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SCHISTOSOMA MANSONI

ESQUISTOSSOMOSE
PARASITOLOGIA – DR VICTOR VINCI
• Agente da esquistossomose intes-tinal,
ocorrendo na África, Antilhas e América do Sul.

• No Brasil, a doença é popularmente conhecida


como "xistose", "barriga d'água" ou "mal-do-
caramujo", atingindo milhões de pessoas.
Epidemiologia

Atualmente, as principais áreas endêmicas no Brasil


encontram-se em uma faixa oriental que inclui regiões
do Rio Grande do Norte, Paraíba, Per-nambuco, Alagoas
e Sergipe, alargando-se nos estados da Bahia, Minas
Gerais e áreas do Espírito Santo.Focos de transmissão
isolados encontram-se do Pará ao Rio Grande do Sul,
sendo os do Sul de formação recente.
• SE LIGA! A esquistossomose é uma
doença de notificação compulsória caso
ocorra em regiões não endêmicas.
Agente etiológico e ciclo biológico
• Os agentes causadores da esquistossomose
são Platelmintos (vermes achatados), da
classe dos trematódeos (de forma foliácea),
família Schistosomatidae, que apresenta
como característica a existência de sexos
separados, com nítido dimorfismo sexual.
• O S. mansoni é um verme de cor esbranquiçada ou
leitosa, que é habitualmente hóspede das vênulas
tributárias do sistema porta, particularmente das
veias mesentéricas superiores e inferiores, do plexo
hemorroidário e mesmo da porção intra-hepática da
veia porta. No interior desses vasos, encontramse
geralmente o macho e a fêmea, acasalados
v
• A fêmea aloja-se no canal ginecóforo do
macho e, por ser mais longa, ultrapassa-o para
diante ou para trás e se recurva em uma ou
duas flexões. Geralmente esses vermes
realizam migrações dentro do mesmo vaso ou
de um para outro, através de anastomoses.
• O macho, isoladamente, mede entre 6,5 mm e 12 mm de
comprimento e é achatado, porém, devido ao enrolamento
ventral de suas bordas corporais para formar o canal ginecóforo,
adquire um aspecto cilíndrico.

• A fêmea, mais fina que o macho, tem um comprimento


aproximadamente duas vezes maior (cerca de 15 mm) e é
perfeitamente cilíndrica, com as extremidades afiladas. Uma vez
instalada no canal ginecóforo do macho, é facilmente fecundada
e inicia a postura dos ovos no interior das vênulas da
submucosa intestina
• • Ovo -› mede cerca de 150 mcm de comprimento e 60
mcm de largu-ra, sem opérculo, com um formato oval, e na
parte mais larga apresenta um epísculo voltado para trás. O
que caracteriza o ovo maduro é a presenca de um miracídio
formado, visível pela transparência da casca. O ovo maduro
é a forma usualmente encontrada nas fezes.
Habitat
• Os vermes adultos vivem no sistema porta. Os
esquistosômulos quando chegam ao fígado apresentam
um ganho de biomassa exponencial e,
• após atingirem a maturação sexual, em torno de 25
dias, migram para os ramos terminais da veia
mesentérica inferior, principalmente na altura da
parede intestinal do plexo hemorroi-dário, onde se
acasalam e, em torno do 35° dia, as fêmeas iniciam a
postura dos ovos.
Ciclo Biológico
homem
ao atingir a fase adulta de seu ciclo biológico no sistema
vascular do homem e de outros mamiferos, alcança as velas
mesentéricas, principalmente a veia mesentérica inferior,
migrando contra a corrente circulatória

. Cada fêmea põe cerca de 400 ovos por dia na parede de


capilares e vênulas, e cerca de 50% destes ganham o meio
externo. Cinco anos é a vida média do Schistosoma mansoni
• Os ovos colocados nos tecidos levam cerca de uma
semana para tornarem-se maduros (miracídio
formado). Da submucosa chegam à luz intestinal.

• tempo necessário para a maturação do ovo. Se,


decorridos cerca de 20 dias, os ovos não conseguirem
atingir a luz intesti-nal, ocorrerá a morte dos miracídios.
• Os ovos que conseguirem chegar à luz
intestinal vão para o exterior iunto com o
bolo fecal e têm uma expectativa de vida de
24 horas (fezes líguidas) a cinco dias (fezes
sólidas).
• A capacidade de penetração do miracídio nos
moluscos restringe-se a cerca de oito horas
cercaria
• O hospedeiro definitivo do Schistosoma
mansoni é o homem que elimina os ovos do
verme através de suas fezes.
• Quando as fezes são eliminadas na água, os ovos
eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas
miracídios. Elas penetram nos caramujos, os
hospedeiros intermediários, onde se multiplicam.
• Após 4 a 6 semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de
cercárias e voltam para a água. Nesse ambiente podem viver por um
tempo até penetrar novamente no homem, através da pele ou mucosa.

• Uma vez dentro do indivíduo, os vermes entram na circulação venosa e


chegam ao coração e pulmões.

• Do coração, são lançados através das artérias a diversas partes do corpo,


sendo o fígado o órgão de localização preferencial do parasito.

• No fígado, crescem alimentando-se de sangue e depois migram para as


veias do intestino. De lá, alcançam a forma adulta, acasalam-se e
começam a por ovos, dando início a um novo ciclo.
Via de transmissão

• Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. As cercarias


penetram mais frequentemente nos pés e nas pernas por serem
áreas do corpo que mais ficam em contato com águas
contaminadas.

• Os locais onde se dá a transmissão mais frequente são os focos


peridomiciliares, como valas de irrigação de horta, açudes
(reservató-rios de água e local de brinquedo de crianças) e
pequenos córregos onde as lavadeiras e crianças costumam ir.
Patogenia e manifestações clínicas

• A patogenia da esquistossomose está ligada a


vários fatores, como cepa do parasito, carga
parasitária adquirida, idade, estado
nutricional e resposta imunológica do
indivíduo
dermatite cercariana
• Dermatite do nadador pode ocorrer quando as cercárias do
Schistosoma

Essa dermatite - exantema maculo-papular pruriginoso- é


caracterizada por "sensação de comichão", erupção urticariforme e é
seguida, dentro de 24 horas, por eritema, edema, pequenas pápulas
e dor. É, em geral, mais intensa nas reinfceções

• , eosinófilos e IgE.
Fase Aguda

• A fase aguda representa o início da doença e


caracteriza-se pela dermatite cercariana provocada
pela penetração das cercárias na pele.

• Após 1 a 2 meses, aparecem os sintomas que


caracterizam a forma aguda da esquistossomose,
como:
• Febre;
• Dor de cabeça;
• Náuseas;
• Diminuição da força física;
• Dores musculares;
• Tosse;
• Emagrecimento;
• Diarreia.
Fase Crônica

• Na fase crônica, o fígado costuma ser o órgão mais comprometido.


• Conforme a suscetibilidade do indivíduo e intensidade da infecção, a
doença pode evoluir e atingir os seguintes órgãos:
• Intestinos: É a forma mais comum, podendo ser assintomática ou
caracterizada por diarreias que podem apresentar muco e sangue.
• Baço: Aumento do órgão.
• Fígado: Aumento do órgão.
• Nessa fase também é comum o aumento do tamanho da barriga,
pois o abdômen fica mais dilatado. Daí o nome "barriga d'água".
hemoograma
• leucocitose
• eosinofilia, aumento das globulinas e
alterações discretas das provas de função
hepática.
Diagnóstico
• Contribuem para que se suspeite desta
doença o fato de proceder o paciente de uma
zona endêmica ou de ter visitado um foco
conhecido e nele se banhado, se o quadro
clínico for compatível com os da
esquistossomose.
• Coproscópicos: busca de ovos do helminto nas
fezes. Os principais métodos laboratoriais para
encontro do ovo nas fezes são: exame direto a
fresco, sedimentação
• Pesquisa de ovos de S. mansoni nas fezes 1. Técnica
de Kato­Katz: é a técnica mais utilizada pelos
programas de controle e recomendada pela
Organização Mundial da Saúde. Além da visualização
dos ovos, permite que seja feita a contagem destes
por grama de fezes, fornecendo um indicador
quantitativo para se avaliar a intensidade da infecção
Tratamento medicamentoso das formas crônicas

• Praziquantel.
apresentado em comprimidos de 600 mg e
administrado por via oral, em dose única de 50
mg/kg de peso para adultos e de 60 mg/kg de
peso para crianças, e é administrado após uma
refeição
Controle de cura
• Para avaliar a cura parasitológica, devem ser
realizados três exames de fezes no quarto
mês após o tratamento.
Tratamento da esquistossomose aguda
• Nos pacientes com esquistossomose aguda
grave, o tratamento deve ser iniciado com a
prednisona (1mg/kg de peso/dia). O paciente
recebe o esquistossomicida (oxamniquina ou
praziquantel) 24 a 48 horas depois.
Tratamento cirúrgico
• A hemorragia das varizes esofagogástricas, na
ausência de resultados satisfatórios do
tratamento farmacológico ou endoscópico, é o
principal motivo pelo qual se indica o
tratamento cirúrgico em pacientes com
hipertensão portal esquistossomótica.
PROFILAXIA
As cercárias penetram ativamente a pele e a
mucosa. Sobre a via de transmissão do s. mansoni, é
correto o que se afirma:

A
As cercarias penetram mais frequentemente nos pés e nas pernas
B
O horário em que são vistas em maior quantidade na água e com maior atividade é entre 10
e 16 horas
C
Os locais onde se dá a transmissão mais frequente são os focos peridomiciliares
D
A liberação das cercárias seue o ciclo circadiano
E
Todas as afirmativas são corretas
OBRIGADO!

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