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Tema: Schistosomíase
Docente
Anastácia Lencastro
Schistosomíase Página
Instituto Médio Técnico Profissional Njerenje
Discentes:
João Keniasse
Jutta Francisco
Schistosomíase Página
Índice
Introdução......................................................................................................................1
Objetivos........................................................................................................................2
Metodologia do Trabalho...............................................................................................3
Schistosomíase...............................................................................................................4
Epidemiologia................................................................................................................4
Etiologia.........................................................................................................................4
Transmissão...................................................................................................................4
Ciclo de Vida.................................................................................................................4
Factores de Risco...........................................................................................................5
Fisiopatologia da Doença...............................................................................................5
Quadro clínico................................................................................................................7
Dermatite Cercária.........................................................................................................7
Schistosomíase Crónica.................................................................................................7
Complicações.................................................................................................................9
Diagnóstico Diferencial.................................................................................................9
Conduta........................................................................................................................10
Tratamento Medicamentoso:.......................................................................................10
Prevenção.....................................................................................................................11
Conclusão.....................................................................................................................12
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Referência/Bibliográfica..............................................................................................13
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Introdução
A Schistosomíase é uma parasitose helmíntica, geralmente com carácter crónico que
infecta os seres humanos, causada pelo tremátodo do género Schistossoma. É uma
doença muito antiga, tendo sido encontrados ovos desses helmintos em múmias egípcias
de pessoas que viveram em torno de 3500 antes de Cristo
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Objetivos
Objectivo Geral:
Objetivos Específicos:
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Metodologia do Trabalho
O presente trabalho é de carácter qualitativo, com vista a obter uma informação
verídica, também se auxiliara na exploração bibliográfica seja electrónica ou física, e
em Moçambique, a prevalência da Schistosomíase é bastante elevada, sendo a mais
grave a forma urinária (que afecta a bexiga) do que a forma intestinal.
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Schistosomíase
Conceito
É uma parasitose helmíntica, geralmente com carácter crónico que infecta os seres
humanos, causada pelo tremátodo do género Schistossoma. É uma doença muito antiga,
tendo sido encontrados ovos desses helmintos em múmias egípcias de pessoas que
viveram em torno de 3500 antes de Cristo
Epidemiologia
A Schistosomíase é um problema de saúde pública que em todo mundo afecta cerca de
300 milhões de pessoas, outras 600 milhões estão sob o risco de infecção e 20 milhões
tem doenças debilitantes principalmente nas áreas tropicais e subtropicais.
Etiologia
A etiologia da Schistosomíase é o tremátode do género Schistosoma. O Schistosoma
haematobium é o agente etiológico da forma urinária. O Schistosoma mansoni, S.
japonicum, S. mekongi e S. intercalatum são os agentes etiológicos da forma intestinal.
O S. haematobium e o S. mansoni são os únicos agentes etiológicos em Moçambique.
Transmissão
A transmissão é efectuada de forma indirecta através do caracol de água doce, que é o
hospedeiro intermediário.
Ciclo de Vida
O ciclo de vida da Schistosomíase ocorre entre o hospedeiro intermediário (o caracol) e
o ser humano (hospedeiro definitivo).
A infecção começa quando as cercárias libertadas pelo caracol penetram na pele do ser
humano, permanecendo no tecido celular subcutâneo durante 2 – 4 dias, onde se
transformam emesquistossômulos. Os esquistossômulos migram através das veias e
vasos linfáticos, passando pelos pulmões, coração e parênquima hepático e
desenvolvem-se transformando-se em vermes. Seis semanas depois os vermes
sexualmente maduros (adultos) migram para locais anatómicos específicos: veias
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mesentéricas no caso do S. mansoni e veias vesicais no caso de S. haematobium, onde
acasalam sexualmente. Após acasalamento, as fêmeas grávidas seguem contra a
corrente sanguínea venosa até atingirem os pequenos vasos tributários, onde depositam
os seus ovos no espaço intravascular. Metades dos ovos têm acesso ao lúmen intestinal
ou vesical (dependendo da espécie) e são eliminados. A outra metade fica retida nos
tecidos do hospedeiro (intestinos ou trato urinário) e são levados pelo fluxo sanguíneo
para o fígado e outros órgãos.
Após eliminação dos ovos (via intestinal – S. mansoni e via urinária – S. haematonium),
os mesmos alcançam colecções de água doce, eclodem e libertam miracídeos livres que
penetram nos caracóis onde se multiplicam de forma assexuada, passando por estágios
de esporocistos e depois de 4 a 6 semanas são eliminados pelo caracol na forma de
cercárias, reiniciando o ciclo.
Factores de Risco
Os factores de risco para a doença são determinados pela baixa condição
socioeconómica, com baixa disponibilidade de água potável e precárias condições de
sanidade. Hábitos de fecalismo e urinar a céu aberto são factores de risco para a
infecção. A presença de caracóis de água doce em lagoas e rios, em que as pessoas vão
realizar as suas actividades (tomar banho, pescar, natação de lazer, lavar a roupa, ou
carregar a água para consumo) desempenha um papel importante na transmissão da
infecção. Os pescadores e agricultores representam um grupo de risco importante.
Fisiopatologia da Doença
A clínica da doença é desencadeada por fenómenos inflamatórios e imunológicos
decorrente da invasão das cercarias no tecido subcutâneo, da presença do verme no
sangue e da deposição dos ovos.
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No caso de infecção por Schistosoma mansoni a formação de granulomas no fígado e
obstrução subsequente (fibrose peri-portal), dificulta a drenagem sanguínea da veia
porta, aumentando a pressão venosa retrógrada (hipertensão portal) levando a:
Tanto na infeccção por S. mansoni como por S. haematobium, nos pulmões os ovos
produzem:
Quadro clínico
Podemos dividir as manifestações clínicas em 3 estágios que variam com base na
espécie, na intensidade da infecção e factores do hospedeiro (idade e genética). São as
seguintes: Dermatite cercária (após penetração das cercárias), Schistosomíase aguda
(Febre de Katayama) e Schistosomíase crónica.
Dermatite Cercária
Também chamada de prurido do nadador, sendo mais frequente no S. mansoni e
japonicum
O paciente se apresenta com prurido, exantema maculopapular nas áreas
afectadas da pele
Geralmente é auto-limitado e dura cerca de 5 dias
Schistosomíase Crónica
A Schistosomíase crónica pode-se apresentar de várias formas. O S. haematobium leva
ao desenvolvimento de doença genito-urinária. O S. mansoni (e os outros) leva ao
desenvolvimento das outras formas de doença.
Doença hepato-esplénica:
o Causada pelo S. mansoni (e as outras espécies intestinais)
o A fisiopatologia está relacionada com a hipertensão do sistema
venoso portal
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o Apresenta hepatomegália, esplenomegália, ascite, circulação
colateral venosa visível no abdómen e pode apresentar dor no
quadrante superior direito.
o É frequente apresentar hemorróidas e varizes esofágicas que
podem ulcerar e sangrar. Muitas vezes a doença só é descoberta
quando o paciente se dirige às urgências devido à hemorragia
digestiva.
Doença génito-urinária
o Causada pelo S. haematobium e afecta principalmente a bexiga,
uréteres, vesículas seminais.
o Hematuria terminal é o achado mais frequente, que pode estar
associada a disúria e polaciúria.
o Ao exame abdominal pode-se encontrar uma massa suprapúbica
(bexiga aumentada), ou nos flancos (rins aumentados). Ao exame rectal
pode-se encontrar aumento fibrosado da próstata, aumento da vesícula
seminal ou espessamento da base da bexiga.
Doença intestinal
o Causada pelo S. mansoni (e as outras espécies intestinais)
o Caracterizada por dor abdominal tipo cólica espontânea ou à palpação
do cólon descendente e sigmóide, que pode estar endurecido (“corda
cólica sigmoidea”)
o Diarreia (as vezes sanguinolenta), podendo alternar com obstipação e
evacuações normais
o Anemia com cansaço, incapacidade de realizar actividades rotineiras é
frequente
Doença pulmonar (Cor pulmonale)
o Causada por qualquer espécie de Schistosoma
o Os sinais e sintomas são: tosse, febre, dispnéia, palpitações, dor torácica,
, fadiga. Taquipnéia, cianose, baquetamento dos dedos, segundo som
cardíaco hiperfonético à auscultação e sopro sistólico no foco fulmonar.
Com o tempo, progride para insuficiência do ventrículo direito com
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distensão venosa jugular, hepatomegália com ascite e edema dos
membros inferiores.
Complicações
As principais complicações são as seguintes:
Carcinoma da bexiga
Hipertensão porta e consequente hemorragia digestiva
Hipertensão pulmonar: Cor pulmonar
Diagnóstico Diferencial
Formas agudas:
Malária
Febre tifóide, incluindo a salmonelose septicémica prolongada
Infecção por enterobactérias
Schistosomíase génito-urinária
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Schistosomíase hepato-esplénica
Insuficiência cardíaca
Cirrose causada pela hepatite viral ou álcool
Abcesso hepático
TB abdominal
Carcinoma hepático
Obstrução da veia hepática (síndrome de Budd-Chiari)
Schsitosomíase Intestinal
Doença Pulmonar
Insuficiência cardíaca
Outras causas de cor pulmonale
o Doença pulmonar obstrutiva crónica
o Bronquiectasias
o Fibrose cística
Conduta
O tratamento da Schistosomíase é dividido em tratamento médico e cirúrgico. Os casos
cirúrgicos, resultam das complicações e devem ser referidos para o médico de clínica
geral, técnico de cirurgia, ou unidade sanitária com capacidade cirúrgica.
Tratamento Medicamentoso:
O fármaco de eleição é o Praziquantel:
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o Apresentação: comprimidos de 600mg
o Via de administração: Oral
o Dose: vide acima
o Efeitos secundários: desconforto abdominal, náuseas, cefaleia,
vertigem e sonolência.
o Precauções: evitar usar durante a gravidez. Avaliar o risco
benefício antes de iniciar o tratamento.
Correcção de anemia existente com salferroso
Antibioticoterapia no caso de infecção secundária – amoxicilina ou cotrimoxazol
ou ciprofloxacina são antibióticos que podem ser usados empiricamente na
suspeita de infecção urinária secundária.
Prevenção
A prevenção da Schistosomíase passa por medidas de saúde pública que deve ser
orientada para:
Educação sanitária
Diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes
Tratamento massivo (campanhas)
Fornecimento de água tratada e condições sanitárias melhoradas
Controlo do vector (o caracol).
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18 distritos das provincias de Cabo-delgado, Niassa, Nampula e Zambézia, onde foram
tratadas cerca de 500.000 crianças.
Conclusão
O Schistosoma haematonium é o agente etiológico da forma urinária, enquanto o
Schistosoma mansoni, S. japonicum, S. mekongi e S. intercalatum são os agentes
etiológicos da forma intestinal. O S. haematobium e o S. mansoni são os únicos agentes
etiológicos em Moçambique.
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Referência/Bibliográfica
Auto, Hélvio José de Farias e Colaboradores, Doenças Infecciosas e Parasitárias,
editora Revinter, 2002
Harrison, Manual de Medicina, 15ª edição, McGraw-Hill, 2002
Harrison, Medicina Interna, 17ª edição, McGraw-Hill, 2009
Manson’s, Doenças Tropicais (Tropical Disease), 21ª edição, W.B. Saunders,
2003
http://www.who.int/wer/2011/wer8609.pdf
Organização Mundial de Saúde, Quimioterapia preventiva em Helmitíase
Humana (Preventive Chemotherapy in Human Helminthiasis), 2006
Balanço da PES 2010 – Parte 2, MISAU
Arroz, Jaime, A Doença do Sono, Direcção Nacional de Recursos Humanos,
Maputo, Cadernos de Saúde, I série, número 11, 1981
Arroz, Jaime, Melarsoprol and Reactive Encephalopathy in t.b. Rhodesiense,
Trans – Royal – Soc – Trop-Med-Hyg – 81, 192, 1987
Dgedge, Martinho; Arroz, Jaime, Manual de Tripanossomíase Humana
Rhodesiense, 1995
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