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PRIMEIROS SOCORROS

São José, 2017


João Raimundo Colombo
Governador do Estado de Santa Catarina

Eduardo Pinho Moreira


Vice-governador do Estado de Santa Catarina

Vicente Augusto Caropreso


Secretário de Estado da Saúde

Murilo Ronald Capella


Secretário Adjunto para Assuntos Finalísticos

André Luiz Bazzo


Secretário Adjunto para Assuntos Administrativos

Grace Ella Berenhauser


Superintendente de Planejamento e Gestão do SUS

Paulo Luiz Cantanhede Orsini


Diretor de Educação Permanente em Saúde

Andiara Sopelsa
Gerente da Escola de Formação em Saúde

Distribuição gratuita
Responsáveis pela Elaboração

Ascendino Roberto dos Santos


Coordenador da Divisão Pedagógica

Francine Nataline Teixeira de Oliveira


Coordenadora da Divisão Técnica

Carolina Francisco de Melo


Coordenação Técnica

Giliaine Betel Vargas Schaf


Desenvolvimento de Projetos

O projeto Itinerários do Saber viabilizou a impressão deste material.


Entretanto, a identidade visual, a diagramação e todo o conteúdo
desta obra são de autoria e de responsabilidade da Escola.
SUMÁRIO
PRIMEIROS SOCORROS ................................................................................... 5
CARACTERIZAÇÃO, FUNÇÕES E ASPECTOS FUNDAMENTAIS .......................... 5
OMISSÃO DE SOCORRO .................................................................................. 5
AÇÕES INICIAIS................................................................................................ 5
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO INICIAL DA SITUAÇÃO / AVALIAÇÃO DOS
RISCOS DE SALVAMENTO ................................................................................ 6
ANÁLISE PRIMÁRIA ......................................................................................... 6
ANÁLISE SECUNDÁRIA .................................................................................... 7
MANOBRA DE LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS ................................................. 7
MANOBRAS DE VENTILAÇÃO E CIRCULAÇÃO ................................................. 8
DESFIBRILAÇÃO ............................................................................................... 9
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR ............................................................. 9
COMPRESSÕES TORÁCICAS........................................................................... 10
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA PARA O ATENDIMENTO DA PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) EXTRA-HOSPITALAR (PCREH) ........................ 11
MONTAGEM DE UM KIT DE PRIMEIROS SOCORROS .................................... 14
ACIDENTES COM CRIANÇAS.......................................................................... 15
AFOGAMENTO .............................................................................................. 16
DESMAIOS ..................................................................................................... 20
HEMORRAGIA ............................................................................................... 21
INSOLAÇÃO ................................................................................................... 25
ENVENENAMENTOS E INTOXICAÇÕES .......................................................... 26
CHOQUE........................................................................................................ 28
MECANISMO DO CHOQUE............................................................................ 29
TIPOS DE CHOQUE ........................................................................................ 29
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS .................................................. 33
TRAUMATISMO ............................................................................................. 35
AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA .......................................................................... 39
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39
PRIMEIROS SOCORROS

Caracterização, funções e aspectos fundamentais


Denomina-se primeiros socorros o tratamento aplicado ao
acidentado ou portador de mal súbito, antes da chegada do médico.
Chama-se socorrista a pessoa que está habilitada à prática dos primeiros
socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos
que o capacitaram para esse desempenho.

As características básicas a um socorrista são:


Ter espírito de liderança;
Ter bom senso, compreensão, tolerância e paciência;
Ser um líder, na concepção da palavra;
Saber planejar e executar suas ações;
Saber promover e improvisar com segurança;
Ter iniciativa e atitudes firmes;
Ter acima de tudo, o espírito de solidariedade.

OMISSÃO DE SOCORRO
O Código Penal, em seu artigo 135, descreve o delito de omissão
de socorro, que consiste na atitude de deixar de socorrer pessoas em
situação de vulnerabilidade, como crianças abandonadas ou perdidas,
pessoas inválidas, com ferimentos, ou em situação de risco ou perigo.
A lei também prevê que comete o crime quem, verificando a
situação de socorro, deixa de pedi-lo às autoridades públicas… Portanto,
constitui lei penal não prestar auxílio a uma pessoa em perigo, pois se
abster de fazê-lo é um delito, uma falta de solidariedade humana.

AÇÕES INICIAIS
De acordo com as novas diretrizes da AHA (American Heart
Associotion) e da American Red Cross de 2015 (Diretrizes da Cruz
Vermelha), primeiros socorros significam:
Reduzir a morbidade e a mortalidade com o alívio do sofrimento, a
prevenção de mais doenças ou lesões e a promoção da recuperação.

5 | Primeiros Socorros
As ações inicias básicas durante a prestação dos primeiros socorros
consistem em:
a) Ao chegar no local de um acidente, ou onde se encontre um acidentado,
deve-se primeiramente assumir o controle da situação e proceder uma
rápida avaliação da ocorrência;
b) tentar obter o máximo de informações possíveis sobre o incidente;
c) manter a calma, evitar o pânico e procurar a colaboração de outras
pessoas, dando ordens breves, claras, objetivas e concisas;
d) manter afastados os curiosos, para evitar confusão e para ter espaço em
que se possa trabalhar da melhor maneira possível;
e) ser ágil e decidido observando rapidamente se existem perigos para o
acidentado e para as pessoas que estiverem prestando o socorro.

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO INICIAL DA SITUAÇÃO / AVALIAÇÃO DOS


RISCOS DE SALVAMENTO
Reconhecimento imediato do cenário do evento e acionamento do
serviço médico de emergência.
Avalie a responsividade da vítima;
Avaliação e tomada rápida de decisão no que se refere aos possíveis
riscos à segurança do paciente, bem como, à equipe que presta o
socorro.

ANÁLISE PRIMÁRIA
Esse exame consiste em uma série de ações à serem colocadas em
prática inicialmente e estabelecendo dessa forma, prioridades no
atendimento. Verificar problemas que colocam a vida do paciente em risco
iminente e determinar a gravidade das lesões e proceder tão rápido for
possível obedecendo as etapas: C- A- B (Compressão torácica, via aérea e
respiração).
Anteriormente a sequência era: A-B-C, mas devido à dificuldade
que o socorrista encontrava para abrir a via aérea acaba atrasando as
manobras cardíacas quando o paciente, em muitas das vezes já se
encontrava em (FV) ou (TV). Com a alteração para C-A-B as compressões
torácicas serão iniciadas mais cedo e a ventilação ocorrerá na sequência:

6 | Primeiros Socorros
ANÁLISE SECUNDÁRIA
Após a estabilização do paciente deverá ser realizado o exame
físico propriamente dito que consiste em um exame minucioso, o qual se
inicia na cabeça e vai até os pés, na parte anterior (frente) e posterior
(costas), identificando lesões que a despeito de sua gravidade não colocam
em risco a vida do acidentado.
Esta avaliação é dividida em objetiva e subjetiva. Subjetiva:
trata-se de um rol de perguntas direcionadas à complementação da
avaliação da vítima (anamnese). O socorrista deve: o Relacionar o
local do acidente com a posição da vítima; o Conversar com a vítima,
se consciente, fazendo um histórico resumido (nome, idade, como
ocorreu o acidente, queixas principais, endereço e telefone); o Usar
o “AMPLA” (Ambiente, Medicamentos, Passado médico, Líquidos e
alimentos e Alergias); e o Conversar com acompanhantes e
testemunhas. Objetiva: o Examinar da “cabeça aos pés”; o Reavaliar
a respiração, circulação e temperatura; o Aferir a pressão arterial
com o uso do esfigmomanômetro.
Portanto, o principal propósito da análise secundária é descobrir
lesões e/ou outros problemas que se não forem devidamente tratados
podem ameaçar a sobrevivência da vítima.

MANOBRA DE LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS


Ovace: Obstrução das Vias aéreas superiores
De acordo com os PSAV do SAMU (Protocolos de Suporte
Avançado de Vida), temos as condutas:

Avaliar a severidade
Obstrução leve: paciente capaz de responder se está engasgado.
Consegue tossir, falar e respirar;
Obstrução grave: paciente consciente de que não consegue falar. Pode
não respirar ou apresentar respiração ruidosa, tosse silenciosa e/ou
inconsciência.

Considerar abordagem específica


Obstrução leve em paciente responsivo
7 | Primeiros Socorros
Não realizar manobras de desobstrução;
Acalmar o paciente;
Incentivar tosse vigorosa;
Monitorar e suporte de O2, se necessário;
Observar atenta e constantemente;
Obstrução grave em paciente responsivo - executar a manobra de
Heimlich:
Posicionar-se por trás do paciente com seus braços à altura da crista
ilíaca;
Posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na
parede abdominal, entre apêndice xifoide e a cicatriz umbilical;
Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em
movimentos rápidos, direcionados para dentro e para cima (em J);
Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não
responsivo. Obs.: em pacientes obesos e gestantes no último trimestre,
realize as compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não
sobre o abdome.

Obstrução grave em paciente irresponsivo


Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida;
Diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso,
executar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo
estranho;
Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho,
se visível e alcançável (com dedos ou pinça);
Estar atento à ocorrência de Parada Respiratória ou Parada Cárdio
Respiratória
Realizar contato com a unidade de saúde de destino.

MANOBRAS DE VENTILAÇÃO E CIRCULAÇÃO


Abecedário da Assistência da Emergência

A
Abertura de Vias Aéreas
Avaliar situação
Avisar o Serviço Médico de Emergência
8 | Primeiros Socorros
Avaliar a sua segurança e a da vítima

SOS VIDA, 2009.

B
Verificar ventilação e iniciar RCP se necessário

C
Circulação, iniciar compressões torácicas, se necessário

Fonte: http://www.szpilman.com

DESFIBRILAÇÃO
Controlar hemorragia, choque e possível lesão de coluna cervical.
Vale salientar que a assistência deve ser prestada da maneira mais rápida
para evitar lesões irreversíveis como podemos citar, a lesão cerebral onde
a falta de oxigenação por alguns minutos já é o suficiente para ter como
consequências tais danos.
Frente a isso vemos que as chances de uma reanimação bem-
sucedida vão diminuindo com o passar do tempo.

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR
Uma parada cardíaca pode ser definida como a cessação dos
batimentos do coração o que prejudica o recebimento de oxigênio pelo
músculo cardíaco, pela diminuição do aporte sanguíneo.

9 | Primeiros Socorros
Uma pessoa em parada cardíaca tem seu fluxo sanguíneo
circulante diminuído, levando imediatamente a perda de consciência. As
manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP) precisam ser
estabelecidas imediatamente.
No caso de a vítima encontrar-se em via pública ou em algum
outro local que não dentro de um serviço especializado, as compressões
torácicas devem ser realizadas de maneira intermitente até a chegada de
uma equipe de emergência com treinamento para proporcionar suporte
avançado.
Deve-se sempre ter em mente que, quanto mais rápido as
manobras de RCP iniciarem maiores são as chances de sobrevivência com
menor risco de sequela.
Estudiosos no assunto revelam através de pesquisas que existem
três pontos que são de fundamental importância para eficácia no socorro à
vítima:
Início rápido das manobras de RCP;
Chegada do socorro especializado no menor tempo possível;
Desfibrilação com desfibrilador externo automático (DEA), o quanto
antes.
É importante ressaltar que, como já citado em um outro momento,
da importância que tem o conhecimento em primeiros socorros pela
população em geral, visto que o atendimento inicial é na maioria das
vezes, decisivo para qualidade e sobrevida da vítima.
Segundo a American Heart Association de 2010, para os
socorristas leigos e sem treinamento que prestam assistência a vítima em
PCR, a técnica enfatizada é a “hands only”, que significa somente o uso das
mãos. No caso de se tratar de um socorrista com treinamento em RCP ou
profissional da saúde a sequência utilizada é de 30:2, realizando assim as
ventilações após cada sequência de compressão, porém é necessário estar
atento as mudanças da American Heart Association de 2015 em relação a
sequência que passa a ser C-A-B, sendo extinto o passo VER-OUVIR-
SENTIR.
http://resgatefederal.wixsite.com/2015

COMPRESSÕES TORÁCICAS
Existem alguns procedimentos que toda pessoa que presta socorro
10 | Primeiros Socorros
a uma vítima de PCR necessita ter conhecimento para que o resultado final
seja mais eficaz possível que são:
As mãos precisam estar corretamente posicionadas, braços retos,
cotovelos firmes. Os ombros devem ficar acima das mãos. Os impulsos
cairão diretamente sobre o esterno da vítima;
Pressionar o corpo direto para baixo, onde o peso que deve ser
utilizado é o da parte superior deve- se ter noção no sentido de que
uma pessoa obesa as vezes necessita que o tórax seja mais comprimido
do que uma pessoa mais magra;
A pressão deve ser completamente liberada para permitir o retorno
total do tórax com consequente retorno venoso ao coração;
As mãos devem permanecer sobre o tórax da vítima durante todo o
procedimento, não devendo ser trocadas de posição em nenhum
momento;
As compressões devem ser rápidas, rítmicas e fortes, visto que não se
pode realizar movimentos bruscos ou parada dos movimentos;
A recomendação de 2015 são de no mínimo 100 compressões e no
máximo 120 por minuto de maneira dinâmica.

Posicionamento correto das mãos para as compressões torácicas na RCP.

Fonte: Resgate Federal, 2015

CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA PARA O ATENDIMENTO DA PARADA


CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) EXTRA-HOSPITALAR (PCREH)
As cadeias de sobrevivência segundo a American Heart Association

11 | Primeiros Socorros
2015 recomenda que as vias de cuidado para os pacientes precisam ser
distintos quando ocorrem em ambiente intra ou extra hospitalar, visto que
cada local tem suas especificidades, com por exemplo, as pessoas que
sofrem uma PCHE (PCR em ambiente extra-hospitalar) necessitam do
conhecimento e auxílio da comunidade, onde os socorristas leigos
necessitam fazer o reconhecimento dessa PCR, agir em tempo hábil e
pedir ajuda imediata ao serviço médico de emergência, que se encarregará
de prestar assistência e encaminhar a vítima a uma unidade de cuidados
intensivos.

Por outro lado, pacientes que sofrem uma PCRIH (PCR em


ambiente intra-hospitalar), possuem mais condições de ter uma vigilância
e prevenção da PCR que é praticado por uma equipe multiprofissional que
permanece sempre em alerta para iniciar uma RCP caso necessário
imediata e de alta qualidade.

Tipos de transportes de emergência


Na escolha de um transporte de emergência, o fator determinante
utilizado é o grau de urgência, onde a partir dessa informação será enviado

12 | Primeiros Socorros
transporte adequado.

Tipos
AMBULÂNCIA: caracteriza-se como um veículo que pode ser terrestre,
aéreo ou aquaviário que tem como objetivo o transporte de pessoas
acometidas por alguma enfermidade. As ambulâncias podem ser
classificadas como:

Tipo A - Ambulância de transporte


Destinadas ao transporte de pacientes que
não apresentam risco de vida, em
remoções simples e de caráter eletivo.

Fonte: medicalexpo.com

TIPO B - Ambulância de Suporte Básico


Destinado ao atendimento pré
hospitalar e transporte inter-hospitalar
de pacientes com risco de vida
desconhecido, assim como com
probabilidade de necessitar de
intervenção de equipe médica no local
ou durante o transporte. http://fotosdeviaturas.blogspot.com.br

TIPO C - Ambulância de Resgate


Destinado ao atendimento de urgências
pré-hospitalares de vítimas que se
encontram em locais de difícil acesso
ou vítimas de acidentes. Possui
equipamentos de salvamento
(terrestre, aquático e em alturas).
Fonte: www.riogrande.rs.gov.br

TIPO D - Ambulância de Suporte Avançado

13 | Primeiros Socorros
Deve possuir os equipamentos médicos
necessários para cuidados intensivos,
visto que é destinada a vítimas de alto
risco em transportes.

Fonte: MATO GROSSO DO SUL, 2010.

TIPO E - Aeronave de Transporte


Médico
Destinada a transporte de vítimas
inter-hospitalar, assim como para
ações de resgate. Necessita possuir
equipamentos médicos homologados
pelo Departamento de Aviação Civil.
Fonte: RIO GRANDE DO SUL, 2015.

TIPO F - Embarcação de Transporte Médico


Destinada a transporte de vítimas via marítima ou
fluvial.
Ainda podemos citar outros tipos de transporte
que são os chamados de intervenção rápida,
utilizados para transporte da equipe médica com Fonte: CEARÁ, 2011.
os devidos equipamentos que possibilitam a
oferta de suporte avançado nas ambulâncias de todos os tipos, assim
como em outros veículos habituais adaptados para transporte de vítimas
de baixo risco.

MONTAGEM DE UM KIT DE PRIMEIROS SOCORROS


O kit de primeiros socorros consiste em uma caixa ou maleta com
materiais utilizados em curativos e atendimentos iniciais de emergência.
Sua montagem deverá ser realizada de acordo com a finalidade para a qual
se destina e precisa sempre estar completa e em local acessível.

14 | Primeiros Socorros
A montagem deverá levar em consideração o custo-benefício, associado ao
conhecimento técnico do profissional, portanto, não adianta adquirir
materiais ou equipamentos se não souber usá-los.

Kit Básico de Primeiros Socorros (Sugestão)


03 (três) pares de luvas de látex
04 (quatro) ataduras de crepe 15 cm
06 (seis) pacotes de gaze
03 (três) talas de 50 cm de comprimento
01 (um) rolo de esparadrapo
01 (um) rolo de micropore
01 (uma) tesoura de ponta romba (tesoura de paramédico)
01 (uma) compressa bandagem triangula 1mX1m
01 (um) cobertor isolante térmico
01 (um) frasco de soro fisiológico
02 (dois) sacos plásticos com zíper (zipbag)
01 (uma) bolsa de gelo químico
01 (uma) lanterna tipo caneta
01 (um) termômetro digital
01 (um) tensiômetro digital
01 (um) colar cervical tamanho médio
01 (um) pinceta com álcool a 70%

ACIDENTES COM CRIANÇAS


A prevenção de acidentes há muito se faz necessária nos currículos
dos profissionais de saúde, uma vez que é por meio da educação que
ocorrem as transformações e a repadronização de condutas a fim de
diminuir os fatores de risco e consecutivamente reduzir o índice dos
acidentes.
Não se pode negar que os acidentes com crianças menores de 14
anos é uma realidade mundial, e representa um grave problema de saúde
pública, em razão de que em sua grande maioria é possível utilizar-se de
meios que evitem esses acidentes. A família, os cuidadores de um modo
geral, grupos da sociedade, como também, as equipes de saúde devem
estar capacitadas para evitar ao máximo essas intercorrências.

15 | Primeiros Socorros
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define acidente como um
acontecimento casual que independe da vontade humana, ocasionado por
um fator externo originando dano corporal ou mental (SCHVARTSMAN et
al., 1984).
Quando ouvimos a palavra acidente, somos levados a pensar que é
algo inusitado acidental, “Esta nova visão do problema fez com que o
programa de prevenção de acidentes da Organização Mundial de Saúde
modificasse seu nome para ”Programa de Prevenção de Danos.”
Quando se estuda a epidemiologia do acidente em pediatria
entende-se que tanto o agente como o hospedeiro, bem como, o meio
ambiente estão constantemente se alterando de acordo com a fase de
desenvolvimento da criança, obrigando a soluções diferentes.
Intoxicações na Infância são desencadeadas por alguns fatores que
de forma geral que envolve o acidente tóxico. O desconhecimento das
pessoas em relação aos produtos, aliada ao intenso consumo, induz à
imprudência e à negligência das famílias durante o seu manuseio e
acondicionamento. Muitas pessoas ainda têm por hábito, a reutilização de
recipientes tóxicos que por si só já são totalmente conta indicados.
Outras formas de acidentes ocorrem com medicamentos, produtos
químicos de uso domiciliar, os inseticidas e algumas plantas tóxicas. No
caso dos produtos químicos, as intoxicações ocorrem porque os produtos
apresentam embalagens atraentes à curiosidade infantil, muitas são fáceis
de manusear, além de serem estocadas em locais indevidos ao alcance das
crianças.
Portanto, é importante conhecer as propriedades tóxicas e os
efeitos colaterais dos medicamentos, dos produtos químicos de uso
doméstico e das plantas. Da mesma forma que o acondicionamento
deverá ser longe do alcance das crianças.

AFOGAMENTO
É mais comum em adulto jovem masculino. Afogamento é a
entrada de líquido nas vias aéreas (traqueia, brônquios ou pulmões),
causada por afundamento ou mergulho.
Provoca falta de oxigênio no sangue afetando todos os órgãos e
tecidos. É um processo fisiológico que resulta em insuficiência respiratória
decorrente de imersão/submersão em líquido. Após o processo, a vítima
16 | Primeiros Socorros
frequentemente engole grande quantidade de água e pode bronco aspirar
evoluindo para hipóxia, hipercapnia, bradicardia e PCR.
(Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde. (bvsms.saude.gov.br) Acesso
em: 09/novembro/2017

Sinais e sintomas
Dispneia (desconforto respiratório);
Taquipneia (FR > 28 rpm) ou bradipneia (FR < 8 rpm);
Hipóxia ou cianose;
Respiração superficial;
Espuma em cavidade nasal e oral;
Inconsciência ou alteração do nível de consciência;
Ausência de respiração;
Ausência de circulação.

O tratamento de uma vítima de afogamento envolve quatro fases


distintas
1- O resgate na água: pode ser realizado por um leigo ou por equipes
treinadas de salva-vidas;
2- Suporte básico de vida: oferecido pelos primeiros socorristas;
3- Suporte avançado de vida: Serviço médico de urgência;
4- Cuidados pós ressuscitação: segue até o ambiente hospitalar.

Fatores associados com afogamentos: suicídio, acidentes de trafego,


abuso de drogas e álcool.

Conduta
1. Realizar avaliação primária e secundária;
2. Monitorizar a oxímetria de pulso;
3. Tranquilizar o paciente consciente;
4. No paciente em parada respiratória ou cardiorrespiratória, seguir
protocolo específico;
5. Administrar O2 em alto fluxo objetivando manter SatO2 ≥ 94%;
6. Na ausência de trauma associado e diante da demora para o transporte,
providenciar repouso em posição de recuperação;
7. Se trauma associado, realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização
17 | Primeiros Socorros
adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha longa com
alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte.
8. Controlar a hipotermia: retirada de roupas molhadas, uso de mantas
térmicas e/ou outros dispositivos para aquecimento passivo.
9. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma
sistematizada;
10. Fazer transporte para a unidade de saúde de referência.

QUEIMADURAS E CHOQUE ELÉTRICO


As queimaduras se constituem como um grande trauma nos
indivíduos, alterando, muitas vezes, o curso de suas vidas. Sendo assim, é
considerada a maior agressão causada aos envolvidos, não somente pelas
complicações agudas, mas também pelas inúmeras sequelas estéticas,
funcionais e psicológicas.
O processo de recuperação de um paciente queimado estende-se
por anos e tem difícil solução, além de estar associado a altas taxas de
mortalidade. As queimaduras são causadas, por agentes físicos, químicos,
elétricos e térmicos que resultam em níveis variados de perda tecidual. A
gravidade com que as lesões danificam a pele depende de muitas variáveis
como: a duração e a intensidade de contato com o agente agressor, a
espessura da pele da região anatômica acometida, o tamanho da área
exposta, a vascularização local e a idade.

Classificação
Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, as queimaduras
são classificadas em:
As queimaduras podem ser classificadas pela profundidade que o
calor atingiu os tecidos ou ainda pela extensão do corpo. Quanto à
profundidade, as queimaduras se classificam em primeiro, segundo e
terceiro graus.

As queimaduras de primeiro grau


Espessura superficial;
Queimadura solar;
Afeta somente a epiderme, sem formar bolhas;
Provoca vermelhidão, dor, edema, descamam 4-6 dias.
18 | Primeiros Socorros
Queimaduras de segundo grau
Espessura parcial: superficial e profunda;
Afeta a epiderme e a derme, com bolhas ou flictenas;
Base da bolha rósea, úmida, dolorosa (superficial);
Base da bolha branca, seca, indolor (profunda);
Restauração das lesões entre 7 e 21 dias.

Queimaduras de terceiro grau


Espessura total;
Indolor;
Placa esbranquiçada ou enegrecida;
Textura coriácea;
Não há cicatrização e revitalização do tecido, necessitando, portanto,
de enxertia de pele.

As queimaduras ainda podem


ser classificadas segundo sua extensão.
Para fazer o cálculo da Superfície
Corporal Queimada (SCQ), utiliza-se a
Regra dos Nove e apresenta-se o
resultado da soma em percentagem.
Dentre as diferentes causas de
queimaduras, merecem destaque as
queimaduras elétricas, consideradas
como o caminho da destruição, pelo BRASIL, 2012.
fato de a lesão ser causada tanto pela passagem de corrente como
também pela claridade gerada pela fonte elétrica. Há de se destacar ainda
outra complicação no que diz respeito à força com que o individuo é
ejetado depois da explosão, o que provoca quedas, resultando em traumas
associados

Como proceder
Providenciar acesso venoso calibroso imediatamente;
Realizar a avaliação respiratória;
Promover a analgesia;
19 | Primeiros Socorros
Resgatar a história sucinta a respeito do acidente;
Avaliar a profundidade e a extensão da queimadura;
Coletar exames;
Avaliar pulso periférico regularmente;
Aplicar curativo oclusivo, conforme protocolo institucional (para evitar
perda de calor);
Inserção de cateter vesical (sn);
Proceder com o transporte e a remoção segura;
Avaliar critérios de internação;
Providenciar apoio emocional.
(Linhas de cuidado em urgência e emergência – UFSC Apostila de urgência
- EFOS)

DESMAIOS
O desmaio (síncope) é uma perda súbita e breve da consciência. É
um sintoma do aporte inadequado de oxigênio e outros nutrientes ao
cérebro, o qual, geralmente, é provocado por uma diminuição temporária
do fluxo sanguíneo. Essa redução ocorre sempre que o organismo não
consegue compensar rapidamente uma queda na pressão arterial. A
combinação entre a redução do débito cardíaco e o aumento da
capacidade dos vasos provoca redução da pressão arterial e o desmaio.
(BORTOLOTTI, 2009, p.189).
O mesmo ocorre em casos de sangramento, desidratação e/ou
estimulação do nervo vago (denominada síncope vasomotora).
O desmaio histérico não é um desmaio verdadeiro, não há perda
da consciência, não há aumento da frequência cardíaca ou da pressão
arterial, não apresenta sudorese e nem palidez. (BORTOLOTTI, 2009,
p.189).

Podem ser causas de desmaio


5- Fome,
6- Insolação
7- Dor intensa
8- Estresse emocional
9- Desconforto térmico
10- Intoxicação
20 | Primeiros Socorros
Sintomas
Palidez
Tonturas
Náuseas
Pulso rápido e fraco
Sudorese
Perda dos sentidos.

Conduta
1- Manter vias aéreas pérvias, respiração e circulação adequada;
2- Ambiente arejado, ou se for o caso, transportar a vítima para um local
arejado;
3- Elevação dos membros inferiores, manter a cabeça lateralizada,
evitando asfixia e afrouxe as roupas para favorecer a circulação;
4- Após o desmaio, não de nada para a vítima beber, sente – a e a faça
respirar fundo e devagar, auxiliando – a na deambulação, para que o
organismo se restabeleça;
5- Observar possíveis traumas ocasionados pela queda.

HEMORRAGIA
É o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos através de
ruptura nas suas paredes.

Classificação
A hemorragia pode ser classificada em:

Hemorragia externa: visível porque extravasa para o meio ambiente.


Exemplos: ferimentos em geral, hemorragia das fraturas expostas,
epistaxe (hemorragia nasal).
Hemorragia interna: o sangue extravasa para o interior do próprio
corpo, dentro dos tecidos ou cavidades naturais. Exemplos: trauma
contuso, ruptura ou laceração de órgãos de tórax e abdômen,
hemorragia de músculo ao redor de partes moles.

21 | Primeiros Socorros
Tipos de hemorragia
Arterial: Ocorre quando há perda de sangue de uma artéria. O sangue
tem coloração viva, vermelho claro, derramado em jato, conforme o
batimento cardíaco, geralmente rápido e de difícil controle.
Venosa: Ocorre quando há perda de sangue por uma veia.
Sangramento de coloração vermelho-escuro, em fluxo contínuo, sob
baixa pressão. Pode ser considerada grave se a veia comprometida for
de grosso calibre.
Capilar: Ocorre quando há sangramento por um leito capilar. Flui de
diminutos vasos da ferida. Possui coloração avermelhada, menos viva
que a arterial, e facilmente controlada.

Fatores determinantes da gravidade da hemorragia


6- Volume de sangue perdido: A perda de pequeno volume em geral
não produz efeitos evidentes; já a perda de 1,5 litro em adultos ou 200 ml
em criança pode ser extremamente grave, inclusive colocando a vida em
risco.
7- Calibre do vaso rompido: O rompimento de vasos principais de
pescoço, tórax, abdômen e coxa provoca hemorragias severas, e a morte
pode sobrevir em 1 a 3 minutos.
8- Tipo do vaso lesado: O sangramento arterial é considerado de
maior gravidade. As veias geralmente estão mais próximas da superfície do
corpo do que as artérias, sendo de mais fácil acesso. O sangramento
capilar é lento e, via de regra, coagula espontaneamente em 6 a 8
minutos. O processo de coagulação desencadeado em boa parte dos
pequenos e médios sangramentos pode ser suficiente para controlar a
hemorragia, e o coágulo formado age como uma rolha, impedindo a saída
de sangue.
9- Velocidade da perda de sangue: A perda rápida de 1 litro de
sangue pode colocar o indivíduo em risco de vida. Quando a perda de
sangue é lenta, o organismo desenvolve mecanismos de compensação,
suportando melhor a situação.
A hemorragia externa, por ser visualizada, é facilmente
reconhecida. A hemorragia interna pode desencadear choque
hipovolêmico, sem que o socorrista identifique o local da perda de sangue.

22 | Primeiros Socorros
As evidências mais comuns de sangramento interno são áreas extensas de
contusão na superfície corpórea. Alguém com fratura de fêmur perde
facilmente até um litro de sangue, que fica confinado nos tecidos moles da
coxa, ao redor da fratura.

Outros sinais que sugerem hemorragia severa


Pulso fraco e rápido;
Pele fria e úmida (pegajosa);
Pupilas dilatadas com reação lenta à luz;
Queda da pressão arterial;
Paciente ansioso, inquieto e com sede;
Náusea e vômito;
Respiração rápida e profunda;
Perda de consciência e parada respiratória; e
Choque

Métodos de controle da hemorragia externa


Pressão Direta: Quase todos os casos de hemorragia externa são
controlados pela aplicação de pressão direta na ferida, o que permite a
interrupção do fluxo de sangue e favorece a formação de coágulo.
Preferencialmente, utilizar uma compressa estéril, pressionando a
firmemente por 10 a 30 minutos; a seguir, promover a fixação da
compressa com bandagem. Em sangramento profuso, pressionar
diretamente com a própria mão enluvada. Após controlar um
sangramento de extremidade, certifique-se de que existe pulso distal;
em caso negativo, reajuste a pressão da bandagem para restabelecer a
circulação.

Elevação da área traumatizada: Quando uma extremidade é elevada,


de forma que a área lesionada fique acima do nível do coração, a
gravidade ajuda a diminuir o fluxo de sangue. Aplicar este método
simultaneamente ao da pressão direta. Não está recomendado utilizar
esse método, em casos de fraturas, luxações ou de objetos empalados
na extremidade.

Pressão digital sobre o ponto de pulso: Utilizar a pressão sobre pulso

23 | Primeiros Socorros
de artéria quando os dois métodos anteriores falharem ou não tiver
acesso ao local do sangramento (esmagamento, extremidades presas
em ferragens). É a pressão aplicada com os dedos sobre os pontos de
pulso de uma artéria contra uma superfície óssea. É necessária
habilidade do socorrista e conhecimento dos pontos exatos de pressão
das artérias.
Principais pontos
Artéria braquial: para sangramento de membros superiores;
Artéria femoral: para sangramento de membros inferiores;
Artéria temporal: para sangramento de couro cabeludo;
Artéria radial: sangramento da mão.

Aplicação de gelo: O uso de compressas de gelo diminui o sangramento


interno ou mesmo interrompe sangramentos venosos e capilares. Nas
contusões, a aplicação de gelo previne a equimose (mancha arroxeada).
Deve-se observar o tempo de uso, evitando -se uso demasiadamente
prolongados, pois diminui a circulação, podendo causar lesões
teciduais.
Torniquete: Deve ser considerado como o último recurso (praticamente
em desuso), o torniquete só será utilizado se todos os outros métodos
falharem, devendo ser considerado apenas nos casos de destruição
completa ou amputação de extremidades, com sangramento severo.
Consiste numa bandagem constritora colocada em torno de uma
extremidade até que o fluxo sanguíneo pare por completo. Podem ser
utilizados tubos de borracha, gravatas, etc. Essa técnica deve ser
bastante precisa, pois apertado demais, o torniquete pode lesar
tecidos, músculos, nervos e vasos. O membro abaixo do torniquete
deve tornar-se pálido, e o pulso arterial, abaixo do torniquete,
desaparecer. Caso não esteja apertado o suficiente pode interromper o
fluxo venoso sem interromper o fluxo arterial, dando como resultado
maior sangramento pela ferida.
Métodos de controle da hemorragia interna: Para suspeitar que a
vítima esteja com hemorragia interna, é fundamental conhecer o
mecanismo de lesão. Os traumas contusos são as principais causas de
hemorragias internas (acidentes de trânsito, quedas, chutes e

24 | Primeiros Socorros
explosões). Alguns sinais de alerta para suspeitar de hemorragia
interna: fratura da pelve ou ossos longos (braços ou coxa), rigidez
abdominal, área de equimose em tórax e abdômen, ferida penetrante
em crânio, tórax ou abdômen. O tratamento de hemorragia interna é
cirúrgico. O atendimento pré-hospitalar consiste em instalar acessos
venosos de grosso calibre após garantir a respiração da vítima e
transportá-la a um centro médico. Administrar oxigênio em altas
concentrações durante o transporte.
Para detectar hemorragia interna, conhecer o mecanismo de
lesão, observar lesões que possam provocar sangramento interno e estar
permanentemente atento aos sinais e sintomas que a vítima apresentar.

INSOLAÇÃO
A hipertermia ocorre quando o calor corporal sobe além dos
limites suportáveis pelo organismo.

Podemos relacionar 2 tipos:


Insolação: quando a temperatura corporal está acima de 40°Celsius
Exaustão Térmica: quando a temperatura corporal é de até 40° Celsius
e existe perda de fluídos.

Na insolação, o sistema de controle de temperatura corporal falha


e o calor sobe para níveis perigosamente altos, tornando –se uma
condição que oferece risco de vida.
Vítimas de insolação podem apresentar pele quente, seca,
avermelhada, batimentos cardíacos acelerados, desorientação, confusão e
inconsciência.
Trate casos de insolação como emergências médicas e siga os
procedimentos de assistência primária.
Na exaustão térmica, a ingestão de fluidos não é suficiente para
compensar sua perda por meio da transpiração.
As vítimas podem apresentar pele fria e úmida, batimentos
cardíacos fracos, náusea, tontura, fraqueza e ansiedade.

Conduta
Insolação
Avalie a situação enquanto verifica se a vítima ainda está exposta a um

25 | Primeiros Socorros
ambiente quente;
Verifique se existe alguma área arejada e com sombra nas
proximidades;
Se houverem pessoas por perto, solicite ajuda;
Coloque as barreiras de proteção;
Verifique o estado de consciência da vítima;
Faça uma avaliação primária e monitore os sinais vitais;
Mova a vítima para uma área ventilada e com sombra;
Resfrie imediatamente a vítima com uma esponja ou pano molhado ou
borrifos de água fria;
Cubra –a com um pano molhado e monitore os sinais vitais até a
chegada do SME;
Se a temperatura voltar ao normal, procure trocar a roupa molhada por
roupa seca.

Exaustão Térmica
Mova a vítima para um local arejado;
Faça com que se deite e eleve as pernas;
Dê água fria ou bebida isotônica para beber com pequenos goles
intervalados;
Resfrie –a borrifando –a com água fria e abanando-a;
Continue monitorando – a até que a temperatura volte ao normal
completamente;
Caso não tenha acionado o SME, oriente a vítima a procurar um
médico;
Se a condição piorar, coloque – a em posição de recuperação e acione o
SME.

ENVENENAMENTOS E INTOXICAÇÕES
Emergências por envenenamentos em saúde mental- Protocolo de
acolhimento e regulação acolhimento e regulação.
Podemos considerar envenenamento e intoxicação como
situações causadas pela ingestão, aspiração ou introdução no organismo,
de maneira acidental ou não, de substâncias tóxicas de vários tipos.
É essencial o socorrista conhecer a natureza tóxica da substância, é
indispensável o uso do equipamento de proteção individual adequado. O
manejo do atendimento de uma vítima de intoxicação depende do tipo de

26 | Primeiros Socorros
toxina ingerida e a condição clínica da vítima.

Mais comuns
11-Exposição a produtos alcalinos e ácidos
12-Pó de cal virgem (óxido de cálcio)
13-Inalação de gás tóxico

Condutas e tratamento
a) Incentivar o cliente para que ele procure se manter calmo;
b) Em casos mais graves, por exemplo, paciente inconsciente ou em
convulsão, chamar o serviço médico de urgência;
c) Em caso de ingestão de substância química, remover qualquer produto
restante na boca;
d) Entrar em contato com o CIT/SC – telefone 0800 643 5252. Para facilitar
e agilizar o atendimento de intoxicações, as pessoas e os serviços devem
informar ao CIT: 1) QUEM? Idade e peso da vítima. 2) O QUÊ? Nome do
produto envolvido. Se possível, tenha em mãos o rótulo ou embalagem. 3)
QUANTO? Quantidade do produto envolvida no acidente. 4) COMO? Tipo
de contato (cutâneo, oral, ocular, etc); circunstância do acidente, acidental
ou intencional. 5) QUANDO? Hora em que ocorreu a exposição. 6) ONDE?
Local da ocorrência (residência, ambiente externo, etc). 7) SINTOMAS que
a vítima tenha apresentado. 8) IDENTIFIQUE-SE – Seu nome e número do
telefone.
e) Não induzir vômitos;
f) Não dar para a pessoa intoxicada nenhuma substância a fim de
neutralizar o veneno sem recomendação médica;
g) Não utilizar remédios caseiros;
h) Atentar para o fato de que alguns produtos podem conter, em seus
rótulos e fichas técnicas, dados desatualizados sobre descontaminação e
tratamento.

O suporte básico de vida (SBV), oferecido aos pacientes no


ambiente extra-hospitalar, consiste no reconhecimento e na correção
imediata da falência dos sistemas respiratório e cardiovascular. A pessoa
que presta o atendimento deve ser capaz de avaliar e manter a vítima
respirando, com batimento cardíaco e sem hemorragias graves, até a
chegada de uma equipe especializada.

27 | Primeiros Socorros
Portanto, o profissional de saúde que presta o socorro, ao iniciar o
suporte básico garantirá, por medidas simples, não invasivas e eficazes, as
funções vitais do paciente e evitando o agravamento de suas condições. O
atendimento pré-hospitalar envolve as ações realizadas com o paciente,
antes de sua chegada dele ao hospital. Isto implica três etapas: 1)
Assistência ao paciente na cena (no local da ocorrência); 2) Transporte do
paciente até o hospital; 3) Chegada do paciente ao hospital.

Importante
a) manter a permeabilidade das vias aéreas e oxigenação.
b) verificar a ventilação e a respiração;
c) manter a circulação e garantir acesso venoso;
d) avaliar o comprometimento hemodinâmico e infundir fluidos quando
necessários;
e) avaliar se há déficit neurológico observando-se as pupilas (se estão
isocóricas e fotorreagentes) e verificando o nível de consciência através da
escala de coma de Glasgow;
f) Exame somatoscópico geral, observando possíveis sinais externos, como
marcas de picada, perfurações, edema, eritema, equimoses, escoriações,
bolhas, sangramentos, queimaduras, fraturas e luxações, entre outros;
g) Manutenção de um ambiente termicamente neutro para evitar
hipotermia;
h) Avaliação secundária, envolvendo um exame mais detalhado de todos
os segmentos do corpo visando identificar os parâmetros clínicos, fazer um
diagnóstico sindrômico inicial e obter a história clínica detalhada para a
instituição de medidas terapêuticas gerais e específicas.
i) verificar sinais vitais constantemente.
j) administrar carvão ativado (conforme prescrição médica) através da
sondagem gástrica. (Fonte: Apostila de Urgência e Emergência - EFOS Referência: pg. 331 -334)

CHOQUE
É a situação de falência do sistema cardiocirculatório em manter
suficiente sangue circulando para todos os órgãos do corpo.
Trata - se de uma condição de extrema gravidade, cuja
identificação e atendimento fazem parte da abordagem primária da
vítima. Uma vez que o estado de choque atinja certo nível de severidade, o

28 | Primeiros Socorros
paciente não será salvo. Todo esforço deverá ser feito pela equipe de
socorro para identificar o choque, tomando se as medidas necessárias e
transportando a vítima rapidamente ao tratamento definitivo no hospital.

MECANISMO DO CHOQUE
Como já visto, o aparelho cardiovascular é responsável por
transportar oxigênio e nutrientes para todos os tecidos do corpo e eliminar
gás carbônico e resíduos resultantes do processo de nutrição celular. Para
realizar adequadamente esse trabalho, o sistema circulatório retira
oxigênio dos pulmões, nutrientes do intestino e fígado e leva-os para todas
as células do organismo.
Depois disso, retira o gás carbônico e detritos celulares da
intimidade dos tecidos, levando -os para os órgãos responsáveis pela
excreção (pulmões, rins, fígado etc.). A esse processo, que ocorre em nível
de capilares, dá - se o nome de perfusão tecidual.
Para que esse sistema funcione de forma eficiente e adequada, é
necessário que o coração se mantenha bombeando o sangue, que o
volume de sangue circulante seja suficiente para encher os vasos e que o
calibre dos vasos se ajuste às condições normais.
Uma falha em qualquer desses fatores provocará falha na perfusão
tecidual, levando a vítima a desenvolver o estado de choque.

TIPOS DE CHOQUE
Choque hipovolêmico
Tipo mais comum de choque que o socorrista vai encontrar no
atendimento pré-hospitalar. Sua característica básica é a diminuição
acentuada do volume de sangue. Pode ser causado pelos seguintes
fatores:
Perda direta de sangue: hemorragia interna e externa;
Perda de plasma: em caso de queimaduras, contusões e lesões
traumáticas;
Perda de líquido pelo trato gastrointestinal: provoca desidratação
(vômito ou diarreia).

No caso de fratura de fêmur, estima -se a perda de


aproximadamente 1 litro de sangue circulante, parte devido ao
sangramento e parte à transudação (perda de plasma e outros fluidos nos

29 | Primeiros Socorros
tecidos moles danificados pela fratura). Nas queimaduras, quantidade
considerável de plasma deixa a circulação em direção aos tecidos
adjacentes à área queimada.
A redução no volume de sangue circulante causa diminuição no
débito cardíaco e reduz toda a circulação (perfusão tecidual
comprometida). O reconhecimento precoce e o cuidado efetivo no
atendimento do choque hipovolêmico podem salvar a vida do paciente.
O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é a reposição de
líquidos (soluções salinas ou sangue).
Sinais e sintomas do choque hipovolêmico podem variar e não
aparecer em todas as vítimas. O mais importante é suspeitar e estabelecer
os cuidados antes que se desenvolvam.

A vítima apresentaria os seguintes sinais e sintomas:


Ansiedade e inquietação;
Náusea e vômito;
Sede, secura na boca, língua e lábios;
Fraqueza, tontura e frio;
Queda acentuada de pressão arterial (PA menor que 90mm/Hg);
Respiração rápida e profunda no agravamento do quadro, a respiração
torna-se superficial e irregular;
Pulso rápido e fraco em casos graves; quando há grande perda de
sangue, pulso difícil de sentir ou até ausente;
Enchimento capilar acima de 2 segundos;
Inconsciência parcial ou total
Pele fria e úmida (pegajosa);
Palidez ou cianose (pele e mucosas acinzentadas);
Olhos vitrificados, sem brilho, e pupilas dilatadas sugerindo apreensão
e medo). Casos graves; quando há grande perda de sangue, pulso difícil
de sentir ou até ausente;
Enchimento capilar acima de 2 segundos;
Inconsciência parcial ou total;
Pele fria e úmida (pegajosa);
Palidez ou cianose (pele e mucosas acinzentadas); e
Olhos vitrificados, sem brilho, e pupilas dilatadas (sugerindo apreensão
e medo).

30 | Primeiros Socorros
Choque cardiogênico
Decorre de uma incapacidade do coração bombear o sangue de
forma efetiva. Este enfraquecimento do músculo cardíaco pode ser
consequência de infarto agudo do miocárdio, situação frequente, sendo
que a vítima, normalmente, apresenta dor torácica antes de entrar em
choque. Outras situações que podem gerar:
Arritmias cardíacas (prejuízo da eficácia de contração); e
Tamponamento pericárdico (por restrição de expansão do coração).

Os sinais e sintomas são semelhantes aos do choque hipovolêmico


e o pulso pode estar irregular.
Já com relação aos cuidados de emergência, a vítima não
necessita de reposição de líquidos ou elevação de membros inferiores;
Frequentemente respira melhor semi-sentada. Administrar
oxigênio e, se necessário, manobras de reanimação.

Choque neurogênico
Causado por falha no sistema nervoso em controlar o diâmetro
dos vasos, em consequência de lesão na medula espinhal, interrompendo
a comunicação e nutre o cérebro e os vasos sanguíneos.
O resultado é a perda da resistência periférica e a dilatação da
rede vascular. Se o leito vascular estiver dilatado, não existirá sangue
suficiente para preencher a circulação, havendo perfusão inadequada de
órgãos.
Com exceção do pulso, os sinais e sintomas do choque
neurogênico são os mesmos do choque hipovolêmico. O paciente
apresenta bradicardia (pulso lento).

Choque psicogênico
De mecanismo semelhante ao choque neurogênico, aparece em
condições de dor intensa, desencadeado por estímulo do nervo vago e
tem como característica principal braquicardia inicial seguida de
taquicardia na fase de recuperação. O paciente se recupera
espontaneamente se colocado em decúbito dorsal.

Choque anafilático
Resulta de uma reação de sensibilidade a algo a que o paciente é

31 | Primeiros Socorros
extremamente alérgico; como picada de inseto (abelhas, vespas),
medicação, alimentos, inalantes ambientais, etc.
A reação anafilática ocorre em questão de segundos ou minutos
após o contato com a substância a que o paciente é alérgico.

Alguns sinais e sintomas são característicos:


Pele avermelhada, com coceira ou queimação;
Edema de face e língua;
Respiração ruidosa e difícil devido ao edema de cordas vocais; e
Finalmente queda da pressão arterial, pulso fraco, tontura, palidez,
cianose e coma.

Choque séptico
Numa infecção severa, toxinas são liberadas na circulação,
provocando dilatação dos vasos sanguíneos e consequente aumento da
capacidade do sistema circulatório. Além disso, ocorre perda de plasma
pela parede dos vasos, diminuindo o volume sanguíneo.
Esse tipo de choque ocorre em pacientes hospitalizados, sendo
excepcionalmente visto por socorrista no atendimento pré-hospitalar.

Conduta
1. Realizar avaliação primária com ênfase para:
Avaliar responsividade;
Manter via aérea pérvia;
Estabilizar coluna cervical, se suspeita de trauma; e
Identificar e controlar sangramentos, se necessário (considerar
compressão, torniquete, imobilização de pelve e membros, se
necessário).

2. Realizar avaliação secundária) com ênfase para:


Coletar história;
Monitorizar oximetria de pulso, ritmo cardíaco e sinais vitais;
Posicionar o paciente de forma compatível com a modalidade do
choque, visando à melhora da sintomatologia e controle de danos;
Realizar a prevenção de hipotermia: manter temperatura adequada da
ambulância, remover roupas molhadas e usar manta térmica ou
cobertor;

32 | Primeiros Socorros
Tentar identificar a causa do choque e iniciar tratamento específico.

3. Instalar acesso venoso periférico após 2 tentativas sem sucesso,


realizar dissecção venosa ou punção de jugular externa.

4. Realizar abordagem medicamentosa:


Oferecer O2 suplementar sob máscara não reinalante 10 a 15 l/min se
SatO2 < 94%.
Repor volemia com solução cristaloide isotônica, com o objetivo de
manter pressão sistólica > 80 mmHg. No TCE considerar manter a
pressão sistólica >90mmHg.

5. Realizar contato com a Regulação Médica para definição de


encaminhamento e/ou unidade de saúde de destino.

No APH, a conduta mais segura diante de um paciente


traumatizado em choque é considerar a causa do choque como
hemorrágica, até prova em contrário.
No choque hipovolêmico secundário ao trauma, a reposição
volêmica deverá ser administrada com solução cristaloide aquecida a 39°C,
preferencialmente.
O ringer lactato é a solução cristaloide de 1ªescolha, seguido da
solução salina 0,9%.
A presença de sinais inflamatórios sistêmicos (temperatura
corporal >38,3°C ou < 36°C, FC>90bpm, FR>20irpm), associada a suspeita
de foco infeccioso, determina o diagnóstico de sepse. O choque séptico é a
associação da sepse com sinais de hipoperfusão, não sendo obrigatória a
presença de hipotensão.

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS


Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de
veneno, que se comunica com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhoes, por
onde o veneno possa passar. São eles: Serpentes, aranhas, escorpiões,
lacraias, abelhas, vespas, marimbondos, e as arraias.

Serpentes

33 | Primeiros Socorros
Acidente ofídico é o tipo de envenenamento decorrente da
inoculação de toxinas através do aparelho inoculador (presas) de
serpentes. O efeito do envenenamento produz manifestações locais e
sistêmicas.
As cobras venenosas possuem a fosseta loreal, um orifício
localizado entre a narina e o olho, em cada lado da cabeça. A fosseta loreal
tem como função a captação de calor, que permite as serpentes
perceberem as diferenças de temperatura no ambiente.
Tratamento: é feito com a aplicação específico para cada tipo de
acidente. Esta aplicação deve ser feita por via endovenosa, diluído ou não,
em solução glicosada ou fisiológica. O paciente deverá ser monitorado
durante toda aplicação.

Condutas
1-Relato de picada por animal silvestre conhecido ou não, se
desconhecido, trate como animal venenoso
2- Presença de marcas causadas pelas picadas associada a dor local,
edema, eritema e bolhas;
Em casos mais graves, pode haver ptose palpebral, colúria e
oligoanúria, alterações visuais, insuficiência respiratória aguda e em
casos extremos, torpor, inconsciência e choque anafilático.
3-Realizar Avaliação Primária, com ênfase para:
Oxímetria de pulso; • administrar O2 por máscara facial em altos fluxos,
se SatO2 < 94%;
4-Manter paciente em repouso absoluto;
5 -Lavar a ferida com SF e cobrir com curativo estéril seco;
6-Não utilizar torniquete; remova anéis, pulseiras, roupas, ou qualquer
objeto constritivo.
7-Puncionar acesso venoso de médio calibre (exceto membro afetado),
medicar conforme prescrição,
8- Realizar balanço hídrico,
9- Realizar controle dos sinais vitais,
10 -Obter descrição, imagem ou o próprio animal (se morto e
acondicionado em dispositivo fechado e protegido);
11-Considerar transmissão da imagem do animal e da lesão para o centro
de controle de intoxicação da sua região.

34 | Primeiros Socorros
Aranhas
O acidente provocado por aranha é araneísmo. Poucas aranhas
possuem venenos ativos quando inoculado no humano. Pequeno número
de acidentes descritos no Brasil.

Tratamento
Utilização de analgésicos potentes para alívio das dores musculares e
abdominais. Podem ser realizados bloqueios anestésicos regionais a base
de lidocaína sem vasoconstritor. O gluconato de cálcio pode ser utilizado
para alívio das câimbras.

Escorpiões
O escorpião amarelo é o causador do maior número de mortes,
principalmente em crianças menores de 7 anos. A estimulação de
terminações nervosas sensitivas define o aparecimento do quadro local de
instalação imediata, caracterizada por dor intensa, edema e eritema
discreto, sudorese e pilo ereção.

TRAUMATISMO
Os traumas musculoesqueléticos tratam-se de lesões causadas em
regiões que envolvem ligamentos, músculos e ossos. São consideradas
lesões bastante frequentes que podem trazer consequências irreversíveis,
visto que podem facilmente evoluir para choque hemorrágico devido a
grandes perdas hipovolêmicas.
A avaliação do paciente acometido por trauma de extremidades
deve incluir intervenção simultânea em relação às partes respiratórias e
circulatórias, sendo que ao exame físico deve ser feita a comparação das
extremidades contralaterais, observando possível lesão. O pulso deve ser
analisado sempre, pois isso nos permite observar se houve lesão vascular
associada ao trauma. (BORTOLOTTII, 2008, p.190).

FRATURAS
Caracterizam-se por perda de solução de continuidade do osso.
Pode ser consequência de queda, movimento violento ou impacto maior
que o osso consegue suportar.

35 | Primeiros Socorros
Sinais de fratura ou lesões articulares
14-Dor intensa no local;
15-Crepitação;
16-Edema local;
17-Hematoma;
18-Paralisia;

Classificação
Fratura fechada ou interna: onde ossos lesionados permanecem no
interior do membro sem ultrapassar os tecidos, o que não descarta a
possibilidade da ruptura de um vaso sanguíneo ou de um nervo;
Fratura aberta ou exposta: onde os ossos afetados deslocam-se do
ligar ocasionando ruptura dos tecidos que por ser causada pelos
próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes;
Fratura em fissura: onde as bordas ósseas permanecem próximas,
formando uma fenda;
Fratura em galho verde: trata-se de uma fratura incompleta, que
atravessa apenas uma parte do osso. Geralmente não exigem redução.
Fratura completa: onde o osso sofre descontinuidade total;
Fratura cominutiva: ocorre quebra do osso em três ou mais
fragmentos.

Como agir quando há suspeita de fratura


10-Procurar lesões mais graves com ferimento e hemorragia através da
observação do estado geral da vítima;
11-Atentar para choque hipovolêmico;
12-Tentar acalmar a vítima;
13-Antes de realizar a imobilização do membro afetado, controlar
hemorragia, caso seja detectada e realizar curativo no ferimento;
14-Imobilizar o membro afetado, o que significa tirar os movimentos acima
e abaixo da lesão, procurando colocá-lo na posição que for menos
dolorosa para a vítima, fazendo-o da maneira mais natural possível;
15-Procurar realizar todos os procedimentos da maneira mais cuidadosa
possível, pois o menor erro pode gerar sequelas irreversíveis;
16-Atentar para os cuidados com fraturas expostas;
17-Providenciar atendimento especializado o mais rápido possível.

36 | Primeiros Socorros
O que não fazer quando há suspeita de fratura
Nunca se deve tentar recolocar o osso fraturado de volta ao seu eixo,
sendo que manobras de redução devem ser realizadas apenas por
pessoal médico especializado;
A imobilização deve ser realizada sempre nos limites de dor e conforto
da vítima, portanto ao imobilizar um membro não forçar seu retorno ao
seu lugar natural;
Transportar a vítima somente após o membro afetado estar
corretamente imobilizado, sendo que a única exceção é quando há
risco de morte.

LUXAÇÕES
A luxação consiste no fato de dois ossos se desarticularem, ou seja,
trata-se do deslocamento das extremidades ósseas de forma que as
superfícies articulares perdem seu contato.
Em alguns casos, o deslocamento dos ossos ocorre de forma
parcial, sendo que alguma parte permanece em contato, o que dá-se o
nome de sub-luxação.
Quando está relacionada a uma fratura óssea pode ser confundida
com entorse ou contusão.

Tipos
Luxação Completa: onde os ossos perdem contato por completo;
Luxação Incompleta: onde os ossos não se separam por completo, a
chamada subluxação como citada anteriormente.

Algumas regiões são mais passíveis de sofrer luxação apesar de


qualquer articulação ser vulnerável que são: ombro, quadril, joelho, fêmur,
cotovelo, tornozelo e dedos.

Sintomas
A vítima refere sensação de formigamento;
Perda de movimento;
Dor na movimentação.

37 | Primeiros Socorros
O que fazer em caso de luxação
Imobilizar o local desde que tenha conhecimento para tal;
Chamar socorro especializado;

O que não fazer em caso de luxação


Não tentar recolocar a articulação no lugar, pois como já citado, as
lesões podem ser agravadas;
Não fornecer alimentos a vítima pois em alguns casos o processo
requer anestesia.

Algumas complicações da luxação


Lesões de nervos;
Alguns órgãos internos e partes moles podem sofrer danos devido
deslocamento ósseo;
Complicações vasculares;
Caso a luxação não seja tratada adequadamente, pode ocorrer
reaparecimento da lesão.

ENTORSES
Dentre os acometimentos traumáticos ainda pode-se citar a
entorse que trata-se da ruptura parcial dos ligamentos que circundam uma
articulação, sem deslocamento das superfícies articulares, ocasionada
geralmente pelo excesso de movimento de uma articulação.

Tipos de entorses
Entorse ligeira ou tensão: onde ocorre estiramento do ligamento,
sendo que nesses casos a dor é quase inexistente mais pode aumentar
com o movimento;
Entorse moderada: as fibras dos ligamentos são rasgadas, porém
parcialmente. A vítima apresenta dor o movimento é difícil e pode
haver presença de hematoma;
Entorse grave: onde um ou mais ligamentos são estirados por
completo. Há presença de dor intensa, inchaço e hematoma. Os
movimentos articulares são ampliados de maneira grosseira devido as
articulações estarem muito danificadas nesses casos.

O que fazer em caso de entorse (desde que não seja grave)

38 | Primeiros Socorros
Aplicar compressas de gelo no local;
Encaminhar a vítima ao serviço médico especializado;
Obs: Em caso de entorse grave o médico pode propor intervenção
cirúrgica.

AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA
Amputações são lesões onde ocorre a separação de algum
membro em relação a uma estrutura do corpo, geralmente por
consequência de esmagamentos, objetos cortantes ou por forças de tração
relacionadas a acidentes de trabalho e automobilísticos.
Tendo maior prevalência em homens jovens. Seu tratamento inicial
deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por
hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro amputado. São
três os tipos de amputação:
REFERÊNCIAS

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Atualização das diretrizes de RCP e ACE:


guidelines 2015. Disponível em: <https://eccguidelines.heart. org/wp-
ontent/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-
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ESCOLA DE FORMAÇÃO EM SAÚDE - EFOS
Rua das Tulipas, 236 - Bela Vista III
CEP - 88110-813 – São José – Santa Catarina
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