslizamento
longitudinal ao longo de todo o bordo interno da omoplata.
2ª fase: utiliza-se uma técnica de mãos cruzadas sobre a
cintura escapular. Coloca-se a mão caudal sobre o ombro, de
forma a estabilizá-lo, e a mão cranial sobre o bordo lateral da
omoplata. Seguem-se os mesmos princípios das técnicas de
mãos cruzadas. A técnica tem uma duração de 10 minutos.

 
● Técnica de Indução para o membro superior

- Técnica: suporta-se o MS a nível do punho com a mão


dominante. Efectua-se uma tracção, permitindo uma ligeira RE
do MS. A tracção é mantida até que haja a libertação de 3
barreiras consecutivas. Durante a aplicação da técnica, poderá
ocorrer o movimento espontâneo do MS, e o terapeuta deverá
seguir esse movimento. A técnica tem uma duração de 5 a 10
minutos.

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