Você está na página 1de 57

Bioquímica

Prof. Me. Eduardo Henrique Loreti


Glicose Sérica
• Exame útil para o estabelecimento do diagnóstico e monitoramento
terapêutico do diabetes melito, para avaliação de distúrbios do
metabolismo de carboidratos, para o diagnóstico diferencial das
acidoses metabólicas e desidratação, e para avaliação da secreção
inapropriada de insulina.
• Adultos: 70 a 99mg/dL
• Crianças: 60 a 99mg/dL
Glicose Sérica
• Valores aumentados: Diabetes melito, hipertireoidismo,
feocromocitoma, pancreatite aguda, estresse, uso de fármaco.

• Valores diminuídos: insulinomas, tumores extrapancreáticos,


insuficiência suprarrenal, hipotireoidismo, pancreatite crônica,
desnutrição, alcoolismo, dano hepático, fármacos,
Interação fisioterapêutica
Cetoacidose diabética

Glucagon, cortisol, e catecolaminas


Ureia Sérica
• É o metabolismo quantitativo mais importante do catabolismo ds
proteínas (principal fonte de excreção do nitrogênio e na
disseminação dos aminoácidos. Produzida no fígado, passa para a
circulação sanguínea, onde é degradada em nível intersticial e
eliminada pelo suor, pelo trato gastrointestinal e pelo rim. Sua
concentração varia em indivíduos sadios e é influenciada por diversos
fatores, como: grau de hidratação, dieta proteica e função renal. É
utilizado, conjuntamente com a creatinina na avaliação da função
renal.
• Valores: 10 a 50 mg/dL
Ureia Sérica
• Valores aumentados: desidratação, aumento do consumo proteico,
hemorragia, gastrointestinal, DM, insuficiência aguda do miocárdio,
insuficiência renal, nefropatias, choque, insuficiência cardíaca,
obstrução do trato urinário.

• Valores diminuídos: insuficiência hepática aguda, dieta pobre em


proteínas, caquexia, gravidez, doença celíaca.
Creatina Sérica
• É um produto metabólico formado pela descarboxilação da creatina-
fosfato no músculo, tendo portanto, relação direta com a massa
muscular. Homens e atletas produzem maiores quantidades de
creatina do que crianças, idosos e mulheres. A creatina não é afetada
normalmente pela dieta.
• É filtrada no glomérulo e seu aumento sérico só é observado após p
aumento da ureia. A concentração de creatina sérica só se torna
anormal quando aproximadamente metade ou mais dos néfrons
estiverem comprometidos. É utilizada, cojunntamente com a ureia na
avaliação do funcionamento renal.
Creatina Sérica
• Valores de referencia:
• Crianças: 0,3 a 0,7 mg/dL
• Adultos: 0,4 a 1,4 mg/dL.
• Valores aumentados: diminuição do fluxo sanguíneo renal,
insuficiência renal por decréscimo da filtração glomerular, obstrução
do trato urinário, intoxicação por metanol, uso de fármacos.
• Valores diminuídos: desnutrição, diminuição da massa muscular,
doença hepática grave, gravidez.
Interação fisioterapêuticas
• Valores aumentados indicam mau funcionamento e
comprometimento renais, maior risco de congestão pulmonar,
podendo causar IRpA e maior risco de insucesso no desmame do
ventilador, edemas e/ou anasarca, limitando atividades
cinesioterapêuticas.
Ácido Úrico Sérico
• É o produto final do catabolismo das purinas. Seu níveis séricos então
diminuídos diretamente relacionados com a velocidade de sua
formação e inversamente relacionados com a velocidade e a
capacidade de excreção. Outros fatores, como predisposição
genética, etnia, gênero, idade, peso corporal, álcool, DM, lipídios
séricos, dieta e uso de medicamentos, também influem nos níveis
séricos de ácido úrico.
• Homens: 3 a 7 mg/dL
• Mulheres: 2,5 a 6mg/dL
• Crianças: 2 a 5 mg/dL
Ácido Úrico Sérico
• Valores aumentados: alterações enzimáticas, dieta rica em purinas,
leucemias, linfomas, anemias hemolíticas, psoríase,radioterapia,
alterações da função renal, intoxicação por chumbo, exercícios
muscular intenso, acidose láctica.
• Valores diminuídos: carcinoma de pulmão, hiperparatireoidismo,
hipervolemia, uso de fármacos, dieta pobre em purinas.
Interação fisioterapêutica
• Valores aumentados causam dor poliarticular com sinais flogísticos e
diminuição do arco de movimento, o que limita as atividades
cinesioterapêuticas, sejam ativas ou passivas.
Sódio Sérico
• Desempenha papel fundamental na distribuição da água corporal.
• Sódio sérico: 136 a 146 mEq/L
• Sódio no suor:
• Acima de 16 anos: 12 a 47,4 mEq/L

• Valores aumentados: desidratação, diabetes, acidose diabética,


tratamento excessivo com solução salina.
• Valores diminuídos: baixa ingestão de sódio, reposição inadequada de
sódio, uso abusivo de diuréticos, hipotireoidismo, secreção
inapropriada de hormônio antidiurético, cirrose, síndrome nefrotica,
insuficiência congestiva crônica.
Interação Fisioterapêutica
• Valores alterados podem variar os níveis tensionais de pressão
arterial, limitando a conduta fisioterapeutica.
• < 120mEq/L hipotensão
• > 160mEq/L hipertensão.
Potássio Sérico
• Adultos: 3,5 a 5,3 mEq/L
• Valores aumentads: oliguria, choque, transfusão, desidratação,
aumento do catabolismo celular, insuficiência renal...
• Valores diminuídos: vômitos, diarreias, colite ulcerativas, fistulas
intestinais, nefrites, fibrose cística,
Interações fisioterapêuticas
• Valores <3mEq/L distúrbios neuromusculares, tais como espasmos
musculares, câimbras, fraqueza muscular, que limitam a intervenção
fisioterapeutica e/ou comprometimento do desmame ventilatório.

• Valores >6mEq/L distúrbios neuromusculares, tais como contração


tetânica e/ou arritmias cardíacas que limitam a intervenção.
Cálcio Sérico
• É o quinto componente mineral mais abundante no organismo.
• Adultos: 8,4 a 10,6 mg/dL.

• Valores aumentados: hiperparatireoidismo, hipervitaminose D,


doenças malignas com comprometimento ósseo, carcinomas
pulmonar...
• Valores diminuídos: acidose crônica, defciencia da vitamina D,
hipoparatireoidismo, má absorção intestinal, uremias...
Interação Fisioterapêutica
• Valores <6 mg/dL ocasionam deficiência osteomioarticulares e
sobretudo dificuldade na formação do calo ósseo, ou na formação da
matriz óssea, podendo limitar ou impossibilitar as atividades
fisioterapêuticas e comprometer o desmame ventilatório.
Magnésio Sérico
• Valores: 1,5 a 2,1 mEq/L
• Valores aumentados: uso de sais de magnésio, antiácidos e laxantes,
desidratação grave, insuficiência renal, acidose diabética...
• Valores diminuídos: hipocalemia e hipocalcemia, alcoolismo crônico,
pancreatite aguda, má absorção, dialise, diarreia grave, DM, dietas
pobres...
Interações fisioterapêuticas
• 5 a 10 mEq/L distúrbios no sistema de condução cardíaca
• 10 a 13 mEq/L perda dos reflexos dos tendões.
• 13 a 15 mEq/L pode ocorrer paralisia respiratória
• > 25 mEq/L parada cardíaca.
• < 0,6 mEq/L fraqueza muscular.
Fósforo Sérico
• Adultos: 2,5 a 4,5 mg/dL
• Valores aumentados: insuficiência renal, hiporaratireoidismo,
osteoporose, metástase óssea, hipocalcemia, DM...
• Valores diminuídos: defeitos tubulares, hiperparatireoidismo
primário, hipotireoidismo, raquitismo, doença hepática...
Interação Fisioterapêutica
• Níveis diminuídos podem interferir na contração muscular,
dificultando o desmame e podendo limitar a conduta.
Ferro Sérico
• Homens: 59 a 158 µg/dL
• Mulheres 37 a 148 µg/dL
• Valores aumentados: intoxicação por ferro, uso de contraceptivo oral,
hepatite viral...
• Valores diminuídos: deficiência de ferro, infecção crônica, neoplasias,
menstruação, infarto agudo do miocárdio, insufuciencia respiratória
aguda...
Interação
• Valores <40 µg/dL podem limitar atividades cinesioterapêuticas e
podem comprometer o desmame.
Ferritina
• É uma proteína de alto peso molecular que armazena de 20% a 25%
do ferro do organismo.
• Homens: 24 a 336 ng/dL
• Mulheres: 11 a 176ng/dL

• Valores aumentados: hemocromatose, reposição aguda de ferro.


• Valores diminuídos: estados de carência de ferro.
Transferrina
• Trata-se de uma glicoproteína sintetizada principalmente no fígado,
com meia vida de aproximadamente 7 dias.
• Transportadora do ferro.
• Homens: 215 a 365 mg/dL
• Mulheres: 250 a 380 mg/dL

• Valores aumentados: anemia, gravidez...


• Valores diminuídos: estados inflamatórios crônicos, doenças hepáticas,
neoplasias
Enzimas Cardiacas
• Creatinocinase (CK) ou Creatinofosfocinase (CPK)
• É uma enzima de origem essencialmente muscular, encontrada em músculos
esqueléticos, no miocárdio e no cérebro, que catalisa a fosforilação reversível
da creatina por ATP.
• Homens: até 148 Ul/L
• Mulheres: até 165 Ul/L
• Valores aumentados: IAM, lesões musculares cardíacas, miopatias congênitas, AVE,
fisioterapia, TEP...
• CK-BB encontrado predominantemente do cérebro , raramente presente no sangue.
• CK-MM: encontrada em musculo esquelético.
• CK-MB: predominantemente do miocárdio, avaliação da extensão do infarto.
Enzimas Cardiacas
• Troponina I
• É um complexo proteico regulador da contração muscular associado ao
filamento de actina dentro das células.
• É liberado na circulação sanguínea pouco tempo após o começo do dano
cardíaco, aproximadamente nas 4 a 6h que seguem ao IAM.
• <2µg/mL
• Valores aumentados: IAM.
Enzimas Cardiacas
• Mioglobina
• É um marcador precoce encontrado na corrente sanguínea após IAM (1 a 4h)
e que retorna aos valores normais dentro de 24hs.
• Valores: até 90µg/L
• Valores aumentados: traumatismo, miopatias, IAM...
Interação fisioterapêutica
• Não se recomenda atividades motora enquanto o pcte apresenta
enzimas cardíacas aumentadas. O recomendável é atividade passiva,
independente do nível de consciência pois o objetivo nessa fase deve
ser a manutenção da amplitude de movimento articular. Assim que as
enzimas se normalizam, pode-se liberar o pcte para atividades de
cinesioterapia motora ativa assistida livre e deambulação.
• Quanto a CK como marcadores de doenças neuromusculares seus
aumentos indicam lesão do musculo estriado esquelético, podendo
confirmar diagnóstico.
Avaliação da função hepatobiliar
• Transaminase glutâmico oxalacética (TGO) ou aspartato
aminotransferase (AST).
• Enzima encontrada no citoplasma e também nas mitocôndrias do miocárdio,
do fígado , da musculatura esquelética, do rim e do cerebro.
• Níveis elevados dessa enzima auxiliam no diagnóstico de doenças cardíacas,
hepáticas e musculares.
• Essa enzima é liberada no sangue em grande quantidades quando há dano à
membrana do hepatócito.
Avaliação da função hepatobiliar
• Transaminase glutâmico oxalacética (TGO) ou aspartato
aminotransferase (AST).
• Até 40 Ul/L
• Valores aumentados: gravidez, necrose, anemias, pancreatite aguda, cirrose...
Avaliação da função hepatobiliar
• Transaminase glutâmico-piruvica (TGP) ou alanina aminotrasnferase
(ALT)
• Até 45 Ul/L
• Valores aumentados: hepatites infecciosa e tóxica, doença pancreática,
mononucleose, cirrose, icterícia.
Interações fisioterapêuticas
• Deve-se levar em consideração que pacientes graves com aumento
acentuado dessas enzimas normalmente apresentam intensa dor
abdominal, ascite, podendo manifestar aumento da pressão intra-
abdominal, o que pode comprometer as mobilizações articulares e,
principalmente prejudicar a mecânica ventilatória, podendo em seu
estado mais grave evoluir com IRpA.
Proteínas totais e frações
• Proteínas totais: 6 a 8d/dL
• Albumina: 3,5 a 5g/dL
• Globulina: 1,5 a 3g/dL
Valores aumentados: hemoconcentração, desidratação, cirrose,
mixedema, processos infecciosos.
Valores diminuídos: perdas renais, desnutrição, infecções graves e
prolongadas, anemias.
Insucesso do desmame ventilatório; edemas; limitação da mobilização.
Coproanálise
Parasitologia
• Não existe um método de exame capaz de evidenciar todas as formas
parasitárias presente nas fezes.
• Cada parasito, ou grupo de parasitos, possui características
morfológicas ou biológicas que permitiram o desenvolvimento de
técnicas especiais utilizadas em seu diagnóstico.
Exame parasitológico de fezes (RPF)
• Permite a identificação de cistos de protozoários, ovos e larvas de
helmintos. A identificação do parasitismo, tanto de protozoários,
quanto de helmintos, influi no número de formas parasitárias
eliminadas.
• Valores de referencias: Negativos
Interação fisioterapeutica
• A presença de resultados positivo não impede a abordagem
terapêutica.
• Ficar atento as complicações.
Líquidos Organicos
Liquor
• O liquor é um fluido límpido e incolor, com raros elementos figurados
e com característica bioquímicas e imunológicas próprias. Ocupa as
cavidades ventriculares do SNC, os espaços subaracnóides.
• Volume: 140 mL
• Aspecto: Límpido
• Cor: incolor
• Bioquímica
• Lombar: 15 a 45 mg/dL
Liquor
• Valores aumentas: meningites, hemorragias, tromboses, alterações
endócrinas, metabólicas e tóxicas, doenças neurológicas...
• Valores diminuídos: traumatismo, grandes punções, aumento da
pressão intracraniana.
Interações Fisioterapêuticas
• Em pacientes com suspeita de meningite, o isolamento de contato e
respiratório deve ser respeitado, até que os exames descartem o
diagnóstico.
• Video.
Liquido Pleural
• É continuamente produzido pela pleura parietal por filtragem do
plasma, através do endotélio vascular em uma quantidade média de 1
a 15 mL, sendo absorvida pela pleura visceral. Localiza-se entre as
duas faces da pleura, separando-as.
• Interpretação:
• Glicose: os valores são considerados diminuídos quando estão abaixo de
60mg/dL. Encontrados no empiemas, neoplasias, tuberculose...
Liquido Pleural
• Proteínas
• Transudatos: derrames causados por fatores mecânicos que influenciam a
formação e/ou reabsorção (ex. a dimunuição da pressão oncótica ou aumento
da pressão venosa, na cirrose hepática, na síndrome nefrótica e na
insuficiência cardíaca). Cursa com níveis de proteína mais baixos que os
plasmáticos.
• Exsudatos: derrames causados por lesão do revestimento mesotelial, com
aumento da permeabilidade capilar ou diminuição da reabsorção linfática,
como nas infecções bacterianas, neoplasias e doenças do colágeno. Cursa
com níveis de proteína 50% mais altos que os plasmáticos.
Interações fisioterapêuticas
• VNI é mais efetiva no tratamento do derrame pleural transudativo do
que no derrame pleural exsudativo.
• Video
Bacteriologia e Microbiologia
Introdução
• Diagnóstico da maioria das doenças infecciosas.
• Uninocultura: cultura de urina
• Coprocultura: fezes
• Secreção corporais: escarro, aspirado brônquico, lavado broncoalveolar.
• Cultura de ponta de caterer.
• Hemocultura
• Líquidos orgânicos: líquido pleural, liquido ascético, liquido de diálise
peritoneal...
• Swabs: retal, nasal...
• Pesquisa de BAAR (tuberculose)
• Gram: sedimento urinário, escarro, secreção uretral, vaginal...
Interações Fisioterapêuticas.
• Sem interações diretas.
• Respeitar o isolamento
• Realizar um boa coleta
• Video: aspirado
• Vídeo: Swab
Lactato Arterial
Dosagem do lactato arterial
• O ácido láctico, um intermediário no metabolismo dos carboidratos, é
derivado, do musculo esquelético, do cérebro e das hemácias.
Constitui o produto final da glicose anaeróbica que ocorre em tecidos
hipóxicos.
• Considerada um marcador precoce para o metabolismo anaeróbico
celular.

• Valores de referência: <2,5 mmo/L ou 5,7 a 22 mg/dL


Interpretação
• Estados hipóxicos: diminuição da oxigenação tecidual (hipóxia), como
no choque, na insuficiência ventricular esquerda, no estado asmático
e na insuficiência respiratória aguda.

• Estados não hipóxicos: alterações da depuração do lactato, disfunções


do piruvato-desidrogenase, uso defarmacos.

• Glicólise aeróbica acelerada: secundária a sepse, convulsões,


politraumas, neoplasias.
Interações fisioterapêuticas.
• É considerada um excelente marcador hipóxico: mesmo em pacientes
em que a gasometria mantém padrões de normalidade, pode ser
utilizado para orientar a escolha da melhor terapêutica ventilatória.

• Lactato de 2,5 a 4,9 mmol/L: pode-se optar pela ventilação não


invasiva.

• Lactato > 5mmol/L: contraindicada a VNI. Contra indicado a


abordagem ativa.

Você também pode gostar