“Em 2016, foram registrados nas polícias brasileiras 49.497 casos de estupro,
conforme informações disponibilizadas no 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Nesse mesmo ano, no Sistema Único de Saúde foram registrados 22.918 incidentes
dessa natureza, o que representa aproximadamente a metade dos casos notificados à
polícia. Certamente, as duas bases de informações possuem uma grande subnotificação
e não dão conta da dimensão do problema...”
Esses números podem ser explicados, em boa parte, pela falta de um sistema
organizado de persecução criminal, trabalhando conjuntamente com um sistema de
prevenção e auditagem independentes. Isso gera inoperância na prevenção e impunidade
no sistema criminal brasileiro.
Fato é que, hoje, não há um controle efetivo e eficaz das fronteiras, nem
tampouco a necessária centralização de suas ações para que as mesmas sejam
uniformes, em que pesem as características e especificidades de cada região. Mostra-se
urgente o incremento do policiamento de fronteira e controle migratório, da fiscalização
de entrada e saída de pessoas, cargas e veículos no país, do controle dos meios de
transporte que fazem o tráfego internacional, e da investigação e o combate dos crimes
nacionais ou transnacionais que ocorram ou tenham início na faixa de fronteira.
Importante ressaltar que "os custos gerados pela violência no Brasil são três
vezes maiores do que o valor destinado a políticas de segurança pública e prevenção da
criminalidade.” Em 2013, homicídios, serviços de saúde de emergência e contratação de
segurança privada, por exemplo, consumiram 193 bilhões de reais – cerca de 4% do PIB
nacional, de acordo com a parcial do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
- No caso dos servidores públicos, 22,5% admitiu já ter desobedecido alguma lei e
outros 18,1% confessaram ter cobrado propina para atender alguma reivindicação
legítima dos cidadãos (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1502200904.htm).