Os trematódeos são vermes planos parasitários. Há muitas espécies de
trematódeos. Espécies diferentes tendem a infetar diferentes partes do corpo.
Os trematódeos podem infectar
Vasos sanguíneos do sistema digestivo ou urinário: espécies de
Schistosoma (esquistossomose)
Intestinos: Fasciolopsis buski, Heterophyes heterophyes e organismos
relacionados (trematódeos intestinais)
Fígado: Clonorchis sinensis, Fasciola hepatica e espécies
de Opisthorchis (trematódeos hepáticos)
Pulmões: Paragonimus westermani e espécies relacionadas
(trematódeos pulmonares)
O ciclo de vida dos trematódeos é complexo. Ele normalmente envolve
caramujos que vivem em água doce. Os caramujos infectados liberam trematódeos imaturos que nadam na água (cercárias). Em algumas espécies de trematódeos, as cercárias infectam diretamente as pessoas que entram em contato com elas na água. Em outras espécies, as cercárias infectam primeiramente peixes ou crustáceos (como lagostins ou caranguejos) e formam cistos em sua carne. Alguns trematódeos formam cistos em plantas aquáticas. Se as pessoas comerem peixes ou crustáceos crus ou mal cozidos ou plantas aquáticas que contenham os cistos, elas podem se infectar. Os trematódeos amadurecem chegando ao estágio adulto nas pessoas. Dependendo da espécie, os trematódeos adultos podem viver de um a mais de vinte anos.
Os trematódeos adultos liberam ovos. Os ovos que são liberados no trato
digestivo podem ser eliminados nas fezes. Os ovos que são liberados no trato urinário podem ser eliminados na urina. Se as fezes ou urina não tratados entrarem em água doce, os ovos eclodem e infectam caramujos, continuando o ciclo de vida dos trematódeos.
Os sintomas variam dependendo de qual órgão os trematódeos adultos
infectam. O diagnóstico de infecções por trematódeos geralmente envolve a análise de uma amostra de fezes, urina ou escarro ao microscópio para investigar se há ovos característicos. Às vezes, são realizados exames de sangue.
A prevenção de infecções por trematódeos é muito importante. As pessoas
que vivem ou visitam áreas em que os trematódeos são comuns devem evitar contato com água doce contaminada e eliminar urina e fezes em condições sanitárias.
Para tratamento, praziquantel, um medicamento que elimina trematódeos do
corpo, é eficaz para a maioria, porém não para todas as infecções por trematódeos em pessoas.
Esquistossomose.
A esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, febre do
caramujo ou bilharzíase é uma doença causada pelos platelmintos do gênero Schistosoma.
Esquistossomose é uma doença causada pelo Schistosoma mansoni, parasita
que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos de água doce como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo.
A esquistossomose afetou cerca de 252 milhões de pessoas em todo o mundo
em 2015. Estima-se que 4.400 a 200.000 pessoas morrem a cada ano. A doença é mais comum na África, bem como a Ásia e a América do Sul. Em torno de 700 milhões de pessoas, em mais de 70 países, vivem em áreas onde a doença é comum. Em países tropicais, a esquistossomose é segunda apenas para a malária entre doenças parasitárias com o maior impacto económico. Está listada como uma doença tropical negligenciada.
Sintomas
A doença tem uma fase aguda e outra crônica.
Na fase aguda, pode apresentar manifestações clínicas como coceiras e dermatites, febre, tosse, diarreia, enjoos, vômitos e emagrecimento, Astenia (fraqueza), Cefaleia (dor de cabeça).
Na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de diarreia podem
alternar-se com períodos de obstipação (prisão de ventre) e a doença pode evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado (hepatomegalia) e cirrose, aumento do baço (esplenomegalia), hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago, gânglios linfáticos inchados (linfonodomegalia), tosse com sangue (hemoptise), dores em articulações (artralgia), alergia na pele com coceira (urticária).
Transmissão
A doença é transmitida por contato com água doce contaminada com parasitas,
que são liberados a partir de caracóis infetados. A doença é especialmente comum entre as crianças em países em desenvolvimento como elas são mais propensas a brincar na água contaminada. Outros grupos de alto risco incluem: agricultores, pescadores ou pessoas que utilizam a água suja para uso diário
Diagnóstico.
O diagnóstico é feito através da identificação de ovos do parasita, na urina ou
fezes da pessoa. Também pode ser confirmada pela identificação de anticorpos contra a doença no sangue.
Prevenção.
Métodos de prevenção da doença incluem a melhoria do acesso a água
potável e a redução do número de caracóis. Em áreas onde a doença é comum, o medicamento praziquantel pode ser dado uma vez por ano, para todo o grupo. Isto é feito para diminuir o número de pessoas infetadas e, consequentemente, a propagação da doença, controle dos caramujos que são hospedeiros intermediários da doença, informar a população das medidas profiláticas da doença, evitar entrar em contato com água que contenha cercarias. A Educação em saúde é fundamental para o controle da doença. No entanto deve ser pensada em conjunto com a população local para que tenha um impacto sustentável ao longo do tempo. Tratamento
O tratamento é feito com um antiparasitário de baixa toxicidade (principalmente
praziquantel ou oxamniquina), que deve ser prescrito para todos os pacientes cujo exame de fezes ou de mucosa retal apresente ovos viáveis do parasita.
O praziquantel é uma droga de administração oral em dose única cujos
principais efeitos colaterais são diarreia e dor abdominal. Ele atua alterando a capacidade do parasita de contrair sua musculatura, fazendo com que se solte e seja eliminado. (OMS 2008)
A oxamniquina é também de administração oral em dose única. Ela atua sobre
o Schistosoma mansoni com eficácia um pouco inferior à do praziquantel, mas não atua sobre outras espécies do verme. (FERRARI et,al.2003)