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Abordagem Geral

de noçoes básicas
de Primeiros
Socorros
UFCD -6570
Introdução
Os primeiros socorros são a resposta rápida e inicial a uma emergência médica, através da aplicação de técnicas simples
e eficazes para:

• Reduzir a gravidade da situação


• Melhorar as hipóteses de sobrevivência de uma vítima
• Diminuir o seu grau de sofrimento

São, por isso, a primeira ajuda a prestar a uma pessoa para


impedir o agravamento do seu estado de saúde, antes de
poder receber cuidados especializados.

Saber o que fazer e (especialmente) o que não fazer pode significar a diferença nestes
casos. É necessário haver também, da parte do socorrista, os problemas associados
sabendo assim perceber os sinais e sintomas associados.
Sistema Integrado de Emergência Médica

(SIEM)
Componentes, intervenientes e funcinamento

Intervenientes :

A organização e funcionamento do SIEM


é da responsabilidade do INEM
→ Centro de Informação Antivenenos (CIAV)

Público em geral Operadores das centrais de → Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)
emergência
→ Transporte de Recém – Nascidos de Alto Risco
→ Serviço de Helicópteros de Emergência Médica

Médicos, enfermeiros e
Agentes da autoridade, técnicos dos hospitais
bombeiros e socorristas
Fases do SIEM

1.DETEÇÃO

6.TRANSFERÊNCIA E TRATAMENTO
DEFINITIVO
2.ALERTA

5.CUIDADOS DURANTE O
TRANSPORTE 3.PRÉ-SOCOCRRO

4.SOCORRO NO LOCAL DO ACIDENTE


Número Europeu de Socorro - 112

Pormenores que a Central tem


necessidade de saber: GRAVIDEZ

• Tempo de gravidez
• Se está ou não com contrações
• Se teve algum problema na gravidez
• Quantos filhos teve?
Onde O quê Quem

DOENÇA SÚBITA
ACIDENTE
• Queixa principal
• Tipo de acidente • Há quanto tempo se iniciou
• Complicações • Quais são os sintomas associados?
• Riscos associados • Doenças conhecidas
Cadeia de sobrevivência
Conceito e importância

A Cadeia de Sobrevivência representa o conjunto de procedimentos que permitem


salvar vítimas de paragem cardiorrespiratória

Atitudes que modificam o resultado no socorro à vítima de


paragem cardiorrespiratória (PCR)

Aceder à desfibrilhação tão


Pedir ajuda, acionando de Iniciar de imediato manobras de precocemente quanto possível
imediato o SIEM Suporte Básico de Vida mas apenas quando indicado
Elos e princípios subjacentes

Acesso Precoce SBV Precoce Desfibrilhação Precoce SAV Precoce


Cada minuto sem se Ganhar tempo, mantendo A desfibrilhação eficaz é Deverá ser iniciado ainda na
chamar o socorro reduz a alguma circulação e alguma determinante na fase pré-hospitalar e
possibilidade de ventilação na vítima sobrevivência de uma PCR continuado no hospital,
sobrevivência da vítima permitindo a estabilização
Riscos para o reanimador
Riscos para o reanimador e para a vítima

O reanimador não deve expor-se a si, nem a terceiros,


a riscos que possam comprometer a sua integridade física

Antes de se aproximar de alguém que possa eventualmente estar em perigo de vida, o


reanimador deve assegurar primeiro que não irá correr nenhum risco:

Ambiental Toxicológico Infecioso

(choque elétrico, derrocadas, (exposição a gás, fumo, tóxicos, (tuberculose, hepatite, HIV, etc.)
explosão, tráfego, etc.) etc.)
Algumas condições de segurança e medidas de
proteção universais
Socorrer em caso de acidente de viação Socorrer em caso de intoxicação
• Desligar o motor para diminuir a • Identificar o produto e a sua apresentação
probabilidade de incêndio • Contactar o CIAV

Necessidade de ventilação Ter especial atenção para evitar contato com

• Usar máscara ou outro dispositivo com válvula fluidos orgânicos e objetos cortantes
unidirecional, para não expor o reanimador ao ar
expirado da vítima
Manobras de Suporte
Básico de Vida
Conceito de acordo com o algoritmo vigente

O Suporte Básico de Vida é o “conjunto de procedimentos bem


definidos e com metodologias padronizadas”
Aproximar em segurança

Verificar a resposta 1.Reconhecer as situações em que há risco de vida eminente


Pedir ajuda

Permeabilizar a via aérea 2.Saber quando e como pedir ajuda


Verificar a ventilação

Chamar 112 3.Saber iniciar manobras que contribuam para preservar a


30 compressões oxigenação e circulação até à chegada das equipas

2 ventilações
Procedimentos e sequência
1.Avaliar as condições de 2.Avaliar o estado de consciência 3.Gritar por ajuda
segurança
Abanar os ombros com
Nunca abandonando
cuidado e perguntar
a vítima
“Sente-se bem?”

4-Permeabilizar a via 5.Avaliação da respiração 6.Respiração anormal?


VOS até 10 segundos: Colocar em Posição Lateral de
Fazer extensão da Ver os movimentos torácicos Segurança
cabeça e elevação do Ouvir os sons respiratórios Ligar 112
queixo Sentir o ar expirado

7.Iniciar compressões torácicas 8.Iniciar ventilações 9.Manter SBV

Fazer 30 compressões Após 30


deprimindo o esterno compressões fazer
5-6 cm 2 ventilações
Insuflações e compressões torácicas
Compressões

• Posicionar-se ao lado da vítima


• Certificar-se que a vítima está deitada de costas
• Colocar as mãos como na imagem
• Braços e cotovelos esticados, com os ombros na direção das mãos
• Aplicar compressão sobre o esterno, deprimindo o esterno 5-6 cm a cada
Ventilação com adjuvante da via aérea

A máscara de bolso adapta-se na face da


Ventilações vítima, sobre o nariz e boca

• Posicionar-se ao lado da vítima


• Permeabilizar a VA
• Aplicar 2 ventilações na vítima, mantendo a VA permeável
• Observar se existe elevação do tórax
Problemas associados

VENTILAÇÕES COMPRESSÕES

No caso de vítimas desconhecidas e na ausência de Efetuar as compressões torácicas obliquamente em


algum mecanismo de barreira, não deverá efetuar relação ao tórax pode fazer rolar a vítima
ventilação boca-a-boca diminuindo a eficácia das mesmas

Fratura de articulações condrocostais (articulação


A saída do conteúdo do mesmo para a via aérea
das costelas com o esterno)

A elevação do diafragma que restringe os


Lesão de órgãos internos
movimentos respiratórios

Insuflação gástrica Rotura do pulmão, do coração ou do fígado


Posição Lateral de Segurança
Como e quando utilizar

Utilizada em vítimas que respiram normalmente, para manter as vias aéreas desimpedidas e evitar a aspiração
de líquidos

5. Rolar a vítima

• Enquanto uma mão apoia a cabeça a outra puxa a perna do lado oposto rolando
a vítima para o seu lado

• Estabilize a perna de forma a que a anca e o joelho formem ângulos retos

• Incline a cabeça para trás assegurando a permeabilidade da VA

• Reavalie regularmente a respiração


4. Com
1. Ajoelhar-se
a outra mãoaolevante
lado daa perna
vítima do 2. Coloque o braço mais perto em 3. Segure o outro braço cruzando o
lado oposto acima do joelho dobrando-a ângulo reto com o corpo, com o cotovelo tórax e fixe o dorso da mão
dobrado e mão virada para cima na face do seu lado
Obstrução da via aérea
Tipos de obstrução

Obstrução total Obstrução parcial

• o doente não fala, não chora nem emite qualquer som • o doente chora, tosse e fala
• pode levar ao desmaio • encorajar o doente a tossir

Efetuar cinco pancadas com a base da


mão entre as omoplatas do doente

CASO NÃO RESULTE:

Efetuar cinco compressões abdominais entre a


extremidade do esterno e o umbigo.

Estas compressões devem ser vigorosas para que a


extremidade inferior do esterno não seja comprimida.
Procedimentos

ADULTOS CRIANÇAS BEBÉS

Até 5 pancadas nas


Até 5 pancadas nas costas
costas
Até 5 pancadas nas
costas

Compressões Compressões
abdominais Compressões abdominais
abdominais (2 dedos)
Exame à vítima
Estado de consciência e permeabilidade da via aérea

PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
Siga estes passos: Divide-se em:

1º- Garantir condições de segurança 1º- Recolha de Informação


• Local
2º- Avaliar estado de consciência
• Vítimas
3º- Permeabilização da via aérea (extensão da cabeça) • Acontecimento
• Possíveis lesões
4º- Verificar a existência de circulação e de hemorragias

Se respira normalmente: Se não respira normalmente: 2º- Sinais vitais


• Posição Lateral de Segurança • Ligar 112 • Ventilação
• Avalie a situação • Inicie manobras de SBV • Pulso
• Ligar 112 • Tensão arterial
• Pele
Características da respiração, pulso e pele

PULSO VENTILAÇÃO
Pulso rápido e fraco: pode resultar de um estado de choque por perda
sanguínea Avalia e regista-se:

Ausência de pulso: pode significar um vaso sanguíneo bloqueado ou -Frequência (n° / min)
lesado, ou uma paragem cardíaca -Amplitude (Superficial / Profunda)
-Ritmo (Regular / Irregular)

PELE Fria e húmida (traumatismo ou perda de sangue)


Fria e seca (exposição ao frio)
Quente e seca (febre ou insolação)
Pálida (circulação insuficiente)
Azulada (insuficiência cardíaca, obstrução da VA)
Vermelha (envenenamento ou insolação)
• elevada (hipertermia) quando o valor é superior a 37,5º
• normal (apirético) quando o valor está entre os 35,5º e os 37,5º
• baixa (hipotermia) quando o valor é inferior a 35º
Emergências médicas mais frequentes
Principais sinais e sintomas

Hipoglicémia Hiperglicemia
Intoxicação
• Estado inconsciente • Inconsciência ou sonolência
• Alteração na cor da língua e lábios
• Palidez • Pele vermelha e quente
• Dor e ardor na garganta
• Suores • Hálito acetónico
• Sonolência ou delírio
• Náuseas ou vómitos
• Diarreia e febre
Asma
• Dificuldade respiratória
• Respiração ruidosa
Convulsão
• Cerrar com força os dentes e mexendo-se descontroladamente
Enfarte no• miocárdio
Dificuldade respiratória AVC
• Salivar
• Dor no meio do peito ou “espumar da boca” • Cefaleias intensas e súbitas
• Irradiação ao braço esquerdo • Perda da força
• Suores • Desvio da comissura labial (boca de lado)
• Falta de ar • Dificuldade em falar
Principais cuidados a prestar

HIPOGLICEMIA
ENFARTE DO MIOCÁRDIO
INTOXICAÇÃO

Ligar•Se
112o• édoente
Por se encontrar
extremamente
vezes, consciente
importante
o melhor socorropois:ingerir
é não bebida açucarada
intervir
• O tempo • Contactar
de atuação é fundamental
o CIAV para
ou ligar 112: dara informações
sobrevivência das vítimas
sobre a
• O•Se o doente
tratamento se
vitimamaisencontrar
eficaz
e sobre inconsciente,
e com
o produto maior deve ser
tóxicosucesso é a deitado de lado
angioplastia e
primária
• Oser administrada
doente uma papa
é encaminhado deoaçúcar
para hospital mais indicado

CRISE CONVULSIVA
AVC
ASMA
• Deitar o doente
• Manter a calma e um ambiente calmo em redor do doente
• • Manter
Manter uma atitude calma
a calma
• Deitar o doente, colocando-o em PLS
• • Não
Retirar a vítima do ambiente
segurar o doente que
nempoderá estar na os
tentar prender origem
seus da crise
• Identificar corretamente as queixas do doente
• Colocarmovimentos
a vítima numa posição cómoda que lhe facilite a respiração.
• Ligar 112
• • Não
Verifique secolocar
a vítimanada
tem na
umboca
inalador apropriado
do doente
• Aguardar pelo socorro
• Ligar 112, aguardar pelo socorro
• Se necessário fazer SBV
Limites de intervenção na perspetiva de cidadão e de
profissional de saúde
Quem presta primeiros socorros não substitui a equipa de saúde mas tem um papel fundamental em alertar
os serviços e ajudar a vítima, evitando o agravamento da situação

É importante que o TAS Enquanto se espera pelos socorros

Se sinta autoconfiante, mas tenha a noção das suas


limitações
Não dar nada a Observar estado da
beber/comer pessoa
Tenha uma atitude de compreensão e paciência

Cobrir a vítima
Seja capaz de tomar decisões, organizar e controlar
a situação
Desapertar o vestuário Nunca abandonar uma pessoa
(evita compressão) em estado de choque/ferida
Principais tipos de
traumatismos
Traumatismo nos tecidos moles

Lesões fechadas Lesões abertas

• Escoriação
• Hematoma • Laceração
• Equimose • Avulsão
• Amputação
• Feridas penetrantes

ATUAÇÃO ATUAÇÃO

• Acalmar o doente • Acalmar o doente


• Suspeitar de outras lesões associadas • Suspeitar de outras lesões associadas
• Fazer aplicação de frio sobre o local • Não mover o doente mais do que o necessário
• Imobilizar a região afetada • Controlar as hemorragias (e efetuar penso esterilizado)
• Ligar 112 • Ligar 112
• Aguardar pelo socorro, mantendo a vigilância do doente • Aguardar pelo socorro, mantendo a vigilância do doente
Limpeza de uma ferida

1.Avaliação da ferida 3.Promover a ferida limpa

Superficial ou profunda? Limpar da zona mais limpa para a mais conspurcada

2.Proteção da ferida

Assegurar:
4.Prevenir a infecção
conforto do doente
diminuição da dor
Na realização de um penso deve ter-se em conta:
a limpeza da ferida com soro fisiológico
• Utilizar material descartável e esterilizado
• As embalagens devem ter prazo de validade
• Utilizar embalagens individuais
• Registar no frasco de soro fisiológico a data da sua abertura
Hemorragias

SINAIS E SINTOMAS
Alterações a nível de:

ATUAÇÃO:
estado de consciência
• Proceder ao controlo da hemorragia
• Ter em atenção um possível episódio de vómito
• Elevar os membros inferiores
pressão arterial Saída evidente de sangue • Manter o doente confortável e aquecido
• Identificar os antecedentes pessoais e a medicação
• Avaliar os parâmetros vitais
• Ligar 112
• Aguardar pelo socorro, mantendo a vigilância do doente

pele pulso ventilação


Queimaduras

1.º Grau

Atinge: primeira camada da pele


ATUAÇÃO
Características da pele: vermelha, sensível e dolorosa
• Acalmar o doente
2.º Grau
• Ter em atenção a via aérea
• Limpar a zona queimada, retirando a roupa existente
Atinge: primeira e segunda camadas da pele • Lavar a zona queimada com soro fisiológico ou água
Características da pele: dolorosa e com flicenas(bolhas) • Tapar a zona com um penso humedecido e esterilizado
• Nas zonas articulares proteger as zonas de contacto
(Ligar 112)
3.º Grau

Atinge: tecidos subjacentes


Características da pele: cor castanha ou preta
Traumatismos dos membros

SINAIS E SINTOMAS CUIDADOS A TER

• Não efetuar qualquer pressão sobre o foco de fratura


• Dor na zona do foco de fratura
• Perda da mobilidade
• Imobilizar a fratura, mantendo o alinhamento do membro não
• Edema normalmente presente
forçando se esta for no ombro, cotovelo, mão, joelho e pés
• Exposição dos topos ósseos
• Alteração da coloração do membro
• No caso de fraturas abertas, lavar a zona com soro fisiológico
antes de imobilizar
Limites de intervenção na perspetiva de cidadão e de
profissional de saúde

A ação de um funcionário que seja detentor dos conhecimentos básicos de primeiros socorros, que
socorra uma vítima tem a sua ação limitada com a chegada de pessoal especializado ao local.

Atitudes corretas
A calma, o bom senso e o Agir rapidamente, porém
discernimento são elementos respeitando os seus limites e o dos
primordiais outros

Transmitir á vítima, tranquilidade, Utilize-se de conhecimentos básicos Nunca tome atitudes das quais não
alívio, confiança e segurança de primeiros socorros tem conhecimento
Tarefas do TAS
Tarefas do TAS

Com supervisão direta Sem supervisão direta

Prestação de socorro Transporte de doentes


pré-hospitalar urgentes/emergentes
Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e
simultânea ao alerta do profissional de saúde
Registo da atividade exercida
conforme normas em vigor

Operação dos sistemas de informação e


cumprimento das normas que equipam Aplicar normas e procedimentos a adotar perante uma
as ambulâncias situação de emergência no trabalho
Conclusão

OS PRIMEIROS SOCORROS conjunto de procedimentos que têm o objetivo de manter a vida de


alguém em situações inesperadas, ou evitar o agravamento de lesões, até
à chegada de profissionais especializados

Os princípios gerais que regem a prestação de primeiros socorros são:

• AVALIAR a situação
• PREVENIR o agravamento do estado da vítima
• ALERTAR os meios de socorro (através do 112)
• SOCORRER a vítima, estabilizando-a

Deste modo, é da responsabilidade de todos o reconhecimento e identificação adequada de uma situação urgente, ou
potencialmente urgente, atuando com base em princípios e conhecimentos sólidos.
Webgrafia

https://www.inem.pt/2018/02/08/inem-receita-cadeia-de-sobrevivencia-avaliacao-do-estado-de-consciencia-e-posicao-
lateral-de-seguranca/

https://www.inem.pt/bwg_gallery/inem-receita-cadeia-de-sobrevivencia/

https://www.inem.pt/bwg_gallery/receita-inem-suporte-basico-de-vida/

https://www.inem.pt/wp-content/uploads/2017/09/Suporte-B%C3%A1sico-de-Vida-Adulto.pdf

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