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N° 88 - Outubro 2019

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Revistapodologia.com n° 88
Outubro 2019

Diretor
Alberto Grillo
revista@revistapodologia.com

ÍNDICE
Pag.

5 - Avaliação de feridas crônicas em adultos: uma revisão integrativa.


Maria Jesus Samaniego Ruiz, Federico Palomar Llatas e Onofre Sanmartín Jiménez,
Espanha.
19 - Pé Diabético.
Solange María Luchtenberg. Brasil.

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Tel: +598 99 232929 (WhatsApp) - Montevideo - Uruguay.
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Avaliação de feridas crônicas em adultos:
uma revisão integrativa
Maria Jesus Samaniego Ruiz1, Federico Palomar Llatas2-3 e Onofre Sanmartín Jiménez2-4 - Espanha.

1- Universidade Católica de Valência San Vicente Mártir, Escola de Doutorado, Valência,


Espanha.
2- Universidade Católica de Valência San Vicente Mártir, Valência, Espanha
3- Hospital Universitário Geral do Consórcio de Valência, Área de Manejo Clínico da Pele,
Valência, Espanha.
4- Instituto Valenciano de Oncologia, Serviço de Dermatologia Médica Cirúrgica, Valência,
Espanha.

RESUMO wounds. Method: This was an integrative review


of the scientific literature published between
Objetivo: 2010 and early 2015 in the PubMed and Web of
Identifique os principais aspectos a serem ava- Science databases. Results:
liados em adultos com feridas crônicas. Few studies exclusively address wound assess-
ment. However, the review found many aspects to
Método: consider when assessing individuals with ulcers,
Revisão integrativa da literatura científica publi- grouped as follows: factors that significantly
cada, entre 2010 e início de 2015, nas bases de affect healing or the development of new wounds
dados PubMed e Web Of Science. (age, nutritional status, functional capacity, or
comorbidities), pyschosocial factors, and wound
Resultados: characteristics (location, size, depth, type of tis-
Há um número muito limitado de estudos que sue, time of evolution). Conclusion: The literature
se concentram exclusivamente na avaliação de search did not result in any one aspect that must
feridas. No entanto, muitos aspectos foram leva- be considered when assessing chronic wounds,
dos em consideração na avaliação de pessoas but a complex interaction of factors that include
com úlceras. Portanto, esses aspectos foram both physiological and social and psychological
agrupados em: fatores que afetaram significati- elements. Professionals should be aware of this
vamente a cicatrização ou desenvolvimento de multifactorial approach to achieve early detection
novas feridas (como idade, estado nutricional, of the development and evolution of ulcers and
capacidade funcional ou presença de comorbida- to intervene accordingly.
des), fatores psicossociais e aspectos relaciona-
dos à lesão (localização, tamanho, profundidade, DESCRIPTORS
tipo de tecido, tempo de evolução). Ulcer; Wounds and Injuries; Wound Healing;
Risk Factors; Nursing Assessment; Review.
Conclusão:
Em geral, não foi encontrado nenhum aspecto INTRODUÇÃO
que deva ser considerado na avaliação de feridas
crônicas, mas uma interação complexa de fato- Atualmente, encontramos um aumento na
res que incluem aspectos fisiológicos, sociais e expectativa de vida que está diretamente relacio-
psicológicos. Portanto, os profissionais devem nado ao aumento da prevalência de muitas doen-
estar cientes dessa abordagem multifatorial; ças crônicas, juntamente com a frequência de
reconhecer precocemente o desenvolvimento e a feridas crônicas. Estima-se que entre 1 e 1,5%
evolução da úlcera e intervir de acordo. da população dos países desenvolvidos esteja
lesionada e na Europa, entre 2 e 4% do gasto
DESCRITORES: Úlcera; Ferimentos e Lesões; total em saúde seja usado para tratamento (1). A
Cicatrização de feridas; Fatores de risco; isto se soma a variedade de etiologias, fatores
Avaliação de Enfermagem; Revisão concomitantes, ferramentas de diagnóstico, ...
que dificultam sua avaliação, sendo esta a chave
ABSTRACT para a abordagem no tratamento de qualquer
Objective: To identify the main aspects that ferida crônica (2).
should be assessed in adults with chronic- Avaliação que não deve incluir apenas a presen-
www.revistapodologia.com 5
ça de lesão, mas deve ser considerada um pro- documentos que se referiam à população pediá-
blema coletivo, que afeta tanto o indivíduo quan- trica ou a estudos com animais.
to sua família e cuidador (3). Portanto, é impor-
tante enfatizar que o pilar angular para o trata- Além de estudos sem resumo, duplicatas e
mento de qualquer pessoa com ferida requer aqueles que não informaram claramente sobre o
uma abordagem holística e não apenas da lesão protocolo do procedimento seguido para a reali-
(1). Por outro lado, uma das prioridades da ava- zação do estudo ou apresentaram conflito de
liação de feridas crônicas é estabelecer sua etio- interesses. Para obter os estudos que atendiam a
logia (4). Apesar disso, em muitos casos, o diag- esses critérios de inclusão-exclusão, a equação
nóstico adequado não é feito, provavelmente de busca foi realizada utilizando os descritores
sendo feito com mais frequência em centros ulcer, wound, diabetic foot, healing, factor,
especializados em feridas do que na prática diá- assessment, monitoring, diagnosis, treatment,
ria e não estando disponível para todos os rat, mice, peptic, colitis, gastric y growth; e os
pacientes (5). operadores booleanos AND, OR e NOT, além do
uso de truncamentos.
Além disso, a avaliação é essencial para poder
monitorar ao longo do tempo (6), embora muitas A continuação, a seleção dos estudos foi reali-
vezes possa passar despercebida se as informa- zada através de uma primeira triagem através do
ções coletadas não forem registradas de maneira título e uma segunda triagem através do resumo;
adequada e completa (7). No entanto, apesar de eliminando as referências que não correspon-
serem patologias muito difíceis de curar devido a diam ao objetivo do estudo e não atendiam aos
erros de diagnóstico e, portanto, tratamento critérios de elegibilidade. Quando não foi possível
inadequado, existem poucos dados referentes decidir sobre a inclusão com base no resumo, os
exclusivamente à avaliação e muitos referentes artigos completos foram solicitados e revisados.
ao tratamento (8). O fluxograma do processo de seleção do estudo
é mostrado na Figura 1 .

Portanto, o objetivo geral deste estudo foi iden- Uma vez selecionados os estudos, a extração
tificar os principais aspectos a serem considera- dos dados foi realizada por um único revisor, com
dos na avaliação de adultos com feridas crôni- a ajuda de um banco de dados no Excel que
cas. incluía dados relacionados ao autor principal,
MÉTODO país do estudo, ano de publicação, desenho do
estudo, amostra, intervenção, resultados e nível
Trata-se de uma revisão integrativa, realizada de evidência/grau de recomendação (NE/GR). A
com revisões sistemáticas, estudos de coorte e força da evidência e os graus de recomendação
estudos de caso-controle, publicados no PubMed foram analisados usando a classificação do
e Web Of Science. A busca foi realizada nos Centre for British Evidence-Based Medicine
meses de março, abril e maio de 2015; limitado (CEBM) (9).
aos 5 anos anteriores, para que as informações
fossem atualizadas. Incluindo documentos que Já que, essa classificação considera diferentes
envolveram, total ou parcialmente, a avaliação de tipos de estudo e cenários de pesquisa clínica
pacientes adultos com úlcera por pressão (UPP), (terapia, prevenção, etiologia e danos; prognósti-
úlceras no membro inferior ou pé diabético (por co e história natural; diagnóstico; diagnóstico
serem as feridas crônicas mais frequentes); em diferencial e estudos de prevalência; e estudos
inglês, espanhol ou português. E excluindo, os econômicos e análise de decisão). Portanto, a

Figura 1- Fluxograma do processo de seleção - Valência, Espanha, 2015.


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graduação da evidência de acordo com o melhor conhecer o diagnóstico, prognóstico ou evolução
tipo de estudo para cada área de estudo foi mais de um processo.
apropriada para obter e interpretar os resultados
desta revisão. Considerando que o nível mais alto de evidên-
cia e o melhor grau de recomendação foram
Por último, foi realizada a avaliação dos aspec- encontrados em estudos de coorte, no entanto,
tos que deveriam ser avaliados em pacientes baixos níveis de evidência e recomendação foram
adultos com feridas crônicas. encontrados em 67% dos estudos. Em relação ao
tamanho da amostra, foram observados estudos
RESULTADOS que apresentaram amostras compatíveis com os
desenhos da pesquisa, variando de 26 a 36031.
Para o processamento dos dados, os resulta- Quanto à avaliação de feridas crônicas em adul-
dos foram agrupados em características do estu- tos, a Tabela 1 apresenta os objetivos e resulta-
do e avaliação de feridas crônicas em adultos. dos ou conclusões principais de cada estudo.
Na caracterização dos estudos, foi possível
observar a diversidade de publicações em rela- Com base na Tabela 1, foi possível observar a
ção aos países em que os trabalhos foram reali- diversidade de aspectos que podem ser avaliados
zados. Embora metade deles tenha sido realiza- em pacientes com feridas. Constatando que mais
dos na Europa, seguida por 13% nos Estados da metade dos estudos se concentrou no pé dia-
Unidos; e o restante na Ásia, África, Austrália, bético (53%), seguido por úlceras por pressão
Brasil, Oriente Médio e Canadá. Quanto ao des- 30%, feridas crônicas 10% e apenas 7% nas
enho metodológico, os estudos de coorte foram úlceras venosas. No entanto, vários aspectos
na mesma proporção dos casos e controles foram comuns a diferentes tipos de úlceras.
(37%), sendo o restante revisões (26%). Portanto, para facilitar sua avaliação, eles foram
agrupados em fatores que influenciam o proces-
Assim, o uso de estudos de caso e controles é so de cicatrização e fatores de risco, avaliação da
adequado para estudar prevenção e coortes para lesão e avaliação psicossocial.
Tabela 1 Distribuição dos estudos segundo primeiro autor, ano, objetivos e principais
resultados/conclusões - Valência, Espanha, 2015

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HWLROyJLFRVHDV833
833V
Nota: n = 30

Fatores que influenciam o processo de cicatri- Estado civil


zação e fatores de risco Segundo um estudo, o estado civil não influen-
ciou o desenvolvimento de UPP (11).
Dados demográficos e idade
Estado nutricional
Vários estudos mostraram que o aumento da Nos estudos da UPP, a nutrição emergiu como
idade influenciou o desenvolvimento de úlceras; um importante preditor de úlceras por pressão
pé diabético (27, 33), úlceras venosas (35), úlce- (10, 13 - 14, 16). No entanto, não foram encon-
ras nas pernas (30). No entanto, outros estudos trados estudos consistentes para determinar se a
relataram que a ocorrência de úlceras não só nutrição teve alguma associação com atraso na
aumentou com a idade, mas também devido a cicatrização de úlceras venosas nas pernas (35).
patologias coexistentes comumente encontradas
nessa população (13-14, 22, 34, 38). Capacidade funcional
Vários estudos mostraram que a falta de mobi-
Sexo lidade geral e o uso de auxiliares de locomoção
Alguns estudos relataram que não há diferen- eram um fator de risco para feridas crônicas (12,
ças significativas entre os sexos (22-23, 35). 14, 24, 35). Outros estudos também relataram a
Enquanto outros consideravam o sexo masculino importância de condições de saúde concomitan-
como um fator que aumenta o risco de desenvol- tes que podem comprometer a capacidade fun-
ver pé diabético (24, 27, 29, 33-34), úlcera por cional, como quedas, fraturas (quadril, joelho),
pressão (16) ou úlcera no pé (30). doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),
depressão ou demência (11, 30).
Raça Por outro lado, também foi relatado que a
Dois estudos não o relataram como fator signi- mobilidade da articulação do tornozelo poderia
ficativo (14, 35). ser outro fator relacionado a feridas crônicas. Foi
relatada uma diminuição na mobilidade da arti-
Escolaridade culação do tornozelo à medida que o risco de
Vários estudos encontraram níveis mais baixos ulceração do pé diabético aumentava (22, 28,
de educação em grupos com úlceras (20, 33). 30).

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Percepção sensorial ciência renal foi demonstrado por alguns autores
Vários estudos identificaram a redução da acui- (11, 22, 25). Embora um estudo não tenha
dade visual como fator de risco (12, 14, 22, 25). encontrado diferença significativa (33).

Medidas hematológicas Outras morbidades


A albumina emergiu como significativo; bem Pacientes com DPOC, colocando o paciente em
como hemoglobina, creatinina, ureia e diminui- risco de mobilidade reduzida e potencialmente
ção de linfócitos. A proteína c reativa emergiu, diminuição da tensão de oxigênio na pele. Neste
embora não tenha sido significativa (14). estudo, a artrite reumatoide também foi associa-
Em alguns estudos, foi relatado que a avaliação da na análise univariada (11).
da presença de osteomielite era necessária ape- Também foi relatado que pacientes com lesão
nas quando a velocidade de sedimentação glo- medular estavam sujeitos a riscos de fatores
merular e os níveis de proteína c reativa eram inespecíficos associados à sua patologia: imobili-
altos, porém não significativa (33). Concluiu-se dade, pressão alta, déficit sensório-motor, pele
também que os principais fatores associados ao quente e úmida (13).
fracasso da cicatrização foram o aumento dos Pacientes com estado imunológico deprimido.
níveis séricos de citocinas inflamatórias, matriz Foi demonstrado que a dimensão clínica da infec-
metalopeptidase 9 e vários fatores de crescimen- ção era inversamente proporcional às defesas do
to (31). sujeito (38).
Pacientes com neoplasias, alta prevalência foi
Morbidades encontrada juntamente com diabetes, mas não
foi incluída na análise bivariada (12).
Diabetes Outra morbidade a considerar foi a incontinên-
A própria doença foi um fator relevante para a cia urinária e fecal (12, 13).
maioria dos estudos (11, 14, 27). Demonstrando
diferenças no controle glicêmico inadequado Medicação
com altos níveis de hemoglobina glicosilada
HbA1c (18, 22, 25, 28-29), exceto em dois estu- Tratamentos sistêmicos
dos (20, 38). Diferenças significativas também Uma diminuição no risco de UPP foi identifica-
foram encontradas por mais tempo com diabetes da em pacientes em uso de antidepressivos (13).
(19, 22, 25, 28, 33). Além disso, o uso de antibióticos tópicos e sistê-
micos foi associado a um mau prognóstico aos
Neuropatia 12 meses de seguimento, sugerindo que eles não
Muitos estudos identificaram a neuropatia eram eficazes na promoção da cicatrização pro-
como um dos principais fatores de risco para longada de úlceras venosas (38).
ulceração e amputação do pé diabético (18, 20, Outro estudo mostrou que pacientes com
22 - 23, 25, 28, 31). necessidade de insulinoterapia apresentavam
maior risco para o desenvolvimento de úlceras
Doença vascular nos pés em comparação com os de terapia dieté-
Os estudos mostraram uma diferença significa- tica e medicamentos antidiabéticos orais (18).
tiva entre os sintomas da doença vascular e a Também foram identificados uso de sedativos,
prevalência e incidência de feridas crônicas (11, dopamina, uso de oxigênio e terapia com esteroi-
14, 21, 25, 31). Por um lado, foi demonstrada des no pós-operatório (14).
uma sólida relação entre os sintomas da doença
arterial periférica (claudicação intermitente, falta Estilo de vida
de pulsos palpáveis no pé) e a mensuração do O tabaco estava significativamente relacionado
índice tornozelo-braço como fator de risco inde- ao pé diabético (18-19). Embora não tenha sido
pendente (11, 16, 18, 22, 27). Além disso, refle- significativo para o desenvolvimento da UPP
tiu-se que o tabagismo, a duração do diabetes e (12). Outro fator que foi relacionado ao pé diabé-
a pressão arterial sistólica estavam associados a tico é o álcool (25). Considerou-se que excesso
danos na camada íntima arterial que levaram a de peso, tabagismo e consumo nocivo de álcool
alterações ateroscleróticas e isquemia (19). Por foram considerados fatores negativos para a
outro lado, as anormalidades venosas estavam saúde em termos de autolesões indiretas.
relacionadas a um atraso na cicatrização, parti- Embora não tenham sido encontradas diferenças
cularmente na fisiopatologia venosa profunda significativas no comportamento de fumar entre
(14, 29-30, 35). os grupos (20). Outro estudo também relatou a
importância do autogestão, incluindo fatores de
Nefropatia estilo de vida (adição de exercícios) e adesão ao
O risco de ulceração em pacientes com insufi- tratamento (25).
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Miscelânea integridade do tecido, sugerindo que uma super-
fície com tecido de granulação ≥75% por um
Temperatura longo período de tempo pudesse indicar que o
O aumento da temperatura corporal emergiu processo de cicatrização havia sido interrompido
importante em todos os estudos de pacientes e não conseguia progredir. à fase de epitelização
internados em unidades de terapia intensiva devido a uma doença subjacente (32). Em outro
(14). estudo, a presença de fibrina também foi relata-
da em mais de> 50% como fator relacionado ao
Umidade atraso na cicatrização (30).
Surgiu significativamente, principalmente
quando apresentado por incontinência mista (uri- Infecção
nária e fecal) (12-14, 39). Na úlcera venosa, não foi relatada significância
Altura entre o atraso na cicatrização e o tipo/número de
Dois estudos relataram que homens altos com bactérias ou sinais de infecção (35). Outros estu-
diabetes tipo 2 apresentavam alto risco de pé dos relataram a infecção como um fator impor-
diabético, relacionando o processo de desmielini- tante relacionado a um pior prognóstico (24, 38).
zação ao comprimento dos nervos periféricos e
ao aparecimento de neuropatia (29, 34). Exsudato
Apenas um estudo que o incluiu em sua análise
Deformidade multivariada não encontrou associação significa-
A deformidade ou a presença de calosidades tiva (10).
também emergiram como fatores importantes
(18, 22). Pressão, fricção e cisalhamento. O Pele perilesional
aumento da pressão foi identificado como fator Para alguns autores, o estado geral da pele
de risco (13, 22). Além do atrito, cisalhamento e também parecia ser importante (14), portanto,
fatores que afetam a mobilidade e a interface das um estudo constatou que apenas 28% dos
pressões (14). pacientes com úlceras apresentavam pele perile-
sional saudável (16). Outros não encontraram
Avaliação de lesões relação entre eritema/maceração ou estado da
pele circundante com a cicatrização de feridas
Localização (16, 35).
Foi encontrada uma diminuição progressiva do
número de úlceras cicatrizadas no calcanhar (11, Úlceras anteriores
16, 24) e no sacro (13). A história de úlceras anteriores foi encontrada
como preditora do desenvolvimento de úlceras
Tempo de evolução (12, 14, 18). Bem como a história de uma ampu-
Foi relatado que, quanto mais longa a úlcera tação (22).
ativa, mais difícil era conseguir a cicatrização
(24, 30, 35). Outro estudo revelou que feridas Dor
crônicas podem ser um fator predisponente para Dor e frequência da dor não foram associadas
o desenvolvimento de um tumor maligno (32). ao desenvolvimento de UPP (12). Dor em repou-
so foi encontrada em 52% dos pacientes com pé
Area diabético (21).
Muitos estudos se baseiam no tamanho da
úlcera como marcador indireto da evolução das Tratamento tópico
feridas (24, 30). Um fator significativo nas úlceras venosas foi a
falta de compressão (35).
Profundidade/volume Por outro lado, embora o tratamento local da
A gravidade ou profundidade das feridas emer- úlcera tenha desempenhado um papel importan-
giu como um fator importante (16, 21). Outro te no preparo do leito da ferida para otimizar a
estudo relatou a avaliação do volume das úlceras, cicatrização, em um estudo, a adesão ao curativo
que cicatrizaram da profundidade à superfície. prescrito não teve impacto no processo de cica-
No entanto, sua medição exata foi difícil porque trização (38).
desbridamento, edema e posição do paciente Em outro estudo, foi relatado que a contração
poderiam alterar falsamente os resultados (37). foi de grande importância para a redução do
tamanho da ferida, sendo necessário prestar
Leito atenção especial aos fatores que influenciaram
Postulou-se que a cor e as características do as forças contráteis, como o tipo de curativo e a
tecido de granulação refletiam a viabilidade e a presença de coágulos sanguíneos (37).
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Avaliação psicossocial Atendendo ao estado geral. O estado nutricio-
Ansiedade, depressão, isolamento social e nal não apareceu em um estudo sobre úlceras
baixo status econômico sugeriram associação venosas (35), mas em outros emergiu significati-
com atraso na cicatrização (20, 35). Também foi vo em relação a distúrbios metabólicos (reco-
relatado que pacientes com pé diabético costu- mendação favorável) (22, 29). Assim como mobi-
mavam ter uma qualidade de vida muito ruim, lidade geral e articulação do tornozelo, este últi-
sendo a qualidade de vida relacionada à saúde mo emergindo como um fator recente na avalia-
uma medida preditiva de morbimortalidade (26). ção. Como uma mobilidade geral aceitável não
Por outro lado, distúrbios de ansiedade e psico- significa necessariamente que o paciente exerça
terapia pareciam ter efeitos protetores contra efetivamente a bomba muscular da perna. E sua
essa patologia. Também queríamos avaliar o diminuição também pode ser o efeito de distúr-
comportamento de auto-mutilação, embora não bios metabólicos no aumento da rigidez da pele,
tenham sido encontradas diferenças significati- cápsula articular, ligamentos e tendões (reco-
vas (20). mendação favorável) (12, 36). Por outro lado, a
diminuição da acuidade visual pode atrasar o
Em geral, o estado mental não surgiu como um reconhecimento da presença ou gravidade de
fator de risco, mas como uma variável importan- uma úlcera e diminuir a capacidade de cuidar da
te. Encontrar correlações entre úlceras e estado pele, além de interferir na mobilidade.
mental (funcionamento cognitivo, frequência de
confusão, déficit de memória, deterioração na Em relação à morbidade, a presença de comor-
tomada de decisões, comportamento verbal per- bidades foi relatada significativa (extremamente
turbador e comportamento físico agressivo) (14). recomendada) (16, 21), principalmente: diabetes
(alterações do tecido conjuntivo), neuropatia
A importância do acesso à saúde também foi (falta de sensação protetora, alterações atróficas
relatada (30). Assim, como a experiência e o con- nos músculos dos pés, diminuição mobilidade
hecimento dos profissionais que estavam relacio- articular) e doenças vasculares. Além disso, os
nados às decisões clínicas (13, 17). Mostrando dados encontrados concordam que pacientes
também a presença do cuidador (13) e o descon- com idade mais avançada e a presença de várias
hecimento do cuidador e do paciente (10) como comorbidades têm um risco significativamente
fator de risco para úlceras. Outro aspecto que maior de complicações (amputação, sobrevida
emergiu significativo foi o tempo de internação do enxerto, atraso na cicatrização) (21, 23).
(11-12). Também foram destacadas a admissão Portanto, a avaliação deve considerar maior pro-
à cirurgia (30) ou a unidade de terapia intensiva teção na população mais propensa, que também
(13). será a mais complexa: pacientes com lesão
medular, imunossuprimidos, idosos com comor-
A frequência da assistência, tipo de atendimen- bidades ... A essa proteção são adicionados
to ou tipo de moradia não foi demonstrada como pacientes tratados na sala de cirurgia, em unida-
fator de risco para o desenvolvimento de novas de de terapia intensiva, bem como com qualquer
UPPs (12). fator que possa limitar sua mobilidade (13, 30).
Além desses fatores, outros descobriram que,
DISCUSSÃO embora não pareçam significativos nos estudos,
são mais propensos a oferecer oportunidades de
Esta revisão identificou vários fatores intrínse- modificação e, portanto, melhorar os resultados,
cos e extrínsecos que apresentaram resultados portanto, eles também devem ser avaliados. O
significativos para diferentes tipos de feridas crô- controle glicêmico, podendo apresentar um
nicas. impacto negativo nas citocinas, a liberação do
Em relação aos fatores demográficos, a idade fator de crescimento e a síntese de colágeno
emergiu significativa, relatando que pode refletir (38). Excesso de umidade, pressão prolongada
uma diminuição na capacidade de curar, bem no tecido, fricção, cisalhamento ou presença de
como na mobilidade (11). Embora não tenha deformidades, o que aumentará a pressão atra-
sido relatado em outros estudos (13-14, 22, 34). vés de cargas assimétricas (recomendação favo-
rável) (28). Considerando a umidade, emergiu de
Por outro lado, o sexo masculino não surgiu em forma significativa (14), relatando principalmen-
vários trabalhos (22 - 23, 35), mas em outros foi te excesso de umidade frequente (12).
explicado por diferenças hormonais e sua susce-
tibilidade ao desenvolvimento de neuropatia e Nesse sentido, apesar de frequentemente clas-
doença vascular; bem como um provável autocui- sificado como um tipo de úlcera por pressão, o
dado menor e um grande absentismo em saúde dano associado à umidade inclui o intertrigo
(recomendação favorável) (23, 29, 34). associado à transpiração, o dano causado pelo
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exsudato da ferida e a dermatite associada à tendência à colonização (38). Além disso, graças
incontinência. Desde então, a exposição à urina e à pesquisa, destaca-se a importância de realizar
fezes causa hiperidratação e aumento do pH da biópsias em feridas de duração muito longa e
pele, além dos danos causados pelas enzimas e evolução atípica, apesar dos tratamentos ideais,
flora intestinal, diminuindo a tolerância tecidual. para descartar sua malignidade (32) ; aspecto
Por outro lado, considerando que o microclima que em muitas ocasiões não é considerado.
da superfície da pele inclui temperatura e umida- Biópsia que também pode nos ajudar a identifi-
de. car feridas pouco frequentes, como: vasculite,
Em estudos mais recentes, as medidas de umi- pioderma grangrenosa, ...
dade e temperatura subepidérmicas são conside-
radas métodos objetivos não invasivos para ava- A área é outra variável que aparece como mar-
liar o dano tecidual, associando valores mais cador indireto (24, 30), embora possa levar a
altos à piora, embora não haja evidências sufi- erros significativos devido a algumas formas irre-
cientes (40). Entendendo como alterações de gulares; além disso, deve-se levar em conta que
umidade subepidérmicas no fluido intersticial; a cicatrização não se limita à simples involução
Assim, apoptose, necrose e processo inflamató- das bordas da a ferida, iniciando a cicatrização
rio geralmente levam ao vazamento de vasos vas- precoce antes que as mudanças nas dimensões
culares e outras alterações que modificam a sejam perceptíveis. Portanto, outros aspectos
estrutura subjacente do tecido lesado. E conside- para avaliar o aumento da gravidade (extrema-
rando a temperatura como um sinal de infecção, mente favorável) (16, 21) são o leito (37) e a pro-
bem como o resultado de pressão e cisalhamen- fundidade; o que pode resultar na destruição
to. Tendo em conta que a pele aquece antes do completa das estruturas da pele e, portanto, na
desenvolvimento da úlcera; devido a inflamação e falta de fatores de crescimento (35). A infecção
autólise enzimática do tecido devido a inflamaçõ- só emergiu como determinante em um estudo
es profundas e traumas repetidos. (24), sendo sua identificação correta essencial
para entendê-la e combatê-la melhor.
Outro aspecto a considerar é a influência dos
medicamentos e a adesão terapêutica, pois Em outro estudo (35), não foi relatado impor-
podem produzir alterações sistêmicas que, por tante, embora possa ser porque a terapia ade-
sua vez, causam sérias reações no corpo huma- quada é fornecida sempre que essa condição é
no, além de uma deterioração da integridade da diagnosticada, atenuando sua influência no pro-
pele e alteração do processo de cicatrização, cesso de cicatrização. A avaliação do exsudato
aspecto que não apareceu em nenhum estudo também não emergiu como importante (10),
como: radioterapia, quimioterapia, imunossu- sendo uma resposta aos processos etiológicos,
pressores, anti-inflamatórios, ... fisiológicos, ambientais e agravantes da ferida;

Além disso, o estilo de vida deve ser valorizado. Por exemplo, a infecção. Outro fator pouco
Assim, o consumo de tabaco mostra uma corre- estudado é a avaliação da pele perilesional, tal-
lação significativa entre pacientes com pé diabé- vez pelo grande número de descritores e tecnolo-
tico e as características da doença vascular peri- gias para sua avaliação, o que dificulta sua inter-
férica (recomendação favorável) (28), e o álcool pretação; sendo peça fundamental para avaliar a
tem efeitos adversos na nutrição e lesão (25). situação de uma lesão e, consequentemente, seu
Além disso, a automutilação indireta pode ser tratamento futuro, além de ser fundamental para
considerada, incluindo uma estratégia passiva de o diagnóstico de algumas etiologias. Quanto à
resolução de conflitos nesses sujeitos, que carac- presença de histórico de úlceras ou amputações
terizará relações difíceis com os profissionais prévias (recomendação favorável) (11), aparece
(20). como fator importante em diversos estudos; Isso
Quanto às feridas, diferentes fatores foram pode ser explicado porque o tecido previamente
encontrados para avaliar o processo de cicatriza- ulcerado não se estica na presença de edema e
ção. Onde o uso de novas tecnologias, como foto- ulceração, sendo mais provável que novas úlce-
grafias digitais, pode reforçar sua prevenção ras se desenvolvam no lugar de cicatrizes anti-
(41). Como, em geral, levam em consideração as gas.
características específicas da ferida que podem Acrescentando que o tecido cicatricial não pos-
estar relacionadas aos processos fisiológicos sui vasos sanguíneos, o que compromete ainda
envolvidos na cicatrização (localização, tamanho, mais a cicatrização da úlcera (35). Além disso,
profundidade, tipo de tecido, tempo de evolu- pacientes com riscos anteriores geralmente con-
ção). O tempo de evolução causará quantidades tinuam a ter riscos subjacentes.
excessivas de enzimas, alterações celulares No que se refere à avaliação da dor, destacam-
(fibroblastos), microambiente hipóxico e maior se os poucos estudos que a incluem em sua ava-
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liação, sendo fundamentais para o diagnóstico e tanto, um número maior de pessoas com mais
a qualidade de vida do paciente (recomendação complicações que poderiam ter sido evitadas.
favorável), apesar de relatar alta frequência de
dor (26). Em suma, este estudo apresenta como limita-
ção chave o grande número de resultados encon-
Por fim, a importância da terapia compressiva trados e a heterogeneidade das intervenções.
nas úlceras venosas aparece na avaliação do tra- Encontrando a necessidade de uma estrutura
tamento tópico (35), daí a importância do diag- para a classificação de feridas (portanto, na lite-
nóstico correto. Também curas oclusivas devem ratura da chamada UPP, além da pressão, outras
ser avaliadas como possíveis obstáculos às for- etiologias, como úlceras por atrito, cisalhamento
ças contráteis (37). ou umidade, geralmente são incluídas). Por outro
Outro aspecto que não foi encontrado nesta lado, embora não haja pesquisas suficientes para
revisão é a avaliação da dermatite alérgica de estabelecer claramente o papel da avaliação, um
contato induzida por medicamentos tópicos no dos motivos para enfatizar essa revisão refere-se
tratamento de feridas crônicas, sendo um fator à combinação de dados e às possíveis explicaçõ-
com grande significado prognóstico. es de cada um, para reduzir a incerteza na toma-
da de decisões.
Por outro lado, não devemos esquecer o esta-
belecimento de um bom relacionamento terapêu- Sem dúvida, não há estudos que relacionem o
tico ou a participação do paciente na tomada de processo de avaliação de feridas quando o víncu-
decisão, o que facilita outros aspectos da avalia- lo entre intervenções e resultados é incerto. As
ção; poucos estudos abordam o papel de fatores futuras linhas de ação poderiam ser voltadas
psicossociais e lesões autoinfligidas (20). O que para a formação de profissionais, o envolvimento
reforça o papel dos psicólogos na avaliação. de pacientes e seus cuidadores, atendimento
Também relevantes são o conhecimento e a pre- inter e multidisciplinar, provisão de recursos e
sença do cuidador, bem como os do profissional pesquisas adicionais nessa área.
de saúde (10, 13) ; levando em consideração que
o profissional deve não apenas realizar o atendi- CONCLUSÃO
mento ao paciente, mas estendê-lo ao seu
ambiente, incluindo a educação do cuidador. Em geral, não foi encontrado um fator único
que deva ser considerado na avaliação de feridas
Avaliações sistemáticas realizadas rotineira- crônicas. Em vez disso, há uma interação com-
mente e a informatização dos dados são funda- plexa de fatores que incluem aspectos fisiológi-
mentais para avaliar as lesões. Infelizmente, cos, sociais e psicológicos. É esse caráter multi-
essas avaliações não estão disponíveis para fatorial da ulceração que implica dificuldades em
todos os pacientes. Esse fato também se reflete seu manejo, bem como a necessidade de uma
em dois estudos em que o exame Doppler não foi equipe multidisciplinar. Portanto, conhecer os
realizado para determinar a etiologia arterial aspectos a serem avaliados em pacientes com
(30, 33). Avaliação que muitas vezes não é reali- feridas crônicas permitirá ao profissional emitir
zada e menos na ausência de sintomas (claudica- um julgamento clínico adequado e agir em con-
ção progressiva, dor em repouso) para que o formidade. Tendo em vista que, embora alguns
diagnóstico possa ser estabelecido tardiamente aspectos não pareçam significativos nos estudos,
e, como resultado, a intervenção vascular é con- eles devem ser valorados, pois são mais propen-
siderada tardia (11, 21). Isso ocorre porque mui- sos a oferecer oportunidades para sua modifica-
tos centros carecem de recursos materiais e de ção e, portanto, melhorar os resultados.
pessoal para tais cuidados, como também é o
caso da avaliação podológica necessária no caso Artículo extraído de:
do pé diabético. Além disso, os prestadores de Revista da Escola de Enfermagem da USP
serviços de saúde podem estar desperdiçando Versão impressa ISSN 0080-6234
recursos devido a erros de diagnóstico ou uso de Versão on-line ISSN 1980-220X
tecnologias inovadoras de alto custo em pacien- Rev. esc. doente USP vol.52 São Paulo 2018
tes que provavelmente não apresentam maior Epub 25-Jun-2018
benefício. http://dx.doi.org/10.1590/s1980-
220x2016050903315
Para isso, devemos acrescentar a dificuldade
de comunicação entre os níveis de atenção, bem Cómo citar este artículo:
como a maior provisão de recursos para a aten- Samaniego-Ruiz MJ, Palomar Llatas F,
ção especializada do que para a primária, pro- Sanmartín Jiménez O.
movendo menos promoção e prevenção; e, por- Assessment of chronic wounds in adults: an
www.revistapodologia.com 14
integrative review. Rev Esc Enferm USP. 10. Lizaka S, Okuwa M, Sugama J, Sanada H. O
2018;52:e03315. DOI: impacto da desnutrição e fatores relacionados à
http://dx.doi.org/10.1590/S1980- nutrição no desenvolvimento e gravidade das
220X2016050903315 úlceras por pressão em pacientes idosos que
recebem atendimento domiciliar. Clin Nutr. 2010;
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lise da dermatite associada à incontinência, Autor correspondente: María Jesús Samaniego
incontinência e umidade como fatores de risco Ruiz, Universidade Católica de Valência San
para o desenvolvimento de úlcera por pressão. Vicente Mártir, Escola de Doutorado 65. 46008 -
Res Enfermeira Saúde. 2014; 37 (3): 204-18. [ Valência, Espanha mariaje88@gmail.com
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Detecção subepidérmica de umidade de danos sob os termos da Licença de Atribuição Creative
nos tecidos induzidos por pressão no tronco: os Commons, que permite uso, distribuição e repro-
resultados do estudo de detecção de úlcera por dução irrestritos em qualquer meio, desde que o
pressão. Regeneração de feridas. 2017; 25 (3): trabalho original seja devidamente citado.
502-11. DOI: 10.1111 / wrr.12548. [ Links ]
41. Moura de Araújo T, Moura de Araújo MF, Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419
Caetano JA. Usando a Escala de Braden e foto- 05403-000 São Paulo - SP / Brasil
grafias para avaliar o risco de úlcera por pressão. Tel./Fax: (11) 3061-7553

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Pé Diabético.
Trabalho apresentado por Solange María Luchtenberg, como requisito parcial para a conclusão do
curso de Educação Profissional de Nível Técnico na área da Saúde com Habilitação de Técnico em
Podologia do INA – Instituto Brasileiro de Naturopatia Aplicada de Blumenau, Brasil.
Orientador: Professor Marcelo Kertichka.

LISTA DE FIGURAS 2.3 Anatomia do pé


2.3.1 Ossos do pé
FIGURA 1: Ossos do pé 2.3.2 Músculos do pé
FIGURA 2: Músculos do pé 2.3.3 Sistema circulatório
FIGURA 3: Desenho artérias pé plantar 2.3.4 Sistema linfático
FIGURA 4: Sistema linfático 2.4 Pé diabético – Visão Podológica
FIGURA 5: Teste de monofilamento 2.5 Avaliação Clínica do pé diabético
FIGURA 6: Pé diabético 2.6 Pé diabético
FIGURA 7: Tinea Pedis (pé de atleta) 2.7 Manifestações dermatológicas no diabético
FIGURA 8: Vitiligo 2.7.1 Dermatopia diabética
FIGURA 9: Psoríase 2.7.2 Tinea pedis (pé de atleta)
FIGURA 10: Líquen plano 2.7.3 Vitiligo
FIGURA 11: Bolhas diabéticas 2.7.4 Psoríase
FIGURA 12: Xantomas eruptivos 2.7.5 Líquen plano
FIGURA 13: Granuloma anular 2.7.6 Bolhas diabéticas
FIGURA 14: Unhas amarelas 2.7.7 Xantomas eruptivos
FIGURA 15: Eritemas de pé 2.7.8 Granuloma anular
FIGURA 16: Fascite plantar 2.7.9 Infecção podal
FIGURA 17: Alterações ungueais 2.7.10 Unhas amarelas
FIGURA 18: Acantose Nigricans 2.7.11 Eritemas de pé
FIGURA 19: Vesículas diabéticas 2.7.12 Fascete plantar
FIGURA 20: Gota 2.7.13 Alterações ungueais
FIGURA 21: Kyrle 2.7.14 Acantose nigricans
FIGURA 22: Calos e calosidades 2.7.15 Vesículas diabéticas
FIGURA 23: Dermatofitoses 2.7.16 Gota
FIGURA 24: Onicólise 2.7.17 Doença de Kyrle
FIGURA 25: Eczema 2.7.18 Disturbios perfurantes
FIGURA 26: Paroníquia candidal 2.7.19 Glucagonoma
FIGURA 27: Monilíase 2.7.20 Calos e calosidade
FIGURA 28: Onicomicose distrófica 2.7.21 Prurido generalizado
FIGURA 29: Oníquia 3. FÚNGICAS
FIGURA 30: Doença vascular 3.1 Dermatofitoses
FIGURA 31: Neuropatia 3.2 Onicólise
FIGURA 32: Atropatia de Charcot 3.3 Eczema
FIGURA 33: Infecção no osso 3.4 Paroníquia candidal
FIGURA 34: Abcessos 3.5 Monilíase
FIGURA 35: Úlceras neuropáticas 3.6 Onicomicose distrófica total
FIGURA 36: Úlceras venosas 3.7 Oníquia
FIGURA 37: Amputações 3.8 Doença vascular periférica
FIGURA 38: Óleos essenciais 3.9 Propedêutica vascular no pé diabético
3.10 Aterosclerose
SUMÁRIO 3.11 Neuropatia diabética
3.12 Artropatia de Charcot/neuroartropatia
1. INTRODUÇÃO 3.13 Infecção e inflamação
2. REVISÃO LITERÁRIA 3.14 As úlcaras neuropáticas e isquêmicas
2.1 Diabétes: Aspectos epidemiolágicos 3.15 Amputação
2.2 Classíficação 4. ÓLEOS ESSENCIAIS

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4.1 Óleo de girassol ticas e terapêuticas, principalmente as educati-
4.2 Calêndula vas (BOWKER, 2002, p. XV).
4.3 Citronela
4.4 Alecrim 2. REVISÃO LITERÁRIA
4.5 Óleo de copaíba
4.6 Gengibre 2.1 Diabetes: Aspectos epidemiológicos
4.7 Cravo
4.8 Canela Em 1985 estimava-se que existissem 30 milhõ-
4.9 Lavanda es de adultos com diabetes no mundo; esse
4.10 Melaleuca número cresceu para 135 milhões em 1995, atin-
4.11 Lemon grass gindo 173 milhões em 2002, com projeção de
4.12 Tomílho chegar a 366 milhões de indivíduos no ano de
5. ALTA FREQUÊNCIA 2030, dos quais dois terços vivendo em países
6. LED´S em desenvolvimento (LYRA, 2006, p. 61).
7. OZONOTERAPIA O número de indivíduos diabéticos está aumen-
8. PÉS DIABÉTICOS: CALÇADOS E MEIAS tando devido ao crescimento e ao envelhecimen-
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS to populacional, à maior urbanização, à crescen-
10. REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS te prevalência de obesidade e sedentarismo, bem
como à maior sobrevida de pacientes com DM
1. INTRODUÇÃO (SILVA, 2009, p. 9).

Crescente problema de saúde pública, o diabe- O diabetes representa também carga adicional
tes mellitus vem aumentando consideravelmente à sociedade, em decorrência da perda de produ-
na população mundial. Acometendo pessoas de tividade no trabalho, aposentadoria precoce e
todas as classes sociais independente de cor ou mortalidade prematura (STEVES, 2006, p. 9).
raça. Silenciosa e fatal, essa doença é uma dis- Os 6 principais fatores de risco para gerar
função metabólica de etiologia múltipla. Requer “anos de vida perdidos ou ajustados por incapa-
cuidados multidisciplinar e mudanças de hábitos cidade” no mundo em 2015 foram: alimentação
para promover uma melhor qualidade de vida. inadequada, pressão arterial elevada, índice de
massa corporal elevado, glicemia de jejum eleva-
A ocorrência do diabetes aumenta significativa- da, uso de álcool e drogas e uso de tabaco (LAN-
mente o risco de doenças cardiovasculares, GOWISK, 2018, p. 12).
perda visual, doença renal, vasculares e princi- Embora o aumento na prevalência do diabetes
palmente nos membros inferiores. Para as pesso- ocorra principalmente na população de adultos e
as diagnosticadas com diabetes mellitus é de de idosos, existem evidências de que o diabetes
suma importância manter seus pés saudáveis e tipo 2 também está se tornando mais frequente
bem cuidados, pois a maior preocupação é uma em crianças e adolescentes (LYRA, 2006, p. 61).
complicação crônica, uma possível amputação No Brasil, um estudo realizado na comunidade
de seus membros inferiores. nipo-brasileira mostrou aumento vertiginoso na
prevalência de DM, cuja taxa passou de 18,3%
Quando pensamos no caminhar não damos a em 1993, para 34,9% em 2000, evidenciando o
devida importância a parte essencial na execu- impacto de alterações no estilo de vida, em par-
ção desta caminhada, os nossos pés. Na medida ticular do padrão alimentar, interagindo com pro-
que envelhecemos e as doenças aparecendo, vável suscetibilidade genética (SILVA, 2009, p.
nossos pés também passam por etapas e fragili- 9).
dades vão aumentando. Por essa e outras razões
que a equipe multidisciplinar onde o podólogo, Combinando as estimativas para 25 países lati-
junto com a equipe, começa um trabalho de edu- no-americanos, pode-se inferir que os custos
cação à pessoa portadora do diabetes mellitus. decorrentes da perda de produção pela presença
de DM podem ser cinco vezes maiores que os
A importância de se reeducar, o exercício físico, direitos (STEVES, 2006, p. 9).
controlar os níveis de açúcar e manter um meta- O diabetes é responsável por 50% a 70% das
bolismo regulado, lhe promoverá uma melhor amputações não traumáticas de membros infe-
qualidade de vida. riores, e é a principal causa de cegueira adquiri-
da (LANGOWISK, 2018, p. 12).
Os fatos de que a incidência do diabetes está A preocupação com a situação atual do diabe-
aumentando e que 15% dos diabéticos desenvol- tes e do problema que ele representa para todos
vem úlceras nos pés durante sua vida realçam a os países foi suficiente para que se tornasse o
necessidade de implementar estratégias profilá- tema de uma Assembleia das Nações Unidas, em
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setembro de 2011, fato que chama a atenção, populações jovens, assim como o desenvolvimen-
pois pela segunda vez na história um assunto da to da síndrome metabólica, associada a doenças
área de saúde evidenciou essa necessidade cardiovasculares na maturidade (C, C, B) (OLI-
(GOLBERT, 2017, p. 12). VEIRA, 2015, p. 71).
O DMG é definido como a intolerância aos car-
2.2 Classificação boidratos, de gravidade variável, com início ou
primeiro reconhecimento durante a gravidez
Diabetes Mellitus é uma condição caracteriza- (COUTINHO, 2010, p. 518).
da por anormalidades na utilização de glicose, É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de
associadas com elevação de sua concentração intensidade variada, geralmente se resolvendo no
sanguínea (BARKER, 1993, p. 833). período pós-parto, mas retomando anos depois
De acordo com a Organização Mundial da em grande parte dos casos (STEVES, 2006, p.
Saúde e pela Associação Americana de Diabetes 13).
(ADA) se divide em quatro classes clínicas, A hiperglicemia durante a gestação também
Diabetes mellitus tipo 1 (DM1), Diabetes mellitus afeta os filhos dessas mulheres aumentando os
tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de riscos dessas crianças desenvolverem obesidade,
Diabetes mellitus e Diabetes mellitus Gestacional síndrome metabólica e diabetes na vida futura
(DMG), além da glicemia de jejum alterada (GJA) (NEGRATO, 2017, p. 10).
e tolerância diminuída à glicose (TDG), ambas
condições conhecidas atualmente como pré-dia- 2.3 Anatomia do pé
betes e consideradas fatores de risco para o DM
e doenças cardiovasculares (STEVES, 2006, p. 2.3.1 Ossos do pé
12).
O DM1 resulta da destruição das células beta A anatomia é uma palavra grega, que significa
do pâncreas por autoimunidade, causando defi- cortar em partes, cortar de permeio, isto é cortar
ciência de insulina (LANGOWISK, 2018, p. 12). separado, sem destruir os elementos componen-
As manifestações clinicas do diabetes inclui tes, anatomia corresponde em português disse-
poliúria, polidipsia e polifagia. A poliúria e a mic- cação, sendo a parte da biologia que estuda a
ção aumentada, a polidipsia e a sede aumentada forma e a estrutura dos seres vivos (CASTRO,
e a polifagia e o aumento do apetite (BRUNNER, 1985, p. 01)
2002, p. 933). É o ramo da biologia que estuda a estrutura e
organização dos seres vivos, tanto externa quan-
O tratamento requer a aplicação de insulina to internamente, macro e microscopicamente, a
externa, pois o pâncreas reduz (ou para) a produ- constituição e o desenvolvimento dos seres orga-
ção de insulina (BEGA, 2008, p. 247). nizados (BEGA, 2010, p. 69).
Geralmente, tem seu início na infância ou na As ciências da anatomia e da fisiologia são o
adolescência, estando associado a mecanismos fundamento para a compreensão das estruturas
auto-imunes ainda não bem definidos, como e das funções do corpo humano (TORTORA,
infecções virais e processos alérgicos (YAMADA, 2017, p. 01).
2011, p. 13). Em média, o pé contém 26 ossos, 100 ligamen-
O Diabetes Mellitus tipo 2 refere-se a uma con- tos e 20 músculos, além de uma intricada rede
dição heterogênea que descreve a presença de de nervos e vasos sanguíneos (KEET, 2010, p.
hiperglicemia em associação a deficiência relati- 54).
va de insulina (PORTH, 2010, p. 1080). As falanges do pé são em número de quatorze,
A maioria dos portadores deste tipo de diabe- sendo divididas em proximais, medias e distais,
tes apresenta sobrepeso ou obesidade, podendo com exceção no hálux, que é formado pelas
necessitar de insulina exógena para o controle falanges proximal e distal (CASTRO, 1985, p. 35).
metabólico, porém, não dependem desta para Sendo que o tarso é constituído por sete ossos
sua sobrevivência (STEVES, 2006, p. 12). que são o tálus, calcâneo, navicular, cubóide e
DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é três ossos cuneiformes, sendo o lateral, intermé-
geralmente diagnosticado após os 40 anos dio e o medial (KOCH, 2005, p. 76).
(SILVA, 2009, p. 14).
O tratamento atual do DM2 visa manter o con- Assim como nas mãos, os pés possuem cinco
trole glicêmico adequado, seja com dieta hipoca- ossos longos, os chamados metatarsos, que con-
lórica, aumento da prática de exercícios físicos sistem em cabeça, corpo e base, cinco dos ossos
ou uso de medicações (ARAUJO, 2000, p. 509). tarsais, cujo nome é dado ao conjunto dos sete
O aumento na prevalência da obesidade na ossos restantes do pé, formam o mediopé e os
adolescência registrado nos últimos anos expli- outros dois constituem o retropé (OLDS, 2005, p.
caria, em grande parte, o avanço do DM2 nas 398).
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Figura 2: Músculos do pé.
Figura 1: Ossos do pé Fonte: https://www.auladeanatomia.com
Fonte: www.anatomiaemfoco.com.br Acessado em 25 jul. 2019.
Acessado em 25 jul. 2019.
cuito de tubos fechados por onde o sangue é con-
2.3.2 Músculos do pé duzido (BEGA, 2010, p. 149).
A função da circulação é atender às necessida-
Os músculos são elementos ativos do movi- des dos tecidos, transportar nutrientes para os
mento, atuando sobre os ossos e as articulações, tecidos, transportar os produtos finais do meta-
dando movimento ao corpo (CRUZ, 2006, p. bolismo para longe deles, conduzir hormônios de
242). uma parte do corpo para outra e, em geral, man-
O músculo extensor curto dos dedos tem qua- ter um ambiente adequado, nos líquidos teci-
tro partes e está localizado profundamente em duais para a sobrevivência e funcionamento das
relação aos tendões do músculo extensor longo células (GUYTON , 2002, p. 147).
dos dedos, o qual estende os segundos e o quin- Causas venosas, linfáticas ou sistêmicas
to dedos nas articulações metatarsofalangicas podem produzir o edema crônico do membro
(TORTORA, 2017, p. 397). inferior (WAY, 1993, p. 576).
Tanto nos músculos quanto nos tendões pode- O retorno venoso é iniciado superficialmente
se encontrar receptores do sistema nervoso peri- quando as veias profundas surgem como veias
férico, como o órgão tendinoso de golgi (OTG) digitais plantares nas faces plantares dos dedos,
(BEGA, 2014, p. 43). estas veias drenam proximamente e recebem
veias de uma rede venosa plantar, da planta do
2.3.3 Sistema Circulatório pé, para formar quatro veias metatársicas plan-
tares (OLIVEIRA, 2013, p. 03).
O sistema circulatório é uma vasta rede de
tubos chamados vasos, no interior dos quais cir- 2.3.4 Sistema Linfático
culam os humores – o sangue e a linfa, de vários
tipos e calibres que põe em comunicação todas O sistema linfático é constituído pela linfa,
as partes do corpo e dentro destes tubos circula vasos e órgãos linfáticos um sitema paralelo ao
o sangue impulsionado pelas contrações rítmicas circulatório constituído por uma vasta e comple-
do coração. É composto pelo coração, vasos san- xa rede de pequenos vasos, válvulas, condutos
guíneos, vasos linfáticos, sangue, linfa, líquido (vasos linfáticos), por onde o sangue circula e
cefalorraquidiano e líquido intercelular. É um sis- onde a parte fluída do plasma atravessa esses
tema fechado, sem comunicação com o exterior capilares repassando aos espaços dos tecidos,
(VIANA, 2007, p. 21). uma vez que o plasma deixa o sistema vascular e
O aparelho circulatório pode ser separado em se introduz nesses espaços – fluído linfático ou
duas partes: Sistema cardiovascular ou sanguífe- linfa. Esses espaços permitem que o fluído linfá-
ro, formado pelo coração e os vasos sanguíneos tico entre em contato com cada célula dos teci-
(artérias, veias e capilares), que formam um cir- dos (VIANA, 2007, p. 22).
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Figura 3: Desenho artérias pé plantar Figura 4: Sistema Linfático.


Fonte: https://www.anatomiaonline.com Fonte: https://www.vascularbr.com/doencas-
Acessado em 25 jul. 2019. do-sistema-linfatico.html
Acessado em 25 jul. 2019.
Os capilares linfáticos formam um plexo super-
ficial na superfície da derme, um plexo mais pro- Já no portador de diabetes, para evitar compli-
fundo na porção profunda da derme, e, nas extre- cações da doença e para manter boa qualidade
midades, um plexo subfacial dentro dos compar- de vida, são úteis e importantes medidas como:
timentos musculares (WAY, 1993, p. 576). controle glicêmico rigoroso, tratamento da hiper-
A linfa é o líquido intersticial já no interior do tensão arterial, tratamento da dislipidemia, pre-
vaso linfático e sua composição é semelhante a venção de ulcerações e amputações em mem-
do plasma sanguíneo (água, eletrólitos e proteí- bros inferiores, rastreamento e tratamento preco-
nas plasmáticas), porém sem células sanguíneas ce da retinopatia diabética, rastreamento da
(BEGA, 2010, p. 160). microalbuminúria, para prevenir ou retardar a
progressão da insuficiência renal; e medidas
2.4 Pé Diabético - Visão Podológica para abolir o tabagismo (MADELLA, 9º ano, p. 7).

O técnico em podologia é um profissional da 2.5 Avaliação Clínica do Pé Diabético


área da saúde, com amplo conhecimento, habili-
dade e destreza técnica desenvolvidos para aten- O exame clínico é de suma importância, com-
ção preventiva das diversas patologias que se binado ao uso de testes neurológicos, articulares
apresentam na zona das extremidades inferiores, e vasculares simples, de baixo custo e boa sensi-
mais precisamente os pés, devendo interagir, bilidade e especificidade (LYRA, 2006, p. 561).
interdisciplinarmente, com médicos, ortopedis- Feito o diagnóstico de DM, deve-se proceder à
tas, endocrinologistas, dermatologistas, fisiote- avaliação clínica direcionada, observando vários
rapeutas, entre outros, com condições éticas e fatores como a gravidade da doença, presença de
morais tanto pessoais como na especialidade ( comorbidades, hábitos do paciente (LANGOWIS-
VIANA, 2007, p. 9). KI, 2018, p. 18).
Para reduzir o impacto das complicações na Em contrapartida, a identificação de cenários
qualidade de vida dos pacientes diabéticos e pro- mais complexos como um pé acometido por
longar a sua vida de uma forma mais saudável e ausência total da sensibilidade, deformidades
participativa na sociedade deve-se orientar o por- ósteo-articulares marcantes, antecedentes de
tador de diabetes ou seus familiares sobre o úlceras e, ou de amputação, Artropatia de
acompanhamento adequado (JUSTINO, 2014, p. Charcot, ou mesmo o comprometimento circula-
45). tório periférico, levam este paciente a um pé de
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risco máximo, tendo a extremidade ameaçada férica no membro inferior e infecções (JUSTINO,
caso não seja manejado de forma integral e ade- 2014, p. 39).
quada (BATISTA, 2017, p. 44). É fato amplamente conhecido que os indiví-
O monofilamento Semmes-Weinstein é um duos diabéticos apresentam maior propensão a
teste de sensibilidade realizado em pacientes certos tipos de infecções, particularmente nos
acometidos por neuropatia periférica decorrente pés, no trato urinário (infecções por fungos e
de diabetes mellitus e hanseníase, quando não bactérias) (BRAMANTE, 2010, p. 3).
há diagnóstico precoce (SILVA, 2016, p. 74) Para tanto, é primordial a disseminação do
conceito de que o pé diabético é caracterizado
pela presença de pelo menos uma das seguintes
alterações: neurológicas, ortopédicas, vasculares
e infecciosas, que podem ocorrer no pé do
paciente portador de diabetes (CAIAFA, 2011, p.
32).

Uma das complicações mais frequentes é o pé


diabético, caracterizado pela presença de lesões
nos pés em decorrência das alterações vascula-
res e/ou neurológicas peculiares do diabetes
mellitus (MILMAN, 2001, p. 447).
A síndrome do pé diabético engloba um núme-
Figura 5: Teste de Monofilamento. ro considerável de condições patológicas,
Fonte: incluindo a neuropatia, a neuroartropatia de
https:// www.mastereditora.com.br/periodi- Charcot, a ulceração do pé, a osteomielite, sendo
co/20150501_143230.pdf potencialmente prevenível a amputação (DUAR-
Acessado em 25 jul. 2019. TE, 2011, p. 65).
É enorme a variedade de podopatias que acom-
Outro instrumento utilizado para o rastreamen- panham o diabetes, unha mal
to do risco neuropático de ulceração é o bioeste- cortada, calo tratado de forma errônea, lesão
siômetro, que quantifica o limiar da sensibilidade provocada por um profissional e demora no diag-
vibratória (LSV) pela amplitude (em volts) do nóstico e atendimento podem ser cruciais para a
estímulo aplicado e tem sido considerado o formação de uma gangrena, necrose de um
padrão ouro para avaliação do risco de ulceração membro de um membro e até óbito (BEGA,
(LYRA, 2006, p. 561). 2014, p. 259).

2.6 Pé Diabético

Os pés dos diabéticos são considerados “um pé


de risco” e qualquer uma dessas alterações nos
pés destes clientes, podem desencadear úlceras
(mal-perfurante plantar) e /ou abscessos, se não
tratados devidamente. Aqui entra a atuação do
podólogo, especializado em pés diabéticos que,
com o seu conhecimento, sua técnica, experiên-
cia e os devidos cuidados está em condições de
tratar dessas podopatias, além de orientar, ade-
quadamente, o cliente, a fazer a higienização
domiciliar diária, a realizar a inspeção minuncio-
sa dos pés e outros cuidados fundamentais.

As possibilidades do podólogo são inumeráveis


porque ele tem a oportunidade, durante uma ses-
são de dialogar, de notar detalhes, de saber
observar com o olho crítico os pés dos clientes
que gozam de boa saúde e os que padecem de Figura 6: Pé diabético.
alguma podopatia (VIANA, 2007, p. 94). Fonte: https://saudedomeio.com.br/clinica-de-
É a infecção, ulceração e/ou destruição de teci- enfermagem-lanca-programa-de-atendimento-
dos profundos associadas a anormalidades neu- gratuito-para-o-controle-do-pe-diabetico
rológicas e vários graus de doença vascular peri- Acessado em 25 jul. 2019.
www.revistapodologia.com 25
2.7 Manifestações dermatológicas no diabético 2.7.3 Vitiligo

2.7.1 Dermopatia Diabética O vitiligo é uma doença em que a diminuição


ou ausência de função dos melanócitos resulta
É a alteração cutânea mais comum no diabe- em despigmentação macular, mais frequente-
tes, ocorrendo em cerca de 40% dos pacientes mente observada em torno dos orifícios e nas
com mais de 50 anos. Quando presente manifes- faces extensoras das extremidades.
ta-se com pequenas manchas arredondadas,
atróficas, circunscritas, encontradas principal- Ele é assintomático, porém causador de estres-
mente nas extremidades inferiores. se emocional, particularmente em pessoas de
cor mais escura. Ele é considerado como um dis-
Tais manchas podem aparecer isoladas ou em túrbio auto-imune. A incidência maior que a
grupos em número variável, geralmente bilate- esperada de vitiligo no diabete parece aumentar
rais, não simétricas. Inicialmente pequenas e cla- a evidência de uma base imunológica.
ras, tendem a coalescer e tornar-se mais escuras.
Não doem nem tendem a ulcerar. A localização Com tudo, o vitiligo tem sido relatado em dia-
na região anterior das pernas sugere etiologia bete iniciado na maturidade, bem como em dia-
traumática. (Manifestações Dermatológicas no bete dependente de insulina, tornando mais difí-
Diabético (LYRA, 2006, p. 654). cil prosseguir considerando que os fatores auto-
imunes e genéticos são a única explicação para
2.7.2 Tinea pedis (pé-de-atleta) sua coexistência [...] (BOWKER, 2002, p. 206).

O Tinea pedis (pé-de-atleta) predomina mais


entre pessoas com diabetes que na população
em geral. Embora seja inócuo na maioria das
pessoas, o Tinea pedis cria fissuras ou portais de
entrada e provoca infecções graves em indivíduos
diabéticos. Os espaços membrânicos são pruríti-
cos, escamosos, eritematosos e macerados.
Possivelmente surjam vesículas e pústulas.

A presença de uma distribuição tipo “mocas-


sim” das escamações, estendendo-se desde a
sola do pé até a parte lateral, é outra variante de
Tinea pedis. O Tinea pedis de longa duração
envolve as unhas, que desenvolvem uma placa
espessa marrom amarelada e detritos subun-
gueais [...] (KAHN, 2009, p. 1062).

Figura 8: Vitiligo
Fonte:
https://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doe
ncas-da-pele/cura-para-o-vitiligo
Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.4 Psoríase

Manifestações clínicas a psoríase se manifesta,


na maioria das vezes, por placas eritematoesca-
mosas, bem delimitadas, ocasionalmente pruri-
ginosas, em áreas de traumas constantes na pele
– cotovelos, joelhos, região prétibial, couro cabe-
ludo e região sacra.
O tamanho e o número das placas são variá-
Figura 7: Tinea pedis (pé-de-atleta) veis, podendo ocorrer acometimento de toda a
Fonte: pele. Em 50% a 80% dos casos, são identificadas
https://bpac.org.nz/BPJ/2014/December/tin alterações ungueais, especialmente, onicólise e
ea-pedis.aspx depressões cupuliformes (TAKAHASHI, 2012, p.
Acessado em 25 jul. 2019. 11).
www.revistapodologia.com 26
Figura 9: Psoríase Figura 10: Líquen plano
Fonte:https://pt.dreamstime.com/foto-de- Fonte:
stock-psor%C3%ADase-no-p%C3%A9- https://www.atlasdasaude.pt/publico/con-
image91802209 tent/liquen-plano
Acessado em 25 jul. 2019. Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.5 Líquen Plano

A apresentação clássica do LP consiste no apa-


recimento de pápulas e/ou placas, poligonais ou
ovaladas, achatadas, violáceas e bem delimita-
das, de cerca de 1- 10 mm de diâmetro com dis-
tribuição bilateral e predomínio acral.
A presença de finas linhas cinza-esbranquiça-
das na superfície da lesão, as estrias de
Whickham, mais facilmente observáveis com der-
matoscópio, é praticamente patognómica, embo-
ra possam raramente estar presentes em outras
doenças cutâneas.
As lesões podem confluir, originando placas
lineares ou anulares ou ser dispersas, dissemi- Figura 11: Bolhas Diabéticas
nando-se a todo o tegumento. Podem surgir Fonte:
como uma resposta isomórfica ao traumatismo https://saude-info.info/bolhas-nos-pes.html
cutâneo (fenómeno de Koebner) (MACHADO, Acessado em 25 jul. 2019.
2012, p. 13).
2.7.7 Xantomas Eruptivos

2.7.6 Bolhas Diabéticas Os xantomas eruptivos podem aparecer quan-


do os triglicerídios séricos atingem níveis eleva-
A formação espontânea de bolhas é um sinal dos. A maioria dos pacientes com essa doença
cutâneo raro e diferente do diabetes. são diabéticos mal controlados.
Conhecido como bolha diabética, bullous dia-
beticorum ou bolhas idiopáticas são encontradas A erupção é representada por múltiplas pápu-
bilateralmente nas extremidades de pacientes las e nódulos firmes, amarelo pálidos, que apare-
diabéticos, especialmente naqueles com neuro- cem em grupos. Muitas vezes, a um halo erite-
patia e/ou retinopatia [...]. matoso circundando cada pápula. Os locais pre-
As lesões são tipicamente assintomáticas e feridos são as faces extensoras das extremidades
não-hemorrágicas, cujas dimensões variam de e do tronco.
vesícula a bolhas, com dimensões variando de 3 Eventualmente, a mucosa oral pode estar envol-
a 5cm. vida. A doença é pruriginosa. Com a correção da
É importante observar que não há eritema cir- hiperlipidemia e o controle do diabete, as lesões
cunjacente (KAHN, 2009, p. 1068). involuem. (BOWKER, 2002, p. 207).
www.revistapodologia.com 27
tômicas dos compartimentos de pés e pernas e
das características clínicas dos pacientes com
diabetes (neuropatia, alterações de imunidade),
infecções profundas e graves a partir de lesões
superficiais podem se formar, com apresentação
tardia dos sinais clássicos (LYRA, 2006, p. 649).

2.7.10 Unhas Amarelas

Aproximadamente, 10% dos pacientes diabéti-


cos apresentam descoloração amarela da pele. A
cor amarela é causada pela concentração de
caroteno em áreas de atividade sebáceas proemi-
nente (face, fronte e axilas) e em áreas de estrato
Figura 12: Xantomas Eruptivos córneo espesso (palmas, solas e proeminências
Fonte: https://gl.wikipedia.org/wiki/Xantoma ósseas). Esses pacientes, ao contrário daque-
Acessado em 25 jul. 2019. les com icterícia de hiperbilirrubinemia, não
apresentam icterícia escleral (KAHN, 2009, p.
1066).
2.7.8 Granuloma Anular

Tem causa desconhecida e é caracterizado


exclusivamente por lesões cutâneas, quase sem-
pre papulosas, de morfologia anular, com dege-
neração do colágeno central e granuloma perifé-
rico à histologia (MINELLI, 2003, p. 736)

Figura 14: Unhas amarelas


Fonte: https://medicoresponde.com.br/unhas-
amareladas-podem-ser-sinal-de-doenca
Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.11 Eritema de Pé
Figura 13: Granuloma anular
Fonte: Lithner e Hietala descrevem um sinal cutâneo
http://www.clinicalaserdebelem.com.pt/Doenc de insuficiência vascular em diabéticos. Esse eri-
a/Mostrar?IdDoenca=6 tema sem necrose parece ser um sinal de gan-
Acessado em 25 jul. 2019. grena incipiente no pé diabético. A vermelhidão
bem demarcada correlaciona-se com destruição
óssea subjacente, que pode ser confirmada pelos
2.7.9 Infecção Podal raios x.

Pacientes com infecção podal, mesmo grave, O eritema pode envolver a perna, bem como o
podem ser pouco sintomáticos devido à neuropa- pé. Ele é diferenciado da erisipela pela tempera-
tia. Febre e sintomas gerais são frequentemente tura normal do paciente e pela ausência de leu-
subdimensionados pelos pacientes. cocitose e neutrofilia. O envolvimento dos peque-
nos vasos parece ser importante, ainda que a
O exame físico do pé visa a detecção de sinais descompensação cardíaca seja o fator precipi-
locais de inflamação (aumento, vermelhidão, tante mais comum.
rubor), de infecção (secreção, odor fétido) e de O mesmo autor observou púrpura não palpável,
necrose. Em decorrência das características ana- frequente, evidente em áreas tanto eritematosas
www.revistapodologia.com 29
quanto não eritematosas das pernas de paciente 2.7.13 Alterações ungueais
diabéticos idosos (BOWKER, 2002, p. 199).
As onicomicoses são infecções fúngicas
comuns nas unhas dos idosos, tanto das mãos
quanto dos pés. Sua prevalência pode ser expli-
cada por fatores como aumento da incidência de
imunodeficiências relacionadas à idade da popu-
lação. O uso de calçados fechados e/ou úmidos,
andar descalço em banheiros públicos e traumas
frequentes são fatores que influenciam essa ele-
vada taxa de prevalência.

Os diagnósticos diferenciais das onicomicoses


e que devem ser observados são, principalmente,
onicólise, hiperqueratose subungueal, alterações
de coloração das unhas, como a leuconíquia e
melanoníquia e as distrofias ungueais.
Há grande dificuldade para se chegar ao diag-
nóstico de infecção fúngica das unhas, mas essa
diferenciação no diagnóstico é importante, pois
implica diferentes tratamentos. (SILVA, 2000, p.
11).
Figura 15: Eritemas de pé
Fonte: https://portugues.medscape.com/fea-
tures/slides/65000005
Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.12 Fascite plantar

A fascite plantar caracteriza-se por dor na fás-


cia plantar, principalmente na região do calcâneo
onde ocorre a sua inserção.
É notada com mais frequência em indivíduos
que exibem o pé pronado com arco longitudinal
achatado e cuja atividade exige ficar em pé ou
caminhar por muito tempo; os homens são mais
suscetíveis. (CAILLIET, 2005, p. 6)

Figura 17: Alterações ungueais


Fonte:
https://www.sbd.org.br/dermatologia/unhas/
doencas-e-problemas/onicomicose/33
Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.14 Acantose Nigricans

A acantose nigricans é uma condição cutânea


que se caracteriza pela presença de áreas con-
fluentes de espeçamento epidérmico, com textu-
ra “aveludada” e cor variando do marrom médio
ao marrom escuro.
De maneira geral, as lesões surgem nas axilas,
Figura 16: Fascite plantar pescoço, virilha e áreas intertriginosas, apare-
Fonte: https://www.saudebemestar.pt/pt/clini- cendo também sobre superfícies extensoras
ca/ortopedia/fascite-plantar como os joelhos, cotovelos e articulações dos
Acessado em 25 jul. 2019. dedos (KAHN, 2009, p. 1069).
www.revistapodologia.com 30
2.7.16 Gota

É uma das enfermidades de mais longa histó-


ria, de patogenia relacionada com o metabolismo
do ácido úrico. Entre 50 e 70% dos ataques ini-
ciais ocorrem na articulação metatarsofalangia-
na do hálux e o tratamento é sempre clínico. A
artrite gotosa crônica com depósitos tofáceos é
pouco frequente.

É mais frequente em homem de meia idade,


obeso, hipertenso e por vezes diabético, que
usualmente apresenta consumo aumentado de
bebidas alcoólicas (COLLET, 2002, p. 12).

Figura 18: Acantoses nigricans


Fonte: https://www.dermatologia.net/cat-doen-
cas-da-pele/acantose-nigricans
Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.15 Vesículas Diabéticas

A história característica é a de aparecimento


súbito e espontâneo de vesículas, mais comu-
mente no dorso e lados das mãos e pés, antebra-
ços e pernas. As bolhas variam de 0,5 a vários
cm de diâmetro, muitas vezes são bilaterais e
geralmente contém um líquido claro, que é inva-
riavelmente estéril.
Não há eritema circundante. As lesões geral-
mente são assintomáticas e cicatrizam esponta-
neamente em algumas semanas, geralmente Figura 20: Gota
sem deixar escaras. Podem recidivar (BOWKER, Fonte: https://www.mdsaude.com/reumatolo-
2002, p. 203). gia/imagens-gota
Acessado em 25 jul. 2019.

2.7.17 Doença de Kyrle

As lesões consistem em pápulas cujo diâmetro


varia de milímetros a alguns centímetros, centra-
das por um tampão córneo rodeado por zona de
eritema. O tampão salienta-se de uma depressão
crateriforme e pode ser removido facilmente. As
lesões são mais comuns nas pernas e nos ante-
braços, mas podem ser generalizadas.

Ocasionalmente fundem-se para produzir pla-


cas policíclicas. Nas lesões mais tardias, há
depressão e penetração do tampão ceratinoso, o
qual podem provocar uma reação de corpo
Figura 19: Vesículas diabéticas estranho na derme.
Fonte:
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist% Por isso, alguns autores colocam-na no grupo
C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-mus- das dermatoses perfurantes adquiridas, tais
c u l a r e s / p r o b l e m a s - n o s - como a doença de Flegel, elastose serpiginosa
p%C3%A9s/tumefa%C3%A7%C3%B5es-e-calos perfurante, foliculite perfurante e colagenose per-
Acessado em 25 jul. 2019. furante reativa (MINELLI, 2003, p. 737-738).
www.revistapodologia.com 31
do abdômen, nádegas e áreas em torno de orifí-
cios, a dermatose pode ser encontrada, não rara-
mente, nas porções inferiores das pernas. A
doença flutua, porém é crônica e persistente. A
histologia assemelha-se àquela encontrada na
psoríase pustular, com sinais de edema intrace-
lular na parte superficial da epiderme, acantose,
pústulas sub córneas e disceratose (BOWKER,
2002, p. 208).

2.7.20 Calos e calosidades

No caso da planta dos nossos pés, além de não


terem a mesma proteção que em outras áreas
tendem a desenvolver uma camada espessa de
queratina na intenção de proteger a pele da
agressão de um agente mecânico. Agentes mecâ-
nicos são fatores externos como: sapatos aperta-
dos, costuras de meias, tiras de sandálias, calça-
dos com numeração inadequada, salto alto e
bico fino, aumento de peso, causadores do
espessamento da camada córnea formando
calos e /ou calosidades (NOGUEIRA, 2008, p. 7).
Podem ocasionar dor e dificuldade para deam-
bular e também podem ulcerar e infectar
Figura 21: Doença de Kyrle (FERRARI, 2014, p. 9).
Fonte:https://institutobws.com.br/pdf/icad_2
016/38)%20Doenca%20de%20kyrle%20%20Vi O calo é uma elevação dura que se forma na
nicius%20Novaes.pdf pele por atrito ou pressão do calçado no pé, pro-
Acessado em 03 ago. 2019. eminências ósseas ou tendões, próximos a super-
fície do pé, e que tem um ou mais núcleos dife-
renciados chamamos cravos. Localiza-se com um
2.7.18 Distúrbios Perfurantes núcleo na parte dorsal dos dedos ou no espaço
entre dois dedos se chama popularmente olho de
Os distúrbios perfurantes formam um grupo de peixe (LIMA, 2010. p. 18).
doenças em que o material dérmico perfura a
epiderme, atingindo a superfície da pele. Os qua-
tro membros clássicos desse grupo são: colage-
nose perfurante reativa, doença de Kyrle, foliculi-
te perfurante e elastose perfurante serpiginosa.
Todas elas, excetuando a última, estão associa-
das ao diabetes e geralmente ocorrem em
pacientes com nefropatia coexistente. Essas
doenças são observadas ocasionalmente em
pacientes não-diabéticos com doença renal e
raramente ocorrem em indivíduos saudáveis
(KAHN, 2009, p. 1069).

2.7.19 Glucagonoma

Os tumores das células-alpha da porção do


pâncreas secretora de glucagon têm um compo-
nente cutâneo que pode preceder outras evidên-
cias de sua existência, às vezes de vários anos. A
distinta erupção cutânea é um eritema necrólito,
migratório, que é caracterizado por placas ecze- Figura 22: Calos e Calosidades
matosas, de formas anular e circinada, que aca- Fonte: https://www.podologia.sampa.br/calos-
bam se transformando em placas, erosões e nos-pes-calosidades.php
crostas. Ainda que preferindo a porção inferior Acessado em 03 ago.2019.
www.revistapodologia.com 32
2.7.21 Prurido Generalizado 3.2 Onicólise

A frequência do prurido generalizado no diabe- Descolamento da placa em relação ao leito


tes é desconhecida, embora haja evidências de ungueal.
que aumente em pacientes diabéticos. O prurido Comum em infecções por fungos ou bactérias,
sem lesões primárias em pacientes diabéticos unhas frágeis, psoríase ungueal, líquen plano,
exige um trabalho completo para eliminar as cau- trauma e uso de medicações como retinóides,
sas. Os pacientes com doença sistêmica (doença quimioterápicos, ureia em alta percentagem por
renal, doença hepática, hipo ou hipertireoidismo, tempo prolongado e medicações indutoras de
anemia com deficiência de ferro), ou portadores fotonicólise, como tetraciclinas, clorpromazina,
de malignidades linforreticulares (a doença de fluorquinolonas e psoralênicos (BARAN, 2011,
Hodgkin, por exemplo) podem apresentar pruri- p.14).
do na fase inicial. Antes de atribuir a presença de
prurido a diabetes, as doenças acima devem ser
eliminadas, bem como as causas dermatológicas
primárias da coceira (KAHN, 2009, p.1069).

3. FÚNGICAS

3.1 Dermatofitoses

Condições muito frequentes em diabéticos,


podendo atingir 40% deles. Nos estágios preco-
ces podem aparecer discreto prurido, eritema e
maceração entre os dedos. A grande complica-
ção é a possibilidade de infecção secundária com
evolução para celulite e osteomielite. Embora
sejam mais comuns nos pés, outras regiões
podem ser atingidas.
São de extrema importância as medidas pre-
ventivas como a higiene local, evitando umidade.
O tratamento costuma ser a aplicação local de
antifúngicos. Em casos mais graves pode ser
necessário o uso de antifúngicos e antibióticos
sistêmicos (LYRA, 2006, p. 657).
Figura 24: Onicolise
Fonte:
http://www.podologiaces.com.br/2018/03/08
/onicolise-a-importancia-do-olhar-minucioso-
para-ela-que-em-geral-compromete-a-saude-das-
unhas-em-todas-as-fases-da-vida
Acessado em 25 jul. 2019.

3.3 Eczema

Qualquer tipo de eczema da cara dorsal dos


dedos que se estenda até a matriz da unha pode
produzir uma distrofia ungueal.
Pode ver-se associado com as unhas quebradi-
ças com tendência a rachaduras. No eczema ou
dermatites de contato, existe um engrossamento
e deformidade da unha, em ocasiões com sulcos
Figura 23: Dermatofitoses horizontais.
Fonte: As alterações mais habituais são a presença de
http://www.acritica.net/editorias/geral/der- sulcos transversais na lâmina ungueal (linhas de
m a t o f i t o s e - i n fe c c o e s - c u t a n e a s - p o r- Beau), piquetado e outras alterações distróficas.
fungos/34625 Estas alterações melhoram quando se controla a
Acessado em 25 jul. 2019. dermatite (TORRENS, 2011, p. 24).
www.revistapodologia.com 33
3.5 Monilíase

Normalmente a candida albicans não é habi-


tante de pele e mucosas, no entanto, parece exis-
tir uma predisposição a esse microorganismo. As
queixas incluem eritema, prurido, edema e esco-
riações. Frequentemente se formam pequenas
pústulas. Pode haver infecção secundária. O con-
trole estrito do diabetes é necessário para preve-
nir e curar a monilíase. O uso local de antifúngi-
cos pode ser suficientes. Eventualmente se faz
necessário o uso de medicação sistêmica (LYRA,
2006, p. 657).

Figura 25: Eczema


Fonte:
https://edition.cnn.com/2018/05/17/health/
eczema-bacteria-partner/index.html
Acessado em 03 ago. 2019

3.4 Paroníquia Candidal

A frequência da paroníquia candidal, inflama-


ção ao redor das unhas causadas por infecções
candidais, aumenta em pessoas com diabetes. Figura 27: Monilíase
[...]. A paroníquia candidal típica inicia com eri- Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/biolo-
tema, tumefação e dor na dobra lateral da unha, gia/candidiase.html
separando-a da margem. A dobra proximal se Acessado em 25 jul. 2019.
envolve no processo, separando a cutícula da
placa da unha. A drenagem purulenta pode ser
confundida com infecção bacteriana. A paroní- 3.6 Onicomicose Distrófica Total (ODT)
quia candidal se caracteriza por exacerbações
intermitentes, com episódios indolentes, isto é, a Lesão possivelmente originária das lesões ante-
placa da unha poderá apresentar uma aparência riormente descritas, que se caracterizam pela
ondulada. [...] (KAHN, 2009, p.1062). fragilização e uma queda de todas as lâminas
ungueais, persistindo apenas alguns restos de
queratina aderida ao leito ungueal. Com a doen-
ça e a utilização de terapêuticas erradas favore-
ceram a evolução da lesão (SIDRIM, 2004, p.
144)

Figura 26: Paroníquia candidal


Fonte:
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist% Figura 28: Onicomicose Distrófica
C 3 % BA r b i o s - d a - p e l e / d o e n % C 3 % A 7 a s - Fonte: https://estetica-e-podologia-leonor-viei-
ungueais/paron%C3%ADquia-aguda ra.webnode.com/onicomicose/
Acessado em 25 jul. 2019. Acessado em: 03 ago. 2019.
www.revistapodologia.com 34
3.7 Oníquia angiopatia desempenham papel importante na
oclusão vascular que geralmente ocorre no dia-
Consequência da paroníquia: altera a formação betes. Alguns autores consideram que a microan-
da unha, que cresce ondulada e com alterações giopatia é crítica na doença vascular diabética,
na superfície; é mais comum em unhas das enquanto outros não concordam com essa hipó-
mãos; características: modificação da coloração tese. A pele das extremidades inferiores de
da unha para um castanho-amarelado, marrom pacientes diabéticos com DVP é fina, lisa, fria e
ou amarelo-esverdeado; oco pacificação e des- geralmente moteada na posição dependente. O
truição total das unhas (SILVY, 2016, p. 22). cabelo é ralo ou inexistente. Outros sinais da DVP
incluem palidez ou cianose com elevação, rubor
dependente e retardamento na reposição capilar
(KAHN, 2009, p. 1063).

Figura 30: Doença vascular


Fonte:
http://www.dranayarabatagini.com.br/quais-
sao-os-sintomas-da-doenca-arterial-periferica
Acessado em 25 jul. 2019.

3.9 Propedêutica Vascular no Pé Diabético


Figura 29: Oníquia
Fonte: http://unhassimplesdecoradas.blogs- Os pacientes diabéticos têm quatro vezes mais
pot.com/2014/01/o-que-e-oniquia.html chance de desenvolver doença arterial periférica
Acessado em: 03 ago. 2019. do que a população geral, evoluindo frequente-
mente para isquemia crítica que requer trata-
mento agressivo com bypass distal ou mesmo
3.8 Doença Vascular Periférica amputação. A localização, extensão e gravidade
da doença vascular devem ser precisamente
A doença vascular periférica por si só raramen- determinadas antes do planejamento da revascu-
te leva a ulcerações nos pés, mas associando-se larização (BATISTA, 2010, p. 133).
à neuropatia diabética leva à degradação dos
tecidos, e reduz o suprimento arterial dos teci- 3.10 Aterosclerose
dos necessário à cicatrização de úlceras (FER-
NANDES, 2010, p. 7). A aterosclerose ocorre tanto frequente, quanto
precocemente, no diabete. Na pele das pernas, a
A doença vascular periférica (DVP) em pacien- doença está associada a atrofia, esfriamento dos
tes com diabetes é difusa e prematura na fase dedos, perda dos pelos e distrofia das unhas. A
inicial. A predileção por arteriosclerose e micro- palidez céria dos pés, quando as pernas são ele-
www.revistapodologia.com 35
vadas, acompanhada de lento retorno da cor e do que pode contribuir para aumentar os pontos de
enchimento das veias superficiais, constituem pressão, além do risco de úlceras (BEGA, 2010,
um sinal confiável de doença arterial obstrutiva p. 175).
(BOWKER, 2002, p. 198). Alterações sensoriais: com a ausência de dor
pode levar o indivíduo a alterar a forma de andar
3.11 Neuropatia Diabética e em consequência o modo de descarregar o
peso, levando a pressão contínua em regiões
A neuropatia diabética (ND) é um conjunto mais vulneráveis a sofrer lesões. Pode também
complexo e heterogêneo de alterações do siste- caminhar com uma pedra, ou qualquer outro
ma nervoso periférico e autonômico com reper- objeto nos sapatos, inclusive costuras de meia ou
cussões clínicas variáveis. Tais alterações do próprio calçado, gerando maior ponto de
incluem fenômenos vasculares, inflamatórios e pressão e possíveis lesões. Em indivíduos que
bioquímicos. Dado que o diabetes afeta aproxi- ficam por longo período acamados, a atenção
madamente 246 milhões de pessoas em todo o deve ser redobrada, pois o atrito constante da
mundo, estima-se que 20 a 30 milhões de pesso- região calcânea com o leito (abrasão) pode gerar
as são afetados pela neuropatia diabética sinto- lesões e até ulcerações, com risco de necrose e
mática (SOUZA, 2017, p. 175-176). até amputações (JUSTINO, 2014, p. 39).
A neuropatia, no início, pode apresentar qua-
dros dolorosos, em que é comum o cliente referir Acarreta também a atrofia da musculatura
algia (dor) durante a noite e que melhora durante intrínseca do pé, causando desequilíbrio entre
o dia com o movimento. Importante dizer que a músculos flexores e extensores, desencadeando
dor neuropática faz parte da história natural da deformidades osteoarti¬culares (exemplos:
doença (diabetes) e que tende a desaparecer dedos “em garra”, dedos “em marte¬lo”, dedos
com o tempo, não por ter melhorado ou curado, sobrepostos, proeminências das cabeças dos
mas porque a dor é um alerta de que há um pro- metatarsos, hálux valgo (joanete)). Tais deformi-
cesso inflamatório nos nervos, evoluindo com o dades alteram os pontos de pressão na região
passar dos anos para a total insensibilidade dos plantar levando à sobrecarga e reação da pele
membros inferiores, devido a lesão crônica des- com hiperceratose local (calo), que com a contí-
ses nervos (BEGA, 2010, p. 165). nua deambulação evolui para ulceração (mal per-
A neuropatia periférica pode ser a complicação furante plantar) (CAIAFA, 2011, p. 2).
de outras patologias, como na hanseníase, A ND tem como sua maior morbidade o desen-
porém no diabético é provável se apresentar bila- volvimento de ulceração e evolução para gangre-
teral e de diferentes formas. Nos pés, podem ser na e amputação. Esse risco aumenta 12 vezes na
de ordem autonômica, sensorial e motora (JUS- presença de deformidade e 36 vezes na presença
TINO, 2014, p. 39). de história prévia de ulceração. Quando a neuro-
patia autonômica diabética (NAD) está presente,
A Neuropatia Autonômica constitui um distúr- a expectativa de vida reduz-se significativamente
bio das fibras autonómicas colinérgicas, noradre- e a mortalidade pode ocorrer em 25% a 50% dos
nérgicas e peptidérgicas no contexto de diabetes pacientes acometidos em cinco a dez anos
ou de anomalias metabólicas no contexto de pré- (GERCHMAN, 2014, p. 4).
diabetes, após exclusão de outras causas. É
caracterizada por uma forma subclínica, apenas Locais de sobrecarga de pressão alta, como as
detectada por testes, e uma forma clínica. A neu- cabeças dos metatarsos e calcanhar, são propen-
ropatia autonómica pode afectar os sistemas car- sos a formação de calosidades quando a produ-
diovascular, gastrointestinal, urogenital e a fun- ção abundante de queratina é estimulada por for-
ção sudomotora (SALAZAR, 2016, p. 2). ças de cisalhamento altas. A formação de calosi-
Os sintomas clínicos de neuropatia autonômica dades, propriamente dita, leva a um aumento
geralmente ocorrem somente após longo tempo posterior na sobrecarga de pressão, que final-
de evolução da doença, mas disfunções autonô- mente resulta em focos de hemorragia, liquefa-
micas subclínicas podem ser detectadas preco- ção, necrose e formação de úlcera. Calosidades
cemente. A relação com a neuropatia sensitivo- sobre uma área de sustentação de peso são for-
motora é variável, mas coexistem em aproxima- temente indicativas de formação de ulcerações,
damente 50% dos casos (FREITAS, 2008, p. enquanto a remoção das calosidades reduz as
399). pressões locais e risco de ulcerações.
A neuropatia autonômica leva à diminuição da Obviamente, a combinação de neuropatia e
sudorese (hipohidrose e anidrose), participando sobrecarga de pressão alterada é um fator de
ativamente no surgimento de fissuras. Também risco básico para a ulceração do pé no paciente
há diminuição do tecido adiposo na superfície com diabetes. A deformidade leva à alteração na
plantar, expondo mais as extremidades ósseas, o sobrecarga de pressão, que conduz à formação
www.revistapodologia.com 36
de calosidades e,, finalmente, à ulceração. 3.12 Artropatia de Charcot/Neuroartropatia
Trauma contínuo e recorrente desorganiza a con-
sequência regular dos eventos celulares necessá- Clinicamente a artropatia de Charcot pode-se
rios para a cicatrização de feridas e resulta em apresentar sob duas formas, a fase aguda e a fase
uma ferida não-cicatrizante. Sem controle, esses crónica (PINHEIRO, 2014, p. 28). A NC é um sín-
processos podem resultar em um ciclo vicioso de drome que provoca destruição e desarranjo da
mais deformidade, sobrecarga anormal de pres- arquitetura osteoarticular do pé e tornozelo levan-
são e progressão de decomposição tecidual do a luxações, fraturas e deformidades. Na fase
(KAHN, 2009, p. 1147). crónica as deformidades mais comuns são: pés
A maioria dos pacientes com neuropatia sensi- planos valgos abdutos, diminuição do arco plan-
tivomotora crônica apresenta-se assintomática, tar (rocker bottom) e equinismo da tibio-társica.
mas cerca de 10% podem apresentar sintomas A deformidade altera a biomecânica da marcha
sensitivos incapacitantes, requerendo tratamento tornando o pé propenso a feridas, úlceras e con-
específico. Este tipo de neuropatia quase invaria- sequentemente a amputações. A NC na fase
velmente é acompanhada de disfunção autonô- aguda apresenta-se com hiperemia, edema, ele-
mica e de sequelas tardias como úlceras podais, vação de temperatura superior a 2 graus, pele
neuroartropatia de Charcot e, muitos casos, de seca e neuropatia sensitiva quando comparado
amputações (LYRA, 2006, p. 538). com o pé contralateral. A sensibilidade proprio-
cetiva e os reflexos estão diminuídos ou ausen-
Alterações motoras: deformidades osteoarticu- tes. A dor pode estar presente em graus variáveis
lares, afecções como atrofias musculares ocasio- ou mesmo ausente, dependendo do grau de dis-
nadas por outras patologias como artrose e função nervosa. Os pulsos arteriais do pé atingi-
outras artrites, afecções tendineas (sobreposição do estão mantidos ou mesmo aumentados deco-
de dedos, dedos em garra ou em martelo) e que rrentes da vasodilatação periférica característica
associadas ao diabetes levam a alterações tam- da NC [...] (LIMA, 2016. p. 52).
bém da marcha, que, durante as fases do passo, É uma afecção osteoarticular progressiva que
pontos específicos dos pés sofrem maior pressão atinge com maior frequência as articulações do
e atrito e consequente lesões (JUSTINO, 2014, p. tornozelo e pé, e de forma menos comum outros
40). segmentos do corpo. Possui como característica
[...] A detecção e identificação precoce do pro- a fragmentação, fraturas e destruição óssea. Foi
cesso neuropático oferece uma oportunidade em 1868 que foi descrita pela primeira vez por
crucial para o paciente diabético no sentido de Jean Martin Charcot, como um processo de afec-
ativamente procurar o controle glicêmico ótimo e ção óssea, associada a neuropatia induzida por
implementar cuidados com o seu pé antes de a outra patologia. Atualmente, a principal etiologia
morbidade se tornar significante.[...] (GAGLIAR- desta neuroartropatia é o diabetes, 13% aproxi-
DI, 2003, p. 67). madamente.
Possui como manifestações clínicas sinais
inflamatórios, como edema, eritema e calor na
região afetada, em especial nos pés. Devido à
neuropatia periférica, o indivíduo não relata dor,
e, como consequência deste quadro, a ausência
desta “sensação protetora” dificulta e atrasa o
diagnóstico da artropatia (JUSTINO, 2014, p.
41).

Figura 31: Neuropatia Figura 32: Artopratia de charcot


Fonte: https://synerclinsaude.com.br/diabe- Fonte: https://pebmed.com.br/pe-de-charcot-
tes/neuropatia-diabetica-complicacoes-nos-pes- conheca-esta-neuroartropatia-insensivel-e-silen-
e-pernas ciosa
Acessado em 25 jul. 2019. Acessado em 25 jul. 2019.
www.revistapodologia.com 37
3.13 Infecção e Inflamação

É uma reação local e de defesa dos tecidos vas-


cularizados, uma reação patológica que se esta-
belece no organismo em consequência de uma
agressão (física, química, biológica), com a fina-
lidade de reparo, podendo acarretar calor, dor,
edema, rubor, tumor e perda de função na região
afetada. O organismo recebe a agressão e reage,
responde através do complexo conjuntivo-vascu-
lar no local da agressão com a finalidade de neu-
tralizar, reduzir ou destruir o agente responsável
(VIANA, 2007, p. 36).

A osteomielite é uma complicação séria e


comum da infecção do Pé Diabético representan-
do um desafio diagnóstico. Ela ocorre após uma O abcesso do espaço plantar central pode ser a
infecção superficial dos tecidos moles atingir o infecção mais devastadora do pé. Essa infecção
osso adjacente ou a medula óssea. Os fatores de pode penetrar o espaço plantar profundo, de
risco para o desenvolvimento de osteomielite no várias formas.
Pé Diabético são: história prévia de úlceras podo- É possível que a penetração direta de um corpo
lógicas, recorrência de lesões múltiplas no pé e estranho no pé insensível não seja reconhecida
penetração de lesão até ao tecido ósseo. A infec- até que o abcesso já esteja bem estabelecido e
ção óssea no haja produzido um edema tão pronunciado, a
ponto de ser observado, ou possa impedir a colo-
Pé Diabético ocorre por contato direto (não há ração dos sapatos. [...] (BOWKER, 2002, p. 502).
disseminação hematogénica da infecção) de uma
úlcera preexistente que infecta e penetra nos
tecidos moles, atingindo e destruindo a articula-
ção local e tecido ósseo adjacente. A osteomielite
é quase sempre causada por transmissão da
infecção de uma ulceração contígua, podendo
complicar 20% das úlceras. A osteomielite no Pé
Diabético aumenta o risco de hospitalização e de
amputação no membro inferior mais de 55 a 150
vezes respectivamente e é por isso causadora de
grande morbilidade e uma grande consumidora
de recursos (LEITE, 2010, p. 27).

Embora a infecção não seja provocadora de


ulceração no pé diabético, pode claramente ser
um impedimento principal para cicatrização.
Uma vez que houve o estabelecimento de uma Figura 34: Abcessos
úlcera por meio de uma combinação de neuropa- Fonte:
tia, isquemia e trauma recorrente, pode se tornar http://felidaenca.com/category/saude/trata-
crônica e incapaz de cicatrizar subsequente à mento-natural-para-abscessos.php
superposição da infecção. Acessado em 25 jul. 2019.
De fato, a isquemia que complica a infecção
frequentemente leva à amputação no paciente
com diabetes, com a infecção exercendo uma 3.14 As Úlceras Neuropáticas e Isquêmicas
função significativa nos dois terços das amputa-
ções de extremidades inferiores nessa popula- [...] A perda da sensibilidade à dor causada
ção. [...] (KAHN, 2009, p. 1150). pela neuropatia é considerada o principal fator
predisponente ao aparecimento das úlceras plan-
tares [...] (BATISTA, 2017, p. 69).
Figura 33: Infecção no osso O resultado da evolução de uma úlcera nos pés
Fonte: https://medifoco.com.br/osteomielite- está relacionado ao edema, geralmente de ori-
infeccao-no-osso gem multifuncional, com insuficiência cardíaca
Acessado em 25 jul. 2019. congestiva, nefropatia, trombose venosa prévia e
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edema neuropático/hidrostático constituindo as
causas mais importantes. O tratamento do
edema deve ser direcionado a causa básica
(PEDROSA, 2001, p. 51).

[...] As úlceras neuropáticas desenvolvem com


maior frequência em áreas de alta pressão e de
traumas repetidos com os dedos dos pés, os cal-
canhares e as cabeças metatársicas. O paciente
sente dor, parestesia ou anestesia nas pernas e
nos pés. Apenas ocasionalmente as úlceras são
assintomáticas no momento da apresentação.
[...] (KAHN, 2009, p. 1064).

Outros fatores que influenciam no surgimento


dessas úlceras são as alterações das fibras moto-
ras, devido à fraqueza e paralisia dos músculos.
Este desequilíbrio leva a deformidades, compro-
metendo a função e aumentando o risco de des-
encadear essas úlceras (VIEIRA, 2002, p. 18). Figura 36: úlceras venosas
Fonte:
As úlceras isquêmicas são as que decorrem do https://www.centroulcerascronicas.com/blog/
déficit do aporte circulatório e, em geral, são ulceras-isquemicas-ulceras-venosas
secundárias a pequenos traumas podendo evo- Acessado em 25 jul. 2019.
luir a grandes úlceras comprometidas pela infec-
ção.
A isquemia pode determinar ulcerações nas 3.15 Amputação
regiões do terço distal da perna, perimaleolar,
extremidades dos dedos e laterais dos pés. Deve ser enfatizado, novamente, que uma úlce-
Podem ser de forma isolada ou multifocal e geral- ra não cicatrizada não é, necessariamente, uma
mente dolorosa. Como o fluxo sanguíneo é dimi- indicação para uma amputação em nível maior, a
nuído nesta área há um bloqueio do aporte de qual é indicada para o tratamento de necrose
oxigênio aos tecidos impedindo a cicatrização e isquêmica progressiva ou dor intensa em repou-
facilitando a ocorrência de infecção [...] (BATIS- so, que, por alguma razão, não pode ser tratada
TA, 2010, p. 69). pela revascularização, controlada por medica-
mentos ou aliviada por meio de uma amputação
em nível menor.

Outra rara indicação é a infecção do pé diabé-


tico, grave, progressiva, com ou sem septicemia,
em um membro sem doença arterial importante,
a qual não pode ser controlada por debridamen-
to e tratamento conservador otimizado, incluindo
uso de antibióticos ativos contra os microorga-
nismos causadores da infecção. Ocasionalmente,
deformidades neuro-osteoartropaticas graves
podem demandar uma amputação em nível
maior.

Assim, a ausência de isquemia crítica não


exclui, necessariamente o risco de amputação.
Contudo, as amputações decorrentes de condiçõ-
es não isquêmicas, em geral, são resultantes de
tratamento inadequado ou tardio. O grande obje-
Figura 35: Úlceras neuropáticas tivo dos especialistas em pé diabético é, portan-
Fonte: to, prevenir as amputações de causas não isquê-
http://drtavares.com/orientacoes/ulceras-de- micas, do mesmo modo, os cirurgiões vasculares
membro-inferior-introducao.php devem empenhar-se em prevenir as amputações
Acessado em 25 jul. 2019. devido à isquemia (PEDROSA, 2001, p. 64-65).
www.revistapodologia.com 39
aromáticas que ocorrem naturalmente em certas
plantas perfumadas. Essas essências desempen-
ham um papel importante na natureza, pois aju-
dam as plantas aromáticas a crescer e se multi-
plicar; os aromas atraem abelhas para polinizá-
las e repelem insetos e outros animais predado-
res.

Nem todas as plantas são aromáticas, mas


muitas são perfumadas ou têm cheiro forte. Os
óleos essenciais são derivados daquelas partes
das plantas que contém as essências aromáti-
cas- ervas, flores, frutos ou bagas, sementes, fol-
Figura 37: Amputações has e especiarias. As essências vegetais que oco-
Fonte: https://www.jornalmedico.pt/atualida- rrem naturalmente são dotadas de estruturas
de/34302-diabetes-10-mil-amputacoes-em-sete- químicas complexas baseadas no processo de
anos.html fotossíntese.
Acessado em 25 jul. 2019.
Esse processo transforma energia transmitida
pela luz solar e a combina com nutrientes tirados
4. ÓLEOS ESSENCIAIS do ar, da água e da terra. A destilação a vapor é
o método de extração mais utilizado para produ-
Devido à busca por terapias inovadoras e com- zir óleos essenciais, mas existem outros méto-
plementares, os óleos essenciais sempre estão dos, entre os quais a simples pressão aplicada à
em evidência na comunidade científica, posto casca de uma fruta, por exemplo. [...]. Embora
que eles apresentam potencial terapêutico que, os óleos essenciais sejam tecnicamente lipídeos
muitas vezes, substitui substâncias mais invasi- (gorduras) e, portanto, não se dissolvam em
vas (ALVES, ano VI, p. 11). água, são, em sua maioria, transparentes, líqui-
dos e de consistência não gordurosa (FARRER-
HALLS, 2018, p. 7).

4.1 Óleo de Girassol

Substância extremamente rica em ácido linoléi-


co (AL) que exerce importante papel como
mediador pró-inflamatório a fim de ocasionar um
aumento considerável da migração de leucócitos
e macrófagos. Além disso, essa substância regu-
la processos que precedem a mitogênese de
células fibroblásticas. O óleo de girassol apresen-
Figura 38: Óleos Essenciais ta como constituintes majoritários da sua fração
Fonte: tocoferólica a forma alfa-tocoferol (1,49 IU/mg) e
https://www.wemystic.com.br/artigos/aroma- a forma gama-tocoferol (0,14 IU/mg). Portanto,
terapia-como-mudar-a-energia-da-casa-atraves- o óleo de girassol é uma importante fonte do
de-oleos-essenciais/ ácido graxo essencial (AGE) ácido linoléico e vita-
Acessado em: 03 ago. 2019 mina E (MORAIS, 2013, p. 85).

4.2 Calêndula
Óleos essenciais são frações voláteis obtidas
por certos processos e de várias partes de plan- Um tipo de AGE é a Calêndula officinalis, muito
tas aromáticas, que apresentam princípios ativos comum no mediterrâneo e popularmente conhe-
com propriedades terapêuticas. Embora asse- cida como malmequer. O uso tópico do óleo
melham ao material lipídico, são diferentes em desta planta foi sugerido como recurso terapêuti-
alguns aspectos por serem destiláveis por vapor co pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
de água, serem dotados de aromas e apresentar (ANVISA) devido a suas ações terapêuticas
estrutura química diferente. antiinflamatórias e cicatrizantes. É indicado no
Exemplos: óleo essencial de laranja doce, óleo tratamento de lesões superficiais, como queima-
essencial de melaleuca (JUSTINO, 2014, p. 242). duras e escaras, feridas e ulcerações dérmicas
Os óleos essenciais são derivados de essências (CARVALHO, 2016, p. 629).
www.revistapodologia.com 40
4.3 Citronela (Cymbopogon nardus) óleo provém de Siri Lanka. Propriedades: analgé-
sico, anestésico, antiodontálgico, antiemético,
É uma planta de clima tropical ou subtropical. antinevrágico, antiséptico, antiespasmódico,
Não suporta o frio, e as geadas causam a morte estimulante do apetite, afrodisíaco, carminativo,
das plantas. No seu período de crescimento, é cáustico, cicatrizante, desinfetante, inseticida,
exigente em chuvas, mas próximo á colheita o facilitador do parto, esplenético, tônico estoma-
excesso de precipitação afeta o teor e a qualida- cal, tônico para o útero e vermífugo (SELLAR,
de do óleo. É cultura exigente de luz (intensidade 2002, p. 202).
luminosa e horas de luz) e em calor (SILVA, 2004
p. 200). 4.8 Canela (Cinnamomum zeylanicum)

4.4 Alecrim (Rosmarinus officinalis) Considerada pelos antigos como uma das mais
importantes fragrâncias aromáticas, a canela já
É da família botânica das labiadas e possui era comercializada entre a Índia, China e Egito
como principais componentes: pineno, limoneno, há mais de 4 mil anos. Composição: eugenol,
linalol, eucaliptol, borneol, canfeno e terpineol. É ácido cinâmico, aldeído benzênico, aldeído cinâ-
usado principalmente para artrite, cansaço men- mico, benzoato de benzila, furfurol, safrol, cime-
tal, fraqueza geral, perda de memória, dores nas no, dipenteno, felandrenos, pineno (CORAZZA,
juntas, piolho, sarna, asma e bronquite (ANDREI, 2002, p. 169).
2006, p. 64).
4.9 Lavanda (Lavandula Angustifolia)
4.5 Óleo de Copaíba
Ao contrário de que muitas pessoas pensam,
Trata-se de um líquido transparente, viscoso, as maravilhosas flores roxas que dominam as
de sabor amargo, de amplo e tradicional empre- partes mais baixas dessa região não são da
go medicinal popular como anti-inflamatório, lavanda propriamente dita. Na verdade, essas flo-
antisséptico, cicatrizante, antimicrobiano, além res são de lavandinha (lavandula x intermedia),
de outras indicações (RODRIGUES, 2014, p. que resulta de um cruzamento entre lavanda ver-
362). dadeira e a lavandula spica; além de essa última
possuir aroma mais próximo da cânfora, ela é
4.6 Gengibre (Zingiber officinale) bem maior e produz uma quantidade também
maior de óleo essencial (PRICE, 2014, p. 241).
Uma das especiarias mais utilizadas em ali-
mentos, é reconhecido por suas propriedades 4.10 Melaleuca (Melaleuca alternifólia)
curativas na medicina tradicional. Sua variedade
de usos medicinais é devido ao seu uso no trata- Esta árvore, nativa da Austrália, tem sido utili-
mento das várias doenças gastrointestinais, zada há muito tempo por sua característica
como náuseas, vômitos, desconfortos abdomi- antisséptica. Os aborígines usavam emplastos
nais, diarréia, para o tratamento de artrite, reu- feitos com as folhas de tea tree em feridas e cor-
matismo, dor, desconforto muscular, para a alívio tes, e queimavam as folhas para aliviar a conges-
de várias doenças cardiovasculares e doenças tão. O óleo de tea tree é uma das ferramentas
metabólicas. Além dessas propriedades bem mais poderosas da aromaterapia na luta contra
documentadas de gengibre, estudos científicos bactérias, fungos e vírus (MAXWELL, 2000, p.
recentes revelaram que o gengibre também pos- 29).
sui propriedades anticancerígenas em uma Na podologia, o óleo essencial de melaleuca
ampla variedade de modelos experimentais está presente em procedimentos para tratamen-
(BARRETO, 2012, p. 259). to e prevenção de pés acometidos por onicomico-
ses, onde atua como fungicida e cicatrizante. É
4.7 Cravo (Eugenia Caryophyllata) também muito importante associar outros óleos
essenciais para potencializar ação, como, por
Uma árvore sempre verde em forma de coluna exemplo, o cravo e o tomilho. Essa associação,
que pode chegar a nove metros de altura. Ela se além de potencializar a ação antifúngica, fortale-
desenvolve melhor em lugares claros que de a ce os tecidos, deixando-os saudáveis e mais
sombra de outras arvores. Os brotos de flor em resistente (ALVES, ano VI, p. 12).
forma de malmequer tem uma tonalidade
marrom avermelhada, e as folhas são pequenas 4.11 Lemon Grass
e de tom acinzentado. É natural das Ilhas
Molucas e da Indonésia, mas também é cultivado O Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf é originá-
em Zanzibar, Madagascar e Java. Boa parte do rio da Índia, sendo conhecido popularmente
www.revistapodologia.com 41
como capim-limão, capim-santo, capim-cidreira. tecidual, inúmeros fatores exógenos e endógenos
A espécie é cultivada para produção comercial de podem alterar os mecanismos de cicatrização da
óleo essencial, denominado internacionalmente pele resultando em disfunções na integridade
como "lemon grass". Seu óleo é amplamente uti- cutânea, tais como a fibrose excessiva ou a per-
lizado para fins medicinais, sobretudo na forma sistência de feridas (PAULA, 2016, p. 56).
de chá, e tem seu uso e aplicação nas indústrias Na primeira década do segundo milênio a
farmacêuticas, alimentícias, de cosméticos e per- podologia começou a explorar de maneira muito
fumaria, bem como para obtenção do citral, o mais consistente a laserterapia e seus benefícios
principal componente do seu óleo essencial com documentação, a princípio muito amadora,
(MARTINAZZO, 2007, p. 68). mas de maneira muito inovadora (VENTURA,
2014, p. 5).
4.12 Tomilho (Thymus vulgaris)
Os LED’s têm se mostrado como excelentes
O tomilho é uma plantinha que se desenvolve recursos em ascensão em numerosas áreas de
com muita rapidez. Embora sejam muitas as Saúde, incluindo a Podologia, nos tratamentos
suas variedades, diversas delas são bem familia- de: onicocriptose, feridas diabéticas, onicomico-
res aos jardineiros. Para a feitura do óleo essen- se, verruga plantar, entre outros (RIBEIRO, ano
cial, utiliza-se apenas uma única espécie que VII, p. 15).
possui pequeninas folhas em tom verde-profun- Há muito que ser pesquisado ainda na área de
do, que forma um gracioso arbusto inteiramente fototerapia por Laser e LED de baixa intensidade,
ramado. Seu desenvolvimento é mais abundante mas já é possível beneficiar os pacientes com
no sul da França (PRICE, 2014, p. 270). esta modalidade terapêutica, desde que haja cri-
térios sérios e bem definidos para sua indicação,
5. ALTA FREQUÊNCIA assim como uma avaliação criteriosa quanto às
contraindicações e cuidados nas aplicações
Trata-se de um aparelho que produz uma des- (MADELLA, ano X, p. 17).
carga de energia elétrica no ar ou diretamente na Cada aparelho, conforme as suas especificaçõ-
pele do paciente. Essa descarga elétrica pela pro- es, apresenta um tempo diferente de aplicação
dução de O3, ou seja, gás ozônio, que apresenta (BEGA, 2014, p. 295).
propriedades bactericidas, bacteriostática e fun- A partir de todas estas informações podemos
gicida. Além disso, a ação direta da descarga elé- citar alguns tratamentos muito interessantes de
trica sobre a pele ou sobre a lesão produz emos- inte resse podológico realizados não apenas com
tasia, cauterização por meio da fulguração e a fototerapia, mas também com coberturas
aquecimento do tecido onde se faz a aplicação, especiais e técnicas específicas e desbridamento
aumentando o metabolismo e a oxigenação das e antissepsia dos tecidos (VENTURA, 2014, p.
células (neste caso, conforme a condição vascu- 12-13).
lar do paciente) (BEGA, 2008, p. 282).
7. OZONOTERAPIA
6. LED’S
A assim chamada ozonoterapia tópica pode se
A cicatrização cutânea é um processo fisiológi- apresentar como alternativa para auxílio no trata-
co dinâmico e complexo, caracterizado por uma mento de lesões em diabéticos, pois, além de
grande variedade de eventos celulares, molecula- seu poder antimicrobiano, estimula a formação
res e bioquímicos que interagem para que ocorra de novos vasos na região afetada, aumentando a
a reconstituição tecidual. Logo após o surgimen- irrigação local, acelerando a formação de tecido
to de uma lesão, há uma complexa liberação de de granulação e diminuindo o tempo de cicatriza-
mediadores que dão início ao processo de repa- ção, podendo, ainda, ser uma forma de induzir a
ro, o qual se inicia pela inflamação, fase da adaptação ao estresse oxidativo (CARDOSO,
migração de leucócitos e plaquetas; seguido pela 2010, p. 433).
fase proliferativa ou granulação, com destaque
para a angiogênese e para o aumento no número O ozônio medicinal tem propriedades altamen-
de fibroblastos; e finalmente, conclui-se com a te bactericida, fungicida e viricida, razão pela
remodelação. qual pode ser empregado na desinfecção de lesõ-
es, graças a sua capacidade de estimular a circu-
Esta última fase dura meses e tem como meta lação sanguínea e a cicatrização de tecidos
a melhoria nos componentes das fibras coláge- (RIBEIRO, ano VII, p. 17).
nas e a reabsorção de água para aumentar a A ozonioterapia tem mais evidência científica
força da cicatriz e diminuir sua espessura. Em no tratamento de úlceras crônicas, em especial
virtude da complexidade do processo de reparo em pacientes diabéticos, e no tratamento do pé
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diabético. Pequenas lesões nos pés de diabéticos menor que o pé, comprime os dedos e dificulta a
que evoluem com infecção e necrose em geral circulação; se for maior que o pé, podem ocorrer
levam à amputação de parte da perna (BARBO- dobras dentro do calçado, que pressionam a pele
SA, ano VII, p. 17). e provocam lesões superficiais nos pés. As costu-
ras das meias não devem ficar posicionadas
O uso do gás em doenças da pele e em feridas sobre o aparelho ungueal, para evitar traumatis-
parte do princípio de oxigenação e oxidação, pró- mos ungueais. Observar e orientar o cliente
prios do O3. Na podologia se intuiu o uso desse sobre o posicionamento correto das meias para
gás por meio de aparelhos de alta frequência, já promover mais conforto para os pés (JUSTINO,
usados por sua cauterização. Essa forma de apli- 2014, p. 186-187).
cação de ozônio, chamado de ozônio direto, é
muito volátil, devido à meia-vida do ozônio em 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
contato com os tecidos (BEGA, 2014, p. 312).
O podólogo é um graduado cujas atividades
8. PÉS DIABÉTICOS: CALÇADOS E MEIAS visam o diagnóstico e tratamento de distúrbios e
deformidades dos pés, utilizando as técnicas
Dados epidemiológicos demonstram que 50% terapêuticas de sua disciplina. A sua contribui-
das amputações são decorrentes do uso de cal- ção é muito importante tanto na prevenção como
çados inadequados. Por outro lado, nos sugere no tratamento no pé do paciente diabético. Na
que o uso de calçados apropriados pode reduzir área da atenção primária, seu papel será mais
em 58% recidiva de úlceras nos pés. Então nos preventivo, enquanto que em equipes multidisci-
resta avaliar os pés no aspecto geral e a compa- plinares terá que contribuir para a resolução dos
tibilidade dos pés em relação aos calçados que o processos e exercer uma conexão com todos os
paciente usa (BATISTA, 2017, p. 379). especialistas envolvidos, sem negligenciar suas
Se possível, o profissional deve retirar e calçar próprias atividades, bem como manter contato
o sapato no cliente, pois nesta ação já podem ser próximo com as equipes de cuidados primários e
identificadas algumas alterações que lhe darão cuidados domiciliares.
subsídios para a orientação e prevenção de pato-
logias que têm como causas o uso de calçado É um profissional muito importante para cuidar
inadequado. [...]. (JUSTINO, 2014, p. 186). do bem estar das pessoas com o foco na saúde.
O calçado confortável facilitará a função do pé. O podólogo é a cada dia mais reconhecido nas
Se for inadequado pode produzir lesões cutâne- diversas áreas da sociedade, mostrando para
as, deformidades e ser objeto de tortura, fonte todos a verdadeira necessidade e importância de
de transtornos e de patologias podais. É indis- cuidar dos pés.
pensável, portanto, conhecer as características Finalmente, é necessário estabelecer os meca-
de um bom sapato (VIANA, 2007, p. 115). nismos de formação específica em pé diabético
para que o profissional da podologia adquira o
No caso de pacientes e estágios iniciais de dia- máximo de conhecimento e habilidades nesta
bete, que não apresentam história de problemas patologia. Portanto, os cuidados dos pacientes
de pé, nem sinais de neuropatia, é possível que na prevenção do pé diabético e a competência
tudo o que seja necessário, seja apenas um sapa- dos profissionais, como os podólogos, é funda-
to adequadamente ajustado, feito de material mental para promover a saúde e a prevenção de
macio com uma sola que absorva choque. agravos.
Contudo, no caso de muitos pacientes, é possível
que os objetivos assinalados acima só possam 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ser atingidos com o uso de um calçado feito sob
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