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RESUMO
A partir disso, deve-se levar em conta que o poder público trata a questão de seguran-
ça pública com profundo descaso, levando-se em consideração que a ONU – Organização
das Nações Unidas- pauta-se pela necessidade de um servidor para cada 250 (duzentos e
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cinquenta) habitantes, sendo que o quadro no Brasil declina deste total, donde se tem um
servidor para cada 370 (trezentos quarenta) habitantes, somente no Estado de são Paulo,
o que apresenta um déficit, atual, de cerca de mais de 16 (dezesseis) mil policiais, somente
no Estado de São Paulo.
Por outro lado, devemos, como cidadão, auxiliar os órgãos de segurança, no contexto
das cobranças ao Poder Público, os quais devem prover os recursos necessários para o
bom funcionamento das Instituições.
De origem grega, a palavra polícia deriva de (politeia), enquanto que para o Latim
(politica), cujo significado traduz-se em governo de uma cidade, administração, forma de
governo. Entretanto, no decorrer do tempo passou-se a deter como função a de represen-
tação das ações dos governos, no sentido de manter a “ordem e a tranquilidade pública”.
Na História brasileira, o instituto “segurança pública” surgiu em 1.500, após a invasão
do Brasil, quando, então, D. João III outorgou a Carta Régia de Martim Afonso de Souza, e,
com isso, criou o sistema das Companhias Hereditárias, em que, naquele contexto, passou
a estabelecer as normativas administrativas visando à instituição da “Justiça e da Ordem
Pública”, em todas as terras por Portugal invadidas.
Deste modo, consta dos Registros Históricos que o primeiro conceito de Polícia no
Estado Brasileiro fora datado de 20 de novembro de 1530, cujo expediente compreendia
em promover a Justiça e a Ordem Pública. Este modelo de “Polícia” baseava-se no sistema
aplicado em Portugal, contudo a prática já à época era considerada medieval, onde a Polícia
e o Sistema de Justiça se completavam.
Neste conceito baseado nos transcritos de Martin Afonso, o sistema de segurança à
Época se subdividia: [...] Alcaide-Mor (juiz ordinário com atribuições militares e policiais), pelo
Alcaide Pequeno (responsável pelas diligências noturnas visando prisões de criminosos), e
Quadrilheiro (homem que jurava cumprir os deveres de polícia). (SSP.SP- sd, online).
Com o passar dos séculos, e com a permanência da família real, no ano de 1808 criou-
-se a Intendência Geral da Polícia da Corte e do Estado do Brasil, no Rio de Janeiro onde
aponta Cruz, 2013, apud Marcineiro e Pacheco (2005, p. 21-22), que:
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Já em 1809, após a chegada ao Brasil de D. João VI, instituiu-se a Divisão Militar da
Guarda Real de Polícia, a qual se caracterizava em uma força policial comandada pelo
Ministério da Guerra e a Intendência de Polícia; suas atividades eram pautadas em capturar
desordeiros e criminosos, localizar e prender escravos foragidos e reprimir o contrabando.
Porém, sem ainda haver institucionalizadas as noções do contexto de segurança pública
às atividades desta força policial, estas se ligavam às definições estabelecidas pela Corte,
e as sanções eram definidas àqueles que discordassem do ora determinado.
Por conseguinte, sob os comandos do Desembargador Paulo Fernandes Vieira, promo-
veu-se uma verdadeira revolução no sistema policial, em que se criou, em maio de 1815, o
“Corpo de Comissários de Polícia”; porém, referida instituição apenas fora implementada em
novembro de 1925, quando então o intendente Geral de Polícia implantou seus regimentos,
que dispunham acerca das funções policiais e judiciárias que permaneceram unificadas até
a edição do Código de Processo Criminal do Império, fato este ocorrido 1827, separando
assim o serviço policial da prática judiciária. (SSP.SP, sd/, online).
Nesses moldes, segundo Cruz, (2013, p. 2), com a independência do Brasil em 1822, as
noções de segurança pública, como um serviço a ser prestado ao cidadão, ainda confundia-
se como um serviço que deveria ser realizado para a segurança do país, assim definindo que:
Na mesma toada, em 1831, no período regencial, substitui-se a guarda real pelo corpo
de Guardas Municipais Voluntários Permanentes, em cada província, em que se buscava
minimizar os conflitos à época existentes, sendo que com o tempo alterou-se a nomenclatura,
e cada província a classificou conforme os interesses das Unidades Federativas, como, por
exemplo, no Rio de Janeiro e Ceará a denominação passou a ser Polícia Militar.
Conquanto, em 1841, a Intendência Geral de Polícia fora extinta, já que fora instituído
o cargo de Chefe de Polícia, que, por sua vez, promovera uma mudança drástica no sistema
policial da época, criando nas províncias e também na Corte a Chefatura de Polícia, onde o
chefe de Polícia era auxiliado pelos delegados e subdelegados de polícia.
Em razão disso, em 1842, por meio do Regulamento n. 120, definiram-se as fun-
ções da Polícia Administrativa e Judiciária, onde passaram a ser chefiadas pelo Ministro
da Justiça. Já em setembro de 1871, com a publicação da Lei n. 2033 (regulamentada
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pelo Dec. Lei n. 4824), reformou-se a Lei n. 261, donde o conceito de Justiça e Polícia dei-
xaram de ser uma única instituição, e, com isso, criou- se o instituto do Inquérito Policial.
(SSP.SP- sd/online).
Destarte, em 1866, criou-se, na provincial do Rio de Janeiro, o denominado Corpo Civil
da Polícia, uma atividade não militarizada que executava rondas, sendo que apesar de uma
instituição paramilitar tinha como suas obrigações a defesa da Constituição na proteção do
Império e na manutenção da lei e da ordem. (CRUZ, 2013, p.2).
Desta banda, CRUZ, 2013, p. 02/3 aponta que: [...] “a Corte era composta por uma
força policial militar e outra civil, sendo que a primeira se tornou força aquartelada, com
operações de grande porte, e a segunda ficou com a atribuição da vigilância contínua da
cidade, conforme art. 6º do Decreto Imperial de 1866”.
Em razão disso, no ano de 1889, antes da promulgação da Constituição Provisória
da Republica, extinguiu-se a Guarda Urbana, sendo que após a proclamação da República
definiu-se, através do Art. 5º do Decreto n. 1, que: [...] “a responsabilização dos governos
estaduais pela manutenção da ordem e segurança pública e pela defesa e garantia da li-
berdade e dos direitos dos cidadãos”. CRUZ, (2013, p. 3).
Contudo, mesmo com a promulgação da CF provisória, os direitos dos cidadãos nela
transcritos, em relação aos seus direitos e liberdade, não eram cumpridos. Senão vejamos:
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“Polícias Militares”, caracterizando-as ainda como força auxiliar instituída para segurança
interna e manutenção da ordem nos estados”.
Importante destacar que em meados da década de 1960, mais especificamente no ano
de 1964, instituiu-se no Brasil o regime militar ou ditadura Militar1, período caracterizado
pela repressão e extinção de incontáveis direitos, sendo que, com o término do período di-
tatorial, e com a promulgação da Constituição de 1988, definiu-se o conceito de segurança
pública como vemos;
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conceito no fator de segurança devido às instabilidades instaladas nas ruas, onde se viu no
poder público a necessidade de aprimoramento do atendimento à população diante de um
evidente caos social.
Entretanto, apenas com a Constituição de 1931 a questão segurança pública passou a
ser mais fundamentada, donde se trouxe um conceito parecido ao atual. Deste modo, com
referida Constituição se estabeleceram, Art. 144, as subdivisões das forças policiais, com
alteração recente onde se criara a terminologia da Polícia Penal, sendo que, nos moldes apre-
sentados nesta divisão, há classificação dos órgãos policiais como preventivo e investigativo.
Deste modo, as atribuições das Polícias Militares e Rodoviárias consubstanciam-se
em uma forma de polícia preventiva, devendo sua atuação ocorrer como forma de evitar-se
que as infrações penais ocorram, sendo que às Polícias de cunho investigativas (Federal de
Civil) cabe apresentar através de cadernos preparatórios (inquéritos policiais) o compilado
de informações para uma eventual aplicação penal.
Nesse ínterim, trouxe, ainda, o texto Constitucional que cabe a cada ente federativo
prover a segurança de maneira a garantir a ordem pública, baseada nos preceitos constitu-
cionais; conduzir a gestão e fazer com que as polícias cumpram suas prerrogativas.
Deste modo, após a edição da Carta Magna, destacou-se a necessidade do apri-
moramento da ordenação policial, Decreto nº. 6950/2009, donde o Conselho Nacional de
Segurança Pública tem como viés a centralização de esforços no sentido de combater aos
mais diversos tipos de crimes, sendo este órgão subsidiado pelo Ministério da Justiça e
Segurança Pública.
Um dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho seria a criação do Plano Nacional
de Segurança Pública, cujo princípio pauta-se no do fortalecimento dos órgãos policiais;
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contudo, a norma não supriu os parâmetros conciliados, devido a não participação de di-
versas vertentes da sociedade.
CRUZ, 2013, p. 4, apud Santos, 2005, aduz que:
2 Filosofo que concentrou seu trabalho na relação entre poder e governabilidade e práticas de subjunção;
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Entretanto, observa-se que na práxis isso não acontece da forma como preconiza o
Texto Maior, posto que a segurança pública no Brasil esteja fragilizada, sendo que os gover-
nantes não “conseguem” reverter essa situação, já que continuam a insistir no erro da falta
de investimento e de estudos técnicos que busquem uma evolução técnica e com vistas a
prover uma “nova cara” à antiga segurança pública, a qual se mostra ineficaz.
Neste conceito, cabe ao Governo Federal e aos Legisladores criarem mecanismos
para uma questão política voltada à área de segurança que se torne mais efetiva, tendo em
vista que o atual modelo traz algumas questões controvertidas, embora o Brasil seja exem-
plo mundial quanto ao maior contingente de Militares da América do Sul, tanto nas Forças
Armadas quanto em suas forças auxiliares.
Deste modo, tem-se que o sistema brasileiro é falho no geral e com isso desencadeia-
-se um efeito cascata dominó que começa em outras áreas do governo e acaba abalando
toda uma estrutura. Sabe-se que o Exército Brasileiro, como exemplo, somente pode ter
atuação em áreas urbanas com a aprovação da Presidência da República e com a análise
e anuência dos legisladores; contudo, poderia o poder público, “conforme atribuição consti-
tucional” estabelecer que as Forças Armadas exerçam suas funções e passem a monitorar
as fronteiras, buscando assim evitar que, por exemplo, o tráfico de drogas e armas chegue
aos centros urbanos.
Aponta Araújo (2019, p. 32) apud Abreu e Lourenço 2010 que: “sabemos que o ser
humano é resultante das relações sociais: sua personalidade violenta pé decorrente, de
acordo com a regra, derivada de seu ambiente social – marcado pela violência – onde o ser
humano teve seu processo de socialização”.
E, seguindo sua linha de estudo:
Em tempos mais remotos, era possível afirmar com determinada certeza que
a violência se associava, quase que de maneira exclusiva, a pobreza. Se o
ambiente habitado fosse violento, era necessário conviver com elas e com seus
efeitos. Eram reflexos de uma vida marcada por uma condição miserável e pela
exclusão, impulsionado por meio de um comportamento violento. A violência
ocorria em famílias que eram socialmente desestruturadas, localizando-se nas
áreas urbanas que vivenciavam o espelhamento da pobreza: as favelas e as
periferias. (ARAÚJO apud Abreu e Lourenço, 2010, p.32).
A par disso tudo, pode-se colocar como um ponto crítico, para os agentes públicos,
a falta de efetivo, o baixo salário, o risco de vida, além de outros elementos, já que ainda
existam locais do país em que policiais trabalham com equipamentos obsoletos ou com
a falta destes equipamentos aliada à pressão psicológica devido a seus turnos de traba-
lho. Se não fosse o bastante, vários policiais acabam apresentando traumas e problemas
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como transtornos compulsivos e psicológicos, que afetam diretamente sua relação física
com o emocional, em razão dos imbróglios expostos.
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Tem-se ainda a Polícia Civil, uma espécie de Polícia Judiciária, que atua em crimes
contra a ordem pública de interesse dos estados-federados, cuja função é a de investiga-
ção dos crimes e a condução de inquéritos policiais, com a finalidade apresentar ao Poder
Judiciário os inquéritos policiais que instruem o processo penal, bem como os crimes de não
competência da Polícia Federal.
Enquanto que as Polícias Militares são de responsabilidade dos Estados, consubs-
tanciando-se em uma força para emprego imediato, competente para a prevenção e a
repressão aos mais diversos tipos de infrações, sendo também conhecidas como forças
auxiliares do Exército.
Por fim, o Corpo de Bombeiros Militares afiguram-se como um órgão gerido pelo go-
verno dos estados-federados, tendo como papel principal a defesa civil, como, por exemplo,
atuando em incêndios, enchentes, desabamentos etc. E, a Polícia Rodoviária Estadual, ad-
ministrada, também, pelos governos dos estados-federados, cujas atribuições são voltadas
a coibir as infrações nas rodovias estaduais.
Dito isso, por meio da Emenda Constitucional n. 104/2019 alterou-se o artigo 144 da
Constituição, em que se criou a terminologia da Polícia Penal, cujas atribuições são as de
segurança e fiscalização das unidades penais, de responsabilidade da União e dos Estados:
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Desta banda, cabe ao Poder Judiciário o julgamento das infrações previstas em lei,
após analisados todos os meios e manifestações, como, por exemplo, do Ministério Público,
órgão fiscalizador das Leis e responsável pelo controle externo das atividades policiais.
Conquanto, em relação ao sistema penitenciário, apesar de ser formalmente adminis-
trado pelo Poder Executivo, há obediência a critérios estabelecidos pelas diretrizes penais
impostas pelo Poder Judiciário, contidos na Lei de Execuções Penais, sendo que cabe ao
Juiz Corregedor dos Presídios a regulamentação do estabelecimento ao qual esteja ligado
em decorrência do cargo.
A partir desse viés, para Gonçalves (2022, p. 31) apud Greco, 2012, [...] “as policias
civis e militares passam por uma crise existencial, sendo várias desculpas para a inoperância
das mesmas, que insistem em manter um sistema arcaico de funcionamento”, concluindo
que: “[...] assim, em caso de falhas, todos tentam jogar as responsabilidades no Estado,
não assumindo a sua responsabilidade por uma grande parte dos problemas, que por vezes
medeiam suas ações, contribuindo para o aumento da criminalidade”.
Se não bastasse, a formação dos policiais depende da aprovação em concursos
Públicos, artifício extremamente necessário, pois as partes são confrontadas e a seleção
torna-se mais justa.
Por conseguinte, Gonçalves (2022, p. 34) aduz que a CF/88, em seu Artigo 37, elenca
dispositivos que devem ser observados pelo poder público na realização de concursos, como:
[...]
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei;
[...]
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira;
V – os cargos em comissão e as funções de confiança serão exercidos, pre-
ferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou pro-
fissional, nos casos e condições previstos em lei;
[...]
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pes-
soas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; (BRASIL,
Constituição Federal, 1988, Artigo 37).
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aplicam esse direito, qual seja o cargo de confiança e o de comissão, em que a nomeação
dá-se por ato do Governante, conforme o interesse da administração pública.
A guisa disso, o ingresso em carreira policial, em todas as esferas, é realizado por
força de concursos públicos de ampla concorrência e obedecidos os critérios estabelecidos
pelos editais, respeitando, por exemplo, as leis referentes a cotas.
Entretanto, após a aprovação em concurso público existem as provas técnicas de ca-
ráter eliminatório, que abrangem os testes psicotécnicos, exames físicos e conhecimentos
gerais da área da futura atuação, além da investigação social, onde a vida do(a) candidato(a)
é consultada na localidade onde reside, apurando-se o seu contexto social.
Por outro lado, após a aprovação em todas as fases do concurso, os policiais já forma-
dos em academias próprias passam a ser avaliados por sua chefia imediata, pelo período
de três anos, subdivididos em seis semestres, onde a chefia imediata leva à Administração
as aptidões dos novos policiais.
Salutar que o estágio probatório também tem efeito desclassificatório, sendo que o
agente público avaliado deve cumprir uma pontuação mínima para que, após os três anos
desta prova técnica, seja definitivamente efetivado. Assim sendo, e de acordo com o ex-
posto até o momento, destaca-se a importância para o presente trabalho de se “almejar” a
conceituação “ideal” de segurança pública no Brasil, o que se passa a discorrer.
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O arranjo institucional da segurança pública compõe-se de um complexo sis-
tema organizacional e legal que, por sua vez, divide-se em subsistemas com
características próprias e singulares, mas que estão articulados, em princípio
por uma divisão de trabalho e complementaridade de funções. Estão inseri-
dos nesse processo sistêmico o subsistema policial, o subsistema judicial e
o subsistema prisional.
Se não bastasse, baseado neste parâmetro, Matos (2013, p. 19) argumenta que:
Assim sendo, a segurança pública deveria ser vista como uma situação desejável e não
uma função, donde se afirma que: “[...] dessa noção resulta que os atuais chamados órgãos
de segurança pública são órgãos de execução da defesa social, normalmente incluídos na
denominação genérica de “polícia”, que atuam, entre outros órgãos, para a proteção integral
da população, visando à segurança pública”. (ROCHA, 2011, p.8).
Porém, a questão de ordem pública, quando bem realizada pelo poder público, contribui
para a almejada e talvez utópica “paz social”, bem como pacifica as relações intersubjetivas
entre cidadãos e instituições públicas e privadas.
Assim sendo, e de acordo com o estudado alhures, tem-se que existem muitas vertentes
as quais causam o desconforto em relação à insegurança pública, uma vez que, subsistam
muitos paradigmas localizados em um país de dimensões continentais, principalmente nas
regiões sudeste e sul, em que a proporção entre forças de segurança e população são as
mais perto da idealizada, enquanto que em outras regiões, como principalmente no norte
e nordeste, tem-se a questão premente da falta de efetivo e principalmente de estrutura.
Hodiernamente resta notório que, como se observa nos noticiários, as forças de segu-
rança, por vezes, se sucumbem diante do preparo mais especializado dos criminosos, pois
estes, em muitas circunstâncias, estão à frente das organizações policiais, principalmente
em relação à estrutura organizacional e armamento.
De igual modo, Soares (2006, p.91), elucida que:
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Roubos a bancos, residências e ônibus, assim como os sequestros, particular-
mente os “sequestros relâmpagos”, também têm se tornado comuns e perigo-
sos, em todo o país, porque, em função, também nesse caso, da disponibilidade
de armas, essas práticas, que, por definição, visariam exclusivamente ao pa-
trimônio, têm se convertido em crimes contra a vida – a expansão dos “roubos
seguidos de morte” ou latrocínios constitui o triste retrato dessa tendência.
CONCLUSÃO
À guisa de notas conclusivas, o atual papel da segurança pública no Brasil é difícil, pois
o Brasil, de fronteiras continentais, é prova da ineficácia de seus órgãos fiscalizadores. Assim
sendo, o caos na segurança pública, principalmente nos grandes centros com extensões às
pequenas localidades, origina-se com a falta ou a precária fiscalização de nossas fronteiras,
o que propicia que o descaminho, o tráfico de drogas e de armas cheguem às cidades. Assim
sendo, apesar das grandes apreensões realizadas a contento, estatisticamente falando, de
cada dez apreensões apenas três ou quatro têm o material retido e fora de circulação.
Neste viés, agregamos não somente a falta de policiamento ostensivo nas fronteiras
para que haja coibição da prática criminosa, mas o fato é notório em relação à grande falta
de policiais para o cumprimento de suas missões. Assim sendo, a ineficácia do poder públi-
co, em principalmente prover os recursos para a segurança, vem se consolidando durante
os anos, o que desencadeou ao ponto de que os “criminosos”, hoje em dia, têm o apoio
logístico necessário, conquanto o poder de polícia, por vezes, não disponha ao mesmo de
meios de locomoção para o combate à criminalidade.
Em razão disso, a necessidade da atenção na questão de segurança pública se volta
ao fator social, onde, além da segurança, a educação, a saúde, a assistência social, dentre
outros fatores têm papel fundamental em razão aos índices de criminalidade. Veja-se, por
exemplo, nas comunidades dos grandes centros, a atuação muitas vezes do poder paralelo
desempenha o papel estatal em muitas destas localidades, pois não existe a presença do
poder público, e quando existe, é dotado de precariedade.
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Infelizmente, a situação, ao médio prazo, não prevê melhorias devido à falta de inves-
timento nesta área de atuação, que é de competência exclusiva do poder público, como
prevê a Constituição Federal.
Por fim, no decorrer do presente texto pôde-se verificar que a atuação da comunidade
junto ao serviço policial tem se mostrado favorável em alguns locais, donde através dos
Conselhos de Segurança ocorrem elaborações de planejamentos necessários no que tan-
genciam a atuação das forças naquela localidade a partir da realidade e vulnerabilidade da
população, vista sob o prisma da necessidade de aprimoramento das técnicas e de fortale-
cimento das polícias, o que reverbera em um estudo breve por força do poder público, com
o viés de adequação do conceito de polícia à realidade, onde a participação popular junto
aos órgãos de segurança se volte para o bem comum, qual seja o de prover à sociedade o
serviço necessário que reformule o conceito de segurança pública.
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