1. O documento discute as restrições de pacientes, que são ações que interferem na habilidade do cliente de tomar decisões ou se movimentar. 2. As restrições só devem ser usadas quando necessário para proteger o paciente ou outros de lesões, e devem ser a opção menos restritiva disponível. 3. O documento fornece diretrizes para o uso apropriado e cuidados com restrições de pacientes.
1. O documento discute as restrições de pacientes, que são ações que interferem na habilidade do cliente de tomar decisões ou se movimentar. 2. As restrições só devem ser usadas quando necessário para proteger o paciente ou outros de lesões, e devem ser a opção menos restritiva disponível. 3. O documento fornece diretrizes para o uso apropriado e cuidados com restrições de pacientes.
1. O documento discute as restrições de pacientes, que são ações que interferem na habilidade do cliente de tomar decisões ou se movimentar. 2. As restrições só devem ser usadas quando necessário para proteger o paciente ou outros de lesões, e devem ser a opção menos restritiva disponível. 3. O documento fornece diretrizes para o uso apropriado e cuidados com restrições de pacientes.
A restrio de pacientes refere-se a qualquer dispositivo ou ao que interfere na habilidade do cliente em tomar decises ou que restringe sua capacidade de movimentar-se, alterando sua capacidade de raciocnio, a liberdade de movimentos, a atividade fsica ou o acesso normal ao seu corpo. O uso de restrio ou conteno somente deve ocorrer quando o risco de seu emprego superado pelo risco de no utiliz-lo. utilizada para proteger o paciente ou outras pessoas de leses e traumas provocados por ele mesmo, ou para prevenir a interrupo do tratamento a que vem sendo submetido. Assim, a aplicao de restrio somente deve ser realizada quando outras medidas preventivas j foram consideradas ou utilizadas, no se mostrando adequadas em proteger a pessoa que tem risco de lesionar-se ou a outros. Deve ser baseada na premissa de minimizar o uso de restrio ou qualquer forma de conteno, com vistas promoo de prticas seguras. A deciso de uso deve ser baseada no julgamento clnico de profissionais qualificados, em colaborao com a equipe multidisciplinar, com o cliente e famlia. A deciso clnica deve ser documentada no pronturio do paciente.
A restrio um procedimento teraputico bastante controverso e de eficcia duvidosa, j que relatos sobre o aumento da agitao ou agressividade do
* Artigo de atualizao escrito por Carmen Lgia Sanches de Salles e pela Profa. Dra. Mavilde L. G. Pedreira, membros da CMARA TCNICA do COREN-SP, gesto 2008-2011. 2 paciente so freqentes em estudos na prtica clnica. As maiores vtimas do uso de restries so os pacientes idosos, sempre com justificativa de preveno de injrias e quedas, fato no comprovado nos poucos estudos existentes. Para os pacientes, sociedade e familiares, a conteno pode ser percebida como uma violao, um abuso fsico; relatam que uma ao desumana e desconfortvel em todos os aspectos. Os objetivos da conteno de pacientes no leito so, basicamente: proteger o paciente com alteraes de comportamento ou conscincia contra leses e traumas (quedas, contaminao de cateteres, dispositivos, feridas, dentre outros; deslocamentos de dispositivos usados em seu tratamento, como sondas, drenos, cateteres etc.) provocados por ele mesmo ou a outros e que gera a interrupo do tratamento a que vem sendo submetido; oferecer, em algumas situaes, proteo aos indivduos que atendam aquele paciente. As principais indicaes para o uso de restries so: 1. alto risco de agressividade contra outras pessoas e a si mesmo, que no melhoraram com intervenes menos restritivas; 2. alto risco de degradao do ambiente como janela, mobilirios, equipamentos, dentre outros; 3. por solicitao do prprio paciente e ou famlia para garantir diagnstico e tratamento adequados, quando h risco de agitao psicomotora; 4. para evitar quedas, seja em crianas, pacientes agitados, semiconscientes, inconscientes ou com convulses; 5. nos casos de agitao ps-operatria, como em craniotomia; 6. doentes mentais em situao de agressividade; 7. para alguns tipos de exames ou tratamentos; para pacientes no colaborativos na manuteno de sondas, cateteres, drenos, curativos etc. 3
Pode-se classificar a restrio como fsica, mecnica, psicolgica, ambiental e qumica. Restrio fsica: aquela em que h o envolvimento de um ou mais membros da equipe de sade em contato direto ou indireto com o paciente, com o propsito de imobiliz-lo sem elementos ou dispositivos de restrio mecnica; Restrio mecnica: procedimento em que so usados dispositivos, tais como pulseiras de couro nos pulsos e/ou tornozelos, luvas, coletes, camisolas restritivas, pulseiras almofadadas (incluindo-se o uso de ataduras de crepe e algodo ortopdico ou compressa de algodo), para imobilizar o paciente. As grades elevadas no leito, sujeitas a freqentes controvrsias, so consideradas restries quando usadas para prevenir a sada do paciente do leito ou restringir voluntariamente a movimentao do mesmo. Restrio psicolgica: refere-se a intimidao ou a ameaa verbal durante o atendimento, que resulta em comportamento de recluso ou restrio de liberdade do paciente e ou famlia. Restrio ambiental ou isolamento: o confinamento involuntrio de uma pessoa sozinha num quarto ou habitao para impedir fisicamente sua sada. Alguns pacientes afirmam ser o isolamento uma prtica muito desagradvel, parecida com o confinamento solitrio empregado nas prises. Restrio qumica: medida teraputica na qual so usados medicamentos para controlar o comportamento ou restringir a liberdade de movimento do paciente, prevenindo injrias a ele e a outros. Dentre os meios menos restritivos para controlar a agressividade ou agitao de um paciente e, conseqentemente, evitar sua restrio fsica ou mecnica imediata, a restrio qumica deve ser a escolhida. Optando-se pela conteno do 4 paciente no leito, o mdico ou a enfermeira devem prescrever a conteno e anotar a justificativa clnica do seu uso no pronturio do paciente. A prescrio deve conter o tipo de restrio a ser usada, o perodo de tempo especfico de aplicao, e a parte do corpo a ser contida. Prescries de enfermagem devem conter os cuidados para a preveno de complicaes. interessante lembrar que o uso de restries no deve exceder mais que 24 horas e que o uso por cerca de trs a cinco dias tem sua justificativa clnica cada vez mais questionvel.
A restrio mecnica poder ser realizada com Faixa (Punho ou Tornozelo), do tipo Luvas e a restrio de Corpo utilizando-se de lenis, faixas elsticas, coletes, tbuas, talas, cama com grade, sacos de areia, ataduras (simples e gessada), aparelho de trao ortopdica, dentre outros. Instituies de sade devem possuir protocolos referentes a avaliao e uso de qualquer tipo de restrio. A seguir se descreve exemplo referente a conteno de pacientes no leito. Algumas intervenes tm sido descritas como capazes de levar a reduo da necessidade de uso de restrio, dentre elas destacam-se: - distrao; - fornecer informaes sobre todos os procedimentos realizados; - fornecer informaes acerca de todos os equipamentos utilizados; - posicionar o paciente confortavelmente; - satisfazer as necessidades de hidratao, alimentao e eliminao; - incentivar a presena de familiares e amigos; - estimular a participao de acompanhantes na assistncia; - estimular deambulao e prtica de atividades fsicas; - realizar observao freqente; -procurar colocar pacientes de risco em locais de fcil acesso e monitorao pela equipe de enfermagem; - promover bom padro de sono e repouso 5 Fluxograma da conteno dos pacientes no leito:
CONTENO DE PACIENTES NO LEITO Material Compressas de algodo ortopdico Loo ou creme hidratante Atadura crepe Esparadrapo ou fita hipoalergnica
Pr-execuo Avaliar a necessidade de conteno do paciente Orientar o paciente e familiares quanto ao uso de conteno, as razes de seu uso, durao e possveis complicaes Higienizar as mos Reunir o material Inspecionar local a ser restrito Execuo Restrio fsica Imobilizar fisicamente o paciente com auxlio da equipe, evitando cuidadosamente traumas ao paciente Restrio mecnica Lavar e secar a rea a ser restringida Aplicar loo ou creme hidratante se a pele estiver ressecada Dobrar a compressa de algodo em trs no sentido do comprimento, e enrolar ao redor do punho ou tornozelo do paciente Prender o conjunto com um n e prender as pontas soltas da atadura na cama Restrio qumica Administrar o medicamento prescrito seja por via IM, EV ou VO Aps a medicao, avaliar continuamente quanto aos efeitos colaterais dos medicamentos Ps-execuo Avaliar o paciente periodicamente a cada duas horas quanto ao seu comportamento, eficcia da restrio, presena de complicaes e necessidade de manuteno ou associao de outras medidas teraputicas Anotar no pronturio do paciente informaes como motivo das restries, horrio e tipo de restrio, reaes do paciente, cuidados com as restries e os membros restritos
Observaes: avaliar as restries no mnimo 1 x/planto e troc-las 1 x/dia, aps o banho ou se estiver suja; ajudar o paciente em relao s suas necessidades de nutrio, excreo, hidratao e higiene etc; Monitorar as condies da pele e circulao nos locais e membros contidos; retirar as restries do paciente assim que possvel. Fonte: Silva, S C; Siqueira I L C P; Santos A E. Boas prticas de enfermagem em adultos: procedimentos bsicos So Paulo: Atheneu, 2008. 6 Os cuidados de enfermagem realizados com pacientes submetidos a restrio, devem ter como fundamento a promoo de sua segurana. O aumento da complexidade da assistncia e, conseqentemente, dos riscos associados, est diretamente associado ao avano cientfico e tecnolgico. A responsabilidade pela segurana do paciente envolve, portanto, toda a sociedade, profissionais de diversas reas, administradores, governo e consumidores, com o objetivo de proporcionar uma assistncia livre de danos. Assim, durante o cuidado destaca-se a necessidade de utilizar protocolos institucionais relativos a aplicao de cada tipo de restrio, bem como, da preveno de eventos adversos relacionados. Todo o plano assistencial e as aes da equipe de enfermagem devem ser registrados no pronturio do paciente, de acordo com as fases do processo de sistematizao da assistncia de enfermagem. Destaca-se neste contexto a necessidade de informao do paciente e famlia, a prescrio do tipo de restritor, o uso de protocolos assistenciais relativos aos cuidados e a preveno de complicaes, a realizao de anotao de todas as intervenes realizadas, bem como, a anlise e documentao dos resultados alcanados.
Bibliografia Consultada:
EDUARDO MBP, 2002. Vigilncia Sanitria. So Paulo: Editora Fundao Petrpolis.
FELDMAN,L.B. Como alcanar a qualidade em intituies sade. So Paulo: Martinari, 2004. QUINTO NETO, A. Segurana dos pacientes, profissionais e organizaes: um novo padro de assistncia sade. Revista Administrao e Sade, Porto Alegre, v.8, n33, p153-158,Out-Dez,2006. MACHADO AF, KUSAHARA DM. A documentao da assistncia de enfermagem e a segurana do paciente. In: HARADA MJ CS, PEDREIRA MLG, PETERLINI MAS, PEREIRA SR (Orgs.). O erro humano e a segurana do paciente. So Paulo: Atheneu, 2007. p 195-199. REASON, J . Managing the Risks of Organizational Accidents, 1997. 7 NURSES BOARD OF SOUTH AUSTRALIA. Restraints: guideline for nurses and midwives in South Australia. [on line]. [cited 2008 Dec 13]; Available from: http://www.nursesboard.sa.gov.au/documents/UseofRestraintGuidelinewithflow chart.pdf. SILVA, S C; SIQUEIRA I L C P; SANTOS A E. Boas prticas de enfermagem em adultos: procedimentos bsicos So Paulo: Atheneu, 2008