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POLICIA MILITAR Salvamento Veicular


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CORPO DE BOMBEIROS
POP-SAR-310 073 de 2019

1. RESULTADOS ESPERADOS

 Padronizar os procedimentos para atendimento a ocorrências de salvamento veicular;


 Manter o tempo resposta dentro dos limites da “hora ouro”;
 Padronizar as nomenclaturas envolvendo salvamento veicular;
 Melhorar gestão de recursos no salvamento veicular;
 Padronizar as ações dos operadores envolvidos no atendimento ao salvamento veicular;
 Padronizar a utilização de EPI’s e FEAs;
 Diminuir a possibilidade de ações e situações inseguras no salvamento veicular.

2. MATERIAL RECOMENDADO

Para um atendimento eficiente e eficaz faz-se necessário a utilização de ferramentas,


equipamentos e acessórios (FEAs) que auxiliarão no desenvolvimento da ocorrência dentro da
doutrina de resgate, bem como Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados à
atividade do Salvamento Veicular. Para tanto, os EPI’s foram agrupados em dois grupos – para o
resgatista e para o socorrista – enquanto as FEAs foram divididas em cinco grupos para melhor
entendimento:

2.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:

2.1.1. Resgatista:
 capacete de salvamento;
 óculos de proteção ;
 máscara de proteção para vias aéreas (PFF2);
 lanterna de jaqueta;
 lanterna de cabeça;
 roupa de aproximação;
 luva de salvamento;
 bota ou coturno com biqueira protegida;
 luva de procedimento (utilizar sob a luva de salvamento);
 joelheira (opcional).

2.1.2. Socorrista: Para o socorrista, são recomendados os mesmos EPI’s descritos no item
anterior, com as seguintes ressalvas:
 no mínimo, estar trajando roupa nível de proteção “D”, com manga comprida e sempre
abaixada;

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 quanto à luva de procedimentos, utilizada sob a luva de salvamento, ao menos dois
pares;
 quanto à lanterna, utilizar lanterna de cabeça.

2.2. FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS:

2.2.1. Estabilização:

 estabilizador de tração;
 cintas catracas (grandes e pequenas);
 calços diversos para estabilização (escalonados, quadrados, retangulares);
 cunhas (diversos tamanhos);
 malho de borracha;
 cabos diversos.

2.2.2. Equipamentos:

 conjunto moto bomba (elétrico ou à combustão interna);


 ferramentas (alargador, cortador, extensor e acessórios);
 almofada pneumática.

2.2.3. Forçamento e corte:

 corta-a-frio;
 alavanca halligan;
 pé de cabra;
 quebra vidros;
 corta-cinto;
 machadinha;
 serra sabre.

2.2.4. Proteção e apoio (logística):

 cones;
 fitas de isolamento;
 meios de combate a incêndio (linhas manuais, extintor);
 protetor de air-bag;
 lona de proteção para cantos vivos e ferragens expostas;
 grampo de resgate;

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 material para controle de vidros (lona), vazamento de óleo e combustível;
 proteção rígida para vítima e socorrista;
 proteção flexível para vítima e socorrista;
 ferramenta para exposição (chave de fenda, por exemplo);
 chaves de boca 10 a 13;
 parafusadeira de impacto com kit de pitos de impacto;
 lona para palco de ferramentas.

2.2.5 Atendimento e extração:

 bolsa de APH;
 cilindro de O2;
 colar cervical;
 prancha curta (podendo ser utilizado o KED);
 prancha longa;
 maca.

3. PROCEDIMENTOS

3.1. GUARNIÇÃO DE SALVAMENTO VEICULAR:

A guarnição Padrão de Salvamento Veicular deve ser composta por 1 (uma) viatura de
Salvamento e 1 (uma) de Atendimento Pré-Hospitalar (AA). Cada membro da guarnição terá uma
função especifica durante o salvamento, bem como posicionamento especifico dentro das
viaturas, podendo ser adaptado conforme necessidade e características locais.

3.1.1. ABTR: Condutor – Chefe de Socorro – Resgatista 1 – Resgatista 2;

3.1.2. AA: Socorrista 1 – Socorrista 2 (condutor da AA).

3.2. PRÉ-SOCORRO:

a) Conferência de recursos humanos e sua distribuição por guarnições;


b) Distribuição das funções dentro das guarnições e respectivas recomendações;
c) Avaliação das condições externas dos materiais, teste de funcionalidade e manutenção
destes conforme manual do fabricante;
d) Acondicionamento dos materiais;
e) Teste de prontidão;

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f) Treinamento operacional – Repassar os protocolos e ações de cada operador;
g) Recomendações ao rádio operador.

3.3. FASES DE SOCORRO:

a) Aviso e acionamento da prontidão;


b) Saída;
c) Deslocamento;
d) Chegada/Estacionamento;
e) Salvamento;
f) Inspeção final;
g) Avaliação e feedback da operação no local;
h) Regresso.

O Salvamento Veicular consiste nas técnicas e táticas utilizadas com o intuito de localizar,
acessar, estabilizar e transportar vítimas envolvidas em acidentes de trânsito que estejam
impossibilitadas de sair do veículo, seja pela deformidade do mesmo (encarceramento
mecânico), por suas lesões (encarceramento físico tipo I) ou por estar presa em ferragens
(encarceramento físico tipo II), em que cada membro da equipe possui funções específicas. O
Salvamento subdivide-se assim em 6 fases:

3.3.1. 1ª fase – Reconhecimento e gerenciamento de riscos:

 Chefe de Socorro:

a) Realiza a verificação 360º (interno e externo) no local da ocorrência;


b) Procede a identificação de riscos (cargas instáveis, vazamentos, bateria ativa, deslizantes,
risco elétrico, air-bag’s, pré-tensionadores, tipo de combustíveis;
c) Avalia a quantidade e tipo de veículos;
d) Identifica a localização de vítimas;
e) Estabelece prioridades;
f) Determina palco de materiais;
g) Verifica a utilização constante do EPI;
h) Verifica necessidade de apoio;
i) Gerencia os riscos;
j) Gerencia o posicionamento das viaturas e isolamento das vias;
k) Define as zonas de trabalho.

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 Condutor ABTR:

a) Estaciona a viatura de maneira segura e adequada (Posição de sacrifício);


b) Estabelece os meios de combate a incêndio;
c) Sinaliza a via com cones;
d) Auxilia na criação das zonas, se necessário;
e) Auxilia na montagem do palco de materiais, se necessário;
f) Montagem sistema de iluminação caso necessário.

 Resgatista 1:

a) Executa o gerenciamento de riscos se necessário;


b) Estabelece o palco de materiais.

 Resgatista 2:

a) Auxilia na execução do gerenciamento de riscos se necessário;


b) Auxilia na montagem do palco de materiais;
c) Auxilia no estabelecimento das zonas se necessário.

 Socorrista 1:

a) Faz avaliação 360º, verifica localização e quantidade de vítimas, mecanismos de injúria e


possíveis acessos; não tocar no veículo até liberação pelo Chefe de Socorro;
b) Se possível faz contato verbal com a vítima;
c) Aguarda a autorização do Chefe de Socorro para adentrar ao veículo.

 Socorrista 2:

a) Estaciona a viatura de maneira segura e adequada;


b) Prepara os materiais de APH.

3.3.2. 2ª fase – Estabilização:

 Chefe de Socorro:

a) Define a estabilização Primária e Secundária;


b) Verifica se existem acessos garantidos (Portas, janelas, porta-malas, etc);
c) Controla a segurança e organização da cena.

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 Condutor ABTR:

a) Assume a função de logística junto ao palco de materiais (Zona Morna);


b) Apoia o Chefe de Socorro auxiliando como link de comunicação com o COBOM.

 Resgatista 1:

a) Realiza a estabilização, conforme definido pelo Chefe de Socorro.

 Resgatista 2:

a) Realiza a estabilização, conforme definido pelo Chefe de Socorro.

 Socorrista 1:

a) Permanece em contato com a vítima, aguardando autorização do Chefe de Socorro para


adentrar ao veículo.

 Socorrista 2:

a) Auxilia o Socorrista 1.
b) Se houver mais vítimas mantém contato, conforme autorização do Chefe de Socorro.

3.3.3. 3ª Fase – Abertura de acesso:

 Chefe de Socorro:

a) Observa se a cena está segura para o acesso;


b) Define qual o melhor ponto de acesso;
c) Após o acesso estar garantido, autoriza a entrada do(s) socorrista(s) no interior do veículo;
d) Define a necessidade de estabilização secundária;
e) Define a área de descarte de materiais.

 Condutor ABTR:

a) Permanece na função de logística junto ao palco de materiais (Zona Morna).

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 Resgatista 1:

a) Cria o acesso de forma segura, conforme definido pelo Chefe de Socorro;


b) Executa a estabilização secundária se necessário;
c) Quando possível, gerencia a bateria do veículo.

 Resgatista 2:

a) Auxilia na criação do acesso;


b) Auxilia na estabilização secundária se necessário;
c) Estabelece a área de descarte, conforme definição do Chefe de Socorro;
d) Se houver acesso ao painel pelo lado externo realizar: colocação do protetor de AIRBAG
(se necessário), puxar o freio de mão, destravar portas, abaixar vidros, abrir porta malas e
capô, se possível, e remover a chave da ignição.

 Socorrista 1:

a) Adentra ao veículo após a autorização do Chefe de Socorro;


b) Se não houver acesso ao painel do veículo pelo Resgatista 2, realizar a colocação do
protetor de AIR-BAG (se necessário), puxar o freio de mão, destravar portas, abaixar os
vidros.

 Socorrista 2:

a) Assume o contato verbal e visual com a vítima para o Socorrista 1 realizar o acesso.

3.3.4. 4ª Fase – Atendimento a vítima:

 Chefe de Socorro:

a) Coleta informações com o Socorrista 1 sobre estado da vítima, tipo de encarceramento e


melhor via de extração;
b) Convoca e preside a reunião tripartite (Chefe de Socorro, Resgatistas,
Socorristas/Médico);
c) Estabelece o Plano de Emergência e Plano Principal.

 Condutor ABTR:

a) Permanece na função de logística;

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b) Preparação das ferramentas;
c) Participa da Reunião Tripartite;

 Resgatista 1:

a) Conclui estabilização secundária se necessário;


b) Participa da Reunião Tripartite.

 Resgatista 2:

a) Conclui estabilização secundária se necessário;


b) Participa da Reunião Tripartite;
c) Prepara ferramentas, equipamentos e acessórios (Zona Morna).

 Socorrista 1:

a) Realiza a avaliação da vítima;


b) Informa ao Chefe de Socorro o estado da vítima, o tipo de encarceramento e sugestão de
melhor via de extração;
c) Estabiliza a vítima conforme lesões;
d) Mantém os cuidados pré-hospitalares e participa da Reunião Tripartite.

 Socorrista 2:

a) Auxilia o socorrista 1 no atendimento a vítima;


b) Auxilia na estabilização da vítima;
c) Participa da Reunião Tripartite.

3.3.5. 5ª Fase – Criação de espaço:

 Chefe de Socorro:

a) Determina o início da execução, primeiramente, do Plano de Emergência e na sequência


o Plano Principal (Todos integrantes devem estar cientes do plano que será executado);
b) Fiscaliza a execução das técnicas e andamento dos planos;
c) Fiscaliza a correta aplicação proteção rígida da vítima e socorrista 1;
d) Controla a segurança e organização da cena.
e) Recebe a confirmação do Socorrista 1 de que a vítima está liberada;
f) Avalia e colhe informações se o espaço é suficiente para extração da vítima.

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 Condutor ABTR:

a) Permanece na função de logística junto ao palco de materiais (Zona Morna);


b) Opera a moto bomba do desencarcerador hidráulico;
c) Revisa a estabilização conforme a necessidade.

 Resgatista 1:

a) Opera os equipamentos necessários ao cumprimento dos planos.


b) Confirma proteção da vítima antes da execução de procedimentos;
c) Avalia a segurança antes de cada procedimento.
d) Avisa da realização do procedimento.

 Resgatista 2:

a) Prepara as superfícies a serem cortadas verificando: melhor ponto para corte, riscos sob
os acabamentos de colunas, retirada de acabamentos, etc.
b) Identificar os riscos, (reforços, air-bags, pré-tensionadores) sinalizando com marcadores,
(caneta, adesivos, etc);
c) Auxilia e reveza com o Resgatista 1 na execução das tarefas;
d) Avalia a segurança antes de cada procedimento;
e) Faz a colocação da proteção rígida entre a ferramenta e a vítima;
f) Auxilia na criação de espaço interno.

 Socorrista 1:

a) Permanece no atendimento à vítima;


b) Informa da liberação da vítima;
c) Verifica se o espaço criado é suficiente para extração.

 Socorrista 2:

a) Estabelece a proteção flexível na vítima e socorrista 1;


b) Faz a colocação da proteção rígida entre a ferramenta e a vítima, caso Resgatista 2 não
tenha acesso;
c) Auxilia o Socorrista 1.
d) Gerencia espaço interno removendo materiais, abrindo portas que não puderam ser
abertas antes, rebatendo bancos, retirando encostos de cabeça, etc, caso Resgatista 2
não tenha acesso;

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e) Avalia os riscos dos procedimentos que estão sendo executados e caso ache necessário
emite o comando de PARAR.

3.3.6. 6ª Fase – Extração:

 Chefe de Socorro:

a) Solicita a tábua ao logística (condutor do ABTR);


b) Passa o comando da extração ao Socorrista 1;
c) Observa se todos estão com os EPIs necessários para a atividade (retirar as luvas de
salvamento);
d) Observa riscos estruturais como proteção de quinas e possíveis riscos de lesão à vítima e
à equipe.

 Condutor ABTR:

a) Organiza o palco de materiais;


b) Pega a tábua para extração da vítima, a comando do Chefe de Socorro;
c) Auxilia na imobilização da vítima em tábua e extração da vítima do veículo, sob a
coordenação do Socorrista 1.

 Resgatista 1:

a) Aloca as ferramentas e equipamentos utilizados no palco de materiais;


b) Auxilia na imobilização da vítima em tábua e extração da vítima do veículo, sob a
coordenação do Socorrista 1.

 Resgatista 2:

a) Auxilia na alocação das ferramentas e equipamentos utilizados no palco de materiais;


b) Auxilia na imobilização da vítima em tábua e extração da vítima do veículo, sob a
coordenação do Socorrista 1.

 Socorrista 1:

a) Coordena a estabilização da vítima em tábua e extração da vítima do veículo.

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 Socorrista 2:

a) Auxilia na imobilização da vítima em tábua e remoção da vítima do veículo, sob a


coordenação do Socorrista 1.

4. POSSIBILIDADES DE ERROS

 Não informar ao COBOM da chegada das guarnições ao local;


 Não estacionar as viaturas corretamente;
 Não sinalizar a via e não isolar o local de forma correta;
 Deixar de utilizar todos os EPIs previstos ao Salvamento Veicular;
 Deixar de executar todas as etapas do procedimento para o atendimento às ocorrências
de salvamento veicular;
 Falha do conjunto de ferramentas hidráulicas;
 Não repassar os bens da(s) vítima(s) a quem de direito;
 Deixar de realizar o feedback com as equipes envolvidas após a chegada ao quartel;
 Não manutenir corretamente equipamentos e ferramentas utilizados na ocorrência.

5. FATORES COMPLICADORES

 Condições climáticas desfavoráveis;


 Tráfego da via;
 Incêndio;
 Poste e fios da rede elétrica, energizados e/ou caídos sobre o veículo;
 Curiosos próximos às zonas quente e morna;
 Parte(s) estrutural(is) do(s) veículo(s);
 Dispositivos de segurança do(s) veículo(s);
 Vazamento de produtos perigosos;
 Instabilidade do veículo;
 Desgaste psicológico e físico;
 Baixa ou nenhuma iluminação no local da ocorrência;
 Topografia do local.

6. GLOSSÁRIO

Acessar: consiste na utilização de técnicas de desencarceramento, permitindo a chegada até a


vítima, deixando-a livre das ferragens;

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Acidente automobilístico: colisão de um veículo que resulte em danos ao automóvel e/ou ao(s)
ocupante(s);

Ameaça: fato ou situação que pode provocar lesões ou danos em pessoas, propriedades ou
sistemas;

Desencarceramento: é a movimentação e/ou retirada das ferragens que estão prendendo a


vítima dentro do veículo colidido e/ou que impedem o acesso dos socorristas para extração da
vítima;

Encarceramento Mecânico: ocorre devido à deformação do veículo, impedindo a saída dos


ocupantes, muito embora nem sempre apresentem lesões;

Encarceramento Físico Tipo I: situação em que as vítimas apresentam lesões diretas


decorrentes do acidente e as estruturas veiculares dificultam o acesso à vítima;

Encarceramento Físico Tipo II: situação em que as vítimas apresentam lesões diretas
decorrentes do processo de encarceramento e as estruturas veiculares estão em contato direto
ou penetrando alguma parte do corpo do ocupante;

Estabilizar: é a utilização de técnicas do atendimento pré-hospitalar para que o quadro da vítima


não se agrave, sendo possível a retirada dela do interior do veículo;

Estabilização progressiva: consiste na manutenção da estabilização inicial da cena e do(s)


veículo(s) acidentado(s);

Estabilização veicular: manobra rápida de calçamento e/ou amarrações de estruturas instáveis,


para evitar riscos adicionais para o resgate, socorristas e vítima(s). Visa manter o veículo imóvel
durante a operação;

Estabilização primária: procedimento inicial de estabilização veicular que garante o acesso


seguro do socorrista à vítima;

Estabilização secundária: procedimento de estabilização veicular que completa a estabilização


primária e garante que os veículos permanecerão imóveis durante o trabalho de resgate;

Extração: é a retirada da vítima desencarcerada do interior do veículo. É a remoção da vítima das


ferragens após o desencarceramento;

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Fases do socorro: envolve desde o aviso até o momento do regresso à base;

Gerenciamento de riscos: fase em que são adotados procedimentos sobre os perigos ou


vulnerabilidades ou ambos, procurando tornar o risco aceitável e a operação segura;

Hora de ouro: período que se inicia no momento do acidente até a chegada em um hospital, onde
a vítima poderá ser atendida por uma equipe de médicos/cirurgiões que possam corrigir
principalmente os problemas circulatórios. As equipes envolvidas no socorro têm o tempo máximo
de uma hora para chegarem ao local da ocorrência, acessar a vítima, estabilizá-la, retirá-la do
veículo e transportá-la até um hospital que tenha condições de atendimento;

Localizar: chegar até o local, identificar a presença de vítimas dentro dos veículos acidentados
ou próximo a eles;

Operação segura: é aquela em que o risco é aceitável;

Palco de materiais: área determinada para posicionamento de materiais e equipamentos que


podem ou serão utilizados na operação;

Perigo: qualquer fator que possa vir a provocar danos físicos ou materiais. É a fonte potencial de
dano, ou seja, é algo que gera risco;

Reunião tripartite: reunião entre o Chefe de Socorro, equipe médica e os resgatistas, após as
avaliações da cena e dos riscos, para definição dos planos “A” e “B” que serão utilizados para o
desencarceramento;

Risco: é o perigo adicionado da probabilidade, da vulnerabilidade e de outros fatores que podem


contribuir para a ocorrência de danos físicos ou materiais;

Risco aceitável: risco compatível com a atividade que se deseja desenvolver;

Salvamento veicular: procedimento utilizado para localizar, acessar, estabilizar e transportar


vítimas que estejam presas nas ferragens de um veículo acidentado. O salvamento veicular divide-
se em desencarceramento e extração;

Transportar: é a condução rápida de uma vítima até o hospital que tenha condições de atende-
la, de acordo com os traumas presentes;

Veículo especial: são os veículos blindados, como os de transporte de carga de valores;

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Veículo leve: são os carros de passeio sem reboque;

Veículo pesado: caminhões, ônibus e carros com reboque;

Vulnerabilidade: fator que determina o grau de exposição de pessoas ou bens em relação aos
perigos;

Zona fria: círculo maior que envolve as outras duas zonas, onde deverão estar pessoas
indiretamente envolvidas com a ocorrência. É nessa área que se estabelece o posto de comando
e controla a entrada de pessoas na zona morna e quente;

Zona morna: determinada por um círculo maior, com diâmetro aproximado de 10 metros após a
Zona Quente, englobando todos os veículos envolvidos no acidente, onde deverão ser afastadas
todas pessoas que não forem integrantes das equipes de emergência. É nessa área, delimitando
o círculo interior que o palco de materiais deve ser mantido;

Zona quente: também conhecida como área de atuação, é um círculo imaginário, onde se
mantém uma distância de 5 metros em torno dos veículos envolvidos e que engloba cada um
deles, devendo estar fora dessa área todas as pessoas que não estiverem diretamente envolvidas
nas operações de salvamento.

7. BASE LEGAL E REFERENCIAL

COMISSÃO NACIONAL DE SALVAMENTO VEICULAR. Padronização de nomes de


ferramentas, equipamentos e acessórios. Franco da Rocha, 2016. Disponível em:
http://www.conasv.website/padronizacoes-conasv. Acesso em: 28 jun. 2017.

DUNBAR, Ian. Técnicas de desencarceramento de veículos. [S.l]: Holmatro, [s.d]. 256 p.

ESB. Apostila do Curso de Salvamento Veicular, fornecido por Escola Superior de Bombeiros
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, São Paulo, 2016.

MENÊSES, J. A. O. Técnicas de resgate veicular: veículos leves e pesados. 1. ed. Sergipe:


Infographics Gráfica e Editora, 2015. 169 p.

OLIVEIRA, Elísio Lázaro de. Salvamento e Desencarceramento, Escola Nacional de Bombeiros,


2005, Portugal.

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8. FLUXOGRAMA

9. EQUIPE DE ELABORAÇÃO:

Câmara Técnica de Salvamento Veicular.

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ANEXO – RESUMO DAS FUNÇÕES DENTRO DAS FASES DE ATENDIMENTO

6 Fases Chefe Condutor ABTR Resgatista 1 Resgatista 2 Socorrista 1 Socorrista 2


- Verificação 360º - Estaciona a viatura - Executa o - Auxilia na execução - Faz avaliação 360º, - Estaciona a viatura
(interno e externo) no de maneira segura e gerenciamento de do gerenciamento de verifica localização e de maneira segura e
local da ocorrência; adequada (Posição de riscos se necessário; riscos se necessário; quantidade de vítimas, adequada;
- Identificação de riscos; sacrifício); - Estabelece o palco de - Auxilia na montagem mecanismos de injúria - Prepara os materiais
- Quantidade e tipo de - Estabelece os meios materiais. do palco de materiais; e possíveis acessos; de APH.
veículos; de combate a Auxilia no não tocar no veículo
- Localização de vítimas; incêndio; estabelecimento das até liberação pelo
- Estabelece - Sinaliza a via com zonas se necessário. Chefe de Socorro;
1ª Fase prioridades; cones; . - Se possível faz
- Determina palco de - Auxilia na criação das contato verbal com a
Reconhecimento materiais; zonas, se necessário; vítima;
- Verifica a utilização - Auxilia na montagem Aguarda a autorização
e gerenciamento constante do EPI; do palco de materiais, do Chefe de Socorro
de riscos - Verifica necessidade se necessário; para adentrar ao
de apoio; - Montagem sistema veículo.
- Gerencia os riscos; de iluminação caso
- Gerencia o necessário.
posicionamento das
viaturas e isolamento
das vias;
- Define as zonas de
trabalho.
- Define a estabilização - Assume a função de - Realiza a - Realiza a - Permanece em - Auxilia o Socorrista 1;
Primária e Secundária; logística junto ao palco Estabilização, Estabilização, contato com a vítima, -Se houver mais
- Verifica se existem de materiais (Zona conforme determinado conforme determinado aguardando vítimas mantém
2ª Fase acessos garantidos Morna); pelo Chefe de Socorro; pelo Chefe de Socorro; autorização do Chefe contato, conforme
Estabilização (Portas, janelas, porta- - Apoia o Chefe de de Socorro para autorização do Chefe
malas, etc); Socorro auxiliando adentrar ao veículo; de Socorro.
- Controla a segurança e como link de
organização da cena. comunicação com o
COBOM.
- Observa se a cena está - Permanece na - Cria o acesso de - Auxilia na criação do - Adentra ao veículo - Assume o contato
segura para o acesso; função de Logística forma segura, acesso e na após a autorização do verbal e visual com a
- Define qual o melhor junto ao Palco de conforme definido pelo estabilização Chefe de Socorro; vítima para o
ponto de acesso; Materiais (Zona Chefe de Socorro; secundária se - Se não houver acesso Socorrista 1 realizar o
3ª Fase - Após o acesso estar Morna). - Executa a necessário; ao painel do veículo acesso.
garantido, autoriza a estabilização - Estabelece a área de pelo Resgatista 2,
Abertura de entrada do(s) secundária se descarte definida realizar a colocação do
Acesso socorrista(s) no interior
do veículo;
necessário;
- Quando possível,
Chefe de Socorro;
- Se houver acesso
protetor de AIR-BAG
(se necessário), puxar
- Define a necessidade gerencia a bateria do externo ao painel: o freio de mão,
de estabilização veículo. colocar protetor de destravar portas,
secundária; AIRBAG, puxar o freio abaixar os vidros.

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- Define a área de de mão, destravar
descarte de materiais. portas, abaixar vidros,
abrir porta malas e
capô, se possível, e
remover a chave da
ignição.
- Coleta informações com o - Permanece na - Conclui estabilização - Conclui estabilização - Realiza a avaliação da - Auxilia o socorrista 1
Socorrista 1 sobre estado função de logística; secundária se secundária se vítima; no atendimento a
da vítima, tipo de - Preparação das necessário; necessário; - Informa ao Chefe de vítima;
encarceramento e melhor ferramentas; Participa da Reunião - Participa da Reunião Socorro o estado da - Auxilia na
via de extração; - Participa da Reunião Tripartite. Tripartite; vítima, o tipo de estabilização da
4ª Fase - Convoca reunião tripartite Tripartite; - Prepara ferramentas, encarceramento e vítima;
Atendimento à (Chefe
Resgatistas,
de Socorro, equipamentos
acessórios
e
(Zona
sugestão de melhor via
de extração;
- Participa da Reunião
Tripartite.
Vítima Socorristas/Médico); Morna). - Estabiliza a vítima
- Estabelece o Plano de conforme lesões;
Emergência e Plano - Mantém os cuidados
Principal. pré-hospitalares e
participa da Reunião
Tripartite.

- Determina o início da - Permanece na - Opera os - Prepara as - Permanece no - Estabelece a


execução, primeiramente, função de logística equipamentos superfícies a serem atendimento à vítima; proteção flexível na
do Plano de Emergência e junto ao palco de necessários ao cortadas verificando: - Informa da liberação vítima e socorrista 1;
na sequência o Plano materiais (Zona cumprimento dos melhor ponto para da vítima; - Faz a colocação da
Principal; Morna); planos. corte, riscos sob os - Verifica se o espaço proteção rígida entre a
- Fiscaliza a execução das - Opera a moto bomba - Confirma proteção da acabamentos de criado é suficiente para ferramenta e a vítima,
técnicas e andamento dos do desencarcerador vítima antes da colunas, retirada de extração. caso Resgatista 2 não
planos; hidráulico; execução de acabamentos, etc. tenha acesso;
- Fiscaliza a correta - Revisa a procedimentos; - Identificar os riscos, - Gerencia espaço
aplicação proteção rígida estabilização - Avalia a segurança (reforços, air-bags, interno removendo
da vítima e socorrista 1; conforme a antes de cada pré-tensionadores) materiais, abrindo
5ª Fase - Controla a segurança e necessidade. procedimento. sinalizando com portas não abertas
Criação de organização da cena. - Avisa da realização do marcadores, (caneta, antes, rebatendo
- Recebe a confirmação do procedimento. adesivos, etc); bancos, retirando
Espaço Socorrista 1 de que a - Auxilia e reveza com encostos de cabeça,
vítima está liberada; o Resgatista 1 na etc, caso Resgatista 2
- Avalia e colhe execução das tarefas; não tenha acesso;
informações se o espaço é - Avalia a segurança - Avalia os riscos dos
suficiente para extração da antes de cada procedimentos que
vítima. procedimento; estão sendo
- Faz a colocação da executados e caso
proteção rígida entre a ache necessário emite
ferramenta e a vítima; o comando de
- Auxilia na criação de PARAR.
espaço interno.

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- Solicita a tábua ao - Organiza o palco de - Aloca as ferramentas - Auxilia na alocação - Coordena a - Auxilia na
logística; materiais; e equipamentos das ferramentas e estabilização da vítima imobilização da vítima
- Passa o comando da - Pega a tábua para utilizados no palco de equipamentos em tábua e extração da em tábua e remoção
extração ao Socorrista 1; extração da vítima, a materiais; utilizados no palco de vítima do veículo. da vítima do veículo,
- Observa se todos estão comando do Chefe de - Auxilia na materiais; sob a coordenação do
6ª Fase com os EPIs necessários Socorro; imobilização da vítima - Auxilia na Socorrista 1.
Extração para a atividade (retirar as - Auxilia na em tábua e extração da imobilização da vítima
luvas de salvamento); imobilização da vítima vítima do veículo, sob a em tábua e extração
- Observa riscos estruturais em tábua e extração coordenação do da vítima do veículo,
como proteção de quinas e da vítima do veículo, Socorrista 1. sob a coordenação do
possíveis riscos de lesão à sob a coordenação do Socorrista 1.
vítima e à equipe. Socorrista 1.

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