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A infecção começa quando as cercárias libertadas pelo caracol penetram na pele do ser humano
(hospedeiro definitivo), permanecendo no tecido celular subcutâneo durante 2 – 4 dias, onde se
transformam em esquistossômulos. Os esquistossômulos migram através das veias e vasos
linfáticos, passando pelos pulmões, coração e parênquima hepático e desenvolvem-se
transformando-se em vermes.
Os vermes sexualmente maduros migram para locais anatómicos específicos: veias mesentéricas
no caso do S. mansoni e veias vesicais no caso de S. haematobium, onde acasalam sexualmente.
Após acasalamento, as fêmeas grávidas seguem contra a corrente sanguínea venosa até atingirem
os pequenos vasos tributários, onde depositam os seus ovos no espaço intravascular. Metade dos
ovos tem acesso ao lúmen intestinal ou vesical (dependendo da espécie) e são eliminados.
A outra metade fica retida nos tecidos do hospedeiro (intestinos ou trato urinário) e são levados
pelo fluxo sanguíneo para o fígado e outros órgãos. Após eliminação dos ovos (via intestinal – S.
mansoni e via urinária – S. haematobium), os mesmos alcançam colecções de água doce,
eclodem e libertam miracídeos livres que penetram nos caracóis (hospedeiro intermediário) onde
se multiplicam de forma assexuada, passando por estágios de esporocistos e depois de 4 a 6
semanas são eliminados pelo caracol na forma de cercárias, reiniciando o ciclo.
Estimativas da sobrevida de vermes adultos variam de 3 a 7 anos. O tamanho das fêmeas varia de
7 a 20 mm e os machos são ligeiramente menores.
No hospedeiro humano, os ovos contendo miracídios são eliminados com as fezes ou a urina na
água.
Etiologia da esquistossomose
Há cinco espécies de Schistosoma, todas com ciclos de vida semelhantes, que envolvem
caramujos de água doce. S. Haematobium causa doença do trato urinário; as outras Schistosoma
spp provocam doença intestinal.
A distribuição geográfica dos esquistossomas que infectam seres humanos difere por espécies:
Febre de Katayama é uma reação de hipersensibilidade sistêmica que pode ocorrer com o início
da postura de ovos, tipicamente 2 a 4 semanas após exposição intensa. Os sintomas incluem
febre, calafrios, tosse, náuseas, dor abdominal, mal-estar, mialgia, exantema urticariforme e
eosinofilia marcante, assemelhando-se à doença do soro. As manifestações são mais comuns e
normalmente mais intensas em visitantes do que em residentes de áreas endêmicas e tipicamente
duram várias semanas.
Esquistossomose crônica
Ovos nos pulmões podem produzir granulomas e arterite obliterante focal, que essencialmente
pode resultar em hipertensão pulmonar.
Envolvimento vesical com S. haematobium produz ulcerações na parede da bexiga que podem
provocar disúria, Hematúria e poliúria. Com o passar do tempo, cistite crônica se desenvolve.
Constrições podem provocar hidroureter e hidronefrose. Massas papilomatosas na bexiga são
comuns e carcinoma de células escamosas da bexiga pode se desenvolver.
Perda de sangue a partir dos tratos gastrointestinal e geniturinário com frequência resulta em
anemia por deficiência de ferro.
Prevenção da esquistossomose
Água doce utilizada para banho deve ser fervida durante pelo menos 1 minuto e então refrigerada
antes do banho. Mas a água armazenada em um tanque por pelo menos 1 a 2 dias deve ser segura
sem fervura.
Pessoas acidentalmente expostas à água possivelmente contaminada (p. ex., ao cair em um rio)
devem se secar vigorosamente com uma toalha para tentar remover os parasitas antes que
penetrem na pele.
Quando está maduro, o Schistosoma volta para a água e, se entrar em contacto com um ser
humano, é capaz de acessar seu organismo através da pele. Resumindo, evite tomar banho ou
nadar em reservatórios contaminados. E nunca beba água desses locais.
Diagnóstico da esquistossomose
Diagnóstico da esquistossomose
Testes serológicos
Testes para antígenos esquistossômicos ou DNA no sangue, urina ou fezes são especialmente
úteis para programas de erradicação de esquistossomos e em viajantes que retornam com
suspeita de infecção. A maioria dos testes de detecção de antígeno é quantitativa e os níveis de
antígeno estão correlacionados com a carga parasitária. Alguns testes para antígenos, como a
comercialmente disponível tira reagente de urinálise para S. mansoni, são qualitativos.
Testes serológicos podem ser sensíveis e específicos para infecção, mas não fornecem
informação sobre carga parasitária, status clínico ou prognóstico, e não distinguem a infecção
activa da resolvida. Portanto, testes de anticorpos são mais úteis para detectar infecção em
viajantes que retornam de regiões endêmicas, e não são úteis em pacientes residentes em regiões
endêmicas. Em caso de pacientes que retornaram de viagem, recentemente, deve-se fazer
sorologias em ≥ 6 a 12 semanas após a última exposição à água doce para que os esquistossomas
tenham tempo para se transformarem em adultos e para que os anticorpos sejam produzidos.
Tratamento da esquistossomose
Praziquantel
Recomenda-se um dia de tratamento oral com praziquantel (20 mg/kg duas vezes ao dia, para S.
haematobium, S. mansoni . Praziquantel é eficaz contra os esquistossomos adultos, mas não
contra o esquistossômulo em desenvolvimento, que ocorrem no início da infecção. Portanto, para
viajantes assintomáticos expostos à água doce potencialmente contaminada, o tratamento é
adiado por 6 a 8 semanas após a última exposição. Efeitos adversos do praziquantel são, em
geral, leves e incluem dor abdominal, diarreia, cefaleia e tontura. Falhas terapêuticas foram
relatadas, mas é difícil determinar se são decorrentes de reinfecção, resistência relativa dos
esquistossomas imaturos ou esquistossomas adultos resistentes ao praziquantel.
Nos pacientes com ovos nas fezes ou urina no momento do diagnóstico da esquistossomose
aguda ou crónica, deve-se examinar à procura de ovos vivos 1 a 2 meses após o tratamento. Um
microscopista experiente pode diferenciar entre ovos viáveis e cascas vazias com base na
presença de miracídio vivo. Indica-se novo tratamento se ovos viáveis estão presentes.
CONCLUSÃO
Recomenda-se um dia de tratamento oral com praziquantel (20 mg/kg duas vezes ao dia, para S.
haematobium, S. mansoni . Praziquantel é eficaz contra os esquistossomos adultos, mas não
contra o esquistossômulo em desenvolvimento, que ocorrem no início da infecção. Portanto, para
viajantes assintomáticos expostos à água doce potencialmente contaminada, o tratamento é
adiado por 6 a 8 semanas após a última exposição. Efeitos adversos do praziquantel são, em
geral, leves e incluem dor abdominal, diarreia, cefaleia e tontura. Falhas terapêuticas foram
relatadas, mas é difícil determinar se são decorrentes de reinfecção, resistência relativa dos
esquistossomas imaturos ou esquistossomas adultos resistentes ao praziquantel.
A. Texto principal da disciplina Engelkirk PG, Burton GRW. “Microbiologia para as Ciências da
Saúde”. 7ª edição. Guanabara Koogan.
B. 2009 Jawetz, Melnick e Adelberg; MICROBIOLOGIA MÉDICA; 24ª edição, Lange, 2009 B. Livros
de Referência para a disciplina
C. De Robertis EDP, De Robertis EMF. “Bases da Biologia Celular e Molecular”. 3ª edição.
Guanabara, 2001 Roitt I, Brostoff J, Male
D. D. “Imunologia”. 6ª edição. Manole Editora. 2002 Formulário Nacional de Medicamentos. 5ª
edição. Ministério de Saúde da República de Moçambique. 2007