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“SEGURANÇA JURÍDICA”

É ISSO QUE A INCLUSÃO DAS GUARDAS MUNICIPAIS NO INCISO VII DO ARTIGO


144 DA CF, TRARÁ PARA OS MAIS DE 120 MIL GUARDAS MUNICIPAIS DE TODO
O PAÍS.

As Guardas Municipais, além de integrarem o capítulo da Segurança Púbica no texto


constitucional, estão inseridas entre os integrantes operacionais do Sistema Único de
Segurança Pública do pais, instituído pela Lei 13.675/2018 que também criou a Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, com a finalidade de preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação
conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança pública e defesa
social da união dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios em articulação com a
sociedade.
A Guarda Municipal figura no artigo 144 da CF/88, porém, no § 8º deste artigo, o quê,
em determinadas situações, gera questionamento referente sua atuação como órgão de
segurança pública local.
Seus integrantes atuam na proteção dos bens, serviços e instalações dos
Municípios, e dos munícipes que utilizam estes ambientes, em caso de flagrante
delito.
A lei 13.022/2014 - Estatuto Geral das Guardas Municipais, já traz a regulamentação e
institui normas gerais para as Guardas Municipais de todo o país: como competências
gerais e específicas, exigências para ingresso na carreira, obrigatoriedade de Ouvidoria
e Corregedoria própria, entre outros pontos.
Os guardas Municipais representam o 3º maior efetivo no sistema de segurança pública
do país, figurando entre os integrantes operacionais do SUSP – Sistema Único de
Segurança Pública Brasileiro. (Lei Federal nº 13.675/2018).
Em muitos Municípios Brasileiros, a Guarda Municipal é a única força de segurança
local. Hoje, ela está presente em mais de 1188 cidades.
A grande maioria das Guardas Municipais já realizam o policiamento preventivo no
âmbito dos bens serviços e instalações municipais, com seus grupos de patrulhamento
escolar, ambiental, patrulhamento de proximidade, policiamento de trânsito (por
convênio com as Secretarias Estaduais de Segurança Pública), fiscalização das
medidas protetivas da lei Maria da Penha (por meio de convênio com o Poder
Judiciário), fiscalização das medidas preventivas contra a COVID-19, fiscalização
contra maus tratos a animais, fiscalização contra poluição sonora, fiscalização contra
pichações e outros crimes de menor potencial ofensivo, uma verdadeira, polícia
comunitária.

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Abaixo, seguem alguns esclarecimentos necessários a serem realizados:

1. A inclusão das Guardas Municipais, no inciso VII do caput do Artigo 144 da


Constituição Federal trará impacto financeiro para os Municípios?

Não, muito pelo contrário. Não haverá impacto financeiro, pois não haverá nenhuma
mudança de caráter automático, pelo contrário, os municípios terão mais segurança
jurídica para que seus guardas municipais continuem atuando no patrulhamento
preventivo nos bens, serviços e instalações municipais.
2. A inclusão das Guardas Municipais, no inciso VII do caput do Artigo 144 da
Constituição Federal, trará a aplicação automática da mesma regra
previdenciária dos demais servidores civis policias?
Não, não trará. Após a Emenda Constitucional nº 103/2019, as categorias que possuem
direito a aposentadoria policial, com base na LC 51/85, estão elencadas no texto
constitucional. A PEC paralela (PEC 133/19) que contempla possibilidade dos
Municípios poderem legislar regra previdenciária diferenciada, específica para os
guardas municipais conforme realidade local, encontra-se em discussão na Câmara dos
Deputados Federais na Comissão de Constituição e Justiça da casa, já sendo aprovado
no Senado Federal.
3. A inclusão das Guardas Municipais, no inciso VII do caput do Artigo 144 da
Constituição Federal trará a extensão do porte de arma de fogo para todas
as Guardas Municipais do país?
Não. O porte de arma de fogo funcional dos guardas municipais está condicionado ao
cumprimento de requisitos previstos no Estatuto do Desarmamento (lei 10.826/2003) e
suas regulamentações, prevendo inclusive, a exigência de convênio firmado entre o
Município e a Superintendência da Polícia Federal, como condicionante para que o
efetivo seja armado.
4. E a formação das Guardas Municipais, como funciona?
A carga horária mínima para a formação, conforme, Matriz Curricular de Formação de
Guardas Municipais do Ministério da Justiça e Segurança Pública é de 536hs com as
disciplinas optativas, porém esta é a exigência mínima, pois Guardas Municipais vem
ampliando este número, é o caso da GMC de Curitiba-PR, por exemplo, que em seu
último curso de formação aplicou 760hs de formação para seus agentes. Isso
corresponde a carga horária equivalente a duas pós-graduações.
Entre a carga horária, o papel das Guardas Municipais e a Gestão Integrada da
Segurança Pública em nível Municipal, conjunto de disciplinas que contempla,
legislação, direito humanos e ética exige mais de 172hs/aula de formação e a
Conjuntura para prática da Cidadania possui carga horária de 198 horas/aulas.

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A matriz curricular também dispõe sobre a obrigação de realização de 160hs de
disciplina de Armamento e tiro, com 600 disparos obrigatórios. Entre todos os
operadores de segurança pública, as Guardas Municipais são a única força que
devem comprovar anualmente a realização de 80hs de requalificação Profissional,
onde, 65% de todo conteúdo deve ser prático, contemplando no mínimo 100 disparos
bienalmente.
5. E como o STF já se manifestou sobre a autuação dos Guardas Municipais?
O próprio Supremo Tribunal Federal no julgamento dos RE 846.854/SP reconheceu que
“as Guardas Municipais executam atividade de segurança pública essencial ao
atendimento de necessidades inadiáveis da comunidade” e no ARE 654.432 GO,
estendeu aos guardas municipais a mesma vedação ao exercício do direito de greve,
aplicada aos demais servidores policiais.
Assim, nobre parlamentar!
Contamos com seu apoio para que as Guardas Municipais continuem incluídas no inciso
VII do caput do artigo 144 da Constituição Federal, conforme relatório aprovado na
Comissão Especial desta Casa Legislativa, como órgão de segurança pública, para
única e exclusivamente, trazer SEGURANÇA JURÍDICA na atuação que, hoje, estes
profissionais já desempenham em prol da população brasileira.

Brasília, 28 de setembro de 2021.

DIRETORIA
FENAGUARDAS

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