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2019

GCM MAÚA

JM - Apostilas
Conhecimentos Específicos
Lei nº 13.022/2014 – Estatuto Geral das Guardas Municipais...................................................................1
Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990: - Titulo I – Das Disposições
Preliminares – Artigos 1º a 6º; - Título II – Dos Direitos Fundamentais – Capítulo II, Do Direito à Liberdade,
ao Respeito e à Dignidade – ................................................................................................................14
Artigos 15 a 18; Estatuto do Idoso – Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003: - Título II – Dos Direitos
Fundamentais - Artigos 8.º a 42; - Título III – Das Medidas de Proteção – Artigos 43 a 68; - Título IV – Dos
Crimes: - Capítulo II – Dos Crimes em espécie – .........................................................................................19
Artigos 95 a 108. Código Penal: - Título I, da Parte Especial – Crimes contra a pessoa, Artigos 121 a 154; -
Título II, dos Crimes contra o Patrimônio, Artigos 155 a 183...............................................................27
Constituição Federal de 1988: - TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais; - Artigo 5.º - Incisos e
Parágrafos; - Artigos 226 ao 230 - Da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso; Título V – Da Defesa
do Estado e das Instituições Democráticas: - Capítulo III – Da Segurança Pública – Artigo 144, parágrafos 1.º
ao 9.º............................................................................................................................................................34
Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha: - Artigos 1º ao 24. Lei Federal nº 9.605/1998: -
Capítulo VI – Da Infração Administrativa (Artigos 29 a 76).............................................................................37
Conhecimento do Código de Trânsito Conhecimentos de Primeiros Socorros.............................................57
Direitos Humanos: Constituição Federal Brasileira de 1988 e suas Emendas: Título I – Dos Princípios
Fundamentais. Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais, do Capítulo I – Dos Direitos e Deveres
Individuais e Coletivos. Emenda Constitucional n° 45/2004.................................................................57
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 (ONU). Lei Orgânica do Município disponível em:
http://www.maua.sp.gov.br/Secretarias/Governo/LeiOrganica.aspx Estatuto da Guarda Municipal, Lei nº
19/2014 disponível em: http://consulta.camaramaua.sp.gov.br/arquivo? id=279079 Matriz Curricular para
formação de Guardas Municipais disponível em:
http://www.justica.gov.br/suaseguranca/segurancapublica/senasp1/matrizcurricularguardasmunicipais2005
.pdf....................................................................................................................................................................70

JM - Apostilas
Nunca desista dos seus sonhos

JM – Apostilas

Por: Josias Martins


Parágrafo único. Os bens
LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE mencionados no caput abrangem os de uso
2014. comum, os de uso especial e os dominiais.

Art. 5º São competências específicas


Dispõe sobre o das guardas municipais, respeitadas as
Estatuto Geral das competências dos órgãos federais e
Guardas Municipais. estaduais:
A PRESIDENTA DA I - zelar pelos bens, equipamentos e
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso prédios públicos do Município;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei: II - prevenir e inibir, pela presença e
vigilância, bem como coibir, infrações
CAPÍTULO I penais ou administrativas e atos
infracionais que atentem contra os bens,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES serviços e instalações municipais;
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais III - atuar, preventiva e
para as guardas municipais, disciplinando permanentemente, no território do
o § 8º do art. 144 da Constituição Federal. Município, para a proteção sistêmica da
população que utiliza os bens, serviços e
Art. 2º Incumbe às guardas instalações municipais;
municipais, instituições de caráter civil,
uniformizadas e armadas conforme previsto IV - colaborar, de forma integrada
em lei, a função de proteção municipal com os órgãos de segurança pública, em
preventiva, ressalvadas as competências ações conjuntas que contribuam com a paz
da União, dos Estados e do Distrito social;
Federal.
V - colaborar com a pacificação de
CAPÍTULO II conflitos que seus integrantes
presenciarem, atentando para o respeito
DOS PRINCÍPIOS aos direitos fundamentais das pessoas;
Art. 3º São princípios mínimos de VI - exercer as competências de
atuação das guardas municipais: trânsito que lhes forem conferidas, nas vias
e logradouros municipais, nos termos
I - proteção dos direitos humanos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
fundamentais, do exercício da cidadania e
1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de
das liberdades públicas;
forma concorrente, mediante convênio
celebrado com órgão de trânsito estadual
II - preservação da vida, redução do
ou municipal;
sofrimento e diminuição das perdas;
VII - proteger o patrimônio ecológico,
III - patrulhamento preventivo;
histórico, cultural, arquitetônico e ambiental
do Município, inclusive adotando medidas
IV - compromisso com a evolução
educativas e preventivas;
social da comunidade; e
VIII - cooperar com os demais
V - uso progressivo da força.
órgãos de defesa civil em suas atividades;
CAPÍTULO III
IX - interagir com a sociedade civil
para discussão de soluções de problemas
DAS COMPETÉNCIAS
e projetos locais voltados à melhoria das
condições de segurança das comunidades;
Art. 4º É competência geral das
guardas municipais a proteção de bens,
X - estabelecer parcerias com os
serviços, logradouros públicos municipais e
órgãos estaduais e da União, ou de
instalações do Município.
Municípios vizinhos, por meio da
celebração de convênios ou consórcios,

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com vistas ao desenvolvimento de ações CAPÍTULO IV
preventivas integradas;
DA CRIAÇÃO
XI - articular-se com os órgãos
municipais de políticas sociais, visando à Art. 6º O Município pode criar, por lei,
adoção de ações interdisciplinares de sua guarda municipal.
segurança no Município;
Parágrafo único. A guarda municipal
XII - integrar-se com os demais é subordinada ao chefe do Poder Executivo
órgãos de poder de polícia administrativa, municipal.
visando a contribuir para a normatização e
a fiscalização das posturas e ordenamento Art. 7º As guardas municipais não
urbano municipal; poderão ter efetivo superior a:

XIII - garantir o atendimento de I - 0,4% (quatro décimos por cento)


ocorrências emergenciais, ou prestá-lo da população, em Municípios com até
direta e imediatamente quando deparar-se 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
com elas;
II - 0,3% (três décimos por cento) da
XIV - encaminhar ao delegado de população, em Municípios com mais de
polícia, diante de flagrante delito, o autor da 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000
infração, preservando o local do crime, (quinhentos mil) habitantes, desde que o
quando possível e sempre que necessário; efetivo não seja inferior ao disposto no
inciso I;
XV - contribuir no estudo de impacto
na segurança local, conforme plano diretor III - 0,2% (dois décimos por cento) da
municipal, por ocasião da construção de população, em Municípios com mais de
empreendimentos de grande porte; 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde
que o efetivo não seja inferior ao disposto
XVI - desenvolver ações de no inciso II.
prevenção primária à violência,
isoladamente ou em conjunto com os Parágrafo único. Se houver redução
demais órgãos da própria municipalidade, da população referida em censo ou
de outros Municípios ou das esferas estimativa oficial da Fundação Instituto
estadual e federal; Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), é garantida a preservação do
XVII - auxiliar na segurança de efetivo existente, o qual deverá ser
grandes eventos e na proteção de ajustado à variação populacional, nos
autoridades e dignatários; e termos de lei municipal.

XVIII - atuar mediante ações Art. 8º Municípios limítrofes podem,


preventivas na segurança escolar, zelando mediante consórcio público, utilizar,
pelo entorno e participando de ações reciprocamente, os serviços da guarda
educativas com o corpo discente e docente municipal de maneira compartilhada.
das unidades de ensino municipal, de
forma a colaborar com a implantação da Art. 9º A guarda municipal é formada
cultura de paz na comunidade local. por servidores públicos integrantes de
carreira única e plano de cargos e salários,
Parágrafo único. No exercício de conforme disposto em lei municipal.
suas competências, a guarda municipal
poderá colaborar ou atuar conjuntamente CAPÍTULO V
com órgãos de segurança pública da
União, dos Estados e do Distrito Federal ou DAS EXIGÊNCIAS PARA
de congêneres de Municípios vizinhos e, INVESTIDURA
nas hipóteses previstas nos incisos XIII e
XIV deste artigo, diante do comparecimento Art. 10. São requisitos básicos para
de órgão descrito nos incisos do caput do investidura em cargo público na guarda
art. 144 da Constituição Federal , deverá a municipal:
guarda municipal prestar todo o apoio à
continuidade do atendimento. I - nacionalidade brasileira;

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II - gozo dos direitos políticos; CAPÍTULO VII

III - quitação com as obrigações DO CONTROLE


militares e eleitorais;
Art. 13. O funcionamento das
IV - nível médio completo de guardas municipais será acompanhado por
escolaridade; órgãos próprios, permanentes, autônomos
e com atribuições de fiscalização,
V - idade mínima de 18 (dezoito) investigação e auditoria, mediante:
anos;
I - controle interno, exercido por
VI - aptidão física, mental e corregedoria, naquelas com efetivo
psicológica; e superior a 50 (cinquenta) servidores da
guarda e em todas as que utilizam arma de
VII - idoneidade moral comprovada fogo, para apurar as infrações disciplinares
por investigação social e certidões atribuídas aos integrantes de seu quadro; e
expedidas perante o Poder Judiciário
estadual, federal e distrital. II - controle externo, exercido por
ouvidoria, independente em relação à
Parágrafo único. Outros requisitos direção da respectiva guarda, qualquer que
poderão ser estabelecidos em lei municipal. seja o número de servidores da guarda
municipal, para receber, examinar e
CAPÍTULO VI encaminhar reclamações, sugestões,
elogios e denúncias acerca da conduta de
DA CAPACITAÇÃO seus dirigentes e integrantes e das
atividades do órgão, propor soluções,
Art. 11. O exercício das atribuições oferecer recomendações e informar os
dos cargos da guarda municipal requer resultados aos interessados, garantindo-
capacitação específica, com matriz lhes orientação, informação e resposta.
curricular compatível com suas atividades.
§ 1º O Poder Executivo municipal
Parágrafo único. Para fins do poderá criar órgão colegiado para exercer o
disposto no caput , poderá ser adaptada a controle social das atividades de segurança
matriz curricular nacional para formação do Município, analisar a alocação e
em segurança pública, elaborada pela aplicação dos recursos públicos e
Secretaria Nacional de Segurança Pública monitorar os objetivos e metas da política
(Senasp) do Ministério da Justiça. municipal de segurança e, posteriormente,
a adequação e eventual necessidade de
Art. 12. É facultada ao Município a adaptação das medidas adotadas face aos
criação de órgão de formação, treinamento resultados obtidos.
e aperfeiçoamento dos integrantes da
guarda municipal, tendo como princípios § 2º Os corregedores e ouvidores
norteadores os mencionados no art. 3º . terão mandato cuja perda será decidida
pela maioria absoluta da Câmara
§ 1º Os Municípios poderão firmar Municipal, fundada em razão relevante e
convênios ou consorciar-se, visando ao específica prevista em lei municipal.
atendimento do disposto no caput deste
artigo. Art. 14. Para efeito do disposto no
inciso I do caput do art. 13, a guarda
§ 2º O Estado poderá, mediante municipal terá código de conduta próprio,
convênio com os Municípios interessados, conforme dispuser lei municipal.
manter órgão de formação e
aperfeiçoamento centralizado, em cujo Parágrafo único. As guardas
conselho gestor seja assegurada a municipais não podem ficar sujeitas a
participação dos Municípios conveniados. regulamentos disciplinares de natureza
militar.
§ 3º O órgão referido no § 2º não
pode ser o mesmo destinado a formação, CAPÍTULO VIII
treinamento ou aperfeiçoamento de forças
militares. DAS PRERROGATIVAS

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Art. 15. Os cargos em comissão das Art. 20. É reconhecida a
guardas municipais deverão ser providos representatividade das guardas municipais
por membros efetivos do quadro de carreira no Conselho Nacional de Segurança
do órgão ou entidade. Pública, no Conselho Nacional das
Guardas Municipais e, no interesse dos
§ 1º Nos primeiros 4 (quatro) anos Municípios, no Conselho Nacional de
de funcionamento, a guarda municipal Secretários e Gestores Municipais de
poderá ser dirigida por profissional Segurança Pública.
estranho a seus quadros,
preferencialmente com experiência ou CAPÍTULO XI
formação na área de segurança ou defesa
social, atendido o disposto no caput . DISPOSIÇÕES DIVERSAS E
TRANSITÓRIAS
§ 2º Para ocupação dos cargos em
todos os níveis da carreira da guarda Art. 21. As guardas municipais
municipal, deverá ser observado o utilizarão uniforme e equipamentos
percentual mínimo para o sexo feminino, padronizados, preferencialmente, na cor
definido em lei municipal. azul-marinho.

§ 3º Deverá ser garantida a Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as


progressão funcional da carreira em todos guardas municipais existentes na data de
os níveis. sua publicação, a cujas disposições devem
adaptar-se no prazo de 2 (dois) anos.
Art. 16. Aos guardas municipais é
autorizado o porte de arma de fogo, Parágrafo único. É assegurada a
conforme previsto em lei. utilização de outras denominações
consagradas pelo uso, como guarda civil,
Parágrafo único. Suspende-se o guarda civil municipal, guarda
direito ao porte de arma de fogo em razão metropolitana e guarda civil metropolitana.
de restrição médica, decisão judicial ou
justificativa da adoção da medida pelo Art. 23. Esta Lei entra em vigor na
respectivo dirigente. data de sua publicação.

Art. 17. A Agência Nacional de Brasília, 8 de agosto de 2014; 193º


Telecomunicações (Anatel) destinará linha da Independência e 126º da República.
telefônica de número 153 e faixa exclusiva
de frequência de rádio aos Municípios que
possuam guarda municipal.

Art. 18. É assegurado ao guarda


municipal o recolhimento à cela,
isoladamente dos demais presos, quando
sujeito à prisão antes de condenação
definitiva.
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE
CAPÍTULO IX 1990.
DAS VEDAÇÕES Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências.
Art. 19. A estrutura hierárquica da
guarda municipal não pode utilizar
denominação idêntica à das forças
militares, quanto aos postos e graduações, Título I
títulos, uniformes, distintivos e
condecorações.
Das Disposições Preliminares
CAPÍTULO X
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a
DA REPRESENTATIVIDADE proteção integral à criança e ao
adolescente.

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Art. 2º Considera-se criança, para os d) destinação privilegiada de recursos
efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos públicos nas áreas relacionadas com a
de idade incompletos, e adolescente proteção à infância e à juventude.
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Art. 5º Nenhuma criança ou
Parágrafo único. Nos casos adolescente será objeto de qualquer forma
expressos em lei, aplica-se de negligência, discriminação, exploração,
excepcionalmente este Estatuto às violência, crueldade e opressão, punido na
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de forma da lei qualquer atentado, por ação ou
idade. omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 3º A criança e o adolescente Art. 6º Na interpretação desta Lei


gozam de todos os direitos fundamentais levar-se-ão em conta os fins sociais a que
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo ela se dirige, as exigências do bem comum,
da proteção integral de que trata esta Lei, os direitos e deveres individuais e coletivos,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros e a condição peculiar da criança e do
meios, todas as oportunidades e adolescente como pessoas em
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento.
desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de Capítulo II
liberdade e de dignidade.

Parágrafo único. Os direitos Do Direito à Liberdade, ao


enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as Respeito e à Dignidade
crianças e adolescentes, sem
discriminação de nascimento, situação Art. 15. A criança e o adolescente
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, têm direito à liberdade, ao respeito e à
religião ou crença, deficiência, condição dignidade como pessoas humanas em
pessoal de desenvolvimento e processo de desenvolvimento e como
aprendizagem, condição econômica, sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
ambiente social, região e local de moradia garantidos na Constituição e nas leis.
ou outra condição que diferencie as
pessoas, as famílias ou a comunidade em Art. 16. O direito à liberdade
que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de compreende os seguintes aspectos:
2016)
I - ir, vir e estar nos logradouros
Art. 4º É dever da família, da públicos e espaços comunitários,
comunidade, da sociedade em geral e do ressalvadas as restrições legais;
poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos
II - opinião e expressão;
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, III - crença e culto religioso;
ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária. IV - brincar, praticar esportes e
divertir-se;
Parágrafo único. A garantia de
prioridade compreende: V - participar da vida familiar e
comunitária, sem discriminação;
a) primazia de receber proteção e
socorro em quaisquer circunstâncias; VI - participar da vida política, na
forma da lei;
b) precedência de atendimento nos
serviços públicos ou de relevância pública; VII - buscar refúgio, auxílio e
orientação.
c) preferência na formulação e na
execução das políticas sociais públicas; Art. 17. O direito ao respeito consiste
na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral da criança e do

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adolescente, abrangendo a preservação da I - encaminhamento a programa
imagem, da identidade, da autonomia, dos oficial ou comunitário de proteção à família;
valores, idéias e crenças, dos espaços e
objetos pessoais. II - encaminhamento a tratamento
psicológico ou psiquiátrico;
Art. 18. É dever de todos velar pela
dignidade da criança e do adolescente, III - encaminhamento a cursos ou
pondo-os a salvo de qualquer tratamento programas de orientação;
desumano, violento, aterrorizante, vexatório
ou constrangedor. IV - obrigação de encaminhar a
criança a tratamento especializado;
Art. 18-A. A criança e o adolescente
têm o direito de ser educados e cuidados
V – advertência
sem o uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante, como formas de
correção, disciplina, educação ou qualquer Parágrafo único. As medidas
outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes previstas neste artigo serão aplicadas pelo
da família ampliada, pelos responsáveis, Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
pelos agentes públicos executores de providências legais.
medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-
los, educá-los ou protegê-los
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO
Parágrafo único. Para os fins desta DE 2003.
Lei, considera-se castigo físico: ação de
natureza disciplinar ou punitiva aplicada
com o uso da força física sobre a criança ou
o adolescente que resulte em: Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências.
a) sofrimento físico; ou

b) lesão;
TÍTULO II
II - tratamento cruel ou degradante: Dos Direitos Fundamentais
conduta ou forma cruel de tratamento em
relação à criança ou ao adolescente que: ( CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
a) humilhe; ou
Art. 8o O envelhecimento é um direito
b) ameace gravemente; ou personalíssimo e a sua proteção um direito
social, nos termos desta Lei e da legislação
c) ridicularize vigente.

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da Art. 9o É obrigação do Estado, garantir


família ampliada, os responsáveis, os à pessoa idosa a proteção à vida e à
agentes públicos executores de medidas saúde, mediante efetivação de políticas
socioeducativas ou qualquer pessoa sociais públicas que permitam um
encarregada de cuidar de crianças e de envelhecimento saudável e em condições
adolescentes, tratá-los, educá-los ou de dignidade.
protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como CAPÍTULO II
formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às Dignidade
seguintes medidas, que serão aplicadas de
acordo com a gravidade do caso: Art. 10. É obrigação do Estado e da
sociedade, assegurar à pessoa idosa a
liberdade, o respeito e a dignidade, como

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pessoa humana e sujeito de direitos civis, Art. 14. Se o idoso ou seus familiares
políticos, individuais e sociais, garantidos não possuírem condições econômicas de
na Constituição e nas leis. prover o seu sustento, impõe-se ao Poder
Público esse provimento, no âmbito da
§ 1o O direito à liberdade compreende, assistência social.
entre outros, os seguintes aspectos:
CAPÍTULO IV
I – faculdade de ir, vir e estar nos Do Direito à Saúde
logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições Art. 15. É assegurada a atenção
legais; integral à saúde do idoso, por intermédio
do Sistema Único de Saúde – SUS,
II – opinião e expressão; garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e
contínuo das ações e serviços, para a
III – crença e culto religioso;
prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde, incluindo a atenção
IV – prática de esportes e de especial às doenças que afetam
diversões; preferencialmente os idosos.

V – participação na vida familiar e § 1o A prevenção e a manutenção da


comunitária; saúde do idoso serão efetivadas por meio
de:
VI – participação na vida política, na
forma da lei; I – cadastramento da população idosa
em base territorial;
VII – faculdade de buscar refúgio,
auxílio e orientação. II – atendimento geriátrico e
gerontológico em ambulatórios;
§ 2o O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, III – unidades geriátricas de
psíquica e moral, abrangendo a referência, com pessoal especializado nas
preservação da imagem, da identidade, da áreas de geriatria e gerontologia social;
autonomia, de valores, idéias e crenças,
dos espaços e dos objetos pessoais.
IV – atendimento domiciliar, incluindo
a internação, para a população que dele
§ 3o É dever de todos zelar pela necessitar e esteja impossibilitada de se
dignidade do idoso, colocando-o a salvo de locomover, inclusive para idosos abrigados
qualquer tratamento desumano, violento, e acolhidos por instituições públicas,
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. filantrópicas ou sem fins lucrativos e
eventualmente conveniadas com o Poder
CAPÍTULO III Público, nos meios urbano e rural;
Dos Alimentos
V – reabilitação orientada pela
Art. 11. Os alimentos serão prestados geriatria e gerontologia, para redução das
ao idoso na forma da lei civil. seqüelas decorrentes do agravo da saúde.

Art. 12. A obrigação alimentar é § 2o Incumbe ao Poder Público


solidária, podendo o idoso optar entre os fornecer aos idosos, gratuitamente,
prestadores. medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses
Art. 13. As transações relativas a e outros recursos relativos ao tratamento,
alimentos poderão ser celebradas perante habilitação ou reabilitação.
o Promotor de Justiça ou Defensor Público,
que as referendará, e passarão a ter efeito § 3o É vedada a discriminação do
de título executivo extrajudicial nos termos idoso nos planos de saúde pela cobrança
da lei processual civil. (Redação dada de valores diferenciados em razão da
pela Lei nº 11.737, de 2008) idade.

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§ 4o Os idosos portadores de I – pelo curador, quando o idoso for
deficiência ou com limitação incapacitante interditado;
terão atendimento especializado, nos
termos da lei. II – pelos familiares, quando o idoso
não tiver curador ou este não puder ser
§ 5o É vedado exigir o contactado em tempo hábil;
comparecimento do idoso enfermo perante
os órgãos públicos, hipótese na qual será III – pelo médico, quando ocorrer
admitido o seguinte procedimento; iminente risco de vida e não houver tempo
hábil para consulta a curador ou familiar;
I - quando de interesse do poder
público, o agente promoverá o contato
IV – pelo próprio médico, quando não
necessário com o idoso em sua residência;
houver curador ou familiar conhecido, caso
ou
em que deverá comunicar o fato ao
Ministério Público.
II - quando de interesse do próprio
idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído; Art. 18. As instituições de saúde
devem atender aos critérios mínimos para
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o o atendimento às necessidades do idoso,
atendimento domiciliar pela perícia médica promovendo o treinamento e a capacitação
do Instituto Nacional do Seguro Social - dos profissionais, assim como orientação a
INSS, pelo serviço público de saúde ou cuidadores familiares e grupos de auto-
pelo serviço privado de saúde, contratado ajuda.
ou conveniado, que integre o Sistema
Único de Saúde - SUS, para expedição do Art. 19. Os casos de suspeita ou
laudo de saúde necessário ao exercício de confirmação de violência praticada contra
seus direitos sociais e de isenção idosos serão objeto de notificação
tributária. compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária,
§ 7º Em todo atendimento de saúde, bem como serão obrigatoriamente
os maiores de oitenta anos terão comunicados por eles a quaisquer dos
preferência especial sobre os demais seguintes órgãos;
idosos, exceto em caso de emergência.
I – autoridade policial;
Art. 16. Ao idoso internado ou em
observação é assegurado o direito a II – Ministério Público;
acompanhante, devendo o órgão de saúde
proporcionar as condições adequadas para III – Conselho Municipal do Idoso;
a sua permanência em tempo integral,
segundo o critério médico.
IV – Conselho Estadual do Idoso;
Parágrafo único. Caberá ao
profissional de saúde responsável pelo V – Conselho Nacional do Idoso.
tratamento conceder autorização para o
acompanhamento do idoso ou, no caso de § 1o Para os efeitos desta Lei,
impossibilidade, justificá-la por escrito. considera-se violência contra o idoso
qualquer ação ou omissão praticada em
Art. 17. Ao idoso que esteja no local público ou privado que lhe cause
domínio de suas faculdades mentais é morte, dano ou sofrimento físico ou
assegurado o direito de optar pelo psicológico.
tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável. § 2o Aplica-se, no que couber, à
notificação compulsória prevista
Parágrafo único. Não estando o idoso no caput deste artigo, o disposto na Lei
em condições de proceder à opção, esta no 6.259, de 30 de outubro de 1975.
será feita:

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CAPÍTULO V Parágrafo único. O poder público
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a
Art. 20. O idoso tem direito a publicação de livros e periódicos, de
educação, cultura, esporte, lazer, conteúdo e padrão editorial adequados ao
diversões, espetáculos, produtos e serviços idoso, que facilitem a leitura, considerada a
que respeitem sua peculiar condição de natural redução da capacidade visual.
idade.
CAPÍTULO VI
Art. 21. O Poder Público criará Da Profissionalização e do Trabalho
oportunidades de acesso do idoso à
educação, adequando currículos, Art. 26. O idoso tem direito ao
metodologias e material didático aos exercício de atividade profissional,
programas educacionais a ele destinados. respeitadas suas condições físicas,
intelectuais e psíquicas.
§ 1o Os cursos especiais para idosos
incluirão conteúdo relativo às técnicas de Art. 27. Na admissão do idoso em
comunicação, computação e demais qualquer trabalho ou emprego, é vedada a
avanços tecnológicos, para sua integração discriminação e a fixação de limite máximo
à vida moderna. de idade, inclusive para concursos,
ressalvados os casos em que a natureza
§ 2o Os idosos participarão das do cargo o exigir.
comemorações de caráter cívico ou
cultural, para transmissão de Parágrafo único. O primeiro critério de
conhecimentos e vivências às demais desempate em concurso público será a
gerações, no sentido da preservação da idade, dando-se preferência ao de idade
memória e da identidade culturais. mais elevada.

Art. 22. Nos currículos mínimos dos Art. 28. O Poder Público criará e
diversos níveis de ensino formal serão estimulará programas de:
inseridos conteúdos voltados ao processo
de envelhecimento, ao respeito e à I – profissionalização especializada
valorização do idoso, de forma a eliminar o para os idosos, aproveitando seus
preconceito e a produzir conhecimentos potenciais e habilidades para atividades
sobre a matéria. regulares e remuneradas;

Art. 23. A participação dos idosos em II – preparação dos trabalhadores


atividades culturais e de lazer será para a aposentadoria, com antecedência
proporcionada mediante descontos de pelo mínima de 1 (um) ano, por meio de
menos 50% (cinqüenta por cento) nos estímulo a novos projetos sociais, conforme
ingressos para eventos artísticos, culturais, seus interesses, e de esclarecimento sobre
esportivos e de lazer, bem como o acesso os direitos sociais e de cidadania;
preferencial aos respectivos locais.
III – estímulo às empresas privadas
Art. 24. Os meios de comunicação para admissão de idosos ao trabalho.
manterão espaços ou horários especiais
voltados aos idosos, com finalidade
CAPÍTULO VII
informativa, educativa, artística e cultural, e
Da Previdência Social
ao público sobre o processo de
envelhecimento.
Art. 29. Os benefícios de
aposentadoria e pensão do Regime Geral
Art. 25. As instituições de educação
da Previdência Social observarão, na sua
superior ofertarão às pessoas idosas, na
concessão, critérios de cálculo que
perspectiva da educação ao longo da vida,
preservem o valor real dos salários sobre
cursos e programas de extensão,
os quais incidiram contribuição, nos termos
presenciais ou a distância, constituídos por
da legislação vigente.
atividades formais e não formais.

JM - Apostilas
Parágrafo único. Os valores dos da Assistência Social – Loas. (Vide
benefícios em manutenção serão Decreto nº 6.214, de 2007)
reajustados na mesma data de reajuste do
salário-mínimo, pro rata, de acordo com Parágrafo único. O benefício já
suas respectivas datas de início ou do seu concedido a qualquer membro da família
último reajustamento, com base em nos termos do caput não será computado
percentual definido em regulamento, para os fins do cálculo da renda
observados os critérios estabelecidos familiar per capita a que se refere a Loas.
pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 35. Todas as entidades de longa
Art. 30. A perda da condição de permanência, ou casa-lar, são obrigadas a
segurado não será considerada para a firmar contrato de prestação de serviços
concessão da aposentadoria por idade, com a pessoa idosa abrigada.
desde que a pessoa conte com, no mínimo,
o tempo de contribuição correspondente ao § 1o No caso de entidades
exigido para efeito de carência na data de
filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a
requerimento do benefício.
cobrança de participação do idoso no
custeio da entidade.
Parágrafo único. O cálculo do valor do
benefício previsto no caput observará o § 2o O Conselho Municipal do Idoso
disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei
ou o Conselho Municipal da Assistência
no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou,
Social estabelecerá a forma de participação
não havendo salários-de-contribuição
prevista no § 1o, que não poderá exceder a
recolhidos a partir da competência de julho
70% (setenta por cento) de qualquer
de 1994, o disposto no art. 35 da Lei benefício previdenciário ou de assistência
no 8.213, de 1991. social percebido pelo idoso.

Art. 31. O pagamento de parcelas


§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz,
relativas a benefícios, efetuado com atraso
caberá a seu representante legal firmar o
por responsabilidade da Previdência Social, contrato a que se refere o caput deste
será atualizado pelo mesmo índice utilizado artigo.
para os reajustamentos dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social,
verificado no período compreendido entre o Art. 36. O acolhimento de idosos em
mês que deveria ter sido pago e o mês do situação de risco social, por adulto ou
efetivo pagamento. núcleo familiar, caracteriza a dependência
econômica, para os efeitos
legais. (Vigência)
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho,
1o de Maio, é a data-base dos aposentados
e pensionistas. CAPÍTULO IX
Da Habitação
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social Art. 37. O idoso tem direito a moradia
digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus
Art. 33. A assistência social aos familiares, quando assim o desejar, ou,
idosos será prestada, de forma articulada,
ainda, em instituição pública ou privada.
conforme os princípios e diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência
Social, na Política Nacional do Idoso, no § 1o A assistência integral na
Sistema Único de Saúde e demais normas modalidade de entidade de longa
pertinentes. permanência será prestada quando
verificada inexistência de grupo familiar,
casa-lar, abandono ou carência de
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65
recursos financeiros próprios ou da família.
(sessenta e cinco) anos, que não possuam
meios para prover sua subsistência, nem
de tê-la provida por sua família, é § 2o Toda instituição dedicada ao
assegurado o benefício mensal de 1 (um) atendimento ao idoso fica obrigada a
salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica manter identificação externa visível, sob

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pena de interdição, além de atender toda a assentos para os idosos, devidamente
legislação pertinente. identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
§ 3o As instituições que abrigarem
idosos são obrigadas a manter padrões de § 3o No caso das pessoas
habitação compatíveis com as compreendidas na faixa etária entre 60
necessidades deles, bem como provê-los (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos,
com alimentação regular e higiene ficará a critério da legislação local dispor
indispensáveis às normas sanitárias e com sobre as condições para exercício da
estas condizentes, sob as penas da lei. gratuidade nos meios de transporte
previstos no caput deste artigo.
Art. 38. Nos programas habitacionais,
públicos ou subsidiados com recursos Art. 40. No sistema de transporte
públicos, o idoso goza de prioridade na coletivo interestadual observar-se-á, nos
aquisição de imóvel para moradia própria, termos da legislação
observado o seguinte: específica: (Regulamento) (Vide
Decreto nº 5.934, de 2006)
I - reserva de pelo menos 3% (três por
cento) das unidades habitacionais I – a reserva de 2 (duas) vagas
residenciais para atendimento aos gratuitas por veículo para idosos com renda
idosos; (Redação dada pela Lei nº igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
12.418, de 2011)
II – desconto de 50% (cinqüenta por
II – implantação de equipamentos cento), no mínimo, no valor das passagens,
urbanos comunitários voltados ao idoso; para os idosos que excederem as vagas
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2
III – eliminação de barreiras (dois) salários-mínimos.
arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso; Parágrafo único. Caberá aos órgãos
competentes definir os mecanismos e os
IV – critérios de financiamento critérios para o exercício dos direitos
compatíveis com os rendimentos de previstos nos incisos I e II.
aposentadoria e pensão.
Art. 41. É assegurada a reserva, para
Parágrafo único. As unidades os idosos, nos termos da lei local, de 5%
residenciais reservadas para atendimento a (cinco por cento) das vagas nos
idosos devem situar-se, preferencialmente, estacionamentos públicos e privados, as
no pavimento térreo. (Incluído pela Lei quais deverão ser posicionadas de forma a
nº 12.419, de 2011) garantir a melhor comodidade ao idoso.

CAPÍTULO X Art. 42. São asseguradas a prioridade


Do Transporte e a segurança do idoso nos procedimentos
de embarque e desembarque nos veículos
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei nº
e cinco) anos fica assegurada a gratuidade
12.899, de 2013)
dos transportes coletivos públicos urbanos
e semi-urbanos, exceto nos serviços
seletivos e especiais, quando prestados TÍTULO III
paralelamente aos serviços regulares. Das Medidas de Proteção

§ 1o Para ter acesso à gratuidade, CAPÍTULO I


basta que o idoso apresente qualquer Das Disposições Gerais
documento pessoal que faça prova de sua
idade. Art. 43. As medidas de proteção ao
idoso são aplicáveis sempre que os direitos
§ 2o Nos veículos de transporte reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
coletivo de que trata este artigo, serão ou violados:
reservados 10% (dez por cento) dos

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I – por ação ou omissão da sociedade governamentais da União, dos Estados, do
ou do Estado; Distrito Federal e dos Municípios.

II – por falta, omissão ou abuso da Art. 47. São linhas de ação da política
família, curador ou entidade de de atendimento:
atendimento;
I – políticas sociais básicas, previstas
III – em razão de sua condição na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
pessoal.
II – políticas e programas de
CAPÍTULO II assistência social, em caráter supletivo,
Das Medidas Específicas de Proteção para aqueles que necessitarem;

Art. 44. As medidas de proteção ao III – serviços especiais de prevenção e


idoso previstas nesta Lei poderão ser atendimento às vítimas de negligência,
aplicadas, isolada ou cumulativamente, e maus-tratos, exploração, abuso, crueldade
levarão em conta os fins sociais a que se e opressão;
destinam e o fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários. IV – serviço de identificação e
localização de parentes ou responsáveis
Art. 45. Verificada qualquer das por idosos abandonados em hospitais e
hipóteses previstas no art. 43, o Ministério instituições de longa permanência;
Público ou o Poder Judiciário, a
requerimento daquele, poderá determinar, V – proteção jurídico-social por
dentre outras, as seguintes medidas: entidades de defesa dos direitos dos
idosos;
I – encaminhamento à família ou
curador, mediante termo de VI – mobilização da opinião pública no
responsabilidade; sentido da participação dos diversos
segmentos da sociedade no atendimento
II – orientação, apoio e do idoso.
acompanhamento temporários;
CAPÍTULO II
III – requisição para tratamento de sua Das Entidades de Atendimento ao Idoso
saúde, em regime ambulatorial, hospitalar
ou domiciliar; Art. 48. As entidades de atendimento
são responsáveis pela manutenção das
IV – inclusão em programa oficial ou próprias unidades, observadas as normas
comunitário de auxílio, orientação e de planejamento e execução emanadas do
tratamento a usuários dependentes de órgão competente da Política Nacional do
drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.
à pessoa de sua convivência que lhe cause
perturbação; Parágrafo único. As entidades
governamentais e não-governamentais de
V – abrigo em entidade; assistência ao idoso ficam sujeitas à
inscrição de seus programas, junto ao
VI – abrigo temporário. órgão competente da Vigilância Sanitária e
Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em
sua falta, junto ao Conselho Estadual ou
TÍTULO IV
Nacional da Pessoa Idosa, especificando
Da Política de Atendimento ao Idoso
os regimes de atendimento, observados os
seguintes requisitos:
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
I – oferecer instalações físicas em
condições adequadas de habitabilidade,
Art. 46. A política de atendimento ao higiene, salubridade e segurança;
idoso far-se-á por meio do conjunto
articulado de ações governamentais e não-

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II – apresentar objetivos estatutários e IV – oferecer instalações físicas em
plano de trabalho compatíveis com os condições adequadas de habitabilidade;
princípios desta Lei;
V – oferecer atendimento
III – estar regularmente constituída; personalizado;

IV – demonstrar a idoneidade de seus VI – diligenciar no sentido da


dirigentes. preservação dos vínculos familiares;

Art. 49. As entidades que VII – oferecer acomodações


desenvolvam programas de apropriadas para recebimento de visitas;
institucionalização de longa permanência
adotarão os seguintes princípios: VIII – proporcionar cuidados à saúde,
conforme a necessidade do idoso;
I – preservação dos vínculos
familiares; IX – promover atividades
educacionais, esportivas, culturais e de
II – atendimento personalizado e em lazer;
pequenos grupos;
X – propiciar assistência religiosa
III – manutenção do idoso na mesma àqueles que desejarem, de acordo com
instituição, salvo em caso de força maior; suas crenças;

IV – participação do idoso nas XI – proceder a estudo social e


atividades comunitárias, de caráter interno pessoal de cada caso;
e externo;
XII – comunicar à autoridade
V – observância dos direitos e competente de saúde toda ocorrência de
garantias dos idosos; idoso portador de doenças infecto-
contagiosas;
VI – preservação da identidade do
idoso e oferecimento de ambiente de XIII – providenciar ou solicitar que o
respeito e dignidade. Ministério Público requisite os documentos
necessários ao exercício da cidadania
Parágrafo único. O dirigente de àqueles que não os tiverem, na forma da
instituição prestadora de atendimento ao lei;
idoso responderá civil e criminalmente
pelos atos que praticar em detrimento do XIV – fornecer comprovante de
idoso, sem prejuízo das sanções depósito dos bens móveis que receberem
administrativas. dos idosos;

Art. 50. Constituem obrigações das XV – manter arquivo de anotações


entidades de atendimento: onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável,
I – celebrar contrato escrito de parentes, endereços, cidade, relação de
prestação de serviço com o idoso, seus pertences, bem como o valor de
especificando o tipo de atendimento, as contribuições, e suas alterações, se
obrigações da entidade e prestações houver, e demais dados que possibilitem
decorrentes do contrato, com os sua identificação e a individualização do
respectivos preços, se for o caso; atendimento;

II – observar os direitos e as garantias XVI – comunicar ao Ministério Público,


de que são titulares os idosos; para as providências cabíveis, a situação
de abandono moral ou material por parte
dos familiares;
III – fornecer vestuário adequado, se
for pública, e alimentação suficiente;
XVII – manter no quadro de pessoal
profissionais com formação específica.

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Art. 51. As instituições filantrópicas ou c) suspensão parcial ou total do
sem fins lucrativos prestadoras de serviço repasse de verbas públicas;
ao idoso terão direito à assistência
judiciária gratuita. d) interdição de unidade ou suspensão
de programa;
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de e) proibição de atendimento a idosos a
Atendimento bem do interesse público.

Art. 52. As entidades governamentais § 1o Havendo danos aos idosos


e não-governamentais de atendimento ao abrigados ou qualquer tipo de fraude em
idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos relação ao programa, caberá o afastamento
do Idoso, Ministério Público, Vigilância provisório dos dirigentes ou a interdição da
Sanitária e outros previstos em lei. unidade e a suspensão do programa.

Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de § 2o A suspensão parcial ou total do


1994, passa a vigorar com a seguinte repasse de verbas públicas ocorrerá
redação: quando verificada a má aplicação ou desvio
de finalidade dos recursos.
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que
trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o § 3o Na ocorrência de infração por
acompanhamento, a fiscalização e a entidade de atendimento, que coloque em
avaliação da política nacional do idoso, no risco os direitos assegurados nesta Lei,
âmbito das respectivas instâncias político- será o fato comunicado ao Ministério
administrativas." (NR) Público, para as providências cabíveis,
inclusive para promover a suspensão das
Art. 54. Será dada publicidade das atividades ou dissolução da entidade, com
prestações de contas dos recursos públicos a proibição de atendimento a idosos a bem
e privados recebidos pelas entidades de do interesse público, sem prejuízo das
atendimento. providências a serem tomadas pela
Vigilância Sanitária.
Art. 55. As entidades de atendimento
que descumprirem as determinações desta § 4o Na aplicação das penalidades,
Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da serão consideradas a natureza e a
responsabilidade civil e criminal de seus gravidade da infração cometida, os danos
dirigentes ou prepostos, às seguintes que dela provierem para o idoso, as
penalidades, observado o devido processo circunstâncias agravantes ou atenuantes e
legal: os antecedentes da entidade.

I – as entidades governamentais: CAPÍTULO IV


Das Infrações Administrativas
a) advertência;
Art. 56. Deixar a entidade de
b) afastamento provisório de seus atendimento de cumprir as determinações
dirigentes; do art. 50 desta Lei:

c) afastamento definitivo de seus Pena – multa de R$ 500,00


dirigentes; (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil
reais), se o fato não for caracterizado como
crime, podendo haver a interdição do
d) fechamento de unidade ou
estabelecimento até que sejam cumpridas
interdição de programa;
as exigências legais.
II – as entidades não-governamentais:
Parágrafo único. No caso de
interdição do estabelecimento de longa
a) advertência; permanência, os idosos abrigados serão
transferidos para outra instituição, a
b) multa;

JM - Apostilas
expensas do estabelecimento interditado, I – pelo autuante, no instrumento de
enquanto durar a interdição. autuação, quando for lavrado na presença
do infrator;
Art. 57. Deixar o profissional de saúde
ou o responsável por estabelecimento de II – por via postal, com aviso de
saúde ou instituição de longa permanência recebimento.
de comunicar à autoridade competente os
casos de crimes contra idoso de que tiver Art. 62. Havendo risco para a vida ou
conhecimento: à saúde do idoso, a autoridade competente
aplicará à entidade de atendimento as
Pena – multa de R$ 500,00 sanções regulamentares, sem prejuízo da
(quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil iniciativa e das providências que vierem a
reais), aplicada em dobro no caso de ser adotadas pelo Ministério Público ou
reincidência. pelas demais instituições legitimadas para
a fiscalização.
Art. 58. Deixar de cumprir as
determinações desta Lei sobre a prioridade Art. 63. Nos casos em que não houver
no atendimento ao idoso: risco para a vida ou a saúde da pessoa
idosa abrigada, a autoridade competente
Pena – multa de R$ 500,00 aplicará à entidade de atendimento as
(quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil sanções regulamentares, sem prejuízo da
reais) e multa civil a ser estipulada pelo iniciativa e das providências que vierem a
juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso. ser adotadas pelo Ministério Público ou
pelas demais instituições legitimadas para
CAPÍTULO V a fiscalização.
Da Apuração Administrativa de Infração
às CAPÍTULO VI
Normas de Proteção ao Idoso Da Apuração Judicial de Irregularidades
em Entidade de Atendimento
Art. 59. Os valores monetários
expressos no Capítulo IV serão atualizados Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente,
anualmente, na forma da lei. ao procedimento administrativo de que
trata este Capítulo as disposições das Leis
Art. 60. O procedimento para a nos 6.437, de 20 de agosto de 1977,
imposição de penalidade administrativa por e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
infração às normas de proteção ao idoso
terá início com requisição do Ministério Art. 65. O procedimento de apuração
Público ou auto de infração elaborado por de irregularidade em entidade
servidor efetivo e assinado, se possível, por governamental e não-governamental de
duas testemunhas. atendimento ao idoso terá início mediante
petição fundamentada de pessoa
interessada ou iniciativa do Ministério
§ 1o No procedimento iniciado com o
Público.
auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a
natureza e as circunstâncias da infração. Art. 66. Havendo motivo grave, poderá
a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público, decretar liminarmente o
§ 2o Sempre que possível, à
afastamento provisório do dirigente da
verificação da infração seguir-se-á a
lavratura do auto, ou este será lavrado entidade ou outras medidas que julgar
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por adequadas, para evitar lesão aos direitos
motivo justificado. do idoso, mediante decisão fundamentada.

Art. 67. O dirigente da entidade será


Art. 61. O autuado terá prazo de 10
(dez) dias para a apresentação da defesa, citado para, no prazo de 10 (dez) dias,
contado da data da intimação, que será oferecer resposta escrita, podendo juntar
feita: documentos e indicar as provas a produzir.

JM - Apostilas
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz § 2o A pena será aumentada de 1/3
procederá na conformidade do art. 69 ou, (um terço) se a vítima se encontrar sob os
se necessário, designará audiência de cuidados ou responsabilidade do agente.
instrução e julgamento, deliberando sobre a
necessidade de produção de outras provas. Art. 97. Deixar de prestar assistência
ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco
§ 1o Salvo manifestação em audiência, pessoal, em situação de iminente perigo,
as partes e o Ministério Público terão 5 ou recusar, retardar ou dificultar sua
(cinco) dias para oferecer alegações finais, assistência à saúde, sem justa causa, ou
decidindo a autoridade judiciária em igual não pedir, nesses casos, o socorro de
prazo. autoridade pública:

§ 2o Em se tratando de afastamento Pena – detenção de 6 (seis) meses a


provisório ou definitivo de dirigente de 1 (um) ano e multa.
entidade governamental, a autoridade
judiciária oficiará a autoridade Parágrafo único. A pena é aumentada
administrativa imediatamente superior ao de metade, se da omissão resulta lesão
afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e corporal de natureza grave, e triplicada, se
quatro) horas para proceder à substituição. resulta a morte.

§ 3o Antes de aplicar qualquer das Art. 98. Abandonar o idoso em


medidas, a autoridade judiciária poderá hospitais, casas de saúde, entidades de
fixar prazo para a remoção das longa permanência, ou congêneres, ou não
irregularidades verificadas. Satisfeitas as prover suas necessidades básicas, quando
exigências, o processo será extinto, sem obrigado por lei ou mandado:
julgamento do mérito.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a
§ 4o A multa e a advertência serão 3 (três) anos e multa.
impostas ao dirigente da entidade ou ao
responsável pelo programa de Art. 99. Expor a perigo a integridade e
atendimento. a saúde, física ou psíquica, do idoso,
submetendo-o a condições desumanas ou
CAPÍTULO II degradantes ou privando-o de alimentos e
Dos Crimes em Espécie cuidados indispensáveis, quando obrigado
a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei excessivo ou inadequado:
são de ação penal pública incondicionada,
não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Pena – detenção de 2 (dois) meses a
Código Penal. 1 (um) ano e multa.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, § 1o Se do fato resulta lesão corporal


impedindo ou dificultando seu acesso a de natureza grave:
operações bancárias, aos meios de
transporte, ao direito de contratar ou por Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)
qualquer outro meio ou instrumento
anos.
necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
§ 2o Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1
(um) ano e multa. Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12
(doze) anos.
§ 1o Na mesma pena incorre quem
desdenhar, humilhar, menosprezar ou Art. 100. Constitui crime punível com
discriminar pessoa idosa, por qualquer reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
motivo. multa:

I – obstar o acesso de alguém a


qualquer cargo público por motivo de idade;

JM - Apostilas
II – negar a alguém, por motivo de Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três)
idade, emprego ou trabalho; anos e multa.

III – recusar, retardar ou dificultar Art. 106. Induzir pessoa idosa sem
atendimento ou deixar de prestar discernimento de seus atos a outorgar
assistência à saúde, sem justa causa, a procuração para fins de administração de
pessoa idosa; bens ou deles dispor livremente:

IV – deixar de cumprir, retardar ou Pena – reclusão de 2 (dois) a 4


frustrar, sem justo motivo, a execução de (quatro) anos.
ordem judicial expedida na ação civil a que
alude esta Lei; Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o
idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
V – recusar, retardar ou omitir dados procuração:
técnicos indispensáveis à propositura da
ação civil objeto desta Lei, quando Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)
requisitados pelo Ministério Público. anos.

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar Art. 108. Lavrar ato notarial que
ou frustrar, sem justo motivo, a execução envolva pessoa idosa sem discernimento
de ordem judicial expedida nas ações em de seus atos, sem a devida representação
que for parte ou interveniente o idoso: legal:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a Pena – reclusão de 2 (dois) a 4


1 (um) ano e multa. (quatro) anos.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar


bens, proventos, pensão ou qualquer outro
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação
diversa da de sua finalidade: DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE
DEZEMBRO DE 1940.
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)
anos e multa. Código Penal.

Art. 103. Negar o acolhimento ou a


permanência do idoso, como abrigado, por
recusa deste em outorgar procuração à PARTE ESPECIAL
entidade de atendimento: (Vide Lei nº 7.209, de 1984)

Pena – detenção de 6 (seis) meses a TÍTULO I


1 (um) ano e multa. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

Art. 104. Reter o cartão magnético de CAPÍTULO I


conta bancária relativa a benefícios, DOS CRIMES CONTRA A VIDA
proventos ou pensão do idoso, bem como
qualquer outro documento com objetivo de
assegurar recebimento ou ressarcimento Homicídio simples
de dívida:
Art. 121. Matar alguem:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a
2 (dois) anos e multa. Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Art. 105. Exibir ou veicular, por Caso de diminuição de pena


qualquer meio de comunicação,
informações ou imagens depreciativas ou § 1º Se o agente comete o crime
injuriosas à pessoa do idoso: impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta

JM - Apostilas
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a § 3º Se o homicídio é culposo:
pena de um sexto a um terço.
Pena - detenção, de um a três anos.
Homicídio qualificado
Aumento de pena
§ 2° Se o homicídio é cometido:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é
I - mediante paga ou promessa de aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
recompensa, ou por outro motivo torpe; resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
II - por motivo futil; deixa de prestar imediato socorro à vítima,
não procura diminuir as conseqüências do
III - com emprego de veneno, fogo, seu ato, ou foge para evitar prisão em
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o
perigo comum; crime é praticado contra pessoa menor de
14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
IV - à traição, de emboscada, ou anos.
mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa § 5º - Na hipótese de homicídio
do ofendido; culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as conseqüências da infração
V - para assegurar a execução, a atingirem o próprio agente de forma tão
ocultação, a impunidade ou vantagem de grave que a sanção penal se torne
outro crime: desnecessária

Pena - reclusão, de doze a trinta § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um


anos. terço) até a metade se o crime for praticado
por milícia privada, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança, ou por
Feminicídio grupo de extermínio.

VI - contra a mulher por razões da § 7o A pena do feminicídio é


condição de sexo feminino; aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado;
VII – contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da I - durante a gestação ou nos 3 (três)
Constituição Federal, integrantes do meses posteriores ao parto;
sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função
ou em decorrência dela, ou contra seu II - contra pessoa menor de 14
cônjuge, companheiro ou parente (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
consanguíneo até terceiro grau, em razão anos, com deficiência ou portadora de
dessa condição: doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
III - na presença física ou virtual de
§ 2o-A Considera-se que há razões de descendente ou de ascendente da vítima;
condição de sexo feminino quando o crime
envolve:
IV - em descumprimento das
medidas protetivas de urgência previstas
I - violência doméstica e familiar; nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
II - menosprezo ou discriminação à 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de
condição de mulher. 2018)

Homicídio culposo

JM - Apostilas
Induzimento, instigação ou auxílio mediante fraude, grave ameaça ou
a suicídio violência

Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a Forma qualificada


suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que
o faça: Art. 127 - As penas cominadas nos
dois artigos anteriores são aumentadas de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, um terço, se, em conseqüência do aborto
se o suicídio se consuma; ou reclusão, de ou dos meios empregados para provocá-lo,
um a três anos, se da tentativa de suicídio a gestante sofre lesão corporal de natureza
resulta lesão corporal de natureza grave. grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Art. 128 - Não se pune o aborto
Aumento de pena praticado por médico:

I - se o crime é praticado por motivo Aborto necessário


egoístico;
I - se não há outro meio de salvar a
II - se a vítima é menor ou tem vida da gestante;
diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência. Aborto no caso de gravidez
resultante de estupro
Infanticídio
II - se a gravidez resulta de estupro e
Art. 123 - Matar, sob a influência do o aborto é precedido de consentimento da
estado puerperal, o próprio filho, durante o gestante ou, quando incapaz, de seu
parto ou logo após: representante legal.

Pena - detenção, de dois a seis anos. CAPÍTULO II


DAS LESÕES CORPORAIS
Aborto provocado pela gestante ou
com seu consentimento Lesão corporal

Art. 124 - Provocar aborto em si Art. 129. Ofender a integridade


mesma ou consentir que outrem lho corporal ou a saúde de outrem:
provoque:
Pena - detenção, de três meses a um
Pena - detenção, de um a três anos. ano.

Aborto provocado por terceiro Lesão corporal de natureza grave

Art. 125 - Provocar aborto, sem o § 1º Se resulta:


consentimento da gestante:
I - Incapacidade para as ocupações
Pena - reclusão, de três a dez anos. habituais, por mais de trinta dias;

Art. 126 - Provocar aborto com o II - perigo de vida;


consentimento da gestante:
III - debilidade permanente de
Pena - reclusão, de um a quatro anos. membro, sentido ou função;

Parágrafo único. Aplica-se a pena do IV - aceleração de parto:


artigo anterior, se a gestante não é maior
de quatorze anos, ou é alienada ou debil Pena - reclusão, de um a cinco anos.
mental, ou se o consentimento é obtido

JM - Apostilas
§ 2° Se resulta: § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um
terço) se ocorrer qualquer das hipóteses
I - Incapacidade permanente para o dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
trabalho; Código.

II - enfermidade incuravel; § 8º - Aplica-se à lesão culposa o


disposto no § 5º do art. 121.
III perda ou inutilização do membro,
sentido ou função; Violência Doméstica

IV - deformidade permanente;
§ 9o Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge
V - aborto: ou companheiro, ou com quem conviva ou
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se
Pena - reclusão, de dois a oito anos. o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:
Lesão corporal seguida de morte
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3
§ 3° Se resulta morte e as (três) anos.
circunstâncias evidenciam que o agente
não quís o resultado, nem assumiu o risco § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a
de produzí-lo: 3o deste artigo, se as circunstâncias são as
indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se
Pena - reclusão, de quatro a doze a pena em 1/3 (um terço).
anos.
§ 11. Na hipótese do § 9o deste
Diminuição de pena artigo, a pena será aumentada de um terço
se o crime for cometido contra pessoa
§ 4° Se o agente comete o crime portadora de deficiência.
impelido por motivo de relevante valor
social ou moral ou sob o domínio de § 12. Se a lesão for praticada contra
violenta emoção, logo em seguida a injusta autoridade ou agente descrito nos arts.
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 142 e 144 da Constituição
pena de um sexto a um terço. Federal, integrantes do sistema prisional e
da Força Nacional de Segurança Pública,
Substituição da pena no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau,
§ 5° O juiz, não sendo graves as em razão dessa condição, a pena é
lesões, pode ainda substituir a pena de aumentada de um a dois terços.
detenção pela de multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis:
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA
I - se ocorre qualquer das hipóteses SAÚDE
do parágrafo anterior;
Perigo de contágio venéreo
II - se as lesões são recíprocas.
Art. 130 - Expor alguém, por meio de
Lesão corporal culposa relações sexuais ou qualquer ato libidinoso,
a contágio de moléstia venérea, de que
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº sabe ou deve saber que está contaminado:
4.611, de 1965)
Pena - detenção, de três meses a um
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
ano.
§ 1º - Se é intenção do agente
Aumento de pena transmitir a moléstia:

JM - Apostilas
Pena - reclusão, de um a quatro anos, § 3º - As penas cominadas neste
e multa. artigo aumentam-se de um terço:

§ 2º - Somente se procede mediante I - se o abandono ocorre em lugar


representação. ermo;

Perigo de contágio de moléstia II - se o agente é ascendente ou


grave descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
Art. 131 - Praticar, com o fim de
transmitir a outrem moléstia grave de que III – se a vítima é maior de 60
está contaminado, ato capaz de produzir o (sessenta) anos
contágio:
Exposição ou abandono de recém-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, nascido
e multa.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-
Perigo para a vida ou saúde de nascido, para ocultar desonra própria:
outrem
Pena - detenção, de seis meses a dois
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de anos.
outrem a perigo direto e iminente:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal
Pena - detenção, de três meses a um de natureza grave:
ano, se o fato não constitui crime mais
grave.
Pena - detenção, de um a três anos.

Parágrafo único. A pena é § 2º - Se resulta a morte:


aumentada de um sexto a um terço se a
exposição da vida ou da saúde de outrem a
Pena - detenção, de dois a seis anos.
perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em
estabelecimentos de qualquer natureza, em Omissão de socorro
desacordo com as normas legais;
Art. 135 - Deixar de prestar
Abandono de incapaz assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
Art. 133 - Abandonar pessoa que está ao desamparo ou em grave e iminente
sob seu cuidado, guarda, vigilância ou perigo; ou não pedir, nesses casos, o
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz
socorro da autoridade pública:
de defender-se dos riscos resultantes do
abandono:
Pena - detenção, de um a seis meses,
ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a três
anos.
Parágrafo único - A pena é aumentada
de metade, se da omissão resulta lesão
§ 1º - Se do abandono resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se
corporal de natureza grave:
resulta a morte.

Pena - reclusão, de um a cinco anos.


Condicionamento de atendimento
médico-hospitalar emergencial
§ 2º - Se resulta a morte:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução,
Pena - reclusão, de quatro a doze nota promissória ou qualquer garantia, bem
anos. como o preenchimento prévio de
formulários administrativos, como condição
Aumento de pena

JM - Apostilas
para o atendimento médico-hospitalar CAPÍTULO V
emergencial: DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Pena - detenção, de 3 (três) meses a Calúnia


1 (um) ano, e multa.
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-
Parágrafo único. A pena é aumentada lhe falsamente fato definido como crime:
até o dobro se da negativa de atendimento
resulta lesão corporal de natureza grave, e Pena - detenção, de seis meses a dois
até o triplo se resulta a morte. anos, e multa.

Maus-tratos § 1º - Na mesma pena incorre quem,


sabendo falsa a imputação, a propala ou
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a divulga.
saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, § 2º - É punível a calúnia contra os
ensino, tratamento ou custódia, quer mortos.
privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a
Exceção da verdade
trabalho excessivo ou inadequado, quer
abusando de meios de correção ou
disciplina: § 3º - Admite-se a prova da verdade,
salvo:
Pena - detenção, de dois meses a um
ano, ou multa. I - se, constituindo o fato imputado
crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal
de natureza grave:
II - se o fato é imputado a qualquer
das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
III - se do crime imputado, embora de
§ 2º - Se resulta a morte: ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
Pena - reclusão, de quatro a doze
anos.
Difamação

§ 3º - Aumenta-se a pena de um Art. 139 - Difamar alguém, imputando-


terço, se o crime é praticado contra pessoa lhe fato ofensivo à sua reputação:
menor de 14 (catorze) anos.
Pena - detenção, de três meses a um
CAPÍTULO IV ano, e multa.
DA RIXA
Exceção da verdade
Rixa
Parágrafo único - A exceção da
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para verdade somente se admite se o ofendido é
separar os contendores: funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
Pena - detenção, de quinze dias a
dois meses, ou multa. Injúria

Parágrafo único - Se ocorre morte ou Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-


lesão corporal de natureza grave, aplica-se, lhe a dignidade ou o decoro:
pelo fato da participação na rixa, a pena de
detenção, de seis meses a dois anos. Pena - detenção, de um a seis meses,
ou multa.

JM - Apostilas
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a I - a ofensa irrogada em juízo, na
pena: discussão da causa, pela parte ou por seu
procurador;
I - quando o ofendido, de forma
reprovável, provocou diretamente a injúria; II - a opinião desfavorável da crítica
literária, artística ou científica, salvo quando
II - no caso de retorsão imediata, que inequívoca a intenção de injuriar ou
consista em outra injúria. difamar;

§ 2º - Se a injúria consiste em III - o conceito desfavorável emitido


violência ou vias de fato, que, por sua por funcionário público, em apreciação ou
natureza ou pelo meio empregado, se informação que preste no cumprimento de
considerem aviltantes: dever do ofício.

Pena - detenção, de três meses a um Parágrafo único - Nos casos dos ns. I
ano, e multa, além da pena correspondente e III, responde pela injúria ou pela
à violência. difamação quem lhe dá publicidade.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização Retratação


de elementos referentes a raça, cor, etnia,
religião, origem ou a condição de pessoa Art. 143 - O querelado que, antes da
idosa ou portadora de deficiência: sentença, se retrata cabalmente da calúnia
ou da difamação, fica isento de pena.
Pena - reclusão de um a três anos e
multa. Parágrafo único. Nos casos em que o
querelado tenha praticado a calúnia ou a
Disposições comuns difamação utilizando-se de meios de
comunicação, a retratação dar-se-á, se
assim desejar o ofendido, pelos mesmos
Art. 141 - As penas cominadas neste
meios em que se praticou a ofensa
Capítulo aumentam-se de um terço, se
qualquer dos crimes é cometido:
Art. 144 - Se, de referências, alusões
ou frases, se infere calúnia, difamação ou
I - contra o Presidente da República,
injúria, quem se julga ofendido pode pedir
ou contra chefe de governo estrangeiro;
explicações em juízo. Aquele que se
recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as
II - contra funcionário público, em dá satisfatórias, responde pela ofensa.
razão de suas funções;
Art. 145 - Nos crimes previstos neste
III - na presença de várias pessoas, ou Capítulo somente se procede mediante
por meio que facilite a divulgação da queixa, salvo quando, no caso do art. 140,
calúnia, da difamação ou da injúria. § 2º, da violência resulta lesão corporal.

IV – contra pessoa maior de 60 Parágrafo único. Procede-se


(sessenta) anos ou portadora de mediante requisição do Ministro da Justiça,
deficiência, exceto no caso de injúria. no caso do inciso I do caput do art. 141
deste Código, e mediante representação do
Parágrafo único - Se o crime é ofendido, no caso do inciso II do mesmo
cometido mediante paga ou promessa de artigo, bem como no caso do § 3o do art.
recompensa, aplica-se a pena em dobro. 140 deste Código.

Exclusão do crime CAPÍTULO VI


DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
INDIVIDUAL
Art. 142 - Não constituem injúria ou
difamação punível:
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
PESSOAL

JM - Apostilas
Constrangimento ilegal I – se a vítima é ascendente,
descendente, cônjuge ou companheiro do
Art. 146 - Constranger alguém, agente ou maior de 60 (sessenta)
mediante violência ou grave ameaça, ou anos;
depois de lhe haver reduzido, por qualquer
outro meio, a capacidade de resistência, a II - se o crime é praticado mediante
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o internação da vítima em casa de saúde ou
que ela não manda: hospital;

Pena - detenção, de três meses a um III - se a privação da liberdade dura


ano, ou multa. mais de quinze dias.

Aumento de pena IV – se o crime é praticado contra


menor de 18 (dezoito) anos;
§ 1º - As penas aplicam-se
cumulativamente e em dobro, quando, para V – se o crime é praticado com fins
a execução do crime, se reúnem mais de libidinosos.
três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de
§ 2º - Além das penas cominadas, maus-tratos ou da natureza da detenção,
aplicam-se as correspondentes à violência. grave sofrimento físico ou moral:

§ 3º - Não se compreendem na Pena - reclusão, de dois a oito anos.


disposição deste artigo:
Redução a condição análoga à de
I - a intervenção médica ou cirúrgica, escravo
sem o consentimento do paciente ou de
seu representante legal, se justificada por Art. 149. Reduzir alguém a condição
iminente perigo de vida; análoga à de escravo, quer submetendo-o
a trabalhos forçados ou a jornada
II - a coação exercida para impedir exaustiva, quer sujeitando-o a condições
suicídio. degradantes de trabalho, quer restringindo,
por qualquer meio, sua locomoção em
Ameaça razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto:
Art. 147 - Ameaçar alguém, por
palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro Pena - reclusão, de dois a oito anos, e
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e multa, além da pena correspondente à
grave: violência.

Pena - detenção, de um a seis meses, § 1o Nas mesmas penas incorre


ou multa. quem:

Parágrafo único - Somente se procede I – cerceia o uso de qualquer meio de


mediante representação. transporte por parte do trabalhador, com o
fim de retê-lo no local de trabalho;
Seqüestro e cárcere privado
II – mantém vigilância ostensiva no
local de trabalho ou se apodera de
Art. 148 - Privar alguém de sua
liberdade, mediante seqüestro ou cárcere documentos ou objetos pessoais do
privado: trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho.
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2o A pena é aumentada de metade,
se o crime é cometido:
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a
cinco anos:
I – contra criança ou adolescente;

JM - Apostilas
II – por motivo de preconceito de raça, Violação de domicílio
cor, etnia, religião ou origem.
Art. 150 - Entrar ou permanecer,
Tráfico de Pessoas clandestina ou astuciosamente, ou contra a
vontade expressa ou tácita de quem de
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, direito, em casa alheia ou em suas
transportar, transferir, comprar, alojar ou dependências:
acolher pessoa, mediante grave ameaça,
violência, coação, fraude ou abuso, com a Pena - detenção, de um a três meses,
finalidade de: ou multa.

I - remover-lhe órgãos, tecidos ou § 1º - Se o crime é cometido durante a


partes do corpo; noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego
de violência ou de arma, ou por duas ou
II - submetê-la a trabalho em mais pessoas:
condições análogas à de escravo;
Pena - detenção, de seis meses a dois
III - submetê-la a qualquer tipo de anos, além da pena correspondente à
servidão; violência.

IV - adoção ilegal; ou § 2º - Aumenta-se a pena de um terço,


se o fato é cometido por funcionário
V - exploração sexual. público, fora dos casos legais, ou com
inobservância das formalidades
estabelecidas em lei, ou com abuso do
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 poder.
(oito) anos, e multa.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou
§ 1o A pena é aumentada de um permanência em casa alheia ou em suas
terço até a metade se dependências:

I - o crime for cometido por I - durante o dia, com observância das


funcionário público no exercício de suas formalidades legais, para efetuar prisão ou
funções ou a pretexto de exercê- outra diligência;
las;
II - a qualquer hora do dia ou da noite,
II - o crime for cometido contra quando algum crime está sendo ali
criança, adolescente ou pessoa idosa ou praticado ou na iminência de o ser.
com deficiência:
§ 4º - A expressão "casa"
III - o agente se prevalecer de compreende:
relações de parentesco, domésticas, de
coabitação, de hospitalidade, de
I - qualquer compartimento habitado;
dependência econômica, de autoridade ou
de superioridade hierárquica inerente ao
exercício de emprego, cargo ou função; II - aposento ocupado de habitação
ou coletiva;

IV - a vítima do tráfico de pessoas for III - compartimento não aberto ao


retirada do território nacional. público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.
§ 2o A pena é reduzida de um a dois
terços se o agente for primário e não § 5º - Não se compreendem na
integrar organização criminosa. expressão "casa":

SEÇÃO II I - hospedaria, estalagem ou qualquer


DOS CRIMES CONTRA A outra habitação coletiva, enquanto aberta,
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

JM - Apostilas
salvo a restrição do n.º II do parágrafo § 4º - Somente se procede mediante
anterior; representação, salvo nos casos do § 1º, IV,
e do § 3º.
II - taverna, casa de jogo e outras do
mesmo gênero. Correspondência comercial

SEÇÃO III Art. 152 - Abusar da condição de sócio


DOS CRIMES CONTRA A ou empregado de estabelecimento
INVIOLABILIDADE DE comercial ou industrial para, no todo ou em
CORRESPONDÊNCIA parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
correspondência, ou revelar a estranho seu
Violação de correspondência conteúdo:

Art. 151 - Devassar indevidamente o Pena - detenção, de três meses a dois


conteúdo de correspondência fechada, anos.
dirigida a outrem:
Parágrafo único - Somente se procede
Pena - detenção, de um a seis meses, mediante representação.
ou multa.
SEÇÃO IV
Sonegação ou destruição de DOS CRIMES CONTRA A
correspondência INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

§ 1º - Na mesma pena incorre: Divulgação de segredo

I - quem se apossa indevidamente de Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa


correspondência alheia, embora não causa, conteúdo de documento particular
fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou de correspondência confidencial, de que
ou destrói; é destinatário ou detentor, e cuja
divulgação possa produzir dano a outrem:
Violação de comunicação
telegráfica, radioelétrica ou telefônica Pena - detenção, de um a seis meses,
ou multa, de trezentos mil réis a dois
II - quem indevidamente divulga, contos de réis.
transmite a outrem ou utiliza abusivamente
comunicação telegráfica ou radioelétrica § 1º Somente se procede mediante
dirigida a terceiro, ou conversação representação
telefônica entre outras pessoas;
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa,
III - quem impede a comunicação ou a informações sigilosas ou reservadas, assim
conversação referidas no número anterior; definidas em lei, contidas ou não nos
sistemas de informações ou banco de
IV - quem instala ou utiliza estação ou dados da Administração Pública
aparelho radioelétrico, sem observância de
disposição legal. Pena – detenção, de 1 (um) a 4
(quatro) anos, e multa
§ 2º - As penas aumentam-se de
metade, se há dano para outrem. § 2o Quando resultar prejuízo para a
Administração Pública, a ação penal será
§ 3º - Se o agente comete o crime, incondicionada.
com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico: Violação do segredo profissional

Pena - detenção, de um a três anos. Art. 154 - Revelar alguém, sem justa
causa, segredo, de que tem ciência em
razão de função, ministério, ofício ou

JM - Apostilas
profissão, e cuja revelação possa produzir II - Presidente do Supremo Tribunal
dano a outrem: Federal;

Pena - detenção, de três meses a um III - Presidente da Câmara dos


ano, ou multa de um conto a dez contos de Deputados, do Senado Federal, de
réis. Assembleia Legislativa de Estado, da
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou
Parágrafo único - Somente se procede de Câmara Municipal; ou
mediante representação.
IV - dirigente máximo da
Invasão de dispositivo administração direta e indireta federal,
informático estadual, municipal ou do Distrito
Federal.
Art. 154-A. Invadir dispositivo
informático alheio, conectado ou não à rede Ação penal
de computadores, mediante violação
indevida de mecanismo de segurança e Art. 154-B. Nos crimes definidos no
com o fim de obter, adulterar ou destruir art. 154-A, somente se procede mediante
dados ou informações sem autorização representação, salvo se o crime é cometido
expressa ou tácita do titular do dispositivo contra a administração pública direta ou
ou instalar vulnerabilidades para obter indireta de qualquer dos Poderes da União,
vantagem ilícita: Estados, Distrito Federal ou Municípios ou
contra empresas concessionárias de
Pena - detenção, de 3 (três) meses a serviços públicos.
1 (um) ano, e multa.
TÍTULO II
§ 1o Na mesma pena incorre quem DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
produz, oferece, distribui, vende ou difunde
dispositivo ou programa de computador CAPÍTULO I
com o intuito de permitir a prática da DO FURTO
conduta definida no caput.
Furto
§ 2o Aumenta-se a pena de um
sexto a um terço se da invasão resulta Art. 155 - Subtrair, para si ou para
prejuízo econômico. outrem, coisa alheia móvel:

§ 3o Se da invasão resultar a Pena - reclusão, de um a quatro anos,


obtenção de conteúdo de comunicações e multa.
eletrônicas privadas, segredos comerciais
ou industriais, informações sigilosas, assim
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço,
definidas em lei, ou o controle remoto não
se o crime é praticado durante o repouso
autorizado do dispositivo invadido:
noturno.

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a


§ 2º - Se o criminoso é primário, e é
2 (dois) anos, e multa, se a conduta não
de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
constitui crime mais grave.
pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços,
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta- ou aplicar somente a pena de multa.
se a pena de um a dois terços se houver
divulgação, comercialização ou
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a
transmissão a terceiro, a qualquer título,
energia elétrica ou qualquer outra que
dos dados ou informações obtidos
tenha valor econômico.

§ 5o Aumenta-se a pena de um terço


Furto qualificado
à metade se o crime for praticado contra;
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a
I - Presidente da República, oito anos, e multa, se o crime é cometido:
governadores e prefeitos;

JM - Apostilas
I - com destruição ou rompimento de Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia,
obstáculo à subtração da coisa; para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois
II - com abuso de confiança, ou de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
mediante fraude, escalada ou destreza; impossibilidade de resistência:

III - com emprego de chave falsa; Pena - reclusão, de quatro a dez anos,
e multa.
IV - mediante concurso de duas ou
mais pessoas. § 1º - Na mesma pena incorre
quem, logo depois de subtraída a
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 coisa, emprega violência contra
(quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver pessoa ou grave ameaça, a fim de
emprego de explosivo ou de artefato
análogo que cause perigo
assegurar a impunidade do crime ou
comum. a detenção da coisa para si ou para
terceiro.
§ 5º - A pena é de reclusão de três a
oito anos, se a subtração for de veículo § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um
automotor que venha a ser transportado terço) até metade:
para outro Estado ou para o exterior.
I – (revogado); (Redação dada
6o
§ A pena é de reclusão de 2 (dois) pela Lei nº 13.654, de 2018)
a 5 (cinco) anos se a subtração for de
semovente domesticável de produção, II - se há o concurso de duas ou mais
ainda que abatido ou dividido em partes no pessoas;
local da subtração.
III - se a vítima está em serviço de
§ 7º A pena é de reclusão de 4 transporte de valores e o agente conhece
(quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a tal circunstância.
subtração for de substâncias explosivas ou
de acessórios que, conjunta ou IV - se a subtração for de veículo
isoladamente, possibilitem sua fabricação, automotor que venha a ser transportado
montagem ou emprego. para outro Estado ou para o
exterior;
Furto de coisa comum
V - se o agente mantém a vítima em
Art. 156 - Subtrair o condômino, co- seu poder, restringindo sua
herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a liberdade.
quem legitimamente a detém, a coisa
comum: VI – se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta
Pena - detenção, de seis meses a dois ou isoladamente, possibilitem sua
anos, ou multa. fabricação, montagem ou
emprego.
§ 1º - Somente se procede mediante
representação. § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3
(dois terços):
§ 2º - Não é punível a subtração de
coisa comum fungível, cujo valor não I – se a violência ou ameaça é
excede a quota a que tem direito o agente. exercida com emprego de arma de
fogo;
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO II – se há destruição ou rompimento
de obstáculo mediante o emprego de
Roubo explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum.

JM - Apostilas
§ 3º Se da violência resulta: Pena - reclusão, de doze a vinte
anos.
I – lesão corporal grave, a pena é de
reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e § 2º - Se do fato resulta lesão corporal
multa; de natureza grave:

II – morte, a pena é de reclusão de 20


(vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Pena - reclusão, de dezesseis a
vinte e quatro anos.
Extorsão
§ 3º - Se resulta a morte:
Art. 158 - Constranger alguém,
mediante violência ou grave ameaça, e Pena - reclusão, de vinte e
com o intuito de obter para si ou para quatro a trinta anos.
outrem indevida vantagem econômica, a
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer
alguma coisa: § 4º - Se o crime é cometido em
concurso, o concorrente que o denunciar à
autoridade, facilitando a libertação do
Pena - reclusão, de quatro a dez anos,
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um
e multa.
a dois terços.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas
Extorsão indireta
ou mais pessoas, ou com emprego de
arma, aumenta-se a pena de um terço até
metade. Art. 160 - Exigir ou receber, como
garantia de dívida, abusando da situação
de alguém, documento que pode dar causa
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada
a procedimento criminal contra a vítima ou
mediante violência o disposto no § 3º do
contra terceiro:
artigo anterior.

Pena - reclusão, de um a três anos, e


§ 3o Se o crime é cometido mediante
multa.
a restrição da liberdade da vítima, e essa
condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de CAPÍTULO III
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, DA USURPAÇÃO
além da multa; se resulta lesão corporal
grave ou morte, aplicam-se as penas Alteração de limites
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
respectivamente. Art. 161 - Suprimir ou deslocar
tapume, marco, ou qualquer outro sinal
Extorsão mediante seqüestro indicativo de linha divisória, para apropriar-
se, no todo ou em parte, de coisa imóvel
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim alheia:
de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do Pena - detenção, de um a seis meses,
resgate: e multa.

Pena - reclusão, de oito a § 1º - Na mesma pena incorre quem:


quinze anos..
Usurpação de águas
1o
§ Se o seqüestro dura mais de 24
(vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é I - desvia ou represa, em proveito
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 próprio ou de outrem, águas alheias;
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha. Esbulho possessório

JM - Apostilas
II - invade, com violência a pessoa ou Pena - detenção, de seis meses a três
grave ameaça, ou mediante concurso de anos, e multa, além da pena
mais de duas pessoas, terreno ou edifício correspondente à violência.
alheio, para o fim de esbulho possessório.
Introdução ou abandono de animais
§ 2º - Se o agente usa de violência, em propriedade alheia
incorre também na pena a esta cominada.
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais
§ 3º - Se a propriedade é particular, e em propriedade alheia, sem consentimento
não há emprego de violência, somente se de quem de direito, desde que o fato
procede mediante queixa. resulte prejuízo:

Supressão ou alteração de marca Pena - detenção, de quinze dias a seis


em animais meses, ou multa.

Art. 162 - Suprimir ou alterar, Dano em coisa de valor artístico,


indevidamente, em gado ou rebanho arqueológico ou histórico
alheio, marca ou sinal indicativo de
propriedade: Art. 165 - Destruir, inutilizar ou
deteriorar coisa tombada pela autoridade
Pena - detenção, de seis meses a três competente em virtude de valor artístico,
anos, e multa. arqueológico ou histórico:

CAPÍTULO IV Pena - detenção, de seis meses a dois


DO DANO anos, e multa.

Dano Alteração de local especialmente


protegido
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou
deteriorar coisa alheia: Art. 166 - Alterar, sem licença da
autoridade competente, o aspecto de local
Pena - detenção, de um a seis meses, especialmente protegido por lei:
ou multa.
Pena - detenção, de um mês a um
Dano qualificado ano, ou multa.

Parágrafo único - Se o crime é Ação penal


cometido:
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do
I - com violência à pessoa ou grave inciso IV do seu parágrafo e do art. 164,
ameaça; somente se procede mediante queixa.

II - com emprego de substância CAPÍTULO V


inflamável ou explosiva, se o fato não DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
constitui crime mais grave
Apropriação indébita
III - contra o patrimônio da União, de
Estado, do Distrito Federal, de Município ou Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia
de autarquia, fundação pública, empresa móvel, de que tem a posse ou a detenção:
pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços Pena - reclusão, de um a quatro anos,
públicos; e multa.

IV - por motivo egoístico ou com Aumento de pena


prejuízo considerável para a vítima:
§ 1º - A pena é aumentada de um
terço, quando o agente recebeu a coisa:

JM - Apostilas
I - em depósito necessário; I – tenha promovido, após o início da
ação fiscal e antes de oferecida a
II - na qualidade de tutor, curador, denúncia, o pagamento da contribuição
síndico, liquidatário, inventariante, social previdenciária, inclusive acessórios;
testamenteiro ou depositário judicial; ou

III - em razão de ofício, emprego ou II – o valor das contribuições devidas,


profissão. inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência
Apropriação indébita social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas
previdenciária
execuções fiscais.

Art. 168-A. Deixar de repassar à § 4o A faculdade prevista no §


previdência social as contribuições 3o deste artigo não se aplica aos casos de
recolhidas dos contribuintes, no prazo e parcelamento de contribuições cujo valor,
forma legal ou convencional: inclusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativamente,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 como sendo o mínimo para o ajuizamento
(cinco) anos, e multa. de suas execuções fiscais;

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem Apropriação de coisa havida por


deixar de: erro, caso fortuito ou força da natureza

I – recolher, no prazo legal, Art. 169 - Apropriar-se alguém de


contribuição ou outra importância destinada coisa alheia vinda ao seu poder por erro,
à previdência social que tenha sido caso fortuito ou força da natureza:
descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do Pena - detenção, de um mês a um
público ano, ou multa.

II – recolher contribuições devidas à Parágrafo único - Na mesma pena


previdência social que tenham integrado incorre:
despesas contábeis ou custos relativos à
venda de produtos ou à prestação de Apropriação de tesouro
serviços;
I - quem acha tesouro em prédio
III - pagar benefício devido a
alheio e se apropria, no todo ou em parte,
segurado, quando as respectivas cotas ou da quota a que tem direito o proprietário do
valores já tiverem sido reembolsados à prédio;
empresa pela previdência social. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Apropriação de coisa achada
§ 2o É extinta a punibilidade se o
agente, espontaneamente, declara, II - quem acha coisa alheia perdida e
confessa e efetua o pagamento das dela se apropria, total ou parcialmente,
contribuições, importâncias ou valores e deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
presta as informações devidas à possuidor ou de entregá-la à autoridade
previdência social, na forma definida em lei competente, dentro no prazo de quinze
ou regulamento, antes do início da ação dias.
fiscal.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste
3o
§ É facultado ao juiz deixar de Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, §
aplicar a pena ou aplicar somente a de 2º.
multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que: CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

JM - Apostilas
Art. 171 - Obter, para si ou para Fraude no pagamento por meio de
outrem, vantagem ilícita, em prejuízo cheque
alheio, induzindo ou mantendo alguém em
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer VI - emite cheque, sem suficiente
outro meio fraudulento: provisão de fundos em poder do sacado,
ou lhe frustra o pagamento.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
multa, de quinhentos mil réis a dez contos § 3º - A pena aumenta-se de um terço,
de réis. se o crime é cometido em detrimento de
entidade de direito público ou de instituto
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de economia popular, assistência social ou
de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode beneficência.
aplicar a pena conforme o disposto no art.
155, § 2º. Estelionato contra idoso

§ 2º - Nas mesmas penas incorre § 4o Aplica-se a pena em dobro se o


quem: crime for cometido contra idoso.

Disposição de coisa alheia como


Duplicata simulada
própria
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou
I - vende, permuta, dá em pagamento,
nota de venda que não corresponda à
em locação ou em garantia coisa alheia
mercadoria vendida, em quantidade ou
como própria;
qualidade, ou ao serviço prestado.

Alienação ou oneração fraudulenta


Pena - detenção, de 2 (dois) a 4
de coisa própria
(quatro) anos, e multa.

II - vende, permuta, dá em pagamento


Parágrafo único. Nas mesmas penas
ou em garantia coisa própria inalienável,
incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
a escrituração do Livro de Registro de
prometeu vender a terceiro, mediante
Duplicatas.
pagamento em prestações, silenciando
sobre qualquer dessas circunstâncias;
Abuso de incapazes
Defraudação de penhor
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio
ou alheio, de necessidade, paixão ou
III - defrauda, mediante alienação não
inexperiência de menor, ou da alienação ou
consentida pelo credor ou por outro modo,
debilidade mental de outrem, induzindo
a garantia pignoratícia, quando tem a
qualquer deles à prática de ato suscetível
posse do objeto empenhado;
de produzir efeito jurídico, em prejuízo
próprio ou de terceiro:
Fraude na entrega de coisa
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e
IV - defrauda substância, qualidade ou multa.
quantidade de coisa que deve entregar a
alguém;
Induzimento à especulação

Fraude para recebimento de


Art. 174 - Abusar, em proveito próprio
indenização ou valor de seguro
ou alheio, da inexperiência ou da
simplicidade ou inferioridade mental de
V - destrói, total ou parcialmente, ou outrem, induzindo-o à prática de jogo ou
oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo aposta, ou à especulação com títulos ou
ou a saúde, ou agrava as conseqüências mercadorias, sabendo ou devendo saber
da lesão ou doença, com o intuito de haver que a operação é ruinosa:
indenização ou valor de seguro;

JM - Apostilas
Pena - reclusão, de um a três anos, e Pena - reclusão, de um a quatro anos,
multa. e multa, se o fato não constitui crime contra
a economia popular.
Fraude no comércio
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o
Art. 175 - Enganar, no exercício de fato não constitui crime contra a economia
atividade comercial, o adquirente ou popular:
consumidor:
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de
I - vendendo, como verdadeira ou sociedade por ações, que, em prospecto,
perfeita, mercadoria falsificada ou relatório, parecer, balanço ou comunicação
deteriorada; ao público ou à assembléia, faz afirmação
falsa sobre as condições econômicas da
II - entregando uma mercadoria por sociedade, ou oculta fraudulentamente, no
outra: todo ou em parte, fato a elas relativo;

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que


Pena - detenção, de seis meses a dois
promove, por qualquer artifício, falsa
anos, ou multa.
cotação das ações ou de outros títulos da
sociedade;
§ 1º - Alterar em obra que lhe é
encomendada a qualidade ou o peso de
III - o diretor ou o gerente que toma
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra
verdadeira por falsa ou por outra de menor empréstimo à sociedade ou usa, em
valor; vender pedra falsa por verdadeira; proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou
vender, como precioso, metal de ou outra haveres sociais, sem prévia autorização da
qualidade: assembléia geral;

Pena - reclusão, de um a cinco anos, IV - o diretor ou o gerente que compra


e multa. ou vende, por conta da sociedade, ações
por ela emitidas, salvo quando a lei o
permite;
§ 2º - É aplicável o disposto no art.
155, § 2º.
V - o diretor ou o gerente que, como
garantia de crédito social, aceita em penhor
Outras fraudes ou em caução ações da própria sociedade;

Art. 176 - Tomar refeição em VI - o diretor ou o gerente que, na falta


restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar- de balanço, em desacordo com este, ou
se de meio de transporte sem dispor de mediante balanço falso, distribui lucros ou
recursos para efetuar o pagamento: dividendos fictícios;

Pena - detenção, de quinze dias a VII - o diretor, o gerente ou o fiscal


dois meses, ou multa. que, por interposta pessoa, ou conluiado
com acionista, consegue a aprovação de
Parágrafo único - Somente se procede conta ou parecer;
mediante representação, e o juiz pode,
conforme as circunstâncias, deixar de VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I,
aplicar a pena. II, III, IV, V e VII;

Fraudes e abusos na fundação ou IX - o representante da sociedade


administração de sociedade por ações anônima estrangeira, autorizada a
funcionar no País, que pratica os atos
Art. 177 - Promover a fundação de mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
sociedade por ações, fazendo, em informação ao Governo.
prospecto ou em comunicação ao público
ou à assembléia, afirmação falsa sobre a § 2º - Incorre na pena de detenção, de
constituição da sociedade, ou ocultando seis meses a dois anos, e multa, o
fraudulentamente fato a ela relativo: acionista que, a fim de obter vantagem

JM - Apostilas
para si ou para outrem, negocia o voto nas qualquer forma de comércio irregular ou
deliberações de assembléia geral. clandestino, inclusive o exercício em
residência.
Emissão irregular de conhecimento
de depósito ou "warrant" § 3º - Adquirir ou receber coisa que,
por sua natureza ou pela desproporção
Art. 178 - Emitir conhecimento de entre o valor e o preço, ou pela condição
depósito ou warrant, em desacordo com de quem a oferece, deve presumir-se
disposição legal: obtida por meio criminoso:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, Pena - detenção, de um mês a


e multa. um ano, ou multa, ou ambas as
penas.
Fraude à execução
§ 4º - A receptação é punível, ainda
Art. 179 - Fraudar execução, que desconhecido ou isento de pena o
alienando, desviando, destruindo ou autor do crime de que proveio a
danificando bens, ou simulando dívidas: coisa.

Pena - detenção, de seis meses a dois § 5º - Na hipótese do § 3º, se o


anos, ou multa. criminoso é primário, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de
Parágrafo único - Somente se procede aplicar a pena. Na receptação dolosa
mediante queixa. aplica-se o disposto no § 2º do art.
155.
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO § 6o Tratando-se de bens do
patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Receptação Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa
Art. 180 - Adquirir, receber,
concessionária de serviços públicos, aplica-
transportar, conduzir ou ocultar, em
se em dobro a pena prevista
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe
no caput deste artigo.
ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
oculte: Receptação de animal

Pena - reclusão, de um a Art. 180-A. Adquirir, receber,


transportar, conduzir, ocultar, ter em
quatro anos, e multa. depósito ou vender, com a finalidade de
produção ou de comercialização,
Receptação qualificada semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes,
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, que deve saber ser produto de crime:
conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5
expor à venda, ou de qualquer forma (cinco) anos, e multa. (Incluído pela
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no Lei nº 13.330, de 2016)
exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto
de crime: CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Pena - reclusão, de três a oito Art. 181 - É isento de pena quem


anos, e multa. comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo:
§ 2º - Equipara-se à atividade
comercial, para efeito do parágrafo anterior,

JM - Apostilas
I - do cônjuge, na constância da IV - os valores sociais do trabalho e da
sociedade conjugal; livre iniciativa;

II - de ascendente ou descendente, V - o pluralismo político.


seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural. Parágrafo único. Todo o poder emana
do povo, que o exerce por meio de
Art. 182 - Somente se procede representantes eleitos ou diretamente, nos
mediante representação, se o crime termos desta Constituição.
previsto neste título é cometido em
prejuízo; Art. 2º São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o
I - do cônjuge desquitado ou Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
judicialmente separado;
Art. 3º Constituem objetivos
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; fundamentais da República Federativa do
Brasil:
III - de tio ou sobrinho, com quem o
agente coabita. I - construir uma sociedade livre, justa e
solidária;
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos
dois artigos anteriores: II - garantir o desenvolvimento nacional;

I - se o crime é de roubo ou de III - erradicar a pobreza e a


extorsão, ou, em geral, quando haja marginalização e reduzir as desigualdades
emprego de grave ameaça ou violência à sociais e regionais;
pessoa;
IV - promover o bem de todos, sem
II - ao estranho que participa do crime. preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
III – se o crime é praticado contra
pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº Art. 4º A República Federativa do Brasil
10.741, de 2003) rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA II - prevalência dos direitos humanos;


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
III - autodeterminação dos povos;
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
IV - não-intervenção;
Art. 1º A República Federativa do Brasil,
V - igualdade entre os Estados;
formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem VI - defesa da paz;
como fundamentos:
VII - solução pacífica dos conflitos;
I - a soberania;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao
II - a cidadania; racismo;

III - a dignidade da pessoa humana; IX - cooperação entre os povos para o


progresso da humanidade;

JM - Apostilas
X - concessão de asilo político. invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir
Parágrafo único. A República prestação alternativa, fixada em lei;
Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos IX - é livre a expressão da atividade
povos da América Latina, visando à intelectual, artística, científica e de
formação de uma comunidade latino- comunicação, independentemente de
americana de nações. censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida


TÍTULO II privada, a honra e a imagem das pessoas,
DOS DIREITOS E GARANTIAS assegurado o direito a indenização pelo
FUNDAMENTAIS dano material ou moral decorrente de sua
CAPÍTULO I violação;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
E COLETIVOS XI - a casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem consentimento do morador, salvo em
sem distinção de qualquer natureza, caso de flagrante delito ou desastre, ou para
garantindo-se aos brasileiros e aos prestar socorro, ou, durante o dia, por
estrangeiros residentes no País a determinação judicial;
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, XII - é inviolável o sigilo da
nos termos seguintes: correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações
I - homens e mulheres são iguais em telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
direitos e obrigações, nos termos desta judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
Constituição; estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual
II - ninguém será obrigado a fazer ou penal;
deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei; XIII - é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
III - ninguém será submetido a tortura qualificações profissionais que a lei
nem a tratamento desumano ou degradante; estabelecer;

IV - é livre a manifestação do XIV - é assegurado a todos o acesso à


pensamento, sendo vedado o anonimato; informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
V - é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da XV - é livre a locomoção no território
indenização por dano material, moral ou à nacional em tempo de paz, podendo
imagem; qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus
VI - é inviolável a liberdade de bens;
consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e XVI - todos podem reunir-se
garantida, na forma da lei, a proteção aos pacificamente, sem armas, em locais
locais de culto e a suas liturgias; abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o
VII - é assegurada, nos termos da lei, a
mesmo local, sendo apenas exigido prévio
prestação de assistência religiosa nas
aviso à autoridade competente;
entidades civis e militares de internação
coletiva;
XVII - é plena a liberdade de associação
para fins lícitos, vedada a de caráter
VIII - ninguém será privado de direitos
paramilitar;
por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as

JM - Apostilas
XVIII - a criação de associações e, na b) o direito de fiscalização do
forma da lei, a de cooperativas independem aproveitamento econômico das obras que
de autorização, sendo vedada a criarem ou de que participarem aos
interferência estatal em seu funcionamento; criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XIX - as associações só poderão ser
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas XXIX - a lei assegurará aos autores de
atividades suspensas por decisão judicial, inventos industriais privilégio temporário
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em para sua utilização, bem como proteção às
julgado; criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros
XX - ninguém poderá ser compelido a signos distintivos, tendo em vista o interesse
associar-se ou a permanecer associado; social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País;
XXI - as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm XXX - é garantido o direito de herança;
legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente; XXXI - a sucessão de bens de
estrangeiros situados no País será regulada
XXII - é garantido o direito de pela lei brasileira em benefício do cônjuge
propriedade; ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de
cujus";
XXIII - a propriedade atenderá a sua
função social;
XXXII - o Estado promoverá, na forma
da lei, a defesa do consumidor;
XXIV - a lei estabelecerá o
procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por XXXIII - todos têm direito a receber dos
interesse social, mediante justa e prévia órgãos públicos informações de seu
indenização em dinheiro, ressalvados os interesse particular, ou de interesse coletivo
casos previstos nesta Constituição; ou geral, que serão prestadas no prazo da
lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
XXV - no caso de iminente perigo
público, a autoridade competente poderá imprescindível à segurança da sociedade e
usar de propriedade particular, assegurada do Estado;
ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano; XXXIV - são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de
XXVI - a pequena propriedade rural, taxas:
assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora a) o direito de petição aos Poderes
para pagamento de débitos decorrentes de Públicos em defesa de direitos ou contra
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre ilegalidade ou abuso de poder;
os meios de financiar o seu
desenvolvimento; b) a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos
XXVII - aos autores pertence o direito e esclarecimento de situações de interesse
exclusivo de utilização, publicação ou pessoal;
reprodução de suas obras, transmissível
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXXV - a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
XXVIII - são assegurados, nos termos direito;
da lei:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito
a) a proteção às participações adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
individuais em obras coletivas e à julgada;
reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;

JM - Apostilas
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de a) privação ou restrição da liberdade;
exceção;
b) perda de bens;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do
júri, com a organização que lhe der a lei, c) multa;
assegurados:
d) prestação social alternativa;
a) a plenitude de defesa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
b) o sigilo das votações;
XLVII - não haverá penas:
c) a soberania dos veredictos;
a) de morte, salvo em caso de guerra
d) a competência para o julgamento dos declarada, nos termos do art. 84, XIX;
crimes dolosos contra a vida;
b) de caráter perpétuo;
XXXIX - não há crime sem lei anterior
que o defina, nem pena sem prévia
c) de trabalhos forçados;
cominação legal;
d) de banimento;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu;
e) cruéis;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades XLVIII - a pena será cumprida em
fundamentais; estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado;
XLII - a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei; XLIX - é assegurado aos presos o
respeito à integridade física e moral;
XLIII - a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou L - às presidiárias serão asseguradas
anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de condições para que possam permanecer
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e com seus filhos durante o período de
os definidos como crimes hediondos, por amamentação;
eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se LI - nenhum brasileiro será extraditado,
omitirem; (Regulamento) salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização,
XLIV - constitui crime inafiançável e ou de comprovado envolvimento em tráfico
imprescritível a ação de grupos armados, ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
civis ou militares, contra a ordem forma da lei;
constitucional e o Estado Democrático;
LII - não será concedida extradição de
XLV - nenhuma pena passará da estrangeiro por crime político ou de opinião;
pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do LIII - ninguém será processado nem
perdimento de bens ser, nos termos da lei, sentenciado senão pela autoridade
estendidas aos sucessores e contra eles competente;
executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido; LIV - ninguém será privado da liberdade
ou de seus bens sem o devido processo
XLVI - a lei regulará a individualização legal;
da pena e adotará, entre outras, as
seguintes: LV - aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acusados em geral

JM - Apostilas
são assegurados o contraditório e ampla obrigação alimentícia e a do depositário
defesa, com os meios e recursos a ela infiel;
inerentes;
LXVIII - conceder-se-á habeas
LVI - são inadmissíveis, no processo, as corpus sempre que alguém sofrer ou se
provas obtidas por meios ilícitos; achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por
LVII - ninguém será considerado ilegalidade ou abuso de poder;
culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória; LXIX - conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e
LVIII - o civilmente identificado não será certo, não amparado por habeas
submetido a identificação criminal, salvo nas corpus ou habeas data , quando o
hipóteses previstas em responsável pela ilegalidade ou abuso de
lei; (Regulamento) poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público;
LIX - será admitida ação privada nos
crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal; LXX - o mandado de segurança coletivo
pode ser impetrado por:
LX - a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a a) partido político com representação no
defesa da intimidade ou o interesse social o Congresso Nacional;
exigirem;
b) organização sindical, entidade de
LXI - ninguém será preso senão em classe ou associação legalmente
flagrante delito ou por ordem escrita e constituída e em funcionamento há pelo
fundamentada de autoridade judiciária menos um ano, em defesa dos interesses de
competente, salvo nos casos de seus membros ou associados;
transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei; LXXI - conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o regulamentadora torne inviável o exercício
local onde se encontre serão comunicados dos direitos e liberdades constitucionais e
imediatamente ao juiz competente e à das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
família do preso ou à pessoa por ele à soberania e à cidadania;
indicada;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
LXIII - o preso será informado de seus
direitos, entre os quais o de permanecer a) para assegurar o conhecimento de
calado, sendo-lhe assegurada a assistência informações relativas à pessoa do
da família e de advogado; impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades
LXIV - o preso tem direito à identificação governamentais ou de caráter público;
dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial; b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
LXV - a prisão ilegal será imediatamente judicial ou administrativo;
relaxada pela autoridade judiciária;
LXXIII - qualquer cidadão é parte
LXVI - ninguém será levado à prisão ou legítima para propor ação popular que vise
nela mantido, quando a lei admitir a a anular ato lesivo ao patrimônio público ou
liberdade provisória, com ou sem fiança; de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
LXVII - não haverá prisão civil por
ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
dívida, salvo a do responsável pelo
isento de custas judiciais e do ônus da
inadimplemento voluntário e inescusável de
sucumbência;

JM - Apostilas
LXXIV - o Estado prestará assistência Art. 226. A família, base da sociedade,
jurídica integral e gratuita aos que tem especial proteção do Estado.
comprovarem insuficiência de recursos;
§ 1º O casamento é civil e gratuita a
LXXV - o Estado indenizará o celebração.
condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na § 2º O casamento religioso tem efeito
sentença; civil, nos termos da lei.

LXXVI - são gratuitos para os § 3º Para efeito da proteção do Estado,


reconhecidamente pobres, na forma da é reconhecida a união estável entre o
lei: homem e a mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão em
a) o registro civil de nascimento; casamento.

b) a certidão de óbito; § 4º Entende-se, também, como


entidade familiar a comunidade formada por
LXXVII - são gratuitas as ações qualquer dos pais e seus descendentes.
de habeas corpus e habeas data, e, na
forma da lei, os atos necessários ao § 5º Os direitos e deveres referentes à
exercício da cidadania. sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável § 6º O casamento civil pode ser
duração do processo e os meios que dissolvido pelo divórcio.
garantam a celeridade de sua
tramitação. § 7º Fundado nos princípios da
dignidade da pessoa humana e da
§ 1º As normas definidoras dos direitos paternidade responsável, o planejamento
e garantias fundamentais têm aplicação familiar é livre decisão do casal, competindo
imediata. ao Estado propiciar recursos educacionais e
científicos para o exercício desse direito,
§ 2º Os direitos e garantias expressos vedada qualquer forma coercitiva por parte
nesta Constituição não excluem outros de instituições oficiais ou privadas.
decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais § 8º O Estado assegurará a assistência
em que a República Federativa do Brasil à família na pessoa de cada um dos que a
seja parte. integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.
§ 3º Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que Art. 227. É dever da família, da
forem aprovados, em cada Casa do sociedade e do Estado assegurar à criança,
Congresso Nacional, em dois turnos, por ao adolescente e ao jovem, com absoluta
três quintos dos votos dos respectivos prioridade, o direito à vida, à saúde, à
membros, serão equivalentes às emendas alimentação, à educação, ao lazer, à
constitucionais. (Atos aprovados na profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
forma deste parágrafo: respeito, à liberdade e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de toda forma de negligência, discriminação,
Tribunal Penal Internacional a cuja criação exploração, violência, crueldade e
tenha manifestado adesão. (Incluído opressão.
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O Estado promoverá programas de
CAPÍTULO VII assistência integral à saúde da criança, do
Da Família, da Criança, do Adolescente, adolescente e do jovem, admitida a
do Jovem e do Idoso participação de entidades não
(Redação dada Pela Emenda governamentais, mediante políticas
Constitucional nº 65, de 2010)

JM - Apostilas
específicas e obedecendo aos seguintes VII - programas de prevenção e
preceitos: atendimento especializado à criança, ao
adolescente e ao jovem dependente de
I - aplicação de percentual dos recursos entorpecentes e drogas afins.
públicos destinados à saúde na assistência
materno-infantil; § 4º A lei punirá severamente o abuso,
a violência e a exploração sexual da criança
II - criação de programas de prevenção e do adolescente.
e atendimento especializado para as
pessoas portadoras de deficiência física, § 5º A adoção será assistida pelo Poder
sensorial ou mental, bem como de Público, na forma da lei, que estabelecerá
integração social do adolescente e do jovem casos e condições de sua efetivação por
portador de deficiência, mediante o parte de estrangeiros.
treinamento para o trabalho e a convivência,
e a facilitação do acesso aos bens e § 6º Os filhos, havidos ou não da relação
serviços coletivos, com a eliminação de do casamento, ou por adoção, terão os
obstáculos arquitetônicos e de todas as mesmos direitos e qualificações, proibidas
formas de discriminação. quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação.
§ 2º A lei disporá sobre normas de
construção dos logradouros e dos edifícios § 7º No atendimento dos direitos da
de uso público e de fabricação de veículos criança e do adolescente levar-se- á em
de transporte coletivo, a fim de garantir consideração o disposto no art. 204.
acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência. § 8º A lei estabelecerá;

§ 3º O direito a proteção especial


I - o estatuto da juventude, destinado a
abrangerá os seguintes aspectos:
regular os direitos dos jovens;

I - Idade mínima de quatorze anos para


II - o plano nacional de juventude, de
admissão ao trabalho, observado o disposto
duração decenal, visando à articulação das
no art. 7º, XXXIII;
várias esferas do poder público para a
execução de políticas públicas.
II - Garantia de direitos previdenciários
e trabalhistas; Art. 228. São penalmente inimputáveis
os menores de dezoito anos, sujeitos às
III - garantia de acesso do trabalhador normas da legislação especial.
adolescente e jovem à escola; (
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir,
IV - garantia de pleno e formal criar e educar os filhos menores, e os filhos
conhecimento da atribuição de ato maiores têm o dever de ajudar e amparar os
infracional, igualdade na relação processual pais na velhice, carência ou enfermidade.
e defesa técnica por profissional habilitado,
segundo dispuser a legislação tutelar
Art. 230. A família, a sociedade e o
específica;
Estado têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na
V - obediência aos princípios de comunidade, defendendo sua dignidade e
brevidade, excepcionalidade e respeito à bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, quando da aplicação de
§ 1º Os programas de amparo aos
qualquer medida privativa da liberdade;
idosos serão executados preferencialmente
em seus lares.
VI - estímulo do Poder Público, através
de assistência jurídica, incentivos fiscais e
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco
subsídios, nos termos da lei, ao
anos é garantida a gratuidade dos
acolhimento, sob a forma de guarda, de
transportes coletivos urbanos.
criança ou adolescente órfão ou
abandonado;

JM - Apostilas
CAPÍTULO III § 3º A polícia ferroviária federal, órgão
DA SEGURANÇA PÚBLICA permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se,
Art. 144. A segurança pública, dever do na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
Estado, direito e responsabilidade de todos, das ferrovias federais.
é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do § 4º Às polícias civis, dirigidas por
patrimônio, através dos seguintes órgãos: delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as
I - polícia federal; funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
II - polícia rodoviária federal;
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia
ostensiva e a preservação da ordem pública;
III - polícia ferroviária federal;
aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a
IV - polícias civis; execução de atividades de defesa civil.

V - polícias militares e corpos de § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao


bombeiros militares. órgão administrador do sistema penal da
unidade federativa a que pertencem, cabe a
VI - polícias penais federal, estaduais e segurança dos estabelecimentos
distrital. penais.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei § 6º As polícias militares e os corpos de


como órgão permanente, organizado e bombeiros militares, forças auxiliares e
mantido pela União e estruturado em reserva do Exército subordinam-se,
carreira, destina-se a: juntamente com as polícias civis e as
polícias penais estaduais e distrital, aos
I - apurar infrações penais contra a Governadores dos Estados, do Distrito
ordem política e social ou em detrimento de Federal e dos Territórios.
bens, serviços e interesses da União ou de
suas entidades autárquicas e empresas § 7º A lei disciplinará a organização e o
públicas, assim como outras infrações cuja funcionamento dos órgãos responsáveis
prática tenha repercussão interestadual ou pela segurança pública, de maneira a
internacional e exija repressão uniforme, garantir a eficiência de suas atividades.
segundo se dispuser em lei;
§ 8º Os Municípios poderão constituir
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de guardas municipais destinadas à proteção
entorpecentes e drogas afins, o de seus bens, serviços e instalações,
contrabando e o descaminho, sem prejuízo conforme dispuser a lei.
da ação fazendária e de outros órgãos
públicos nas respectivas áreas de § 9º A remuneração dos servidores
competência; policiais integrantes dos órgãos
relacionados neste artigo será fixada na
III - exercer as funções de polícia forma do § 4º do art. 39.
marítima, aeroportuária e de fronteiras;
§ 10. A segurança viária, exercida para
IV - exercer, com exclusividade, as a preservação da ordem pública e da
funções de polícia judiciária da União. incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas:
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão
permanente, organizado e mantido pela I - compreende a educação, engenharia
União e estruturado em carreira, destina-se, e fiscalização de trânsito, além de outras
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo atividades previstas em lei, que assegurem
das rodovias federais. ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e

JM - Apostilas
II - compete, no âmbito dos Estados, do mental e seu aperfeiçoamento moral,
Distrito Federal e dos Municípios, aos intelectual e social.
respectivos órgãos ou entidades executivos
e seus agentes de trânsito, estruturados em Art. 3º Serão asseguradas às
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela mulheres as condições para o exercício
Emenda Constitucional nº 82, de 2014) efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à
cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE liberdade, à dignidade, ao respeito e à
2006 convivência familiar e comunitária.

Cria mecanismos para coibir a § 1º O poder público desenvolverá


violência doméstica e familiar contra a políticas que visem garantir os direitos
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 humanos das mulheres no âmbito das
da Constituição Federal, da Convenção relações domésticas e familiares no sentido
de resguardá-las de toda forma de
sobre a Eliminação de Todas as Formas
negligência, discriminação, exploração,
de Discriminação contra as Mulheres e violência, crueldade e opressão.
da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência § 2º Cabe à família, à sociedade e ao
contra a Mulher; dispõe sobre a criação poder público criar as condições
dos Juizados de Violência Doméstica e necessárias para o efetivo exercício dos
Familiar contra a Mulher; altera o Código direitos enunciados no caput.
de Processo Penal, o Código Penal e a
Lei de Execução Penal; e dá outras Art. 4º Na interpretação desta Lei,
providências. serão considerados os fins sociais a que ela
se destina e, especialmente, as condições
peculiares das mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.
TÍTULO I
TÍTULO II
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para FAMILIAR CONTRA A MULHER
coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do § 8º CAPÍTULO I
do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as DISPOSIÇÕES GERAIS
Formas de Violência contra a Mulher, da
Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher Art. 5º Para os efeitos desta Lei,
e de outros tratados internacionais configura violência doméstica e familiar
ratificados pela República Federativa do contra a mulher qualquer ação ou omissão
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados baseada no gênero que lhe cause morte,
de Violência Doméstica e Familiar contra a lesão, sofrimento físico, sexual ou
Mulher; e estabelece medidas de psicológico e dano moral ou
assistência e proteção às mulheres em patrimonial:
situação de violência doméstica e familiar.
I - no âmbito da unidade doméstica,
Art. 2º Toda mulher, compreendida como o espaço de convívio
independentemente de classe, raça, etnia, permanente de pessoas, com ou sem
orientação sexual, renda, cultura, nível vínculo familiar, inclusive as
educacional, idade e religião, goza dos esporadicamente agregadas;
direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sendo-lhe asseguradas as II - no âmbito da família,
oportunidades e facilidades para viver sem compreendida como a comunidade formada
violência, preservar sua saúde física e por indivíduos que são ou se consideram

JM - Apostilas
aparentados, unidos por laços naturais, por suborno ou manipulação; ou que limite ou
afinidade ou por vontade expressa; anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;
III - em qualquer relação íntima de
afeto, na qual o agressor conviva ou tenha IV - a violência patrimonial, entendida
convivido com a ofendida, como qualquer conduta que configure
independentemente de coabitação. retenção, subtração, destruição parcial ou
total de seus objetos, instrumentos de
Parágrafo único. As relações trabalho, documentos pessoais, bens,
pessoais enunciadas neste artigo valores e direitos ou recursos econômicos,
independem de orientação sexual. incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades;
Art. 6º A violência doméstica e familiar
contra a mulher constitui uma das formas de V - a violência moral, entendida como
violação dos direitos humanos. qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
CAPÍTULO II
TÍTULO III
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM
MULHER SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR
Art. 7º São formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher, entre CAPÍTULO I
outras:
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE
I - a violência física, entendida como PREVENÇÃO
qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal; Art. 8º A política pública que visa
coibir a violência doméstica e familiar contra
II - a violência psicológica, entendida a mulher far-se-á por meio de um conjunto
como qualquer conduta que lhe cause dano articulado de ações da União, dos Estados,
emocional e diminuição da autoestima ou do Distrito Federal e dos Municípios e de
que lhe prejudique e perturbe o pleno ações não-governamentais, tendo por
desenvolvimento ou que vise degradar ou diretrizes:
controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, I - a integração operacional do Poder
constrangimento, humilhação, manipulação, Judiciário, do Ministério Público e da
isolamento, vigilância constante, Defensoria Pública com as áreas de
perseguição contumaz, insulto, chantagem, segurança pública, assistência social,
violação de sua intimidade, ridicularização, saúde, educação, trabalho e habitação;
exploração e limitação do direito de ir e vir
ou qualquer outro meio que lhe cause
II - a promoção de estudos e
prejuízo à saúde psicológica e à
pesquisas, estatísticas e outras informações
autodeterminação; relevantes, com a perspectiva de gênero e
de raça ou etnia, concernentes às causas,
III - a violência sexual, entendida às conseqüências e à freqüência da
como qualquer conduta que a constranja a violência doméstica e familiar contra a
presenciar, a manter ou a participar de mulher, para a sistematização de dados, a
relação sexual não desejada, mediante serem unificados nacionalmente, e a
intimidação, ameaça, coação ou uso da avaliação periódica dos resultados das
força; que a induza a comercializar ou a medidas adotadas;
utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer
III - o respeito, nos meios de
método contraceptivo ou que a force ao
comunicação social, dos valores éticos e
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
sociais da pessoa e da família, de forma a
prostituição, mediante coação, chantagem, coibir os papéis estereotipados que

JM - Apostilas
legitimem ou exacerbem a violência conforme os princípios e as diretrizes
doméstica e familiar, de acordo com o previstos na Lei Orgânica da Assistência
estabelecido no inciso III do art. 1º Social, no Sistema Único de Saúde, no
, no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. Sistema Único de Segurança Pública, entre
221 da Constituição Federal ; outras normas e políticas públicas de
proteção, e emergencialmente quando for o
IV - a implementação de atendimento caso.
policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento à § 1º O juiz determinará, por prazo
Mulher; certo, a inclusão da mulher em situação de
violência doméstica e familiar no cadastro
V - a promoção e a realização de de programas assistenciais do governo
campanhas educativas de prevenção da federal, estadual e municipal.
violência doméstica e familiar contra a
mulher, voltadas ao público escolar e à § 2º O juiz assegurará à mulher em
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e situação de violência doméstica e familiar,
dos instrumentos de proteção aos direitos para preservar sua integridade física e
humanos das mulheres; psicológica:

VI - a celebração de convênios, I - acesso prioritário à remoção


protocolos, ajustes, termos ou outros quando servidora pública, integrante da
instrumentos de promoção de parceria entre administração direta ou indireta;
órgãos governamentais ou entre estes e
entidades não-governamentais, tendo por II - manutenção do vínculo trabalhista,
objetivo a implementação de programas de quando necessário o afastamento do local
erradicação da violência doméstica e de trabalho, por até seis meses.
familiar contra a mulher;
III - encaminhamento à assistência
VII - a capacitação permanente das judiciária, quando for o caso, inclusive para
Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, eventual ajuizamento da ação de separação
do Corpo de Bombeiros e dos profissionais judicial, de divórcio, de anulação de
pertencentes aos órgãos e às áreas casamento ou de dissolução de união estável
enunciados no inciso I quanto às questões perante o juízo competente. (Incluído
de gênero e de raça ou etnia; pela Lei nº 13.894, de 2019)

VIII - a promoção de programas § 3º A assistência à mulher em


educacionais que disseminem valores situação de violência doméstica e familiar
éticos de irrestrito respeito à dignidade da compreenderá o acesso aos benefícios
pessoa humana com a perspectiva de decorrentes do desenvolvimento científico e
gênero e de raça ou etnia; tecnológico, incluindo os serviços de
contracepção de emergência, a profilaxia
IX - o destaque, nos currículos das Doenças Sexualmente Transmissíveis
escolares de todos os níveis de ensino, para (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
os conteúdos relativos aos direitos Adquirida (AIDS) e outros procedimentos
humanos, à eqüidade de gênero e de raça médicos necessários e cabíveis nos casos
ou etnia e ao problema da violência de violência sexual.
doméstica e familiar contra a mulher.
§ 4º Aquele que, por ação ou
CAPÍTULO II omissão, causar lesão, violência física,
sexual ou psicológica e dano moral ou
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM patrimonial a mulher fica obrigado a
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ressarcir todos os danos causados,
inclusive ressarcir ao Sistema Único de
E FAMILIAR
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS,
os custos relativos aos serviços de saúde
Art. 9º A assistência à mulher em prestados para o total tratamento das
situação de violência doméstica e familiar vítimas em situação de violência doméstica
será prestada de forma articulada e e familiar, recolhidos os recursos assim

JM - Apostilas
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente ininterrupto e prestado por servidores -
federado responsável pelas unidades de preferencialmente do sexo feminino -
saúde que prestarem os serviços. previamente capacitados.

§ 5º Os dispositivos de segurança § 1º A inquirição de mulher em


destinados ao uso em caso de perigo situação de violência doméstica e familiar
iminente e disponibilizados para o ou de testemunha de violência doméstica,
monitoramento das vítimas de violência quando se tratar de crime contra a mulher,
doméstica ou familiar amparadas por obedecerá às seguintes diretrizes:
medidas protetivas terão seus custos
ressarcidos pelo agressor I - salvaguarda da integridade física,
psíquica e emocional da depoente,
§ 6º O ressarcimento de que considerada a sua condição peculiar de
tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não pessoa em situação de violência doméstica
poderá importar ônus de qualquer natureza e familiar;
ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou II - garantia de que, em nenhuma
ensejar possibilidade de substituição da pena hipótese, a mulher em situação de violência
aplicada. doméstica e familiar, familiares e
testemunhas terão contato direto com
investigados ou suspeitos e pessoas a eles
§ 7º A mulher em situação de relacionadas;
violência doméstica e familiar tem
prioridade para matricular seus
dependentes em instituição de educação III - não revitimização da depoente,
básica mais próxima de seu domicílio, ou evitando sucessivas inquirições sobre o
transferi-los para essa instituição, mediante mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e
a apresentação dos documentos administrativo, bem como questionamentos
comprobatórios do registro da ocorrência sobre a vida privada.
policial ou do processo de violência
doméstica e familiar em curso. § 2º Na inquirição de mulher em
situação de violência doméstica e familiar
§ 8º Serão sigilosos os dados da ou de testemunha de delitos de que trata
ofendida e de seus dependentes esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
matriculados ou transferidos conforme o seguinte procedimento:
disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às
informações será reservado ao juiz, ao I - a inquirição será feita em recinto
Ministério Público e aos órgãos especialmente projetado para esse fim, o
competentes do poder público. qual conterá os equipamentos próprios e
adequados à idade da mulher em situação
CAPÍTULO III de violência doméstica e familiar ou
testemunha e ao tipo e à gravidade da
violência sofrida;
DO ATENDIMENTO PELA
AUTORIDADE POLICIAL
II - quando for o caso, a inquirição
será intermediada por profissional
Art. 10. Na hipótese da iminência ou especializado em violência doméstica e
da prática de violência doméstica e familiar familiar designado pela autoridade
contra a mulher, a autoridade policial que judiciária ou policial;
tomar conhecimento da ocorrência adotará,
de imediato, as providências legais cabíveis.
III - o depoimento será registrado em
meio eletrônico ou magnético, devendo a
Parágrafo único. Aplica-se o disposto degravação e a mídia integrar o
no caput deste artigo ao descumprimento de inquérito.
medida protetiva de urgência deferida.
Art. 11. No atendimento à mulher em
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
situação de violência doméstica e familiar o autoridade policial deverá, entre outras
atendimento policial e pericial especializado, providências:

JM - Apostilas
I - garantir proteção policial, quando de antecedentes criminais, indicando a
necessário, comunicando de imediato ao existência de mandado de prisão ou registro
Ministério Público e ao Poder Judiciário; de outras ocorrências policiais contra ele;

II - encaminhar a ofendida ao hospital VI-A - verificar se o agressor possui


ou posto de saúde e ao Instituto Médico registro de porte ou posse de arma de fogo
Legal; e, na hipótese de existência, juntar aos
autos essa informação, bem como notificar
III - fornecer transporte para a a ocorrência à instituição responsável pela
ofendida e seus dependentes para abrigo ou concessão do registro ou da emissão do
local seguro, quando houver risco de vida; porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003 (Estatuto do
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº
IV - se necessário, acompanhar a 13.880, de 2019)
ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do
domicílio familiar; VII - remeter, no prazo legal, os autos
do inquérito policial ao juiz e ao Ministério
Público.
V - informar à ofendida os direitos a
ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência § 1º O pedido da ofendida será
judiciária para o eventual ajuizamento tomado a termo pela autoridade policial e
perante o juízo competente da ação de deverá conter:
separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união I - qualificação da ofendida e do
estável. agressor;

Art. 12. Em todos os casos de II - nome e idade dos dependentes;


violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá III - descrição sucinta do fato e das
a autoridade policial adotar, de imediato, os medidas protetivas solicitadas pela
seguintes procedimentos, sem prejuízo ofendida.
daqueles previstos no Código de Processo
Penal:
IV - informação sobre a condição de a
ofendida ser pessoa com deficiência e se da
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de violência sofrida resultou deficiência ou
ocorrência e tomar a representação a termo, agravamento de deficiência
se apresentada; preexistente.

II - colher todas as provas que § 2º A autoridade policial deverá


servirem para o esclarecimento do fato e de anexar ao documento referido no § 1º o
suas circunstâncias; boletim de ocorrência e cópia de todos os
documentos disponíveis em posse da
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta ofendida.
e oito) horas, expediente apartado ao juiz
com o pedido da ofendida, para a concessão § 3º Serão admitidos como meios de
de medidas protetivas de urgência; prova os laudos ou prontuários médicos
fornecidos por hospitais e postos de saúde.
IV - determinar que se proceda ao
exame de corpo de delito da ofendida e Art. 12-A. Os Estados e o Distrito
requisitar outros exames periciais Federal, na formulação de suas políticas e
necessários; planos de atendimento à mulher em
situação de violência doméstica e familiar,
V - ouvir o agressor e as darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil,
testemunhas; à criação de Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos
VI - ordenar a identificação do Investigativos de Feminicídio e de equipes
agressor e fazer juntar aos autos sua folha especializadas para o atendimento e a

JM - Apostilas
investigação das violências graves contra a concedida liberdade provisória ao
mulher. preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído
pela Lei nº 13.505, de 2017) TÍTULO IV

§ 1º (VETADO). (Incluído pela DOS PROCEDIMENTOS


Lei nº 13.505, de 2017)
CAPÍTULO I
§ 2º (VETADO. (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)
DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 3º A autoridade policial poderá


Art. 13. Ao processo, ao julgamento e
requisitar os serviços públicos necessários
à execução das causas cíveis e criminais
à defesa da mulher em situação de
decorrentes da prática de violência
violência doméstica e familiar e de seus
doméstica e familiar contra a mulher aplicar-
dependentes. (Incluído pela Lei nº
se-ão as normas dos Códigos de Processo
13.505, de 2017)
Penal e Processo Civil e da legislação
específica relativa à criança, ao adolescente
Art. 12-C. Verificada a existência de e ao idoso que não conflitarem com o
risco atual ou iminente à vida ou à estabelecido nesta Lei.
integridade física da mulher em situação de
violência doméstica e familiar, ou de seus
Art. 14. Os Juizados de Violência
dependentes, o agressor será
Doméstica e Familiar contra a Mulher,
imediatamente afastado do lar, domicílio ou
órgãos da Justiça Ordinária com
local de convivência com a
competência cível e criminal, poderão ser
ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827,
criados pela União, no Distrito Federal e nos
de 2019)
Territórios, e pelos Estados, para o
processo, o julgamento e a execução das
I - pela autoridade causas decorrentes da prática de violência
judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, doméstica e familiar contra a mulher.
de 2019)
Parágrafo único. Os atos processuais
II - pelo delegado de polícia, quando poderão realizar-se em horário noturno,
o Município não for sede de comarca; conforme dispuserem as normas de
ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de organização judiciária.
2019)
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de
III - pelo policial, quando o Município propor ação de divórcio ou de dissolução de
não for sede de comarca e não houver união estável no Juizado de Violência
delegado disponível no momento da Doméstica e Familiar contra a
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894,
de 2019) de 2019)

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III § 1º Exclui-se da competência dos


do caput deste artigo, o juiz será Juizados de Violência Doméstica e Familiar
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte contra a Mulher a pretensão relacionada à
e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, partilha de bens. (Incluído pela Lei nº
sobre a manutenção ou a revogação da 13.894, de 2019)
medida aplicada, devendo dar ciência ao
Ministério Público
§ 2º Iniciada a situação de violência
concomitantemente. (Incluído pela Lei
doméstica e familiar após o ajuizamento da
nº 13.827, de 2019)
ação de divórcio ou de dissolução de união
estável, a ação terá preferência no juízo
§ 2º Nos casos de risco à integridade onde estiver. (Incluído pela Lei nº
física da ofendida ou à efetividade da 13.894, de 2019)
medida protetiva de urgência, não será

JM - Apostilas
Art. 15. É competente, por opção da IV - determinar a apreensão imediata
ofendida, para os processos cíveis regidos de arma de fogo sob a posse do
por esta Lei, o Juizado: agressor. (Incluído pela Lei nº
13.880, de 2019)
I - do seu domicílio ou de sua
residência; Art. 19. As medidas protetivas de
urgência poderão ser concedidas pelo juiz,
II - do lugar do fato em que se baseou a requerimento do Ministério Público ou a
a demanda; pedido da ofendida.

III - do domicílio do agressor. § 1º As medidas protetivas de


urgência poderão ser concedidas de
imediato, independentemente de audiência
Art. 16. Nas ações penais públicas das partes e de manifestação do Ministério
condicionadas à representação da ofendida Público, devendo este ser prontamente
de que trata esta Lei, só será admitida a comunicado.
renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da § 2º As medidas protetivas de
denúncia e ouvido o Ministério Público. urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser
substituídas a qualquer tempo por outras de
Art. 17. É vedada a aplicação, nos maior eficácia, sempre que os direitos
casos de violência doméstica e familiar reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
contra a mulher, de penas de cesta básica ou violados.
ou outras de prestação pecuniária, bem
como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa. § 3º Poderá o juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida,
conceder novas medidas protetivas de
CAPÍTULO II urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE ofendida, de seus familiares e de seu
URGÊNCIA patrimônio, ouvido o Ministério Público.

Seção I Art. 20. Em qualquer fase do inquérito


policial ou da instrução criminal, caberá a
prisão preventiva do agressor, decretada
Disposições Gerais
pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante
Art. 18. Recebido o expediente com o representação da autoridade policial.
pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas:
Parágrafo único. O juiz poderá
revogar a prisão preventiva se, no curso do
I - conhecer do expediente e do processo, verificar a falta de motivo para que
pedido e decidir sobre as medidas protetivas subsista, bem como de novo decretá-la, se
de urgência; sobrevierem razões que a justifiquem.

II - determinar o encaminhamento da Art. 21. A ofendida deverá ser


ofendida ao órgão de assistência judiciária, notificada dos atos processuais relativos ao
quando for o caso, inclusive para o agressor, especialmente dos pertinentes ao
ajuizamento da ação de separação judicial, ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo
de divórcio, de anulação de casamento ou da intimação do advogado constituído ou do
de dissolução de união estável perante o defensor público.
juízo competente; (Redação dada
pela Lei nº 13.894, de 2019)
Parágrafo único. A ofendida não
poderá entregar intimação ou notificação ao
III - comunicar ao Ministério Público agressor .
para que adote as providências cabíveis.

JM - Apostilas
§ 2º Na hipótese de aplicação do
inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos
Seção II
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003, o juiz comunicará ao
Das Medidas Protetivas de respectivo órgão, corporação ou instituição
Urgência que Obrigam o Agressor as medidas protetivas de urgência
concedidas e determinará a restrição do
Art. 22. Constatada a prática de porte de armas, ficando o superior imediato
violência doméstica e familiar contra a do agressor responsável pelo cumprimento
mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá da determinação judicial, sob pena de
aplicar, de imediato, ao agressor, em incorrer nos crimes de prevaricação ou de
conjunto ou separadamente, as seguintes desobediência, conforme o caso.
medidas protetivas de urgência, entre
outras: § 3º Para garantir a efetividade das
medidas protetivas de urgência, poderá o
I - suspensão da posse ou restrição juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio
do porte de armas, com comunicação ao da força policial.
órgão competente, nos termos da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003 ; § 4º Aplica-se às hipóteses previstas
neste artigo, no que couber, o disposto no
II - afastamento do lar, domicílio ou caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no
local de convivência com a ofendida; 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Processo Civil).
III - proibição de determinadas
condutas, entre as quais: Seção III

a) aproximação da ofendida, de seus Das Medidas Protetivas de


familiares e das testemunhas, fixando o Urgência à Ofendida
limite mínimo de distância entre estes e o
agressor; Art. 23. Poderá o juiz, quando
necessário, sem prejuízo de outras
b) contato com a ofendida, seus medidas:
familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicação; I - encaminhar a ofendida e seus
dependentes a programa oficial ou
c) freqüentação de determinados comunitário de proteção ou de atendimento;
lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida; II - determinar a recondução da
ofendida e a de seus dependentes ao
IV - restrição ou suspensão de visitas respectivo domicílio, após afastamento do
aos dependentes menores, ouvida a equipe agressor;
de atendimento multidisciplinar ou serviço
similar; III - determinar o afastamento da
ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
V - prestação de alimentos relativos a bens, guarda dos filhos e
provisionais ou provisórios. alimentos;

§ 1º As medidas referidas neste artigo IV - determinar a separação de


não impedem a aplicação de outras corpos.
previstas na legislação em vigor, sempre
que a segurança da ofendida ou as V - determinar a matrícula dos
circunstâncias o exigirem, devendo a dependentes da ofendida em instituição de
providência ser comunicada ao Ministério educação básica mais próxima do seu
Público. domicílio, ou a transferência deles para essa
instituição, independentemente da

JM - Apostilas
existência de vaga. (Incluído pela Lei LEI Nº 9.605, DE 12 DE
nº 13.882, de 2019) FEVEREIRO DE 1998.

Art. 24. Para a proteção patrimonial Dispõe sobre as sanções penais e


dos bens da sociedade conjugal ou administrativas derivadas de condutas e
daqueles de propriedade particular da atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
mulher, o juiz poderá determinar, outras providências.
liminarmente, as seguintes medidas, entre
outras:

I - restituição de bens indevidamente CAPÍTULO V


subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a


DOS CRIMES CONTRA O MEIO
celebração de atos e contratos de compra, AMBIENTE
venda e locação de propriedade em comum,
salvo expressa autorização judicial; Seção I

III - suspensão das procurações Dos Crimes contra a Fauna


conferidas pela ofendida ao agressor;
Art. 29. Matar, perseguir,
IV - prestação de caução provisória,
mediante depósito judicial, por perdas e caçar, apanhar, utilizar espécimes
danos materiais decorrentes da prática de da fauna silvestre, nativos ou em
violência doméstica e familiar contra a rota migratória, sem a devida
ofendida. permissão, licença ou autorização
da autoridade competente, ou em
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar desacordo com a obtida:
ao cartório competente para os fins
previstos nos incisos II e III deste artigo.
Pena - detenção de seis
Seção IV meses a um ano, e multa.
Do Crime de Descumprimento de
Medidas Protetivas de Urgência § 1º Incorre nas mesmas
Descumprimento de Medidas Protetivas penas:
de Urgência
I - quem impede a procriação
Art. 24-A. Descumprir decisão
judicial que defere medidas protetivas de
da fauna, sem licença, autorização
urgência previstas nesta Lei: ou em desacordo com a obtida;

Pena – detenção, de 3 (três) meses II - quem modifica, danifica ou


a 2 (dois) anos. destrói ninho, abrigo ou criadouro
natural;
§ 1º A configuração do crime
independe da competência civil ou criminal III - quem vende, expõe à
do juiz que deferiu as medidas.
venda, exporta ou adquire, guarda,
tem em cativeiro ou depósito, utiliza
§ 2º Na hipótese de prisão em
flagrante, apenas a autoridade judicial ou transporta ovos, larvas ou
poderá conceder fiança. espécimes da fauna silvestre, nativa
ou em rota migratória, bem como
§ 3º O disposto neste artigo não produtos e objetos dela oriundos,
exclui a aplicação de outras sanções provenientes de criadouros não
cabíveis. autorizados ou sem a devida

JM - Apostilas
permissão, licença ou autorização Art. 30. Exportar para o
da autoridade competente. exterior peles e couros de anfíbios e
répteis em bruto, sem a autorização
§ 2º No caso de guarda da autoridade ambiental
doméstica de espécie silvestre não competente:
considerada ameaçada de extinção,
pode o juiz, considerando as Pena - reclusão, de um a três
circunstâncias, deixar de aplicar a anos, e multa.
pena.
Art. 31. Introduzir espécime
§ 3° São espécimes da fauna animal no País, sem parecer técnico
silvestre todos aqueles pertencentes oficial favorável e licença expedida
às espécies nativas, migratórias e por autoridade competente:
quaisquer outras, aquáticas ou
terrestres, que tenham todo ou parte Pena - detenção, de três
de seu ciclo de vida ocorrendo meses a um ano, e multa.
dentro dos limites do território
brasileiro, ou águas jurisdicionais Art. 32. Praticar ato de abuso,
brasileiras. maus-tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou
§ 4º A pena é aumentada de domesticados, nativos ou exóticos:
metade, se o crime é praticado:
Pena - detenção, de três
I - contra espécie rara ou meses a um ano, e multa.
considerada ameaçada de extinção,
ainda que somente no local da § 1º Incorre nas mesmas
infração; penas quem realiza experiência
dolorosa ou cruel em animal vivo,
II - em período proibido à caça; ainda que para fins didáticos ou
científicos, quando existirem
III - durante a noite; recursos alternativos.

IV - com abuso de licença; § 2º A pena é aumentada de


um sexto a um terço, se ocorre
V - em unidade de morte do animal.
conservação;
Art. 33. Provocar, pela
VI - com emprego de métodos emissão de efluentes ou
ou instrumentos capazes de carreamento de materiais, o
provocar destruição em massa. perecimento de espécimes da fauna
aquática existentes em rios, lagos,
§ 5º A pena é aumentada até o açudes, lagoas, baías ou águas
triplo, se o crime decorre do jurisdicionais brasileiras:
exercício de caça profissional.
Pena - detenção, de um a três
§ 6º As disposições deste anos, ou multa, ou ambas
artigo não se aplicam aos atos de cumulativamente.
pesca.
Parágrafo único. Incorre nas
mesmas penas:

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I - quem causa degradação em II - substâncias tóxicas, ou
viveiros, açudes ou estações de outro meio proibido pela autoridade
aqüicultura de domínio público; competente:

II - quem explora campos Pena - reclusão de um ano a


naturais de invertebrados aquáticos cinco anos.
e algas, sem licença, permissão ou
autorização da autoridade Art. 36. Para os efeitos desta
competente; Lei, considera-se pesca todo ato
tendente a retirar, extrair, coletar,
III - quem fundeia apanhar, apreender ou capturar
embarcações ou lança detritos de espécimes dos grupos dos peixes,
qualquer natureza sobre bancos de crustáceos, moluscos e vegetais
moluscos ou corais, devidamente hidróbios, suscetíveis ou não de
demarcados em carta náutica. aproveitamento econômico,
ressalvadas as espécies
Art. 34. Pescar em período no ameaçadas de extinção, constantes
qual a pesca seja proibida ou em nas listas oficiais da fauna e da
lugares interditados por órgão flora.
competente:
Art. 37. Não é crime o abate
Pena - detenção de um ano a de animal, quando realizado:
três anos ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente. I - em estado de necessidade,
para saciar a fome do agente ou de
Parágrafo único. Incorre nas sua família;
mesmas penas quem:
II - para proteger lavouras,
I - pesca espécies que devam pomares e rebanhos da ação
ser preservadas ou espécimes com predatória ou destruidora de
tamanhos inferiores aos permitidos; animais, desde que legal e
expressamente autorizado pela
II - pesca quantidades autoridade competente;
superiores às permitidas, ou
mediante a utilização de aparelhos, III – (VETADO)
petrechos, técnicas e métodos não
permitidos; IV - por ser nocivo o animal,
desde que assim caracterizado pelo
III - transporta, comercializa, órgão competente.
beneficia ou industrializa espécimes
provenientes da coleta, apanha e Seção II
pesca proibidas.
Dos Crimes contra a Flora
Art. 35. Pescar mediante a
utilização de: Art. 38. Destruir ou danificar
floresta considerada de preservação
I - explosivos ou substâncias permanente, mesmo que em
que, em contato com a água, formação, ou utilizá-la com
produzam efeito semelhante; infringência das normas de
proteção:

JM - Apostilas
Pena - detenção, de um a três extinção no interior das Unidades de
anos, ou multa, ou ambas as penas Conservação de Proteção Integral
cumulativamente. será considerada circunstância
agravante para a fixação da
Parágrafo único. Se o crime for pena.
culposo, a pena será reduzida à
metade. § 3º Se o crime for culposo, a
pena será reduzida à metade.
Art. 38-A. Destruir ou danificar
vegetação primária ou secundária, em Art. 40-
estágio avançado ou médio de
regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou A. (VETADO) (Incluído pela Lei
utilizá-la com infringência das normas de nº 9.985, de 2000)
proteção;
§ 1o Entende-se por Unidades
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) de Conservação de Uso Sustentável
anos, ou multa, ou ambas as penas as Áreas de Proteção Ambiental, as
cumulativamente.
Áreas de Relevante Interesse
Parágrafo único. Se o crime for
Ecológico, as Florestas Nacionais,
culposo, a pena será reduzida à as Reservas Extrativistas, as
metade. Reservas de Fauna, as Reservas de
Desenvolvimento Sustentável e as
Art. 39. Cortar árvores em Reservas Particulares do Patrimônio
floresta considerada de preservação Natural.
permanente, sem permissão da
autoridade competente: § 2o A ocorrência de dano
afetando espécies ameaçadas de
Pena - detenção, de um a três extinção no interior das Unidades de
anos, ou multa, ou ambas as penas Conservação de Uso Sustentável
cumulativamente. será considerada circunstância
agravante para a fixação da
Art. 40. Causar dano direto ou pena. (Incluído pela Lei nº
indireto às Unidades de 9.985, de 2000)
Conservação e às áreas de que
trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, § 3o Se o crime for culposo, a
de 6 de junho de 1990, pena será reduzida à metade.
independentemente de sua
localização: Art. 41. Provocar incêndio em
mata ou floresta:
Pena - reclusão, de um a cinco
anos. Pena - reclusão, de dois a
quatro anos, e multa.
§ 1o Entende-se por Unidades
de Conservação de Proteção Parágrafo único. Se o crime é
Integral as Estações Ecológicas, as culposo, a pena é de detenção de
Reservas Biológicas, os Parques seis meses a um ano, e multa.
Nacionais, os Monumentos Naturais
e os Refúgios de Vida Silvestre. Art. 42. Fabricar, vender,
transportar ou soltar balões que
§ 2o A ocorrência de dano possam provocar incêndios nas
afetando espécies ameaçadas de florestas e demais formas de

JM - Apostilas
vegetação, em áreas urbanas ou origem vegetal, sem licença válida
qualquer tipo de assentamento para todo o tempo da viagem ou do
humano: armazenamento, outorgada pela
autoridade competente.
Pena - detenção de um a três
anos ou multa, ou ambas as penas Art. 47. (VETADO)
cumulativamente.
Art. 48. Impedir ou dificultar a
Art. 43. (VETADO) regeneração natural de florestas e
demais formas de vegetação:
Art. 44. Extrair de florestas de
domínio público ou consideradas de Pena - detenção, de seis
preservação permanente, sem meses a um ano, e multa.
prévia autorização, pedra, areia, cal
ou qualquer espécie de minerais: Art. 49. Destruir, danificar,
lesar ou maltratar, por qualquer
Pena - detenção, de seis modo ou meio, plantas de
meses a um ano, e multa. ornamentação de logradouros
públicos ou em propriedade privada
Art. 45. Cortar ou transformar alheia:
em carvão madeira de lei, assim
classificada por ato do Poder Pena - detenção, de três
Público, para fins industriais, meses a um ano, ou multa, ou
energéticos ou para qualquer outra ambas as penas cumulativamente.
exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações Parágrafo único. No crime
legais: culposo, a pena é de um a seis
meses, ou multa.
Pena - reclusão, de um a dois
anos, e multa. Art. 50. Destruir ou danificar
florestas nativas ou plantadas ou
Art. 46. Receber ou adquirir, vegetação fixadora de dunas,
para fins comerciais ou industriais, protetora de mangues, objeto de
madeira, lenha, carvão e outros especial preservação:
produtos de origem vegetal, sem
exigir a exibição de licença do Pena - detenção, de três
vendedor, outorgada pela meses a um ano, e multa.
autoridade competente, e sem
munir-se da via que deverá Art. 50-A. Desmatar, explorar
acompanhar o produto até final economicamente ou degradar floresta,
plantada ou nativa, em terras de domínio
beneficiamento: público ou devolutas, sem autorização do
órgão competente:
Pena - detenção, de seis
meses a um ano, e multa. Pena - reclusão de 2 (dois) a 4
(quatro) anos e multa.
Parágrafo único. Incorre nas
mesmas penas quem vende, expõe § 1o Não é crime a conduta praticada
quando necessária à subsistência imediata
à venda, tem em depósito, pessoal do agente ou de sua família.
transporta ou guarda madeira,
lenha, carvão e outros produtos de

JM - Apostilas
§ 2o Se a área explorada for superior e) durante a noite, em
a 1.000 ha (mil hectares), a pena será domingo ou feriado.
aumentada de 1 (um) ano por milhar de
hectare.
Seção III
Art. 51. Comercializar
motosserra ou utilizá-la em florestas Da Poluição e outros Crimes
e nas demais formas de vegetação, Ambientais
sem licença ou registro da
autoridade competente: Art. 54. Causar poluição de
qualquer natureza em níveis tais
Pena - detenção, de três que resultem ou possam resultar em
meses a um ano, e multa. danos à saúde humana, ou que
provoquem a mortandade de
Art. 52. Penetrar em Unidades animais ou a destruição significativa
de Conservação conduzindo da flora:
substâncias ou instrumentos
próprios para caça ou para Pena - reclusão, de um a
exploração de produtos ou quatro anos, e multa.
subprodutos florestais, sem licença
da autoridade competente: § 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis Pena - detenção, de seis


meses a um ano, e multa. meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos § 2º Se o crime:


nesta Seção, a pena é aumentada
de um sexto a um terço se: I - tornar uma área, urbana ou
rural, imprópria para a ocupação
I - do fato resulta a diminuição humana;
de águas naturais, a erosão do solo
ou a modificação do regime II - causar poluição
climático; atmosférica que provoque a
retirada, ainda que momentânea,
II - o crime é cometido: dos habitantes das áreas afetadas,
ou que cause danos diretos à saúde
a) no período de queda das da população;
sementes;
III - causar poluição hídrica
b) no período de formação de que torne necessária a interrupção
vegetações; do abastecimento público de água
de uma comunidade;
c) contra espécies raras ou
ameaçadas de extinção, ainda que IV - dificultar ou impedir o uso
a ameaça ocorra somente no local público das praias;
da infração;
V - ocorrer por lançamento de
d) em época de seca ou resíduos sólidos, líquidos ou
inundação; gasosos, ou detritos, óleos ou
substâncias oleosas, em desacordo

JM - Apostilas
com as exigências estabelecidas em desacordo com as normas ambientais
em leis ou regulamentos: ou de segurança; (Incluído pela Lei nº
12.305, de 2010)

Pena - reclusão, de um a cinco II - manipula, acondiciona,


anos. armazena, coleta, transporta, reutiliza,
recicla ou dá destinação final a resíduos
§ 3º Incorre nas mesmas perigosos de forma diversa da estabelecida
penas previstas no parágrafo em lei ou regulamento. (Incluído pela
Lei nº 12.305, de 2010)
anterior quem deixar de adotar,
quando assim o exigir a autoridade
competente, medidas de precaução § 2º Se o produto ou a
em caso de risco de dano ambiental substância for nuclear ou radioativa,
grave ou irreversível. a pena é aumentada de um sexto a
um terço.
Art. 55. Executar pesquisa,
lavra ou extração de recursos § 3º Se o crime é culposo:
minerais sem a competente
autorização, permissão, concessão Pena - detenção, de seis
ou licença, ou em desacordo com a meses a um ano, e multa.
obtida:
Art. 57. (VETADO)
Pena - detenção, de seis
meses a um ano, e multa. Art. 58. Nos crimes dolosos
previstos nesta Seção, as penas
Parágrafo único. Nas mesmas serão aumentadas:
penas incorre quem deixa de
recuperar a área pesquisada ou I - de um sexto a um terço, se
explorada, nos termos da resulta dano irreversível à flora ou
autorização, permissão, licença, ao meio ambiente em geral;
concessão ou determinação do
órgão competente. II - de um terço até a metade,
se resulta lesão corporal de
Art. 56. Produzir, processar, natureza grave em outrem;
embalar, importar, exportar,
comercializar, fornecer, transportar, III - até o dobro, se resultar a
armazenar, guardar, ter em depósito morte de outrem.
ou usar produto ou substância
tóxica, perigosa ou nociva à saúde Parágrafo único. As
humana ou ao meio ambiente, em penalidades previstas neste artigo
desacordo com as exigências somente serão aplicadas se do fato
estabelecidas em leis ou nos seus não resultar crime mais grave.
regulamentos:
Art. 59. (VETADO)
Pena - reclusão, de um a
quatro anos, e multa. Art. 60. Construir, reformar,
ampliar, instalar ou fazer funcionar,
Nas mesmas penas incorre em qualquer parte do território
quem: nacional, estabelecimentos, obras
ou serviços potencialmente
I - abandona os produtos ou poluidores, sem licença ou
substâncias referidos no caput ou os utiliza

JM - Apostilas
autorização dos órgãos ambientais histórico, cultural, religioso,
competentes, ou contrariando as arqueológico, etnográfico ou
normas legais e regulamentares monumental, sem autorização da
pertinentes: autoridade competente ou em
desacordo com a concedida:
Pena - detenção, de um a seis
meses, ou multa, ou ambas as Pena - reclusão, de um a três
penas cumulativamente. anos, e multa.

Art. 61. Disseminar doença ou Art. 64. Promover construção


praga ou espécies que possam em solo não edificável, ou no seu
causar dano à agricultura, à entorno, assim considerado em
pecuária, à fauna, à flora ou aos razão de seu valor paisagístico,
ecossistemas: ecológico, artístico, turístico,
histórico, cultural, religioso,
Pena - reclusão, de um a arqueológico, etnográfico ou
quatro anos, e multa. monumental, sem autorização da
autoridade competente ou em
Seção IV desacordo com a concedida:

Dos Crimes contra o Ordenamento Pena - detenção, de seis


Urbano e o Patrimônio Cultural meses a um ano, e multa.

Art. 62. Destruir, inutilizar ou Art. 65. Pichar ou por outro meio
deteriorar: conspurcar edificação ou monumento
urbano:

I - bem especialmente Pena - detenção, de 3 (três) meses a


protegido por lei, ato administrativo 1 (um) ano, e multa.
ou decisão judicial;
§ 1o Se o ato for realizado em
II - arquivo, registro, museu, monumento ou coisa tombada em virtude
biblioteca, pinacoteca, instalação do seu valor artístico, arqueológico ou
histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1
científica ou similar protegido por lei, (um) ano de detenção e multa.
ato administrativo ou decisão
judicial: § 2o Não constitui crime a prática de
grafite realizada com o objetivo de valorizar
Pena - reclusão, de um a três o patrimônio público ou privado mediante
anos, e multa. manifestação artística, desde que
consentida pelo proprietário e, quando
couber, pelo locatário ou arrendatário do
Parágrafo único. Se o crime for bem privado e, no caso de bem público,
culposo, a pena é de seis meses a com a autorização do órgão competente e
um ano de detenção, sem prejuízo a observância das posturas municipais e
da multa. das normas editadas pelos órgãos
governamentais responsáveis pela
preservação e conservação do patrimônio
Art. 63. Alterar o aspecto ou histórico e artístico nacional.
estrutura de edificação ou local
especialmente protegido por lei, ato Seção V
administrativo ou decisão judicial,
em razão de seu valor paisagístico, Dos Crimes contra a
ecológico, turístico, artístico, Administração Ambiental

JM - Apostilas
Art. 66. Fazer o funcionário ambiental total ou parcialmente falso ou
público afirmação falsa ou enganoso, inclusive por omissão:
enganosa, omitir a verdade,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
sonegar informações ou dados anos, e multa.
técnico-científicos em
procedimentos de autorização ou de § 1o Se o crime é culposo:
licenciamento ambiental:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três)
Pena - reclusão, de um a três anos.
anos, e multa.
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um
terço) a 2/3 (dois terços), se há dano
Art. 67. Conceder o funcionário significativo ao meio ambiente, em
público licença, autorização ou decorrência do uso da informação falsa,
permissão em desacordo com as incompleta ou enganosa.
normas ambientais, para as
atividades, obras ou serviços cuja CAPÍTULO VI
realização depende de ato
autorizativo do Poder Público: DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Pena - detenção, de um a três Art. 70. Considera-se infração


anos, e multa. administrativa ambiental toda ação
ou omissão que viole as regras
Parágrafo único. Se o crime é jurídicas de uso, gozo, promoção,
culposo, a pena é de três meses a proteção e recuperação do meio
um ano de detenção, sem prejuízo ambiente.
da multa.
§ 1º São autoridades
Art. 68. Deixar, aquele que competentes para lavrar auto de
tiver o dever legal ou contratual de infração ambiental e instaurar
fazê-lo, de cumprir obrigação de processo administrativo os
relevante interesse ambiental: funcionários de órgãos ambientais
integrantes do Sistema Nacional de
Pena - detenção, de um a três Meio Ambiente - SISNAMA,
anos, e multa. designados para as atividades de
fiscalização, bem como os agentes
Parágrafo único. Se o crime é das Capitanias dos Portos, do
culposo, a pena é de três meses a Ministério da Marinha.
um ano, sem prejuízo da multa.
§ 2º Qualquer pessoa,
Art. 69. Obstar ou dificultar a constatando infração ambiental,
ação fiscalizadora do Poder Público poderá dirigir representação às
no trato de questões ambientais: autoridades relacionadas no
parágrafo anterior, para efeito do
Pena - detenção, de um a três exercício do seu poder de polícia.
anos, e multa.
§ 3º A autoridade ambiental
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no que tiver conhecimento de infração
licenciamento, concessão florestal ou ambiental é obrigada a promover a
qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório sua apuração imediata, mediante

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processo administrativo próprio, sob IV - apreensão dos animais,
pena de co-responsabilidade. produtos e subprodutos da fauna e
flora, instrumentos, petrechos,
§ 4º As infrações ambientais equipamentos ou veículos de
são apuradas em processo qualquer natureza utilizados na
administrativo próprio, assegurado o infração;
direito de ampla defesa e o
contraditório, observadas as V - destruição ou inutilização
disposições desta Lei. do produto;

Art. 71. O processo VI - suspensão de venda e


administrativo para apuração de fabricação do produto;
infração ambiental deve observar os
seguintes prazos máximos: VII - embargo de obra ou
atividade;
I - vinte dias para o infrator
oferecer defesa ou impugnação VIII - demolição de obra;
contra o auto de infração, contados
da data da ciência da autuação; IX - suspensão parcial ou total
de atividades;
II - trinta dias para a
autoridade competente julgar o auto X – (VETADO)
de infração, contados da data da
sua lavratura, apresentada ou não a XI - restritiva de direitos.
defesa ou impugnação;
§ 1º Se o infrator cometer,
III - vinte dias para o infrator simultaneamente, duas ou mais
recorrer da decisão condenatória à infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
instância superior do Sistema cumulativamente, as sanções a elas
Nacional do Meio Ambiente - cominadas.
SISNAMA, ou à Diretoria de Portos
e Costas, do Ministério da Marinha, § 2º A advertência será
de acordo com o tipo de autuação; aplicada pela inobservância das
disposições desta Lei e da
IV – cinco dias para o legislação em vigor, ou de preceitos
pagamento de multa, contados da regulamentares, sem prejuízo das
data do recebimento da notificação. demais sanções previstas neste
artigo.
Art. 72. As infrações
administrativas são punidas com as § 3º A multa simples será
seguintes sanções, observado o aplicada sempre que o agente, por
disposto no art. 6º: negligência ou dolo:

I - advertência; I - advertido por


irregularidades que tenham sido
II - multa simples; praticadas, deixar de saná-las, no
prazo assinalado por órgão
III - multa diária; competente do SISNAMA ou pela
Capitania dos Portos, do Ministério
da Marinha;

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II - opuser embaraço à Art. 73. Os valores
fiscalização dos órgãos do arrecadados em pagamento de
SISNAMA ou da Capitania dos multas por infração ambiental serão
Portos, do Ministério da Marinha. revertidos ao Fundo Nacional do
Meio Ambiente, criado pela Lei nº
§ 4° A multa simples pode ser 7.797, de 10 de julho de 1989,
convertida em serviços de Fundo Naval, criado pelo Decreto nº
preservação, melhoria e 20.923, de 8 de janeiro de 1932,
recuperação da qualidade do meio fundos estaduais ou municipais de
ambiente. meio ambiente, ou correlatos,
conforme dispuser o órgão
§ 5º A multa diária será arrecadador.
aplicada sempre que o cometimento
da infração se prolongar no tempo. Art. 74. A multa terá por base
a unidade, hectare, metro cúbico,
§ 6º A apreensão e destruição quilograma ou outra medida
referidas nos incisos IV e V pertinente, de acordo com o objeto
do caput obedecerão ao disposto no jurídico lesado.
art. 25 desta Lei.
Art. 75. O valor da multa de
§ 7º As sanções indicadas nos que trata este Capítulo será fixado
incisos VI a IX do caput serão no regulamento desta Lei e corrigido
aplicadas quando o produto, a obra, periodicamente, com base nos
a atividade ou o estabelecimento índices estabelecidos na legislação
não estiverem obedecendo às pertinente, sendo o mínimo de R$
prescrições legais ou 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo
regulamentares. de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta
milhões de reais).
§ 8º As sanções restritivas de
direito são: Art. 76. O pagamento de multa
imposta pelos Estados, Municípios,
I - suspensão de registro, Distrito Federal ou Territórios
licença ou autorização; substitui a multa federal na mesma
hipótese de incidência.
II - cancelamento de registro,
licença ou autorização;

III - perda ou restrição de EMENDA CONSTITUCIONAL Nº


incentivos e benefícios fiscais; 45, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004

IV - perda ou suspensão da
Altera dispositivos dos arts. 5º, 36, 52, 92,
participação em linhas de
93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, 107, 109,
financiamento em estabelecimentos 111, 112, 114, 115, 125, 126, 127, 128, 129,
oficiais de crédito; 134 e 168 da Constituição Federal, e
acrescenta os arts. 103-A, 103B, 111-A e
V - proibição de contratar com 130-A, e dá outras providências.
a Administração Pública, pelo
período de até três anos. AS MESAS DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS E DO SENADO
FEDERAL, nos termos do § 3º do

JM - Apostilas
art. 60 da Constituição Federal, na hipótese do art. 34, VII, e no caso
promulgam a seguinte Emenda ao de recusa à execução de lei federal.
texto constitucional:
IV (Revogado).
Art. 1º Os arts. 5º, 36, 52, 92,
93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, ..........................................................
107, 109, 111, 112, 114, 115, 125, ......" (NR)
126, 127, 128, 129, 134 e 168 da
Constituição Federal passam a "Art.
vigorar com a seguinte redação: 52.....................................................

"Art. ..........................................................
5º..................................................... ......

.......................................................... II processar e julgar os Ministros do


...... Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e Justiça e do Conselho Nacional do
administrativo, são assegurados a Ministério Público, o Procurador-
razoável duração do processo e os Geral da República e o Advogado-
meios que garantam a celeridade de Geral da União nos crimes de
sua tramitação. responsabilidade;

.......................................................... ..........................................................
...... ......" (NR)

§ 3º Os tratados e convenções "Art. 92


internacionais sobre direitos ....................................................
humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, ..........................................................
em dois turnos, por três quintos dos ......
votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas I-A o Conselho Nacional de Justiça;
constitucionais.
..........................................................
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição ......
de Tribunal Penal Internacional a
cuja criação tenha manifestado § 1º O Supremo Tribunal Federal, o
adesão." (NR) Conselho Nacional de Justiça e os
Tribunais Superiores têm sede na
"Art. 36. Capital Federal.
....................................................
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e
.......................................................... os Tribunais Superiores têm
....... jurisdição em todo o território
nacional." (NR)
III de provimento, pelo Supremo
Tribunal Federal, de representação "Art. 93.
do Procurador-Geral da República, ...................................................

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I ingresso na carreira, cujo cargo constituindo etapa obrigatória do
inicial será o de juiz substituto, processo de vitaliciamento a
mediante concurso público de participação em curso oficial ou
provas e títulos, com a participação reconhecido por escola nacional de
da Ordem dos Advogados do Brasil formação e aperfeiçoamento de
em todas as fases, exigindo-se do magistrados;
bacharel em direito, no mínimo, três
anos de atividade jurídica e ..........................................................
obedecendo-se, nas nomeações, à ......
ordem de classificação;
VII o juiz titular residirá na respectiva
II - comarca, salvo autorização do
.......................................................... tribunal;
...
VIII o ato de remoção,
.......................................................... disponibilidade e aposentadoria do
....... magistrado, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto da
c) aferição do merecimento maioria absoluta do respectivo
conforme o desempenho e pelos tribunal ou do Conselho Nacional de
critérios objetivos de produtividade e Justiça, assegurada ampla defesa;
presteza no exercício da jurisdição e
pela freqüência e aproveitamento em VIIIA a remoção a pedido ou a
cursos oficiais ou reconhecidos de permuta de magistrados de comarca
aperfeiçoamento; de igual entrância atenderá, no que
couber, ao disposto nas alíneas a , b
d) na apuração de antigüidade, o , c e e do inciso II;
tribunal somente poderá recusar o
juiz mais antigo pelo voto IX todos os julgamentos dos órgãos
fundamentado de dois terços de do Poder Judiciário serão públicos, e
seus membros, conforme fundamentadas todas as decisões,
procedimento próprio, e assegurada sob pena de nulidade, podendo a lei
ampla defesa, repetindo-se a limitar a presença, em determinados
votação até fixar-se a indicação; atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em
e) não será promovido o juiz que, casos nos quais a preservação do
injustificadamente, retiver autos em direito à intimidade do interessado
seu poder além do prazo legal, não no sigilo não prejudique o interesse
podendo devolvê-los ao cartório sem público à informação;
o devido despacho ou decisão;
X as decisões administrativas dos
III o acesso aos tribunais de segundo tribunais serão motivadas e em
grau far-se-á por antigüidade e sessão pública, sendo as
merecimento, alternadamente, disciplinares tomadas pelo voto da
apurados na última ou única maioria absoluta de seus membros;
entrância;
XI nos tribunais com número
IV previsão de cursos oficiais de superior a vinte e cinco julgadores,
preparação, aperfeiçoamento e poderá ser constituído órgão
promoção de magistrados, especial, com o mínimo de onze e o

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máximo de vinte e cinco membros, V exercer a advocacia no juízo ou
para o exercício das atribuições tribunal do qual se afastou, antes de
administrativas e jurisdicionais decorridos três anos do afastamento
delegadas da competência do do cargo por aposentadoria ou
tribunal pleno, provendo-se metade exoneração." (NR)
das vagas por antigüidade e a outra
metade por eleição pelo tribunal "Art. 98.
pleno; ....................................................

XII a atividade jurisdicional será ..........................................................


ininterrupta, sendo vedado férias .......
coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias § 1º (antigo parágrafo único)
em que não houver expediente ........................
forense normal, juízes em plantão
permanente; § 2º As custas e emolumentos serão
destinados exclusivamente ao
XIII o número de juízes na unidade custeio dos serviços afetos às
jurisdicional será proporcional à atividades específicas da Justiça."
efetiva demanda judicial e à (NR)
respectiva população;
"Art. 99.
XIV os servidores receberão ....................................................
delegação para a prática de atos de
administração e atos de mero ..........................................................
expediente sem caráter decisório; .......

XV a distribuição de processos será § 3º Se os órgãos referidos no § 2º


imediata, em todos os graus de não encaminharem as respectivas
jurisdição."(NR) propostas orçamentárias dentro do
prazo estabelecido na lei de
"Art. 95. diretrizes orçamentárias, o Poder
................................................... Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta
.......................................................... orçamentária anual, os valores
...... aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os
Parágrafo único. Aos juízes é limites estipulados na forma do § 1º
vedado: deste artigo.

.......................................................... § 4º Se as propostas orçamentárias


....... de que trata este artigo forem
encaminhadas em desacordo com
IV receber, a qualquer título ou os limites estipulados na forma do §
pretexto, auxílios ou contribuições de 1º, o Poder Executivo procederá aos
pessoas físicas, entidades públicas ajustes necessários para fins de
ou privadas, ressalvadas as consolidação da proposta
exceções previstas em lei; orçamentária anual.

JM - Apostilas
§ 5º Durante a execução de inconstitucionalidade e nas ações
orçamentária do exercício, não declaratórias de constitucionalidade
poderá haver a realização de produzirão eficácia contra todos e
despesas ou a assunção de efeito vinculante, relativamente aos
obrigações que extrapolem os limites demais órgãos do Poder Judiciário e
estabelecidos na lei de diretrizes à administração pública direta e
orçamentárias, exceto se indireta, nas esferas federal,
previamente autorizadas, mediante estadual e municipal.
a abertura de créditos
suplementares ou especiais." (NR) § 3º No recurso extraordinário o
recorrente deverá demonstrar a
"Art. 102. repercussão geral das questões
.................................................. constitucionais discutidas no caso,
nos termos da lei, a fim de que o
I - Tribunal examine a admissão do
.......................................................... recurso, somente podendo recusá-lo
.... pela manifestação de dois terços de
seus membros." (NR)
..........................................................
....... "Art. 103. Podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade e a
h) (Revogada) ação declaratória de
constitucionalidade:
..........................................................
...... ..........................................................
......
r) as ações contra o Conselho
Nacional de Justiça e contra o IV a Mesa de Assembléia Legislativa
Conselho Nacional do Ministério ou da Câmara Legislativa do Distrito
Público; Federal;

.......................................................... V o Governador de Estado ou do


...... Distrito Federal;

III - ..........................................................
.......................................................... ......
..
§ 4º (Revogado)." (NR)
..........................................................
...... "Art. 104.
.................................................
d) julgar válida lei local contestada
em face de lei federal. Parágrafo único. Os Ministros do
Superior Tribunal de Justiça serão
.......................................................... nomeados pelo Presidente da
...... República, dentre brasileiros com
mais de trinta e cinco e menos de
§ 2º As decisões definitivas de sessenta e cinco anos, de notável
mérito, proferidas pelo Supremo saber jurídico e reputação ilibada,
Tribunal Federal, nas ações diretas depois de aprovada a escolha pela

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maioria absoluta do Senado Federal, órgão central do sistema e com
sendo: poderes correicionais, cujas
decisões terão caráter vinculante."
.......................................................... (NR)
......." (NR)
"Art. 107.
"Art. 105. ...................................................
...................................................
..........................................................
I - ........
..........................................................
..... § 1º (antigo parágrafo único)
........................
..........................................................
........ § 2º Os Tribunais Regionais
Federais instalarão a justiça
i) a homologação de sentenças itinerante, com a realização de
estrangeiras e a concessão de audiências e demais funções da
exequatur às cartas rogatórias; atividade jurisdicional, nos limites
territoriais da respectiva jurisdição,
.......................................................... servindo-se de equipamentos
........ públicos e comunitários.

III - § 3º Os Tribunais Regionais


.......................................................... Federais poderão funcionar
... descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de
.......................................................... assegurar o pleno acesso do
....... jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo." (NR)
b) julgar válido ato de governo local
contestado em face de lei federal; "Art. 109.
....................................................
..........................................................
....... ..........................................................
.........
Parágrafo único. Funcionarão junto
ao Superior Tribunal de Justiça: V-A as causas relativas a direitos
humanos a que se refere o § 5º deste
I a Escola Nacional de Formação e artigo;
Aperfeiçoamento de Magistrados,
cabendo-lhe, dentre outras funções, ..........................................................
regulamentar os cursos oficiais para .........
o ingresso e promoção na carreira;
§ 5º Nas hipóteses de grave violação
II o Conselho da Justiça Federal, de direitos humanos, o Procurador-
cabendo-lhe exercer, na forma da lei, Geral da República, com a finalidade
a supervisão administrativa e de assegurar o cumprimento de
orçamentária da Justiça Federal de obrigações decorrentes de tratados
primeiro e segundo graus, como internacionais de direitos humanos

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dos quais o Brasil seja parte, poderá V os conflitos de competência entre
suscitar, perante o Superior Tribunal órgãos com jurisdição trabalhista,
de Justiça, em qualquer fase do ressalvado o disposto no art. 102, I,
inquérito ou processo, incidente de o;
deslocamento de competência para
a Justiça Federal." (NR) VI as ações de indenização por dano
moral ou patrimonial, decorrentes da
"Art. 111. relação de trabalho;
......................................................
VII as ações relativas às penalidades
.......................................................... administrativas impostas aos
........... empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de
§ 1º (Revogado). trabalho;

§ 2º (Revogado). VIII a execução, de ofício, das


contribuições sociais previstas no
§ 3º (Revogado)." (NR) art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças
"Art. 112. A lei criará varas da Justiça que proferir;
do Trabalho, podendo, nas
comarcas não abrangidas por sua IX outras controvérsias decorrentes
jurisdição, atribuí-la aos juízes de da relação de trabalho, na forma da
direito, com recurso para o lei.
respectivo Tribunal Regional do T
rabalho." (NR) § 1º
..........................................................
"Art. 114. Compete à Justiça do
Trabalho processar e julgar: § 2º Recusando-se qualquer das
partes à negociação coletiva ou à
I as ações oriundas da relação de arbitragem, é facultado às mesmas,
trabalho, abrangidos os entes de de comum acordo, ajuizar dissídio
direito público externo e da coletivo de natureza econômica,
administração pública direta e podendo a Justiça do Trabalho
indireta da União, dos Estados, do decidir o conflito, respeitadas as
Distrito Federal e dos Municípios; disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as
II as ações que envolvam exercício convencionadas anteriormente.
do direito de greve;
§ 3º Em caso de greve em atividade
III as ações sobre representação essencial, com possibilidade de
sindical, entre sindicatos, entre lesão do interesse público, o
sindicatos e trabalhadores, e entre Ministério Público do Trabalho
sindicatos e empregadores; poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho
IV os mandados de segurança, decidir o conflito." (NR)
habeas corpus e habeas data ,
quando o ato questionado envolver "Art. 115. Os Tribunais Regionais do
matéria sujeita à sua jurisdição; Trabalho compõem-se de, no
mínimo, sete juízes, recrutados,

JM - Apostilas
quando possível, na respectiva Estados em que o efetivo militar seja
região, e nomeados pelo Presidente superior a vinte mil integrantes.
da República dentre brasileiros com
mais de trinta e menos de sessenta § 4º Compete à Justiça Militar
e cinco anos, sendo: estadual processar e julgar os
militares dos Estados, nos crimes
I um quinto dentre advogados com militares definidos em lei e as ações
mais de dez anos de efetiva judiciais contra atos disciplinares
atividade profissional e membros do militares, ressalvada a competência
Ministério Público do Trabalho com do júri quando a vítima for civil,
mais de dez anos de efetivo cabendo ao tribunal competente
exercício, observado o disposto no decidir sobre a perda do posto e da
art. 94; patente dos oficiais e da graduação
das praças.
II os demais, mediante promoção de
juízes do trabalho por antigüidade e § 5º Compete aos juízes de direito do
merecimento, alternadamente. juízo militar processar e julgar,
singularmente, os crimes militares
§ 1º Os Tribunais Regionais do cometidos contra civis e as ações
Trabalho instalarão a justiça judiciais contra atos disciplinares
itinerante, com a realização de militares, cabendo ao Conselho de
audiências e demais funções de Justiça, sob a presidência de juiz de
atividade jurisdicional, nos limites direito, processar e julgar os demais
territoriais da respectiva jurisdição, crimes militares.
servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários. § 6º O Tribunal de Justiça poderá
funcionar descentralizadamente,
§ 2º Os Tribunais Regionais do constituindo Câmaras regionais, a
Trabalho poderão funcionar fim de assegurar o pleno acesso do
descentralizadamente, constituindo jurisdicionado à justiça em todas as
Câmaras regionais, a fim de fases do processo.
assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as § 7º O Tribunal de Justiça instalará a
fases do processo." (NR) justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da
"Art. 125. atividade jurisdicional, nos limites
................................................ territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos
.......................................................... públicos e comunitários." (NR)
.....
"Art. 126. Para dirimir conflitos
§ 3º A lei estadual poderá criar, fundiários, o Tribunal de Justiça
mediante proposta do T ribunal de proporá a criação de varas
Justiça, a Justiça Militar estadual, especializadas, com competência
constituída, em primeiro grau, pelos exclusiva para questões agrárias.
juízes de direito e pelos Conselhos
de Justiça e, em segundo grau, pelo ..........................................................
próprio Tribunal de Justiça, ou por .." (NR)
Tribunal de Justiça Militar nos

JM - Apostilas
"Art. 127. I -
............................................... ..........................................................
.....
..........................................................
.... ..........................................................
........
§ 4º Se o Ministério Público não
encaminhar a respectiva proposta b) inamovibilidade, salvo por motivo
orçamentária dentro do prazo de interesse público, mediante
estabelecido na lei de diretrizes decisão do órgão colegiado
orçamentárias, o Poder Executivo competente do Ministério Público,
considerará, para fins de pelo voto da maioria absoluta de
consolidação da proposta seus membros, assegurada ampla
orçamentária anual, os valores defesa;
aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os ..........................................................
limites estipulados na forma do § 3º. ........

§ 5º Se a proposta orçamentária de II -
que trata este artigo for ..........................................................
encaminhada em desacordo com os ....
limites estipulados na forma do § 3º,
o Poder Executivo procederá aos ..........................................................
ajustes necessários para fins de ........
consolidação da proposta
orçamentária anual. e) exercer atividade político-
partidária;
§ 6º Durante a execução
orçamentária do exercício, não f) receber, a qualquer título ou
poderá haver a realização de pretexto, auxílios ou contribuições de
despesas ou a assunção de pessoas físicas, entidades públicas
obrigações que extrapolem os limites ou privadas, ressalvadas as
estabelecidos na lei de diretrizes exceções previstas em lei.
orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante § 6º Aplica-se aos membros do
a abertura de créditos Ministério Público o disposto no art.
suplementares ou especiais." (NR) 95, parágrafo único, V." (NR)

"Art. 128. "Art. 129.


.................................................. ....................................................

.......................................................... ..........................................................
....... .........

§ 5º § 2º As funções do Ministério Público


.......................................................... só podem ser exercidas por
. integrantes da carreira, que deverão
residir na comarca da respectiva
lotação, salvo autorização do chefe
da instituição.

JM - Apostilas
§ 3º O ingresso na carreira do "Art. 103-A. O Supremo Tribunal
Ministério Público far-se-á mediante Federal poderá, de ofício ou por
concurso público de provas e títulos, provocação, mediante decisão de
assegurada a participação da Ordem dois terços dos seus membros, após
dos Advogados do Brasil em sua reiteradas decisões sobre matéria
realização, exigindo-se do bacharel constitucional, aprovar súmula que,
em direito, no mínimo, três anos de a partir de sua publicação na
atividade jurídica e observando-se, imprensa oficial, terá efeito
nas nomeações, a ordem de vinculante em relação aos demais
classificação. órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, indireta, nas esferas federal,
no que couber, o disposto no art. 93. estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou
§ 5º A distribuição de processos no cancelamento, na forma
Ministério Público será imediata." estabelecida em lei.
(NR)
§ 1º A súmula terá por objetivo a
"Art. 134. validade, a interpretação e a eficácia
...................................................... de normas determinadas, acerca das
quais haja controvérsia atual entre
§ 1º (antigo parágrafo único) órgãos judiciários ou entre esses e a
............................ administração pública que acarrete
grave insegurança jurídica e
§ 2º Às Defensorias Públicas relevante multiplicação de processos
Estaduais são asseguradas sobre questão idêntica.
autonomia funcional e administrativa
e a iniciativa de sua proposta § 2º Sem prejuízo do que vier a ser
orçamentária dentro dos limites estabelecido em lei, a aprovação,
estabelecidos na lei de diretrizes revisão ou cancelamento de súmula
orçamentárias e subordinação ao poderá ser provocada por aqueles
disposto no art. 99, § 2º." (NR) que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.
"Art. 168. Os recursos
correspondentes às dotações § 3º Do ato administrativo ou decisão
orçamentárias, compreendidos os judicial que contrariar a súmula
créditos suplementares e especiais, aplicável ou que indevidamente a
destinados aos órgãos dos Poderes aplicar, caberá reclamação ao
Legislativo e Judiciário, do Ministério Supremo Tribunal Federal que,
Público e da Defensoria Pública, ser- julgando-a procedente, anulará o ato
lhes-ão entregues até o dia 20 de administrativo ou cassará a decisão
cada mês, em duodécimos, na forma judicial reclamada, e determinará
da lei complementar a que se refere que outra seja proferida com ou sem
o art. 165, § 9º." (NR) a aplicação da súmula, conforme o
caso."
Art. 2º A Constituição Federal
passa a vigorar acrescida dos "Art. 103-B. O Conselho Nacional de
seguintes arts. 103-A, 103-B, 111-A Justiça compõe-se de quinze
e 130-A: membros com mais de trinta e cinco
e menos de sessenta e seis anos de

JM - Apostilas
idade, com mandato de dois anos, XIII dois cidadãos, de notável saber
admitida uma recondução, sendo: jurídico e reputação ilibada,
indicados um pela Câmara dos
I um Ministro do Supremo Tribunal Deputados e outro pelo Senado
Federal, indicado pelo respectivo Federal.
tribunal;
§ 1º O Conselho será presidido pelo
II um Ministro do Superior Tribunal Ministro do Supremo Tribunal
de Justiça, indicado pelo respectivo Federal, que votará em caso de
tribunal; empate, ficando excluído da
distribuição de processos naquele
III um Ministro do Tribunal Superior tribunal.
do Trabalho, indicado pelo
respectivo tribunal; § 2º Os membros do Conselho serão
nomeados pelo Presidente da
IV um desembargador de Tribunal de República, depois de aprovada a
Justiça, indicado pelo Supremo escolha pela maioria absoluta do
Tribunal Federal; Senado Federal.

V um juiz estadual, indicado pelo § 3º Não efetuadas, no prazo legal,


Supremo Tribunal Federal; as indicações previstas neste artigo,
caberá a escolha ao Supremo
VI um juiz de Tribunal Regional Tribunal Federal.
Federal, indicado pelo Superior
Tribunal de Justiça; § 4º Compete ao Conselho o controle
da atuação administrativa e
VII um juiz federal, indicado pelo financeira do Poder Judiciário e do
Superior Tribunal de Justiça; cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes, cabendo-lhe, além de
VIII um juiz de Tribunal Regional do outras atribuições que lhe forem
Trabalho, indicado pelo Tribunal conferidas pelo Estatuto da
Superior do Trabalho; Magistratura:

IX um juiz do trabalho, indicado pelo I zelar pela autonomia do Poder


Tribunal Superior do Trabalho; Judiciário e pelo cumprimento do
Estatuto da Magistratura, podendo
X um membro do Ministério Público expedir atos regulamentares, no
da União, indicado pelo Procurador- âmbito de sua competência, ou
Geral da República; recomendar providências;

XI um membro do Ministério Público II zelar pela observância do art. 37 e


estadual, escolhido pelo Procurador- apreciar, de ofício ou mediante
Geral da República dentre os nomes provocação, a legalidade dos atos
indicados pelo órgão competente de administrativos praticados por
cada instituição estadual; membros ou órgãos do Poder
Judiciário, podendo desconstituí-los,
XII dois advogados, indicados pelo revê-los ou fixar prazo para que se
Conselho Federal da Ordem dos adotem as providências necessárias
Advogados do Brasil; ao exato cumprimento da lei, sem

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prejuízo da competência do Tribunal § 5º O Ministro do Superior Tribunal
de Contas da União; de Justiça exercerá a função de
Ministro-Corregedor e ficará
III receber e conhecer das excluído da distribuição de
reclamações contra membros ou processos no Tribunal, competindo-
órgãos do Poder Judiciário, inclusive lhe, além das atribuições que lhe
contra seus serviços auxiliares, forem conferidas pelo Estatuto da
serventias e órgãos prestadores de Magistratura, as seguintes:
serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder I receber as reclamações e
público ou oficializados, sem denúncias, de qualquer interessado,
prejuízo da competência disciplinar e relativas aos magistrados e aos
correicional dos tribunais, podendo serviços judiciários;
avocar processos disciplinares em
curso e determinar a remoção, a II exercer funções executivas do
disponibilidade ou a aposentadoria Conselho, de inspeção e de
com subsídios ou proventos correição geral;
proporcionais ao tempo de serviço e
aplicar outras sanções III requisitar e designar magistrados,
administrativas, assegurada ampla delegando-lhes atribuições, e
defesa; requisitar servidores de juízos ou
tribunais, inclusive nos Estados,
IV representar ao Ministério Público, Distrito Federal e Territórios.
no caso de crime contra a
administração pública ou de abuso § 6º Junto ao Conselho oficiarão o
de autoridade; Procurador-Geral da República e o
Presidente do Conselho Federal da
V rever, de ofício ou mediante Ordem dos Advogados do Brasil.
provocação, os processos
disciplinares de juízes e membros de § 7º A União, inclusive no Distrito
tribunais julgados há menos de um Federal e nos Territórios, criará
ano; ouvidorias de justiça, competentes
para receber reclamações e
VI elaborar semestralmente relatório denúncias de qualquer interessado
estatístico sobre processos e contra membros ou órgãos do Poder
sentenças prolatadas, por unidade Judiciário, ou contra seus serviços
da Federação, nos diferentes órgãos auxiliares, representando
do Poder Judiciário; diretamente ao Conselho Nacional
de Justiça."
VII elaborar relatório anual,
propondo as providências que julgar "Art. 111-A. O Tribunal Superior do
necessárias, sobre a situação do Trabalho compor-se-á de vinte e
Poder Judiciário no País e as sete Ministros, escolhidos dentre
atividades do Conselho, o qual deve brasileiros com mais de trinta e cinco
integrar mensagem do Presidente do e menos de sessenta e cinco anos,
Supremo Tribunal Federal a ser nomeados pelo Presidente da
remetida ao Congresso Nacional, República após aprovação pela
por ocasião da abertura da sessão maioria absoluta do Senado Federal,
legislativa. sendo:

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I um quinto dentre advogados com II quatro membros do Ministério
mais de dez anos de efetiva Público da União, assegurada a
atividade profissional e membros do representação de cada uma de suas
Ministério Público do Trabalho com carreiras;
mais de dez anos de efetivo
exercício, observado o disposto no III três membros do Ministério
art. 94; Público dos Estados;

II os demais dentre juízes dos IV dois juízes, indicados um pelo


Tribunais Regionais do Trabalho, Supremo Tribunal Federal e outro
oriundos da magistratura da carreira, pelo Superior Tribunal de Justiça;
indicados pelo próprio Tribunal
Superior. V dois advogados, indicados pelo
Conselho Federal da Ordem dos
§ 1º A lei disporá sobre a Advogados do Brasil;
competência do Tribunal Superior do
Trabalho. VI dois cidadãos de notável saber
jurídico e reputação ilibada,
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal indicados um pela Câmara dos
Superior do Trabalho: Deputados e outro pelo Senado
Federal.
I a Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados do § 1º Os membros do Conselho
Trabalho, cabendo-lhe, dentre oriundos do Ministério Público serão
outras funções, regulamentar os indicados pelos respectivos
cursos oficiais para o ingresso e Ministérios Públicos, na forma da lei.
promoção na carreira;
§ 2º Compete ao Conselho Nacional
II o Conselho Superior da Justiça do do Ministério Público o controle da
Trabalho, cabendo-lhe exercer, na atuação administrativa e financeira
forma da lei, a supervisão do Ministério Público e do
administrativa, orçamentária, cumprimento dos deveres funcionais
financeira e patrimonial da Justiça do de seus membros, cabendolhe:
Trabalho de primeiro e segundo
graus, como órgão central do I zelar pela autonomia funcional e
sistema, cujas decisões terão efeito administrativa do Ministério Público,
vinculante." podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua
"Art. 130-A. O Conselho Nacional do competência, ou recomendar
Ministério Público compõe-se de providências;
quatorze membros nomeados pelo
Presidente da República, depois de II zelar pela observância do art. 37 e
aprovada a escolha pela maioria apreciar, de ofício ou mediante
absoluta do Senado Federal, para provocação, a legalidade dos atos
um mandato de dois anos, admitida administrativos praticados por
uma recondução, sendo: membros ou órgãos do Ministério
Público da União e dos Estados,
I o Procurador-Geral da República, podendo desconstituí-los, revê-los
que o preside; ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato

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cumprimento da lei, sem prejuízo da II exercer funções executivas do
competência dos Tribunais de Conselho, de inspeção e correição
Contas; geral;

III receber e conhecer das III requisitar e designar membros do


reclamações contra membros ou Ministério Público, delegando-lhes
órgãos do Ministério Público da atribuições, e requisitar servidores
União ou dos Estados, inclusive de órgãos do Ministério Público.
contra seus serviços auxiliares, sem
prejuízo da competência disciplinar e § 4º O Presidente do Conselho
correicional da instituição, podendo Federal da Ordem dos Advogados
avocar processos disciplinares em do Brasil oficiará junto ao Conselho.
curso, determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria § 5º Leis da União e dos Estados
com subsídios ou proventos criarão ouvidorias do Ministério
proporcionais ao tempo de serviço e Público, competentes para receber
aplicar outras sanções reclamações e denúncias de
administrativas, assegurada ampla qualquer interessado contra
defesa; membros ou órgãos do Ministério
Público, inclusive contra seus
IV rever, de ofício ou mediante serviços auxiliares, representando
provocação, os processos diretamente ao Conselho Nacional
disciplinares de membros do do Ministério Público."
Ministério Público da União ou dos
Estados julgados há menos de um Art. 3º A lei criará o Fundo de
ano; Garantia das Execuções
Trabalhistas, integrado pelas multas
V elaborar relatório anual, propondo decorrentes de condenações
as providências que julgar trabalhistas e administrativas
necessárias sobre a situação do oriundas da fiscalização do trabalho,
Ministério Público no País e as além de outras receitas.
atividades do Conselho, o qual deve
integrar a mensagem prevista no art. Art. 4º Ficam extintos os
84, XI. tribunais de Alçada, onde houver,
passando os seus membros a
§ 3º O Conselho escolherá, em integrar os Tribunais de Justiça dos
votação secreta, um Corregedor respectivos Estados, respeitadas a
nacional, dentre os membros do antigüidade e classe de origem.
Ministério Público que o integram,
vedada a recondução, competindo- Parágrafo único. No prazo de
lhe, além das atribuições que lhe cento e oitenta dias, contado da
forem conferidas pela lei, as promulgação desta Emenda, os
seguintes: Tribunais de Justiça, por ato
administrativo, promoverão a
I receber reclamações e denúncias, integração dos membros dos
de qualquer interessado, relativas tribunais extintos em seus quadros,
aos membros do Ministério Público e fixando-lhes a competência e
dos seus serviços auxiliares; remetendo, em igual prazo, ao Poder
Legislativo, proposta de alteração da
organização e da divisão judiciária

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correspondentes, assegurados os federal objetivando tornar mais
direitos dos inativos e pensionistas e amplo o acesso à Justiça e mais
o aproveitamento dos servidores no célere a prestação jurisdicional.
Poder Judiciário estadual.
Art. 8º As atuais súmulas do
Art. 5º O Conselho Nacional de Supremo Tribunal Federal somente
Justiça e o Conselho Nacional do produzirão efeito vinculante após
Ministério Público serão instalados sua confirmação por dois terços de
no prazo de cento e oitenta dias a seus integrantes e publicação na
contar da promulgação desta imprensa oficial.
Emenda, devendo a indicação ou
escolha de seus membros ser Art. 9º São revogados o inciso
efetuada até trinta dias antes do IV do art. 36; a alínea h do inciso I do
termo final. art. 102; o § 4º do art. 103; e os §§ 1º
a 3º do art. 111.
§ 1º Não efetuadas as
indicações e escolha dos nomes Art. 10. Esta Emenda
para os Conselhos Nacional de Constitucional entra em vigor na data
Justiça e do Ministério Público dentro de sua publicação.
do prazo fixado no caput deste
artigo, caberá, respectivamente, ao
Supremo Tribunal Federal e ao
Ministério Público da União Declaração Universal dos
realizálas.
Direitos do Homem de 1948
§ 2º Até que entre em vigor o (ONU).
Estatuto da Magistratura, o Conselho
Nacional de Justiça, mediante Preâmbulo
resolução, disciplinará seu
funcionamento e definirá as Considerando que o reconhecimento da
atribuições do Ministro-Corregedor. dignidade inerente a todos os membros da
família humana e dos seus direitos iguais e
Art. 6º O Conselho Superior da inalienáveis constitui o fundamento da
Justiça do Trabalho será instalado liberdade, da justiça e da paz no mundo;
no prazo de cento e oitenta dias, Considerando que o desconhecimento e o
cabendo ao Tribunal Superior do desprezo dos direitos do Homem
Trabalho regulamentar seu conduziram a atos de barbárie que revoltam
funcionamento por resolução, a consciência da Humanidade e que o
enquanto não promulgada a lei a que advento de um mundo em que os seres
se refere o art. 111-A, § 2º, II. humanos sejam livres de falar e de crer,
libertos do terror e da miséria, foi
proclamado como a mais alta inspiração do
Art. 7º O Congresso Nacional
Homem; Considerando que é essencial a
instalará, imediatamente após a
proteção dos direitos do Homem através de
promulgação desta Emenda
um regime de direito, para que o Homem
Constitucional, comissão especial
não seja compelido, em supremo recurso, à
mista, destinada a elaborar, em
revolta contra a tirania e a opressão;
cento e oitenta dias, os projetos de Considerando que é essencial encorajar o
lei necessários à regulamentação da desenvolvimento de relações amistosas
matéria nela tratada, bem como entre as nações; Considerando que, na
promover alterações na legislação Carta, os povos das Nações Unidas

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proclamam, de novo, a sua fé nos direitos tutela, autônomo ou sujeito a alguma
fundamentais do Homem, na dignidade e limitação de soberania.
no valor da pessoa humana, na igualdade de
direitos dos homens e das mulheres e se Artigo 3° Todo indivíduo tem direito à
declaram resolvidos a favorecer o progresso vida, à liberdade e à segurança pessoal.
social e a instaurar melhores condições de
vida dentro de uma liberdade mais ampla; Artigo 4° Ninguém será mantido em
Considerando que os Estados membros se escravatura ou em servidão; a escravatura e
comprometeram a promover, em o trato dos escravos, sob todas as formas,
cooperação com a Organização das Nações são proibidos.
Unidas, o respeito universal e efetivo dos
direitos do Homem e das liberdades Artigo 5° Ninguém será submetido a
fundamentais; Considerando que uma tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
concepção comum destes direitos e desumanos ou degradantes. Artigo 6° Todos
liberdades é da mais alta importância para os indivíduos têm direito ao
dar plena satisfação a tal compromisso: A reconhecimento, em todos os lugares, da
Assembleia Geral proclama a presente sua personalidade jurídica.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
como ideal comum a atingir por todos os Artigo 7° Todos são iguais perante a lei
povos e todas as nações, a fim de que todos e, sem distinção, têm direito a igual
os indivíduos e todos os órgãos da proteção da lei. Todos têm direito a
sociedade, tendo-a constantemente no proteção igual contra qualquer
espírito, se esforcem, pelo ensino e pela discriminação que viole a presente
educação, por desenvolver o respeito Declaração e contra qualquer incitamento a
desses direitos e liberdades e por tal discriminação. Artigo 8° Toda a pessoa
promover, por medidas progressivas de direito a recurso efetivo para as jurisdições
ordem nacional e internacional, o seu nacionais competentes contra os atos que
reconhecimento e a sua aplicação violem os direitos fundamentais
universais e efetivos tanto entre as reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
populações dos próprios Estados membros Artigo 9° Ninguém pode ser arbitrariamente
como entre as dos territórios colocados sob preso, detido ou exilado.
a sua jurisdição.
Artigo 10° Toda a pessoa tem direito,
Artigo 1° Todos os seres humanos em plena igualdade, a que a sua causa seja
nascem livres e iguais em dignidade e em eqüitativa e publicamente julgada por um
direitos. Dotados de razão e de consciência, tribunal independente e imparcial que
devem agir uns para com os outros em decida dos seus direitos e obrigações ou das
espírito de fraternidade. razões de qualquer acusação em matéria
penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 2° Todos os seres humanos
podem invocar os direitos e as liberdades Artigo 11° Toda a pessoa acusada de um
proclamados na presente Declaração, sem ato delituoso presume-se inocente até que
distinção alguma, nomeadamente de raça, a sua culpabilidade fique legalmente
de cor, de sexo, de língua, de religião, de provada no decurso de um processo público
opinião política ou outra, de origem em que todas as garantias necessárias de
nacional ou social, de fortuna, de defesa lhe sejam asseguradas. Ninguém
nascimento ou de qualquer outra situação. será condenado por ações ou omissões que,
Além disso, não será feita nenhuma no momento da sua prática, não
distinção fundada no estatuto político, constituíam ato delituoso à face do direito
jurídico ou internacional do país ou do interno ou internacional. Do mesmo modo,
território da naturalidade da pessoa, seja não será infligida pena mais grave do que a
esse país ou território independente, sob

JM - Apostilas
que era aplicável no momento em que o ato este direito implica a liberdade de mudar de
delituoso foi cometido. religião ou de convicção, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou
Artigo 12° Ninguém sofrerá convicção, sozinho ou em comum, tanto em
intromissões arbitrárias na sua vida privada, público como em privado, pelo ensino, pela
na sua família, no seu domicílio ou na sua prática, pelo culto e pelos ritos.
correspondência, nem ataques à sua honra
e reputação. Contra tais intromissões ou Artigo 19° Todo o indivíduo tem direito
ataques toda a pessoa tem direito a à liberdade de opinião e de expressão, o que
proteção da lei. implica o direito de não ser inquietado pelas
suas opiniões e o de procurar, receber e
Artigo 13° Toda a pessoa tem o direito difundir, sem consideração de fronteiras,
de livremente circular e escolher a sua informações e idéias por qualquer meio de
residência no interior de um Estado. 2. Toda expressão.
a pessoa tem o direito de abandonar o país
em que se encontra, incluindo o seu, e o Artigo 20° Toda a pessoa tem direito à
direito de regressar ao seu país. liberdade de reunião e de associação
pacíficas. Ninguém pode ser obrigado a
Artigo 14° Toda a pessoa sujeita a fazer parte de uma associação.
perseguição tem o direito de procurar e de
beneficiar de asilo em outros países. Este Artigo 21° Toda a pessoa tem o direito
direito não pode, porém, ser invocado no de tomar parte na direção dos negócios,
caso de processo realmente existente por públicos do seu país, quer diretamente,
crime de direito comum ou por atividades quer por intermédio de representantes
contrárias aos fins e aos princípios das livremente escolhidos. Toda a pessoa tem
Nações Unidas. direito de acesso, em condições de
igualdade, às funções públicas do seu país.
Artigo 15° Todo o indivíduo tem direito A vontade do povo é o fundamento da
a ter uma nacionalidade. Ninguém pode ser autoridade dos poderes públicos: e deve
arbitrariamente privado da sua exprimir-se através de eleições honestas a
nacionalidade nem do direito de mudar de realizar periodicamente por sufrágio
nacionalidade. universal e igual, com voto secreto ou
segundo processo equivalente que
Artigo 16° A partir da idade núbil, o salvaguarde a liberdade de voto.
homem e a mulher têm o direito de casar e
de constituir família, sem restrição alguma Artigo 22° Toda a pessoa, como
de raça, nacionalidade ou religião. Durante membro da sociedade, tem direito à
o casamento e na altura da sua dissolução, segurança social; e pode legitimamente
ambos têm direitos iguais. O casamento não exigir a satisfação dos direitos econômicos,
pode ser celebrado sem o livre e pleno sociais e culturais indispensáveis, graças ao
consentimento dos futuros esposos. A esforço nacional e à cooperação
família é o elemento natural e fundamental internacional, de harmonia com a
da sociedade e tem direito à proteção desta organização e os recursos de cada país.
e do Estado.
Artigo 23° Toda a pessoa tem direito ao
Artigo 17° Toda a pessoa, individual ou trabalho, à livre escolha do trabalho, a
coletiva, tem direito à propriedade. condições equitativas e satisfatórias de
Ninguém pode ser arbitrariamente privado trabalho e à proteção contra o desemprego.
da sua propriedade. Artigo 18° Toda a Todos têm direito, sem discriminação
pessoa tem direito à liberdade de alguma, a salário igual por trabalho igual.
pensamento, de consciência e de religião; Quem trabalha tem direito a uma

JM - Apostilas
remuneração equitativa e satisfatória, que Artigo 27° Toda a pessoa tem o direito
lhe permita e à sua família uma existência de tomar parte livremente na vida cultural
conforme com a dignidade humana, e da comunidade, de fruir as artes e de
completada, se possível, por todos os participar no progresso científico e nos
outros meios de proteção social. Toda a benefícios que deste resultam. Todos têm
pessoa tem o direito de fundar com outras direito à proteção dos interesses morais e
pessoas sindicatos e de se filiar em materiais ligados a qualquer produção
sindicatos para defesa dos seus interesses. científica, literária ou artística da sua
autoria.
Artigo 24° Toda a pessoa tem direito ao
repouso e aos lazeres, especialmente, a Artigo 28° Toda a pessoa tem direito a
uma limitação razoável da duração do que reine, no plano social e no plano
trabalho e as férias periódicas pagas. internacional, uma ordem capaz de tornar
plenamente efetivos os direitos e as
Artigo 25° Toda a pessoa tem direito a liberdades enunciadas na presente
um nível de vida suficiente para lhe Declaração.
assegurar e à sua família a saúde e o bem-
estar, principalmente quanto à Artigo 29° O indivíduo tem deveres
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à para com a comunidade, fora da qual não é
assistência médica e ainda quanto aos possível o livre e pleno desenvolvimento da
serviços sociais necessários, e tem direito à sua personalidade. No exercício deste
segurança no desemprego, na doença, na direito e no gozo destas liberdades ninguém
invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros está sujeito senão às limitações
casos de perda de meios de subsistência por estabelecidas pela lei com vista
circunstâncias independentes da sua exclusivamente a promover o
vontade. A maternidade e a infância têm reconhecimento e o respeito dos direitos e
direito a ajuda e a assistência especiais. liberdades dos outros e a fim de satisfazer
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora as justas exigências da moral, da ordem
do matrimônio, gozam da mesma proteção pública e do bem-estar numa sociedade
social. democrática. Em caso alguns estes direitos
e liberdades poderão ser exercidos
Artigo 26° Toda a pessoa tem direito à contrariamente e aos fins e aos princípios
educação. A educação deve ser gratuita, das Nações Unidas.
pelo menos a correspondente ao ensino
elementar fundamental. O ensino Artigo 30° Nenhuma disposição da
elementar é obrigatório. O ensino técnico e presente Declaração pode ser interpretada
profissional dever ser generalizado; o de maneira a envolver para qualquer
acesso aos estudos superiores deve estar Estado, agrupamento ou indivíduo o direito
aberto a todos em plena igualdade, em de se entregar a alguma atividade ou de
função do seu mérito. A educação deve praticar algum ato destinado a destruir os
visar à plena expansão da personalidade direitos e liberdades aqui enunciados.
humana e ao reforço dos direitos do
Homem e das liberdades fundamentais e
deve favorecer a compreensão, a tolerância
e a amizade entre todas as nações e todos
os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das atividades das Nações
Unidas para a manutenção da paz. Aos pais
pertence a prioridade do direito de escolher
o gênero de educação a dar aos filhos.

JM - Apostilas
Código de trânsito e 2) garantir a segurança;

Conhecimentos de Primeiros Socorros 3) pedir socorro;

O que são os Primeiros Socorros? 4) controlar a situação;


Segundo a ABRAMET (2005), Primeiros
Socorros são as primeiras providências 5) verificar a situação das vítimas;
tomadas no local do acidente. É o
atendimento inicial e temporário, até a 6) realizar algumas ações com as
chegada de um socorro profissional. vítimas.

Quais são essas providências? O importante é ter sempre em mente a


sequência dessas ações. E também saber
• Uma rápida avaliação da vítima; que uma ação pode ser iniciada sem que
outra tenha sido terminada. Como, por
• Aliviar as condições que ameacem a exemplo, começar a garantir a segurança,
vida ou que possam agravar o quadro da sinalizando o local, parar para pedir socorro
vítima, com a utilização de técnicas simples; e voltar depois a completar a segurança do
local, controlando ainda toda a situação.
• Acionar corretamente um serviço de Com calma e bom senso, os primeiros
emergência local. socorros podem evitar que as
conseqüências do acidente sejam
Simples, não é? As técnicas de Primeiros ampliadas (ABRAMET, 2005).
Socorros têm sido divulgadas para toda a
sociedade, em todas as partes do mundo. E Manter a Calma Manter a calma é a
agora, uma parte delas vai estar disponível primeira atitude que você deve tomar no
neste manual. Elas podem salvar vidas e não caso de um acidente. Cada pessoa reage de
há nada no mundo que valha mais que isso. forma diferente, e é claro que é muito difícil
Além de que, de acordo com o artigo 135 do ter atitudes racionais e coerentes na
Código Penal Brasileiro, deixar de prestar situação: o susto, as perdas materiais, a
socorro à vítima de acidente, ou pessoas em raiva pelo ocorrido, o pânico no caso de
perigo iminente, podendo fazê-lo, vítimas, etc. Tudo colabora para que as
caracteriza crime. nossas reações sejam intempestivas, mal-
pensadas. Deve-se ter cuidado, pois ações
A Sequência das Ações de Socorro desesperadas normalmente acabam
agravando a situação. Por isso, antes de
Cada acidente é diferente de outro e, agir, é fundamental recobrar rapidamente a
por isso, só se pode falar na melhor forma lucidez, reorganizar os pensamentos e se
de socorro quando se sabe quais as suas manter calmo. Segundo a ABRAMET (2005),
características. Um veículo que está se para ficar calmo após um acidente é
incendiando, um local perigoso (uma curva, imprescindível seguir o seguinte roteiro:
uma ponte estreita), vítimas presas nas
ferragens, a presença de cargas perigosas, 1) Parar e pensar! Não fazer nada por
etc, tudo isso interfere na forma do socorro. instinto ou por impulso;
Estas ações também vão ser diferentes caso
haja outras pessoas iniciando os socorros, 2) Respirar profundamente, algumas
ou mesmo se você estiver ferido. A vezes;
seqüência das ações a serem realizadas será
sempre a mesma: 3) Ver se você sofreu ferimentos, caso
seja um dos envolvidos;
1) manter a calma;

JM - Apostilas
4) Avaliar a gravidade geral do acidente; aguardando as equipes de socorro, que
deverão completar a sinalização e os
5) Confortar os ocupantes do seu desvios.
veículo;
c) Manter o tráfego fluindo; Outro
6) Manter a calma. Você precisa dela objetivo importante na sinalização é manter
para controlar a situação e agir. Como a fluidez do tráfego, isto é, apesar do
Garantir a Segurança de Todos As diversas afunilamento provocado pelo acidente,
ações num acidente de trânsito podem ser deve sempre ser mantida uma via segura
feitas por mais de uma pessoa, ao mesmo para os veículos passarem. Faça isso por
tempo. Enquanto uma pessoa telefona, duas razões: se ocorrer uma parada no
outra sinaliza o local e assim por diante. tráfego, o congestionamento, ao surgir
Assim, ganha-se tempo para o repentinamente, pode provocar novas
atendimento, fazer a sinalização e garantir a colisões. Além disso, não se esqueça que,
segurança no local. Os acidentes acontecem com o trânsito parado, as viaturas de
nas ruas e estradas, impedindo ou socorro vão demorar mais a chegar. Para
dificultando a passagem normal dos outros manter o tráfego fluindo, tome as seguintes
veículos. Por isso, esteja certo de que providências:
situações de perigo vão ocorrer (novos
acidentes ou atropelamentos), se você • Manter, dentro do possível, as vias
demorar muito ou não sinalizar o local de livres para o tráfego fluir;
forma adequada. Segundo a ABRAMET
(2005), algumas regras são fundamentais • Colocar pessoas ao longo do trecho
para você fazer a sinalização do acidente: sinalizado para cuidarem da fluidez;

a) Iniciar a sinalização em um ponto em • Não permitir que curiosos parem na


que os motoristas ainda não possam ver o via destinada ao tráfego.
acidente; Não adianta ver o acidente
quando já não há tempo suficiente para d) Sinalizar o local do acidente; Ao
parar ou diminuir a velocidade. No caso de passar por um acidente, todos ficam
vias de fluxo rápido, com veículos ou curiosos e querem ver o que ocorreu,
obstáculos na pista, é preciso alertar os diminuindo a marcha ou até parando. Para
motoristas antes que eles percebam o evitar isso, alguém deverá ficar sinalizando
acidente. Assim, vai dar tempo para reduzir no local do acidente, para manter o tráfego
a velocidade, concentrar a atenção e fluindo e garantir a segurança. Existem
desviar. Então, não se esqueça que a muitos materiais fabricados especialmente
sinalização deve começar antes do local do para sinalização, mas na hora do acidente,
acidente ser visível. Nem é preciso dizer que provavelmente, você terá apenas o
a sinalização deverá ser feita antes da triângulo de segurança à mão, já que ele é
visualização nos dois sentidos (ida e volta), um dos itens obrigatórios de todos os
nos casos em que o acidente interferir no veículos. Use o seu triângulo e os dos
tráfego das duas mãos de direção. motoristas que estejam no local. Não se
preocupe, pois com a chegada das viaturas
b) Demarcar todo o desvio do tráfego de socorro, eles já poderão ser substituídos
até o acidente; Não é só a sinalização que por equipamentos mais adequados e
deve se iniciar bem antes do acidente. É devolvidos aos seus donos. Outros itens que
necessário que todo o trecho, do início da forem encontrados nas imediações também
sinalização até o acidente, seja demarcado, podem ser usados, como: galhos de árvore,
indicando quando houver desvio de cavaletes de obra, latas, pedaços de
direção. Se isso não puder ser feito de forma madeira, pedaços de tecidos, plásticos etc.
completa, faça o melhor que puder, À noite ou com neblina, a sinalização deve

JM - Apostilas
ser feita com materiais luminosos. máxima da via, o motorista deve
Lanternas, pisca-alerta e faróis dos veículos respeitar os limites estabelecidos
devem sempre ser utilizados. O importante no artigo 61 do CTB:
é lembrar que tudo o que for usado para
sinalização deve ser de fácil visualização e
Nas vias urbanas:
não pode oferecer risco, transformando-se
em verdadeiras armadilhas para os
passantes e outros motoristas. O emprego • 80 km/h, nas vias de trânsito
de pessoas sinalizando é bastante eficiente, rápido
porém é sempre arriscado. Ao se colocar • 60 km/h, nas vias arteriais
pessoas na sinalização, é necessário tomar • 40 km/h, nas vias coletoras
alguns cuidados: • 30 km/h, nas vias locais.

• Suas roupas devem ser coloridas e Nas rodovias de pista dupla:


contrastar com o terreno;
• 110 km/h, para automóveis,
• As pessoas devem ficar na lateral da
camionetas e motocicletas
pista sempre de frente para o fluxo dos
veículos; • 90 km/h, para os demais
veículos.
• Devem ficar o tempo todo agitando
um pano colorido para alertar os Nas rodovias de pista simples:
motoristas;
• 100 km/h, para automóveis,
• Prestar muita atenção e estar sempre camionetas e motocicletas
preparado para o caso de surgir algum • 90 km/h, para os demais
veículo desgovernado. As pessoas nunca
veículos.
devem ficar logo depois de uma curva ou
em outro local perigoso. Elas têm que ser
vistas, de longe, pelos motoristas. A
Nas estradas de vias rurais:
sinalização deve ser iniciada, para ser visível
pelos motoristas de outros veículos, antes • 60 km/h.
que eles vejam o acidente. Não adianta falar
em metros, é melhor falar em passos, que
podem ser medidos em qualquer situação.
Cada passo bem longo (ou largo) de um
adulto corresponde a aproximadamente
um metro. As distâncias para o início da
sinalização são calculadas com base no
espaço necessário para o veículo parar após
iniciar a frenagem, mais o tempo de reação
do motorista. Assim, quanto maior a
velocidade, maior deverá ser à distância
para iniciar a sinalização. Na prática, a
recomendação é seguir a tabela abaixo,
onde o número de passos longos
corresponde à velocidade máxima
permitida no local.

Quando não há a sinalização de


placas indicando a velocidade

JM - Apostilas
LEI COMPLEMENTAR Nº 19, DE 22/10/2014

Institui o Estatuto da Guarda Civil Municipal de Mauá e


dá outras providências.

DONISETE BRAGA, Prefeito do Município de Mauá, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhe
são conferidas pelo art. 31, III, combinado com o art. 60, III, ambos da Lei Orgânica do Município, e tendo
em vista o que consta do processo administrativo nº 5.252/2005, faz saber que a Câmara Municipal de
Mauá aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte LEI COMPLEMENTAR:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A Guarda Civil Municipal de Mauá, instituída pela Lei nº 1.000, 28 de dezembro de 1967,
modificada pela Lei nº 1.169, de 14 de janeiro de 1971, e art. 257 da Lei Orgânica do Município de Mauá,
é uma instituição municipal de caráter civil, uniformizada, armada, organizada com base na hierarquia e
na disciplina, e tem por finalidade cumprir o disposto no art. 144, parágrafo 8º; no art. 23, incisos I, III, IV,
VI, VII, X e XII; no art. 225 da Constituição Federal; nas Leis Federais nºs 9.503/97 e 10.826/03, e no
Decreto Federal nº 5.123/04.

Parágrafo único. Sem comprometimento de sua destinação constitucional, cabe à Guarda Civil Municipal
de Mauá o cumprimento de atribuições subsidiárias explicitadas pelo Ministério da Justiça, através da
Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Art. 2º Considera-se, para efeitos desta Lei Complementar:

I - GCM - Guarda Civil Municipal de Mauá;

II - SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Art. 3º Este Estatuto prescreve tudo quanto se relaciona com a organização funcional da GCM,
estabelecendo normas relativas às atribuições, às prestações de serviços, às responsabilidades e ao
exercício dos cargos e das funções de seus integrantes, e dá outras providências.

Art. 4º São atribuições específicas da GCM:

I - realizar patrulhamento preventivo e comunitário permanente no território do município, interagir com


as polícias estaduais, agir junto à comunidade objetivando diminuir a violência e a criminalidade,
promover a mediação de conflitos e o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos;

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II - prevenir e inibir atos delituosos que atentem contra os bens, serviços e instalações públicas e priorizar
a segurança escolar;

III - contribuir para manutenção da ordem pública e a integridade fisica dos cidadãos, obedecendo aos
preceitos da lei;

IV - proteger o patrimônio ecológico, cultural, arquitetônico e ambiental do município, inclusive adotando


medidas educativas preventivas;

V - realizar atos administrativos municipais de forma ininterrupta;

VI - executar e apoiar atividades de defesa civil nos casos de calamidades públicas;

VII - estabelecer mecanismos de interação com a sociedade civil para discutir soluções de problemas e
projetos locais, voltados à melhoria das condições de segurança pública nas comunidades;

VIII - estabelecer parcerias com órgãos estaduais e da União, por meio de celebração de convênios entre a
Prefeitura do Município de Mauá e o Poder Público Estadual e Federal, com vista à implementação de
ações policiais integradas e preventivas;

IX - estabelecer articulação com órgãos municipais de políticas sociais, visando ações interdisciplinares de
segurança pública no município;

X - estabelecer integração com os órgãos do poder de polícia administrativa, visando contribuir para a
normatização e a fiscalização das posturas e o ordenamento urbano municipal;

XI - executar serviços de segurança executiva institucional (escolta) para o prefeito.

§ 1º O serviço de segurança institucional (escolta) será feito por designação do prefeito, através de
portaria, que justificará a escolha do guarda civil municipal de Mauá, considerando os seguintes critérios:

I - estar na condição de apto para o porte de arma de fogo, conforme previsto em lei;

II - estar na graduação mínima de GCM 1a Classe;

III - não estar respondendo a processo administrativo.

§ 2º O guarda civil municipal que for designado para executar o serviço de segurança executiva
institucional fará jus a uma gratificação correspondente a 100% (cem por cento), calculada
exclusivamente sobre o salário-base do GCM 1a Classe.

Art. 5º Ao guarda civil municipal fica assegurado e autorizado o porte de arma em serviço e fora dele,
desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, e suas
alterações; no Decreto Federal nº 5.123, de 1º de junho de 2004; na Instrução Normativa DG/DPF nº
23/05; na Portaria nº 365, expedida pelo Departamento de Polícia Federal, de 15 de agosto de 2006 e,
ainda, do termo de convênio celebrado entre a Superintendência Regional do Departamento de Polícia
Federal em São Paulo - S.R/D.P.F./S.P., e a Prefeitura do Município de Mauá, para a concessão do porte de
arma para os integrantes da GCM.

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Art. 6º A GCM será subordinada à Secretaria de Segurança Pública Municipal de Mauá e o efetivo será
fixado por lei de iniciativa do Poder Executivo, consoante à necessidade e disponibilidade financeira e à
densidade demográfica do município.

Art. 7º São superiores hierárquicos, ainda que não pertença a nenhuma classe de carreira:

I - o prefeito municipal;

II - o secretário de segurança pública municipal de Mauá;

III - o corregedor da Guarda Civil Municipal de Mauá;

IV - o comandante da Guarda Civil Municipal de Mauá;

V - o subcomandante da Guarda Civil Municipal de Mauá.

Parágrafo único. Os cargos referentes aos incisos II, III, IV e V são de livre provimento e exoneração do
prefeito municipal, nos termos de lei específica.

Art. 8º A GCM terá corregedoria, autônoma do Comando, para promover, dentro da necessidade,
investigação sobre comportamento ético, social e funcional dos integrantes da Instituição, delegando tal
procedimento ao comandante da GCM, bem como sanear os processos e procedimentos administrativos,
observando as normas legais e regulamentares aplicáveis.

Art. 9º O cargo de Corregedor da Guarda Civil Municipal de Mauá será de livre provimento em comissão,
vinculada à Secretaria de Segurança Pública Municipal de Mauá, tendo como requisitos obrigatórios para
ocupar o respectivo cargo:

I - formação superior em Direito;

II - inscrição no órgão de classe, com habilitação para exercício da profissão.

Parágrafo único. Compete ao Executivo, em seu âmbito, expedir no prazo de 90 (noventa) dias as normas
regulamentares necessárias à perfeita execução deste cargo.

O corregedor da GCM será subordinado administrativa e funcionalmente à Secretaria de


Segurança Pública Municipal e, tecnicamente, à Secretaria de Assuntos Jurídicos, observando-se sempre a
especificidade dos procedimentos da GCM.

Os cargos de Comandante e de Subcomandante ficam sendo de provimento em comissão e


devem ser providos por membros efetivos, ou seja, por ocupantes de cargos ou empregos públicos que
compõem a carreira de GCM, mediante nomeação e exoneração do Executivo, observado os requisitos
para provimento:

I - estar na graduação mínima de GCM Inspetor;

II - possuir diploma de nível superior;

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III - ter conduta ilibada e notória;

IV - apresentar plano de comando.

§ 1º Enquanto não forem cumpridos os requisitos obrigatórios que consta nos itens I e II, os referidos
cargos ficam sendo ocupados por guardas civis municipais que estiverem na graduação mínima de GCM
1a Classe, devendo, ainda, possuir ensino médio completo, bem como cumprir o que consta nos itens III e
IV.

§ 2º O guarda civil municipal que for designado pelo Executivo para exercer a função de Comandante e
Subcomandante da GCM perceberá durante o tempo de designação o vencimento que consta no
Subanexo I do Anexo I desta Lei Complementar.

TÍTULO II
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Capítulo I
DA ESTRUTURA INTERNA DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE MAUÁ

A GCM tem a seguinte estrutura interna:

I - Gabinete de Comando:

a) Divisão Administrativa:
1. Seção de Recursos Humanos;
2. Seção Operacional;
3. Seção de Logística;
4. Seção de Relações Públicas;
5. Seção de Informações;
6. Seção de Justiça e Disciplina.
b) Divisão Operacional:
1. Programa Ronda Cidadã de Apoio Municipal;
2. Programa GOPA - Grupo Operacional de Patrulhamento Ambiental;
3. Programa Ronda Preventiva Escolar;
4. Programa de Ronda de Trânsito;
5. Programa CDC - Controle de Distúrbios Civil.
c) Divisão de Formação:
1. Seção Administrativa;
2. Seção de Instrução.

II - órgãos auxiliares:

a) Comissão de Avaliação e Desempenho Individual;


b) outras comissões.

Capítulo II
DO GABINETE DE COMANDO

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O Gabinete de Comando da GCM é representado pelo comandante ou pelo subcomandante,
sendo um órgão integrante da estrutura organizacional da GCM, subordinado diretamente ao secretário
municipal da pasta, tendo como propósito o planejamento, o emprego de recursos financeiros, humanos
e de equipamentos para o cumprimento de suas atribuições.

§ 1º Quando o comandante da GCM se licenciar para tratamento de saúde ou entrar em gozo de férias
regulamentares será substituído interinamente pelo subcomandante da GCM.

§ 2º As Divisões Administrativa, Operacional e de Formação da Guarda Civil Municipal de Mauá


constituem o órgão responsável pelo assessoramento ao Gabinete do Comando, em assuntos de política
de pessoal, organização, estudo e planejamento de efetivos, de logística, compreendendo as atividades
relacionadas com suprimento, serviços e manutenção, de instrução e ensino, cursos de formação,
especialização e requalificação, e assistencial.

SEÇÃO I
Da Divisão Administrativa

Compete à Divisão Administrativa da GCM, que é representada pelo subcomandante, a


responsabilidade pelo suporte administrativo e assistencial, tendo as seguintes atribuições:

I - por intermédio da Seção de Recursos Humanos: coordenar as atividades referentes à administração de


pessoal;

II - por intermédio da Seção Operacional: planejar as atividades operacionais;

III - por intermédio da Seção de Logística: exercer a gestão de logística;

IV - por intermédio da Seção de Relações Públicas: coordenar a parte cívica, social e assistencial;

V - por intermédio da Seção de Informações: a gestão de legislação, diretriz da GCM, normas de instrução
interna e análise do comportamento ético, social e funcional dos candidatos a cargos ou que estejam em
estágio probatório e dos indicados para o exercício de chefia, observando as leis, regulamentos e normas
aplicáveis;

VI - por intermédio da Seção de Justiça e Disciplina: a gestão de procedimentos e processo administrativos


disciplinares.

SEÇÃO II
Da Divisão Operacional

Compete à Divisão Operacional da GCM, que é representada pelo comandante, adotar medidas
preventivas e comunitárias e proporcionar o atendimento emergencial especializado, visando servir os
munícipes quando for solicitada, tendo, ainda, as seguintes atribuições:

I - atuar no atendimento operacional especializado, em consonância com os órgãos afins, aginpo em

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ações de rotina e extraordinárias de segurança pública, tais como, tumultos generalizados, vandalismo,
retirada de ocupações irregulares, resguarda de próprios municipais sob risco iminente de invasão e
demais situações adversas no âmbito municipal;

II - participar do planejamento e atuar, em caráter de apoio, nos eventos promovidos pela


municipalidade, em acidentes, calamidades públicas e outras situações de riscos, executando atividades
de proteção à população, orientação, fiscalização nas áreas próximas aos próprios municipais e
logradouros públicos, em conjunto com os órgãos afins;

III - coordenar e supervisionar, em constante contato com as inspetorias, toda a atividade-fim da


Corporação;

IV - propor diretrizes para o estabelecimento de padrões de procedimentos operacionais;

V - coordenar e fiscalizar o sistema de radiocomunicação e monitoramento de alarmes;

VI - receber, controlar e encaminhar ao Comando a documentação das inspetorias;

VII - elaborar as ordens operacionais do Comando, encaminhando-as a equipes;

VIII - estabelecer normas gerais de atendimento da Divisão Operacional;

IX - elaborar e manter atualizada a estatistica operacional dos serviços prestados pela GCM;

X - zelar pela disciplina e qualidade no desempenho da atividade-fim da GCM.

SUBSEÇÃO I
Dos Programas

Fica criado o Programa Ronda Cidadã de Apoio Municipal, nível de atuação operacional, tendo
como finalidade precípua proteger bens, serviços e instalações, contribuindo com a segurança dos
munícipes, direcionando seu foco de atuação em postos de serviços, servindo como auxílio a ocorrências
em que por ventura excedam à capacidade do guarda civil escalado pelo local.

Fica criado o Programa Grupo Operacional de Patrulhamento Ambiental - GOPA, constituído por
integrantes da Guarda Civil Municipal de Mauá, devidamente capacitados, exercendo o poder de polícia
administrativa, para atuar na proteção do meio ambiente no limite geográfico da cidade de Mauá, sem
prejuízo das instâncias de fiscalização já existentes e atuantes no município.

Fica criado o Programa Ronda Preventiva Escolar, nível de atuação operacional, tendo por
finalidade precípua prevenir e inibir atos delituosos na esfera escolar, contribuindo com o serviço de
segurança pública, de acordo com as Normas de Instrução Interna da GCM.

Parágrafo único. A Secretaria de Educação poderá contribuir com recursos financeiros para a estrutura
deste programa.

Fica criado o Programa de Ronda de Trânsito, nível de atuação operacipnal, tendo como
competência, orientar, fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis de

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trânsito, no âmbito do município, de acordo com as leis vigentes e o CTB (Código de Trânsito Brasileiro),
sem prejuízo das instâncias de fiscalização já existentes e atuantes no município.

O Programa de Ronda de Trânsito será constituído por guarda civil municipal que atenda aos
requisitos legais exigidos para o desempenho da atividade, e que tenha sido capacitado em curso de
formação de agentes de trânsito, organizado pela própria instituição ou por qualquer órgão integrante do
S.N.T. (Sistema Nacional de Trânsito) ou entidade credenciada.

Fica criado o Programa CDC - Controle de Distúrbio Civil, nível de atuação operacional, tendo
como finalidade precípua contribuir para a manutenção da ordem pública nos casos de depredação e
invasão de áreas e próprios públicos, de acordo com a norma de instrução interna da GCM.

SEÇÃO III
Da Divisão de Formação

A Divisão de Formação na GCM, tem como finalidade capacitar, formar e promover o


aprimoramento dos integrantes do quadro da carreira da GCM, baseado em segurança pública
preventiva, comunitária e de promoção dos direitos humanos fundamentais.

§ 1º A Divisão de Formação da GCM será representada pelo subcomandante da GCM, que deverá se
reportar diretamente ao comandante.

§ 2º A norma de instrução interna da Divisão de Formação será criada no prazo de até 90 (noventa) dias
após esta Lei Complementar entrar em vigor.

Compete à Divisão de Formação, por intermédio da Seção Administrativa e da Seção de


Instrução:

I - apresentar propostas de plano de instrução para os cursos de formação, ingresso, ascensão e


atualização dos guardas civis de Mauá;

II - planejar, organizar e supervisionar as atividades de instrução, formação, acompanhando o


aproveitamento do efetivo;

III - participar do planejamento dos processos de habilitação, transição e crescimento funcional da


Carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá;

IV - coordenar a promoção de treinamento do efetivo em conjunto com a Administração Pública;

V - coordenar a elaboração e aplicação das instruções referentes à formação dos guardas civis municipais;

VI - buscar parcerias e outras formas de cooperação nas áreas de ensino e formação, aperfeiçoamento
técnico, especialização e atualização, visando à modernização das atividades da GCM;

VII - emitir certificados de conclusão de cursos, palestras e meritórias;

VIII - manter e administrar o acervo, compreendendo os livros e materiais utilizados pelos integrantes da
GCM;

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IX - subsidiar e apoiar as atividades desempenhadas pelos guardas civis de Mauá através do seu
treinamento e competição;

X - ministrar palestras educativas, mantendo a integração dos guardas civis de Mauá com a comunidade;

XI - manter cadastro atualizado de instrutores, com suas respectivas disciplinas e material didático
disponível;

XII - controlar a frequência de instrutores, bem como providenciar a substituição destes juntos ao
Comando, quando necessário;

XIII - elaborar calendário e programação dos cursos de formação, ascensão, especialização e atualização
das carreiras da GCM;

XIV - promover o ensino e a formação dos guardas civis de Mauá;

XV - monitorar os cursos de formação e aperfeiçoamento;

XVI - manter currículo atualizado dos cursos de formação, contendo todas as disciplinas e conteúdos
programáticos.

O município de Mauá poderá firmar convênio ou consorciar-se visando ao atendimento dos


dispositivos acima citados.

Os instrutores pertencentes ao quadro de carreira da GCM, com formação especifica comprovada


mediante a apresentação de certificado, quando estiver exercendo efetivamente a função de instrutor,
farão jus a uma gratificação de 30% (trinta por cento), calculado exclusivamente sobre o salário-base do
cargo de Guarda Civil Municipal 1a Classe.

Os instrutores não pertencentes ao quadro de carreira da GCM serão contratados pela


Administração Pública Municipal por período determinado, de no máximo 03 (três) meses, obedecidas as
formalidades legais.

Os programas dos cursos de formação, ascensão, especialização e atualização de carreiras da


GCM obedecerão aos termos deste Estatuto, do Plano de Carreira, da Divisão de Formação e da Matriz
Curricular Nacional, de competência da SENASP.

As cargas horárias mínimas dos cursos de ingresso e acesso à GCM ficam estabelecidas da
seguinte forma:

I - curso de formação de ingresso, 544 horas;

II - acesso de 1a Classe para Classe Especial, 100 horas;

III - acesso de Classe Especial para Classe Distinta, 100 horas;

IV - acesso de Classe Distinta para Subinspetor, 100 horas;

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V - acesso de Subinspetor para Inspetor, 100 horas;

VI - acesso de Inspetor para Inspetor-chefe, 100 horas.

O Serviço de Instrução e Condicionamento Físico, nível de atuação operacional, de


responsabilidade de um superior hierárquico, efetivo, de grau mínimo Subinspetor, sendo graduado na
área de educação fisica, que se reportará diretamente ao subcomandante, tem por finalidade garantir a
instrução e o condicionamento fisico dos guardas civis de Mauá, tendo, ainda, como principais
atribuições:

I - coordenar o fluxo dos guardas civis municipais na Academia de Condicionamento Físico;

II - supervisionar os instrutores de condicionamento fisico, acompanhando o seu desempenho e dos


servidores da guarda civil municipal;

III - efetuar rotineiramente a manutenção nos equipamentos de ginástica, observando eventuais


desgastes;

IV - promover integração dos guardas civis de Mauá, através de competições desportivas internas e
externas, bem como outras atividades fisicas.

Capítulo III
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES

SEÇÃO I
Da Avaliação e Desempenho Individual

Fica instituída na forma de Norma de Instrução Interna a Avaliação de Desempenho Individual, a


ser aplicada aos integrantes do quadro de carreira da GCM.

§ 1º A Avaliação que trata este artigo também deverá ser aplicada aos guardas civis municipais,
independentemente da realização da avaliação especial de desempenho para fins de estágio probatório.

§ 2º A avaliação do desempenho individual do guarda civil municipal será realizada anualmente, tendo
como base o mês de junho.

SEÇÃO II
Da Comissão de Avaliação e Desempenho Individual

A Comissão de Avaliação e Desempenho Individual - CADI, é uma comissão específica, composta,


no mínimo, por três servidores efetivos da GCM e terá objetivo de coordenar e controlar as ações
essenciais à eficácia do processo de avaliação de desempenho individual dos guardas civis municipais de
Mauá.

SEÇÃO III
Dos Recursos

JM - Apostilas
Fica assegurado ao guarda civil municipal de Mauá o direito de interpor recurso, conforme Norma
Interna da GCM, utilizando o instrumento de Recurso da Avaliação de Desempenho Individual - RADI.

SEÇÃO IV
Das Outras Comissões

Cabe ao secretário municipal da pasta ou ao comandante da GCM criar outras comissões com a
finalidade de desenvolver estudos, pesquisas, programas, atividades, avaliações, projetos e eventos sobre
assuntos ligados à corporação e à comunidade, cujas atribuições e competências serão definidas por
norma interna de instrução da GCM.

TÍTULO III
DOS MEMBROS DA CORPORAÇÃO E SUAS ATRIBUIÇÕES

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

O ingresso na carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá é acessível a todos os brasileiros, de


ambos os sexos, observados os requisitos estabelecidos em lei, regulamento ou edital.

Parágrafo único. A idade mínima fica sendo de 21 (vinte e um) anos completos e, idade máxima para
ingresso na carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá fica sendo de 30 (trinta) anos até a data da
inscrição para o concurso.

O provimento dos cargos públicos para guardas civis municipais dar-se-á:

I - mediante concurso público, para os de classe inicial, qual seja, Guarda Civil Municipal de Mauá 2a
Classe;

II - mediante acesso, para os demais cargos, nos termos do plano de carreira da GCM.

A GCM obedecerá ao regime Estatutário, submetendo-se especificamente às normas previstas no


presente Estatuto e nos casos em que for omissa esta Lei Complementar, obedecerá a Lei Complementar
nº 1, de 8 de março de 2002, e alterações.

A GCM obedecerá, ainda:

I - as Normas da Corregedoria, instituída por lei;

II - o Regulamento Disciplinar Interno, instituído por decreto;

III - a Norma Interna de Instrução da Guarda Civil Municipal de Mauá.

Capítulo II
DOS MEMBROS DA CORPORAÇÃO
O quadro de pessoal da GCM compreende:

I - Corregedor da Guarda Civil Municipal de Mauá;

II - Comandante da Guarda Civil Municipal de Mauá;

III - Subcomandante da Guarda Civil Municipal de Mauá;

IV - Inspetor-chefe da Guarda Civil Municipal de Mauá;

V - Inspetor da Guarda Civil Municipal de Mauá;

VI - Subinspetor da Guarda Civil Municipal de Mauá;

VII - Guarda Civil Municipal Classe Distinta;

VIII - Guarda Civil Municipal Classe Especial;

IX - Guarda Civil Municipal 1a Classe;

X - Guarda Civil Municipal 2a Classe.

O quadro dos cargos da GCM serão distribuídos da seguinte forma:

I - Cargos de Provimento em Comissão, conforme consta do Subanexo I, do Anexo I da presente Lei


Complementar;

II - Cargos de Provimento Efetivo, conforme consta do Subanexo II, do Anexo I da presente Lei
Complementar;

III - Empregos Públicos em Extinção, conforme consta do Subanexo III, do Anexo I da presente Lei
Complementar.

Os enquadramentos resultantes do disposto nos incisos I, II e III do artigo anterior, bem como as
novas denominações dos cargos já existentes, passam a serem aqueles definidos no Anexo II da presente
Lei Complementar.

Parágrafo único. Os enquadramentos de que trata o caput deste artigo serão processados no prazo de 30
(trinta) dias a contar da publicação desta Lei Complementar e retroagirão seus efeitos à data de
publicação desta Lei Complementar.

Capítulo III
DA COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

Compete ao Comandante da Guarda Civil Municipal de Mauá dirigir a Corporação em suas


respectivas áreas técnica, administrativa, operacional, assistencial e disciplinar.
São atribuições do comandante da Guarda Civil Municipal de Mauá:

I - planejar, orientar, coordenar e fiscalizar todos os programas sob a responsabilidade da Corporação;

II - apresentar propostas referentes à legislação, efetivo, orçamento, formação e aperfeiçoamento dos


guardas civis municipais, bem como dos programas, projetos e ações a serem desenvolvidos;

III - definir as medidas e recursos financeiros, alocando-os de acordo com seus respectivos graus de
complexidade e risco;

IV - manifestar-se em processos que versem sobre assuntos de interesse da GCM;

V - receber toda a documentação destinada à GCM, decidindo as de sua competência e opinando nas que
dependam de decisões superiores;

VI - propor a aplicação de penalidades ou aplicá-las em casos de transgressões disciplinares, assegurando


ao infrator prévia oportunidade de ampla defesa;

VII - procurar, com o máximo critério, conhecer seus subordinados, promovendo o clima de cooperação e
respeito mútuo, bem como a defesa dos direitos humanos;

VIII - estabelecer e manter atualizadas as normas gerais de instrução, as diretrizes da Corporação,


respeitando o princípio da legalidade;

IX - ministrar e promover instrução profissional dos aspirantes à carreira de Guarda Civil Municipal,
aprovados em processo seletivo, mediante um programa de treinamento profissional compativel,
assegurando-lhes formação humanista com conhecimentos gerais de direitos humanos e jurídicos, bem
como capacitação periódica ao efetivo da Corporação;

X - atender às ponderações justas de todos os seus subordinados, quando feitas a termo e desde que
sejam de sua competência;

XI - imprimir todos seus atos à máxima correção, pontualidade e justiça;

XII - promover e presidir reuniões periódicas com o pessoal diretamente subordinado;

XIII - manter relacionamento de cooperação mútua com todos os órgãos públicos de atendimento à
população, respeitando as limitações e atribuições da Corporação;

XIV - assistir e representar o secretário municipal da pasta, quando requisitado;

XV - proporcionar o ensino continuado, o condicionamento fisico e a postura, necessários para o


desenvolvimento das atividades dos guardas civis municipais;

XVI - manter em dia o histórico da GCM;

XVII - executar outras atividades definidas pelos superiores hierárquicos.


O comandante da Guarda Civil Municipal de Mauá poderá solicitar aos órgãos policiais Estaduais
e Federais ciclos de debates e treinamento em conjunto, visando ao aprimoramento profissional e
operacional do serviço de segurança.

Compete ao Subcomandante da Guarda Civil Municipal de Mauá, cargo do grau hierárquico, nível
de atuação programático, que se reporta diretamente ao comandante, coordenar a Divisão de
Administração e a Divisão de Formação, com a finalidade de gerir, instruir, formar e manter o
condicionamento fisico dos guardas civis de Mauá, bem como buscar o aperfeiçoamento técnico destes.

O subcomandante da Guarda Civil Municipal de Mauá tem as seguintes atribuições:

I - representar o comandante da GCM, quando requisitado;

II - levar ao conhecimento do comandante, verbalmente ou por escrito, depois de convenientemente


apuradas, todas as ocorrências que não lhe caiba resolver, bem como todos os documentos que
dependam da decisão superior;

III - dar conhecimento ao comandante de todas as ocorrências e fatos que tenha providenciado por
iniciativa própria;

IV - promover reuniões periódicas com os inspetores;

V - ser intermediário da expedição de todas as ordens relativas a disciplina, instrução e serviços gerais,
cuja execução cumpre-lhe fiscalizar;

VI - sugerir ao comandante mudança na distribuição do pessoal, incluindo férias e demais beneficios para
o bom desempenho da Corporação;

VII - cumprir e fazer cumprir as normas gerais de ação, ordens, instruções e demais procedimentos em
vigor;

VIII - acompanhar pessoalmente ocorrências de ordem policial, judiciária ou administrativa que envolvam
componentes da Corporação;

IX - assinar documentos ou tomar providências de caráter urgente na ausência ou impedimento ocasional


do comandante, dando-lhe conhecimento na primeira oportunidade;

X - executar outras atividades definidas pelos superiores hierárquicos.

Compete ao Inspetor-chefe da Guarda Civil Municipal de Mauá, função do grau hierárquico, nível
de atuação programático, que se reporta diretamente ao subcomandante da GCM, dentre outras, as
seguintes atribuições:

I - auxiliar o subcomandante na coordenação dos serviços da Divisão Operacional, Divisão Administrativa


e da Divisão de Formação;

II - coordenar as ações de comunicação que envolva ocorrências, tanto de caráter preventivo quanto
repressivo, nos equipamentos municipais, atendendo e redirecionando as demandas oriundas dos
diversos canais de solicitação;
III - orientar a distribuição dos recursos humanos e materiais, tendo por objetivo o aprimoramento das
atividades a serem desenvolvidas;

IV - atuar como elo operacional junto aos demais órgãos de serviços essenciais, tais como: Polícia Civil,
Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, companhia de energia elétrica, companhia de saneamento básico,
entre outros;

V - confeccionar e manter atualizado e disponível aos inspetores o Plano de Contingência, cadastrando


todos os dados necessários para o bom desempenho dos serviços nas mais diversas situações, contendo,
inclusive, endereços, telefones e nomes completos dos utilitários;

VI - controlar a utilização do sistema de rádio, monitoramento e telefonia de uso operacional, observando


a legislação vigente e a conduta ética;

VII - manter cadastro de demandas atualizado, visando repasse aos setores competentes, bem como para
o planejamento operacional;

VIII - levar ao conhecimento do subcomandante da GCM, verbalmente ou por escrito, depois de


convenientemente apurada, toda ocorrência que não lhe caiba resolver;

IX - tomar providências de caráter urgente na ausência ou no impedimento ocasional do subcomandante


da GCM, dando-lhe conhecimento na primeira oportunidade;

X - zelar assiduamente pela conduta dos guardas civis municipais lotados na GCM;

XI - escalar mensalmente os inspetores da Divisão Operacional da GCM, e no serviço de condicionamento


fisico e instrução;

XII - conferir e assinar diariamente o livro de Plantão de Ocorrências existente na Divisão Operacional da
GCM;

XIII - autenticar e dar conhecimento aos inspetores através dos boletins internos das ordens de serviços e
instruções para os guardas civis municipais;

XIV - manter arquivados, sob sua responsabilidade, as ordens de serviços, boletins internos e livros de
plantão de ocorrências pelo prazo de 10 (dez) anos;

XV - repassar diariamente informações para a confecção de relatórios analíticos, produtos gráficos e


estatisticos sobre as ocorrências atendidas;

XVI - manter organizado o cadastro operacional dos integrantes da GCM;

XVII - encarregar-se das ligações com a imprensa, notadamente para fins de esclarecimentos ao público,
respeitando e fazendo respeitar as limitações impostas pelo sigilo e determinações superiores;

XVIII - supervisionar as atividades de condicionamento fisico dos guardas civis de Mauá, acompanhando o
aproveitamento do efetivo;
XIX - supervisionar os guardas civis de Mauá na prática do exercício de técnicas de postura;

XX - participar do planejamento dos processos de habilitação, transição e crescimento funcional da


Carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá;

XXI - coordenar a promoção de treinamento do efetivo em conjunto com a Administração Pública


Municipal de Mauá;

XXII - coordenar a elaboração e aplicação das instruções referentes à formação dos guardas civis de Mauá;

XXIII - emitir certificados de conclusão de cursos, palestras e meritórias;

XXIV - manter e administrar o acervo, compreendendo os livros e materiais utilizados pela GCM;

XXV - promover integração dos servidores através de competições desportivas internas e externas, bem
como outras atividades fisicas;

XXVI - subsidiar e apoiar as atividades desempenhadas pelos servidores através do seu treinamento e
competição;

XXVII - manter cadastro atualizado de instrutores com as respectivas disciplinas e material didático
disponível;

XXVIII - cooperar com a Divisão Operacional da GCM nas atividades ligadas ao planejamento operacional;

XXIX - executar outras atividades definidas pelos superiores hierárquicos.

Compete ao Inspetor da Guarda Civil Municipal de Mauá, nível de atuação operacional e


administrativo, que se reporta a seus respectivos superiores hierárquicos, servir à população e executar
patrulhamento preventivo e comunitário, fardado e armado, para proteção dos bens, serviços e
instalações do município na sua área de abrangência, com as seguintes atribuições:

I - coordenar a segurança interna e externa sobre os próprios municipais;

II - distribuir as tarefas aos seus subordinados e/ou transmitir ordens e orientação de seus superiores
hierárquicos;

III - elaborar e acompanhar o registro de atividades, relatórios e vistorias;

IV - realizar ações educativas e preventivas de segurança comunitária, observando as diretrizes da GCM;

V - controlar a utilização das viaturas, das capas de proteção balística, dos armamentos, das munições e
do sistema de radiocomunicação e telefonia de uso operacional, observando a legislação e conduta ética;

VI - executar rondas nos postos de serviço e participar das rondas preventivas;

VII - executar as atividades administrativas pertinentes;

VIII - levar ao conhecimento do comandante, depois de convenientemente apurada, toda a ocorrência


que não lhe caiba resolver;

IX - dar conhecimento ao comandante dos fatos e ocorrências que tenha providenciado por iniciativa
própria;

X - zelar assiduamente pela conduta dos guardas civis de Mauá sob sua responsabilidade;

XI - elaborar as escalas mensais e conferir o Boletim de Frequência dos Guardas Civis sob sua
responsabilidade;

XII - fiscalizar a atuação dos guardas civis de Mauá;

XIII - solucionar dúvidas nos postos de serviços e participar das rondas preventivas;

XIV - ministrar, quando determinado por superior hierárquico, instrução profissional aos integrantes da
Carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá, bem como fiscalizar o cumprimento do programa de
Formação e Instrução, a ser seguido por instrutores;

XV - executar outras atividades definidas pelos superiores hierárquicos.

Compete ao Subinspetor da Guarda Civil Municipal de Mauá, nível de atuação operacional ou


administrativo, que se reporta a seus respectivos superiores hierárquicos, servir à população e executar
patrulhamento preventivo e comunitário, fardado e armado, para a proteção dos bens, serviços e
instalações do município na sua área de abrangência, tendo, ainda, as seguintes atribuições:

I - desempenhar atividades de supervisão e rondas nos próprios do município;

II - distribuir as tarefas aos seus subordinados e transmitir ordens e orientações de seus superiores
hierárquicos;

III - orientar e fiscalizar a atuação dos seus subordinados no trato com o público e nas situações
decorrentes de suas atividades;

IV - inspecionar o armamento e os equipamentos que serão utilizados;

V - escriturar o Livro de Plantão de Ocorrências da área a que está jurisdicionado, zelando pela exatidão
das informações;

VI - inspecionar a apresentação individual dos seus subordinados e tomar as providências necessárias;

VII - operar equipamentos tecnológicos que proporcionem maior segurança aos próprios municipais, tais
como, sistema de monitoramento de alarmes, câmeras de vídeo, dentre outros;

VIII - zelar pela disciplina de seus subordinados;

IX - apoiar as ações de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas;

X - elaborar escalas de serviço;


XI - desenvolver ações educativas e preventivas de segurança pública municipal junto à comunidade em
geral;

XII - participar de rondas preventivas em áreas restritas ou definidas pelo inspetor da GCM;

XIII - executar outras atividades definidas pelos superiores hierárquicos.

Compete ao Guarda Civil Municipal de Mauá Classe Distinta, nível de atuação operacional, que se
reporta a seus respectivos superiores hierárquicos, servir à população e executar patrulhamento
preventivo e comunitário, fardado e armado, para a proteção dos bens, serviços e instalações do
município, na sua área de abrangência, tendo, ainda, as seguintes atribuições:

I - executar atividades de orientação e fiscalização dos postos de serviços;

II - exercer a intermediação entre postos de serviços e os guardas civis de Mauá;

III - executar outras atividades definidas pelos superiores hierárquicos.

Compete ao Guarda Civil Municipal de Mauá Classe Especial, nivel de atuação operacional, que se
reporta a seus respectivos superiores hierárquicos, servir à população e executar patrulhamento
preventivo e comunitário, fardado e armado, para a proteção dos bens, serviços e instalações do
município, na sua área de abrangência, tendo, ainda, as seguintes atribuições:

I - executar rondas preventivas;

II - armar e desarmar os guardas civis de Mauá no horário de serviço;

III - fiscalizar os guardas civis de Mauá quanto à apresentação individual;

IV - executar outras atividades definidas por seus superiores hierárquicos.

Compete ao Guarda Civil Municipal de Mauá 1a Classe, nível de atuação operacional ou


administrativo, que se reporta a seus respectivos superiores hierárquicos, servir à população e executar
patrulhamento preventivo e comunitário, fardado e armado, para a proteção dos bens, serviços e
instalações do município, na sua área de abrangência, tendo, ainda, as seguintes atribuições:

I - desempenhar atividades de proteção do patrimônio público municipal, inspecionando, quando for o


caso, as dependências dos próprios, fazendo rondas nos períodos diurno ou noturno, fiscalizando a
entrada e a saída, controlando o acesso de pessoas, veículos e equipamentos;

II - executar a função de motociclista, motorista e encarregado em viaturas;

III - conhecer e observar os princípios gerais da disciplina e da hierarquia;

IV - tomar conhecimento das ordens existentes a respeito de sua ocupação, ao iniciar qualquer serviço,
para o qual se encontre escalado;

V - estar atento durante a execução de qualquer serviço;


VI - tratar com atenção e urbanidade as pessoas com as quais, em razão de serviço, entrar em contato,
ainda quando estas procederem de maneira diversa;

VII - acionar a chefia competente quando se defrontar com ocorrências de natureza policial, ou quando
for solicitado para atendê-las;

VIII - zelar pelo bom nome da instituição;

IX - zelar pela sua apresentação individual e pessoal, se apresentando decentemente com o uniforme
fornecido pela Administração Pública Municipal de Mauá;

X - executar atividades de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas;

XI - colaborar com outros órgãos públicos, nas atividades que lhe dizem respeito;

XII - colaborar na prevenção e combate de incêndios e no suporte básico da vida;

XIII - impedir a entrada, no prédio ou áreas adjacentes, de pessoas estranhas ou sem autorização, fora de
horário de trabalho, convidando-as a se retirarem por medida de segurança;

XIV - comunicar à chefia imediata qualquer irregularidade ocorrida durante seu plantão, para que sejam
tomadas as devidas providências;

XV - prestar colaboração e orientação ao público em geral, quando necessário;

XVI - executar outras atividades definidas por superiores hierárquicos.

Compete ao Guarda Civil Municipal de Mauá 2a Classe, nível de atuação operacional, que se
reporta a seus respectivos superiores hierárquicos, servir à população e executar patrulhamento
preventivo e comunitário, fardado e armado, para a proteção dos bens, serviços e instalações do
município, na sua área de abrangência, tendo, ainda, as seguintes atribuições:

I - desempenhar atividades de proteção do patrimônio público municipal, inspecionando, quando for o


caso, as dependências dos próprios, fazendo rondas nos períodos diurno ou noturno, fiscalizando a
entrada e a saída, controlando o acesso de pessoas, veículos e equipamentos;

II - executar a função de motociclista, motorista e encarregado em viaturas;

III - conhecer e observar os princípios gerais da disciplina e da hierarquia;

IV - tomar conhecimento das ordens existentes a respeito de sua ocupação, ao iniciar qualquer serviço,
para o qual se encontre escalado;

V - estar atento durante a execução de qualquer serviço;

VI - tratar com atenção e urbanidade as pessoas com as quais, em razão de serviço, entrar em contato,
ainda quando estas procederem de maneira diversa;

VII - acionar a chefia competente quando se defrontar com ocorrências, ou quando for solicitado para
atendê-las;

VIII - zelar pelo bom nome da instituição;

IX - zelar pela sua apresentação individual e pessoal, se apresentando decentemente com o uniforme
fornecido pela Administração Pública Municipal de Mauá;

X - executar atividades de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas;

XI - colaborar com outros órgãos públicos nas atividades que lhe dizem respeito;

XII - colaborar na prevenção e combate de incêndios e no suporte básico da vida;

XIII - impedir a entrada, no prédio ou nas áreas adjacentes, de pessoas estranhas ou sem autorização, fora
de horário de trabalho, convidando-as a se retirarem por medida de segurança;

XIV - comunicar à chefia imediata qualquer irregularidade ocorrida durante seu plantão;

XV - prestar colaboração e orientar o público em geral, quando necessário;

XVI - executar outras atividades definidas por superiores hierárquicos.

TÍTULO IV
DO PROVIMENTO DE CARGOS NA CLASSE INICIAL

Capítulo I
DO INGRESSO NA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE MAUÁ

O ingresso na carreira dar-se-á mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas


e titulos, para o preenchimento do cargo público efetivo de Guarda Civil Municipal 2a Classe, e mediante
acesso, para os demais cargos, nos termos da Lei do Plano de Carreira da Guarda Civil Municipal de Mauá.

Parágrafo único. Os requisitos para preenchimento das vagas destinadas ao cargo público efetivo de
Guarda Civil Municipal 2a Classe, previstos nesta Lei Complementar, serão tratados em edital de concurso
público, especificamente destinado a esse fim, o qual estabelecerá, também, as condições à participação
dos candidatos.

O concurso público para o ingresso será realizado em 3 (três) fases:

I - a de provas ou provas e titulos;

II - a de teste de capacitação e aptidão fisica, psicológica e investigação social para o exercício da função;

III - curso de formação técnico-profissional de Guarda Civil Municipal.

Os candidatos aprovados e classificados na primeira e segunda fase do concurso público serão


incorporados na condição de Guarda Civil Municipal Aluno (GCM aluno) e deverão apresentar-se para o
curso de formação, de caráter obrigatório e eliminatório.
§ 1º A convocação para o Curso de Formação Técnico-Profissional de Guarda Civil Municipal Mauá
obedecerá à ordem de classificação no concurso e será efetuada gradativamente, na medida das
necessidades da Administração Pública Municipal.

§ 2º O Curso de Formação Técnico-Profissional de Guarda Civil Municipal Mauá compreenderá um


treinamento de no mínimo 544 horas e será regulamentado por decreto.

O Guarda Civil Municipal Aluno receberá, durante o curso citado no artigo anterior, uma bolsa
formação a ser paga pelos cofres municipais, no valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) do
padrão de vencimento inicial da carreira de Guarda Civil Municipal 2ª Classe, não incluindo nenhuma
gratificação e/ou adicional sob qualquer titulo.

Parágrafo único. Reprovado no curso de formação, o candidato será desclassificado do concurso público,
não lhe assistindo nenhum direito de ingresso no cargo público efetivo de Guarda Civil Municipal de Mauá
2a Classe.

Será aprovado e fará jus à nomeação na condição de Guarda Civil Municipal 2a Classe do quadro
de Carreira da Guarda Civil Municipal de Mauá o GCM Aluno que obter média superior a 50% (cinquenta
por cento) no Curso de Formação Técnico-Profissional de Guarda Civil Municipal de Mauá.

O provimento dos cargos far-se-á mediante ato do Poder Executivo.

A investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação, posse e exercício.

Capítulo II
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

O estágio probatório corresponde ao período de 03 (três) anos que se segue ao ingresso do


servidor no cargo de provimento efetivo de Guarda Civil Municipal de Mauá 2a Classe.

Para fins de confirmação no cargo, além dos fatores a que alude a Lei Complementar nº 1, de 8 de
março de 2002, e alterações, serão acrescidos, exclusivamente, para avaliação do Guarda Civil Municipal
de Mauá 2ª Classe os seguintes fatores:

I - subordinação;

II - conduta moral ou profissional que se revele compativel com suas atribuições;

III - não cometimento de irregularidade administrativa grave;

IV - não ter praticado ilícito penal doloso, relacionado ou não, com suas atribuições.

TÍTULO V
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS CAPÍTULO I DOS DIREITOS EM
GERAL

Os guardas civis de Mauá obedecerão ao regime Estatutário, submetendo-se especificamente às


normas previstas nesta Lei Complementar, e, nos casos de omissão desta, se submeterão ao previsto no
Estatuto Geral dos Servidores Públicos do Município de Mauá.

A promoção na GCM consiste na ascensão dentro da carreira, mediante tempo de serviço e


processo seletivo interno de provas, titulos e mérito, conforme disposto na lei municipal específica do
Plano de Cargos e Carreira da Guarda Civil Municipal de Mauá.

Capítulo II
DAS VANTAGENS EM GERAL

Aplicam-se aos integrantes do Quadro da Guarda Civil Municipal, além das vantagens previstas
neste Estatuto, as vantagens constantes do Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Mauá, no
que couber.

SEÇÃO I
Adicional de Periculosidade

Além das vantagens descritas nos artigos desta Lei Complementar, bem como aquelas que
constam na Lei Complementar nº 1, de 8 de março de 2002, e alterações, fica assegurado a todos os
ocupantes de cargos ou empregos públicos que compõem a carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá, a
titulo de Adicional de Periculosidade, um adicional de 30% (trinta por cento), calculado exclusivamente
sobre o vencimento-base ou salário-base nominal do referido guarda civil municipal, concedido pela
prestação de serviços especiais de segurança pública, que implicam risco acentuado em virtude de
exposição do trabalhador a roubos ou outras espécies de violência fisica nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial, considerado ainda:

I - cumprimento do trabalho em postos de serviços em locais variáveis;

II - prestação de serviços de segurança pública sob condições precárias;

III - horário e condições irregulares para realizar refeições;

IV - convocações em decorrência de estado de calamidade;

V - convocações por motivo de revolta e/ou manifestações populares.

§ 1º O referido adicional incidirá sobre férias, 13º (décimo terceiro) salário e horas extraordinárias.

§ 2º Para fazer jus ao recebimento do Adicional de Periculosidade que trata este artigo o Guarda Civil
Municipal de Mauá deve exercer as respectivas funções profissionais devidamente uniformizados, exceto
se estiver exercendo serviços de segurança executiva institucional (escolta) para o prefeito ou escalado na
Seção de Informações, ou seja, executando serviços reservados.

SEÇÃO II
Do Comparecimento Perante as Autoridades Policiais ou Judiciárias

O tempo utilizado pelo integrante da GCM para comparecer perante as autoridades policiais ou
judiciárias, mediante requisição oficial, em razão de fato decorrente de suas funções, e que exceder ou
estiver fora de seu horário normal de trabalho, deverá ser remunerado nos termos da lei.

SEÇÃO III
Da Jornada

A jornada de trabalho dos servidores pertencentes ao Quadro de Pessoal da Guarda Civil


Municipal de Mauá é fixada em 40 (quarenta) horas semanais e poderá ocorrer em turnos diurnos e
noturnos, inclusive em finais de semana, de acordo com as especificidades das atividades e das
necessidades da Corporação, numa das seguintes formas:

I - regular, 8 (oito) horas diárias de segunda a sexta-feira, com intervalo para refeição e descanso
obrigatório, devendo ser continuo, não integrando a referida jornada;

II - plantão, 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso com 02 (duas) folgas
mensais, previstas em escala preestabelecida.

Será concedido adicional por serviço noturno, no percentual definido nos termos da Lei
Complementar nº 1/2002, e alterações, aos integrantes da GCM, pelo serviço prestado entre 20h (vinte
horas) de um dia e 05h (cinco horas) do dia seguinte.

Parágrafo único. O referido adicional incidirá sobre horas extraordinárias.

SEÇÃO IV
Da Frequência e do Horário

A frequência será apurada, diariamente, por meio de ponto, chamadas de pessoal ou mediante
equipamentos de comunicação, no início e ao término do horário do serviço.

Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento, é vedado dispensar o servidor
de registro de ponto ou das demais formas de registro de presença, bem como abonar faltas ao serviço.

Parágrafo único. O ponto ou as demais formas de registro de presença destinam-se a controlar,


diariamente, a entrada e a saída de serviço dos integrantes da GCM em seus respectivos locais de
trabalho.

O integrante da GCM em regime de plantão perderá a remuneração do dia e do descanso


semanal remunerado se não comparecer ao seu posto de serviço ou local de trabalho para o qual se
encontrar escalado, conforme legislação em vigor.

O guarda civil municipal terá direito a falta abonada, não excedendo a 06 (seis) por ano, nem a 01
(uma) por mês, solicitada por escrito ao superior imediato, que deliberará, sempre considerando a
conveniência e o não prejuízo ao serviço da corporação, com antecedência de, no mínimo, 07 (sete) dias,
observando que não será permitida sua utilização em dias que antecedem ou sucedem feriados ou
pontos facultativos em que não haja expediente nas repartições públicas municipais.

TÍTULO VI
DAS RECOMPENSAS E DAS ASSISTÊNCIAS

Capítulo I
DAS RECOMPENSAS

São recompensas da Guarda Civil Municipal de Mauá:

I - condecoração;

II - elogio;

III - folga mérito.

Parágrafo único. As recompensas constituem-se em reconhecimento aos bons serviços, atos meritórios e
trabalhos relevantes prestados pelos guardas civis de Mauá.

SEÇÃO I
Da Condecoração

As condecorações constituem-se em referências honrosas e insígnias conferidas aos integrantes


da carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá, por sua atuação em ocorrências de relevância na
preservação da vida, da integridade fisica e do patrimônio municipal, com devido registro no prontuário,
sendo um pressuposto para a indicação ao Mérito Policial

Parágrafo único. As normas que tratam o caput deste artigo serão previstas no Regulamento de
Uniformes da Guarda Civil Municipal de Mauá, que deverá ser regulamentado após essa lei entrar em
vigor.

SEÇÃO II
Do Elogio

Elogio é o reconhecimento formal da Administração às qualidades morais e profissionais dos


guardas civis municipais de Mauá, com a devida apuração dos fatos mediante processo sumário, o qual
deverá, na conclusão, opinar pela formalização do ato, com devido registro no prontuário.

SEÇÃO III
Da Folga Mérito

Art. 76 A critério do comandante da GCM conceder-se-á folga mérito quando o guarda civil municipal
envolver-se em ocorrência ou causa meritória de repercussão positiva à Corporação, no limite de 01
(uma) folga por ano.
Capítulo II
DAS SSISTÊNCIAS

SEÇÃO I
Da Assistência Judicial

Conceder-se-á o auxílio à Assistência Judicial aos guardas civis de Mauá que, em decorrência de
atos praticados no exercício da função, sofrerem ações, medidas judiciais ou inquéritos policiais que
necessitem de assistência de advogado.

Parágrafo único. Para obtenção do beneficio previsto no caput do artigo, o servidor deverá protocolar
requerimento de antecipação de despesas junto ao setor responsável da Administração Pública
Municipal, contendo cópias do contrato de honorários advocaticios, da procuração outorgada ao
advogado, do mandado de citação ou intimação e do relatório circunstanciado do fato, assinado pelo
guarda civil municipal.

O auxílio será concedido mediante adiantamento ou ressarcimento das despesas necessárias à


contratação de advogado, limitado até o valor de 05 (cinco) salários-mínimos, quando o guarda civil
municipal tiver que responder, na qualidade de réu, acusado ou indiciado, em ação penal, civil ou
inquérito policial, ou tiver que impetrar mandado de segurança e/ou interpelar outrem judicialmente, em
decorrência de ato praticado ou conduta verificada no exercício regular das atribuições de sua função,
desde que:

I - as ações ou medidas judiciais de que tratam o caput deste artigo não tenham sido intentadas por
iniciativa de órgão ou autoridade municipal;

II - não seja instaurado processo administrativo disciplinar pela Administração Municipal para apurar
responsabilidade funcional do servidor nos fatos que tenham ensejado a proposição de ação judicial ou
inquérito policial.

§ 1º Transitada em julgado à decisão judicial e ficando caracterizado que o fato levado a juízo não
decorreu do regular exercício da função, o servidor deverá restituir o valor a ele antecipado ou ressarcido
indevidamente, acrescido dos encargos legais, independente de notificação judicial ou extrajudicial.

§ 2º Se depois de concedido o beneficio for instaurado inquérito administrativo disciplinar em face do


servidor beneficiado, em decorrência do fato que ensejou a ação, medida judicial ou inquérito policial,
ficará ele obrigado a restituir o adiantamento recebido, nas mesmas condições do parágrafo anterior.

§ 3º O servidor poderá pleitear o beneficio previsto nesta Lei Complementar por uma vez para cada ação
ou medida judicial, sendo vedado ao administrativo conceder complementação de honorários
contratados ou custeio de outro profissional para o acompanhamento e defesa no mesmo procedimento
judicial já custeado pela Administração Municipal.

É de livre escolha do servidor o profissional que prestará os serviços advocaticios, desde que
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil e que não tenha sofrido punição disciplinar por
infração ética nos últimos 05 (cinco) anos, e que não tenha nenhum vínculo ou responsabilidade da
Administração Pública relativa ao contrato de prestação de serviços.

Parágrafo único. Caso os honorários sejam contratados em parcelas, respeitados os limites legais para o
total do contrato, a liberação de cada parcela deverá ser compativel com a data do respectivo
vencimento, a requerimento do servidor, vedada a antecipação total do contratado.Seção II Da Assistência
Psicológica

Cabe à Prefeitura do Município de Mauá prestar assistência psicológica a todos os integrantes da


carreira da GCM, contratando profissionais com experiência em tratamento e acompanhamentos
psicológicos voltados para guardas civis municipais, com o fito de preservar a saúde dos mesmos.

TÍTULO VII
DO REGIME DISCIPLINAR INTERNO

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

O regime disciplinar dos membros da GCM será regido por regulamento próprio, atendendo às
regras gerais do presente Estatuto, e nele deverá constar:

I - princípios gerais de disciplina e hierarquia;

II - deveres, proibições e responsabilidades dos membros da Corporação;

III - discriminação de transgressões disciplinares;

IV - normas procedimentais para aplicação de penalidades.

Capítulo II
DAS PENALIDADES

São penalidades disciplinares:

I - advertência verbal;

II - advertência escrita;

III - suspensão;

IV - demissão.

As punições deverão respeitar aos ditames do Regulamento Disciplinar Interno - RDI,


estabelecido por decreto.

Capítulo III
DA REPRESENTAÇÃO

O guarda civil municipal terá direito de representar contra superior hierárquico, junto ao superior
subsequente, nos casos de abuso, desrespeito e determinações ou atuações irregulares.
TÍTULO VIII
DA IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL

Capítulo I
DO UNIFORME

O presente Estatuto dispõe sobre a utilização do uniforme fornecido pela GCM.

§ 1º Fica estabelecido o prazo de 90 (noventa) dias após o início de vigência desta Lei Complementar para
elaboração de regulamento específico sobre o uniforme da GCM, no qual constará as prescrições, peças
complementares, brevês, divisas, distintivos, condecorações, posse, composição, uso e descrição geral.

§ 2º É obrigatório o uso do uniforme para todos os integrantes da carreira de Guarda Civil Municipal de
Mauá.

§ 3º O uso não será obrigatório quando o guarda civil municipal de Mauá exercer segurança velada para o
prefeito municipal e dignitários.

Capítulo II
DA IDENTIDADE

A Identificação Funcional dos integrantes da carreira de Guarda Civil Municipal de Mauá deverá
ser expedida pela secretaria municipal da pasta e tem por objetivo identificar os servidores e conceder o
porte de arma de fogo, devendo conter os seguintes dados:

I - no anverso:

a) foto digitalizada;
b) identificação da Prefeitura;
c) identificação da secretaria;
d) identificação do comando;
e) distintivo da Guarda Civil Municipal de Mauá;
f) nome completo do guarda civil;
g) número do Registro Geral;
h) número da matrícula funcional;
i) graduação e classe;
j) data e local da expedição;
k) número da via;
l) assinatura do secretário municipal da pasta.

II - no verso:

a) filiação;
b) naturalidade;
c) data de nascimento;
d) número do Cadastro de Pessoa Física (CPF);
e) número da Carteira Nacional de Habilitação;
f) grupo sanguíneo;
g) impressão digital do polegar direito;
h) autorização do porte de arma de fogo;
i) assinatura do guarda civil.

§ 1º Deverá ser mencionado expressamente no verso da identidade, na cor vermelha, o seguinte termo:
"PORTE DE ARMA DE ACORDO COM A LEI FEDERAL Nº 10.826/03 E DECRETO FEDERAL Nº 5.123/04".

§ 2º Na parte superior das duas faces da identidade estará escrito "IDENTIDADE FUNCIONAL", e na parte
inferior "NÓS, GUARDAS CIVIS MUNICIPAIS, ESTAMOS COMPROMISSADOS EM RESPEITAR A VIDA, A
INTEGRIDADE FÍSICA E A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO".

§ 3º A identidade que se refere o caput deste artigo deverá ser confeccionada em papel-moeda ou similar,
contendo marca d`água com o brasão do município de Mauá, a fim de impedir sua reprodução.

A Identidade Funcional é de uso obrigatório quando o guarda civil municipal de Mauá estiver em
serviço ou devidamente uniformizado.

Quando exonerado ou demitido pelo município de Mauá, o titular da Identificação Funcional terá,
obrigatoriamente, que devolvê-la ao comando da GCM.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput do artigo no caso de aposentadoria do guarda civil
municipal.

A emissão da segunda via será realizada mediante requerimento do guarda civil municipal,
justificando seu pedido através de relatório administrativo, nos casos de correção de dados.

Parágrafo único. Nos casos de extravio, furto e roubo, deverão juntar ao requerimento Boletim de
Ocorrência Policial.

Quando o guarda civil municipal for promovido, quer na graduação quer na classe, a emissão da
Identificação Funcional será automática e gratuita; e recolhida a funcional anterior.

O comando da guarda civil municipal deverá manter livro próprio, no qual será registrada a
expedição, a substituição, o cancelamento e/ou a devolução da Identidade Funcional.

TÍTULO IX
PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Capítulo I
DO BOLETIM INTERNO

Boletim Interno, regulamentado na forma da Norma de Instrução Interna da Guarda Civil


Municipal de Mauá, é o documento pelo qual o comandante da GCM e autoridades superiores do grau
hierárquico publicam todas suas ordens.
Capítulo II
DO ARMAMENTO

O guarda civil municipal que comprovadamente estiver habilitado em curso específico e aprovado
em avaliação psicológica para o uso de arma de fogo e armas não letais deverá portá-las de acordo a
legislação federal, estadual e municipal vigentes e demais normativas de instrução interna da GCM.

Capítulo III
DOS CURSOS

Os guardas civis municipais serão obrigados a participar de cursos, instruções e outros eventos de
caráter periódico e permanente, além dos cursos de formação, já descritos neste Estatuto.

§ 1º Consideram-se cursos de caráter periódico:

I - de formação;

II - de aperfeiçoamento;

III - de especialização.

§ 2º Consideram-se cursos de caráter permanente:

I - estágio de qualificação profissional;

II - condicionamento fisico.

Obrigatoriamente, o comando da GCM, através da Divisão de Formação, deverá promover cursos,


buscando parcerias para submeter os guardas civis municipais ao estágio de qualificação profissional por,
no mínimo, 80 (oitenta) horas/aula ao ano, por guarda civil.

Parágrafo único. Deverá, ainda, ser reservado no mínimo de 44 (quarenta e quatro) horas/aula por ano
para condicionamento de armamento e tiro, e mais 3 (três) horas/aula por semana para condicionamento
fisico.

Capítulo IV
DOS PROGRAMAS

Os programas compreendem todos os serviços instituídos através de lei, decreto ou por norma
interna da GCM, devendo constar as características próprias e especificidades.

TÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS

Compete ao comandante, subcomandante, inspetor-chefe, inspetor, subinspetor, classe distinta e


classe especial, além das atribuições inerentes a seus cargos, planejar, orientar, coordenar, acompanhar,
controlar e fiscalizar o emprego de seu efetivo, tendo, ainda, as seguintes atribuições e deveres:
I - acompanhar todas as atividades e serviços, facilitando, contudo, o livre exercício das funções de seus
subordinados, para que desenvolva o espírito de iniciativa, indispensável à busca do aperfeiçoamento e
prestação de serviço de excelência;

II - esforçar-se para que os seus subordinados façam do cumprimento do dever um verdadeiro culto e
exigir que pautem sua conduta pelas normas da mais severa moral, orientando-os e compelindo-os a
satisfazerem seus compromissos morais e pecuniários, inclusive de assistência à família;

III - imprimir todos seus atos como exemplo, à máxima correção, pontualidade e justiça;

IV - zelar para que os graduados sob seu comando sirvam de exemplo aos subordinados;

V - zelar para que seus comandados observem fielmente todas as disposições regulamentares e para que
existam entre eles coesão e harmonia, a fim de facilitar o melhor rendimento e a indispensável
uniformidade nas atividades de comando, instrução e administração;

VI - procurar, com o máximo critério, conhecer seus comandados, observando cuidadosamente suas
capacidades fisica, intelectual e de trabalho, bem como suas virtudes e defeitos, não apenas para formar
juízo próprio, mas também para prestar sobre eles, com exatidão e justiça, as informações
regulamentares e outras que se fizerem necessárias;

VII - atender às ponderações justas de seus subordinados, quando feitas em termos adequados e desde
que sejam de sua competência;

VIII - assegurar que o material e o equipamento distribuídos estejam nas melhores condições possíveis de
uso e sejam apropriadamente utilizados, mantidos e controlados;

IX - providenciar a elaboração ou a atualização dos planos de segurança e defesa, de combate a incêndios,


de chamada e outros;

X - orientar e coordenar o processo de arquivamento, análise, avaliação e seleção de documentos de sua


competência.

Fica extinto 1 (um) cargo de Inspetor-chefe da GCM, de provimento em comissão.

Compete ao Executivo, em seu âmbito, expedir no prazo de 90 (noventa) dias as normas


regulamentares necessárias à perfeita execução das disposições deste Estatuto.

As despesas com a execução desta Lei Complementar correrão por conta da dotação
orçamentária vigente, suplementada se necessário.

Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Ficam revogadas as Leis Complementares nºs 04, de 6 de dezembro de 2005, e 08, de 28 de


novembro de 2007.

Município de Mauá, em 22 de outubro de 2014.


DONISETE BRAGA
Prefeito

EUDES MOCHIUTTI
Secretário de Assuntos Jurídicos

ELIANA HENRIQUE DA SILVA


Secretária de Administração e Modernização

Registrada no Departamento de Atos Oficiais e afixada no quadro de editais.


Publique-se na imprensa oficial, nos termos da Lei Orgânica do Município.

RUZIBEL SENA DE CARVALHO


Chefe de Gabinete

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 11/12/2018

Nota: Este texto disponibilizado não substitui o original publicado em Diário Oficial.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE MAUÁ

REVISADA

A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ, NO USO DE SUAS


ATRIBUIÇÕES CONFERIDAS POR LEI, APÓS APROVAÇÃO UNÂNIME DO
PLENÁRIO, EM DOIS TURNOS DE VOTAÇÃO, PROMULGA A PRESENTE
EMENDA DE REVISÃO DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO, DE INICIATIVA
DE TODOS OS VEREADORES, ATRAVÉS DA REVOGAÇÃO, SUPRESSÃO E
ALTERAÇÃO DE ARTIGOS, DE PARÁGRAFOS, DE INCISOS E DE ALÍNEAS
CONTIDOS NA PROPOSTA DE EMENDA À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO

A Câmara Municipal de Mauá, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, em


Sessão Solene de 07 de Dezembro de 2011, promulga a presente Emenda de
Revisão da LEI ORGÂNICA, com as disposições seguintes:

PREÂMBULO

O POVO MAUAENSE, INVOCANDO A PROTEÇÃO DE DEUS, E


INSPIRADO NOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA REPÚBLICA E
DO ESTADO, E NO IDEAL DE A TODOS ASSEGURAR JUSTIÇA E
BEM-ESTAR, DECRETA E PROMULGA, POR SEUS
REPRESENTANTES, A LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE MAUÁ.

Título I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Município de Mauá, Estado de São Paulo, é unidade da federação


brasileira, com autonomia política, legislativa, administrativa e financeira, nos termos
assegurados pela Constituição da República, da Constituição do Estado e desta Lei
Orgânica, competindo-lhe prover tudo quanto respeite ao peculiar interesse local e ao
bem estar de sua população e cabendo-lhe exercer as competências privativas
definidas no art. 6º, entre outras que venham a ser atribuídas pelo sistema
constitucional.
§ 1º - É assegurado a todo habitante do Município, nos termos da Constituição
Federal, Estadual e desta Lei Orgânica, o direito à educação, à saúde, ao trabalho, ao
lazer, à segurança, à previdência social, à proteção, à maternidade e a infância, à
assistência aos desamparados, ao transporte, à habitação e ao meio ambiente
equilibrado.
§ 2º - Todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou
indiretamente, por seus representantes eleitos.
§ 3º - A soberania popular se manifesta quando a todos são asseguradas
condições dignas de existência, e será exercida:
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.02

I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valor igual para
todos;
II - pelo plebiscito;
III - pelo referendo;
IV - pela iniciativa popular no processo legislativo;
V - pela participação popular nas decisões do Município e no aperfeiçoamento
democrático de suas instituições;
VI - pela ação fiscalizadora sobre a administração pública.

Art. 2º - A sociedade Mauaense é cultural e historicamente marcada pela


presença da comunidade afro-brasileira, por isso, a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da Constituição
Federal.

Art. 3º - O Município reconhece o caráter multirracial do povo e da cultura


brasileira, implicando isso, nos termos da lei, dentro do limite de sua competência:
I - repudiar quaisquer formas de discriminação, seja por motivo de raça, credo
religioso, convicções políticas, opção sexual ou atividade profissional;
II - garantir o direito à liberdade e à prática de quaisquer manifestações cultural
ou religiosa, independente de sua origem racial, social ou geográfica;
III - vedar a veiculação de imagens e de mensagens portadoras de quaisquer
formas de discriminação.

Art. 4º - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado


o livre exercício de quaisquer cultos religiosos e sendo garantida a proteção de seus
locais e suas liturgias.

Título II - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES LEGISLATIVO E EXECUTIVO


Capítulo I - DO PODER LEGISLATIVO

Art. 5º - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de


23 (vinte e três) vereadores eleitos pelo sistema proporcional, para exercerem
mandato de 4 (quatro) anos, na forma da Constituição Federal e observada a
legislação eleitoral sobre a matéria.

Art. 6º - Cabe à Câmara, com sanção do Prefeito, legislar sobre as matérias de


competência do Município no que tange ao interesse local, especificamente:
I - sobre tributos municipais, bem como autorizar isenções e anistias fiscais e a
remissão de dividas de sua competência, obedecido os parâmetros do sistema
tributário nacional e os princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal, no que tange à
renúncia fiscal e outros pertinentes à receita municipal;
II - votar o orçamento anual e plurianual de investimentos, a lei de diretrizes
orçamentárias, bem como autorizar a abertura de créditos suplementares e especiais,
elaborado pelo Executivo dentro dos padrões da nova realidade fiscal determinada
pela Lei de Responsabilidade Fiscal e viabilizando a execução orçamentária e a
execução de planos, metas e programas de interesse municipal;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.03

III - deliberar sobre obtenção e concessão de empréstimos e operações de


crédito, bem como sobre a forma e os meios de pagamento, atendidas as restrições
contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como os limites de endividamento;
IV - autorizar a concessão de auxílios e subvenções;
V - autorizar a concessão de serviços públicos, desde que cumpridas todas as
formalidades necessárias e subordinadas à legislação federal aplicável;
VI - autorizar a concessão do direito real de uso dos bens municipais;
VII - autorizar a concessão administrativa do uso de bens municipais, inclusive
a cessão de uso especial de áreas públicas disponíveis e desafetadas, para fins de
moradia, em projetos e núcleos populares para famílias de baixa renda, na forma
prevista no Estatuto da Cidade, nas condições previstas e atendidos requisitos legais;
VIII - autorizar a alienação de bens imóveis, obedecida a legislação federal
aplicável;
IX - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação
sem encargo;
X - criar, alterar e extinguir cargos públicos e fixar os respectivos vencimentos,
inclusive os dos serviços da Câmara, obedecidas as iniciativas de cada Poder;
XI - aprovar o Plano Diretor de Desenvolvimento e de Expansão Urbana, com
base nas diretrizes inseridas no Estatuto da Cidade, bem como atualizá-lo
periodicamente;
XII - delimitar o perímetro urbano;
XIII - autorizar a alteração da denominação de próprios, vias e logradouros
públicos;
XIV - dar denominação a próprios, vias e logradouros públicos.
Parágrafo único. Compete ao Município, nos termos da Constituição Federal,
além de assuntos de interesse local, suplementar a legislação federal e estadual, no
que couber.

Art. 7º - À Câmara compete, privativamente, entre outras, as seguintes


atribuições:
I - eleger a Mesa Diretora, bem como, destituí-la, na forma regimental;
II - elaborar o Regimento Interno e efetuar a sua periódica atualização, para
agilizar e modernizar o processo legislativo municipal, com a elaboração de leis de
adequada conformação aos interesses restritos do Município;
III - organizar os seus serviços administrativos, mediante resoluções ou leis, se
houver reestruturação administrativa da Câmara, com a criação de novos órgãos ou
novos cargos, assim como fusões e transformações, de molde a aperfeiçoar seu
desempenho operacional;
IV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua renúncia e
afastá-lo, definitivamente, do exercício do cargo;
V - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores para
afastamento do cargo;
VI - autorizar o Prefeito, por necessidade de serviço, a ausentar-se do
Município por mais de 15 (quinze) dias;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.04

VII – fixar os subsídios do Prefeito, Vice Prefeito, dos Vereadores e dos


Secretários Municipais, na forma estabelecida na Constituição Federal, obedecidos os
limites fixados e de acordo com as disponibilidades orçamentárias, em parcela única e
para viger durante todo o mandato, sem qualquer outra espécie remuneratória, seja a
que título for, a não ser a indenização de despesas realizadas no exercício do cargo e
que tenham sido regularmente processadas;
VIII – atribuir ao Presidente do Poder Legislativo subsídio diferenciado dos
demais Vereadores, pelo desempenho da função que ocupa, respeitados os limites
previstos na Constituição Federal, Constituição do Estado de São Paulo e na Lei de
Responsabilidade Fiscal.
IX - criar comissões especiais de inquérito, sobre fato determinado que se
inclua na competência municipal, mediante requerimento de pelo menos 1/3 (um
terço) de seus membros;
X - convocar o Prefeito Municipal, para prestar informações sobre assuntos de
sua competência administrativa, mediante requerimento aprovado pela Câmara, que
deverá indicar explicitamente o motivo da convocação e as questões que serão
propostas ao convocado, bem como, requisitar informações sobre assuntos referentes
à administração;
XI - convocar os Secretários Municipais, bem como dirigentes de autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações instituídas ou
mantidas pelo poder público, para prestarem informações sobre assuntos de sua
competência, previamente determinados, no prazo de 15 (quinze) dias, sujeitando-se,
pelo não comparecimento, às penas da lei;
XII - autorizar referendo e plebiscito;
XIII - deliberar, mediante resolução, sobre assunto de sua economia interna e
nos demais casos de sua competência privativa, por meio de lei ou decreto legislativo;
XIV - conceder título de cidadão honorário ou qualquer outra honraria ou
homenagem às pessoas que reconhecidamente tenham prestado serviços ao
Município, mediante decreto legislativo, aprovado pelo voto de, no mínimo, 2/3 (dois
terços) de seus membros;
XV - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos casos previstos em
Lei, assegurado o devido processo legal e o direito a mais ampla defesa, sob pena de
nulidades insanáveis;
XVI - tomar e julgar, anualmente, as contas do exercício financeiro
apresentadas pelo Prefeito e pela Mesa Diretora da Câmara, na forma prevista no
Regimento Interno, após o recebimento do parecer prévio do Tribunal de Contas do
Estado;
XVII - decidir sobre a perda do mandato de Vereador, com votos de, no
mínimo, 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, nas hipóteses previstas nos
incisos I, II, e IV do art. 13, mediante provocação da Mesa Diretora ou de Partido
Político representado na Sessão;
XVIII - exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, a fiscalização
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município.

§ 1º - Fica vedado a todos os órgãos da Administração Direta e Indireta,


inclusive ao Prefeito, recusar informações de qualquer natureza, quando requisitadas,
por escrito, mediante justificativa, pela Câmara Municipal, através da Mesa Diretora,
dos vereadores ou de Comissões para qualquer finalidade instituídas, desde que
previamente aprovado pelo Plenário.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.05

§ 2º - É fixado em 15 (quinze) dias o prazo para que os responsáveis pelos


órgãos da Administração Direta ou Indireta prestem informações ou encaminhem
documentos, requisitados na forma do parágrafo primeiro.
§ 3º - O não atendimento às determinações contidas no parágrafo anterior
faculta o recurso judicial adequado para fazê-las cumpridas.

Seção I - Dos Vereadores

Art. 8º - No primeiro ano de cada legislatura, no dia 1º de janeiro, às 10:00


(dez) horas, em sessão solene de instalação, independentemente do número, sob a
presidência do Vereador mais votado dentre os presentes, os Vereadores prestarão
compromisso e tomarão posse.
§ 1º - No ato da posse os Vereadores deverão desincompatibilizar-se e, na
mesma ocasião, bem como ao término do mandato, deverão fazer declaração de
seus bens, as quais serão arquivadas em pasta própria na Secretaria da Câmara,
além de armazenadas em mídias eletrônicas, tais como CD-ROMs e DVDs,
constando de ata o seu resumo, o qual deverá ser publicado no prazo de 15 (quinze)
dias.
§ 2º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo, deverá
fazê-lo no prazo de quinze dias, ressalvados os casos de motivo justo e aceito pela
Câmara.
§ 3º - A remuneração do mandato de Vereador será fixada pela Câmara
Municipal, em cada legislatura, para a subsequente, observado o disposto no art. 7º,
inciso VII, desta LOM, bem como os princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e anterioridade, obedecidos os parâmetros orçamentários e os tetos
constitucionais.
§ 4º - Pode a Câmara Municipal reajustar os subsídios dos Vereadores durante
a legislatura vigente, quando forem alterados os subsídios dos Deputados Estaduais,
observado o disposto nos artigos 29, incisos VI e VII, 29-A, § 1º, 37, inciso X da
Constituição Federal e os critérios estabelecidos nesta Lei Orgânica.

Art. 9º - É admitida a licença do Vereador:


I - em virtude de moléstia devidamente comprovada ou em licença gestante;
II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou político, de
interesse do Município;
III - para tratar de interesses particulares, por prazo determinado, nunca inferior
a trinta dias, nem superior a cento e vinte dias, em cada sessão legislativa, não
podendo, em qualquer caso, reassumir o exercício do mandato antes do término do
prazo concedido para a licença.

Parágrafo único. Para fins de remuneração integral, considerar-se-á em


exercício:
a) o Vereador licenciado nos termos do inciso I;
b) o Vereador licenciado na forma do inciso II, se a missão decorrer de
expressa designação da Mesa Diretora da Câmara ou tiver sido previamente
aprovada pelo Plenário.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.06

Art. 10 - Não perderá o mandato, considerando-se automaticamente


licenciado, o Vereador investido no cargo de Secretário Municipal, Superintendente ou
cargo equivalente em Autarquia, vedada, todavia, a acumulação de remunerações,
devendo o Vereador optar pelos vencimentos do cargo ou pela remuneração do
mandato.
§ 1º - O Vereador investido no cargo de Secretário Municipal, Superintendente
ou cargo equivalente em Autarquia, no período da licença, perderá todas as
vantagens inerentes ao mandato, caso opte pela remuneração do respectivo cargo
executivo.
§ 2º - Afastado do cargo de Secretário Municipal, Superintendente ou cargo
equivalente em Autarquia, o Vereador só poderá reassumir o seu mandato após o
decurso do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a partir da data da exoneração.

Art. 11 - No caso de vaga, investidura em cargo de Secretário Municipal,


Superintendente ou cargo equivalente em Autarquia ou, ainda, licença de Vereador, o
Presidente da Câmara convocará, imediatamente, o suplente.
§ 1º - O suplente convocado deverá tomar posse, dentro do prazo de 15
(quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara.
§ 2º - Em não havendo suplente, caracterizada a vacância, o Presidente
comunicará o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, diretamente ao Tribunal
Regional Eleitoral, a fim de serem convocadas eleições para preenchê-la, quando
faltarem mais de 15 (quinze) meses para o término do mandato.

Art. 12 - O Vereador não poderá:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia
ou empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público do Município, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de
que seja demissível "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior.
II - desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresas que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público do Município, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que seja demissível "ad nutum" nas entidades
referidas no inciso I, alínea "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se
refere o inciso I, alínea "a";
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo federal, estadual, distrital
ou municipal.

Art. 13 - Perderá o mandato o Vereador:


I - que infringir quaisquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar,
após regular processo e assegurado o direito de ampla defesa, na forma estabelecida
nesta LOM, ou em Resolução que verse sobre ética e decoro parlamentar;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.07

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a terça parte das
sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão por aquela autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição
Federal;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível, na
forma definida em Lei.
Parágrafo único - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos
definidos no Regimento Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro da
Câmara Municipal ou a percepção de vantagens indevidas.

Art. 14 - Os Vereadores não serão obrigados a depor sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas
que lhes confiaram ou deles receberam informações.

Art. 15 - Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas opiniões, palavras e


votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município de Mauá.

Seção II - Da Mesa Diretora da Câmara

Art. 16 - Imediatamente depois da posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a


presidência do mais votado, dentre os presentes e, havendo maioria absoluta dos
membros da Câmara, elegerão os componentes da Mesa Diretora, que ficarão
automaticamente empossados.

Parágrafo único - Não havendo número legal, o Vereador mais votado, dentre
os presentes, permanecerá na Presidência e convocará sessões diárias, até que seja
eleita a Mesa Diretora da Câmara.

Art. 17 – A eleição para renovação da Mesa Diretora da Câmara realizar-se-á


no início da última sessão ordinária da 2ª sessão legislativa, considerando-se os
eleitos empossados a partir de 1º de janeiro do terceiro ano de cada legislatura.
§ 1º - O Regimento Interno disciplinará a forma de eleição e a composição da
Mesa Diretora da Câmara.
§ 2º - O mandato da Mesa Diretora da Câmara será de 02 (dois) anos, vedada
a reeleição de seus membros para o mesmo cargo na mesma legislatura.
§ 3º - Pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, qualquer
componente da Mesa Diretora poderá ser destituído, quando negligente, omisso ou
ineficiente no desempenho de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro
Vereador para completar o mandato.

Art. 18 - São atribuições da Mesa Diretora, dentre outras:


I - propor projetos de lei que criem ou extingam cargos dos serviços da Câmara
e fixem os respectivos vencimentos, bem como os projetos relativos à remuneração
dos agentes políticos locais, na forma e no prazo estabelecidos nesta Lei;
II - elaborar e expedir, mediante Ato, a discriminação analítica das dotações
orçamentárias da Câmara, bem como alterá-las, quando necessário;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.08

III - suplementar, mediante Ato, as dotações da Câmara que durante a


execução orçamentária tornarem-se insuficientes, valendo-se dos institutos da
transposição ou transferências e de anulação total ou parcial de suas dotações
orçamentárias;
IV - devolver à Tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa existente na Câmara
ao final do exercício;
V - enviar ao Prefeito, até o dia primeiro de março, as contas do exercício
anterior;
VI - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações, licenças, pôr em
disponibilidade, exonerar, demitir, aposentar e punir funcionários ou servidores da
Câmara Municipal, nos termos da lei;
VII - declarar, nos casos dos incisos III e V do art. 13, de ofício, por provocação
de qualquer dos seus membros ou de partidos políticos, representados na Câmara, a
perda do mandato de Vereador, assegurada, em qualquer das hipóteses, plena
defesa;
VIII - manter atualizadas, diariamente, no site da Edilidade -
www.camaramaua.sp.gov.br - informações sobre Projetos de Lei, Projetos de Emenda
à Lei Orgânica, Projetos de Decreto Legislativo, Projetos de Resolução, Portarias,
Atos, Ordem do Dia, Legislação, Atas das Sessões e demais proposituras dos
vereadores;
IX - adotar todos os procedimentos necessários e exigidos por lei para a boa
administração dos assuntos da Edilidade, quanto a recursos humanos, licitações para
obras, compras e serviços, dando preferência ao pregão como modalidade mais
competitiva e econômica e regime disciplinar dos servidores sob sua
responsabilidade, nomeando as respectivas comissões e acompanhando seus
trabalhos para fiel observância dos princípios constitucionais, em especial a eficiência
dos serviços legislativos;

Art. 19 - Ao Presidente da Câmara, dentre outras atribuições, compete:


I - representar a Câmara em Juízo e fora dele;
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da
Câmara;
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
IV - promulgar as resoluções e os decretos legislativos, bem como as leis com
sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo Plenário;
V - fazer publicar os Atos da Mesa Diretora da Câmara, bem como as
resoluções, os decretos legislativos e as leis por ele promulgadas;
VI - declarar extinto o mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, nos
casos previstos em lei;
VII - receber, contabilizar e promover a execução do orçamento da Câmara,
com os recursos financeiros repassados pelo Executivo, nos prazos legais, e cumprir
as metas e diretrizes fixadas pela Mesa Diretora, apresentando os relatórios e
demonstrativos exigidos por lei, sob pena de responsabilidade;
VIII - apresentar, ao Plenário, até o dia 20 de cada mês, o balancete relativo
aos recursos recebidos e às despesas do mês anterior;
IX - representar sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato municipal;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.09

X - solicitar a intervenção, no Município, nos casos admitidos pela Constituição


Federal;
XI - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a força necessária
para esse fim;
XII - outras atribuições que lhe venham a ser atribuídas pelo sistema
administrativo e legal vigente no País.

Art. 20 - O Presidente da Câmara votará apenas, quando:


I - da eleição da Mesa Diretora;
II - a matéria exigir, para sua aprovação, o voto favorável da maioria absoluta e
de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara;
III - houver empate em qualquer votação no Plenário.

Parágrafo único - O voto será sempre público nas deliberações da Câmara.

Seção III - Da Sessão Legislativa Ordinária

Art. 21 - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão legislativa anual,


independentemente de convocação, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de
agosto a 15 de dezembro.

Parágrafo único - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação


do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e sem deliberação sobre o projeto de lei
do orçamento, considerando-se recesso legislativo os períodos de 01 a 31 de julho e
16 de dezembro a 31 de janeiro.

Art. 22 - A Câmara se reunirá em sessões ordinárias, extraordinárias, solenes


ou itinerantes, conforme dispuser o Regimento Interno.

Parágrafo único - As sessões extraordinárias serão convocadas pelo


Presidente da Câmara em sessão ou fora dela, mediante, neste último caso,
comunicação pessoal e escrita aos Vereadores, com antecedência mínima de 24
(vinte e quatro) horas.

Art. 23 - As sessões da Câmara serão públicas, salvo deliberação em


contrário, tomada pela maioria de 2/3 (dois terços) dos membros, quando ocorrer
motivo relevante de preservação do decoro parlamentar.
§ 1º - As sessões só poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, um
terço dos membros da Câmara, considerando-se presente à sessão, o Vereador que
assinar o livro de presença e participar dos trabalhos do Plenário e da votação do
primeiro item da Ordem do Dia.
§ 2º - O Plenário somente poderá deliberar com a presença da maioria
absoluta dos membros da Câmara.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.10

Seção IV - Da Sessão Legislativa Extraordinária

Art. 24 - Exclusivamente no período de recesso, poderá a Câmara Municipal,


ser extraordinariamente convocada:
a) pelo Prefeito, quando assim entender necessário;
b) pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
§ 1º - A convocação será feita mediante ofício ao Presidente da Câmara, para
reunir-se, no mínimo, dentro de 02 (dois) dias.
§ 2º - O Presidente da Câmara dará conhecimento da convocação aos
Vereadores em sessão ou fora dela, mediante, neste último caso, comunicação
pessoal, escrita, que lhe será encaminhada no prazo previsto no Regimento Interno.
§ 3º - Durante a sessão legislativa extraordinária, a Câmara deliberará
exclusivamente sobre a matéria para a qual foi convocada.
§ 4º - Fica expressamente vedado o pagamento de parcela indenizatória, em
razão da convocação e efetiva realização da sessão extraordinária, cabendo tão
somente o subsídio do mês em que ela se realizar.

Seção V - Das Comissões

Art. 25 - A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na


forma e com as atribuições previstas no respectivo Regimento ou no Ato de que
resultar a sua criação.
§ 1º - Em cada comissão será assegurada, quando possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara.
§ 2º - Às Comissões, em razão da matéria de sua competência, e por
deliberação da maioria absoluta de seus membros, cabe:
I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
II - convocar Secretários Municipais para prestar informações sobre assuntos
inerentes às suas atribuições;
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
IV - acompanhar, junto à Prefeitura, a elaboração da proposta orçamentária,
bem como a sua posterior execução;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, regionais e setoriais de desenvolvimento e
sobre eles emitir parecer;
VII - outras atribuições inerentes às suas atividades de informação e
elucidação das matérias de relevo a elas conferidas, nesta Lei ou pela legislação
federal ou estadual, podendo sempre valer-se de consultorias externas e entidades
especializadas, especialmente contratadas por tarefa.

Art. 26 - As Comissões Especiais de Inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no
Regimento Interno, serão criadas pela Câmara mediante requerimento de 1/3 (um
terço) de seus membros, aprovado pelo Plenário, para apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.11

Parágrafo único - No desempenho de suas atribuições de investigação sobre


os fatos determinantes de sua constituição, a CEI deverá usar, se necessário, de
todos os meios de provas em direito admitidas, em especial a testemunhal, pericial e
documental, à luz de normas processuais em vigor, especialmente a do CPP (Código
de Processo Penal), sob pena de nulidade de suas conclusões, devendo valer-se de
assessoria jurídica especializada.

Seção VI - Do Processo Legislativo

Art. 27 - O processo legislativo municipal que deve seguir os princípios e os


parâmetros da Constituição Federal, arts. 59 a 69, no que couber, compreende:
I - emendas à Lei Orgânica do Município;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - decretos legislativos;
V - resoluções.

Art. 28 - A Lei Orgânica poderá ser emendada, mediante proposta:


I - do Prefeito;
II - de no mínimo 1/3 (um terço) dos membros da Câmara;
III - de iniciativa popular, subscrita por no mínimo 5% (cinco por cento) dos
eleitores do Município.
§ 1º - A proposta, votada em dois turnos, será considerada aprovada se obtiver
os votos de pelo menos 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, em ambos os
turnos.
§ 2º - A emenda aprovada nos termos deste artigo será promulgada pela Mesa
Diretora da Câmara Municipal, com o respectivo número de ordem.
§ 3º - A matéria constante da proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Art. 29 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe ao Prefeito, a


qualquer membro ou Comissão da Câmara e aos cidadãos, observado o disposto
nesta Lei.

Art. 30 - Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que


disponham sobre:
I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos
públicos na administração direta e autárquica, fixação ou aumento de sua
remuneração;
II - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos
servidores obedecidos os princípios, direitos, obrigações e responsabilidades fixados
na Constituição Federal;
III - organização administrativa, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração;
IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da administração pública e
municipal;
V - plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.12

VI - plano diretor e legislação de uso e ocupação do solo, obedecidas as


normas contidas no estatuto da Cidade e a legislação ambiental em vigor.

Art. 31 - As proposições encaminhadas ao Poder Legislativo, pelo Poder


Executivo deverão estar, obrigatoriamente, acompanhadas do protocolo de
transmissão do arquivo, via internet, para o site - www.camaramaua.sp.gov.br - da
Câmara Municipal.

Art. 32 - A Câmara Municipal de Mauá somente receberá a proposição, após


verificar se a mesma está acompanhada do protocolo de transmissão do arquivo, via
internet, para o site - www.camaramaua.sp.gov.br - da Câmara Municipal.

Art. 33 - A Municipalidade disponibilizará para a Câmara Municipal, acesso às


informações no sistema informatizado para alterações em projetos, decorrentes de
emendas aprovadas pelo Egrégio Plenário.

Art. 34 - Caso haja alteração no sistema de informatização da Câmara


Municipal, o Presidente se obriga a comunicar a Municipalidade com antecedência de,
no mínimo, 90 (noventa) dias, para que sejam tomadas as providências necessárias.

Art. 35 - É de competência exclusiva da Câmara a iniciativa das proposições


que disponham sobre:
I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos de seus
servidores;
II - fixação ou aumento de remuneração de seus servidores;
III - organização e funcionamento dos seus serviços.

Art. 36 - Não será admitido aumento da despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o disposto no
artigo 134 desta Lei;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara
Municipal.

Art. 37 - Observados os limites da competência legislativa municipal, caberá à


iniciativa popular o envio de projetos de lei à Câmara Municipal, subscritos por no
mínimo 5% (cinco por cento) do eleitorado do Município.
§ 1º - Obedecidos os requisitos do caput deste artigo, o recebimento de
projetos de iniciativa popular dependerá, também, da identificação dos assinantes,
através de nome, endereço e da indicação dos números dos respectivos títulos
eleitorais.
§ 2º - O projeto da natureza de que trata este artigo receberá tratamento
idêntico ao dos demais projetos de acordo com o Regimento Interno.

Art. 38 - As leis complementares são concernentes às seguintes matérias:


I - Código Tributário do Município;
II - Código de Obras ou de Edificações;
III - Estatuto dos Servidores Públicos;
IV - Código de Posturas Municipais.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.13

Art. 39 - A Câmara deliberará pela maioria de votos, presente a maioria


absoluta dos Vereadores, salvo as exceções dos parágrafos seguintes:
§ 1º - Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos membros da
Câmara:
I - a aprovação e as alterações das seguintes matérias:
a) Código Tributário do Município;
b) Código de Obras ou de Edificações;
c) Código de Posturas Municipais;
d) Estatuto dos Servidores Municipais;
e) Regimento Interno da Câmara;
f) Criação de cargos e aumento de vencimentos dos servidores;
g) Plano Plurianual;
h) Lei de Diretrizes Orçamentárias;
i) Projeto de Lei Orçamentária.
II - Convocação de Secretários Municipais, Superintendentes e Diretores de
autarquias e empresas públicas, bem como, servidores municipais para,
pessoalmente, prestarem informações a respeito de assunto de interesse público
previamente estabelecido.
§ 2º - Dependerão do voto favorável de 2/3 (dois terços) dos membros da
Câmara:
I - as leis concernentes a:
a) aprovação e alteração de Plano Diretor;
b) zoneamento urbano e suas alterações;
c) concessão de serviços públicos;
d) concessão de direito real de uso;
e) alienação de bens imóveis;
f) aquisição de bens imóveis por doação com encargo;
g) alteração de denominação de próprios, vias e logradouros públicos; e
h) obtenção de empréstimo de particular.
II - realização de sessão secreta;
III - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas;
IV - concessão de título de cidadão honorário ou qualquer outra honraria ou
homenagem;
V - aprovação da representação solicitando a alteração do nome do Município;
VI - destituição de componentes da Mesa.

Art. 40 - O Prefeito poderá solicitar urgência para a apreciação de projetos de


sua iniciativa, devendo ser aprovada a solicitação de urgência pelo Plenário, em
discussão única, no início do Grande Expediente, não podendo ser adiada.
§ 1º - Aprovada a urgência, por maioria simples, o Projeto deverá ser apreciado
no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 2º - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no § 1º deste artigo, o projeto
será obrigatoriamente incluído na Ordem do Dia, para que se ultime a sua votação,
sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos.
§ 3º - O prazo referido neste artigo não corre nos períodos de recesso da
Câmara e não se aplica às matérias constantes do artigo 38 e seus incisos, bem
como ao Plano Diretor e à Lei de Zoneamento.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.14

Art. 41 - O projeto aprovado em 02 (dois) turnos de votação será, no prazo de


10 (dez) dias úteis, enviado pelo Presidente da Câmara ao Prefeito, que concordando
o sancionará e promulgará no prazo de 15 (quinze) dias úteis.

Parágrafo único - Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio do


Prefeito importará em sanção.

Art. 42 - Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional,


ilegal ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15
(quinze) dias úteis, contados da data do recebimento e comunicará, dentro de 48
(quarenta e oito) horas, ao Presidente da Câmara, os motivos do veto.
§ 1º - O veto deverá ser sempre justificado e, quando parcial, abrangerá o texto
integral do artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 2º - As razões aduzidas no veto serão apreciadas no prazo de 30 (trinta) dias,
contados do seu recebimento, em uma única discussão.
§ 3º - O veto somente poderá ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Vereadores.
§ 4º - Esgotado sem deliberação o prazo previsto no parágrafo 2º deste artigo,
o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final, ressalvada a matéria de que trata o parágrafo 1º
do artigo 40.
§ 5º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito em 48
(quarenta e oito) horas para a promulgação.
§ 6º - Se o Prefeito não promulgar a lei em 48 (quarenta e oito) horas, nos
casos de sanção tácita ou rejeição do veto, o Presidente da Câmara a promulgará.
§ 7º - A lei promulgada nos termos do parágrafo anterior produzirá efeitos a
partir de sua publicação.
§ 8º - Nos casos de veto parcial, as disposições aprovadas pela Câmara serão
promulgadas pelo seu Presidente, com o mesmo número da lei original, observado o
prazo estipulado no parágrafo 6º.
§ 9º - O prazo previsto no parágrafo 2º não corre nos períodos de recesso da
Câmara.
§ 10 - Na apreciação do veto a Câmara não poderá introduzir qualquer
modificação no texto aprovado.

Art. 43 - A matéria constante do projeto de lei rejeitado somente poderá


constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros da Câmara.

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica aos projetos de


iniciativa do Prefeito, que serão submetidos à deliberação da Câmara.

Art. 44 - As proposições submetidas aos órgãos técnicos, referidos no


Regimento Interno da Câmara Municipal, que receberem parecer contrário à sua
tramitação das Comissões Permanentes, referidas no respeitável despacho da Mesa
Diretora, serão consideradas rejeitadas.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.15

Art. 45 - O projeto de decreto legislativo é a proposição destinada a regular


matéria de competência exclusiva da Câmara, que produza efeitos externos, não
dependendo, porém, de sanção do Prefeito.

Parágrafo único - O decreto legislativo aprovado pelo Plenário, em um só


turno de votação, será promulgado pelo Presidente da Câmara.

Art. 46 - O projeto de resolução é a proposição destinada a regular matéria


político-administrativa da Câmara, de sua competência exclusiva, e não depende de
sanção do Prefeito.

Parágrafo único - O projeto de resolução aprovado pelo Plenário, em um só


turno de votação, será promulgado pelo Presidente da Câmara.

Capítulo II - DO PODER EXECUTIVO


Seção I - Do Prefeito e do Vice-Prefeito

Art. 47 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos


Secretários Municipais.

Art. 48 - O Prefeito e o Vice-Prefeito serão eleitos por eleição direta, em


sufrágio universal e secreto, na forma determinada pela Constituição Federal,
legislação eleitoral e partidária aplicáveis e sob o comando das normas do Tribunal
Superior Eleitoral e das resoluções especialmente editadas pelo mesmo, para as
eleições gerais municipais.

Parágrafo único - Será considerado eleito Prefeito, o candidato que obtiver


maioria de votos, não computados os em branco e os nulos, na forma da legislação
federal aplicável.

Art. 49 - O Prefeito e o Vice-Prefeito prestarão compromisso, tomarão posse e


assumirão o exercício na sessão solene de instalação da Câmara Municipal, no dia 1º
de janeiro do ano subsequente à eleição.
§ 1º - Se decorrido 10 (dez) dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o
Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
declarado vago.
§ 2º - Substituem o Prefeito, o Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento deste,
o Presidente da Câmara.
§ 3º - No ato de posse e ao término do mandato, o Prefeito e o Vice-Prefeito
farão declaração pública de seus bens, as quais serão arquivadas em pasta própria
na Secretaria da Câmara, além de armazenadas em mídias eletrônicas, tais como
CD-ROMs e DVDs, constando de ata o seu resumo.
§ 4º - O Prefeito e o Vice-Prefeito, este quando remunerado, deverão
desincompatibilizar-se no ato da posse; quando não remunerado, o Vice-Prefeito
cumprirá essa exigência ao assumir o exercício do cargo.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.16

Art. 50 - O Prefeito não poderá, desde a posse, sob pena de perda de cargo:
I - firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
II - aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de
que seja demissível "ad nutum" nas atividades constantes do inciso anterior,
ressalvada a posse em virtude de concurso público;
III - ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo;
IV - patrocinar causas em que seja interessada qualquer das entidades já
referidas;
V - ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
remunerada.

Parágrafo único - Se for servidor público concursado, uma vez investido no


mandato de Prefeito, deverá se afastar do cargo público, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração, computando-se seu tempo de serviço para todos os efeitos
legais, exceto para promoção por merecimento.

Art. 51 - Será de 4 (quatro) anos o mandato de Prefeito e de Vice-Prefeito, a


iniciar-se no dia 1º de janeiro do ano seguinte ao da eleição.

Art. 52 - O Prefeito e Vice-Prefeito, e quem os houver sucedido ou substituído


no curso dos mandatos, poderão ser reeleitos para um único período subsequente.

Art. 53 - O Vice-Prefeito substitui o Prefeito em caso de licença ou


impedimento, e o sucede no caso de vaga ocorrida após a diplomação.
§ 1º - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por
lei, auxiliará o Prefeito sempre que por ele convocado para missões especiais.
§ 2º - O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena
de extinção do respectivo mandato.

Art. 54 - Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou vacância


dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia do
Poder Executivo Municipal o Presidente da Câmara Municipal e o Secretário de
Assuntos Jurídicos.

Art. 55 - Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á eleição 90


(noventa) dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância no último ano do período governamental, aplica-se
o disposto no artigo anterior.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os sucessores deverão completar o período de
governo restante.

Art. 56 - O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão ausentar-se do Município ou


afastar-se do cargo sem licença da Câmara Municipal, sob pena de perda do cargo,
salvo por período não superior a 15 (quinze) dias.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

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Parágrafo único - O Prefeito, quando candidato à reeleição, poderá afastar-se


do cargo no decorrer dos 06 (seis) meses anteriores ao pleito eleitoral, mediante
comunicação à Câmara Municipal, anexada da ata da convenção partidária que o
escolheu candidato, sem direito ao subsídio e à verba de representação do cargo.

Art. 57 - O Prefeito poderá licenciar-se:


I - quando a serviço ou em missão de representação do Município, devendo
enviar à Câmara relatório circunstanciado dos resultados de sua viagem;
II - quando impossibilitado do exercício do cargo, por motivo de doença
devidamente comprovada;
III - por motivos particulares, por período não superior a 30 (trinta) dias.

Parágrafo único - Ocorrendo as hipóteses dos incisos I e II deste artigo, o


Prefeito terá direito ao subsídio integral.

Art. 58- A remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito será fixada por lei de


iniciativa da Câmara Municipal, em cada legislatura, para a subsequente, até 30
(trinta) dias antes da realização das eleições, cuja vigência se estenderá até a
próxima legislatura, observado o que dispõem os arts. 37, XI; 39, § 4º; 150, II; e 153,
III e § 2º, I, da Constituição Federal.

Parágrafo único - A remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito será sob a


forma de subsídio em parcela única, excluída qualquer outra espécie remuneratória,
seja a que título for, obedecidos os princípios e limites constitucionais e os parâmetros
orçamentários.

Art. 59 - A extinção ou a cassação do mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito,


bem como a apuração dos crimes de responsabilidade do Prefeito ou seu substituto,
ocorrerão na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica e na Legislação Federal,
especialmente o rito processual contido no art. 5º, do Decreto-lei nº 201/67, pelas
infrações definidas no art. 4º, sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e
sancionadas com a cassação do mandato.

Seção II - Das Atribuições do Prefeito

Art. 60 - Ao Prefeito compete privativamente:


I - nomear e exonerar os Secretários Municipais, bem como os demais
funcionários da sua administração;
II - elaborar o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos
anuais do Município, fazendo incluir nas peças orçamentárias as diretrizes e metas do
Poder Legislativo e as dotações que lhes cabe, até os limites fixados na Constituição,
para atendimento de suas reais necessidades de custeio e investimento;
III - iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos nesta Lei
Orgânica;
IV - representar o Município em juízo e fora dele na forma estabelecida em lei;
V - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara e
expedir regulamentos para sua fiel execução;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.18

VI - vetar, no todo ou em parte, projetos de lei na forma prevista nesta Lei


Orgânica;
VII - decretar, nos termos da lei, desapropriações por necessidade ou utilidade
pública, ou interesse social, e instituir servidões administrativas;
VIII - expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
IX - permitir ou autorizar na forma da lei a execução de serviços públicos por
terceiros;
X - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração municipal,
na forma da lei;
XI - prover e extinguir os cargos públicos municipais, na forma da lei, e expedir
os demais atos referentes à situação funcional dos servidores;
XII - remeter mensagem e plano de governo à Câmara por ocasião da abertura
da Sessão Legislativa, expondo a situação do Município e solicitando as providências
que julgar necessárias.
XIII - enviar à Câmara os projetos de lei do orçamento anual, das diretrizes
orçamentárias e do plano plurianual, nos prazos legais e obedecendo as normas da
Lei de Responsabilidade Fiscal, especialmente quanto às premissas técnicas e as
previsões e estimativas de receita/despesa;
XIV - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado até o dia 31 de março de
cada ano, a sua prestação de contas e a da Mesa Diretora da Câmara, bem como os
balanços do exercício findo.
XV - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e as
prestações de contas exigidas em Lei;
XVI - fazer publicar os atos oficiais;
XVII - prestar à Câmara, dentro de 15 (quinze) dias, as informações solicitadas
por requerimento, e dentro de 30 (trinta) dias para acusar recebimento e responder as
Indicações e Ofícios;
XVIII - superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem como a guarda
e aplicação da receita, autorizando as despesas e pagamento dentro das
disponibilidades orçamentárias ou dos créditos votados pela Câmara;
XIX - remeter à Câmara Municipal os recursos financeiros correspondentes às
dotações orçamentárias, compreendidos os créditos adicionais suplementares e
especiais, entregando-os até o dia 20 (vinte) de cada mês, em duodécimos, na forma
da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, da Constituição Federal, sob
pena de o atraso injustificável acarretar a caracterização de crime de
responsabilidade;
XX - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como relevá-las quando
impostas irregularmente;
XXI - resolver os requerimentos, reclamações ou representações que lhe forem
dirigidos;
XXII - oficializar, conforme a legislação vigente, as normas urbanísticas
aplicáveis, as vias e logradouros públicos;
XXIII - aprovar projetos de edificação e planos de loteamento, arruamento e
zoneamento urbano ou para fins urbanos, mediante a aprovação do departamento
técnico da Municipalidade;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.19

XXIV - solicitar o auxílio dos órgãos policiais para garantia de cumprimento de


seus atos;
XXV - decretar o estado de emergência, quando for necessário preservar ou
prontamente restabelecer, em locais determinados e restritos do Município de Mauá, a
ordem pública ou a paz social;
XXVI - elaborar o Plano Diretor, em consonância com as normas e
instrumentos de política urbana previstos no Estatuto da Cidade;
XXVII - elaborar o Relatório de Gestão Fiscal e o Relatório Resumido de
Execução Orçamentária e encaminhá-los ao Tribunal de Contas do Estado, na forma
e nos prazos estabelecidos na LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal, sob pena de
infração político administrativa, nos termos da legislação em vigor;
XXVIII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.

Art. 61 - O Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará no prazo de 90 (noventa)


dias após sua posse, através do Projeto de Lei encaminhado ao Poder Legislativo, o
Programa de Metas de sua gestão, que conterá as seguintes prioridades:
I - as ações estratégicas;
II - os indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da
Administração Pública Municipal, observando, no mínimo, as diretrizes de sua
campanha eleitoral;
III - os objetivos, as diretrizes, as ações estratégicas e as demais normas da lei
do Plano Diretor.
§ 1º - O Programa de Metas será amplamente divulgado, por meio eletrônico,
pela mídia impressa e radiofônica, no dia imediatamente seguinte ao do término do
prazo a que se refere o caput deste artigo.
§ 2º - O Poder Executivo promoverá, dentro de 30 (trinta) dias após o término
do prazo a que se refere este artigo, o debate público sobre o Programa de Metas
mediante audiências públicas gerais, temáticas e regionais.
§ 3º - O Poder Executivo divulgará semestralmente os indicadores de
desempenho relativos à execução dos diversos itens do Programa de Metas.
§ 4º - O Prefeito poderá proceder a alterações programáticas no Programa de
Metas sempre em conformidade com a lei do Plano Diretor Estratégico, justificando-as
por escrito e divulgando-as amplamente pelos meios de comunicação previstos neste
artigo.
§ 5º - Os indicadores de desempenho serão elaborados e fixados conforme os
seguintes critérios:
a) Promoção do desenvolvimento ambientalmente, socialmente e
economicamente sustentável;
b) inclusão social, com redução das desigualdades regionais e sociais;
c) atendimento das funções sociais da cidade com melhoria da qualidade de
vida urbana;
d) promoção do cumprimento da função social da propriedade;
e) promoção e defesa dos direitos fundamentais individuais e sociais de toda
pessoa humana;
f) promoção de meio ambiente ecologicamente equilibrado e combate à
poluição sob todas as suas formas;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.20

g) universalização do atendimento dos serviços públicos municipais com


observância das condições de regularidade, continuidade, eficiência, rapidez e
cortesia no atendimento ao cidadão, segurança, atualidade com as melhores técnicas,
métodos, processos e equipamentos, e modicidade das tarifas e preços públicos que
considerem diferentemente as condições econômicas da população.
§ 6º - Ao final de cada ano o Prefeito divulgará o relatório da execução do
Programa de Metas, o qual será disponibilizado integralmente pelos meios de
comunicação previstos neste artigo.

Art. 62 - O Prefeito em exercício de mandato deverá apresentar o Programa de


Metas, correspondente ao período restante de sua gestão, dentro do prazo de
sessenta dias, contados a partir da data inicial de vigência desta Lei Orgânica
Municipal.

Parágrafo único - As diretrizes do Programa de Metas deverão ser


incorporadas ao Plano Plurianual, às Leis de Diretrizes Orçamentárias e às Leis
Orçamentárias anuais.

Seção III - Da Responsabilidade do Prefeito

Art. 63 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os que atentarem contra a


Constituição Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica do Município e,
especialmente contra:
I - a existência da União, do Estado e do Município;
II - o livre exercício da Câmara Municipal;
III - o exercício de direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a probidade na administração;
V - a lei orçamentária;
VI - o cumprimento das leis e decisões judiciais.

Parágrafo único - Esses crimes serão definidos em lei ordinária, que


estabelecerá as normas de processo e julgamento.

Art. 64 - O Prefeito será processado e julgado:


I - pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos crimes comuns e nos
de responsabilidade, nos termos da legislação federal aplicável, nos termos e de
acordo com a tipificação dos delitos, conforme disposto no art. 1º do Decreto-lei nº
201/67, com os acréscimos contidos na Lei 10.028, de 19/10/2000 e outros que
vierem a ser criados, independentemente do pronunciamento da Câmara; e
II - pela Câmara Municipal, nas infrações político administrativas definidas no
art. 4º do decreto mencionado no inciso anterior, após regular processo de cassação
de mandato, que deverá obedecer fielmente o rito procedimental e processual definido
no art. 5º, incisos I a VI do DL 201/67, no devido processo legal e assegurado o mais
amplo direito de defesa e os recursos e provas em direito admitidos, sob pena de
nulidade.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.21

Seção IV - Dos Secretários Municipais

Art. 65 - Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre os brasileiros


maiores de 21 (vinte e um) anos no exercício dos direitos políticos.

Art. 66 - A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições das


Secretarias.

Parágrafo único - Os cargos de secretários serão providos mediante livre


escolha do Prefeito.

Art. 67 - Compete ao Secretário Municipal além das atribuições que esta Lei
Orgânica e as Leis estabelecerem:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
Administração Municipal na área de sua competência;
II - referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito, pertinentes à sua
área de competência;
III - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou
delegadas pelo Prefeito;
IV - expedir instruções para execução das leis, regulamentos e decretos, na
área de sua competência.

Art. 68 - A competência dos Secretários Municipais abrangerá todo o território


do Município, nos assuntos pertinentes às respectivas Secretarias.

Art. 69 - Os Secretários serão sempre nomeados em comissão, farão


declaração pública de bens no ato da posse e no término do exercício do cargo, e
terão os mesmos impedimentos dos Vereadores e do Prefeito, enquanto neles
permanecerem, e serão remunerados por subsídio mensal, fixado por lei, por
exigência constitucional, nos termos do art. 39, § 4º.

Título III - DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL


Capítulo I - DA ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Art. 70 - A Administração Municipal compreende:


I - Administração Direta, como todo o núcleo de unidades administrativas,
criadas por lei e com atribuições específicas; e
II - Administração Indireta: entidades dotadas de personalidade jurídica própria,
tais como as autarquias e as fundações públicas, instituídas e criadas por lei, para
executarem de forma descentralizada determinados serviços e atividades de interesse
público.

Parágrafo único - As entidades compreendidas na administração indireta


serão criadas por lei específica e terão seus estatutos e regimentos aprovados por
decreto governamental e serão dotadas de gerência plena, nos aspectos de
patrimônio, recursos, pessoal e com autonomia técnica, operacional e financeira,
sujeitando-se ao controle de resultados pelo poder público.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.22

Art. 71 - A administração municipal, direta e indireta, obedecerá aos princípios


da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
§ 1º - Todo órgão ou entidade municipal prestará aos interessados, no prazo da
lei e sob pena de responsabilidade funcional, as informações de interesse particular,
coletivo ou geral, respeitada a legislação pertinente.
§ 2º - O atendimento à petição formulada em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder, bem como a obtenção de certidões junto a repartições
públicas para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal,
independerá de pagamento de taxas, não sendo, desta forma, permitido qualquer
forma de cobrança.
§ 3º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos ou entidades municipais deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou funcionários públicos.

Art. 72 - A publicação das leis e atos municipais será feita no Diário Oficial do
Município, e por afixação na sede da Prefeitura ou da Câmara, conforme o caso.
§ 1º - A publicação dos atos não normativos poderá ser resumida.
§ 2º - Os atos de efeitos externos, sejam administrativos ou legislativos, só
produzirão efeito após a sua publicação.

Capítulo II - DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

Art. 73 - A Gestão Democrática dar-se-á, dentre outras formas, através da


participação da população, em canais institucionais de caráter político, administrativo
ou político-administrativo, aqui denominados Conselhos.

Parágrafo único - Os canais de que trata este artigo são órgãos vinculados
tecnicamente ao Executivo, podendo organizar-se segundo critérios temáticos,
geográficos, de equipamentos públicos e outras formas que a lei estabelecer.

Art. 74 - Os Poderes Executivo e Legislativo garantirão as informações e os


espaços públicos para o funcionamento dos canais institucionais de participação
popular, conforme regulamentação legal.

Art. 75 - Os Conselhos compor-se-ão paritariamente.


§ 1º - Fica garantida a representação do Poder Executivo, dos servidores
públicos quando for compatível, das entidades representativas da sociedade civil e
dos movimentos populares.
§ 2º - O mandato dos membros dos Conselhos será de, no máximo, 2 (dois)
anos, sendo permitida uma reeleição consecutiva.
§ 3º - Quando da mudança do líder Executivo fica facultativo a este a
renovação de seus representantes do Conselho.
§ 4º - Os membros do Conselho não farão jus a remuneração.
§ 5º - Os membros dos Conselhos deverão, antes de empossados, apresentar
declaração de bens, da fonte e do imposto de renda, bem como do local e horário de
trabalho.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.23

Art. 76 - Cabe aos Poderes Executivo e Legislativo providenciar o


cadastramento das entidades e Movimentos Populares interessados em participar dos
Conselhos, sem poder vetá-los, a não ser que sejam entidades sem personalidade
jurídica e cujas finalidades não caracterizem satisfatoriamente a licitude do seu objeto.

Parágrafo único - Cada Conselho promoverá anualmente no mínimo uma


plenária aberta à participação de todos os cidadãos, entidades da sociedade civil e
movimentos populares, com o objetivo de analisar o seu trabalho pretérito, proporem
projetos futuros e orientar a sua atuação.

Capítulo III - DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS

Art. 77 - A realização de obras públicas municipais deverá estar adequada às


diretrizes do Plano Diretor, com fiel observância dos princípios e regras da Lei Geral
de Licitações, vinculadas a existência de recursos orçamentários e financeiros,
precedidas de respectivos projetos técnicos.

Art. 78 - Cabe ao Poder Executivo, por intermédio de seus órgãos técnicos e


de fiscalização embargar as obras públicas ou particulares executadas em
desrespeito à legislação municipal de natureza urbanística e das construções, em
especial o Código de Obras e Edificações, usando de poder de embargar e demolir as
que contiverem irregularidades insanáveis, independentemente da intervenção do
Poder Judiciário e no exercício da atribuição do Poder de Polícia Municipal, com as
cautelas procedimentais indispensáveis, para resguardar os interesse públicos.

Art. 79 - Ressalvadas as atividades de planejamento e controle, a


Administração Municipal poderá desobrigar-se da realização material de tarefas
executivas, recorrendo, sempre que conveniente ao interesse público, à execução
indireta, mediante concessão ou permissão de serviço público ou de utilidade pública,
respeitada a legislação aplicável à espécie.
§ 1º - A permissão de serviço público ou de utilidade pública, sempre a título
precário, será outorgada por decreto, após edital de chamamento de interessados
para escolha do melhor pretendente sendo que a concessão só será feita com
autorização legislativa, mediante contrato, precedido de concorrência, consoante os
ditames da Lei federal nº 8.987/95, ou outra que for editada.
§ 2º - O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços permitidos ou
concedidos, desde que executados em desconformidade com o ato ou contrato, bem
como aqueles que se revelarem insuficientes para o atendimento dos usuários,
obedecidos os procedimentos previstos em lei.

Art. 80 - Lei específica disporá sobre:


I - regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos ou de utilidade pública, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação e as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado;
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S.P.

LOM – fls.24

V - as reclamações relativas à prestação de serviços públicos ou de utilidade


pública.

Parágrafo único - As tarifas dos serviços públicos ou de utilidade pública


deverão ser fixadas pelo Executivo, por Decreto, tendo em vista a sua justa
remuneração, atendidas as prescrições gerais contidas na legislação federal;

Art. 81 - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam as
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, a qual somente permitirá as exigências da qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Art. 82 - O Município poderá realizar obras e serviços de interesse comum,


mediante convênio com o Estado, a União ou entidades particulares, ou mediante
consórcio com outros municípios.

Parágrafo único - Os consórcios manterão um Conselho Consultivo, do qual


participarão os municípios integrantes, além de uma autoridade executiva e um
Conselho Fiscal de munícipes não pertencentes ao serviço público.

Capítulo IV - DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 83 - Constituem bens municipais todas as coisas móveis e imóveis, direitos


e ações que a qualquer título pertençam ao Município.

Parágrafo único - Para todos os bens integrantes do patrimônio público


municipal vigora o princípio da indisponibilidade de bens, direitos e interesses,
cabendo às autoridades competentes a guarda, conservação, manutenção deles,
mantendo sempre atualizado o cadastro de bens, que são inalienáveis, impenhoráveis
e imprescritíveis, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei.

Art. 84 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a


competência da Câmara quanto aqueles utilizados em seus serviços.

Parágrafo único - Em cumprimento à legislação federal é obrigatório o


cadastramento de todos os bens municipais, com o valor de aquisição de cada um,
devendo o Executivo, o Legislativo e as Autarquias manterem atualizado o cadastro e
a perfeita identificação e localização de cada um dos itens que compõem o
patrimônio público municipal;

Art. 85 - A alienação de bens municipais subordinada à existência de interesse


público, devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
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S.P.

LOM – fls.25

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e concorrência,


dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, constando da lei e da escritura pública os encargos do donatário, o
prazo de seu cumprimento e a cláusula da retrocessão, sob a pena de nulidade do
ato;
b) permuta, precedida de avaliação técnica e econômica das áreas;
c) o projeto que solicitar autorização legislativa deverá estar, obrigatoriamente,
acompanhado da avaliação do imóvel.
II - quando móveis devidamente incorporados ao patrimônio e autorizado pelo
Legislativo, dependerá de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, que será permitida exclusivamente para fins de interesse social;
b) permuta com as avaliações previstas na alínea b, do inciso I, deste artigo;
c) venda de ações, que será obrigatoriamente efetuada em Bolsa.
§ 1º - O Município, preferentemente à venda ou doação de seus bens imóveis,
outorgará concessão de direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e
concorrência, que poderá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a
concessionária de serviço público ou entidades assistenciais.
§ 2º - A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas urbanas
remanescentes e inaproveitáveis para edificação, resultantes de obra pública,
dependerá apenas de prévia avaliação e autorização legislativa e as áreas resultantes
de modificação de alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, quer sejam
aproveitáveis ou não.

Art. 86 - A aquisição de bens imóveis por compra ou permuta dependerá de


autorização legislativa, com prévia avaliação de viabilidade técnica e financeira,
quanto à destinação dos adquiridos ou permutados a serem incorporados ao
patrimônio público.

Art. 87 - O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante
concessão, permissão ou autorização, conforme o caso e quando houver interesse
público devidamente justificado.

§ 1º - A concessão administrativa dos bens públicos de uso especial e


dominicais dependerá da lei e concorrência e far-se-á mediante contrato, sob pena de
nulidade do ato , sendo que a concorrência poderá ser dispensada, mediante lei,
quando o uso se destinar a concessionária de serviço público, a entidades
assistenciais ou quando houver interesse público relevante, devidamente justificado.
§ 2º - A concessão administrativa dos bens públicos de uso comum somente
será outorgada para finalidades escolares, de assistência social, esportivas ou
turísticas, mediante autorização legislativa.
§ 3º - A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será feita
por Decreto, para atividades de usos específicos e transitórios.
§ 4º - A autorização será sempre a título precário e poderá incidir sobre
qualquer bem público, para atividades ou usos específicos e transitórios, pelo prazo
máximo de 90 (noventa) dias, salvo quando para o fim de formar canteiro de obra
pública, caso em que o prazo corresponderá ao da duração da obra e mediante
Portaria do Chefe do Executivo.
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S.P.

LOM – fls.26

§ 5º - A concessão de uso especial para fins de moradia e a autorização de uso


para fins comerciais poderão incidir sobre qualquer bem público, inclusive sobre áreas
definidas em projetos de loteamento como institucionais, desde que, nesta hipótese,
se trate de ocupação consolidada até dezembro de 2004 e que o interesse público
não recomende a remoção dos ocupantes ou o uso do bem para o atendimento de
uma finalidade pública indispensável, observada a compensação veiculada nos §§ 1º
e 2º do artigo 90.

Art. 88 - É vedada a cessão a particulares, para serviços transitórios, de


máquinas e operadores da Prefeitura.

Art. 89 - Poderá ser permitido a particulares, a título oneroso ou gratuito,


conforme o caso, o uso do subsolo ou do espaço aéreo de logradouros públicos para
construção de passagem destinada à segurança ou conforto dos transeuntes e
usuários ou para outros fins de interesse urbanístico.

Art. 90 - As áreas definidas em projetos de loteamento como áreas verdes ou


institucionais não poderão ter sua destinação, fins e objetivos originais alterados,
exceto quando a alteração da destinação tiver como finalidade a regularização de:
I - loteamentos, cujas áreas verdes ou institucionais estejam total ou
parcialmente ocupadas por núcleos habitacionais de interesse social, destinados à
população de baixa renda e cuja situação esteja consolidada;
II - equipamentos públicos implantados com uso diverso da destinação, fim e
objetivos originariamente previstos quando da aprovação do loteamento.

§ 1º - As exceções contempladas nos incisos I e II do presente artigo serão


admitidas desde que a situação das áreas objeto de regularização esteja consolidada
até dezembro de 2004, e mediante a realização de compensação, que se dará com a
disponibilização de outras áreas livres ou que contenham equipamentos públicos já
implantados nas proximidades das áreas objeto de compensação.

§ 2º - A compensação de que trata o parágrafo anterior poderá ser dispensada,


por ato fundamentado de autoridade competente, desde que nas proximidades já
existam outras áreas com as mesmas finalidades que atendem as necessidades da
população local.

Art. 91 - Admitir-se-á a cessão de uso especial para fins de moradia em áreas


públicas urbanas, atendidos os pressupostos, condições e requisitos estabelecidos na
legislação federal, mediante expedição de termos administrativos de posse, sem que
caracterize qualquer espécie de alienação.

Capítulo V - DOS ATOS MUNICIPAIS E DO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Art. 92 - A formalização dos atos administrativos da competência do Prefeito


far-se-á:
I - mediante decreto, numerado, em ordem cronológica, quando se tratar de:
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LOM – fls.27

a) regulamentação de lei;
b) criação ou extinção de gratificações, quando autorizadas em lei;
c) abertura de créditos especiais e suplementares;
d) declaração de utilidade pública ou de interesse social para efeito de
desapropriação ou servidão administrativa;
e) criação, alteração e extinção de órgãos da Prefeitura, quando autorizada em
lei;
f) definição da competência dos órgãos e das atribuições dos servidores da
Prefeitura, não privativos de lei;
g) aprovação de regulamentos e regimentos dos órgãos da Administração
direta;
h) aprovação dos estatutos dos órgãos da administração descentralizada;
i) fixação e alteração dos preços dos serviços prestados pelo Município e
aprovação dos preços dos serviços concedidos ou autorizados;
j) permissão para exploração de serviços públicos e para uso de bens
municipais;
l) aprovação de planos de trabalho dos órgãos da Administração direta;
m) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos administrados,
não privativos de lei;
n) medidas executórias do plano diretor;
o) estabelecimento de normas de efeitos externos não privativas de lei.
II - mediante portaria, quando se tratar de:
a) provimento e vacância de cargos públicos e demais atos de efeito individual
relativos aos servidores municipais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) criação de comissões e designação de seus membros;
d) instituição e dissolução de grupos de trabalho;
e) abertura de sindicâncias e processos administrativos e aplicação de
penalidades.

Art. 93 - Os atos administrativos de qualquer espécie e os procedimentos a


cargo da Administração Municipal ficam sujeitos aos requisitos e pressupostos de
legitimidade dos que são emanados pelo Poder Público, para sua perfeição, validade
e eficácia, obedecidos os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, na forma preconizada pela Constituição Federal.

Art. 94 - Nos termos da Constituição Federal ficam assegurados e garantidos


oficialmente nesta LOM:
I - o direito ao contraditório, de ampla defesa e o devido processo legal, com os
recursos inerentes aos procedimentos e nos prazos legais a todos cidadãos e agentes
públicos sujeitos aos processos disciplinares e outros correlatos, sob pena de
nulidades processuais, em havendo inobservância dos preceitos constitucionais;
II - o direito de petição, de representação e de receber informações dos
poderes públicos municipais, nos casos e condições fixados na Constituição Federal e
normas administrativas pertinentes, obedecidos os prazos e a sua formalização;
III - a ampla publicidade dos atos procedimentais e das suas etapas para fins
recursais.
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S.P.

LOM – fls.28

Capítulo VI - DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Art. 95 - O Município estabelecerá em lei o regime jurídico de seus servidores,


atendendo às disposições, aos princípios e aos direitos que lhes são aplicáveis pela
Constituição Federal, dentre os quais, os concernentes a:
I - salário capaz de atender às necessidades vitais básicas do servidor e as de
sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos de modo a preservar-lhe o
poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim;
II - irredutibilidade do salário ou vencimento, observado o disposto no artigo
105;
III - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebam
remuneração variável;
IV - décimo terceiro salário, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de
serviço prestado, com base na remuneração integral ou nos proventos da
aposentadoria;
V - remuneração do trabalho noturno superior, em 20% (vinte por cento), ao do
diurno;
VI - salário-família aos dependentes;
VII - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 40
(quarenta) semanais, facultada a compensação de horário e a redução de jornada, na
forma da lei;
VIII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
IX - remuneração do serviço extraordinário, superior, no mínimo, em 50%
(cinquenta por cento) à do normal;
X - gozo de férias anuais de 30 (trinta) dias, consecutivos ou não, remuneradas
com 1/3 (um terço) a mais do que a remuneração normal;
XI - licença remunerada à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
duração de 180 (cento e oitenta) dias, nos termos fixados em lei;
XII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
XIV - proibição de diferença de salário, de exercício de funções e de critério de
admissão, por motivo de sexo, idade, cor, ideologia ou estado civil;
XV - assistência gratuita aos filhos dependentes desde o nascimento até seis
anos de idade em creches e pré-escolas;
XVI - aposentadorias;
XVII - licença- paternidade, nos termos fixados em lei federal;
XVIII - proteção ao mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei federal;
XIX - adicional por tempo de serviço.

Art. 96 - É garantido o direito à livre associação sindical, e o direito de greve


será exercido nos termos e limites definidos em lei complementar da Constituição
Federal.
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S.P.

LOM – fls.29

Art. 97 - A investidura em cargo ou emprego público depende sempre de


aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, sendo que o prazo de validade do concurso será de até dois anos,
prorrogável por uma vez, por igual período.

Parágrafo único - Será obrigatória a publicação de gabaritos após a


realização das provas referentes aos concursos públicos, e antes da divulgação dos
resultados de classificação.

Art. 98 - Será convocado para assumir cargo ou emprego aquele que for
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos, com prioridade,
durante o prazo previsto no edital de convocação, sobre novos concursados, na
carreira.

Art. 99 - O regime jurídico único para todos os servidores da Administração


Pública Direta, Indireta ou Fundacional, será estabelecido através de lei, em estatuto
próprio que disporá sobre direitos, deveres, regime disciplinar, bem como os planos
de carreira.

Parágrafo único - É obrigatória a fixação de quadro de lotação numérica de


cargos, empregos e funções, sem o que não será permitida a nomeação ou
contratação de servidores.

Art. 100 - São estáveis, após 3 (três) anos de efetivo exercício, os servidores
nomeados em virtude de concurso para cargos públicos, salvo aqueles vinculados a
convênios.
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença
judicial transitada em julgado, ou mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa.
§ 2º - Invalidada, por sentença judicial, a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.
§ 3º - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, devendo sempre ser
motivadas, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada até seu adequado
aproveitamento em outro cargo compatível, semelhante ou assemelhado, com igual
padrão remuneratório.
§ 4º - O Poder Executivo fica obrigado a depositar em Juízo o valor referente
aos vencimentos e eventuais vantagens pessoais do servidor que for afastado ou
exonerado, para responder processo administrativo ou judicial.
§ 5º - Findo o processo o valor será imediatamente liberado ao servidor, se
vencedor na demanda, ou à Municipalidade no caso de condenação do servidor.

Art. 101 - Os cargos em comissão e funções de confiança na Administração


Pública, serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargos de
carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.
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S.P.

LOM – fls.30

Art. 102 - Lei específica reservará percentual dos empregos públicos para as
pessoas portadoras de necessidades especiais e definirá os critérios de sua
admissão.

Art. 103 - O servidor será aposentado nos termos da Constituição Federal e


obedecidas as regras vigentes na época da concessão do benefício:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente
de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de serviço;
III - voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) anos, se
mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício, se professor, e 25 (vinte e cinco), se
professora, com proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviços, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) anos, se
mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 (sessenta), se
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 2º - O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será
computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade.
§ 3º - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na
mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, e
estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria,
na forma da lei.
§ 4º - O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos
vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei,
observado o disposto no parágrafo 3º.

Art. 104 - A revisão geral da remuneração dos servidores públicos da


Administração Pública Municipal direta far-se-á sempre na mesma data.

Parágrafo único - Os servidores públicos da Administração Pública Municipal


indireta e fundacional, desde que possuam autonomia de recursos financeiros,
poderão ter data diferenciada para revisão geral da remuneração.

Art. 105 - A lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a
menor remuneração dos servidores públicos da administração direta ou indireta,
observado, como limite máximo, os valores percebidos como remuneração, em
espécie, pelo Prefeito.

Art. 106 - Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.31

Art. 107 - A lei assegurará aos servidores da administração direta isonomia de


vencimentos entre cargos e atribuições iguais ou assemelhados do mesmo poder ou
entre servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de
caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

Art. 108 - É vedada a vinculação ou equiparação de vencimento, para efeito de


remuneração de pessoal de serviço público municipal, ressalvado o disposto no artigo
anterior.

Art. 109 - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,


quando houver compatibilidade de horários:
I - a de dois cargos de professor;
II - a de um cargo de professor com um outro técnico ou científico;
III - a de dois cargos privativos de médico.

Parágrafo único - A proibição de acumular estende-se a empregos e funções


e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
mantidas pelo Poder Público.

Art. 110 - Os cargos públicos serão criados por lei, que fixará sua
denominação, padrão de vencimentos, condições de provimento, número de cargos,
carga horária e indicará os recursos pelos quais serão pagos seus ocupantes.

Parágrafo único - A criação e extinção dos cargos da Câmara, bem como a


fixação e alteração de seus vencimentos, dependerão de projeto de lei de iniciativa da
Mesa Diretora.

Art. 111 - O servidor municipal será responsabilizado civil, criminal e


administrativamente pelos atos que praticar no exercício de cargo ou função ou a
pretexto de exercê-los.

Parágrafo único - Nenhum servidor poderá ser sócio proprietário, diretor, ou


integrar conselho de empresa fornecedora, ou que realize qualquer modalidade de
contrato com o Município, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 112 - O Servidor Municipal poderá exercer mandato eletivo, obedecidas as


disposições legais vigentes, em especial as regras contidas no art. 38 da Constituição
Federal.

Art. 113 - O Município estabelecerá, por lei, o regime previdenciário de seus


servidores.

Título IV - DA TRIBUTAÇÃO E DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


Capítulo I - DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

Art. 114 - O sistema tributário municipal deverá obedecer sempre os princípios


e as normas estabelecidas na Constituição Federal e na Estadual, no que couber e for
pertinente e o estabelecido neste Capítulo, sendo vedado expressamente ao
Município:
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.32

I - exigir ou aumentar tributo, sem previa autorização legal;


II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional
ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que
os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou.
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos demais Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos de lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
§ 1º - A vedação do inciso V, alínea "a" se estende às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no tocante ao patrimônio, à
renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
§ 2º - As vedações do inciso V, alínea "a" e do parágrafo anterior não se
aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas normas reguladoras de empreendimentos
privados ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonerem o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente a bem imóvel, objeto de promessa de compra e venda.
§ 3º - As proibições expressas no inciso V, alíneas "b" e "c", compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades
essenciais nelas mencionadas.
§ 4º - Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou
previdenciária só poderá ser concedida mediante lei específica, observadas as regras
e as premissas técnicas estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, no que
tange à renúncia de receita.

Capítulo II - DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS

Art. 115 - Compete ao Município instituir os seguintes tributos:


I - sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU);
II - sobre a Transmissão "Inter-vivos", a qualquer título, por ato oneroso (ITBI):
a) de bens imóveis, por natureza ou acessão física;
b) de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia;
c) cessão de direitos relativos às transmissões de que tratam as alíneas "a" e
"b".
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.33

III - sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN), definidos em lei


complementar e não compreendidos na competência estadual.
§ 1º - Visando assegurar o cumprimento da função social da propriedade, o
imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, na forma a ser estabelecida em
lei.
§ 2º - O imposto de que trata o inciso II:
a) incide sobre os imóveis situados no território do Município ou sobre os quais
versem os direitos transmitidos ou cedidos;
b) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de
bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil.

Art. 116 - Compete ao Município, ainda, instituir:


I - taxas, arrecadadas em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos à sua disposição;
II - contribuição de melhoria, decorrente de obra pública que só poderá ser
cobrada 90 (noventa) dias após a sua instituição, por intermédio de lei municipal
específica;
III - contribuição, a ser cobrada de servidores municipais, para o custeio, em
benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.

Parágrafo único - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos nem serão instituídas em razão:
a) do exercício do direito de petição em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder; e
b) de certidões fornecidas pelas repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal, incluídas, entre aquelas, as
certidões negativas de tributos.

Art. 117 - O Município dispensará às microempresas, às empresas de pequeno


porte, aos micro e pequenos produtores rurais, assim definidos em lei, tratamento
jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, por
meio de lei.

Capítulo III - DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO EM RECEITAS TRIBUTÁRIAS DA


UNIÃO E DOS ESTADOS

Art. 118 - Pertencem ao Município:


I - O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por
ele próprio, suas autarquias e fundações que mantenha ou haja instituído;
II - 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis situados no seu
território;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.34

III - 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do imposto do


Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados no seu território;
IV - relativamente às operações que tiverem origem em seu território, 70%
(setenta por cento) do montante arrecadado, pela União, a título do imposto sobre
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários,
quando incidente sobre o ouro.

Art. 119 - O Município participa, ainda:


I - do montante, pertencente aos municípios, de 25% (vinte e cinco por cento)
do produto da arrecadação no Estado de São Paulo, do imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, aferidas e creditadas, as parcelas
que lhe cabem;
a) 3/4 (três quartos), no mínimo, na proporção do valor adicionado, consoante
definidos em lei complementar, nas operações relativas à circulação de mercadorias e
nas prestações de serviços, realizadas em seu território;
b) até 1/4 (um quarto), na forma do disposto na legislação estadual.
II - observados os critérios das alíneas "a" e "b", do inciso anterior, da parcela
de 25% (vinte e cinco por cento) do total dos recursos recebidos, pelo Estado de São
Paulo, da União, a título de participação na arrecadação do imposto sobre produtos
industrializados.

Art. 120 - Do produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos


de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 22,5% (vinte e dois inteiros e
cinco décimos por cento) pertencem ao Fundo de Participação dos Municípios.

Art. 121 - O Município divulgará, até o último dia do mês subsequente ao da


arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados e dos recursos
recebidos e transferidos.

Art. 122 - Administração tributária é atividade vinculada e essencial do


Município e devidamente equipada com recursos humanos e operacionais
necessárias ao desempenho de suas funções básicas, entre outras:
I - pessoal concursado e qualificado nos quadros de fiscalização e execução da
dívida pública;
II - cadastramento sempre atualizado dos contribuintes e das atividades
econômicas para fins de lançamento dos tributos de competência municipal;
III - permanente fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias; e
IV - inscrição dos inadimplentes na dívida ativa e respectiva cobrança dos
débitos judiciais, acionando as vias judiciais, após cobrança administrativa.

Art. 123 - As isenções, anistias e remissões de dívida relativas a tributos


municipais, atendidas as determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal, só poderão
ser concedidas por lei de caráter genérico e devidamente fundadas em interesse
público relevante, sob pena de nulidade do ato de renúncia de receita.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.35

Parágrafo único – O Poder Executivo, com anuência do Poder Legislativo,


poderá reavaliar as isenções, anistias e remissões de dívidas derivadas dos tributos
municipais, no primeiro ano do novo mandato eletivo dos seus governantes, podendo
revogá-las se contrárias ao interesse da coletividade, que deverá sempre ser
informada sobre as receitas municipais, com avaliações periódicas sobre o seu
comportamento fiscal.

Capítulo IV - DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA,


OPERACIONAL E PATRIMONIAL

Art. 124 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial do Município, das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de
receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada poder.

Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública


que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais o Município responda, ou que em nome deste assuma
obrigações de natureza pecuniária.

Art. 125 - Os balancetes financeiro, patrimonial, variações patrimoniais e


orçamentário do mês anterior serão encaminhados à Câmara e publicados
mensalmente até o dia 20 (vinte), mediante edital afixado no edifício da Prefeitura e
da Câmara, conforme o caso.

Art. 126 - O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, compreendendo:
I – compete à Câmara Municipal a apreciação e julgamento das contas do
exercício financeiro apresentadas pelo Prefeito e pela Mesa Diretora, na forma
prevista no Regimento Interno;
II – acompanhamento das atividades financeiras e orçamentárias do Município;
III - julgamento da regularidade das contas dos administradores e demais
responsáveis por bens e valores públicos.
§ 1º - Ao Tribunal de Contas compete:
1. dar parecer prévio sobre as contas anuais do Prefeito e da Mesa Diretora da
Câmara Municipal;
2. exercer a auditoria financeira e orçamentária sobre a aplicação de recursos
dos vários órgãos da Administração Municipal, mediante acompanhamento, inspeções
e diligências;
3. examinar a aplicação de auxílios concedidos pelo Município a entidades
particulares de caráter assistencial ou que exerçam atividades de relevante interesse
público.
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, o Prefeito remeterá ao Tribunal de Contas
competente, até 31 de março do exercício seguinte, as suas contas e as da Câmara
apresentadas pela Mesa Diretora, devendo estas ser-lhe entregue até o dia 1º de
março.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.36

§ 3º - As contas do Município ficarão, durante 60 (sessenta) dias, anualmente,


à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da Lei.
§ 4º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidade perante o
Tribunal de Contas do Estado.

Art. 127 - O movimento de caixa será diário e publicado até 5 (cinco) dias
úteis, por edital afixado no edifício da Prefeitura e da Câmara;

Art. 128 - O Município deverá implantar e manter atuante um sistema de


controle interno quanto às contas e os gastos municipais na execução dos seus
orçamentos, devidamente aparelhado com recursos humanos e tecnologia de
processamento e informação, mantendo as contas públicas à disposição de toda a
população, pelos meios eletrônicos de comunicação, com total visibilidade e
transparência, nos termos da Constituição Federal e da Lei de Responsabilidade
Fiscal.

Capítulo V - DOS ORÇAMENTOS E DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Art. 129 - Leis de iniciativa do Poder Executivo, devidamente compatibilizadas


e afinadas às regras e diretrizes consagradas na Lei de Responsabilidade Fiscal,
estabelecerão:
I - O Plano Plurianual (PPA);
II - As diretrizes orçamentárias (LDO); e
III - Os orçamentos anuais (LOA).
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma setorizada, as
diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Municipal para as despesas de
capital e as destas decorrentes, bem como para aquelas concernentes aos programas
de duração continuada.
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
Administração, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as
alterações da legislação tributária local, devendo ser aprovada pela Câmara Municipal
até o final do primeiro semestre de cada ano.

Art. 130 - O Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os orçamentos


anuais deverão incorporar as prioridades e ações estratégicas do Programa de Metas.

Art. 131 - As diretrizes do Programa de Metas serão incorporadas ao projeto de


lei de diretrizes orçamentárias dentro do prazo legal definido para a sua apresentação
à Câmara Municipal.

Art. 132 - Mensalmente e na mesma data do seu encaminhamento ao Banco


Central, os "Quadros da Dívida Fundada, Externa e Interna", serão enviados, também
à Câmara Municipal.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.37

Art. 133 - A lei orçamentária anual compreenderá:


I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Município, seus fundos, órgãos
e entidades da Administração Direta e Indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimentos das empresas em que o Município, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculadas, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 1º - O projeto de lei orçamentária será instruído com demonstrativo
identificativo, por setor, dos efeitos sobre as receitas e despesas, decorrentes de
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária
e creditícia, elaborado em consonância com as premissas técnicas e regras da LRF –
Lei de Responsabilidade Fiscal, em especial no que se refere à estimativa de receita
com base nas efetivamente realizadas nos dois últimos exercícios financeiros.
§ 2º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para
abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 3º - Cabe à lei complementar, com observância da legislação federal, dispor
sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.
§ 4º - O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) dias após o encerramento de
cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária, bem como apresentará
trimestralmente ao Poder Legislativo a caracterização sobre o Município, suas
finanças públicas, devendo constar do demonstrativo:
I - as receitas e despesas da administração direta e indireta;
II - os valores ocorridos deste o início do exercício até o último mês do
trimestre objeto da análise financeira;
III - a comparação mensal entre os valores do inciso II acima com seus
correspondentes previstos no orçamento já atualizado por suas alterações;
IV - as previsões atualizadas de seus valores até o final do exercício financeiro.
§ 5º - Os projetos de leis orçamentárias deverão necessariamente contemplar
os planos e programas municipais de execução plurianual previstos no PPA e LDO a
fim de serem apreciados pela Câmara Municipal, com as vedações constitucionais
previstas no art. 167, da Constituição Federal, no que couber.
§ 6º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender
despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública.

Art. 134 - As emendas ao projeto de lei de orçamento anual ou de créditos


adicionais somente poderão ser aprovadas quando:
I - compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesas, excluídos os que incidam sobre:
a) dotação para pessoal e seus encargos;
b) serviços da dívida.
III - Sejam relacionados:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.38

§ 1º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias somente


poderão ser aprovadas quando compatíveis com o plano plurianual.
§ 2º - O Poder Executivo poderá enviar mensagem à Câmara para propor
modificação nos projetos relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao
orçamento anual e aos créditos adicionais, enquanto não iniciada a votação da parte
cuja alteração é proposta.
§ 3º - Aplicam-se aos projetos mencionados no parágrafo segundo, no que não
contrariar o disposto neste Capítulo, as demais normas relativas ao processo
legislativo.
§ 4º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição de projeto
de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
prévia e específica autorização legislativa.

Art. 135 - São vedados:


I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que
excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de crédito que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais, com finalidade precisa, aprovados pela Câmara por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundo ou despesa,
ressalvada a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino,
como estabelecido na Constituição Federal e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscal e da seguridade social, para suprir necessidades ou cobrir déficit de
empresas, fundações e fundos;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa.
§ 1º - Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro,
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado
nos últimos quatro meses do exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender
as despesas imprevisíveis e urgentes, mediante decreto específico.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.39

Art. 136 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendendo os créditos suplementares e especiais, destinados ao Poder
Legislativo, ser-lhe-ão entregues até o dia 20 (vinte) de cada mês, em duodécimos,
observados os limites estabelecidos no art. 29-A da Constituição Federal.

Art. 137 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá
exceder aos limites estabelecidos em lei complementar.

Art. 138 - É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por qualquer forma,


compromissos financeiros para execução de programas ou projetos após o término de
seu mandato, não previstos na legislação orçamentária.
§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica nos casos de calamidade pública.
§ 2º - Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empenhos e atos
praticados em desacordo com este artigo, sem prejuízo da responsabilidade do
Prefeito Municipal.

Seção Única - Da Votação do Orçamento e das Leis de Despesas

Art. 139 - É de competência do Poder Executivo a iniciativa das leis


orçamentárias e das que abram créditos, fixem vencimentos e vantagens dos
servidores públicos, concedam subvenção ou auxílio, ou de qualquer modo,
autorizem, criem ou aumentem as despesas públicas.

Art. 140 - O projeto de lei orçamentária anual para o exercício financeiro


seguinte será enviado pelo Prefeito à Câmara Municipal até o dia 30 de setembro do
ano que o precede.
§ 1º - Se não receber o projeto no prazo fixado neste artigo, a Câmara
considerará como proposta a lei de orçamento vigente.
§ 2º - O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para propor modificação
do projeto de lei orçamentária, enquanto não estiver concluída a votação da parte cuja
alteração é proposta.
§ 3º - Se até o dia quinze de dezembro a Câmara não devolver para sanção o
projeto de lei orçamentária, serão aplicadas as disposições contidas na Lei
Orçamentária anterior, com as alterações constantes da Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO, aprovada para o exercício;
§ 4º - Aplicam-se ao projeto de lei orçamentária, no que não contrariam o
disposto nesta seção, as demais normas relativas à elaboração legislativa municipal.

Art. 141 - As entidades autárquicas do Município terão seus orçamentos


aprovados por decreto executivo, salvo se disposição legal determinar a aprovação
através de lei.
§ 1º - Os orçamentos das entidades referidas neste artigo vincular-se-ão ao
orçamento do Município, pela inclusão:
a) como receita, salvo disposição legal em contrário, do saldo positivo previsto
entre os totais das receitas e despesas;
b) como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária, salvo
disposição legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e
das despesas.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.40

§ 2º - Os investimentos ou inversões financeiras do Município, realizadas por


intermédio das entidades aludidas neste artigo, serão classificados como receita de
capital destas e despesas de transferência de capital daquele.
§ 3º - As previsões para depreciação serão computadas para efeito de
apuração do saldo líquido das mencionadas entidades.

Art. 142 - Os orçamentos das autarquias serão publicados como complemento


do orçamento do Município.

Art. 143 - O Tribunal de Contas do Estado é competente para decidir das


arguições de inexistência ou dualidade de orçamentos municipais, bem como para
declarar a ineficácia de dispositivos, rubricas ou dotações que, em lei orçamentária do
Município, contrariem princípios da Constituição Federal e Estadual.

Título V - DO DESENVOLVIMENTO URBANO E DO MEIO AMBIENTE


Capítulo I - DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL

Art. 144 - O desenvolvimento urbano do Município deverá ser direcionado


através de rigoroso planejamento, com aplicação permanente, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, observados os princípios técnicos convenientes a cada setor,
seguindo os padrões e as recomendações contidas no Estatuto da Cidade e na Lei
Federal do Saneamento Básico, voltadas para o crescimento ordenado e sustentável.
§ 1º - Considera-se processo de planejamento a definição de objetivos
determinados em função da realidade local, a preparação dos meios para atingi-los, o
controle de sua aplicação e a avaliação dos resultados obtidos.
§ 2º - Para o planejamento é imprescindível a participação popular nas diversas
esferas de discussão e deliberação.

Art. 145 - Será criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e


Habitação, que será consultivo, deliberativo e normativo, composto por representantes
do Poder Executivo, do Poder Legislativo e das Entidades da Sociedade Civil.

Parágrafo único - A composição, bem como as normas para seu


funcionamento, serão estabelecidas e regulamentadas por lei.

Capítulo II - DO PLANO DIRETOR


Seção Única - Do Plano de Desenvolvimento do Município

Art. 146 - O Município elaborará o seu Plano Diretor nos limites de


competência municipal, tendo como diretrizes a função social da cidade e da
propriedade, abrangendo habitação, trabalho, circulação e recreação, e considerando
em conjunto os aspectos físico, econômico, social e administrativo, nos seguintes
termos:
I - no tocante ao aspecto físico-territorial, o plano deverá conter disposições
sobre o sistema viário, o zoneamento urbano, a edificação e os serviços públicos
locais;
II - no que se refere ao aspecto econômico, o plano deverá inscrever
disposição sobre o desenvolvimento econômico e a integração da economia municipal
à regional;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.41

III - no referente ao aspecto social, deverá o plano conter normas de promoção


social da comunidade e criação de condições de bem-estar da população;
IV - no que respeita ao aspecto administrativo, deverá o plano consignar
normas de organização institucional que possibilitem a permanente planificação das
atividades públicas municipais e a sua integração nos planos estadual e nacional.
§ 1º - As normas municipais de edificação, zoneamento, loteamento ou para
fins urbanos, atenderão às peculiaridades locais e a legislação federal e estadual
pertinente.
§ 2º - O Plano Diretor inclui o Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e
Orçamento Anual.

Art. 147 - A elaboração do Plano Diretor deverá compreender as seguintes


fases, com extensão e profundidade respeitadas as peculiaridades do Município:
I - estudo preliminar, abrangendo:
a) avaliação das condições de desenvolvimento;
b) avaliação das condições da administração;
II - diagnóstico:
a) do desenvolvimento econômico e social;
b) da organização territorial;
c) das atividades-fim da Prefeitura;
d) da organização administrativa e das atividades-meio da Prefeitura;
e) levantamento das áreas de risco geológico ou ambiental;
III - definição de diretrizes, compreendendo:
a) política de desenvolvimento;
b) desenvolvimento econômico e social;
c) organização territorial;
IV - instrumentação, incluindo:
a) instrumento legal do plano;
b) programas relativos às atividades-fim;
c) programa relativos às atividades-meio;
d) programas dependentes da cooperação de outras entidades públicas.

Art. 148 - O Plano Diretor é o instrumento básico para o planejamento e


implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes
públicos e privados no território.

Capítulo III - DA POLÍTICA URBANA

Art. 149 - A política urbana a ser formulada e executada pelo Poder Público,
terá como objetivo o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a
garantia do bem-estar de sua população.

Art. 150 - A execução da política urbana está condicionada às funções sociais


da cidade, compreendidas como direito de acesso de todo o cidadão à moradia,
transporte público, saneamento, energia elétrica, gás, abastecimento, iluminação
pública, comunicação, educação, saúde, lazer e segurança, assim como a
preservação do patrimônio ambiental e cultural.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.42

§ 1º - O exercício do direito de propriedade atenderá a sua função social.


§ 2º - Para fins previstos neste artigo, o Poder Público Municipal exigirá do
proprietário, a adoção de medidas que visem direcionar a propriedade para o uso
produtivo, de forma a assegurar:
a) acesso à propriedade e à moradia a todos;
b) justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização;
c) prevenção e correção das distorções da valorização da propriedade;
d) regularização fundiária e urbanização específica para as áreas ocupadas por
população de baixa renda;
e) adequação do direito de construir às normas urbanísticas;
f) meio ambiente ecologicamente equilibrado, como um bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida, preservando e restaurando os processos
ecológicos essenciais, e provendo o manejo ecológico das espécies e ecossistemas,
controlando a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, à qualidade de vida e o meio ambiente.

Art. 151 - Para assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade, o


Poder Público usará, principalmente, os seguintes instrumentos:
I - regularização dos loteamentos clandestinos abandonados ou não titulados;
II - imposto progressivo no tempo sobre o imóvel;
III - desapropriação por interesse social ou utilidade pública;
IV - discriminação de terras públicas, destinadas prioritariamente ao
assentamento de famílias de baixa renda, com residência mínima comprovada de 3
(três) anos;
V - inventários, registros, vigilância e tombamento de imóveis;
VI - contribuição de melhoria.

Art. 152 - O direito de propriedade territorial urbana não pressupõe o direito de


construir, cujo exercício deverá ser autorizado pelo Poder Público, segundo critérios
estabelecidos em lei municipal.

Art. 153 - As terras públicas não utilizadas, ou subutilizadas serão


prioritariamente destinadas a assentamentos para a população de baixa renda,
asseguradas as funções sociais da cidade, adotando-se os procedimentos legais
disponíveis, entre os quais a cessão de uso especial para fins de moradia, em
processos administrativos de regularização fundiária, na forma prevista nesta Lei.

Art. 154 - O estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao


desenvolvimento urbano, poderá assegurar:
I - a urbanização, a regularização fundiária e a titulação das áreas onde
estejam situadas a população favelada e a de baixa renda;
II - a preservação, a proteção e a recuperação do meio ambiente natural e
cultural;
III - a criação de áreas de especial interesse urbanístico, social, ambiental,
turístico, e de utilização pública;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.43

IV - a participação das entidades comunitárias no estudo, encaminhamento e


solução dos problemas, planos, programas e projetos, através de Conselho Municipal
de Planejamento Urbano;
V - às pessoas portadoras de deficiência, o livre acesso a edifícios públicos e
particulares de frequência ao público e ao transporte coletivo;
VI - preservação da áreas de exploração agrícola e pecuarista e o estímulo a
estas atividades primárias.

Art. 155 - Incumbe à Administração Municipal:


I - promover e executar programas de construção e moradias populares e
garantir, em nível compatível com a dignidade da pessoa humana, condições
habitacionais, saneamento básico e acesso ao transporte;
II - apoiar a criação de cooperativas e outras formas de organização que
tenham por objetivo a realização de programas comunitários;
III - assegurar o amplo acesso da população às informações sobre cadastro
atualizado das terras públicas e planos de desenvolvimento urbano e regionais,
agrícola, localizações industriais, projetos de infra-estrutura e informações referentes
à gestão dos serviços públicos.

Art. 156 - A Lei Municipal, de cujo processo de elaboração as entidades da


comunidade participarão, disporá sobre zoneamento, parcelamento do solo, seu uso e
sua ocupação, as construções e edificações, a proteção do meio ambiente, o
licenciamento, a fiscalização e os parâmetros básicos, objetos do Plano Diretor.

Art. 157 - O Município fiscalizará permanentemente, instituindo penalidades


rígidas aos que promoverem loteamentos clandestinos, inclusive denunciando ao
Ministério Público, quando for o caso, visando impedir a proliferação de áreas sem
observância das normas urbanísticas pertinentes.

Art. 158 - Comprovada a omissão do Poder Executivo, qualquer pessoa


poderá denunciar à Câmara Municipal, a qual tomará as medidas cabíveis, contra o
infrator responsável.

Art. 159 - O Município manterá a Procuradoria Pública Municipal, com a


competência de atender aos interessados em regularizações de áreas e problemas
afins, a ser criada na forma da lei.

Art. 160 - O Município promoverá estudos técnicos, com a participação dos


interessados e suas organizações, com as seguintes finalidades:
a) estabelecer se a área é de risco geológico ou ambiental e, no caso de
comprovação, a mesma deverá ter outra destinação que não seja moradia, sendo
que, nessa hipótese, assegurar-se-ão às famílias do mencionado local, a
possibilidade de ocupação de outra área destinada à sua moradia;
b) estabelecer critérios de urbanização, ou de reurbanização se for o caso;
c) estabelecer as famílias a serem atendidas, com prioridade àquelas
residentes há mais tempo no núcleo e com menores condições socioeconômicas;
quanto às famílias que, por ventura, tenham que ser transferidas, que sejam
atendidas pelo Município em outras áreas destinadas a habitação.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.44

Art. 161 - Cumpre ao Poder Executivo zelar pelo Patrimônio Público,


urbanizando as áreas verdes abandonadas, dando-lhes a devida destinação, com a
máxima urgência, com o objetivo de evitar invasões irregulares, por sub-habitações.

Capítulo IV - DO MEIO AMBIENTE

Art. 162 - Todos têm direito ao meio ambiente saudável e ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à adequada qualidade de vida,
impondo-se a todos, e em especial ao Poder Público Municipal, respeitadas as
competências da União e do Estado, o dever de defendê-lo e preservá-lo, para o
benefício das gerações atuais e futuras.

Parágrafo único - O direito ao meio ambiente saudável estende-se ao


ambiente de trabalho, ficando o Município, em cooperação com a União e o Estado,
obrigado a garantir e proteger o trabalhador contra toda e qualquer condição nociva à
saúde física e mental.

Art. 163 - É dever do Poder Público elaborar e implantar, através de lei, um


Plano Municipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais, que contemple a
necessidade do conhecimento das características e recursos dos meios físicos e
biológicos, de diagnóstico de sua utilização e definição de diretrizes, para o seu
melhor aproveitamento no processo de desenvolvimento econômico-social.

Art. 164 - Cabe ao Poder Público, através de seus órgãos de administração


direta, indireta e fundacional:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das espécies e
dos ecossistemas;
II - preservar e restaurar a diversidade e a integridade do patrimônio genético,
biológico e paisagístico, no âmbito municipal e fiscalizar as entidades à pesquisa e
manipulação genética;
III - definir e implantar áreas e seus componentes representativos de todos os
ecossistemas originais do espaço territorial do Município, a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e suspensão, inclusive as já existentes, permitida
somente por meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção, ficando mantidas as unidades de
conservação atualmente existentes;
IV - exigir, na forma da lei, emanada de entidade federada competente, para a
instalação de obra ou de atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade, garantidas audiências públicas na forma da lei;
V - garantir a educação ambiental em todas as modalidades de ensino
municipal, e conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VI - proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que coloquem em risco
suas funções ecológicas, provoquem extinção de espécie, ou submetam os animais à
crueldade, fiscalizando a extração, captura, produção, transporte, comercialização e
consumo de seus espécimes e subprodutos;
VII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seu território;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.45

VIII - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas


formas;
IX - definir o uso e ocupação do solo, subsolo e águas, através de
planejamento que englobe diagnóstico, análise técnica e definição de diretrizes de
gestão dos espaços, com participação popular, respeitando a conservação da
qualidade ambiental;
X - estimular e promover o reflorescimento ecológico em áreas degradadas,
objetivando a proteção de encostas e dos recursos hídricos, bem como a consecução
de índices de cobertura vegetal;
XI - controlar e fiscalizar, supletivamente à competência federal e estadual, o
processo produtivo, a estocagem de substâncias, o transporte, a comercialização de
técnicas, métodos e as instalações que comportem risco efetivo ou potencial à
saudável qualidade de vida e ao meio ambiente e do trabalho, incluindo materiais
geneticamente alterados pela ação humana e resíduos químicos;
XII - requisitar dos órgãos competentes a realização periódica de auditorias nos
sistemas de controle de poluição e prevenção de riscos de acidentes das instalações
e atividades de significativo potencial poluidor, incluindo a avaliação detalhada dos
efeitos de sua operação sobre a qualidade física, química e biológica dos recursos
ambientais, bem como, sobre a saúde dos trabalhadores e da população;
XIII - estabelecer, controlar e fiscalizar supletivamente à competência federal e
estadual, padrões de qualidade ambiental, considerando os efeitos sinérgicos e
cumulativos da exposição às fontes de poluição, incluída a absorção de substâncias
químicas através da alimentação;
XIV - garantir o amplo acesso dos interessados às informações sobre as fontes
e causas da poluição e da degradação ambiental e, em particular, aos resultados das
monitoragens e das auditorias a que se refere o inciso XII, deste artigo;
XV - informar, sistemática e amplamente, à população sobre os níveis de
poluição, qualidade do meio ambiente, situações de risco de acidentes e a presença
de substâncias potencialmente danosas à saúde, na água potável e nos alimentos;
XVI - promover medidas judiciais e administrativas de responsabilização dos
causadores de poluição ou degradação ambiental;
XVII - incentivar a integração das universidades, instituições de pesquisa e
associações civis, nos esforços para garantir e aprimorar o controle da poluição,
inclusive no ambiente de trabalho;
XVIII - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de fontes de
energia alternativa, não poluentes, bem como de tecnologias poupadoras de energias;
XIX - proibir a concessão de recursos públicos, ou incentivos fiscais, às
atividades que desrespeitem as normas e padrões de proteção ao meio ambiente
natural de trabalho;
XX - recuperar a vegetação em áreas urbanas, segundo critérios definidos em
lei;
XXI - discriminar na omissão legislativa federal e estadual, por lei:
a) as áreas e as atividades de significativa potencialidade de degradação
ambiental;
b) os critérios para o estudo e relatórios de impacto ambiental;
c) o licenciamento de obras causadoras de impacto ambiental, obedecendo
sucessivamente, os seguintes estágios: licença prévia, de instalação, e
funcionamento;
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S.P.

LOM – fls.46

d) as penalidades para empreendimentos já iniciados ou concluídos sem


licenciamento, e a recuperação da área de degradação, segundo os critérios e
métodos definidos pelos órgãos competentes;
e) os critérios que nortearão a exigência de recuperação ou reabilitação das
áreas sujeitas a atividades de mineração.
XXII - exigir o inventário das condições ambientais das áreas sob ameaça de
degradação, ou já degradadas.

Parágrafo único - Em cumprimento ao disposto no art. 152, III da Constituição


do Estado, a proteção do meio ambiente em escala municipal sempre deverá ser
considerada como um dos objetivos da organização racional do território do
Município, dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente, mediante o controle
da implantação dos empreendimentos públicos e privados na região.

Art. 165 - Aquele que explorar recursos naturais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.

Art. 166 - É obrigatória a recuperação da vegetação nativa nas áreas


protegidas por lei, e todo proprietário que não respeitar as restrições ao
desmatamento, deverá recuperá-las.

Art. 167 - É proibida a instalação de reatores nucleares, no território do


Município, exceto aqueles destinados à pesquisa científica e ao uso terapêutico, cuja
localização e especificação serão definidos em lei complementar, conforme disposto
no art. 225, § 6º da Constituição Federal.

Art. 168 - O Poder Público Municipal manterá obrigatoriamente o Conselho


Municipal do Meio Ambiente, órgão colegiado autônomo e deliberativo, composto
paritariamente por representantes, indicados nos termos do artigo 145, com
atribuições a serem definidas em lei.

Art. 169 - As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, sujeitarão os


infratores a sanções administrativas com aplicação de multas diárias e progressivas,
nos casos de continuidade ou reincidência da infração, incluídas a redução do nível
de atividade e a interdição, independentemente da obrigação dos infratores de reparar
os danos causados.

Parágrafo único - A todos que, direta ou indiretamente, seja pessoa física ou


jurídica, causem danos ao meio ambiente, deverá o Poder Público local impor
condutas preservacionistas e restauradoras das áreas afetadas, além das
penalidades e restrições previstas em lei municipal.

Art. 170 - Nos serviços públicos prestados pelo Município e na sua concessão,
permissão e renovação, deverá ser avaliado o serviço e seu impacto ambiental.
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LOM – fls.47

Parágrafo único - As empresas concessionárias ou permissionárias de


serviços públicos, deverão atender rigorosamente aos dispositivos de proteção
ambiental, não sendo permitida a renovação da permissão ou concessão, no caso de
reincidência da infração.

Art. 171 - Os recursos oriundos de multas administrativas e condenações


judiciais por atos lesivos ao meio ambiente, e de taxas incidentes sobre a utilização
dos recursos ambientais, poderão ser destinados a um fundo de defesa do Meio
Ambiente, a ser criado na forma da lei.

Art. 172 - São áreas de proteção permanente:


I - as áreas de proteção das nascentes de rios;
II - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, como aqueles
que sirvam de local de pouso ou de reprodução de espécies migratórias;
III - as paisagens notáveis.

Art. 173 - A área verde do Parque Municipal de Gruta não poderá, sob nenhum
pretexto, ser incluída para reforma urbana, habitacional e industrial, devendo ser
considerada intocável, para manutenção do ecossistema local.

Parágrafo único - A área verde de que trata este artigo terá a Guarda Civil
Municipal como responsável pela fiscalização e preservação permanente.

Art. 174 - O Poder Público deverá adotar política severa no que tange a
destinação dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, com fiscalização permanente,
independentemente do serviço prestado pela concessionária responsável por esse
tipo de serviço.

Art. 175 - Todos os aterros sanitários, usinas de reciclagem e afins, serão de


responsabilidade do Município, devendo buscar soluções junto a municípios da
região, quanto aos problemas comuns, referentes a detritos.

Art. 176 - O Poder Público Municipal adotará medidas que visem resolver o
problema de resíduos sólidos, resultantes do trabalho de limpeza pública, e, para
tanto, previamente consultará os órgãos estaduais e municipais competentes, para o
fim de elaborar projetos que venham a dar adequação necessária à integração ao
zoneamento local.

Art. 177 - Todo lixo oriundo do serviço de saúde (hospitais, postos de saúde,
farmácias, laboratórios, consultórios dentários ou médicos, e outros da mesma
qualidade), deverá ser incinerado.
§ 1º - O lixo do serviço de saúde deverá ser coletado em veículo especial.
§ 2º - O Município deverá, a contar da promulgação da presente lei, treinar os
trabalhadores da coleta de lixo da área hospitalar.
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LOM – fls.48

Capítulo V - DOS TRANSPORTES

Art. 178 - O transporte coletivo é um direito fundamental do cidadão e um


serviço público essencial, na forma do disposto no art. 30, V, da Constituição Federal,
sendo responsabilidade do Poder Público Municipal o planejamento, o gerenciamento
e a operação dos vários modos de transporte, buscando, gradativamente, a sua
municipalização.

Parágrafo único - Os serviços públicos de transportes coletivos e especiais


podem ser objeto de descentralização, para empresas privadas, sob forma de
permissão ou concessão, mediante prévia autorização legislativa e procedimento
licitatório, cujo contrato a ser firmado deve dispor sobre os requisitos básicos de
generalidade, permanência, eficiência, adequação e modicidade tarifária, em respeito
aos direitos dos usuários.

Art. 179 - Fica assegurada a participação organizada da população no


planejamento e operação dos transportes, bem como no acesso às informações sobre
o sistema de transportes.

Art. 180 - É dever do Poder Público Municipal fornecer um transporte com


tarifa condizente com o poder aquisitivo da população, bem como assegurar a
qualidade dos serviços.

Art. 181 - É de competência exclusiva do Poder Executivo Municipal, através


do Órgão Gestor de Transporte de Trânsito, o planejamento, a operação de forma
direta ou indireta dos sistemas, a fiscalização e atos de gestão relativamente aos
transportes públicos municipais, destacando-se, entre outros:
I - a organização e funcionamento dos serviços de táxis e moto-frete;
II - a sinalização e o estacionamento nas vias públicas e outros logradouros;
III - os serviços de cargas e descargas em vias e locais públicos;
IV - a administração do Fundo de Transporte e Trânsito, conforme legislação
municipal vigente;
V - a regulamentação e fiscalização dos serviços de transportes escolares,
fretamentos e transportes especiais de passageiros.
Parágrafo único - O Executivo Municipal definirá, levando-se em consideração
os aspectos urbanísticos, o percurso e a freqüência, bem como estabelecerá normas
legais e administrativas sobre os terminais urbanos de passageiros, promovendo a
integração com os demais meios de transporte coletivos.

Art. 182 - As empresas concessionárias ou permissionárias do serviço público


municipal deverão desenvolver estudos visando fácil acesso de pessoas portadoras
de deficiência física ou motora nos veículos.

Art. 183 - O Município criará e manterá um Conselho Municipal de Transporte


Coletivo que, entre outras atribuições a serem definidas em lei, garantirá ao usuário
informações sobre o planejamento, planilha tarifária, investimentos e operação do
sistema.
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LOM – fls.49

Título VI - DA ORDEM SOCIAL


Capítulo I - SAÚDE PÚBLICA

Art. 184 - A saúde é um direito de todos os munícipes e um dever assegurado


pelo Poder Público com participação da comunidade, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem:
I - o bem estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade, a redução
e a busca da eliminação do risco de doenças e outros agravos, abrangendo o
ambiente natural, os locais públicos e de trabalho;
II - acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, em todos os
níveis de complexidade que sejam da sua competência de acordo com as pactuações
feitas entre os três entes federados;
III - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promoção, preservação e
recuperação da saúde, que sejam da sua competência de acordo com as pactuações
feitas entre os três entes federados.
§ 1º - Sob pena de intervenção e responsabilidade de seus dirigentes, o
Município deverá aplicar nas ações e serviços públicos de saúde, o percentual
mínimo da receita municipal exigido pela Constituição Federal.
§ 2º - O dever do Município, enquanto Poder Público, não exclui o das
pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

Art. 185 - A Saúde implica nos seguintes direitos e fundamentos:


I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação,
educação, transporte e lazer;
II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;
III - totais condições e informações para um planejamento familiar livre e
opcional;
IV - acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e
recuperação da saúde sem qualquer discriminação;
V - proibição de cobrança ao usuário pela prestação de serviços de assistência
à saúde mantidos pelo Poder Público ou contratados;
VI - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de
qualquer espécie;
VII - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VIII - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade
física e moral.

Art. 186 - O conjunto de ações e serviços de saúde de abrangência municipal,


integram a rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde, cabendo
ao Município dispor sobre sua regulamentação, fiscalização e controle.
§ 1º - A direção do Sistema Único de Saúde será exercida no âmbito do
Município pela Secretaria Municipal de Saúde.
§ 2º - As ações e serviços de saúde serão executadas preferencialmente de
forma direta pelo poder público e supletivamente através de terceiros, mediante
convênios ou contratos administrativos, preferentemente dentre as entidades sem fins
lucrativos e filantrópicas.
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LOM – fls.50

§ 3º - É vedada a destinação de recursos públicos municipais para auxílio,


incentivos fiscais ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 4º - As instituições privadas, ao participarem do Sistema Único de Saúde,
ficam sujeitas às suas diretrizes gerais.
§ 5º - As instituições privadas de saúde ficarão sob o controle do setor público
nas questões de controle de qualidade, e de informação de registros de atendimentos
conforme código sanitário e as normas do Sistema Único de Saúde.
§ 6º - O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será financiado com
recursos do Município, do Estado, da União, da seguridade social e de outras fontes
que constituem um fundo específico regulado por lei municipal.
§ 7º - Para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias,
decorrentes de situação de perigo iminente, de calamidade pública ou de ocorrência
de epidemias, o Poder Público poderá requisitar bens e serviços, de pessoas naturais
e jurídicas, sendo-lhes asseguradas justa indenização.

Art. 187 - O conjunto de ações e serviços de saúde, de abrangência municipal,


integram a rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde,
obedecendo-se as seguintes diretrizes:

I - garantir a assistência integral à saúde, utilizando-se do método


epidemiológico para o estabelecimento de prioridades, instituição de distritos
sanitários, alocação de recursos e orientação programática;
II - identificar e controlar os fatores determinantes e condicionantes da saúde
individual e coletiva, mediante especialmente ações referentes à vigilância sanitária e
epidemiológica, saúde do trabalhador, do idoso, da mulher, da criança e do
adolescente, das pessoas com deficiência, saúde mental, odontológica e zoonoses;
III - garantir ao usuário acesso às informações de interesse da saúde, e
divulgar, obrigatoriamente, qualquer dado que coloque em risco a saúde individual ou
coletiva;
IV - participar da fiscalização e controle da produção, armazenamento,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
teratogênicos, bem como de outros medicamentos, equipamentos imunobiológicos,
hemoderivados e insumos;
V - participar, no âmbito de sua atuação, do Sistema Nacional de Sangue,
componentes e derivados;
VI - fomentar, coordenar e executar programas de atendimento emergencial;
VII - criar e manter serviços e programas de prevenção e orientação contra
entorpecentes, alcoolismo e drogas afins;
VIII - coordenar os serviços de saúde mental abrangidos pelo Sistema Único de
Saúde, desenvolvendo inclusive ações preventivas e extra-hospitalares e implantando
emergências psiquiátricas;
IX - fiscalizar e garantir o respeito aos direitos de cidadania do doente mental,
bem como vedar o uso de celas-fortes e outros procedimentos violentos e
desumanos, proibindo internações compulsórias, exceto aquelas previstas em lei;
X - controlar as condições de segurança, redução e eliminação das
nocividades do trabalho, promovendo condições dignas e seguras de trabalho;
XI - garantir a vigilância sanitária e epidemiológica;
XII - garantir assistência às vítimas de acidentes do trabalho e portadores de
doenças profissionais e do trabalho.
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LOM – fls.51

Parágrafo único - O serviço de atendimento médico do Município poderá


oferecer ao usuário, quando possível, formas de tratamento de assistência alternativa
reconhecidas.

Art. 188 - Ficam criados os Conselhos Gestores de Saúde e o Conselho


Municipal de Saúde.
I - Os Conselhos Gestores de Saúde compõem de órgão normativo,
deliberativo, fiscalizador e consultivo, com estrutura colegiada, de composição
tripartite, composto por representantes do Poder Público, representantes de
servidores da saúde e usuários, de acordo com o estabelecido em lei, sendo a
seguinte a sua composição:
a) 50% (cinquenta por cento) de representantes de usuários cadastrados no
serviço de saúde respectivo;
b) 25% (vinte e cinco por cento) de representantes de trabalhadores da saúde
lotados no serviço de saúde respectivo;
c) 25% (vinte e cinco por cento) de representantes do poder público lotados no
serviço de saúde respectivo;
II - O Conselho Municipal de Saúde trata-se de órgão normativo, deliberativo,
fiscalizador e consultivo, com estrutura colegiada, paritária, composto por
representantes do Poder Público, representantes de servidores que atuam no
Sistema Único de Saúde indicados por seus sindicatos e/ou associações e
representantes dos usuários, sendo a seguinte a sua composição:
a) 50% (cinquenta por cento) de representantes do Poder Executivo e de
servidores que atuam no Sistema Único de Saúde indicados por seus sindicatos e/ou
associações;
b) 50% (cinquenta por cento) de representantes dos usuários;
§ 1º - Cada serviço de saúde corresponderá a um Conselho Gestor, eleitos
pelo voto direto, facultativo e secreto da comunidade e servidores da saúde lotados no
respectivo equipamento, na forma da lei.
§ 2º - Os Conselhos Gestores de Saúde tem por finalidade atuar e deliberar na
formulação e controle da execução da Política Municipal de Saúde, no âmbito do
Serviço de Saúde para o qual foi eleito, efetivando a participação da população e
funcionários na gestão do Sistema Único de Saúde - SUS.
§ 3º - Os representantes do Conselho Municipal de Saúde serão escolhidos da
seguinte forma:
a) os representantes do Poder Executivo serão indicados pelo Chefe do Poder
Executivo na forma da lei;
b) os representantes dos servidores que atuam no Sistema Único de Saúde
serão indicados por seus sindicatos e/ou associações na forma da lei;
c) os representantes dos usuários serão escolhidos mediante voto direto,
secreto e obrigatório, dentre os Conselheiros Gestores representantes dos usuários
na proporção de 01 (um) representante para cada Região de Saúde, 01 (um)
representante do Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, 01 (um) representante
para cada serviço de saúde existente no Município e 02 (dois) representantes de
associações de pessoas portadoras de patologias, eleitos por seus pares, na forma da
lei.
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LOM – fls.52

§ 4º - O Conselho Municipal de Saúde atuará na formulação de estratégias e


no controle da execução da política municipal de saúde, inclusive nos aspectos
financeiros, cujas decisões para serem implementadas deverão antes ser
referendadas pelo Secretario Municipal de Saúde e homologadas pelo Chefe do
Poder Executivo.
§ 5º - O mandato dos Conselheiros Gestores e dos Conselheiros Municipais de
Saúde é de dois anos, não remunerado e permitidas reeleições, sendo seu exercício
considerado serviço relevante e meritório.

Art. 189 - O gerenciamento do Sistema Único de Saúde no âmbito do


Município deve seguir critérios de compromisso com o caráter público dos serviços e
da eficácia no seu desempenho.
§ 1º - A avaliação será feita pelos órgãos deliberativos.
§ 2º - O Sistema Único de Saúde do Município promoverá, na forma da lei, a
Conferência Anual de Saúde e audiências públicas periódicas, como mecanismos de
controle social de sua gestão, com representantes de vários seguimentos sociais,
para avaliação da Saúde do Município e estabelecimento de diretrizes da Política
Municipal de Saúde, convocadas pelo Secretário Municipal de Saúde ou
extraordinariamente pelo Conselho Municipal de Saúde.
§ 3º - É vedada a designação ou nomeação para cargos ou funções diretivas
na área da Saúde, de pessoas que participem da direção, gerência ou administração
de entidades do setor privado.

Art. 190 - São competências do Município exercidas pela Secretaria de Saúde:


I - garantir aos profissionais da Saúde planos de carreira, isonomia salarial,
admissão através de concurso público, incentivo à dedicação exclusiva, tempo
integral, capacitação e reciclagem permanente e condições adequadas de trabalho
para a execução de suas atividades em todos os níveis;
II - assistência à saúde;
III - a elaboração e atualização periódica do Plano Municipal de Saúde, em
termos de prioridade e estratégias municipais em consonância com o Plano Estadual
de Saúde e de acordo com o Conselho Municipal de Saúde;
IV - a elaboração e atualização da proposta orçamentária do Sistema Único de
Saúde para o Município;
V - a sugestão de projetos de leis municipais que contribuam para viabilizar e
concretizar o Sistema Único de Saúde no Município;
VI - a implantação e complementação das normas técnicas do Ministério da
Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, de acordo com a realidade municipal;
VII - o planejamento e execução das ações de controle das condições e dos
ambientes de trabalho e dos problemas de saúde com eles relacionados;
VIII - a administração e execução das ações e serviços da saúde de
abrangência municipal;
IX - a implementação do Sistema de Informação em Saúde no âmbito
municipal;
X - o acompanhamento, avaliação e divulgação dos indicadores de saúde, no
âmbito municipal;
XI - o planejamento e execuções das ações de:
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S.P.

LOM – fls.53

a) vigilância sanitária;
b) vigilância epidemiológica;
c) assistência farmacêutica;
d) saúde do trabalhador;
e) saúde do idoso;
f) saúde da mulher;
g) saúde mental;
h) saúde da criança e do adolescente;
i) saúde bucal;
j) saúde dos portadores de deficiência, compatibilizando ações no âmbito
municipal e regional com os programas estabelecidos na esfera estadual e federal;
XII - participar do planejamento das ações de controle do meio ambiente e de
saneamento básico no âmbito do Município, em articulação com os demais órgãos
governamentais;
XIII - a execução, no âmbito municipal, da política nacional de insumos e
equipamentos para saúde;
XIV - a execução, no âmbito do município, dos programas e projetos
estratégicos para o enfrentamento das prioridades nacionais, estaduais e municipais,
assim como situações emergenciais;
XV - a complementação das normas referentes às relações com o setor privado
e a celebração de contratos e convênios com serviços privados de abrangência
municipal;
XVI - a celebração de consórcios intermunicipais para a formação de sistemas
de saúde quando houver indicação técnica e consenso das partes;

Parágrafo único - A Secretaria de Saúde disporá em seus quadros de


profissionais de nível superior, com formação e treinamentos específicos para
coordenar o planejamento e execução das ações de saúde previstas neste inciso.

Capítulo II - DA EDUCAÇÃO, CULTURA, LAZER E ESPORTES


Seção I - Educação

Art. 191 - A Educação, direito de todos, é dever do Estado e da Sociedade, e


deve ser baseada nos princípios da democracia, da liberdade de expressão, da
solidariedade e do respeito aos direitos humanos, visando constituir-se em
instrumento do desenvolvimento da capacidade de elaboração e de reflexão crítica da
realidade da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.
§ 1º - O Poder Público do Município garantirá o direito à educação a nível
municipal, mediante políticas sociais, econômicas e ambientais que visem o bem-
estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade, cabendo-lhe obedecer
integralmente os princípios e as regras fixadas na Constituição Federal,
especialmente nos artigos 205 a 214, no que couber.
§ 2º - A prática educativa deve nortear-se pelos princípios estabelecidos no
caput deste artigo visando concretizá-los.
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LOM – fls.54

§ 3º - O Município deverá aplicar o percentual mínimo de sua receita estipulado


na Constituição Federal, nas despesas com a educação no âmbito de suas
responsabilidades, sob as penalidades da lei, relativamente aos seus dirigentes, com
a rejeição das contas municipais e outras derivadas do inadimplemento das suas
obrigações constitucionais.
§ 4º - É obrigatória a execução dos Hinos Nacional e da Cidade de Mauá nas
escolas da rede Municipal de ensino, uma vez por semana.

Art. 192 - O ensino nas escolas públicas municipais será ministrado com base
nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, produzir e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e concepções pedagógicas;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos na forma da lei, plano
de carreira para o magistério público municipal, com piso salarial profissional, estatuto
próprio e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, formação
e aperfeiçoamento permanentes;
VI - gestão democrática do ensino público municipal;
VII - garantia de padrão de qualidade.

Art. 193 - Ao Poder Executivo Municipal compete a manutenção e ampliação


de acordo com a demanda expressa pelas famílias e comunidades e a coordenação
da organização do Sistema Municipal de Ensino, providenciando o atendimento
escolar nas modalidades oferecidas e assegurando as condições necessárias ao
desenvolvimento das atividades educacionais previstas nesta Lei.

Art. 194 - O Poder Executivo Municipal, através do controle e supervisão da


Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, garante as seguintes modalidades de
ensino:
I - da educação infantil;
II - da educação de jovens e adultos;
III - da educação especial;
IV - da educação física;
V - do ensino fundamental;
VI - da educação profissional.

Art. 195 - A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem por
finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 (seis) anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e
comunidade, da seguinte forma:
I - a educação infantil para crianças de até 3 (três) anos de idade será
oferecida em creches;
II - a educação infantil para as crianças de 4 (quatro) a 6 (seis) anos de idade
será oferecida em pré-escolas;
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LOM – fls.55

III - na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e


registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso
ao ensino fundamental.

Art. 196 - O ensino fundamental, com duração mínima de 9 (nove) anos,


obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do
cidadão e deverá observar que a jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo
menos 4 (quatro) horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente
ampliado o período de permanência na escola, ressalvados os casos do ensino
noturno e das formas alternativas de organização autorizadas na Lei 9.394, de
20/12/1996.

Art. 197 - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria.
I - os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao procedimento de
estudos em caráter regular;
II - os exames a que se refere o inciso I realizar-se-ão no nível de conclusão do
ensino fundamental para os maiores de 15 (quinze) anos e no nível de conclusão do
ensino médio para os maiores de 18 (dezoito) anos;
III - os conhecimentos e habilidade adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.

Parágrafo único - São mantidos o curso de primeiro grau do Centro


Educacional Cora Coralina e os cursos de 1º e 2º graus do Centro de Suplência.

Art. 198 - A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação


ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva.
I - o conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho,
poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento
ou conclusão de estudo;
II - as escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares,
oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à
capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade.

Art. 199 - A educação especial tem por finalidade atender o aluno portador de
deficiência física, mental e/ou sensorial, através de ações educativas, levando em
conta suas particularidades, visando garantir o desenvolvimento máximo de suas
potencialidades, garantindo a integração do deficiente no convívio social, mediante:
I - orientação e assistência psicológica social aos pais durante a fase de
aprendizado do deficiente;
II - atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos e
onze meses, mediante elaboração de esquema de prevenção das várias deficiências,
inicialmente em creches e pré-escolas e gradativamente, nos demais componentes do
sistema educacional, numa ação conjunta entre a promoção social e saúde;
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LOM – fls.56

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências


(visuais, perceptivas, mentais, auditivas, motoras, dentre outras), prioritariamente à
criança de zero a seis anos e onze meses e gradativamente na rede regular de ensino
estadual e/ou municipal, mediante os seguintes recursos:
a) criação de classes especiais para deficientes, utilizando para isto
profissionais especializados;
b) os deficientes não supridos pela rede local receberão bolsas de estudo e
transporte para receber assistência em outros municípios deste Estado;
c) criação e instalação de escolas profissionalizantes para deficientes, desde
que submetidos a avaliação multiprofissional, comprovando estarem aptos para o
exercício de alguma profissão, visando integrar o deficiente à sociedade;
d) os recursos econômicos e financeiros necessários à elaboração,
equipamentos, material humano, estágios obrigatórios, serão rateados entre a
iniciativa pública e privada, mediante a celebração de convênios.

Art. 200 - A educação física tem por finalidade desenvolver o movimento


humano, através de ações educativas, visando a consciência do corpo e o pleno
desenvolvimento da pessoa humana.
§ 1º - Fica assegurada a integração da educação física nas modalidades
previstas no artigo 194.
§ 2º - Todas as construções educacionais e assistenciais existentes ou a serem
construídas serão adequadas para a prática de educação física.

Art. 201 - As modalidades de ensino previstas no artigo 194 serão ministradas


em instalações específicas para cada modalidade.

Art. 202 - O sistema municipal de ensino poderá sofrer alterações por iniciativa
do Poder Executivo, desde que referendadas pelo Conselho Municipal de Educação e
aprovadas pelo Poder Legislativo.

Art. 203 - O plano municipal de educação é de responsabilidade do Poder


Público Municipal, e será elaborado pelo Conselho Municipal de Educação, que
apresentará estudos sobre características sociais, econômicas, culturais e
educacionais do Município, acompanhados de identificação dos problemas relativos
ao ensino e à educação, bem como à eventual soluções a curto, médio e longo prazo.

Art. 204 - Uma vez aprovado, o plano municipal de educação poderá sofrer
alterações por iniciativa do Poder Executivo, desde que referendadas pelo Conselho
Municipal de Educação, Cultura e Esportes e aprovadas pelo Poder Legislativo.

Art. 205 - O Conselho Municipal de Educação é o órgão consultivo, deliberativo


e normativo do Sistema Municipal de Educação, vinculado tecnicamente ao gabinete
da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes.
§ 1º - Os membros do Conselho, mencionado no caput deste artigo, serão
eleitos pelo voto direto e universal dentre seus pares, garantida a representação
paritária dos poderes Executivo e Legislativo, de profissionais do ensino em todos os
níveis, de pais e alunos e de entidades da sociedade civil, de conformidade com o
estabelecido em lei.
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§ 2º - O exercício das funções de membro do Conselho Municipal de Educação


não será remunerado, mas será considerado de relevante interesse público, na forma
que a lei estabelecer.

Art. 206 - O Conselho Municipal de Educação mencionado no artigo anterior


terá as seguintes funções, além de outras que venham a ser estabelecidas em lei:
I - apresentar diagnósticos e definir prioridades para elaboração do plano
municipal de educação, compatibilizando com as ações federal e estadual na área da
educação e do ensino, para evitar duplicações e sobreposições, buscando economia
e racionalização no uso dos recursos humanos, financeiros e físicos;
II - estabelecer as prioridades e critérios que venham a fundamentar a proposta
orçamentária de ensino para a administração municipal;
III - compatibilizar as ações educacionais com as ações ou programas de
outras áreas, como Saúde, Assistência Pública, Promoção Social, de modo a não
sobrecarregar a escola com tarefas assistenciais;
IV - propor, analisar as propostas de ampliação da rede física, ampliação e
adequação dos prédios escolares existentes, bem como de outros equipamentos
físicos a serem utilizados para fins educacionais;
V - acompanhar e fiscalizar a execução orçamentária do Município, zelando
pelo disposto no artigo 2l2 da Constituição Federal, bem como avaliando do ponto de
vista contábil e educacional o uso efetivo dos recursos municipais na expansão e
desenvolvimento do ensino;
VI - avaliar periodicamente o desempenho dos estabelecimentos de sua
jurisdição, dando publicidade dos resultados.

Art. 207 - Anualmente, o Poder Público Municipal aplicará, no mínimo, 25%


(vinte e cinco por cento) da receita resultante de impostos, na manutenção e
desenvolvimento do ensino, nos termos definidos na Constituição Federal, artigo 212.
§ 1º - O emprego dos recursos públicos destinados à Educação, quer estejam
consignados no Orçamento municipal, quer sejam provenientes de contribuições da
União, do Estado, de convênios com outros municípios ou de outras fontes, far-se-á
de acordo com plano de aplicação que atenda as diretrizes do Plano Municipal de
Educação.
§ 2º - Caberá ao Conselho Municipal de Educação, no âmbito de suas
atribuições, exercer a fiscalização das determinações constantes deste artigo.
§ 3º - A eventual assistência financeira do Poder Público Municipal às
instituições de ensino filantrópicas, comunitárias ou confessionais, conforme definidas
em lei, não poderá incidir sobre a aplicação mínima prevista neste artigo.

Art. 208 - O Poder Público municipal deverá assegurar condições de acesso e


permanência dos educandos ao Sistema Municipal de Educação, através de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.

Parágrafo único - Os programas suplementares de alimentação e assistência


à saúde serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e
outros recursos orçamentários.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.58

Art. 209 - O Município publicará até 30 (trinta) dias após o encerramento de


cada trimestre, informações completas sobre receitas arrecadadas e transferências de
recursos destinados à educação nesse período e discriminadas por modalidade de
ensino.

Art. 210 - Parcela dos recursos públicos destinados à educação deverá ser
utilizada em programas integrados de aperfeiçoamento e atualização para os
educadores em exercício no ensino público municipal.

Art. 211 - É facultado ao Município:


I - firmar convênios de intercâmbio e cooperação financeira com entidades
públicas, privadas e assistenciais para prestação de orientação e assistência na
criação e manutenção de projetos que visem ao desenvolvimento educacional,
previstos no Plano Municipal de Educação;
II - promover mediante incentivos especiais, ou concessão de prêmios e
bolsas, atividades e estudos de interesse local, de natureza científica ou
socioeconômica.

Art. 212 - É vedada a cessão de uso de próprios municipais e repasse de


verbas para o funcionamento de estabelecimentos de ensino privado de qualquer
natureza.

Art. 213 - Todas as ações e procedimentos ligados à educação e ao magistério


público municipal, previstos neste Capítulo e na legislação municipal de ensino, ficam
sujeitas às normas gerais contidas na Lei Nacional de Diretrizes e Bases da
Educação.

Seção II - Cultura

Art. 214 - O Município garante a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes de cultura nacionais e locais, nos termos da Constituição Federal,
e reconhece as especificidades e peculiaridades da vida cultural e da realidade
municipal, apoiando e incentivando as formas de expressão que compõem sua
memória e identidade social.

Art. 215 - O Poder Público Municipal garante a todos o exercício dos direitos
culturais mediante:
I - a liberdade de criar, produzir, praticar e divulgar valores e bens culturais;
II - o livre acesso aos meios e bens culturais;
III - preservação e restauração de bens patrimoniais e culturais.

Art. 216 - O Poder Executivo Municipal é responsável pelo oferecimento de


serviços no âmbito da cultura através de:
I - educação e formação cultural e artística, que tem por finalidade atender aos
cidadãos que pretendam desenvolver sua capacidade de expressão, nas diferentes
linguagens, podendo também capacitá-los tecnicamente;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.59

II - criação, manutenção e abertura de espaços públicos, devidamente


equipados e capazes de garantir a produção e o consumo das manifestações
culturais;
III - valorização do quadro de profissionais da Coordenadoria de Cultura,
através de formação e aperfeiçoamento permanentes;
IV - priorização de projetos que atendam à maioria da população;
V - desenvolvimento de intercâmbio cultural com outros municípios;
VI - defesa da pluralidade cultural em suas diversas manifestações;
VII - garantia de acesso de todos aos acervos das bibliotecas, arquivos,
museus e congêneres, resguardando-se de quaisquer espécies de censura, direta ou
indireta.

Parágrafo único – É obrigatória a execução dos Hinos Nacional e da Cidade


de Mauá em todos os eventos oficiais realizados pelo Município.

Art. 217 - Constituem patrimônio cultural do Município, passíveis de proteção,


tombamento e conservação, os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto e portadores de referência à identidade, ação e
memória dos diferentes grupos e segmentos que compõem a sociedade mauaense,
obedecidos os requisitos estabelecidos em lei municipal, entre outros:
I - as formas de expressão e comunicação;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - a produção literária, artística, científica e tecnológica;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados
às manifestações artístico-culturais, de lazer e de esportes;
V - os bens imóveis e móveis, conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arquitetônico, paleontológico, ecológico, social e científico.
§ 1º - O Poder Executivo Municipal com a colaboração da União e do Estado
deve proteger o patrimônio cultural mauaense, por meio de inventários, registros,
tombamentos, desapropriações, além de outras formas de acautelamento,
preservação e recuperação, garantida a participação comunitária.
§ 2º - Serão garantidos estudos e pesquisas sobre a memória histórica das
comunidades formadoras do conjunto social, a par de sua mais ampla divulgação.
§ 3º - Cabe ao Poder Público Municipal a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta à coletividade.
§ 4º - Os danos, ameaças, desvios e ocultação do patrimônio cultural serão
punidos na forma da lei nacional.
§ 5º - Para efeitos do disposto neste artigo, é dever do Poder Público Municipal
manter o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e
Turístico, com órgão colegiado, com caráter deliberativo e autônomo, responsável
pelo acautelamento, tombamento, preservação e restauração do patrimônio cultural
municipal, e a participação de representantes das entidades preservacionistas entre
seus conselheiros e a mais ampla divulgação de suas análises, ações e decisões.

Art. 218 - A produção e a difusão dos objetos, programas, eventos e ações


culturais do Poder Público Municipal contemplará o interesse social e assegurará a
participação democrática da comunidade.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.60

Art. 219 - É facultado ao Município firmar convênio com entidades públicas e


privadas, que visem o desenvolvimento e valorização de atividades culturais,
científicas e históricas.

Art. 220 - Os centros culturais serão utilizados prioritariamente no


desenvolvimento das atividades culturais, artísticas e educacionais, podendo haver
cessão onerosa a título precário, em eventos esporádicos, sempre em atendimento ao
interesse da comunidade.

Art. 221 - É facultado ao Município promover, mediante incentivos especiais,


ou concessão de bolsas e prêmios, atividades e estudos de interesse local, de
natureza cultural, científica e histórica.

Parágrafo único - Esta promoção será efetivada através de convênios com


instituições e entidades civis, públicas ou privadas.

Seção III - Esporte e Lazer

Art. 222 - Cabe ao Poder Público Municipal apoiar e incrementar as práticas


esportivas, de recreação e de lazer, como um direito de todos.

Art. 223 - O Poder Executivo Municipal deverá desenvolver uma política de


esportes, recreação e de lazer valorizando prioritariamente ações cotidianas como
lugar de criação cultural, ação educativa, através de espaços de lazer e prática
esportiva, evitando o exclusivismo de uma política de eventos e fatos de época,
voltada para a competição.

Parágrafo único - Fica garantida a gestão democrática de esportes, recreação


e lazer.

Art. 224 - O Poder Executivo Municipal proporcionará meios para a prática de


esportes, recreação e lazer à comunidade, quer através de ações diretas ou de
estímulo à comunidade para autogestão destas ações, mediante:
I - reservas de espaços verdes ou livres em forma de parques, jardins e
assemelhados, com base física de recreação urbana;
II - construção, adequação e equipamento de parques infantis e áreas livres
para convivência social.

Art. 225 - As ações do Poder Executivo Municipal e as destinações de recursos


orçamentários para o setor darão prioridades:
I - ao esporte comunitário e ao esporte educacional;
II - à recreação e ao lazer popular;
III - ao esporte classista;
IV - à construção, manutenção e equipamento dos espaços destinados à
prática de atividades de abrangências esportivas, educacionais e culturais;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.61

V - à adequação dos locais já existentes e previsão de medidas necessárias


quando da construção de novos espaços, tendo em vista a prática de esportes e
atividades de recreação e de lazer por parte dos portadores de deficiências, idosos e
gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos;
VI - construção gradativa de núcleos desportivos descentralizados, com
equipamentos adequados e pessoal especializado, ruas de lazer, com trabalho
orientado e dirigido por profissionais da área educacional.

Art. 226 - O Município poderá subvencionar entidades desportivas profissionais


e amadoras, para participação em competições oficiais, mediante decreto específico.

Art. 227 - No âmbito do esporte competitivo, de alto rendimento, caberá ao


Poder Executivo Municipal desenvolver ações em parceria com a iniciativa privada
e/ou Poderes Públicos Estadual e Federal.

Art. 228 - Os centros esportivos serão utilizados prioritariamente no


desenvolvimento das atividades desportivas educacionais, podendo haver cessão
onerosa a título precário, em eventos esporádicos, sempre em atendimento ao
interesse da comunidade.

Capítulo III - PROMOÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 229 – Constitui o público usuário da política de Assistência Social,


cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos.

Art. 230 - São funções da política de assistência social:


I - garantir a proteção social mediante segurança de sobrevivência, de
acolhida, de convívio ou vivencia e convivencia familiar;
II – garantir acesso aos benefícios e serviços prestados por ela e pelas demais
políticas sociais;
III – prestar serviços de natureza continua e emergencial;
IV – apoiar processos de participação da população, na garantia dos direitos
sociais dos cidadãos.

Art. 231 – A Assistencia Social tem por objetivos:


I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescencia e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;

Parágrafo único - A Assistencia Social realiza-se de forma integrada às


políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos
sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à
universalização dos direitos sociais.

Art. 232 - A Assistência Social rege-se pelos seguintes princípios:


I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.62

II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação


assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária,
vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de
qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios
para sua concessão.

Art. 233 - A organização da Assistencia Social tem como base as seguintes


diretrizes:
I – adesão, integração e alinhamento da Política de Assistência Social do
município ao Sistema Único de Assistência Social;
II - descentralização da política de Assistencia Social, atendendo a ordem de
territórios com maior vulnerabilidade e comando único das ações, pela Secretaria
Municipal de Assistencia Social;
III - participação da população e de organizações representativas na
formulação das políticas e no controle das ações de Assistencia Social do município;
IV - primazia da responsabilidade do município na condução da política de
Assistência Social;
V – realizar-se de forma integrada às políticas setoriais, considerando as
dificuldades sócio territoriais;
VI - centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios,
serviços, programas e projetos.

Art. 234 - Compete ao Município:


I – regulamentar os benefícios de caráter eventuais;
II – executar os projetos de enfrentamento da pobreza e de combate à extrema
miséria, incluindo a parceria com entidades e organizações da sociedade civil;
III – atender às ações assistenciais de caráter de emergência;
IV – prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 da Lei Orgânica de
Assistência Social – LOAS;
V – normatizar, fiscalizar e supervisionar a prestação de serviços assistenciais,
desenvolvidos em seu território.
VI – firmar convênio com entidades públicas ou privadas para prestação de
serviços de assistencia social;

Art. 235 – A política pública de assistencia social no âmbito do município,


quando da definição de ações, programas e serviços orientar-se-á:
I – pela Lei Orgânica de Assistencia Social – LOAS;
II – pela política nacional de assistencia social, aprovada pelo Conselho
Nacional de Assistencia Social;
III – pela Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistencia Social –
NOB/SUAS, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistencia Social;
IV – pela Tipificação Nacional de Serviços Sócioassistenciais, aprovada pelo
Conselho Nacional de Assistencia Social.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.63

Art. 236 - A política de assistencia social no município se processa através da


Rede de Proteção Social Básica e da Rede de Proteção Social Especial, integrando-
as:
I – Os Centros de Referencia de Assistencia Social – CRAS;
II – Os Centros de Referencia Especializado de Assistencia Social – CREAS;
III – Outros equipamentos públicos que desenvolvam serviços integrantes da
Tipificação Nacional de Serviços Sócioassistenciais;
IV – Entidades não governamentais de Assistencia Social, que desenvolvam
serviços integrantes da Tipificação Nacional de Serviços Sócioassistenciais.
§ 1º - Os equipamentos mencionados nos incisos I, II e III constituem a rede
pública municipal de Assistencia Social.
§ 2º - As entidades mencionadas no inciso IV constituem a rede privada
municipal de Assistencia Social.
§ 3º - As redes pública e privada municipal de Assistencia Social são
subordinadas aos princípios e diretrizes gerais da Assistencia Social definidas nesta
lei, e ao controle da população e ao poder público.

Art. 237 - Fica criado o Conselho Municipal de Assistencia Social - CMAS que
é o Órgão normativo, consultivo e deliberativo da Política de Assistência Social do
Município.

Parágrafo único - No Conselho é garantida a participação de representante do


Poder Executivo e de representantes das entidades da sociedade civil, em especial,
das entidades que prestam serviços na área de assistência social, de forma paritária.

Art. 238 - Compete ao Conselho Municipal de Assistencia Social - CMAS,


órgão da administração pública responsável pela coordenação da política municipal
de Assistência Social:
I - elaborar e publicar seu Regimento Interno;
II - aprovar a Política Municipal de Assistencia Social, elaborada em
consonancia com a Política Nacional de Assistencia Social na perspectiva do Sistema
Único de Assistencia Social – SUAS, e as diretrizes estabelecidas pelas Conferencias
de Assistencia social;
III - acompanhar e controlar a execução da política municipal de assistencia
social;
IV - aprovar o Plano Municipal de Assistencia Social e suas adequações;
V - zelar pela efetivação do Sistema Único de Assistencia Social - SUAS;
VI - regular a prestação de serviço de natureza pública e privada no campo da
assistencia social, no seu âmbito, considerando as normas gerais do Conselho
Nacional de Assistencia Social - CNAS, as diretrizes da Política Nacional de
Assistencia Social, as proposições da Conferencia Municipal de Assistencia Social, e
os padrões de qualidade para prestação dos serviços;
VII - aprovar a proposta orçamentária dos recursos destinados as ações
finalísticas de assistência social, alocados no Fundo Municipal de Assistência Social;
VIII - aprovar o plano de aplicação do Fundo Municipal de Assistência Social e
acompanhar a execução orçamentária e financeira anual dos recursos;
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.64

IX - propor ao Conselho Nacional de Assistencia Social - CNAS cancelamento


de registro das entidades e organizações de assistencia social, que incorrerem em
descumprimento dos princípios previstos no art. 4º da Lei Orgânica da Assistencia
Social – LOAS;
X - acompanhar o alcance dos resultados dos pactos estabelecidos com a rede
prestadora de serviço de assistencia social;
XI - aprovar o relatório anual de gestão;
XII - inscrever e fiscalizar as entidades e organizações de âmbito municipal.

Art. 239 - Poderá o Município celebrar convênios com entidades e


organizações de assistência social, em conformidade com os planos aprovados pelo
Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS.

Art. 240 - O funcionamento das entidades e organizações de assistencia social


depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistencia Social -
CMAS.

Parágrafo único - Cabe ao Conselho Municipal de Assistencia Social - CMAS


a fiscalização das entidades e organizações referidas no caput na forma prevista na
Lei Orgânica da Assistencia Social - LOAS.

Art. 241 - Ao poder público municipal, através de órgão competente, cabe:


I - a coordenação, execução e fiscalização das ações, projetos e programas da
área de assistencia social;
II – gestão dos recursos orçamentários próprios, bem como aqueles recursos
repassados por outras esferas de Governo, respeitados os dispositivos legais
vigentes.

Capítulo IV - DA MULHER

Art. 242 - O poder público municipal manterá um órgão destinado a elaborar,


coordenar, executar e fiscalizar políticas públicas de forma integrada com todos os
órgãos da administração pública direta e indireta, que garanta o atendimento das
necessidades específicas e enfrentem as diferentes formas de discriminação da
mulher, no próprio poder público e do Município, a ser criado na forma da lei.

Parágrafo único - Fica garantida a participação popular, respeitada a


autonomia dos movimentos sociais organizados, que deverá ser definida em lei.

Art. 243 - Compete à administração municipal promover políticas preventivas e


educativas visando a diminuição da violência pública e privada contra as mulheres.

Art. 244 - O poder público deverá promover medidas contra a violência, que
garantam a defesa e a segurança das mulheres, bem como a criação e ou ampliação
de equipamentos sociais de atendimento jurídico, social e psicológico.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.65

Art. 245 - Cabe ao Poder Público providenciar as condições para a instalação


de:
I - delegacia de defesa da mulher, com o fim de prestar atendimento
diferenciado, através de profissionais habilitados, às mulheres vítimas de violência;
II - casa de apoio às vítimas de violência, com o objetivo de prestar
atendimento às mulheres e seus filhos por período determinado, com apoio social,
jurídico e psicológico.

Capítulo V - DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DA


PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA

Art. 246 - Cabe ao Município, conjuntamente com o Estado e a União, garantir


assistência à família, na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos
para coibir a violência e outras situações críticas que possam comprometê-la, em
cumprimento ao disposto no art. 226 e seguintes da Constituição Federal, adotando
todos os procedimentos e princípios nela consignados.

Art. 247 - O Município, a sociedade e a família tem o dever de assegurar à


criança, ao adolescente, ao idoso e à pessoa portadora de deficiência, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, à profissionalização, à dignidade ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade de opressão.

Art. 248 - A fim de garantir os direitos assinalados no artigo anterior, o Poder


Público Municipal promoverá programas e projetos especiais, admitindo a participação
de entidades não governamentais, com as seguintes finalidades:
I - assistência integral à saúde da criança e do adolescente mediante:
a) aplicação de percentual de recursos próprios destinados à saúde na
assistência materno-infantil;
b) prevenção de deficiências físicas, mental e sensorial.
II - atendimento especializado e integração social das pessoas portadoras de
deficiência, através de treinamento para o trabalho e para a convivência, e a
facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos;
III - criação e manutenção de serviços de prevenção, orientação, recebimento e
encaminhamento de denúncias referentes às vítimas de violência, com atendimento
jurídico, social, psicológico e assistência material, na forma que a lei estabelecer;
IV - garantia às pessoas idosas de condições de vida apropriadas,
preferentemente em seus lares, com respeito à sua vontade e preservação de seus
direitos, assegurada sua participação em todos os equipamentos, serviços e
programas culturais, educacionais, esportivos, recreativos e de lazer, defendendo sua
dignidade e visando a sua integração à sociedade;
V - criação e manutenção de serviços destinados à prevenção e orientação
contra substâncias que gerem dependência física e psíquica, bem como de
encaminhamento de denúncias e atendimento especializado, referentes ao
dependente de qualquer idade.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.66

§ 1º - Como forma de atender o disposto no inciso I, nos hospitais e


maternidades da rede de atendimento médico do Município, a criança recém-nascida
ficará, preferencialmente, em berço no mesmo quarto com a mãe, ressalvados os
casos em que recomendação médica determine tratamento diverso.
§ 2º - A criança internada em unidade de atendimento médico-hospitalar do
Município terá como acompanhante a mãe, que deverá permanecer no mesmo
quarto, salvo recomendação médica em contrário.

Art. 249 - A pessoa jurídica de direito privado que venha a receber do


Município recursos financeiros para realização de programas, projetos e atividades
culturais, educacionais, esportivas, de lazer e assemelhados, fica obrigada a prever e
dar condições de acesso a participação de pessoas portadoras de deficiência.

Art. 250 - O Município, através de cooperação técnica e financeira, procurará


desenvolver centros de convivência destinados a possibilitar aos cidadãos,
especialmente às crianças, aos adolescentes e aos idosos, o desenvolvimento de
atividades culturais, educacionais, sociais, esportivas, de lazer e outras de natureza
comunitária, promovendo sua integração social.

Art. 251 - O Município organizará e implantará serviço especializado


adequado, multidisciplinar, destinado ao atendimento dos portadores de deficiência,
com vistas ao diagnóstico, tratamento, reabilitação e orientação familiar, como forma
de desenvolver os programas previstos nas Constituições Federal e Estadual.

Art. 252 - Lei municipal disporá sobre normas gerais e critérios básicos para a
promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, em consonância com a legislação federal.

Art. 253 - Cabe ao Poder Público Municipal, através do órgão responsável pelo
trânsito no Município, garantir vagas reservadas no centro da cidade, destinadas ao
estacionamento de veículos automotores dirigidos por pessoas portadoras de
deficiências físicas.
§ 1º - Os estabelecimentos que possuem estacionamentos privativos para seus
usuários deverão reservar e garantir vagas destinadas às pessoas de que trata este
artigo.
§ 2º - O disposto neste artigo será regulamentado por lei municipal.

Art. 254 - Em toda obra, seja ela pública ou particular, destinada a atividades
que demandem a frequência do público, fica o Poder Executivo obrigado a exigir, para
a aprovação do respectivo projeto, as condições de acesso para as pessoas
portadores de deficiência física.

Art. 255 - Fica o Município incumbido de promover o recenseamento, no


âmbito de seu território, com a finalidade de estabelecer dados estatísticos a respeito
da população deficiente e suas modalidades, a cada 4 (quatro) anos.
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

LOM – fls.67

Art. 256 - É garantida gratuidade dos transportes coletivos urbanos, no


Município:
I - aos maiores de sessenta anos;
II - aos aposentados por invalidez e acidentária, com mais de cinquenta e cinco
anos.

Título VII - DA SEGURANÇA PÚBLICA


Capítulo Único - DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL

Art. 257 - A Guarda Civil Municipal, mantida pelo Município, terá a finalidade
precípua de proteger o patrimônio, bens, instalações e serviços públicos, na forma da
lei.
Parágrafo único – Para a consecução de seus objetivos poderá o município
celebrar convênios na esfera estadual e federal;

Art. 258 - Mediante lei específica e obedecida a legislação federal e estadual


aplicáveis poderá o Município criar o Corpo de Bombeiros Voluntários, com a
regulamentação de seu funcionamento e a relação dos serviços que possa vir a
prestar à comunidade, após treinamento e habilitação dos voluntários.

Art. 259 - Esta Lei Orgânica, aprovada e promulgada pela Câmara Municipal
de Mauá entra em vigor na data de sua publicação.

Câmara Municipal de Mauá, 07 de Dezembro de 2011, 56º da emancipação


político-administrativa do município.

MESA DIRETORA

Vereador JOSÉ ROGÉRIO MOREIRA SANTANA


Presidente

Vereador OSVANIR CARLOS STELLA (IVAN)


Vice-Presidente

RÔMULO CÉSAR FERNANDES


1º Secretário

Vereador ROBERTO RIVELINO FERRAZ


2° Secretário

Vereador DARIO DUARTE COELHO


3º Secretário
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

VEREADORES DA 14ª LEGISLATURA

ADIMAR JOSÉ SILVA (EDIMAR DA RECICLAGEM)


ALBERTO BETÃO PEREIRA JUSTINO
ALTINO MOREIRA DOS SANTOS
ÁTILA CESAR MONTEIRO JACOMUSSI
CINCINATO LOURENÇO FREIRE FILHO
DARIO DUARTE COELHO
EDGARD GRECCO FILHO
FRANCISCO MARCELO DE OLIVEIRA
IVANILDO GOMES NOGUEIRA (BATORÉ)
JOSÉ ROGÉRIO MOREIRA SANTANA
LUIZ ALFREDO DOS SANTOS SIMÃO
MANOEL LOPES DOS SANTOS
OSVANIR CARLOS STELLA (IVAN)
OZELITO JOSÉ BENEDITO
ROBERTO RIVELINO FERRAZ (PROF. BETINHO)
RÔMULO CESAR FERNANDES
SILVAR SILVA SILVEIRA

COMISSÃO ESPECIAL DE REVISÃO


Vereadores
PAULO SERGIO SUARES
ADIMAR JOSÉ SILVA
EDGARD GRECCO FILHO

VEREADORES DA 1ª PROMULGAÇÃO EM 1990


ADMIR JACOMUSSI – Presidente
ALEXANDRE MACIANO RATTI – Vice-Presidente
LOURIVAL LOLÔ RODRIGUES FARGIANI – 1º Secretário
SÉRGIO LUIZ WALENDY – 2º Secretário
BENEDITO FERREIRA – 3º Secretário
AMAURY FIORAVANTI JUNIOR
ANTONIO SOARES DE OLIVEIRA
CÍCERO ROMÃO DE ARAÚJO
EDGARD GRECCO FILHO
EUCLIDES FERREIRA BARBOSA
FRANCISCO DE CARVALHO FILHO
FRANCISCO ORTEGA
GERALDO MAGELA DIAS
HÉLCIO ANTONIO DA SILVA
LANDUALDO GOMES TEIXEIRA
LUIZ CARLOS PEGORARO
MANOEL DANIEL DE COUTO
MÁRCIO CHAVES PIRES
OLIVIER NEGRI FILHO
VALMIR MAIA DA SILVA
WILSON CARLOS DE CAMPOS
CÂMARA MUNICIPAL DE MAUÁ
S.P.

Registrada na Diretoria Geral, afixada no


quadro de editais da Câmara Municipal de
Mauá e publicada no Diário Oficial do
Município. -.-.-.-
Em 07/12/2011

CLÉRISTON ALVES TEIXEIRA


DIRETOR GERAL
MATRIZ CURRICULAR
NACIONAL PARA GUARDAS
MUNICIPAIS
Para a Formação em Segurança Pública
Ministério da Justiça
Secretaria Nacional de Segurança Pública/SENASP

MATRIZ CURRICULAR NACIONAL


PARA A FORMAÇÂO DE GUARDAS MUNICIPAIS

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS


COORDENAÇÃO-GERAL DE AÇÕES DE PREVENÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA
Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Ed. Sede, Sala 506
Telefones: (61) 3429-9125 / 3429-3168 Fax: (61) 3429-9324
E-mail: senasp@mj.gov.br

1
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA/SENASP

Luiz Fernando Corrêa


Secretário Nacional de Segurança Pública

Robson Robin da Silva


Diretor

Cristina Gross Villanova


Coordenadora Geral

Equipe Coordenação de Ações de Prevenção


Rita de Cássia Souza Machado
Ticiana Nascimento Egg
Andréia Luciana da Rocha Correia

Colaboração interna
Rosier Batista Custódio
Coordenadora Geral de Programas Sociais de Prevenção à Violência

Juliana Márcia Barroso


Coordenadora Geral de Ensino

Consultoria externa
Maria do Carmo de Menezes Ibiapina
Kátia de Mello Santos

Colaboração externa
Cláudia Bezerra Esteves
Paulo Storani
Adalberto Lins Sales
Bruno Vaz Sasson
Francisco José da Silva
Luiz Antônio Brenner Guimarães
Manoel Lima Menezes
Maria Aparecida Pedrosa Bezerra
Vanda Valadão
Wilson Pacheco

Apoio
Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD / Brasil

2
APRESENTAÇÃO

A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da


Justiça apresenta a Matriz Curricular Nacional para Formação das Guardas
Municipais. O presente instrumento foi desenvolvido entre os anos de 2004 e
2005, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –
PNUD / Brasil, com a colaboração de consultoria técnica, pelo Departamento de
Políticas, Programas e Projetos, através da Coordenação Geral de Ações de
Prevenção em Segurança Pública, com objetivo de constituir um marco de
referência para as ações formativas a serem empreendidas por todas as
Guardas Municipais, contribuindo para o fortalecimento e institucionalização do
Sistema Único de Segurança Pública – SUSP.

A Matriz Curricular Nacional para a Formação das Guardas Municipais tem


por objetivo enfatizar a atuação das Guardas Municipais na prevenção da
violência e criminalidade, destacando o papel dos Municípios no SUSP, assim
como estabelecer diretrizes e princípios que norteiem a atuação das Guardas
Municipais existentes nas diversas regiões do país, respeitando e considerando
as especificidades regionais.

Para a elaboração deste documento foram utilizadas todas as referências


de atuação das Guardas Municipais existentes no país, sendo também
convidados representantes de diferentes instituições que atuam como gestores
municipais. Como fim principal, busca-se, com esta iniciativa, o fortalecimento
da cidadania e a construção de um forte relacionamento entre os profissionais
da Guarda Municipal e a sociedade, baseado no respeito, na confiança e no
compromisso com a paz.

3
ÍNDICE

I- O que é a Matriz Curricular Nacional para Formação das Guar- 06


das Municipais
II- Princípios Orientadores da Matriz Curricular 08
III- Objetivo Geral da Matriz Curricular 10
IV Objetivos Específicos da Matriz Curricular 11
V- Áreas de Reflexão 12
V.1- Ética, Cidadania, Direitos Humanos, Segurança 12
Pública e Defesa Social
V.2- A sociedade, sua organização de poder e a Segurança 13
Pública
V.3- O indivíduo como sujeito e suas interações no contex- 13
to da Segurança Pública
V.4- Diversidade, Conflitos e Segurança Pública. 14
VI- Temas Básicos 15
VI.1- O papel da Guarda Municipal e a Gestão Integrada em 15
Segurança Uebana
VI.2- Técnicas e procedimentos da Guarda Municipal 16
VI.3- Conhecimento do Espaço Urbano local 16
VI.4- Cultura e Conhecimentos Jurídicos 17
VI.5- Violência, Crime e Controle Social 18
VI.6- Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críti- 18
cos
VI.7- Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador 19
VI.8- Comunicação, Informação e Tecnologias em Seguran- 20
ça Pública
VII- Orientações Metodológicas 21
VIII Avaliação do Ensino e da Aprendizagem 23
-
IX- Sugestões para o planejamento de cursos destinados às Guar- 26
das Municipais
IX.1- Fase preparatória aos cursos 26
IX.2- Sensibilização e introdução aos cursos 28
X- Disciplinas e Programas necessários à Formação das 30
Guardas Municipais
Módulo I O Papel das Guardas Municipais e a Gestão Inte- 30
grada da Segurança Pública em nível Municipal
I.1. Funções e atribuições das Guardas Municipais 31
I.1.1. Análise e discussão crítica das relações humanas no 31
4
cotidiano das Guardas Municipais
I.1.2. Ética, Direitos Humanos e Cidadania 31
I.1.3. Diferentes concepções de Políticas de Segurança 32
Pública e das funções dos profissionais de Segurança
Pública Urbana numa Sociedade Democrática
I.1.4. Legislação 33
I.1.5. Técnicas e Procedimentos Operacionais das Guardas 34
Municipais
I.1.6. Segurança Patrimonial, Prevenção e Combate a 35
Incêndios
I.1.7. Noções Básicas de Primeiros Socorros 35
I.2. A Gestão Integrada da Segurança Pública 35
I.2.1. Sistema Único de Segurança Pública – SUSP 36
I.2.2. Gestão Integrada de Segurança Pública Municipal 36
Módulo II Apropriação do Espaço Público 36
II.1. Espaço Público, Guarda Municipal e Comunidade 37
Módulo III Estrutura e Conjuntura para a prática da Cidadania 38
III.1. Violência e (In)Segurança Pública 38
III.2. Movimentos Sociais 39
III.2.1. Conhecer o Papel dos Movimentos Sociais na socie- 39
dade
III.2.2. Conhecer a diversidade e os conteúdos dos principais 39
Movimentos Sociais no Brasil
III.2.3. Conhecer os Movimentos Sociais em seu Estado e 40
Município
III.3. Atividades Sócio-pedagógicas da Guarda Municipal de 40
caráter preventivo
III.3.1. Na comunidade escolar e entorno 40
III.3.2. No ordenamento do trânsito 41
III.3.3. Na preservação Ambiental 42
III.4. O uso legal e progressivo da força, da arma de fogo e 42
defesa pessoal
III.4.1. O uso legal e progressivo da força 42
III.4.2. Condicionamento físico 43
III.4.3. Defesa pessoal 43
III.4.4. Emprego de equipamentos não letais e letais 43
Módulo IV Comunicação e Gerenciamento da Informação 48
IV.1. Comunicação, Informação e Tecnologias em Seguran- 48
ça Pública
Módulo V Relações e Condições de Trabalho das Guardas 48
Municipais
V.1. Relação Jurídica do Trabalho (direitos e deveres) 49
Módulo VI Atividades Extra-Classe e Avaliação 49
VI.1. Palestras 49
VI.2. Avaliação 49
5
Referências Bibliográficas 50
Carga horária total 52
MATRIZ CURRICULAR NACIONAL PARA A FORMAÇÃO DAS GUARDAS
MUNICIPAIS

I - O QUE É A MATRIZ CURRICULAR NACIONAL PARA A FORMAÇÃO DAS


GUARDA MUNICIPAIS.

Um referencial nacional para a formação em Segurança Pública, denomi-


nado Matriz Curricular Nacional, foi apresentado e discutido em Seminário
realizado em Brasília em março de 2004. É na continuidade desta iniciativa que
se inscreve o presente documento: Matriz Curricular Nacional para a Formação
das Guardas Municipais. Neste contexto, a SENASP propõe um conjunto de
ações visando a qualificação das Guardas Municipais em todo o país. Estas
ações poderão ser operacionalizadas pelos Municípios em parceria com Univer-
sidades, organizações governamentais e não governamentais, e em cooperação
com o Estado e a União.

A formação em Segurança Pública constitui hoje uma necessidade de âm-


bito nacional. Ela deve estar baseada no compromisso com a cidadania e a
educação para a paz articulando-se, permanentemente, com os avanços cientí-
ficos e o saber acumulado. Torna-se necessário identificar e propor modalidades
concretas de realização e aprimoramento das práticas educacionais nesta área.

O Programa de Segurança Pública para o Brasil propõe a constituição de


um sistema educacional único para todas as polícias estaduais e demais órgãos
de Segurança Pública. Neste sentido, a Matriz Curricular Nacional para as
Guardas Municipais constitui referência, favorecendo a reflexão unificada sobre
as diferentes demandas e contribuindo para a busca de respostas a problemas
identificados na formação destes profissionais.

Como expressão de princípios e metas de um processo educativo, a Matriz


Curricular Nacional para Formação de Guardas Municipais visa proporcionar a
todo(a)s este(a)s profissionais instrumentos através dos quais, de maneira
autônoma, consigam refletir criticamente sobre o Sistema de Segurança Pública
e empreender ações que colaborem com eficácia no Plano de Segurança de sua
cidade.

A palavra “matriz” remete às idéias de “criação” e “geração” que norteiam


uma concepção mais abrangente e dinâmica de currículo. Isto significa propor
instrumentos que permitam orientar as práticas formativas em Segurança Públi-
ca permitindo a unidade na diversidade a partir do diálogo entre Áreas de Refle-

6
xão e os Temas Básicos como veremos a seguir. Na matemática, o termo
“matriz” remete à noção de um arranjo não linear de elementos que podem
representar a combinação de diferentes variáveis.

Nesse sentido, a Matriz Curricular Nacional para as Guarda Municipais su-


pera a configuração de currículo acabado e expressa o conjunto de elementos a
serem “combinados” na elaboração dos currículos específicos.

A Matriz Curricular, ao mesmo tempo em que oportuniza o respeito às di-


versidades regionais, sociais, econômicas, culturais e políticas existentes no
país, possibilita a construção de referências nacionais que possam traduzir os
“pontos comuns” que caracterizam a formação das Guardas Municipais nos
diversos municípios brasileiros.

Se existem diferenças sociais e culturais, que determinam diferentes ne-


cessidades de aprendizagem, existe também o que é comum a todos. As Guar-
das Municipais de qualquer lugar do Brasil devem ter o direito e a possibilidade
de aprender.

A Matriz Curricular Nacional para Guardas Municipais é mais ampla que um


currículo ou conjunto de conteúdos de ensino na medida em que valoriza a
capacidade de utilização crítica e criativa dos conhecimentos, não se restringin-
do ao simples acúmulo de informações. Tanto nos objetivos quanto no significa-
do das Áreas de Reflexão e dos Temas Básicos que devem perpassá-la, aponta
caminhos para enfrentar as situações cotidianas concretas encontradas pelas
Guardas Municipais.

7
II - PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA MATRIZ CURRICULAR

ƒ Todo processo formativo deve contribuir para aprimorar as práticas, mo-


bilizando conhecimentos teóricos acumulados, valorizando as vivências e o saber
prévio de cada um.

ƒ Direitos Humanos e Cidadania são referenciais éticos, promovendo e


valorizando o respeito à pessoa, a justiça social e a compreensão das diferenças.

ƒ Partir da realização de um diagnóstico geral e circunstanciado da situa-


ção do Município, que ofereça uma imagem clara de suas realizações, carências,
necessidades e demandas, da situação da criminalidade, bem como de todo tipo
de recursos disponíveis. O diagnóstico necessita envolver os vários segmentos
sociais e institucionais que lidem com questões de Segurança Pública.

ƒ A metodologia deve valorizar os fatos e eventos atuais que quando per-


tinentes, devem ser discutidos e incluídos no conteúdo das disciplinas. Ela deve
também levar em conta e valorizar as experiências bem sucedidas em outros
municípios.

ƒ Formação promovendo e facilitando a integração das Guardas Munici-


pais ao SUSP (Sistema Único de Segurança Pública).

ƒ Interdisciplinaridade na formação: mobilização de conhecimentos oriun-


dos de disciplinas e saberes distintos.

ƒ Universalidade e Especificidade: Alguns conteúdos, métodos e referên-


cias devem apresentar-se de maneira padronizada no conjunto das ações como,
por exemplo, a noção de cidadania ou algumas técnicas de atuação profissional.
Por outro lado, levando-se em conta a diversidade que caracteriza o país os
processos educativos deverão manter-se sincronizados e adequados às realida-
des específicas de cada Município.

ƒ Necessidade de garantir formação para o maior número possível de pro-


fissionais, incluindo-se a formação de formadores.

ƒ Garantir a observância das diferenças existentes na formação dos pro-


fissionais que integram a Guarda Municipal, fomentando a qualificação do ensino
fundamental aos que necessitarem.

8
ƒ Formação e capacitação profissional continuada, devendo ser imple-
mentada pelo poder público em articulação com a sociedade civil.

ƒ Proporcionar, a partir da formação, o resgate e valorização da auto-


estima dos profissionais das Guardas Municipais e o resgate da cidadania.

ƒ Avaliação e acompanhamento sistemático das ações formativas, garan-


tindo as alterações necessárias em tempo real.

9
III – OBJETIVO GERAL DA MATRIZ CURRICULAR

Contribuir na construção da identidade profissional da Guarda Municipal, de


suas funções e competências específicas, para criar e aperfeiçoar padrões
comuns nacionais de organização, gestão e atuação.

As funções e atribuições das Guardas Municipais ampliaram, na prática,


aquelas previstas no artigo 144 da Constituição Federal, que se limitam à prote-
ção dos bens, serviços e instalações municipais. Elas se multiplicaram ao longo
dos anos acompanhando o crescimento das cidades e a complexidade dos
problemas de urbanização.

A prevenção constitui hoje a principal missão da Guarda Municipal e pode


assumir diferentes formas, exigindo também modos operacionais diversificados,
segundo o tipo de Município aonde atua.

É no espaço público que ela vai exercer a maior parte de suas funções, tais
como: garantir a ocupação e a utilização democrática deste mesmo espaço
público, garantir o respeito dos direitos fundamentais do cidadão na vida cotidia-
na, proteger o meio ambiente e o patrimônio ecológico, detectar todo tipo de
deficiências e panes que impedem a livre circulação do cidadão e a correta
utilização dos serviços públicos urbanos. Sua presença, reconhecida pela
população, também contribui para prevenir e mediar pequenos conflitos.

Mas o diálogo e a persuasão são os seus principais recursos tanto no ge-


renciamento de conflitos quanto na educação do cidadão para o respeito à lei no
espaço público.

Além do mais, a Guarda Municipal deve participar do acesso dos cidadãos


aos seus direitos, sendo capaz de orientá-los. Para tal, deverá conhecer os
direitos de cada um, bem como conhecer as entidades habilitadas a atender e
orientar particularmente as vítimas.

Por todas estas atribuições, os(as) Guardas Municipais tornam-se verda-


deiros agentes da cidadania. Mas esta identidade ainda está em construção. A
presente Matriz Curricular constitui um importante instrumento deste processo.

10
IV - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA MATRIZ CURRICULAR

Os objetivos específicos devem contribuir para o(a) Guarda Municipal:

ƒ Perceber-se como agente da cidadania e construir sua identidade como


educador, mediador e agente de prevenção, utilizando o diálogo como importan-
te instrumento para mediar conflitos e tomar decisões;

ƒ Compreender o exercício de sua atividade como prática da cidadania,


motivando-o a adotar no dia a dia, atitudes de justiça, cooperação interna e com
outros órgãos parceiros, e respeito à lei, valorizando a diversidade que caracte-
riza a sociedade brasileira e posicionando-se contra qualquer discriminação
baseada em diferenças culturais, étnicas, de classe social, de crenças, de
gênero, de orientação sexual e em outras características individuais e sociais;

ƒ Perceber-se como agente transformador da realidade social e histórica


do país;

ƒ Conhecer e dominar as diversas técnicas para o desempenho se suas


funções;

ƒ Compreender os limites legais e ético-profissionais do uso da força;

ƒ Utilizar diferentes linguagens, fontes de informação e recursos tecnoló-


gicos para construir e afirmar conhecimentos sobre a realidade e as situações
que requerem a atuação da Guarda Municipal;

ƒ Desenvolver o conhecimento de si mesmo e o sentimento de confiança


em suas capacidades técnica, cognitiva, emocional, física e ética.

11
V – ÁREAS DE REFLEXÃO

As Áreas de Reflexão constituem o referencial teórico que tem o papel de


estruturar o conjunto dos conteúdos formativos e inspirar o sentido político-
pedagógico de uma Matriz Curricular para a formação das Guardas Municipais.

Tendo em vista estas funções, foram selecionadas quatro áreas de reflexão


que pela sua natureza são pertinentes na discussão da Segurança Pública no
Brasil e das atribuições das Guardas Municipais. Elas envolvem problemáticas
sociais urgentes de abrangência nacional.

As quatro Áreas de Reflexão são as seguintes:

ƒ Ética, Cidadania, Direitos Humanos, Segurança Pública e Defesa Social;

ƒ Sociedade, sua organização de poder e a Segurança Pública;

ƒ O indivíduo como sujeito e suas interações no contexto da Segurança


Pública;

ƒ Diversidade, Conflitos e Segurança Pública.

V.1 - Ética, Cidadania, Direitos Humanos, Segurança Pública e Defesa


Social

Esta área de reflexão visa estimular o desenvolvimento de conhecimentos,


práticas e atitudes relativas à dimensão ética da existência, da prática profissio-
nal e da vida social. É importante refletir sobre as articulações entre as diferen-
tes noções de ética, cidadania e direitos Humanos, bem como suas implicações
nos diferentes aspectos da vida profissional e institucional.

Conteúdos Pertinentes:

12
ƒ Ética, política e cidadania;
ƒ Direitos Humanos, Segurança Pública e Defesa Social.

V.2 - Sociedade, sua organização de poder e a Segurança Pública

É a área de reflexão que traduz a necessidade de conhecer e pensar a rea-


lidade social enquanto um sistema, sua organização e suas tensões, estudadas
do ponto de vista histórico, social, político, antropológico, cultural e ambiental. É
importante propiciar a reflexão sobre conceitos políticos fundamentais tais como
“Democracia” e “Estado de Direito”, considerando igualmente as questões
levantadas pela convivência no espaço público – local principal de atuação das
Guarda Municipais, e a co-existência de interesses e intenções conflitantes.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ História social e econômica do Brasil, do Estado e do município;


ƒ Sociedade, povo e Estado brasileiro;
ƒ Cidadania, democracia e Estado de direito;
ƒ Formas de sociabilidade e utilização do espaço público.

V.3 - O indivíduo como sujeito e suas interações no contexto da Segurança


Pública

Esta área de reflexão se fundamenta pela necessidade de considerar o(a)


Guarda Municipal como sujeito que desenvolve sua função em interação perma-
nente com outros sujeitos. É importante discutir as representações que cada
participante tem a respeito de si mesmo e das relações que estabelece, em
particular, no contexto do exercício da sua profissão.

Deve permitir que os próprios processos educativos sejam vivenciados,


sentidos e entendidos no seu decorrer como momentos de interação e encontro
e incluam, para tanto, metodologias permitindo que as relações entre participan-
tes sejam estimuladas, aprimoradas e discutidas.

Conteúdos Pertinentes:

13
ƒ Sensibilização, motivação e integração de grupo;
ƒ Focalização dos aspectos humanos da profissão;
ƒ Relações humanas;
ƒ Auto-conhecimento e valores pessoais.

V.4 - Diversidade, Conflitos e Segurança Pública

Cabe proporcionar ao(à) Guarda Municipal alguns instrumentos para co-


nhecer e refletir sobre inúmeras expressões da diversidade como fenômeno
inerente à vida social e às relações humanas e como direito fundamental da
cidadania. Esta área deve permitir a reflexão permanente sobre as intervenções
dos órgãos de Segurança Pública e da Guarda Municipal frente às realidades
que envolvem questões de diferença sócio-cultural, gênero, orientação sexual,
etnia, geração, comportamentos estigmatizados e especialmente aquelas que se
tornam geradoras de conflitos marcados por intolerância e discriminação. Esta
área deve permitir também a reflexão sobre a atuação dos órgãos de Segurança
Pública e da Guarda Municipal frente aos movimentos sociais.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ As diferenças regionais e culturais no Brasil;


ƒ A migração interna e suas causas;
ƒ A situação do negro e do índio na sociedade brasileira;
ƒ Violência doméstica e de gênero;
ƒ A situação do idoso nos grandes centros urbanos;
ƒ A criança e o adolescente em dificuldade com a lei: vítima ou infrator?
ƒ O morador de rua: causas e procedimentos para atendê-lo;
ƒ O direito de expressão e de reunião.

14
VI - TEMAS BÁSICOS

Os Temas Básicos são aqueles considerados indispensáveis à formação


das Guardas Municipais para o desempenho de suas funções. Eles concorrem
para a construção dos currículos, devendo estar articulados com as Áreas de
Reflexão e em conformidade com as especificidades locais, com os planos
diretores e de segurança de cada município, sempre que estes existirem.

VI.1 - O papel da Guarda Municipal e a Gestão Integrada em Segurança


Urbana

Este Tema Básico possibilita a compreensão das estruturas organizacio-


nais, da história e da dinâmica da Guarda Municipal e demais Instituições de
Segurança Pública. É relevante a discussão crítica e contextualizada da atuação
dos diferentes órgãos e carreiras profissionais que compõem as organizações
responsáveis pela promoção e preservação da ordem pública e a proteção do
cidadão, destacando as competências, os pontos de articulação existentes, as
interfaces e a interatividade das respectivas ações, com vistas a instrumentalizar
a Guarda Municipal para sua participação no desenvolvimento das políticas
integradas de Segurança Urbana.

A segunda vertente deste Tema Básico é exatamente a Gestão Integrada


em Segurança Urbana. Trata-se de um tema complexo que constitui um impor-
tante conteúdo de formação. Ele deverá contribuir para a compreensão crítica
dos princípios, estruturas, processos e métodos adotados na formulação e
execução das políticas de segurança urbana. É fundamental situar o(a) Guarda
Municipal como servido(a)r inscrito(a) num conjunto integrado de sistemas de
implementação de políticas públicas. Por isso, cada vez que for implementado
um plano municipal de Segurança Pública, a Guarda Municipal deverá estar
associada a todas as etapas, desde o planejamento, até a avaliação permanente
do plano.

15
Conteúdos Pertinentes:

ƒ Funções e atribuições das Guardas Municipais (prevenção, mediação,


educação, articulação/integração com a comunidade);
ƒ Discussão e análise crítica das funções e atribuições da Guarda Munici-
pal em uma sociedade democrática;
ƒ Funções e atribuições da Polícia Civil e da Polícia Militar;
ƒ Conceito de Segurança Pública e diferentes paradigmas de Segurança
Pública;
ƒ História das Guardas Municipais e outras Instituições de Segurança Pú-
blica;
ƒ Compreensão da formulação de políticas públicas de segurança em âmbi-
to municipal;
ƒ Gestão integrada e interatividade em Segurança Pública: o papel da
Guarda Municipal;
ƒ Filosofia e modelos de guardas comunitárias, interativas e de prevenção;
ƒ Controle democrático interno e externo das Instituições de Segurança Ur-
bana;
ƒ Poder de polícia, o poder da polícia e o poder discricionário do(a) guarda
municipal;
ƒ Responsabilidade social do Servidor Público;
ƒ Planejamento estratégico aplicado à Segurança Urbana.

VI.2 - Técnicas e Procedimentos da Guarda Municipal

As funções e atribuições das Guardas Municipais se traduzem em técnicas e


procedimentos cujo conhecimento elas precisam adquirir e cuja prática elas
precisam dominar.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Técnicas de abordagem;
ƒ Técnicas de defesa pessoal;
ƒ Técnicas de contenção, imobilização e condução;
ƒ Técnicas de mediação;
ƒ Técnica de preservação do local do crime;
ƒ Presença institucional própria à Guarda Municipal;
ƒ Segurança comunitária;
ƒ Planejamento de ação integrada;
ƒ Métodos de intervenção;
ƒ Análise da situação;
ƒ Informações sobre proteção às testemunhas;
ƒ Uso legal e progressivo da força e da arma de fogo.

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VI.3 - Conhecimento do Espaço Urbano local

As missões da Guarda Municipal, bem como suas técnicas e procedimen-


tos devem apoiar-se num conhecimento profundo da realidade aonde são
exercidas. A apropriação do espaço público, passa também pela apropriação
dos problemas que lhe são inerentes: o processo de ocupação do solo urbano e
as conseqüências na qualidade de vida, os tipos de conflito dos quais ele é
palco. Passa também pelo conhecimento das potencialidades e recursos do
Município para superá-los.
Em profunda sintonia com a população, a Guarda Municipal deverá sentir-
se à vontade neste espaço que ela domina para poder prevenir, proteger e
educar.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Geografia da cidade;
ƒ Processo de urbanização e suas conseqüências na qualidade de vida;
ƒ Situação sócio-econômica do município;
ƒ Meio ambiente e sustentabilidade;
ƒ Plano diretor da cidade;
ƒ Identificação das áreas de conflito;
ƒ Competências específicas do município.

VI.4 – Cultura e Conhecimentos Jurídicos

É necessário o conhecimento do ordenamento jurídico brasileiro, seus prin-


cípios e normas, com destaque para a legislação pertinente às atividades da
Guarda Municipal. É importante que o tratamento das questões jurídicas não se
dissocie das demais perspectivas de compreensão da realidade, tanto no pro-
cesso quanto na prática profissional.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Direitos Humanos, sua história e instrumentos de garantia;


ƒ Direito, sua concepção e função;
ƒ Elementos de Direito Constitucional;
ƒ Elementos de Direito Administrativo;
ƒ Elementos de Direito Penal e Direito Processual Penal;

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ƒ Legislações especiais aplicáveis no âmbito da Segurança Pública em ge-
ral e das Guardas Municipais em particular: legislação de proteção ao
meio ambiente, lei de entorpecentes (tráfico e uso), Estatuto da Criança e
do Adolescente, Estatuto do Idoso, Direitos do Consumidor, Estatuto do
Desarmamento, Lei dos Crimes Hediondos, Lei dos Crimes de Tortura;
ƒ Lei orgânica do Município;
ƒ Códigos de posturas;
ƒ Competências específicas do Município.

VI.5 - Violência, Crime e Controle Social

Este Tema Básico estabelece um espaço de conhecimento crítico e de re-


flexão acerca dos fenômenos da violência e do crime em suas diversas manifes-
tações, proporcionando a compreensão de suas diferentes causas e formas de
controle. É importante entender a diferença entre a modalidade jurídico-penal de
tratar a violência e outras modalidades.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Sociologia da violência;
ƒ Violência estrutural, institucional e interpessoal;
ƒ Noções de criminologia;
ƒ Processos criminógenos, psicologia criminal e das interações conflitivas;
ƒ Jovens em conflito com a lei (Estatuto da Criança e do Adolescente);
ƒ Violência e corrupção no serviço público;
ƒ Crime organizado: conceituação e análise crítica;
ƒ Sistema penal, processos de criminalização e práticas institucionais de
tratamento dos autores de atos delitivos;
ƒ Violência da escola e violência na escola;
ƒ Violência e grupos vulneráveis;
ƒ Violência doméstica e de gênero;
ƒ Rede de exploração sexual comercial;
ƒ Mídia, violência e (in)segurança.

VI.6 - Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos

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O espaço público é palco de disputas e conflitos em torno de sua utilização,
quando, em geral, está em jogo o respeito à lei. Ele é também palco de enfren-
tamentos das mais diferentes naturezas, tanto entre pessoas como entre indiví-
duos e grupos, a maior parte das vezes fruto de comportamentos discriminató-
rios e/ou do desconhecimento dos direitos de cada um. E, finalmente, ele é
palco de manifestações dos mais variados tipos, ligadas em geral a lutas de
caráter social ou político. É pelo tipo de tratamento dado a estas situações, a
mediação, que a Guarda Municipal vai se diferenciar das missões próprias da
Polícia Militar e afirmar a sua identidade.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Conceituação de espaço público e legislação relativa à sua utilização;


ƒ Conflitos no espaço público municipal: tarefas da Guarda Municipal, ta-
refas da Polícia;
ƒ Mediação de conflitos: princípios, técnicas e procedimentos;
ƒ Preparação psicológica e emocional do “gerenciador” de conflitos;
ƒ Tomada de decisão em situações de conflito;
ƒ Uso legal e progressivo da força, da arma de fogo e defesa pessoal –
legitimidade e limites: formas, responsabilidade e ética;
ƒ Responsabilidade do(a)s aplicadores da lei;
ƒ Articulação/integração com a comunidade na gestão de conflitos.

VI.7 - Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador

O processo formativo deverá incluir metodologias que valorizem o(a)s


Guardas Municipais e lhes permitam ter uma positiva imagem de si como sujeito
e enquanto membro de uma instituição. O Tema Básico de valorização profis-
sional deve ser incluída no rol dos conteúdos curriculares para contribuir com a
criação de uma cultura efetiva de respeito e bem-estar do(a)s profissionais. No
caso das Guardas Municipais em particular, a valorização profissional não se
restringe a questões relacionadas à remuneração e planos de carreira, mas
também à sua identidade institucional, condições de trabalho, equipamentos
disponíveis e acesso às atividades de formação.

Este Tema Básico deve incluir a abordagem de um aspecto capital da pro-


fissão: a valorização e a proteção da vida e da integridade física, mental e

19
emocional do(a) guarda municipal. É imprescindível abordar a questão do
estresse e de suas conseqüências.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Condições de trabalho saudáveis e equipamentos adequados;


ƒ A saúde do(a) Guarda Municipal;
ƒ Desempenho profissional, procedimentos e técnicas para proteção à vi-
da;
ƒ Imagem do(a) profissional das Guardas Municipais;
ƒ Gestão de Recursos Humanos;
ƒ Plano de carreira e Relações de Trabalho;
ƒ Exercício físico.

VI.8 - Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública

Este Tema Básico inclui conteúdos relativos aos princípios, procedimentos


e técnicas de comunicação, isto é, aos processos de troca e transferência de
informação, seja dentro da própria Guarda, entre ela e os outros órgãos de
Segurança Pública, com a comunidade e a opinião pública em geral. É importan-
te para o(a) Guarda Municipal conhecer o sistema de comunicação e de geren-
ciamento da informação que estrutura o sistema de Segurança Pública no
estado e no município.
Há uma outra vertente do tema que consiste no papel da Guarda Municipal
no registro das ocorrências atendidas pelo Município associadas às informações
criminais produzidas pelas polícias estaduais. Este gerenciamento inclui tanto a
padronização da coleta de dados quanto a sua organização e análise.
Além disto, a prática de planejamento de ações baseada em diagnóstico
prévio deve transformar-se numa verdadeira cultura, pois é uma das condições
da autonomia intelectual do(a) Guarda Municipal, tornando-o(a) capaz de com-
preender e sistematizar a sua própria experiência.

Conteúdos Pertinentes:

ƒ Comunicação Institucional (interna e em âmbito Municipal);


ƒ Comunicação verbal e corporal;
ƒ Comunicação de massa e sistema de Segurança Pública: princípios, mei-
os e formas de comunicação;
ƒ O papel da mídia como formador de opinião pública;
ƒ Sistemas de telecomunicações interno e externo;
ƒ Padronização de registro de ocorrências;

20
ƒ Geoprocessamento de informações criminais, urbanas, sócio-econômicas
e planejamento da atuação local das Guardas;
ƒ Novas tecnologias da informação.

VII - ORIENTAÇOES METODOLÓGICAS

A presente Matriz Curricular Nacional oferece um referencial pedagógico


que visa a promoção efetiva de uma competência coletiva profissional das
Guardas Municipais contribuindo na construção de sua identidade em nível
nacional.

A Matriz Curricular concebe a formação das Guardas Municipais como


um processo complexo e continuado. Considera a Guarda Municipal responsá-
vel por sua formação e desempenho profissional no campo de atuação que lhe é
próprio. A formação deverá assim assegurar-lhe a autonomia e a capacidade
crítica necessárias para adquirir sempre novos conhecimentos e ser capaz de
progredir em permanência na sua prática profissional.

A proposta educativa contida nesta Matriz apóia-se sobretudo no princípio


da Unidade na Diversidade: as interações entre os diferentes componentes
curriculares garantem a unidade necessária preservando, ao mesmo tempo, as
singularidades e peculiaridades locais.

Para assegurar esta articulação entre os componentes curriculares como


resposta à imensa diversidade da realidade nacional, é preciso que as institui-
ções de ensino planejem suas ações educativas, ultrapassando seus hábitos,
rotinas, culturas profissionais, baseando-se na análise crítica de suas próprias
ações pedagógicas.

No quadro destas orientações as práticas educativas preconizadas pela


Matriz Curricular devem conduzir a Guarda Municipal a:

21
ƒ Desenvolver e transformar progressivamente suas capacidades intelec-
tuais e afetivas para o domínio de conhecimentos, habilidades, hábitos e atitu-
des pertinentes para o desempenho profissional;

ƒ Ser capaz de sistematizar a sua própria experiência;

ƒ Compreender a complexidade das situações de trabalho e das práticas


de Segurança Pública, identificando rotinas e riscos das decisões tomadas;

ƒ Ampliar o repertório de competências profissionais;

ƒ Tornar-se responsável pelo próprio desenvolvimento pessoal;

ƒ Desenvolver sua curiosidade intelectual e sua co-responsabilidade pela


aprendizagem.

Esta prática educativa deve também assegurar a coerência com os princí-


pios do SUSP, as diretrizes nacionais e com a filosofia institucional e ainda
favorecer a criação de estratégias para um ensino comprometido com a trans-
formação pessoal, social e profissional. Deve finalmente garantir a articulação
das Áreas de Reflexão com os Temas Básicos por meio de recursos interdisci-
plinares, verificando constantemente a articulação entre teoria e prática. Como
proposta metodológica para o alcance das metas estabelecidas, sugere-se
trabalhar com estudos de casos a partir da análise do Diagnóstico de Segurança
Municipal, enfocando a pratica cotidiana da Guarda Municipal e possíveis pro-
postas de intervenção.
A avaliação continuada das práticas de aprendizagem também deve ser
garantida, proporcionando uma avaliação diuturna, para que as adequações
necessárias possam ser feitas em tempo real, incluindo a realização de avalia-
ção do corpo docente.

22
VIII – AVALIAÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

É importante considerar a importância da avaliação da aprendizagem


assim como a avaliação global do próprio curso. A avaliação deve incluir critérios
gerais constituídos por indicadores de diferentes naturezas, estratégias, proce-
dimentos, técnicas e instrumentos, visando a reorganização permanente dos
processos de ensino e aprendizagem. Nesta abordagem, a avaliação não se
reduz a critérios de aprovação e reprovação. Muito mais constitui a base para
um acompanhamento e monitoramento permanentes da qualidade e da eficácia
das práticas formativas. O objetivo essencial da avaliação é auxiliar aos docen-
tes e discentes a visualizarem a qualidade do processo ensino/aprendizagem, a
partir de critérios definidos e transparentes. Para isso são necessárias técnicas
para coleta de dados, tais como observação participante, entrevistas individuais
e coletivas, auto-avaliação, o que demanda a associação de instrumentos e
procedimentos de natureza qualitativa e quantitativa.

A avaliação deve ser considerada como fenômeno complexo cujos resul-


tados não pertencem somente ao professor, mas também ao participante. Isso
se faz necessário para que o ele(a) possa ter consciência sobre a qualidade de
sua produção e a partir desta possa buscar novos conhecimentos que possibili-
tem uma formação coerente com os objetivos institucionais e as demandas da
realidade daquela Guarda Municipal.

A avaliação de aprendizagem verifica o aproveitamento do ponto de vista


teórico e prático. Do ponto de vista teórico, instrumentos como avaliação escrita,
oral e trabalhos em grupo devem ser utilizados.
23
A avaliação prática é um instrumento importante que pode ser aplicado
nas disciplinas que exijam uma maior compreensão da relação teoria/prática e
pode ser planejada de forma criativa com o objetivo de colocar o participante em
situação de solução de problemas concretos a partir de conteúdos que lhe foram
apresentados durante o curso. Elas devem ser implementadas a partir de dinâ-
micas, oficinas, dramatizações ou simulados que reproduzam situações vivenci-
adas visando a análise do conteúdo programático e sua aplicação no cotidiano
das Guardas Municipais. Objetivando a eficácia na avaliação pratica deve ser
considerado um limite de participantes por grupo e a presença de observadores
que auxiliem o discente neste processo.

Nesse contexto é necessário levar em conta o diagnóstico dos problemas


mais freqüentes enfrentados pela Guarda daquele Município e selecionar temas
e conteúdos relacionados a essas situações previamente identificadas, como
por exemplo, técnicas de abordagem a pessoas e veículos, mediação de confli-
tos no espaço público, primeiros socorros, situações no trânsito entre outros.

A avaliação do curso deve ser realizada durante todo o processo e discu-


tidos os resultados de maneira que melhorias possam ser introduzidas durante a
sua execução. Dessa forma torna-se possível aprimorar o mais imediatamente
possível as atividades e processos realizados, beneficiando o curso em anda-
mento.

Para isso é necessário o acompanhamento sistemático do curso que po-


de ser realizado através dos seguintes instrumentos:

ƒ Observação direta das aulas e atividades;


ƒ Reuniões formais ou informais, individuais ou em grupo com o(a)s a-
lunos, professore(a)s, palestrantes, coordenação geral, coordenado-
res operacionais e pedagógicos;
ƒ Aplicação de instrumentos (questionários) escritos junto aos partici-
pantes.

Em relação aos instrumentos escritos para avaliação geral do curso é ne-


cessário caracterizar e investigar em três momentos distintos:

ƒ No início do curso, levantando as expectativas dos participantes em re-


lação ao curso com o objetivo de verificar se essas expectativas estão de acordo
com os objetivos, o programa e o método. Esse instrumento deve ser aplicado
após o participante tomar conhecimento do conteúdo programático do curso e
deve conter perguntas que ajudem a avaliar suas expectativas, seus receios e
ansiedades, suas sugestões e como considera que os conhecimentos que serão
obtidos possam ajudá-lo em suas atividades profissionais. Também pode ser
aplicado a cada professor, ao final de seu módulo um pequeno questionário (ou
relatório) no qual ele possa avaliar a participação da turma, sua integração, o
24
impacto daquele conteúdo, sua própria atuação com o grupo, carga horária,
metodologia, recursos disponíveis, sugestões etc.

ƒ Na metade do curso, avaliando como está se desenvolvendo o processo


ensino / aprendizagem, o que pode ser revisto e redirecionado para melhor
alcançar os objetivos daquela ação de formação. Deve conter perguntas que
identifiquem se as expectativas dos participantes estão sendo atendidas, sua
avaliação sobre dinâmicas e técnicas empregadas, sua integração com o grupo,
a organização geral, sua própria participação (auto-avaliação), sugestões para
melhorias, entre outras;

ƒ Ao final do curso, avaliação geral dos participantes. Deve conter pergun-


tas que façam o participante refletir e avaliar o curso de forma global, em aspec-
tos tais como:
conteúdo programático: aplicabilidade no cotidiano (necessidades profissionais),
compreensão dos objetivos de cada disciplina;
infra-estrutura: organização geral, condições gerais do local, qualidade dos
recursos audiovisuais, pessoal de apoio, adequação de horários, nº de partici-
pantes, acesso ao local do curso;
coordenação: habilidade, comunicação, relacionamento, resolução de proble-
mas;
professores e palestrantes: conhecimento e domínio do assunto desenvolvido,
facilidade de comunicação e relacionamento com o grupo, capacidade de incen-
tivar a troca de experiências e o conhecimento;
auto-avaliação: compreensão dos conteúdos das disciplinas pelo próprio partici-
pante, integração com os demais, seu interesse e participação, freqüência e
pontualidade e ainda os tipos de mudanças que ele(a) identifica em si mesmo a
partir do curso.

25
IX - SUGESTÕES PARA O PLANEJAMENTO DE CURSOS DESTINADOS ÀS
GUARDAS MUNICIPAIS

As sugestões abaixo se inspiram em duas experiências de formação de


Guardas Municipais realizadas no Estado do Rio de Janeiro e nas avaliações
que foram feitas a respeito. Trata-se do curso destinado à Guarda Municipal do
Município de Niterói realizado em 2003 e do curso para as Guardas Municipais
de Maricá, Cabo Frio e São Pedro d’Aldeia realizado em 2004. Ambos resultam
da parceria entre a SENASP e a Universidade Federal Fluminense (UFF), a qual
foi responsável pela coordenação e implementação da atividade docente. Essas
duas experiências foram submetidas a um processo de avaliação e acompa-
nhamento (externos à UFF), desenvolvido pelo CAPEC (Centro de Assessora-
mento a Programas de Educação para a Cidadania) em parceria com a
SENASP e que resultou em um relatório de avaliação incluindo propostas e
sugestões.
A estas experiências do Rio de Janeiro, foram agregadas idéias e suges-
tões a partir da experiência em formação de outros municípios.

IX.1 - Fase Preparatória aos Cursos

Esta fase consiste em criar as condições para o bom funcionamento do


26
curso. Mais concretamente significa escolher os temas e construir os conteúdos
que serão tratados e debatidos com os participantes, definir a metodologia.
Consiste também no estabelecimento de objetivos claros que possam orientar o
processo de avaliação.

Esta atividade preparatória implica em:

1- Estabelecer parcerias com Universidades e outras Instituições de


Ensino e Pesquisa, entidades governamentais, ONGs, associações.

Estas parcerias devem contribuir ao aprofundamento dos temas tratados,


bem como à interdisciplinaridade a ser desenvolvida nas formações. Elas de-
sempenham também um papel importante no processo de avaliação dos cursos
e das práticas didáticas.

2- Estabelecer um diagnóstico do (s) Municípios (s)

O diagnóstico é um instrumento indispensável na gestão municipal. Sem


diagnóstico não há planejamento, sem planejamento não haverá governo nem
tão pouco avaliação do cumprimento das metas pretendidas. Vários tipos de
diagnóstico são possíveis segundo o objetivo procurado. No caso das Guardas
Municipais, trata-se de um diagnóstico local cujo foco é a segurança e a prote-
ção das pessoas e dos bens. Sem ser confundido com um diagnóstico sócio-
econômico do município, ele deverá, no entanto, partir dos dados locais relativos
à população, à distribuição de renda, à saúde e à educação. Bem como deverá
fornecer informações sobre saneamento básico, infra-estrutura, meio ambiente,
transporte e habitação no Município, sem esquecer os projetos de inclusão
social quando existirem e a atuação das Secretarias Municipais ligadas à ação
social e à qualidade de vida do cidadão que contribuem para a prevenção.

Trata-se, em seguida, de coletar, organizar e analisar os dados relativos


(às):

ƒ Segurança das pessoas e dos bens, do patrimônio e do meio ambiente,


que são fornecidos pelas ocorrências produzidas pelo Município e pelas estatís-
ticas policiais da criminalidade no município: número e tipo de infrações; local
das ocorrências; tipos de infratores por idade, sexo, profissão; número e tipo de
vítimas, entre outros;

ƒ Situação prisional no Município e cidades vizinhas;

ƒ Atuação das polícias estaduais, da Guarda Municipal e das relações es-


tabelecidas entre elas;

27
ƒ Atuação dos Conselhos municipais de Segurança, Conselhos Tutelares
e Conselhos de defesa da criança e do adolescente sempre que existirem;

ƒ Os programas e ações de prevenção, de todas as origens, existentes no


Município;

ƒ Sensação de insegurança vivida pela população e, em particular, pelas


vítimas da violência e da criminalidade;

ƒ Representações e expectativas que tem a comunidade local em relação


à Guarda Municipal, às Polícias e aos demais órgãos públicos responsáveis pela
manutenção da ordem e da Segurança.

A situação específica de cada Guarda Municipal pode ser debatida a partir


da formação de pequenos grupos constituídos por membros da própria institui-
ção que reflitam e discutam suas próprias conquistas e necessidades. Nestes
grupos serão analisados os problemas enfrentados pelo(a)s guardas no exercí-
cio da profissão, as condições de trabalho, suas expectativas e reivindicações.

A realização deste diagnóstico necessita de informações das diferentes se-


cretarias, órgãos públicos, Universidade e entidades de pesquisa, bem como
entrevistas individuais e reuniões com representantes da comunidade e profis-
sionais de varias categorias.

A realização de um diagnóstico deve ser uma prática permanentemente


atualizada e os participantes das formações devem ser mobilizados para dela
participar, tanto no decorrer dos cursos, como posteriormente.

3- Preparar visitas técnicas a serem realizadas durante o curso. A escolha


dos locais ou instituições a serem visitados é função, sobretudo, da análise do
diagnóstico local. Essas visitas e eventuais estágios devem permitir a formação,
por exemplo, de Guardas como agentes da cidadania no trânsito e / ou agentes
da cidadania na Educação Ambiental.

4- Prever a presença de um(a) coordenador(a) pedagógico que seja a refe-


rência para o(a)s participantes durante todo o desenrolar do curso. Ele(a) deve
assegurar o encadeamento e a articulação dos conteúdos, detectar e tratar as
dificuldades individuais e coletivas, bem como trabalhar com técnicas variadas
de dinâmica de grupo.

IX.2 - Sensibilização e Introdução aos Cursos

28
O curso compreende uma etapa introdutória composta por vários itens
tais como:

ƒ Levantamento das expectativas junto aos participantes, para que estes


se manifestem sobre o que esperam do curso;

ƒ Levantamento dos dados pessoais de cada participante (sem identifica-


ção), com o objetivo de traçar o perfil da turma. Pesquisar particularmente a
idade, grau de escolaridade, renda familiar, lugar de residência, tempo de
serviço na GM, o que motivou sua entrada na Guarda Municipal, entre outros;

ƒ Desenvolvimento de temas e dinâmicas que trabalhem o auto-


conhecimento, o desenvolvimento da auto-estima e a reflexão sobre a importân-
cia do papel do(a) servidor(a) público(a) e do(a) Guarda Municipal;

ƒ Desenvolvimento de dinâmicas que favoreçam o processo de integração


entre os participantes;

ƒ Construção com a turma de um “Contrato de Convivência”, válido para


todo o curso, no qual normas de respeito coletivo e limites sejam discutidas e
estabelecidas em conjunto.

Esta etapa deve incluir a apresentação aos participantes dos resultados do


diagnóstico do Município, bem como as expectativas da população relativas à
atuação policial e da Guarda Municipal. Estes dados deverão ser discutidos,
aprofundados e enriquecidos durante todo o desenrolar do curso, em interativi-
dade com as diferentes disciplinas.O diagnóstico também deverá ser apresenta-
do e discutido com o comando da GM.

Cabe salientar que é dentro deste contexto que a GM vai atuar, buscando
soluções ao nível de suas competências e em articulação com as Polícias
estaduais e outras entidades. A Guarda Municipal tem a seu favor o fato de sua
instituição estar vinculada a uma única cidade, o que lhe permite um melhor
conhecimento da sua realidade, nela implantar-se e ganhar a confiança e o
respeito de seus habitantes.

29
X - DISCIPLINAS E PROGRAMAS NECESSÁRIOS À FORMAÇÃO DAS
GUARDAS MUNICIPAIS NO BRASIL.

As disciplinas e programas necessários à formação básica das Guardas


Municipais propostos a seguir são fruto da articulação entre as Áreas de Refle-
xão e os Temas Básicos desta Matriz Curricular, cujos princípios e objetivos
norteiam a concepção do curso.

Esta proposta é susceptível de sofrer modificações para atender às ne-


cessidades locais específicas, tendo em vista a complexa tipologia dos municí-
pios brasileiros.

Módulo I - O Papel das Guardas Municipais e a Gestão Integrada da


Segurança Pública em nível Municipal

Carga horária: 172 horas

INTRODUÇÃO:
As Guardas Municipais, embora jovens, têm um grande valor no con-
texto da segurança pública municipal, seja por suas ações preventivas,
seja por suas ações sócio-pedagógicas junto à comunidade. Hoje, sabe-se,
30
a segurança pública municipal está atrelada à atuação inteligente das
Guardas Municipais.
Compreender sua função e atribuição, analisar as formas de inter-
venção, conhecer técnicas e procedimentos compatíveis, refletir acerca de
sua identidade institucional e da relevância de seu papel dentro da gestão
integrada da segurança pública poderá resultar, para o(a) Guarda, uma
consolidação vocacional e, para o(a) munícipe, na sensação de maior
segurança e bem-estar.
A possibilidade de vida em sociedade está diretamente relacionada
ao estabelecimento de normas disciplinadoras, que delimitem as regras de
convivência e sobrevivência.
A Guarda Municipal tem em seu nascedouro a dinâmica de atender
as reivindicações dessa sociedade, devendo pautar sua conduta de acordo
com a Lei, a ética e o respeito aos direitos humanos. O conhecimento das
normas permite também à Guarda Municipal orientar os(as) cidadãos(ãs)
acerca de seus direitos e deveres.

OBJETIVOS: discutir e analisar a função e a atribuição da Guarda


Municipal. Conhecer as técnicas e procedimentos operacionais. Analisar as
atitudes éticas compatíveis com a de um representante do poder público
imbuído de promover os direitos e deveres humanos. Propiciar uma refle-
xão acerca das concepções de políticas de segurança pública numa
sociedade democrática e os papéis dos diversos atores envolvidos. Instruir
e respaldar a Guarda Municipal quanto ao exercício de suas funções nos
limites da Lei.

I.1 – Funções e Atribuições das Guardas Municipais


Carga Horária: 12 horas

Objetivo: esta disciplina tem por objetivo favorecer a interação dos indiví-
duos (guardas) entre si e com a sociedade, bem como propiciar a compreensão
de necessidades básicas comuns aos seres humanos e do impacto que estas
necessidades, especialmente quando não atendidas, têm sobre seu comporta-
mento e sobre a sociedade como um todo.

1.1- Análise e Discussão Crítica das Relações Humanas no cotidiano


das Guardas Municipais.

• Compreensão das necessidades básicas da comunidade;


• Interação social - reflexão sobre diferentes formas de ação /
reação;
• Análise situacional;
• Técnicas de expressão oral e corporal na abordagem do cida-
dão em situações cotidianas e críticas;
31
• Preparo psicológico na administração de conflitos.

I.2 - Ética, Direitos Humanos e Cidadania


Carga horária: 16 horas

Objetivo: a Disciplina tem por objetivo refletir acerca do comportamento


humano, daquilo que convém ou não fazer, além de motivar para análise e
discussão dos valores estabelecidos pela sociedade e como eles se expressam
na prática profissional. Objetiva, também, subsidiar a reflexão quanto aos direi-
tos fundamentais da pessoa humana.

1.2.1 - A correlação entre os aspectos fundamentais da ética e a


prática profissional;
1.2.2 - Análise e discussão crítica acerca da vocação profissional e
da responsabilidade social do servidor público enquanto servidor do
público;
1.2.3 - Análise e discussão crítica quanto às concepções de políticas
de segurança pública e direitos humanos;
1.2.4 - A Declaração Universal dos Direitos Humanos:
• Abordagem histórica e instrumental;
1.2.5 - Garantia de direitos (com noções legais) voltada para o(a):
• Idoso;
• Criança e adolescente;
• Pessoa portadora de deficiência;
• Consumidor;
• Etnia / raça;
• Gênero;
• Religião;
• Orientação sexual.
1.2.6 - O papel da Guarda Municipal, numa sociedade democrática,
enquanto promotora de direitos humanos e cidadania.

1.3 - Diferentes Concepções de Políticas de Segurança Pública e das


Funções dos Profissionais de Segurança Pública Urbana numa
Sociedade Democrática.
Carga horária: 16 horas

Objetivo: favorecer à Guarda Municipal informações histórico-


culturais das instituições de segurança pública. Incentivar a discussão e
análise das políticas de segurança pública e de como as Guardas
Municipais estão inseridas neste processo. Colaborar na formação da
32
identidade institucional, a partir da compreensão dos papéis definidos dos
operadores de segurança pública urbana, com foco na integração dos
diversos segmentos operativos.

1.3.1- Uma abordagem histórico-cultural das instituições de


segurança pública;
1.3.2- Discussão e análise crítica das concepções de políticas de
segurança urbana;
1.3.3- Aprendizagem sobre formulação, implementação, avaliação e
acompanhamento de políticas de segurança pública no âmbito da
municipalidade e em parceria com outros órgãos de segurança e
comunidade, garantindo a interatividade;
1.3.4- O papel do(a) policial militar;
1.3.5- O papel do(a) policial civil;
1.3.6- O papel do(a) guarda municipal;
1.3.7- O papel do(a) bombeiro(a);
1.3.8- O papel do(a) policial federal;
1.3.9- O papel do(a) policial rodoviário federal;
1.3.10- O poder de polícia, o poder da polícia e o poder
discricionário da Guarda Municipal;
1.3.11- O controle interno e externo da ação da Guarda Municipal.

1
1.4 – Legislação* .
Carga horária: 30 horas

Objetivo: Informar, instruir e respaldar o(a) Guarda Municipal a fim de


que exerça suas funções nos limites da Lei.

1.4.1 - Direito – sua concepção e função;


1.4.2 -A Segurança Pública nas Constituições Federal e Estadual, e
na Lei Orgânica Municipal;
1.4.3 - Noções de direito penal:
• Conceituação;
• Tipologia do crime;
• Contravenção penal;
• Crimes hediondos;
• Uso e abuso de substâncias psicoativas suscetíveis de provo-
car dependência;
1.4.4-Noções de Processo Penal:
• Constrangimento ilegal;
• Prisão em flagrante;

1
É necessário que a legislação a ser estudada seja previamente distribuída aos alunos, para, quando for
ministrada a matéria, já tenham conhecimento do teor destas.
33
• Crimes cometidos contra a administração pública \ patrimônio
público, por funcionário público ou terceiros;
1.4.5-Noções de legislações locais, específicas ao município:
• Plano diretor municipal;
• Posturas municipais;
• Lei de implantação da Guarda Municipal;
• Legislação especial: lei seca, solo urbano, tolerância;
1.4.6-O papel constitucional das guardas municipais:
• Art.144, §8º da CF\1988;
1.4.7 - O profissional de segurança pública e o abuso de autoridade
à luz da Constituição Federal;
1.4.8 - Juizados Especiais;
1.4.9 - Estatuto do Desarmamento e sua regulamentação:
• Análise e discussão crítica dos aspectos relevantes no contexto da
Segurança Pública;
1.4.10 - Dos direitos e garantias fundamentais:
• Artigo 5º da Constituição Federal;
1.4.11- Noções de Direito Ambiental2:
• Proteção dos animais e crimes contra a fauna;
• Preservação das florestas e reservas;
• Edificações irregulares;
• Pichação;
• Proteção à biodiversidade.

1.5- Técnicas e Procedimentos Operacionais (TPO) das Guardas


Municipais3
Carga horária: 40 horas

Objetivo: discutir e analisar as técnicas e procedimentos


operacionais pertinentes à atuação da Guarda Municipal. Refletir acerca da
intervenção que deverá ser voltada para a mediação de conflitos, com
orientação aos cidadãos. Analisar e compreender o Diagnóstico Local de
Segurança Municipal4.

1.5.1- Técnicas:
• Técnicas de vigilância (métodos e modalidades);
• Técnicas de controle e mediação de manifestações coletivas;
2
A implementação desta disciplina deverá ser norteada pelas orientações metodológicas constantes do
capítulo VII da Matriz Curricular.
3
Como proposta metodológica para o alcance das metas estabelecidas, sugere-se trabalhar com estudos de
casos a partir da análise do Diagnóstico Local de Segurança Municipal, enfocando a prática cotidiana da
guarda municipal e possíveis propostas de intervenção.
4
A implementação desta disciplina deverá ser norteada pelas orientações metodológicas constantes do
capítulo VII da Matriz Curricular.
34
• Técnicas de abordagem a pessoas e veículos (criança em local
indevido no carro);
• Técnicas de mediação e resolução de conflitos;
• Técnicas de preservação do local da ocorrência;
• Sistemas de comunicação / telecomunicação;
1.5.2- Procedimentos quanto ao(s) :
• Bens, serviços e instalações;
• Trabalhadores informais / comércios ambulantes;
• População de rua;
• Crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social;
• Adolescentes em conflito com a lei;
• Venda de substâncias psicoativas a crianças e/ou adolescen-
tes por estabelecimentos comerciais;
• Usuários de substâncias químicas que levam à dependência;
• Exploração sexual infanto-juvenil;
• Pessoa com deficiência;
• Pichação;
• Assistência ao idoso;
• Assistência ao turista;
• Inobservância das normas de preservação ambiental;
• Acidentes;
• Acidentes de trânsito;
• Acidentes com produtos de alta periculosidade;
• Artefatos ou correspondências suspeitas e explosão de bomba;
• Situações peculiares do município.

1.6-Segurança Patrimonial, Prevenção e Combate a Incêndios:


Carga horária: 12 horas

Objetivo: promover a compreensão das normas e técnicas


necessárias à segurança de instalações físicas e à prevenção e combate a
incêndio.

1.6.1 - Conceituação, normas, técnicas e procedimentos voltados


para a proteção do patrimônio e a prevenção de sinistros.

1.7 – Noções Básicas de Primeiros Socorros5.


Carga horária: 32 horas (teórica, prática e avaliação)

5
Imprescindível a adequação do número de alunos ao máximo de 40 por turma, em razão
da necessidade de avaliação prática por todos.
35
Objetivo: habilitar para a prestação de atendimento básico às vítimas
de acidentes ou males súbitos, até a chegada de auxílio qualificado,
quando for necessário6.
• A responsabilidade ética e legal no atendimento pré-hospitalar;
• Avaliação do cenário do acidente;
• Procedimentos e técnicas socorristas.

2 – A GESTÃO INTEGRADA DA SEGURANÇA PÚBLICA


Carga horária: 14 horas

Objetivo: oportunizar a discussão e análise da do Programa de


Segurança Pública para o Brasil, conceituação, métodos, processos,
oportunidades e desafios, modalidades de articulação e meios de
superação de obstáculos à implementação das ações integradas no
campo da segurança pública urbana.

2.1 - Sistema Único de Segurança Pública – SUSP


Carga horária: 2h/a

• Conceituação de integração;
• Estrutura e funcionamento;
• Modalidades de inserção do município no SUSP.

2.2 – Gestão Integrada da Segurança Pública Municipal


Carga horária: 12h/a

• Análise e compreensão crítica dos processos e métodos exis-


tentes nos municípios no âmbito da Segurança Pública Munici-
pal;
• Análise das vantagens e das modalidades de coordenar e arti-
cular as práticas dos diferentes profissionais de segurança pú-
blica agindo no município. Possibilidades de interação entre
Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal;
• Análise da importância e possibilidades de articulação do traba-
lho com o Ministério Público, o Judiciário e com os organismos
responsáveis pela implementação de políticas públicas, tais

6
No processo de avaliação desta disciplina, deverá ser considerado o capítulo VIII,
destacando o aspecto da praticidade, que é contemplado em tal capítulo.

36
como: Educação, Saúde, Planejamento Urbano, Trabalho, Cri-
ança e Adolescente, entre outros;
• Análise das vantagens de integrar ao trabalho a sociedade civil
organizada, (Conselhos Comunitários, entre outros);
• Análise dos obstáculos a esta visão e ação integradas e dos
meios de superá-los localmente.

Módulo II – Apropriação do Espaço Público


Carga horária: 30 horas

INTRODUÇÃO: o ordenamento do espaço público constitui-se num


grande desafio para a Guarda Municipal. A rua é o espaço onde as
diferenças e desigualdades são notórias. A compreensão da
diversidade cultural, do processo migratório e suas conseqüências, e
da situação sócio-econômica são fundamentais para a ação eficaz dos
agentes em situações de conflito.

OBJETIVO: favorecer a compreensão do processo de urbanização.


Avaliar criticamente os indicadores sociais constantes no Diagnóstico
Local de Segurança e propor modalidades de intervenção em
consonância com a Legislação vigente.

II.1- ESPAÇO PÚBLICO, GUARDA MUNICIPAL E COMUNIDADE

1.1 – O Processo de Urbanização no Brasil, no Estado e no


Município, nos ‘Últimos Cinqüenta Anos’, do ponto de vista
Econômico, Social, Cultural e Demográfico e suas conseqüências
desse processo urbanístico na qualidade de vida do munícipe.
História e evolução da cidade.
Carga horária: 8h/a
1.2 - Discussão Crítica do Conceito de Comunidade.
Carga horária: 2h/a
1.3 - A concepção de guarda comunitária.
Carga horária: 8h/a
1.4 - Definição do espaço público e identificação das atribuições
federais, estaduais e municipais neste espaço.
Carga horária: 2h/a;
1.5 - Técnicas e procedimentos na observação e
encaminhamento, aos órgãos competentes, de possíveis
comprometimentos no fornecimento adequado de serviços à
população tais como: transportes, água, esgoto, iluminação,

37
comunicações etc.
Carga Horária: 4h/a;
1.6 - A utilização democrática do espaço público e as diversas
manifestações de violação deste espaço (consideradas as
peculiaridades de cada município): estacionamento abusivo,
poluição das águas, degradações, pichações, poluição sonora,
entre outras.
Carga Horária: 2h/a;
1.7 - Técnicas e procedimentos na fiscalização, com objetivo de
assegurar a utilização democrática do espaço público através da
educação dos usuários, mediação de conflitos e prevenção de
infrações.
Carga Horária: 4h/a

Módulo III – Estrutura e Conjuntura para prática da Cidadania


Carga horária: 198 horas7

INTRODUÇÃO: o profissional de segurança pública que, por sua


atuação eficaz, atua coibindo infrações administrativas, tais como as
infrações de trânsito, observa e informa a existência de buracos nas ruas,
semáforos com defeito, sinalização inadequada ou danificada, iluminação
precária, terrenos baldios, árvores não podadas, degradação de
instalações físicas e que, além disto, protege o patrimônio ambiental e
desempenha atividades sócio-pedagógicas junto à comunidade, sem
dúvida, estará colaborando para a qualidade de vida dos(as) cidadãos(ãs).

OBJETIVO: oportunizar a discussão sobre a complexidade do


fenômeno da violência e proporcionar informações e conhecimentos para o
planejamento eficiente e eficaz de ações sócio-pedagógicas, além de
capacitar o(a) agente para o trabalho em grupo, para que possa atuar em
colaboração com os(as) profissionais das áreas da educação, saúde, ação
7
Não estão incluídas, no total da carga horária do módulo, as aulas práticas e teóricas exclusivas para o uso
legal e progressivo da arma de fogo, que são de 60 horas (armas de repetição) e 100 horas (armas semi-
automáticas), nos termos da Lei.
38
social e meio-ambiente, em benefício da cidade como um todo.

Capacitar o(a) guarda municipal no uso de técnicas de defesa que


propiciem a preservação da integridade física do(a) guarda municipal e de
terceiros.
Habilitar o(a) agente para lidar com situações nas quais estejam
envolvidas grandes cargas emocionais de forma técnica eficaz,
especialmente pelo desenvolvimento de uma adequada leitura situacional e
de habilidades no uso da palavra.

III –1 – VIOLÊNCIA E (IN)SEGURANÇA PÚBLICA:


Carga horária: 20 hs

OBJETIVO: aprofundar a análise do fenômeno da violência


enquanto um conjunto dinâmico de fatores e suas conseqüências na vida
dos indivíduos e da sociedade.
Elaborar propostas de intervenção a partir de ações preventivas e
como a Guarda Municipal deverá participar no cotidiano da comunidade.

1.1- Noções da sociologia da violência;


Carga horária: 2h/a
1.2- Análise crítica e ações preventivas das prováveis causas
indutoras de violência;
Carga horária: 4h/a
1.3-Violência da escola e na escola e sua prevenção;
Carga horária: 4h/a
1.4- Violência doméstica e de gênero e sua prevenção;
Carga horária: 4h/a
1.5- Homofobia e sua prevenção;
Carga horária: 2h/a
1.6- Violência interpessoal, institucional e estrutural e sua
prevenção;
Carga horária: 4h/a

III.2- MOVIMENTOS SOCIAIS


Carga horária: 20 hs

OBJETIVO: Orientar as Guardas Municipais na compreensão das origens e


razões da existência dos movimentos sociais, bem como o papel dinâmico que
eles desempenham em toda sociedade. Levá-las também a conhecer a diversi-
dade destes movimentos que tanto podem ser de ordem social (reivindicações
sindicais, lutas pela terra, por transporte urbano, moradia etc.), como de ordem
diretamente política (Movimento das “Diretas já”, caras pintadas e outros),
39
podendo envolver qualquer segmento da sociedade em termos etários, sociais,
étnicos, culturais e de gênero. Estes movimentos são regulados por direitos e
deveres a serem respeitados.
Carga horária: 18 horas

2.1- Conhecer o papel dos Movimentos Sociais na sociedade


Carga horária: 4h/a
Estudo sobre as transformações políticas e sociais ocorridas no país,
marcadas por fortes movimentos sociais. Caberá a cada curso escolher o
período histórico a ser estudado.

2.2-Conhecer a diversidade e os conteúdos dos principais Movimen-


tos Sociais no Brasil.
Carga horária: 4h/a
ƒ Estudo das principais questões e conflitos na origem dos Movimentos So-
ciais: posse da terra, reivindicações salariais, moradia, transporte urbano,
direito à saúde, à educação etc.
ƒ Estudo dos segmentos sociais que se manifestam e de suas representa-
ções políticas e sindicais: todas as categorias de trabalhadores, desem-
pregados, aposentados, sem terra, mulheres, negros, índios, homossexu-
ais e pessoas com deficiência.
ƒ Estudo da legislação que garante a livre manifestação destas diversas
categorias.

2.3-Conhecer os Movimentos Sociais em seu Estado e Município


Carga horária: 10h/a
ƒ Conhecer, no Estado e na cidade a que pertence a Guarda Municipal, os
diferentes Movimentos Sociais nos últimos dez anos: as categorias que
se manifestaram e se manifestam hoje compreendendo, em seus diver-
sos ângulos, os conteúdos de suas reivindicações e a reação das forças
da ordem em face deles;

ƒ Fazer um balanço crítico da atuação dos(as) profissionais de Segurança


Pública, particularmente das Guardas, junto aos movimentos sociais, pro-
curando compreender as razões dos possíveis equívocos e sugerindo
normas para atuações futuras.

III-3 - ATIVIDADES SÓCIO-PEDAGÓGICAS DA GUARDA MUNICIPAL


DE CARÁTER PREVENTIVO:
Carga horária: 74 horas

OBJETIVO: capacitar a Guarda Municipal para desenvolver


atividades sócio-pedagógicas, em colaboração com a equipe

40
multidisciplinar da rede educacional, que incentivem crianças e
adolescentes à formulação e implementação de uma proposta de
engajamento cidadão e humanista na comunidade, extrapolando o
ambiente escolar através do envolvimento, sensibilização do entorno.
Orientar para o planejamento de ações comunitárias (ex.:
palestras, atividades extra-classes, tais como: apoio às visitas aos museus,
aos centros culturais, atividades de ecoturismo, participação nos conselhos
comunitários, entre outros), promovendo também a integração de outras
secretarias, em especial a de Educação.
Incentivar a criação de grupos de discussão com as crianças,
adolescentes e suas famílias, sobre a importância da preservação
ambiental, da proteção do patrimônio público, da educação no trânsito, da
importância da tolerância na diversidade, entre outros temas, buscando
desenvolver uma consciência coletiva de desconstrução da violência e
promoção da paz.

3.1- Na Comunidade Escolar e entorno: Uma proposta de


engajamento cidadão e humanista.
Carga horária: 30 horas

3.1.1- Noções básicas de compreensão do desenvolvimento da


criança e do adolescente:
• Inteligências múltiplas / emocional – Inteligência moral;
• Personalidade / caráter / autonomia.
3.1.2 – Jogos e recreações como instrumentos de trabalho sócio-
pedagógico com crianças e adolescentes;
3.1.3 - Didática e técnicas de oratória;
3.1.4 - Como planejar e realizar palestras sócio-educativas,
enfocando a segurança pessoal e coletiva, a prevenção ao uso e
abuso de drogas, a responsabilidade do cidadão na preservação
ambiental e educação para o trânsito, o respeito às diferenças;
3.1.5 – A inserção do(a) guarda municipal na equipe multidisciplinar
da rede educacional e sua atuação na mobilização comunitária e no
engajamento de crianças e adolescentes para atuarem como
multiplicadores da paz.
3.1.6 - Escola de Pais:
Noções básicas de como planejar e implementar no espaço
educacional, em colaboração com a equipe multidisciplinar da
comunidade escolar, grupos de discussão com os pais, para refletir
e debater temas tais como: valores, a influência da Mídia,
drogadição, responsabilidade ética e social da família e dos adultos
envolvidos na comunidade escolar na redução da violência, entre
outros.
3.1.7 – Participar ativamente, junto com a equipe multidisciplinar, da

41
análise e discussão crítica da implementação das políticas sociais
públicas no âmbito municipal (educação, saúde, ação social, entre
outras), à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente e de como a
comunidade escolar poderá contribuir para a minimização das
violações de direitos;
3.1.8 – Compreensão das culturas regionais dentro da comunidade
escolar.

3.2 -No Ordenamento do Trânsito8


Carga horária - teoria e prática, com avaliação: 32 horas

OBJETIVO: discutir e analisar o Código de Trânsito Brasileiro,


compreender o papel da Guarda Municipal no ordenamento do
trânsito, conhecer os equipamentos para o exercício funcional e
promover, junto à comunidade, ações de prevenção às infrações9.

3.2.1- Legislação de Trânsito (CTB);


3.2.2- O Papel da Guarda Municipal no Trânsito;
3.2.3 - Educação para o Trânsito;
3.2.4- Emprego dos Equipamentos para Fiscalizar e Orientar o
Trânsito.

3.3- Na Preservação Ambiental


Carga horária: 12 horas

OBJETIVO: favorecer à Guarda Municipal oportunidades de reflexão


quanto ao seu relevante papel na preservação ambiental e os
métodos e técnicas necessários ao desempenho de suas funções
como educador e fiscalizador dos direitos e deveres do cidadão
para com o meio ambiente.

3.3.1 – Proteção à biodiversidade;


3.3.2 – O Papel da Guarda Municipal na Defesa do Meio Ambiente;
3.3.3 – Educação Ambiental;
3.3.4 – Solo, Erosão, Recursos Hídricos;
3.3.5 – Ocupação irregular do solo;
3.3.6 – Uso inadequado dos Recursos Naturais;
3.3.7 – Sustentabilidade;

8
Imprescindível a adequação do número de alunos ao máximo de 40 por turma, em razão
da necessidade de avaliação prática por todos.
9
No processo de avaliação desta disciplina, deverá ser considerado o capítulo VIII,
destacando o aspecto da praticidade, que é contemplado em tal capítulo.

42
3.3.8 – Reciclagem.

III-4- O USO LEGAL E PROGRESSIVO DA FORÇA, DA ARMA DE


FOGO E DEFESA PESSOAL.
Carga horária: 86 horas10

OBJETIVO: discutir e analisar o uso legal e progressivo da força,


pelos guardas municipais, com amparo de sua responsabilidade ética
para com a comunidade, os mecanismos disponíveis para a proteção de
sua integridade física, psíquica e a de terceiros, na sua instituição, e nos
Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, efetivando o Código de
Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, das
Nações Unidas.

4.1- O Uso legal e progressivo da Força


Apresentação e estudo dos fundamentos jurídicos sociais, sob
aspecto moral e técnico, dos modelos de uso da força. Recomenda-
se o Modelo FLETC ou de estrutura semelhante. Carga Horária: 06
horas

4.2 - Condicionamento Físico


Desenvolvimento de atividades que possam gerar mudança de
comportamento, criando o hábito da atividade física e capacitando o
guarda municipal ao exercício de suas atividades profissionais.
Carga horária: 40 horas.

4.3 - Defesa Pessoal


Desenvolvimento de técnicas centradas nos fundamentos de
“Conter/Defender, Imobilizar e Conduzir”, aplicadas como nível
alternativo de força prevista no modelo de Uso Legal e Progressivo
da Força adotado. Carga horária: 40 horas.

4.4- Emprego de Equipamentos não Letais e Letais. Disciplina


Optativa para os Municípios contemplados pela LEI nº 10.826 de
22/12/2003.
Carga horária: 60 / 100 horas

4.4.1- Emprego de Equipamentos não Letais.


10
Não estão inseridas, na carga horária total do item III.4, as horas relativas ao treinamento do uso legal e
progressivo da arma de fogo.
43
Carga Horária Total: 16 horas

Objetivo: Proporcionar ao profissional da Guarda Municipal o


adequado conhecimento sobre a utilização dos equipamentos não
letais, empregados na defesa de sua integridade física e/ou de
terceiros, e no estrito cumprimento do dever legal, se assim for
amparado em lei, obedecendo às recomendações sobre o uso legal
e progressivo da força, segundo o ordenamento jurídico vigente e os
tratados internacionais, em que o Brasil for signatário.

Parte Teórica: 04 horas/aula


- O que são equipamentos não letais;
- O aspecto legal, moral e psicológico de seu uso;
- A visão humanística do seu emprego;
- Emprego tático do equipamento não letal;
- Letal x não Letal – seus riscos e conseqüências (vitimiza-
ção);
- A relação custo x benefício (social e previdenciário);
- Equipamentos e munições não letais.

Parte Prática: 12 horas/aula


- Apresentação dos equipamentos e munições não letais;
- Utilização do equipamento não letal, empregado pela insti-
tuição.

4.4.2- Emprego de Equipamentos Letais.


Carga Horária Total: 44 / 84 horas

Objetivo: Proporcionar ao profissional da Guarda Municipal o


adequado conhecimento e utilização do equipamento letal, utilizado
na defesa de sua integridade física e/ou de terceiros, ou no estrito
cumprimento do dever legal, com base no ordenamento jurídico
vigente e dos tratados internacionais.

Introdução ao Uso da Arma de Fogo


Parte Teórica: 12 horas/aula – Revólver; 18 horas/aula – Pistola.

Instrução Básica:
- E evolução Histórica das armas e a Legislação aplicada;
- O uso legal e legítimo da Arma de Fogo;
- Classificação e Nomenclatura das armas de fogo e muni-
ções;
- Emprego Tático da arma de fogo e munições;

44
- Regras de segurança com armas de fogo (Revól-
ver/Pistola);
- Equipamentos e acessórios da arma de serviço (Revól-
ver/Pistola);
- O equipamento letal como alternativa tática de força – Mo-
delo de Uso Legal Progressivo da Força;
- Limpeza e conservação da arma de uso individual (Revól-
ver/Pistola).

Instrução Preparatória Para o Tiro de Revólver/Pistola:


- Regras de segurança na prática do tiro (Revólver/Pistola);
- Manuseio e apronto da arma de fogo, e acessórios, para o
serviço (Revólver/Pistola);
- Fundamentos do tiro (Análise da situação; Empunhadura
da arma; Posição para o Tiro; Pontaria; Respiração para o
tiro; Puxada do Gatilho; Avaliação da situação);
- Carregamento, descarregamento e troca de carregador
(Revólver/Pistola);
- Técnicas de coldreamento e saque da arma de fogo (Re-
vólver/Pistola);
- Prática de tiro em seco, com munição de manejo, utilizan-
do as técnicas escolhidas (Revólver/Pistola).

Prática do Tiro com Revólver/Pistola.

Fundamentos da Prática de Tiro para Guardas Municipais:


Recomenda-se, para a prática do tiro de revólver e/ou Pistola,
técnicas de tiro capazes de minimizar os efeitos do estresse da
situação sobre os fundamentos do tiro. A posição “Isósceles” ou
“Ayoob” (stress-fire) para o tiro de pé e ajoelhado, são indicadas.
Recomenda-se, ainda, a adoção de distâncias de treinamento igual
ou inferior a dez metros, respeitando-se, assim, o emprego tático do
armamento de porte utilizado, bem como o treinamento de tiro
avançado, com arma partindo do coldre. O nível de dificuldade
deverá obedecer a uma ordem crescente de dificuldade,
considerando a distância, a posição de tiro e a situação da arma, na
mão ou no coldre. Recomenda-se como técnica de cadência de
disparos: Tiro a Tiro (singelo), ou aos pares (double tap).

Treinamento do Tiro com Revólver: 32 horas/aula


Básico 1 – Revólver: Total de 80 disparos. Cadência Tiro a Tiro.

- Posição de Pé - distância de 6 metros:


Tiro em ação simples - 10 disparos (cinco + cinco).

45
- Posição de Pé - distância de 8 metros:
Tiro em ação simples – 10 disparos (cinco + cinco).
- Posição Ajoelhada - distância de 8 metros:
Tiro em ação simples – 10 disparos (cinco + cinco).
- Posição Ajoelhada - distância de 10 metros:
Tiro em ação simples – 10 disparos (cinco + cinco)
- 1ª Avaliação do Aprendizado:
Posição de Pé – 10 disparos (cinco + cinco) a 6 metros e
10 disparos (cinco + cinco) a 8 metros.
Posição Ajoelhada - 10 disparos (cinco + cinco) a 8
metros e 10 disparos (cinco + cinco) a 10 metros.

Básico 2 – Revólver: Total de 100 disparos. Cadência Tiro a Tiro ou


double tap, aos pares.
- Posição de Pé – distância de 6 metros: 15 disparos (se-
qüência de cinco disparos) com recarga da arma.
- Posição de Pé – distância de 8 metros: 15 disparos com
recarga da arma.
- Posição Ajoelhada – distância de 8 metros - 15 disparos
com recarga da arma.
- Posição Ajoelhada – distância de 10 metros - 15 disparos
com recarga da arma.
- Avaliação do Aprendizado:
Posição de Pé: 10 disparos a 6 metros e 10 disparos a 8
metros, com recarga da arma.
- Posição Ajoelhada: 10 disparos a 8 metros e 10 disparos a
10 metros, com recarga da arma.

Avançado - Revólver – 140 disparos. Cadência Tiro a Tiro ou double


tap, aos pares.
- Posição de Pé - distância de 6 metros: 10 disparos (cinco
+ cinco) com arma partindo do coldre e recarregada em
seqüência.
- Posição de Pé - distância de 8 metros: 10 disparos (cinco
+ cinco) com arma partindo do coldre e recarregada em
seqüência.
- Posição Ajoelhada - distância de 8 metros: 10 disparos
(cinco + cinco) com arma partindo do coldre e recarregada
em seqüência.
- Posição Ajoelhada - distância de 10 metros: 10 disparos
(cinco + cinco) com arma partindo do coldre e recarregada
em seqüência.
Avaliação do Aprendizado:
- Posição de Pé – 10 disparos a 6 metros (cinco + cinco) e 10

46
disparos a 8 metros (cinco + cinco). Arma partindo do coldre
e recarregada em seqüência.
- Posição Ajoelhada - 10 disparos a 8 metros (cinco + cinco) e
10 disparos a 10 metros (cinco + cinco). Arma partindo do
coldre e recarregada em seqüência.
- Posição Ajoelhada partindo da posição de Pé – distância de
8 metros: 10 disparos (cinco + cinco) com arma partindo do
coldre.
- Posição Ajoelhada partindo da posição de Pé – distância de
10 metros: 10 disparos (cinco + cinco) com arma partindo do
coldre.
- Posição Ajoelhada partindo da posição de Pé – distância de
8 metros: 10 disparos (cinco + cinco) com arma partindo do
coldre e recarregada em seqüência.
- Posição Ajoelhada partindo da posição de Pé – distância de
10 metros: 10 disparos (cinco + cinco) com arma partindo do
coldre e recarregada em seqüência.
Avaliação do Aprendizado:
- Posição Ajoelhada partindo da Posição de Pé – 10 disparos
(cinco + cinco) a 8 metros e 10 disparos (cinco + cinco) a 10
metros. Arma partindo do coldre e recarregada em
seqüência.

Treinamento do Tiro com Pistola: 66 horas/aula.

Básico 1 – Pistola: Total de oitenta disparos. Cadência Tiro a Tiro


- Posição de Pé - distância de 6 metros: 10 disparos
- Posição de Pé - distância de 8 metros: 10 disparos
- Posição Ajoelhada - distância de 8 metros: 10 disparos
- Posição Ajoelhada - distância de 10 metros: 10 disparos
1ª Avaliação do Aprendizado:
- Posição de Pé – 10 disparos a 6 metros e 10 disparos a 8
metros.
- Posição Ajoelhada - 10 disparos a 8 metros e 10 disparos a
10 metros.

Básico 2 – Pistola: Total de oitenta disparos. Cadência Tiro a Tiro ou


double tap, aos pares.
- Posição de Pé – distância de 6 metros: 10 disparos com
recarga da arma (cinco cartuchos por carregador).
- Posição de Pé – distância de 8 metros: 10 disparos com
recarga da arma (cinco cartuchos por carregador).
- Posição Ajoelhada – distância de 8 metros - 10 disparos
com recarga da arma (cinco cartuchos por carregador).

47
- Posição Ajoelhada – distância de 10 metros - 10 disparos
com recarga da arma (cinco cartuchos por carregador).
- Avaliação do Aprendizado:
Posição de Pé: 10 disparos a 6 metros e 10 disparos a 8
metros, com recarga da arma (cinco cartuchos por
carregador).
- Posição Ajoelhada: 10 disparos a 8 metros e 10 disparos a
10 metros, com recarga da arma (cinco cartuchos por car-
regador).

Avançado - Pistola – 120 disparos. Cadência double tap, aos pares.


- Posição de Pé - distância de 6 metros: 20 disparos com
arma partindo do coldre e com troca de carregador.
- Posição de Pé - distância de 8 metros: 20 disparos com
arma partindo do coldre e com troca de carregador.
- Avaliação do Aprendizado:
Posição de Pé – 10 disparos a 6 metros e 10 disparos a 8
metros. Arma partindo do coldre e recarregada em
seqüência.
- Posição Ajoelhada partindo da posição de Pé – distância
de 8 metros: 20 disparos com arma partindo do coldre e
com troca de carregador.
- Posição Ajoelhada partindo da posição de Pé – distância
de 10 metros: 20 disparos com arma partindo do coldre e
com troca de carregador.
- Avaliação do Aprendizado:
- Posição Ajoelhada partindo da Posição de Pé – 10 dispa-
ros a 6 metros e 10 disparos a 8 metros, com arma partin-
do do coldre e com troca de carregador com cinco cartu-
chos cada um.

Módulo IV – Comunicação e Gerenciamento da informação


Carga horária: 24 horas

INTRODUÇÃO: boa comunicação é necessária em todos os


relacionamentos, tendo a Guarda Municipal entre suas funções a de
mediar a resolução de conflitos, tornando-se imprescindível para estes
operadores da segurança urbana conhecer, compreender e ter acesso aos
meios de comunicação, saber quais são, como podem ser utilizados e
como colaboram na execução de seu trabalho, os recursos tecnológicos
disponíveis.

OBJETIVO: discutir a importância de se ter banco de dados, com


um núcleo de coletas, organização, processamento, análise e difusão de

48
dados e a adoção da metodologia do geoprocessamento.

IV.1 – COMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E TECNOLOGIAS EM SEGU-


RANÇA PÚBLICA.

1.1- Noções de Língua Portuguesa para preenchimento de docu-


mentos (técnicas de redação, narração, descrição da pessoa).
Carga horária: 6h/a
1.2- Telecomunicação e os serviços de utilidade pública como ins-
trumentos na prevenção da violência e da criminalidade. Carga
horária: 4h/a
1.3- Discussão da relevância de uma rotina de registro, guarda e ge-
renciamento das informações. Carga horária: 4h/a
1.4- Conhecer o banco de dados de informações criminais, urbanas,
socioeconômicas e a atuação local. Carga horária: 4h/a
1.5- Gerenciamento da informação e intervenções da GM. Carga ho-
rária: 4h/a
1.6- Orientação para relação com a mídia. Carga horária: 2h/a

Módulo V – Relações e Condições de Trabalho das Guardas


Municipais
Carga horária: 24 horas

INTRODUÇÃO: a história do trabalho humano, em sua evolução,


tem se modificado substancialmente, no sentido da melhoria das condições
de trabalho e do estabelecimento de garantias básicas para o trabalhador,
sem, entretanto, esquecer dos deveres.

OBJETIVO: fomentar o interesse pela discussão da relação jurídica


de trabalho (direitos e deveres) e o conhecimento dos aspectos
garantidores de tal relação contribuindo, com isto, para que o(a) Guarda
Municipal possa atuar com segurança dentro de suas atribuições.

V.1 – RELAÇÃO JURÍDICA DO TRABALHO (DIREITOS E DEVERES)

1.1 - Análise e discussão crítica quanto a segurança no trabalho:


Carga horária: 6h/a
• Postos de Serviço;
• Prevenção de acidentes;
• Equipamentos compatíveis à atuação funcional.
1.2 – A ética na relação chefia / subordinado
Carga horária: 2h/a
1.3 – Saúde do Trabalhador
49
Carga horária: 4h/a
1.4 – Análise e discussão do Regimento Interno.
Carga horária: 6h/a
1.5 – Direitos e deveres trabalhistas (conforme o regime jurídico:
celetista ou estatutário)
Carga horária: 6 h/a

Módulo VI – Atividades Extra-Classe e Avaliação


Carga Horária: 28 horas

OBJETIVO: em razão da dinâmica entre o conhecimento teórico e


a realidade prática, é imprescindível que seja possibilitado aos profissionais
da Guarda Municipal, em treinamento, o debate acerca de circunstâncias /
fatos que tenham ocorrido na própria municipalidade ou em outros
municípios / Estados, envolvendo o tema da Segurança Pública Municipal,
assim como o contato com autoridades / teóricos renomados ou executores
de políticas públicas em segurança pública.
Além disso, é também imprescindível que a avaliação do processo
de ensino e aprendizagem seja realizada constantemente durante a
execução da capacitação.

VI.1 – Palestras
Carga Horária: 16 horas

VI.2 – Avaliação
Carga Horária: 12 horas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Metropolitana de São Paulo. São Paulo, Páginas e Letras Editora e
Gráfica, 1996.
WEIL, Pierre. Relações Humanas na Família e no Trabalho. Rio de
Janeiro, Editora Vozes, 1995.
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Makron Books. São Paulo, Person Education do Brasil, 2001.
BOCK, Ana Maria M. Bahia. FURTADO, Odair. TEIXEIRA, Maria de
Lourdes T. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. São
Paulo, Editora Saraiva, 7º edição, 1995.
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GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de Empresa e Técnicas Vivenciais.
São Paulo. Makron Books, 1995.
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional – 2ª edição. São Paulo,
Editora Revista dos Tribunais, 1999.
VIANA, Roberto Cavalcante. Apostila do Curso de Sensibilização para a
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CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth. Do Patrulhamento ao Policiamento
Comunitário, volume 2. Coleção Polícia Amanhã. Rio de Janeiro, Editora
Freitas Bastos, 2000.
CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth. Polícia e Gênero – volume 4 .
Coleção Polícia Amanhã, Rio de Janeiro, Editora Freitas Bastos, 2001.
BARBOSA, Sérgio Antunes. ANGELO, Ubiratan de Oliveira. Distúrbios
Civis: Controle e Uso da Força pela Polícia, volume 5. Coleção Polícia
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SENTO-SÉ, João Trajano. Violência, Medo e Mídia. Revista COMUM –
volume 8.
nº 21, Rio de Janeiro. Publicação das Faculdades Integradas Hélio Alonso,
julho/dezembro de 2003.
ALEVATO, Hilda. Trabalho e |Neurose – enfrentando tortura de um
ambiente em crise. Rio de Janeiro, Editora Quartet, 1999.
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SAIÃO . Lobato. Tiro de Defesa. São Paulo, Editora Fitipaldi, 1995.
____________. Observação, Memorização e Descrição. Brasília, Escola
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BRASIL, Ministério da Justiça. Programa Nacional de Direitos Humanos.
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BRASIL, Ministério da Justiça. II Caderno de Cidadania. Brasília, 1998.
VARGAS. Fundação Getúlio. FORD, Fundação. BNDES. Programa
Gestão Pública e Cidadania – Descobrindo o Brasil Cidadão. São Paulo,
1999.
AMENDOLA, Paulo. Segurança Pública: a proposta. Rio de Janeiro,
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ARAÚJO. Jorge Heleno de. Livro Básico do Vigilante, 2ª edição. Rio de
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AMENDOLA, Paulo. A Administração Municipal e a Segurança Pública. Rio
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USP, Revista de Sociologia da. Tempo Social, volume 9- nº 1 . São Paulo,
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FELIX, Sueli Andruccioli. Revista a Força Policial – Prevenção Criminal:
Responsabilidade de Todos. São Paulo, PMESP, 2000.
CANO, Ignácio. O Controle da Atividade Policial: O Uso da Força Letal pela
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Polícia no Rio de Janeiro. Cadernos do CED. Centro de Estudos do
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SOUZA, Luiz Antonio Francisco de. Poder de Polícia, Polícia Civil e
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RIO DE JANEIRO, Guarda Municipal da Cidade do . Apostila do Curso de
Formação – Módulo Profissional. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,
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O GLOBO. Um Confronto Político pela Guarda Municipal. Rio de Janeiro,
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BRASIL, Constituição Federal do. Art. 144 - § 8º - Rio de Janeiro, Editora
Saraiva, 2000.
JESUS. Damásio de. Código Penal Anotado. São Paulo, editora Saraiva,
1995.
JESUS. Damásio de. Direito Penal Comentado. São Paulo, editora
Saraiva, 1995.
JESUS. Damásio de. Leis das Contravenções Penais Anotadas. São
Paulo, Editora Saraiva, 1995.
LEI nº 6.368 de 21 de outubro de 1976.
LEI nº 9.099 de 26 de setembro de 1995.
LEI nº 8.069 de 13 de julho de 1990.
LEI nº 10.826 de 22 de dezembro de 2003.
LEI nº 9.795 de 27 de abril d 1999.
LEI nº 6.938 de 31 de agosto de 1981.
SANTOS, Raimundo Rodrigues. CANETTI, Marcelo Domingues. JUNIOR,
Célio Ribeiro e ALVAREZ, Fernando Soarez. Manual de Socorro de
Emergência. São Paulo, Editora Ateneu, 1999.
CARVALHO, Mauro de. Segurança Patrimonial. Organização e
Planejamento. Rio de Janeiro, Agents Editores, 1982.
BRASIL, Ministério da Marinha do. Manual de Combate a Incêndio. Niterói
– RJ, Ministério da Marinha, 1991.
RIO DE JANEIRO, Corpo de Bombeiros do. Manual do Corpo de Bombeiros.
Rio de Janeiro, 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros, 1997.
Disciplinas e Programas Necessários à Formação Básica das Guardas
Municipais no Brasil

Carga Horária Total: 476h/a


*Carga Horária Total com a Disciplina Optativa: 536h/a / 576h/a

Título
Módulo I: O Papel das Guardas Municipais e a Gestão Integrada da
Segurança Pública em Nível Municipal 172 h/a

1 FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DAS GUARDAS MUNICIPAIS


52
1.1 Análise e Discussão Crítica das Relações Humanas no Cotidiano das 12h/a
Guardas Municipais
1.2 Ética, Direitos Humanos e Cidadania 16h/a
1.3 Diferentes Concepções de Políticas de Segurança Pública e as Diferen- 16h/a
tes Funções dos Profissionais da Segurança Pública Urbana numa
sociedade democrática
1.4 Legislação 30h/a
1.5 Técnicas e Procedimentos Operacionais das Guardas Municipais 40h/a
1.6 Segurança Patrimonial, Prevenção e Combate a Incêndios 12h/a
1.7 Noções Básicas de Primeiros Socorros 32h/a

2 A GESTÃO INTEGRADA DA SEGURANÇA PÚBLICA

2.1 Sistema Único de Segurança Pública – SUSP 02 h/a


2.2 Gestão Integrada da Segurança Pública Municipal 12h/a

Módulo II: Apropriação do Espaço Público 30 h/a

1 ESPAÇO PÚBLICO, GUARDA MUNICIPAL E COMUNIDADE

O Processo de Urbanização no Brasil, no Estado e no Município, nos 08 h/a


1.1 Últimos Cinqüenta Anos do Ponto de Vista Econômico, Social e Demo-
gráfico e as conseqüências desse processo urbanístico na qualidade de
vida do munícipe
1.2 Discussão Crítica do Conceito de Comunidade 02 h/a
1.3 A Concepção de Guarda Comunitária 08 h/a
1.4 Definição do espaço público e identificação das atribuições federais, 02 h/a
estaduais e municipais neste espaço
1.5 Técnicas e procedimentos na observação e encaminhamento aos 04h/a
órgãos competentes, de possíveis comprometimentos no fornecimento
adequado de serviços à população, tais como transportes, água, esgoto,
iluminação, comunicações etc.
1.6 A utilização democrática do espaço público e as diversas manifestações 02 h/a
de violação desse espaço (consideradas as peculiaridades de cada
município): estacionamento abusivo, poluição das águas, degradações,
pichações, poluição sonora, entre outras.
1.7 Técnicas e procedimentos na fiscalização para assegurar a utilização 04h/a
democrática do espaço público pela educação dos usuários, mediação
de conflitos e prevenção de infrações.

Módulo III: Estrutura e Conjuntura para a Prática da Cidadania 198 h/a

53
1 VIOLÊNCIA E (IN) SEGURANÇA PÚBLICA

1.1 Noções da Sociologia da Violência 02 h/a


Análise Crítica das Prováveis Causas Indutoras da Violência 04 h/a
1.2
1.3 Violência da Escola e na Escola 04 h/a
1.4 Violência Doméstica e de Gênero 04 h/a
1.5 Homofobia 02 h/a
1.6 Violência Interpessoal, Institucional e Estrutural 04 h/a

2 MOVIMENTOS SOCIAIS

2.1 Conhecer o papel dos Movimentos Sociais na sociedade 04 h/a


2.2 Conhecer a diversidade e os conteúdos dos principais Movimentos 04 h/a
Sociais no Brasil
2.3 Conhecer os Movimentos Sociais em seu Estado e Município 10 h/a

3 ATIVIDADES SÓCIOPEDAGÓGICAS DA GUARDA MUNICIPAL DE


CARÁTER PREVENTIVO

3.1 Na Comunidade Escolar 30 h/a


3.2 No Ordenamento do Trânsito 32 h/a
3.3 Na Preservação Ambiental 12 h/a

4 O USO LEGAL E PROGRESSIVO DA FORÇA, DA ARMA DE FOGO E


DEFESA PESSOAL

4.1 O uso legal e progressivo da Força 06 h/a


4.2 Condicionamento Físico 40 h/a
4.3 Defesa Pessoal 40 h/a
60 h/a
4.4 Emprego de Equipamentos Letais e Não Letais11 /
100 h/a

Módulo IV: Comunicação e Gerenciamento da Informação 24 h/a

1 COMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E TECNOLOGIAS EM SEGURANÇA


PÚBLICA

1.1 Noções da Língua Portuguesa(redação, narração e descrição) 06h/a


1.2 Telecomunicação e os Serviços de Utilidade Pública Como Instrumento 04h/a
11
Disciplina optativa para os municípios contemplados pela Lei nº 10.826/2003 e sua regulamentação
(Decreto nº 5.123/2004). Carga horária não inclusa no total do Módulo III.
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na Prevenção da Violência e da Criminalidade
1.3 Discussão da Relevância de Uma Rotina de Registro, Guarda e Geren- 04h/a
ciamento das Informações
1.4 Geoprocessamento de Informações Criminais, Urbanas, Sócio- 04h/a
Econômicas e a Atuação Local
1.5 Gerenciamento da Informação e intervenções GM 04h/a
1.6 Orientação para o Relacionamento com a Mídia 02h/a

24h/a
Módulo V: Relações e Condições de Trabalho das Guardas Munici-
pais

1 RELAÇÃO JURÍDICA DO TRABALHO (DIREITOS E DEVERES)

1.1 Análise e Discussão Crítica Quanto a Segurança no Trabalho 06 h/a


1.2 Ética na Relação Chefia/Subordinado 02 h/a
1.3 Saúde do Trabalhador 04 h/a
1.4 Análise e Discussão do Regimento Interno 06 h/a
1.5 Direitos trabalhistas (conforme o regime trabalhista:celetista ou estatutá- 06 h/a
rio)

Módulo IV: Comunicação e Gerenciamento da Informação 28h/a

1 Palestras / debates 16h/a


2 Avaliação 12h/a

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