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FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO


1º ANO/2023

MÓDULO DE PARASITOLOGIA

PRINCIPAIS PARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS –


SCHISTOSOMÍASE

Madalena Rosária Cristóvão Gweluca Suleimane, Código nº 96230527


Lichinga, Outubro de 2023
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

Curso de Licenciatura em Nutrição

1º ANO/2023

MÓDULO DE PARASITOLOGIA

PRINCIPAIS PARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – SCHISTOSOMÍASE

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Nutrição da UnISCED.

Tutor:

Madalena Rosária Cristóvão Gweluca Suleimane, Código nº 96230527

Lichinga, Outubro de 2023


Índice
Introdução ............................................................................................................................... 3

Geral: ...................................................................................................................................... 3

Específicos: ............................................................................................................................. 3

Metodologia: ........................................................................................................................... 3

Helmintos – schistosomíase – Contextualização .................................................................... 4

Ocorrência da Schistosomíase no Mundo e em África ........................................................... 4

Ciclo de Vida do Parasita ........................................................................................................ 5

Schistosomíase – A Doença .................................................................................................... 5

Sinais e sintomas ..................................................................................................................... 6

Dermatite aguda por schistosoma ........................................................................................... 6

Febre de Katayama aguda ....................................................................................................... 6

Esquistossomose crónica ........................................................................................................ 6

Diagnóstico ............................................................................................................................. 7

Tratamento .............................................................................................................................. 7

Prevenção ................................................................................................................................ 8

Conclusão.............................................................................................................................. 10

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 11


Introdução

Caberá ao presente trabalho do módulo de parasitologia abordar em torno das principais


parasitoses causadas por helmintos – schistosomíase, referisse a uma doença causada
pelo helminto trematódeo do gênero Schistosoma. A infecção humana pelo S. mansoni
é também denominada de esquistossomíase mansônica ou intestinal e, esta doença é
popularmente conhecida como xistose. Os vermes adultos (macho e fêmea) de S.
mansoni se localizam na luz dos vasos sanguíneos do sistema porta, realizando a
ovoposição nos ramos terminais da veia mesentérica inferior e nas vênulas da parede do
intestino, no plexo hemorroidário.

Objectivos

Geral:

 Falar das principais parasitoses causadas por helmintos – schistosomíase.

Específicos:

 Descrever a ocorrência da Schistosomíase no mundo e em África;


 Explicar o ciclo de vida do parasita;
 Sistematizar os conhecimentos adquiridos sobre a Schistosomíase.

Metodologia:

Este trabalho foi abordado por meio de diferentes formais de pesquisa, das quais
destacam-se levantamentos de dados por meio de uso de TICS e levantamentos
bibliográficos que consistiu basicamente na consulta de manuais relacionados ao
objecto do trabalho.

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Helmintos – schistosomíase – Contextualização

Segundo HOTEZ (2006), Os helmintos, também chamados popularmente de vermes,


são metazoários que podem ser de vida livre ou parasitária e, neste último caso,
dividindo-se em dois filos: Platelmintos (vermes achatados) e Nematelmintos (vermes
cilíndricos).

Organismos Formas infectantes Modo de transmissão


VERMES CILÍNDRICOS
Ascaris lumbricóides Ovo, após 6 semanas no Ingestão
ambiente
Ancilostomideos Larva, após 48h Penetração pela pele
Strangyloides stercolaris Larva Penetração pela pele
Enterobius vermicularis Ovo, após algumas horas Ingestão
Trichuris trichiura Ovo, após 6 semana no Ingestão
ambiente
VERMES CHATOS
Taenia sp. Cisterco, em carnes Ingestão
malcozidas
Schistosoma Cercária, na água Penetração pela pele

Fonte: (CARVALHO, 2006).

Ocorrência da Schistosomíase no Mundo e em África

A Schistosomías é uma endemia parasitária, típica das Américas, Ásia e África e


actualmente ainda representa um problema de saúde pública. Estima-se que
aproximadamente 25 milhões de pessoas ainda correm risco de contrair essa doença.

A doença afectou cerca de 252 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015. Estima-
se que 4.400 a 200.000 pessoas morrem a cada ano. A doença é mais comum na África,
bem como a Ásia e a América do Sul. Em torno de 700 milhões de pessoas, em mais de
70 países, vivem em áreas onde a doença é comum. Em países tropicais, ela é segunda
apenas para a malária entre doenças parasitárias com o maior impacto económico. Está
listada como uma doença tropical negligenciada, (OMS).

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Ciclo de Vida do Parasita

O parasitismo pelo S. mansoni pode apresentar-se assintomático na maioria das vezes.


Formas clínicas: na fase aguda da doença o indivíduo pode apresentar dermatite
urticariforme, pápulas eritematosas e prurido. Com cerca de 3 a 7 semanas de exposição
pode surgir febre, anorexia, dor abdominal, mal-estar, cefaléia, diarreia, fezes muco
sanguinolentas, náuseas, vômitos, tosse seca e hepatomegalia.

Os ovos são os elementos fundamentais da patogenia da


esquistossomose, pois em grande número, principalmente na parede do
intestino, podem provocar hemorragias e áreas de necrose, levando a
uma enterocolite aguda. No fígado e em outros órgãos, os ovos causam
a formação de granulomas. O quadro hematológico é de leucocitose
moderada, com intensa eosinofilia (25 a 50%), (AMARGO,2008).

A fase crónica apresenta três formas clínicas:

 Forma intestinal;
 Hepatointestinal e hepatoesplênica.

Compensada e descompensada. As complicações da doença se caracterizam por fibrose


hepática, hipertensão portal, ascite, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva,
comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos.

O homem infectado pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni a partir de 5 semanas


após a infecção e por um período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais de 20 anos.
Os hospedeiros intermediários começam a eliminar cercarias após 4 a 7 semanas da
infecção pelos miracídios.

Schistosomíase – A Doença

Schistosomíase é a infecção causada por trematódeos sanguíneos do gênero


Schistosoma, adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em contacto com águas
contaminadas. Os parasitas infectam os vasos do trato gastrintestinal ou trato
geniturinário. Sintomas agudos são dermatite, seguida após várias semanas por febre,
calafrios, náuseas, dor abdominal, diarreia, mal-estar e mialgia. Os sintomas crónicos
variam com as espécies, mas incluem diarreia sanguinolenta (p. ex., com S. mansoni, S.
mekongi, S. intercalatum, and e S. japonicum) ou hematúria (p. ex., com S.
haematobium). O diagnóstico é feito pela identificação de ovos nas fezes, na urina ou
em amostras de biópsia. Testes sorológicos podem ser sensíveis e específicos, mas não

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fornecem informações sobre cargas parasitárias ou o estado clínico. O tratamento é feito
com praziquantel, (AMARGO,2008).

Sinais e sintomas

Dermatite aguda por schistosoma

A maioria das infecções é assintomática. Um exantema popular e pruriginoso (dermatite


cercariana) pode se desenvolver no local de penetração das cercárias na pele em.

Febre de Katayama aguda

Febre de Katayama é uma reacção de hipersensibilidade sistémica que


pode ocorrer com o início da postura de ovos, tipicamente 2 a 4
semanas após exposição intensa. Os sintomas incluem febre, calafrios,
tosse, náuseas, dor abdominal, mal-estar, mialgia, exantema
urticariforme e eosinofilia marcante, assemelhando-se à doença do soro.
As manifestações são mais comuns e normalmente mais intensas em
visitantes do que em residentes de áreas endémicas e tipicamente duram
várias semanas. (REY, 2008).

Esquistossomose crónica

A infecção crônica é mais comumente decorrente de exposição repetida em regiões


endêmicas, mas também pode ocorrer após exposição breve, como ocorre em viajantes.
A esquistossomose crônica resulta principalmente das respostas granulomatosas do
hospedeiro aos ovos retidos nos tecidos.

Esquistossomose intestinal: no início, ulcerações da mucosa intestinal causadas por S.


mansoni, S. japonicum, S. mekongi ou S. intercalatum pode sangrar e resultar em
diarreia sanguinolenta. Com o progredir das lesões, podem se desenvolver fibrose focal,
estenose, fístulas e papilomas no intestino.

Esquistossomose hepatoesplênica: reações granulomatosas a ovos de S. mansoni, S.


japonicum, S. mekongi e S. intercalatum no fígado geralmente não comprometem a
função hepática, mas podem causar fibrose e cirrose, que podem levar à hipertensão
portal, resultando em esplenomegalia e varizes esofágicas. As varizes esofágicas podem
sangrar, causando hematêmese.

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Ovos nos pulmões podem produzir granulomas e arterite obliterante focal, que
essencialmente pode resultar em hipertensão pulmonar e cor pulmonale.

Envolvimento vesical com S. haematobium produz ulcerações na parede da bexiga que


podem provocar disúria, hematúria e poliúria. Com o passar do tempo, cistite crônica se
desenvolve. Constrições podem provocar hidroureter e hidronefrose. Massas
papilomatosas na bexiga são comuns e carcinoma de células escamosas da bexiga pode
se desenvolver.

Perda de sangue a partir dos tratos gastrintestinal e geniturinário com frequência resulta
em anemia por deficiência de ferro.

Pode ocorrer infecção bacteriana secundária do trato geniturinário por


S. haematobium, e septicemia persistente ou recorrente por Salmonella.
Várias espécies, notavelmente S. haematobium, podem causar doença
genital tanto em homens quanto em mulheres, resultando em numerosos
sintomas, inclusive infertilidade. Complicações neurológicas podem
ocorrer mesmo nas infecções leves por Schistosoma. Ovos ou vermes
adultos alojados na medula espinal podem provocar mielite transversa, e
aqueles no cérebro podem produzir lesões focais e convulsões, (DE
SILVA et al., 2003).

Diagnóstico

 Exame microscópico das fezes ou urina (S. haematobium) para ovos;


 Testes para antígenos;
 Testes sorológicos.

Tratamento

 Praziquantel

Recomenda-se um dia de tratamento oral com praziquantel (20 mg/kg duas


vezes ao dia, para S. haematobium, S. mansoni e S. intercalatum; 20 mg/kg 3
vezes ao dia S. japonicum e S. mekongi). Praziquantel é eficaz contra os
esquistossomos adultos, mas não contra o esquistossômulo em
desenvolvimento, que ocorrem no início da infecção. Portanto, para viajantes
assintomáticos expostos à água doce potencialmente contaminada, o tratamento
é adiado por 6 a 8 semanas após a última exposição. Efeitos adversos do
praziquantel são, geralmente, leves e incluem dor abdominal, diarreia, cefaleia e
tontura. Falhas terapêuticas foram relatadas, mas é difícil determinar se são
decorrentes de reinfecção, resistência relativa dos esquistossomas imaturos ou

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esquistossomas adultos resistentes ao praziquantel, (CAMPOS; BRIQUES,
1988 apud CARVALHO et al., 2002; PELLON; TEIXEIRA, 1950).

Se houver ovos no momento do diagnóstico, sugere-se o exame de acompanhamento 1 a


2 meses após o tratamento para ajudar a confirmar a cura. O tratamento é repetido se
ainda houver ovos. O tratamento da esquistossomose aguda (febre de Katayama) baseia-
se em dados limitados. Corticoides podem melhorar os sintomas graves; o tratamento
com prednisona, 20 a 40 mg, diariamente, por 5 dias, em adultos é geralmente eficaz.
Depois de os sintomas diminuírem, administra-se tratamento com praziquantel como
detalhado acima, que é repetido 4 a 6 semanas mais tarde depois de os parasitas
alcançarem a idade adulta, (Idem)

Nos pacientes com ovos nas fezes ou urina no momento do diagnóstico da


esquistossomose aguda ou crónica, deve-se examinar à procura de ovos vivos 1 a 2
meses após o tratamento. Um microscopista experiente pode diferenciar entre ovos
viáveis e cascas vazias com base na presença de miracídio vivo. Indica-se novo
tratamento se ovos viáveis estão presentes.

Prevenção

 Evitar cuidadosamente contacto com água doce contaminada previne a


esquistossomose.
 A esquistossomose não é transmitida pela ingestão de água contaminada; no
entanto, o contacto da boca e dos lábios com a água contaminada pode levar à
infecção.
 Água doce utilizada para banho deve ser fervida durante pelo menos 1 minuto e
então refrigerada antes do banho. Mas a água armazenada em um tanque por
pelo menos 1 a 2 dias deve ser segura sem fervura.
 Pessoas acidentalmente expostas à água possivelmente contaminada (p. ex., ao
cair em um rio) devem se secar vigorosamente com uma toalha para tentar
remover os parasitas antes que penetrem na pele.
 A disposição sanitária de urina e fezes reduz a probabilidade de infecção.
 Residentes adultos de áreas endémicas são mais resistentes à reinfecção do que
crianças, sugerindo a possibilidade de imunidade adquirida.

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 Tratamento da comunidade ou na escola com praziquantel, programas de
educação e moluscicidas para diminuir as populações de caramujos é usado para
controlar a esquistossomose nas áreas endêmicas.

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Conclusão

A Parasitologia emergiu como ciência em meados do século XIX, com o


estabelecimento dos fundamentos de novas áreas da Medicina, sendo uma delas a
Medicina Tropical. Essa época, marcada por grandes questionamentos e discussões, na
tentativa de se explicarem as doenças infecciosas de um modo geral e, mais
particularmente, a cólera, deu origem às três principais teorias. Schistosomíase é a
infecção causada por trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma, adquiridos
transcutaneamente ao nadar ou entrar em contacto com águas contaminadas. Os
parasitas infectam os vasos do trato gastrintestinal ou trato geniturinário. Sintomas
agudos são dermatite, seguida após várias semanas por febre, calafrios, náuseas, dor
abdominal, diarreia, mal-estar e mialgia.

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Referências Bibliográficas

HOTEZ, P. J. et al. Incorporating a Rapid-Impact Package for Neglected Tropical


Diseases with Programs for HIV/AIDS, Tuberculosis, and Malaria. PLoS Med, v.3, n.5,
p.e102. 2006.

CARVALHO, D.M.D. Epidemiologia – História e Fundamentos. In: MEDRONHO, R.


A. et al. Epidemiologia. Belo Horizonte: Atheneu, p.3-13. 2006.

REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos


ocidentais. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2008.

DE SILVA, N. R. et al. Soil-transmitted helminth infections: updating the global


picture. Trends in Parasitology, v.19, n.12, p.547-551, Dec. 2003

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