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BIOMECÂNICA DO QUADRANTE INFERIOR JOELHO

FT. Me. Bráulio Lima


braulio.lima@prof.una.br
RELEVÂNCIA FUNCIONAL
✓Suporta o peso do corpo;
✓Mobilidade para deambulação
bípede;
✓Regular o tamanho funcional do MI;
✓Conservação, absorção e transmissão
de forças para o membro inferior;
ANATOMIA FUNCIONAL
✓Articulação Sinovial – Gìnglimo
1
✓3 ossos:
1. Fêmur,
2. Tíbia
3. Patela 3
✓1 osso acessório:
4. Fíbula 2

4
(Neumann, 2011; Brunnstrom, 2012)
Fêmur: Considerações Anatômicas

Face poplítea

Tubérculo do adutor

Epicôndilo Lat.

Epicôndilo Medial

Côndilo Lat.
Côndilo medial
Face Patelar
(Netter, F. H., 2011)
Fêmur Distal: Considerações Anatômicas
Face Lateral Sulco intercondilar
Face Medial

Epicôndilo Medial
Epicôndilo Lat.

Côndilos: Se unem anteriormente para


formar o Sulco intercondilar ou trôclea.
Epicôndilos: Locais de fixação de ligg.
Côndilo lateral Côndilo medial
Fossa intercondilar
Tíbia Proximal: Considerações Anatômicas
Tubérculo Intercondilar Lat. Face articular superior Lat./Med.
Tubérculo Intercondilar Med.

Tubérculo de Gerdy Distribui a maior parte da carga entre o joelho e o pé


Côndilo medial é maior e côncava
Côndilo lateral é plano e ligeiramente convexo.
Tuberosidade: Ponto de inserção do quadríceps (Lig.
Tuberosidade da Tíbia Patelar)
Fíbula Proximal: Considerações Anatômicas
• Alguns autores não a consideram como osso do complexo articular do joelho

Inserção para o lig.


colateral lateral (LCL)
Patela: Considerações Anatômicas

Localizado dentro do tendão do


quadríceps servindo como polia para
essa musculatura, aumentando o torque
para musculatura extensora do joelho

Diminui a forças de compressão dos músculos


Base durante os movimentos de extensão e flexão.
Ápice
Superfície ant.
Superfície posterior (face articular)
Facetas lateral, medial e impar
Capsula articular: Considerações Anatômicas

✓É uma capsula larga e frouxa que


precisa de ajuda de ligamentos e
músculos para estabilizar a
articulação.
✓Protege: articulações tibiofemoral
e patelofemoral
✓Tem papel proprioceptivo
(mecanoceptores e nociceptores)
✓Abaixo dela há membrana sinovial

Nutrição, lubrificação articular, síntese e absorção de líquido sinovial.


Bursa: Considerações Anatômicas

✓Várias bolsas estão localizadas


dentro e ao redor da cápsula para
reduzir o atrito durante os
movimentos do joelho 1
2
1. Suprapatelar
2. Pré patelar (superficial) 6
3. Infrapatelar superficial 4
4. Infrapatelar profunda 3 5
5. Pata de Ganso
6. Semimebranoso
ÂNGULO DE ALINHAMENTO FUNCIONAL

▪ Eixo do fêmur se inclina ligeiramente medial;


▪ Resultado da inclinação do colo do fêmur
(125°)
▪ Ângulo lateral 170° a 175°

Eixo deve passar:


Linha longitudinal no centro da cabeça
femoral, no centro da articulação do
joelho, no centro da cabeça do tálus.
ÂNGULO DE ALINHAMENTO FUNCIONAL
ÂNGULO DE ALINHAMENTO FUNCIONAL:
ÂNGULO Q OU ÂNGULO PATELOFEMORAL

Determinado traçando-se uma linha que se estende


da espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) até o
ponto médio da patela, e outra da tuberosidade da
tíbia até o ponto médio da patela.

1. Normal Δ 13° a 19°.


2. Tende a ser maior em mulheres.
3. Valores fora de normalidade, estão
relacionados com dor femoropatelar
ARTROLOGIA

Articulação Tibiofemoral (L/M)

Articulação Patelofemoral

Articulação Tibiofibular Proximal???

(Neumann, 2011; Hamill, J., 2016)


ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL
▪ Art. entre os côndilos femorais grandes e convexos e os côndilos tibiais planos
e menores;
▪ Articulação com dois graus de liberdade, do tipo gínglimo
▪ Plano sagital, flexão e extensão.

130° a 150° de flexão para


cerca de 5° a 10° além da
posição de 0° (reto).

(Neumann, 2018)
ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL
ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL:
Artrocinemática (Rolamento e Deslizamento)

Movimento em superfície côncava


Rolamento e deslizamento para o
mesmo lado.

Movimento em superfície convexa


Rolamento e deslizamento para o
lados opostos.
ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL:
Mecanismo “Screw home”

▪ No final da extensão o joelho exige cerca de 10° de rotação lateral automática.


▪ Movimento obrigatório
▪ Não é produzido por força muscular
▪ Produzido por mecanismos anatômicos
▪ Acontece por assimetria dos côndilos
▪ ↑ Congruência articular e estabilidade.
Mecanismo “Screw home”

CCA → Rotação Lateral da tíbia


CCF → Rotação medial do fêmur
ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL
▪ Articulação com dois graus de liberdade, do tipo gínglimo
▪ Plano transversal: Rotação axial → 40 a 45° RL e RM 2:1
▪ Tíbia em relação ao fêmur: Posição a 90°
▪ Fêmur em relação à tíbia: Extensão total
▪ Levar em consideração a tuberosidade da tíbia
ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL
Movimento em superfície côncava Movimento em superfície convexa
Rolamento e deslizamento para o Rolamento e deslizamento para o
mesmo lado. lados opostos.
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL
▪ Articulação do tipo PLANA permite deslizamentos
▪ Uma das articulações mais incongruentes
▪ Formato irregular da patela, não inserida totalmente no sulco ( tróclea)
▪ Alto grau de luxação
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL
▪ Tíbia em relação ao fêmur: Patela acompanha a tíbia.
▪ Fêmur em relação à tíbia: Patela parada e o sulco intercondilar desliza em
relação a patela.
60° e 90° patela fica bem
▪ Ex: Momento da subida do agachamento envolvida na trôclea, maior área de
▪ Patela tende a se lateralizar contato = 1/3 da área de superfície.
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL
GRUPOS MUSCULARES - JOELHO

FLEXORES E ROTADORES DE JOELHO

EXTENSORES DE JOELHO
FLEXORES DE JOELHO
M. monoarticular M. biarticular
Bíceps femoral (cabeça curta) Bíceps femoral (cabeça longa)
Poplíteo Semimembranáceo
Semitendíneo
Sartório
Grácil
Gastrocnêmio
ROTADORES MEDIAIS
M. MONOARTICULAR M. BIARTICULAR
Poplíteo Semimembranáceo
Semitendíneo
Sartório
Grácil
Gastrocnêmio

ROTADORES LATERAIS
M. MONOARTICULAR M. BIARTICULAR
Bíceps femoral (cabeça curta) Bíceps femoral (cabeça longa)
EXTENSORES DE JOELHO
Região M. monoarticular M. biarticular
Anterior V. lateral Reto femoral
V. medial
V. intermédio

Quadríceps femoral é 2,8 vezes maior que os isquiossurais.


80% do torque total da extensão do joelho
Sua força é transmitida via tendão do quadríceps e “tendão
patelar”
Capaz de produzir forças e transferir forças muito grandes

Jovens do sexo masculinos, treinados, podem produzir até


6.000N, ou quase 612kg.
✓Discos fibrocartilaginosos com formato de meia lua
✓Localização: Sobre o platô tibial / articulação
tíbiofemoral
Auxilia na artrocinemática, permitindo um
deslizamento das superfícies articulares sem
fricção entre fêmur e tíbia.

Melhoram a superfície de contato entre o


côndilo femoral e o côndilo tibial.

Distribui melhor as cargas compressivas.


Key Words: Distribuição de cargas, Redução de atrito,
Lubrificação, Estabilidade, Absorção de choque
✓ Menisco medial é semilunar
✓ Recebe expansões do LCM MM
✓ Menos móvel, mais lesado ML
✓ Menisco lateral é quase circular

✓ Suprimento sanguíneo:
Porção externa (A) têm bom suprimento
Porção média (B) possui moderado suprimento
Porção interna (C) possui pouco ou nenhu
✓ Inervação:
Pobre inervação
Possui formato de Cunha sendo mais
espesso nas bordas e torna-se mais fino a
medida que se aproxima do centro.
Cornos posteriores

Cornos Anteriores
Lig. C.M

Lig. Coronário ou
meniscotibial

Lig. Transverso
Lig. meniscofemoral posterior
▪ Compressão no joelho é de 2,5x o peso corporal durante a marcha
▪ Durante uma corrida, pode chegar de 3-4x
▪ Durante a subida de escadas, chega a 4x
✓ Uma vez que o menisco é inserido na tíbia, seus movimentos são controlados
pelos movimentos do joelho.
✓ Os cornos são estruturas fixas e os corpos são estruturas móveis.
✓ Os meniscos acompanham o rolamento dos côndilos para se manter embaixo
do fêmur. Joelho Direito

Anterior

Posterior
Extensão: deslocamento Anterior Flexão: deslocamento Posterior
Joelho Direito
Anterior

Posterior

Rotação EXTERNA Rotação INTERNA


Menisco lateral desloca para anterior Menisco lateral desloca para posterior
Menisco medial desloca posterior Menisco medial desloca anterior
LCA LCP
LCL
LCL

LCM

INTRACAPSULARES
EXTRACAPSULARES
São encurtados na
flexão e tensionados
na extensão.

LCL LCM LCL

Ligamento Colateral Lateral Ligamento Colateral Medial


- Restringem estresse em varo - Duas porções (superficial e profunda
- Restringem RM da tíbia - Restringem estresse em valgo
- Restringem extensão extrema - Restringem a RL da tíbia
LCA LCP

✓ Ligamentos intracapsulares
✓ Originam-se no fêmur e se inserem na tíbia
✓ São nomeados de acordo com sua inserção tibial
✓ Dão estabilidade multiplanar (especialmente plano sagital)
✓Fixação Fêmur: Região medial do côndilo lateral
✓Fixação Tíbia: Plato tibial anterior, área intercondilar anterior
Joelho Direito

AM

PL

Anteromedial – tenso na flexão completa


Posterolateral – tenso na extensão completa
Anteromedial – tenso na flexão completa
Posterolateral – tenso na extensão completa
Restrição Primária : Translação Anterior da Tíbia
Restrição Secundária: Estresse varo ou valgo, RM
tíbia e hiperextensão.

Mecanismo de Lesão
- Estresse em valgo
- Rotação medial da tíbia
- Hiperextensão
- Rotação + valgo
✓Fixação Fêmur: Região lateral do côndilo lateral
✓Fixação Tíbia: Posterior da tíbia (área intercondilar posterior)

- Posteromedial – tenso na extensão completa


- Ânterolateral – nos 80-90º flexão
Restrição Primária : Translação posterior da tíbia sobre o fêmur e do rolamento anterior
dos côndilos femorais
Restrição Secundária: Estresse varo ou valgo, movimentos rotacionais e hiperextensão
Mecanismo de Lesão
▪ Hiperflexão
▪ Translação posterior da tíbia
(trauma anterior)
▪ Hiperextensão severa (com
▪ abertura posterior)
▪ Lesões associadas
Mecanismo de Lesão - LCP
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL
ALTURA DA PATELA
ALTURA DA PATELA

Método de Insall-Salvati (IS)


LP
Razão entre o comprimento da margem interna do A
ligamento patelar e o maior diâmetro da patela no
eixo vertical (distância A) da margem interna do
polo superior da patela ao ponto mais distal do
polo inferior

Valor normal (LP/A): 1,0

Patela baixa (LP/A):< 0,8

Patela alta (LP/A): >1,2


ALTURA DA PATELA

Método de Caton-Deschamps (CD)


T
Razão entre a distância entre a margem inferior C
da face articular da patela e a margem mais
anterior do platô tibial (distância T) e o
comprimento da superfície articular da patela no
eixo vertical (distância C).

Valor normal (T/C): 1,0

Patela baixa (T/C):< 0,8

Patela alta (T/C): >1,2


Patela alta associada a atrito femoropatelar e instabilidade da
patela, com episódio de luxação lateral transitória da patela não
percebido pela paciente.

A patela baixa considerada um indicador de mau prognóstico por


ter impacto significativo sobre redução da amplitude de
movimento, encurtamento do tendão patelar, rigidez e dor anterior
no joelho.
Classificação de Grelsamer
Paciente do sexo masculino, 52 anos, praticante de powerlifting á mais de 20 anos.
Não apresenta histórico de lesão em membro inferior. Relata que atualmente seu
RM é de 235kg no levantamento terra. Quando questionado se o joelho ultrapassa
a linha pé, o paciente relata que “as vezes passa, as vezes não, quando passa não é
muita coisa”. Paciente atua como programador e desenvolvedor de softwares. Nos
últimos 4 meses teve que mudar o seu posto de trabalho e agora fica em torno de 5
a 9 horas no a frente do computador. Paciente descreve que nas últimas duas
semanas vem sentindo fortes dores na região da articulação do joelho,
especificamente “por baixo da patela”, e principalmente quando realiza o início do
movimento do levantamento terra.
Com base nas imagens e informações concedidas, o que poderia estar levando essa
dor na articulação patelofemoral? Em que região a patela poderia estar mais
acometida? Como corrigiria o problema do seu cliente.

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