Você está na página 1de 18

ESQUISTOSSOMOSE

Prof.ª Danielle Arrais


ESQUISTOSSOMOSE

• Doença transmissível, parasitária, provocada por vermes trematódeos do


gênero Schistosoma.
• Atualmente, existem seis espécies de Schistosoma que podem provocar
doença no homem, sendo que no continente americano existe apenas o
Schistosoma mansoni.
• A transmissão do verme depende da presença de espécies suscetíveis de
caramujos de água doce pertencentes ao gênero Biomphalaria.

Caramujo (biomphalaria glabrata) Platelminto trematódeo Schistosoma mansoni


TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
• A doença ocorre em localidades sem saneamento ou com
saneamento básico inadequado, sendo adquirida pela pele e pelas
mucosas devido ao contato do homem com águas contaminadas
com as formas infectantes de S. mansoni.

•Para que ocorra a transmissão da doença, é


indispensável a presença do homem na condição
de hospedeiro definitivo(excreta os ovos do
verme pelas fezes), e dos caramujos aquáticos do
gênero Biomphalaria (hospedeiros
intermediários), liberando as larvas infectantes
do S. mansoni nas coleções hídricas utilizadas
pelos seres humanos susceptíveis à doença.
TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE

•A presença do
hospedeiro intermediário
constitui condição
necessária e
indispensável para que se
desenvolva o ciclo do
parasita.
AGENTE ETIOLÓGICO
• Os parasitos do gênero Schistosoma são heteroxenos, ou seja, necessitam de dois
hospedeiros, um intermediário e outro definitivo, para a evolução completa;
• O homem é a principal fonte de infecção da esquistossomose;

Platelminto trematódeo Schistosoma mansoni


AGENTE ETIOLÓGICO
• O verme é esbranquiçado e possui sexos separados, com dimorfismo sexual evidente. Os machos, achatados tem 6,5 a 12 mm
de comprimento, possuem um canal que comporta as fêmeas cilíndricas, com até 15 mm;
• As fêmeas produzem de 100 a 300 ovos por dia, ou mais.
Os ovos possuem casca transparente e espículo lateral. Por mecanismos ainda desconhecidos, os ovos migram até a luz
intestinal contra a corrente sanguínea. A retenção de parte dos ovos nos tecidos desencadeia a formação de granulomas que
são as alterações dos tecidos responsáveis pelo desenvolvimento doença.

Ovos de Schistosoma mansoni


•Em condições ótimas, o ciclo completo do parasito acontece em aproximadamente 40
dias, da infecção dos caramujos até a eliminação de ovos nas fezes.

Representação esquemática do ciclo biológico de Schistosoma Fonte:


modificado de CDC/Atlanta/USA
Hospedeiro Intemediário

• A Biomphalaria glabrata é a espécie cuja relação parasita/hospedeiro


é mais desenvolvida.
• A espécie é responsável pela manutenção de focos da endemia nos estados
do Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e,
mais recentemente, no Rio Grande do Sul.
• Pertencentes à família Planorbidae, essas espécies são hermafroditas,
ovíparas, resistentes à dessecação e colonizam os mais variados tipos de
ambientes hídricos dos tipos lênticos ou lóticos, como, açudes, lagos, lagoas,
poços, alagados, brejos, rios, ribeirões, córregos, valas, etc.
• A Biomphalaria straminea, é uma espécie difundida da região amazônica ao sul do país,
preserva uma grande quantidade de focos existentes na zona do semi-árido nordestino
(caatinga).
• Em São Paulo, Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais, a transmissão também conta com a
participação de Biomphalaria tenagophila.
• A grande capacidade de adaptação aos diversos tipos de clima garante a ampla
distribuição das espécies transmissoras e a sobrevivência em ambientes muito poluídos
por matéria orgânica resultante do lançamento de dejetos e esgotos domésticos, condição
que promove o incremento dos riscos da transmissão da esquistossomose.

Biomphalaria straminea Biomphalaria tenagophila


DIAGNÓSTICOS
CLINICO:

•A sintomatologia e as características de patogenicidade são os principais indicadores do


diagnóstico clínico da esquistossomose, pois os diferentes sítios de localização e
desenvolvimento dos granulomas promovem alterações patológicas em órgãos distintos
do sistema excretor ou digestivo;

•O diagnóstico diferencial demanda a observação do formato, do tamanho e do


posicionamento do espículo dos ovos de Schistosoma;

•Embora existentes, os detalhes da morfologia dos vermes adultos não são


suficientemente conspícuos para a identificação precisa das espécies pertencentes ao
gênero.
DIAGNÓSTICOS

LABORATORIAL:

•O diagnóstico de certeza depende da observação dos ovos nas fezes ou tecidos.


Existem diversas técnicas sorológicas que indicam as infecções;
• O diagnóstico por meio de técnicas de ultra-som e imagem serve à detecção das
conseqüências patológicas da doença;
•A realização dos exames em amostras repetidas de fezes é aconselhável, tanto para a
descoberta da infecção, como para a confirmação de tratamento, cuja eficiência depende
da observação da inexistência ou inviabilidade dos miracídios nos ovos. Nos casos em
que os ovos permanecerem viáveis recomenda-se novo tratamento.
SINTOMA
S
• Náuseas
• Vômitos,
• Diarréia,
• Febre,
• Dor de cabeça
• Sudorese,
• Astenia,
• Anorexia
• Emagrecimento
SINTOMA
S
•Na fase crônica, a clínica é com ou sem hipertensão portal. O quadro clínico varia desde a
ausência de alterações dinâmicas acentuadas a formas severas panviscerais com hipertensão
porta, síndrome cianótica, glomerulopatias;

•A evolução crônica da esquistossomose resulta em ascite, edema e insuficiência hepática


severa com desfecho em óbito porque a fibrose e a cirrose em torno do granuloma são
irreversíveis;

•Existem relatos manifestações eventuais graves de infecções ectópicas do


sistema nervoso (neuroesquistossomose ou miolorradiculopatia;
esquistossomótica). Essa situação depende da migração errática dos ovos de S. mansoni
resultando, entre outras seqüelas, no aparecimento de paralisias faciais.
TRATAMENT
O

• As drogas recomendadas são a oxamniquine e o praziquantel. A administração se dá em


dose única e proporcional ao peso e a idade da pessoa;
• Os efeitos colaterais mais freqüentes das duas drogas são tonturas, náuseas, e vômitos;
• Preferencialmente o tratamento é ambulatorial, com a pessoa alimentada, e para
observação
a de efeitos colaterais no período de pelo menos 1 hora.
•A administração das drogas é contra-indicada durante a gestação e amamentação, em crianças menores
de 2 anos, em pacientes desnutridos ou anêmicos, na presença de infecções agudas ou crônicas
intercorrentes, insuficiência cardíaca, hepática ou renal grave e
hipersensibilidade.
CONTROLE

• Como não existem vacinas contra a


esquistossomose,
eficientes o controle da endemia pressupõe o
saneamento oambiental
diagnóstico, e a educação.
tratamento, o

busca do caramujo
biomphalaria glabrata
Áreas endêmicas da esquistossomose mansônica no Brasil (óbitos)
Situação atual

Fonte: Site SUCEN www.sucen.sp.gov.br


COMPONENTE EDUCATIVO

 A promoção do conhecimento da população sobre o problema também é uma medida profilática útil
 Os agentes durante suas visitas de rotina, podem promover ações educativas, visando mobilizar a
comunidade em áreas de risco, sobre os meios de contaminação.

Você também pode gostar