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CIDADE OCIDENTAL - GO
2023
FACULDADE IGUAÇU
CIDADE OCIDENTAL - GO
2023
A FARRA DA TRANSPOSIÇÃO DE SERVIDORES PARA O CARGO DE GUARDA
MUNICIPAL
RESUMO
ABSTRACT
The position of municipal guard is provided for in the federal constitution of 1998,
where the constituent opens up the possibility for municipalities to create and
organize the municipal guard, however, the attributions of the occupants of the
position of municipal guard are quite different from the attributions of the occupants
of the position of police officer, and should not be confused with this, also the
provision of these positions must be given through a public tender and not derived by
transposition, which generates unconstitutionality in the provision.
Não bastasse que a descarada manobra tivesse como o único objetivo inflar o
ego de servidores que não teriam competência para passar em concurso público, há
outro grave problema que é o nível de escolaridade dos servidores transpostos, que
em geral são ocupantes de cargos de nível fundamental incompleto e quando muito
nível fundamental completo.
O que não traz nenhum benefício para a prefeitura e muito menos para a
comunidade em geral, haja vista que o objetivo da administração pública é fornecer
um serviço e atendimento de excelência à sociedade e para isto busca incentivar o
aperfeiçoamento e a especialização dos servidores, neste caso, os municipais, não
havendo nenhum benefício para a sociedade que servidores de baixo nível
escolaridade ou sem especialização venham a serem promovidos sem mérito a
cargos de segurança pública.
Atualmente os concursos para a área de segurança pública exigem formação
superior, mesmo para os cargos mais baixos da escala de comando, no entanto, os
municípios nas figuras do prefeito e da câmara de vereadores agem na contramão
desta ideia, com o intuito de conseguirem uma reeleição, sem se preocupar com a
qualidade ou melhor com a falta de qualidade destes servidores, que deveriam se
preparar muito mais para ocupar um cargo de tamanha responsabilidade.
I - Polícia federal;
II - Polícia rodoviária federal;
III - Polícia ferroviária federal;
IV - Polícias civis;
V - Polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - Polícias penais federal, estaduais e distrital.
Neste trecho o ministro volta a destacar que guarda municipal não tem
competência de polícia e sua função é preservar as instalações e serviços públicos
municipais e nada mais.
Não é das guardas municipais, mas sim das polícias, como regra, a
competência para patrulhar supostos pontos de tráfico de drogas, realizar
abordagens e revistas em indivíduos suspeitos da prática de tal crime ou
ainda investigar denúncias anônimas relacionadas ao tráfico e outros delitos
cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata os bens, serviços
e instalações municipais. Poderão, todavia, realizar busca pessoal em
situações absolutamente excepcionais – e por isso interpretadas
restritivamente – nas quais se demonstre concretamente haver clara, direta
e imediata relação de pertinência com a finalidade da corporação, isto é,
quando se tratar de instrumento imprescindível para a tutela dos bens,
serviços e instalações municipais. Vale dizer, só é possível que as guardas
municipais realizem excepcionalmente busca pessoal se houver, além de
justa causa para a medida (fundada suspeita de posse de corpo de delito),
relação clara, direta e imediata com a necessidade de proteger a
integridade dos bens e instalações ou assegurar a adequada execução dos
serviços municipais, o que não se confunde com permissão para realizarem
atividades ostensivas ou investigativas típicas das polícias militar e civil para
combate da criminalidade urbana ordinária.
Estes atos de transposição não são casos isolados, grande parte dos
municípios estão se utilizando deste artifício para agradar servidores a fim de tentar
uma reeleição ao mesmo tempo que evitam aumentar a folha de pagamento
municipal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que não ocorre com aqueles que buscam simplesmente serem lançados a
tais cargos sem o devido merecimento, que querem ocupar os cargos de guardas
municipais com o intuito espúrio de inflar ego, e de ostentar um cargo que não tem a
mínima dignidade para ser investido, manchando no âmago a segurança pública de
nosso país.
Desta feita torna-se claro e evidente que as prefeituras que desejem criar as
suas guardas municipais, têm a obrigação de realizar concurso público para este
cargo dando oportunidade a todos de poder ocupá-lo, desta forma tanto os
servidores do município quanto a população em geral terão oportunidade de
concorrer a estes cargos, ganhando assim a administração pública que contratará
para seus quadros de servidores os mais bem preparados quanto a comunidade que
terão um serviço de qualidade, e principalmente os servidores que terão orgulho de
estarem investidos em um cargo que mereceram ocupar.
ARAUJO, Luiz Alberto David. NUNES JUNIOR, Vidal Serrano. Op. Cit. p. 268.
CAVALLARI, Durval Ayrton, Manual Prático de Direito Constitucional, São Paulo Ed.
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https://www.tcmgo.tc.br/mpc/wp-content/uploads/2020/09/07344-
20_Luzi%C3%A2nia_vigilantes-transposi%C3%A7%C3%A3o-guardas-civis.pdf
https://www.rotajuridica.com.br/municipio-de-luziania-nao-pode-transpor-
cargos-para-guarda-civil-sem-realizar-concurso/