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ESTUDO DIRIGIDO SOBRE ESQUISTOSSOMOSE

Apoio
Eduardo Bergo - SR.06 Ribeirão Preto
Alexandra Trevisan e Marcia Delgado – SR 02

outubro/2020
ESQUISTOSSOMOSE

• A esquistossomose é uma doença transmissível, parasitária, provocada


por vermes trematódeos do gênero Schistosoma. Atualmente, existem
seis espécies de Schistosoma que podem provocar doença no homem,
sendo que no continente americano existe apenas o Schistosoma
mansoni.
• A esquistossomose mansônica é decorrente da infecção humana pelo
trematódeo parasita Schistosoma mansoni.
• A transmissão do verme depende da presença de espécies suscetíveis de
caramujos de água doce pertencentes ao gênero Biomphalaria.
TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
• A doença ocorre em localidades sem saneamento ou com saneamento
básico inadequado, sendo adquirida pela pele e pelas mucosas devido ao
contato do homem com águas contaminadas com as formas infectantes
de S. mansoni.
• Entretanto, para que ocorra a transmissão da doença, é indispensável a
presença do homem na condição de hospedeiro definitivo, que excreta
os ovos do verme pelas fezes, e dos caramujos aquáticos do gênero
Biomphalaria, que atuam como hospedeiros intermediários, liberando as
larvas infectantes do S. mansoni nas coleções hídricas utilizadas pelos
seres humanos susceptíveis à doença.
• A presença do hospedeiro intermediário constitui condição necessária e
indispensável para que se desenvolva o ciclo do parasita.
AGENTE ETIOLÓGICO
• Os parasitos do gênero Schistosoma são heteroxenos, ou seja, necessitam
de dois hospedeiros, um intermediário e outro definitivo, para a evolução
completa;
• O homem é a principal fonte de infecção da esquistossomose;
• O verme é esbranquiçado e possui sexos separados, com dimorfismo sexual
evidente. Os machos, achatados tem 6,5 a 12 mm de comprimento, possuem
um canal que comporta as fêmeas cilíndricas, com até 15 mm;
• As fêmeas produzem de 100 a 300 ovos por dia, ou mais.
Os ovos possuem casca transparente e espículo lateral. Por mecanismos
ainda desconhecidos, os ovos migram até a luz intestinal contra a corrente
sanguínea. A retenção de parte dos ovos nos tecidos desencadeia a
formação de granulomas que são as alterações dos tecidos responsáveis
pelo desenvolvimento doença.
Fonte: Site SUCEN www.sucen.sp.gov.br
• Em condições ótimas, o ciclo completo do parasito acontece em
aproximadamente 40 dias, da infecção dos caramujos até a eliminação de ovos
nas fezes.

Representação esquemática do ciclo biológico de Schistosoma


Fonte: modificado de CDC/Atlanta/USA

Fonte: Site SUCEN www.sucen.sp.gov.br


• A Biomphalaria glabrata é a espécie cuja relação
parasita/hospedeiro é mais desenvolvida.
• A espécie é responsável pela manutenção de focos da endemia nos
estados do Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
São Paulo, Paraná e, mais recentemente, no Rio Grande do Sul.
• A Biomphalaria straminea, é uma espécie difundida da região
amazônica ao sul do país, preserva uma grande quantidade de focos
existentes na zona do semi-árido nordestino (caatinga).
• Em São Paulo, Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais, a transmissão
também conta com a participação de Biomphalaria tenagophila.

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DIAGNÓSTICOS
CLINICO:

• A sintomatologia e as características de patogenicidade são os principais


indicadores do diagnóstico clínico da esquistossomose, pois os diferentes
sítios de localização e desenvolvimento dos granulomas promovem alterações
patológicas em órgãos distintos do sistema excretor ou digestivo;

• O diagnóstico diferencial demanda a observação do formato, do tamanho e do


posicionamento do espículo dos ovos de Schistosoma;

• Embora existentes, os detalhes da morfologia dos vermes adultos não são


suficientemente conspícuos para a identificação precisa das espécies
pertencentes ao gênero.

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DIAGNÓSTICOS

LABORATORIAL:

• O diagnóstico de certeza depende da observação dos ovos nas fezes ou tecidos.


Existem diversas técnicas sorológicas que indicam as infecções;
• O diagnóstico por meio de técnicas de ultra-som e imagem serve à detecção das
conseqüências patológicas da doença;
• A realização dos exames em amostras repetidas de fezes é aconselhável, tanto
para a descoberta da infecção, como para a confirmação de tratamento, cuja
eficiência depende da observação da inexistência ou inviabilidade dos miracídios
nos ovos. Nos casos em que os ovos permanecerem viáveis recomenda-se novo
tratamento.

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SINTOMAS

• Náuseas • Sudorese,
• Vômitos, • Astenia,
• Diarréia, • Anorexia e
• Febre, • Emagrecimento
• Dor de cabeça

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SINTOMAS

• Excepcionalmente, na fase aguda acontecem quadros mais graves de icterícia ou


abdômen agudo (fase aguda toxêmica);
• Na fase crônica, a clínica é com ou sem hipertensão portal. O quadro clínico varia
desde a ausência de alterações dinâmicas acentuadas a formas severas
panviscerais com hipertensão porta, síndrome cianótica, glomerulopatias e
pseudoneoplsias;
• A evolução crônica da esquistossomose resulta em ascite, edema e insuficiência
hepática severa com desfecho em óbito porque a fibrose e a cirrose em torno do
granuloma são irreversíveis;
• Existem relatos manifestações eventuais graves de infecções ectópicas do
sistema nervoso (neuroesquistossomose ou miolorradiculopatia;
esquistossomótica). Essa situação depende da migração errática dos ovos de S.
mansoni resultando, entre outras seqüelas, no aparecimento de paralisias faciais.

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SINTOMAS

• Em São Paulo as manifestações clínicas da esquistossomose são discretas.


A maioria dos casos detectados é assintomática e, mais eventualmente, os
casos são oligossintomáticos ou agudos;
• Nas formas clássicas, as manifestações gerais surgem, quase sempre,
quando os vermes alcançam a maturidade, ou seja, 4 a 6 semanas após a
infecção;
• A suscetibilidade é universal, independente da idade, cor ou sexo e a
aquisição de resistência é uma questão ainda não comprovada
cientificamente.

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TRATAMENTO

• As drogas recomendadas são a oxamniquine e o praziquantel. A


administração se dá em dose única e proporcional ao peso e a idade da
pessoa;
• Os efeitos colaterais mais freqüentes das duas drogas são tonturas, náuseas,
e vômitos;
• Preferencialmente o tratamento é ambulatorial, com a pessoa alimentada, e
para a observação de efeitos colaterais no período de pelo menos 1 hora.
• A administração das drogas é contra-indicada durante a gestação e
amamentação, em crianças menores de 2 anos, em pacientes desnutridos ou
anêmicos, na presença de infecções agudas ou crônicas intercorrentes,
insuficiência cardíaca, hepática ou renal grave, hipersensibilidade e doenças
do colágeno ou mentais (com uso de anticonvulsivantes ou neurolépticos) e
epilepsia (convulsão).

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CONTROLE

• Como não existem vacinas eficientes contra a esquistossomose, o


controle da endemia pressupõe o diagnóstico, o tratamento, o
saneamento ambiental e a educação.

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Hospedeiros Intermediários

• No Brasil, as espécies dos caramujos que atuam como hospedeiros


intermediários de S. mansoni são:
• Biomphalaria glabrata;
• Biomphalaria tenagophila e ;
• Biomphalaria straminea.
• Pertencentes à família Planorbidae, essas espécies são hermafroditas,
ovíparas, resistentes à dessecação e colonizam os mais variados tipos de
ambientes hídricos dos tipos lênticos ou lóticos, como, açudes, lagos, lagoas,
poços, alagados, brejos, rios, ribeirões, córregos, valas, etc.

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Hospedeiros Intermediários

• Quando presente em ambientes lóticos, os exemplares encontram-se


preferencialmente em sítios remansosos, com vegetação marginal e/ou na
presença de plantas aquáticas flutuantes ou emergentes. Esses caramujos
sobrevivem em águas com amplas variações de pH, temperatura, turbidez,
entre outros condicionantes ecológicos.
• A grande capacidade de adaptação aos diversos tipos de clima garante a
ampla distribuição das espécies transmissoras e a sobrevivência em
ambientes muito poluídos por matéria orgânica resultante do lançamento de
dejetos e esgotos domésticos, condição que promove o incremento dos
riscos da transmissão da esquistossomose.

Fonte: Site SUCEN www.sucen.sp.gov.br


Hospedeiros Intermediários

Fonte: Site SUCEN www.sucen.sp.gov.br


Áreas endêmicas da esquistossomose mansônica no Brasil
Situação atual

(Fonte: Amaral RS, Taiuil, Lima DD, Engels D 2006. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 101 (Suppl. I): 79-85)

Fonte: Site SUCEN www.sucen.sp.gov.br


COMPONENTE EDUCATIVO

 A promoção do conhecimento da população sobre o problema também é uma medida profilática útil
 Os agentes durante suas visitas de rotina, podem promover ações educativas, visando mobilizar a
comunidade em áreas de risco, sobre os meios de contaminação.
DIVULGAÇÃO

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