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DOENÇA RENAL CRÔNICA

Diagnóstico: Anormalidades estruturais ou funcionais por 3 ou mais meses,


acompanhados ou não de uma taxa de filtração glomerular menor que 60
ml/min.
Fatores de risco elevado
Pressão arterial sistêmica não controlada- HAS
Diabetes
Histórico familiar de DRC
Fatores de risco moderado
Enfermidades sistêmicas
Infecções de trato urinário de repetição
Litíases urinárias de repetição
Uropatias
Crianças menores de 5 anos
Adultos maiores de 60 anos
Gestantes

Como ocorre
Esses fatores, podem elevar a pressão intraglomerular e gerar processos
inflamatórios, os mesmos causam danos aos rins que se não interrompidos
geram uma perda de função progressiva.
Esses processos inflamatórios, obrigam os glomérulos “intactos” a se
hipertrofiarem, o que gera uma menor seletividade na filtração causando a
passagem maior de certos compostos como a albumina e outras proteínas
(Albuminuria e proteinúria).
A perda de função renal faz com que compostos normalmente excretados
sejam retidos no sangue, uremia.
Progressão da DRC
 HAS
 Hipertensão e hipertrofia glomerular
Nos estágios iniciais os glomérulos são hipertrofiados, para preservar função,
porém se essa hipertrofia continuar (doença não tratada) possíveis necroses
surgirão
 Proteinúria
Marcador de dano a membrana glomerular, a proteinúria de pacientes renais é
maior, devido a diminuição da filtração glomerular
 Dislipidemia
 Retenção de fosfato
 Acidose metabólica
Os rins costumam excretar H+ e reter bicarbonato, porém na DRC esse
sistema se perde. Retendo H+.

Albuminuria
Normal- menos de 30 mg/g de urina
Moderada- 30 a 299 mg/g
Severamente aumentada- Mais de 300 mg/g
Pacientes hipertensos devem ser checados em Albuminuria e proteinúria uma
vez ao ano.
Síndrome Urêmica
Em um organismo saudável ao fazer seu papel de filtração muitos compostos
não desejáveis do sangue são excretados na urina, assim como muitos são
reabsorvidos.
Porém na DRC, com uma função alterada, existe uma retenção de compostos
tóxicos no sangue, chegando a elevadas concentrações. Escórias
nitrogenadas, ureia, creatinina, potássio, sódio entre outros.
Manifestações clínicas da SU
Digestiva- Inapetência, náuseas, vômitos e sangramento digestivo.
Cardíaca- Dispneia, edema, HA, insuficiência cardíaca.
Neurológico- Sonolência, tremores, torpor, convulsão e coma.
Hematológico- Sangramento, anemia, distúrbios plaquetários, tendência a
infecções.
Nutricional- Perda de massa magra, catabolismo
Alterações Metabólicas na DRC
Osteodistrofia renal-
O rim perde sua função de ativar a vitamina D e ocorre uma hiperativação do
paratormônio (hiperparatireoidismo). E devido a esses fatores uma perda de
massa óssea ocorre (a vitamina D auxilia na absorção de cálcio).
Uma resistência ao paratormônio ocorre, formando um hiperparatireoidismo,
isso faz com que o rim tenha dificuldade em ativar a vitamina D (através da
hidroxilase renal), gerando uma deficiência na absorção de cálcio.
Devido a alterações metabólicas, a eliminação de fósforo também fica
deficiente pelo rim, sendo retido. Ao final se tem hipocalcemia e
hiperfosfatemia).

Processo inflamatório-

A inflamação associada a DRC, leva uma resistência insulínica, que gera um


perfil lipídico trombogênico.
O acúmulo de resíduos nitrogenados no sangue favorece, uricemia (acúmulo
de ácido úrico), que desencadeia mais reações inflamatórias. Isso gera
estimulação da síntese de cortisol, que promove proteólise, lipólise e favorece
uma anorexia (por redução na ingestão).
Critérios para detecção da Desnutrição na DRC

Parâmetros bioquímicos-
Albumina sérica menor que 3,8 g/dL
Pré albumina sérica menor que 30 mg/dL
Colesterol sérico menor que 100 mg/dL

Peso e gordura corporal-


IMC menor que 23
Perda de peso não intencional 5% em 3 meses ou 10% em 6 meses
Percentual de gordura corporal menor que 10%

Massa muscular-
Redução maior que 5% em 3 meses ou 10% em 6 meses
Circunferência do braço e DCT
Ingestão alimentar-
Redução não intencional na ingestão proteica

Proteínas no tratamento conservador


Indica-se dieta hipoproteica, pois retarda a evolução da doença, e da
necessidade de tratamentos dialíticos e transplante.
Melhora a *uremia, diminui pressão intra glomerular, diminui dislipidemia.
*Na DRC ocorre uma retenção de substâncias urêmicas tóxicas no sangue,
devido a perda de função renal.
Recomendações para DRC

Energia- 30 a 35 kcal/kg de peso atual (ou ideal, se o peso for muito baixo ou
alto)
Proteína- 0,6 a 0,8 g/kg de peso atual
Fósforo- 800mg ou 10 a 12 mg/kg
O fósforo pode ficar alto na hemodiálise e DP, pois estes procedimentos não
conseguem retira-lo do sangue por completo, sendo necessária a ingestão de
quelantes de potássio durante as refeições
Cálcio- 1000 a 1200 mg por dia
Sódio- 1000 a 2300mg
Potássio- Diurese normal não a necessidade de restrição, paciente
hipercalcêmico (aumento do potássio no sangue) restrição de 1000 a 3000 mg
Hipercalemia- Potássio sérico acima de 5mmol/L ou mEq/L maior que 6,5

Na anuria a ingestão hídrica deve ser restrita, cerca de 500 a 700 ml por dia
deve ser ingerido. 500 para paciente mais acamado e 700 para pacientes mais
ativos.
Diálise é indicada para pacientes com TFG inferior a 15 ml/min

Recomendações Nutricionais Hemodiálise


Proteína entre 1,2 a 1,5 g/kg uma vez que no processo se perde aminoácidos
Vitaminas C e Bs (hidrossolúveis) podem ser suplementadas, uma vez que são
perdidas no processo também
Recomendações pacientes em diálise peritoneal
Energia- 30 a 35 kcal/kg incluindo as provenientes do dialisado
Cerca de 60% dos Cho do dialisado são absorvidos,
Proteína cerca de 1,3 g/kg

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