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INSTITUTO MÉDIO DE SAÚDE E TECNOLOGIA J4

CURSO: ENFERMAGEM GERAL


TURMA: TURMA 6
Tema:

Trematódeos e Schistosoma haematobiun

Discente: Eunice Sandino Djedje nr 15


Wilta Januário Ngovene nr31

DOCENTE: Gilberto Miguel

MATOLA – Maio de 2023


Índice
Introdução....................................................................................................................................3
Trematódeos.................................................................................................................................3
Clonorquíase............................................................................................................................3
Sinais e sintomas da clonorquíase........................................................................................3
Fasciolíase................................................................................................................................4
(Infecção hepática comum por trematódeos; infecção por trematódeo do fígado de
ovelhas)....................................................................................................................................4
Sinais e sintomas da fasciolíase............................................................................................4
Tratamento da fasciolíase.....................................................................................................4
Fasciolopsíase...........................................................................................................................5
Heterofiose e infecções trematódeas relacionadas.................................................................5
Opistorquíase...........................................................................................................................6
Schistosoma haematobium........................................................................................................7
Ciclo de vida simplificado do Schistosoma...............................................................................8
Sinais e sintomas da Schistosoma............................................................................................9
Dermatite aguda por schistosoma.......................................................................................9
Febre de Katayama aguda...................................................................................................9
Schistosoma crônica............................................................................................................9
Diagnóstico da Schistosoma...................................................................................................10
Tratamento da Schistosoma...................................................................................................11
Prevenção da esquistossomose..............................................................................................11

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Introdução
No presente trabalho falaremos sobre a Trematódeos e sua classificação de acordo com
o principal sistema de órgãos, que é a Clonorquíase, Fasciolíase, Fasciolopsíase,
Heterofiose e infecções trematódeas relacionadas e o Opistorquíase. E abordaremos
Também sobre Schistosoma haematobium: a morfologia, sua classificação ciclo
evolutivo, transmissão, sintomatogia, diagnostico, clinico e laboratorial.

Trematódeos
Trematódeos são parasitas achatados que infectam os vasos sanguíneos, o trato
gastrintestinal, os pulmões, ou o fígado. São frequentemente classificados de acordo
com o principal sistema de órgãos que invadem:
Clonorchis sinensis, Fasciola hepatica e Opisthorchis spp: fígado e ductos biliares
Fasciolopsis buski, Heterophyes heterophyes e parasitas relacionados: o lúmen do trato
gastrintestinal
Paragonimus westermani e espécies relacionadas: pulmões
Schistosoma spp: infecta a vasculatura dos sistemas gastrintestinal ou geniturinário

Clonorquíase

Clonorquíase é a infecção causada no fígado pelo trematódeo Clonorchis sinensis.


Em geral, adquire-se a infecção ingerindo peixe de água doce cru. A maioria das
infecções é assintomática, mas quando presentes, os sintomas incluem dor abdominal
no hipocôndrio direito, indigestão, fadiga e diarreia. O diagnóstico é feito pelo achado
de ovos nas fezes ou no conteúdo duodenal. O tratamento é feito com praziquantel ou
albendazol.
Trematódeos são parasitas achatados que infectam várias partes do corpo (p. ex.,
vasos sanguíneos, trato gastrintestinal, pulmões, fígado) dependendo da espécie.

Clonorchis é endêmica no leste da Ásia (China, Coreia do Sul, norte do Vietnã,


Taiwan e partes da Rússia), e a infecção ocorre em outros lugares entre imigrantes e
pessoas que comem peixe cru ou mal cozido ou, às vezes, camarão, de áreas
endêmicas. O número de pessoas infectadas por C. sinensis está crescendo, de cerca
de 7 milhões na década de 1990 para 15 milhões na década de 2000 em todo o mundo.

Sinais e sintomas da clonorquíase


Em geral, infecções leves por trematódeos são assintomáticas; os sintomas
geralmente ocorrem em pacientes com maior carga de vermes e maior duração da
infecção. Na fase aguda, infecções mais graves podem causar febre, calafrios, dor
epigástrica, hepatomegalia dolorosa, icterícia leve e eosinofilia. A diarreia pode
ocorrer em seguida. Os sintomas costumam perdurar por 2 a 4 semanas.

Colangite crônica nas infecções graves pode evoluir para atrofia do parênquima
hepático e fibrose portal. Icterícia pode ocorrer se uma massa de trematódeos obstruir
a árvore biliar.
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Outras complicações são colangite supurativa, colelitíase, pancreatite crônica e, mais
tardiamente, colangiocarcinoma [câncer de ducto biliar (2)]. Veteranos da guerra do
Vietnã que desenvolvem colangiocarcinoma podem ter sido infectados por Clonorchis
sinensis ou Opisthorchis viverrini durante o serviço militar no sudeste da Ásia (1). O
risco de colangiocarcinoma é maior em regiões do Sudeste Asiático e a mortalidade é
mais comum em homens entre 40 e 65 anos.

Fasciolíase
(Infecção hepática comum por trematódeos; infecção por trematódeo do fígado de ovelhas)

Fasciolíase é uma infecção causada pelo trematódeo Fasciola hepatica, que é


adquirido com a ingestão de agrião contaminado ou outras plantas aquáticas. As
manifestações iniciais incluem dor abdominal e hepatomegalia. O diagnóstico é por
sorologia ou detecção dos ovos nas fezes, em aspirados duodenais ou em amostras de
bile. Triclabendazol ou, possivelmente, nitazoxanida
Trematódeos são parasitas achatados que infectam várias partes do corpo (p. ex.,
vasos sanguíneos, trato gastrintestinal, pulmões, fígado) dependendo da espécie.

F. hepatica é o trematódeo do fígado de ovelhas e gados. A fasciolíase humana


incidental, adquirida pela ingestão de agrião contaminado por esterco de ovelha ou de
gado, ocorre na Europa, na África, na China e na América do Sul, mas é rara nos
EUA.
Na infecção aguda, as larvas imaturas migram pela parede intestinal, cavidade
peritoneal, cápsula e parênquima do fígado, antes de entrarem nos ductos biliares, nos
quais se tornam adultas em cerca de 3 a 4 meses. Os adultos põem ovos, que
atravessam os ductos biliares, alcançam o duodeno e são então expelidos nas fezes

Sinais e sintomas da fasciolíase


A infecção aguda pode causar dor abdominal, hepatomegalia, náuseas, vômitos, febre
intermitente, urticária, mal-estar e perda ponderal decorrente de lesão hepática.

A infecção crônica pode ser assintomática ou conduzir à dor abdominal


intermitente, colelitíase, colangite, icterícia obstrutiva ou pancreatite.
Infecção grave pode causar colangite esclerosante e cirrose biliar. Podem ocorrer
lesões ectópicas na parede do intestino, nos pulmões, ou em outros órgãos.
Fasciolose faríngea que resulta em disfagia foi notificada após o consumo de fígado
cru infectado no Oriente Médio: essa infecção é chamada halzoun.

Tratamento da fasciolíase
Triclabendazol ou, possivelmente, nitazoxanida

O tratamento da fasciolíase para pacientes ≥ 6 anos é com 2 doses de 10 mg/kg de


triclabendazol, administradas com intervalo de 12 horas, por via oral, com alimentos.
Nitazoxanida 500 mg por via oral duas vezes ao dia por 7 dias pode ser eficaz, mas os
dados são limitados.

O insucesso do tratamento é comum com o praziquantel; não é recomendado.

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Em alguns pacientes, a extração dos vermes adultos do trato biliar por CPRE pode ser
útil. A prevenção é feita não comendo agrião ou outras plantas de água doce nas
regiões onde a F. hepatica é endêmica. Deve-se avaliar os familiares das pessoas
infectadas à procura de fasciolíase.

Fasciolopsíase

Fasciolopsíase é infecção causada pelo trematódeo intestinal Fasciolopsis buski, que


é adquirido pela ingestão de plantas aquáticas ou ingestão de água contaminada.
Trematódeos são parasitas achatados que infectam várias partes do corpo (p. ex.,
vasos sanguíneos, trato gastrintestinal, pulmões, fígado) dependendo da espécie.

F. buski está presente no intestino de porcos em muitas partes de Ásia e no


subcontinente indiano. A prevalência de infecção é mais alta entre crianças de regiões
em que a F. buski é endêmica. também é chamado de trematódeo intestinal gigante
porque é o maior trematódeo a infectar seres humanos.
A infecção humana é tipicamente adquirida pela ingestão de água contaminada ou de
plantas (sobretudo brotos de bambu, agrião ou castanhas-d'água) portadoras de
metacercárias infecciosas. Vermes adultos aderem-se e ulceram a mucosa do intestino
delgado proximal. Crescem até cerca de 20 a 75 mm por 8 a 20 mm. O tempo de vida
dos vermes adultos é de cerca de 1 ano.

A fasciolopsíase costuma ser assintomática. Nas infecções graves, os sintomas


geralmente começam 30 a 60 dias após a exposição e podem incluir anorexia,
vômitos, diarreia, dor abdominal e sinais de má absorção. Eosinofilia periférica pode
estar presente.

Nos casos graves, a má absorção pode resultar em edema e ascite devido à perda de
proteínas. Também podem ocorrer deficiência de vitamina B12 e anemia.

O diagnóstico da fasciolopsíase é feito pela descoberta de ovos ou, mais raramente,


de vermes adultos nas fezes. Os ovos são indiferenciáveis dos da Fasciola hepatica.
O tratamento da fasciolopsíase é com praziquantel 25 mg/kg por via oral 3 vezes ao
dia por 1 dia.
A prevenção envolve não beber água contaminada nem comer plantas de água doce
nas regiões onde Fasciolopsis buski é endêmico.

Heterofiose e infecções trematódeas relacionadas


(Infecção por trematódeos intestinais)

Heterofiose é a infecção pelo trematódeo intestinal Heterophyes heterophyes,


adquirido pela ingestão de peixe cru ou malcozido, de água doce ou salobra.
Trematódeos são parasitas achatados que infectam várias partes do corpo (p. ex.,
vasos sanguíneos, trato gastrintestinal, pulmões, fígado) dependendo da espécie.

Heterophyes heterophyes é endêmico no leste asiático, Oriente Médio, Sudão, Egito e


sudeste da Europa.

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A heterofiose é adquirida pela ingestão de peixe cru ou mal cozido de água doce ou
salgada contendo metacercárias (fase encistada). Após a ingestão, as metacercárias são
liberadas e aderem-se à mucosa do intestino delgado. Lá crescem e tornam-se adultos,
crescendo até cerca de 1,0 a 1,7 mm por 0,3 a 0,4 mm. Os trematódeos podem
penetrar na mucosa e depositar ovos que atravessam os vasos linfáticos e alcançam a
corrente sanguínea. Relatou-se migração dos ovos para o coração e outros órgãos.

A infecção por Metagonimus yokogawai, um trematódeo relacionado, foi descrita após


a ingestão de peixes crus ou mal cozidos em água doce ou salobra no Extremo Oriente
da Rússia, Coreia, Japão, China, Taiwan, países dos Bálcãs, Israel e Espanha. A
infecção intestinal por Nanophyetus salmincola foi descrita após a ingestão de salmão
cru ou mal cozido.
As infecções frequentemente são assintomáticas. Os sintomas são mais comuns em
caso de infecções intensas ou em pacientes imunocomprometidos. O início dos
sintomas geralmente se dá cerca de 9 dias depois da ingestão de peixes contaminados
e pode incluir anorexia, náuseas, dor abdominal, má absorção, perda ponderal,
dispepsia e diarreia. Pode haver eosinofilia.

Trematódeos adultos podem provocar dor abdominal e diarreia.

O diagnóstico da heterofíase é feito ao se encontrar ovos (cor amarelo-marrom e


medindo cerca de 30 x 15 mcm) nas fezes. Os ovos de H. heterophyes são
indistinguíveis daqueles de M. yokogawai e semelhantes àqueles
de Clonorchis e Opisthorchis.
O tratamento da heterofiáse é com praziquantel, 25 mg/kg por via oral 3 vezes ao
dia, durante 1 dia, ou para H. heterophyes e M. yokogawai 20 mg/kg por via oral 3
vezes ao dia, durante 1 dia para N. salmincola.
A prevenção é feita ao não ingerir peixe cru ou mal cozido que pode conter esses
trematódeos intestinais

Opistorquíase

A opistorquíase é a infecção por Opisthorchis viverrini (verme de fígado do sudoeste


asiático) ou O. felineus (verme de fígado do gato), que são adquiridos pela ingestão de
peixe cru ou mal cozido contendo metacercárias infecciosas (estágio encistado).
Trematódeos são parasitas achatados que infectam várias partes do corpo (p. ex.,
vasos sanguíneos, trato gastrintestinal, pulmões, fígado) dependendo da espécie.

A opistorquíase por O. viverrini ocorre principalmente no nordeste da Tailândia, Laos


e Camboja; o O. felineus ocorre principalmente na Europa e Ásia, incluindo a Rússia.
O ciclo de vida do Opisthorchis requer caracóis e peixes. Cães, gatos e outros
mamíferos que se alimentam de peixes também são hospedeiros definitivos. Após a
ingestão, as metacercárias são liberadas e ascendem, através da ampola de Vater, para
dentro dos ductos biliares, nos quais se aderem à mucosa e amadurecem. Vermes
adultos crescem até 5 a 10 mm por 1 a 2 mm (O. viverrini) ou 7 a 12 mm por 2 a 3
mm (O. felineus).
A opistorquíase se assemelha à clonorquíase e o desenvolvimento dos sintomas
depende da carga de vermes e da duração da infecção. A maioria das infecções por O.
viverrini permanece assintomática, com cerca de 5 a 10% dos pacientes apresentando
sintomas que incluem dor abdominal no hipocôndrio direito, indigestão, diarreia,

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flatulência e fadiga. Sintomas agudos são mais comuns na infecção por O. felineus e
podem incluir febre alta, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, mal-estar,
mialgia, artralgia e urticária. Em geral, os sintomas começam 10 a 26 dias após a
exposição.
Na infecção crônica, os sintomas pode ser mais graves; podem ocorrer hepatomegalia
e desnutrição. As complicações raras são colecistite, colangite e colangiocarcinoma
(câncer do ducto biliar). Veteranos da guerra do Vietnã que
desenvolvem colangiocarcinoma podem ter sido infectados por Opisthorchis
viverrini ou Clonorchis sinensis durante serviço militar no sudeste da Ásia.
O diagnóstico da opistorciase é pela descoberta de ovos nas fezes. Ultrassonografia,
TC, RM, colangiografia ou colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPER)
podem mostrar alterações do trato biliar.
O tratamento de escolha para a opistorquíase é um dos seguintes:
 Praziquantel, 25 mg/kg por via oral 3 vezes ao dia, por 2 dias.
 Albendazol 10 mg/kg por via oral uma vez ao dia durante 7 dias

A infecção pode ser prevenida cozinhando peixes de água doce.

Schistosoma haematobium
Schistosoma haematobium é um verme achatado parasita, pertencente ao
filo Platyhelminthes, classe Trematoda. Habita a Africa sub-sahariana. É um importante
parasita e um dos maiores agentes causais da esquistossomose. Mais especificamente,
está associado à esquistossomose do aparelho urinário.
Este parasita pode romper as paredes da bexiga, causando assim hematúria. Inflamações
dos genitais devido a S. haematobium podem contribuir para a progação da SIDA.
O verme adulto vive nos vasos sanguíneos da bexiga. Uma vez que existem machos e
fêmeas, um único verme não poderá produzir ovos. A fêmea produz cerca de trinta ovos
por dia. São estes ovos que causam a patogenicidade no indivíduo infectado. Urina de
cor negra é um sinal clínico significante da esquistossomose urinária..

Classificação científica Esquistossomose é a infecção causada por


trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma,
Reino: Animalia adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em
contato com águas contaminadas. Os parasitas
infectam os vasos do trato gastrintestinal ou trato
Filo: Platyhelminthes geniturinário. Sintomas agudos são dermatite,
seguida após várias semanas por febre, calafrios,
Classe: Trematoda náuseas, dor abdominal, diarreia, mal-estar e mialgia.
Os sintomas crônicos variam com as espécies, mas
Subclasse: Digenea incluem diarreia sanguinolenta (p. ex., com S.
mansoni, S. mekongi, S. intercalatum, and e S.
japonicum) ou hematúria (p. ex., com S.
Ordem: Strigeiformes
haematobium). O diagnóstico é feito pela
identificação de ovos nas fezes, na urina ou em
Família: Schistosomatidae amostras de biópsia. Testes sorológicos podem ser
sensíveis e específicos, mas não fornecem
Género: Schistosoma informações sobre cargas parasitárias ou o estado
clínico. O tratamento é feito com praziquantel.
Espécie: S. haematobium

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A distribuição geográfica dos esquistossomas que infectam seres humanos difere por
espécies:

 S. haematobium: é distribuído amplamente no continente africano com focos


menores no Oriente Médio, Turquia e Índia
 S. mansoni: é disseminado na África, tem foco no Oriente Médio, e é a única
espécie presente no hemisfério ocidental em regiões da América do Sul e em
algumas ilhas caribenhas
 S. japonicum: Ásia, em especial na China, Filipinas, Tailândia e Indonésia.
 S. mekongi: Sudeste Asiático
 S. intercalatum: África Central e Ocidental

Ciclo de vida simplificado do Schistosoma

 No hospedeiro humano, os ovos contendo miracídios são eliminados com as


fezes ou a urina na água.
 Na água, os ovos eclodem e liberam os miracídios.
 Os miracídios nadam e penetram em um caramujo (hospedeiro intermediário).
 Dentro do caramujo, os miracídios progridem através de 2 gerações de
esporocistos para se tornarem cercárias.
 As cercárias nadadoras livres são liberadas do caramujo e penetram na pele do
hospedeiro humano.

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 Durante a penetração, as cercárias perdem sua cauda bifurcada, tornando-se
esquistossômulos. Os esquistossômulos são transportados através da
vasculatura até o fígado. Lá, se transformam em vermes adultos.
 O par (macho e fêmea) de vermes adultos migra (dependendo da espécie) para
as veias intestinais no intestino ou no reto, ou para o plexo venoso do trato
geniturinário, no qual vivem e botam ovos.

Sinais e sintomas da Schistosoma

Dermatite aguda por schistosoma


A maioria das infecções é assintomática. Um exantema papular e pruriginoso
(dermatite cercariana) pode se desenvolver no local de penetração das cercárias na
pele em.
Febre de Katayama aguda
Febre de Katayama é uma reação de hipersensibilidade sistêmica que pode ocorrer
com o início da postura de ovos, tipicamente 2 a 4 semanas após exposição intensa.
Os sintomas incluem febre, calafrios, tosse, náuseas, dor abdominal, mal-estar,
mialgia, exantema urticariforme e eosinofilia marcante, assemelhando-se à doença do
soro. As manifestações são mais comuns e normalmente mais intensas em visitantes
do que em residentes de áreas endêmicas e tipicamente duram várias semanas.

Schistosoma crônica
A infecção crônica é mais comumente decorrente de exposição repetida em regiões
endêmicas, mas também pode ocorrer após exposição breve, como ocorre em
viajantes. A esquistossomose crônica resulta principalmente das respostas
granulomatosas do hospedeiro aos ovos retidos nos tecidos.

Esquistossomose intestinal: no início, ulcerações da mucosa intestinal causadas


por S. mansoni, S. japonicum, S. mekongi ou S. intercalatum pode sangrar e resultar
em diarreia sanguinolenta. Com o progredir das lesões, podem se desenvolver fibrose
focal, estenose, fístulas e papilomas no intestino.
Esquistossomose hepatoesplênica: reações granulomatosas a ovos de S. mansoni, S.
japonicum, S. mekongi e S. intercalatum no fígado geralmente não comprometem a
função hepática, mas podem causar fibrose e cirrose, que podem levar à hipertensão
portal, resultando em esplenomegalia e varizes esofágicas. As varizes esofágicas
podem sangrar, causando hematêmese.
Ovos nos pulmões podem produzir granulomas e arterite obliterante focal, que
essencialmente pode resultar em hipertensão pulmonar e cor pulmonale.
Envolvimento vesical com S. haematobium produz ulcerações na parede da bexiga
que podem provocar disúria, hematúria e poliúria. Com o passar do tempo, cistite
crônica se desenvolve. Constrições podem provocar hidroureter e hidronefrose.
Massas papilomatosas na bexiga são comuns e carcinoma de células escamosas da
bexiga pode se desenvolver.
Perda de sangue a partir dos tratos gastrintestinal e geniturinário com frequência
resulta em anemia por deficiência de ferro.
Pode ocorrer infecção bacteriana secundária do trato geniturinário por S.
haematobium, e septicemia persistente ou recorrente por Salmonella. Várias espécies,
notavelmente S. haematobium, podem causar doença genital tanto em homens quanto
em mulheres, resultando em numerosos sintomas, inclusive infertilidade.
Complicações neurológicas podem ocorrer mesmo nas infecções leves

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por Schistosoma. Ovos ou vermes adultos alojados na medula espinal podem
provocar mielite transversa, e aqueles no cérebro podem produzir lesões focais e
convulsões.

Diagnóstico da Schistosoma

 Exame microscópico das fezes ou urina (S. haematobium) para ovos


 Testes para antígenos
 Testes sorológicos

Indicam-se testes diagnósticos para pacientes com sintomas de esquistossomose e


exposição epidemiológica relevante. Justifica-se rastrear pessoas assintomáticas à
procura de exposição à água doce em áreas endêmicas.

Diagnostica-se esquistossomose e estima-se a carga parasitária por exame


microscópico de fezes ou urina (S. haematobium) à procura de ovos. Exames repetidos
que utilizam técnicas de concentração podem ser necessários. A geografia é o
principal determinante das espécies, de modo que o local de exposição deve ser
comunicado ao laboratório. Se o quadro clínico sugerir esquistossomose, mas nenhum
ovo for encontrado após exame repetido de urina ou fezes, pode-se fazer biopsia da
mucosa intestinal ou da bexiga para verificar se há granulomas característicos ao redor
de ovos incorporados.
Testes para antígenos esquistossômicos ou DNA no sangue, urina ou fezes são
especialmente úteis para programas de erradicação de esquistossomos e em viajantes
que retornam com suspeita de infecção. A maioria dos testes de detecção de antígeno é
quantitativa e os níveis de antígeno estão correlacionados com a carga parasitária.
Alguns testes para antígenos, como a comercialmente disponível tira reagente de
urinálise para S. mansoni, são qualitativos.
Testes sorológicos podem ser sensíveis e específicos para infecção, mas não fornecem
informação sobre carga parasitária, status clínico ou prognóstico, e não distinguem a
infecção ativa da resolvida. Portanto, testes de anticorpos são mais úteis para detectar
infecção em viajantes que retornam de regiões endêmicas, e não são úteis em
pacientes residentes em regiões endêmicas. Em caso de pacientes que retornaram de
viagem, recentemente, deve-se fazer sorologias em ≥ 6 a 12 semanas após a última
exposição à água doce para que os esquistossomas tenham tempo para se
transformarem em adultos e para que os anticorpos sejam produzidos.

Pode-se diagnosticar a esquistossomose hepatoesplênica encontrando ovos nas fezes,


tecido intestinal ou amostras hepáticas coletadas para biópsia com sensibilidade
variável, uma vez que a eliminação dos ovos pode ser intermitente nesses pacientes.
Normalmente, os exames séricos da função hepática são normais. A ultrassonografia
pode mostrar fibrose periportal e esplenomegalia.

Diagnostica-se neuroesquistossomose se há infecção em um local extraneural,


juntamente com evidências clínicas e radiográficas de envolvimento neurológico.
Esquistossomas em amostras de biópsia de lesões do sistema nervoso central e/ou
resultado positivo em teste de anticorpos ou reação em cadeia da polimerase do
líquido cefalorraquidiano também são diagnósticos.

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Tratamento da Schistosoma
(Praziquantel)

Recomenda-se um dia de tratamento oral com praziquantel (20 mg/kg duas vezes ao
dia, para S. haematobium, S. mansoni e S. intercalatum; 20 mg/kg 3 vezes ao dia S.
japonicum e S. mekongi). Praziquantel é eficaz contra os esquistossomos adultos, mas
não contra o esquistossômulo em desenvolvimento, que ocorrem no início da infecção.
Portanto, para viajantes assintomáticos expostos à água doce potencialmente
contaminada, o tratamento é adiado por 6 a 8 semanas após a última exposição.
Efeitos adversos do praziquantel são, geralmente, leves e incluem dor abdominal,
diarreia, cefaleia e tontura. Falhas terapêuticas foram relatadas, mas é difícil
determinar se são decorrentes de reinfecção, resistência relativa dos esquistossomas
imaturos ou esquistossomas adultos resistentes ao praziquantel.
Se houver ovos no momento do diagnóstico, sugere-se o exame de acompanhamento 1
a 2 meses após o tratamento para ajudar a confirmar a cura. O tratamento é repetido se
ainda houver ovos.

O tratamento da esquistossomose aguda (febre de Katayama) baseia-se em dados


limitados. Corticoides podem melhorar os sintomas graves; o tratamento com
prednisona, 20 a 40 mg, diariamente, por 5 dias, em adultos é geralmente eficaz.
Depois de os sintomas diminuírem, administra-se tratamento com praziquantel como
detalhado acima, que é repetido 4 a 6 semanas mais tarde depois de os parasitas
alcançarem a idade adulta.
Nos pacientes com ovos nas fezes ou urina no momento do diagnóstico da
esquistossomose aguda ou crônica, deve-se examinar à procura de ovos vivos 1 a 2
meses após o tratamento. Um microscopista experiente pode diferenciar entre ovos
viáveis e cascas vazias com base na presença de miracídio vivo. Indica-se novo
tratamento se ovos viáveis estão presentes.

Prevenção da esquistossomose

Evitar cuidadosamente contato com água doce contaminada previne a


esquistossomose.

A esquistossomose não é transmitida pela ingestão de água contaminada; no entanto, o


contato da boca e dos lábios com a água contaminada pode levar à infecção. Água
doce utilizada para banho deve ser fervida durante pelo menos 1 minuto e então
refrigerada antes do banho. Mas a água armazenada em um tanque por pelo menos 1 a
2 dias deve ser segura sem fervura.

Pessoas acidentalmente expostas à água possivelmente contaminada (p. ex., ao cair em


um rio) devem se secar vigorosamente com uma toalha para tentar remover os
parasitas antes que penetrem na pele. A disposição sanitária de urina e fezes reduz a
probabilidade de infecção. Residentes adultos de áreas endêmicas são mais resistentes
à reinfecção do que crianças, sugerindo a possibilidade de imunidade adquirida.

Tratamento da comunidade ou na escola com praziquantel, programas de educação e


moluscicidas para diminuir as populações de caramujos é usado para controlar a
esquistossomose nas áreas endêmicas.

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Referencias Bibliográfica

https://pt.wikipedia.org/wiki/Schistosoma_haematobium

https://drpio.com.br/exames/detalhe/1316/1316

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v
%C3%ADrus/vis%C3%A3o-geral-dos-v%C3%ADrus

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/multimedia/figure/ciclo-de-vida-
simplificado-do-schistosoma

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