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ABCDE do trauma
O paciente precisa estar respirando e com as vias aéreas livres para o coração estar
funcionando. Nunca encontraremos um paciente com o coração parado respirando, apenas ao
contrário.
Verificamos as vias aéreas (se tem algo impedindo) e depois a respiração (o paciente está
conseguindo fazer as trocas gasosas?) e por fim a circulação (o coração e os vasos possuem
alguma impossibilidade de funcionar ou isso está sendo ocasionado pelos fatores anteriores?)
Causas?
Trauma torácico
- Pneumotórax
Presença de ar na cavidade torácica gerando uma pressão positiva. Pode ser ocasionada por
uma perfuração da parede, gerando um pneumotórax aberto. Mas existem casos que o
trauma é contuso e a ruptura dos alvéolos ocorre dentro do lobo pulmonar, gerando um
escape de ar, gerando um pneumotórax fechado.
O mais grave é o fechado, pois além de promover a pressão positiva, vai promover tensão,
como consequencia, os alvéolos do pulmão não vao expandir por compressão, que não vai
acontecer apenas no pulmão, como nos alvéolos, nos vasos, no coração. É uma afecção que
precisamos avaliar quando o paciente chega no atendimento.
- Hemotórax
- Contusão pulmonar
- Hérnia diafragmática
Perda da continuidade do musculo diafragma, que pode ocorrer por um excesso de pressão na
caixa torácica, que faz com que as fibras do diafragma se separem. Se rompeu o musculo
diafragma, consequentemente teremos pneumotórax? – em vários casos é assintomática, pois
não há ar livre na cavidade abdominal, que promova uma compressão dos lobos pulmonares.
O animal normalmente consegue compensar fisiologicamente o movimento e funcionamento
dos pulmões, podendo se apresentar até anos depois com um quadro de dispneia. O musculo
diafragma é essencial para fazer a expansão máxima dos pulmões, mas a pressão negativa não
é desfeita, salvo se ter uma ruptura também da parede. Tem animais que não conseguem
compensar, tendo como consequencia uma dispneia intensa severa, nesses casos devemos
fazer a abordagem inicial do trauma para estabilizar o paciente.
Rinorragia ou epistaxe
Taquipneia
Diagnostico
Ultrassom – FAST – acesso sonográfico focado para trauma (avalia regiões especificas que
tendem a acumular liquido ou secreções ou gases)
Toracocentese:
Se for uma ruptura pode continuar produzindo esse ar? Pode, mas dependendo do tipo de
trauma pode haver um pneumotórax e a resposta inflamatória do organismo e a coagulação
de possíveis vasos que estão sangrando podem ter ocluído o extravasamento desse ar. Por isso
é importante fazer a toracocentese e observar se o animal vai apresentar novamente esses
sinais, e o que fazemos?
Não precisa necessariamente ter sofrido trauma, pode ser a PIF, neoplasia, lesão no ducto
linfático do tórax. Dependendo da quantidade pode promover dispneia.
Fiz a toracocentese, está dispneico e não sai gas, nem ar e nem liquido, onde está o problema?
Problema está relacionado ao próprio pulmão, pode ser uma hernia diafragmática, edema,
pneumonia. Mas se ele veio com histórico de trauma pode ser uma contusão e sangramento
interno do órgão, mas a toracocentese não dará diagnóstico, necessitando otimizar a
quantidade de ar e troca gasosa que necessita, então pensamos no oxigênio 100%. Podemos
colocar um dreno nesse animal, para estabiliza-lo e enquanto isso tratar a causa.
Tratamento:
Tratar a causa
Clínico:
- Analgesia
Cirurgico:
- caso necessário, para corrigir a causa – apenas se a causa exigir esse tratamento.
Existe sistemas de conexão, que a partir do vácuo permitem que a drenagem aconteça de
forma ativa, para que o conteúdo seja sugado pelo dreno até o interior do receptor.
Prognostico:
Depende do tipo da doença, da cronicidade, e do tipo de abordagem, como terapias pré, trans
e pós.
Complicações principais: pleurite, choque (pneumotórax – obstrutivo, hemorragia –
hipovolêmico) e óbito.
Abdome agudo:
Abdome agudo é a causa? Não, é a apresentação de alguma alteração que cause dor ou
desconforto no abdome. Pode ser distocia, piometra, dilatação ou ruptura gástrica,
intussuscepção, necrose intestinal, tumor.
Causas traumáticas:
Ruptura da vesícula urinaria, neoplasia esplênica, devemos testar o que pode estar
acometendo o abdome do paciente.
As neoplasias podem se romper naturalmente, mas tem casos que algum trauma pode
ocasionar secundariamente.
Sinais clínicos
Dor/agitação;
Alterações TGI;
Estupor/decúbito;
Choque.
Diagnostico
Anamnese e exame físico – palpação para tentar sentir estrutura alterada ou sua ausência;
Fazer a percussão (limbo, maciço – sem presença de ar, timpânico - torção gástrica)
Palpação e inspeção dos órgãos genitais, sondagem uretral (verificar se á ruptura da vesícula
urinaria)
Exames imaginológicos
AFAST abdominal
Devemos realizar exames séricos que permitam definirmos o estado geral que o animal
apresenta.
- Função renal
Abdominocentese
- Exsudatos
- Hemoperitônio
- Uroabdome
Pode ser realizado com agulha e seringa ou com cateter de grande calibre.
Se fiz o FAST, tem liquido livre na cavidade, punciona e é vermelho: coleta a amostra e avalia.
Sangue na cavidade é sinal de hemorragia? – sim, mas o mais importante é definir de quando é
a hemorragia, será que já aconteceu ou ainda está acontecendo?
Urina: sondagem que não consegue captar a urina possibilidade de ruptura, então fazemos
radiografia de duplo contraste, na qual testamos o esvaziamento da vesícula urinaria e
extravasamento de conteúdo.
Se é uma emergencia, podemos fazer abdominocentese. Como eu posso definir que o liquido
na cavidade é urina e não um transudato? -pela creatinina (fazemos a dosagem – a creatinina
estará muito maior que a creatinina do sangue da jugular).
Tratamento
Tratar a causa!
Clinico
- analgesia
Cirúrgico
Avaliações trans-cirúrgicas
Vemos que tem pouco conteúdo na cavidade, então fazemos a lavagem cavitaria com solução
estéril e aspiramos o conteúdo para fazer a analise de liquido
Prognostico
Peritonite
Leucocitose é evidente na maioria dos casos, exceto se o quadro perdura por muito tempo. A
leucocitose está presente também nas efusões, por isso, a abdominocentese é importante
para avaliar o tipo de liquido presente.
Imagem: radiografia para definir a presença, o foco é investigado pela ecografia ou tomografia
Sinais cardinais inflamatórios: dor, calor, rubor. Hiperemia de vísceras (ruptura de alça
intestinal pode disseminar organismos para a cavidade)
A peritonite pode ser difusa, como na primeira imagem ou focal como na segunda, decorrente
de uma pancreatite.
Tratamento
Tratar a causa!
Clinico:
- analgesia
Cirúrgico
- remover a causa
- lavagem da cavidade: solução NaCl 0,9% aquecida (não usar ringer pois serve como
substratos, é melhor NaCl pois o pH é mais acido)
Manutenção da ferida com compressas estéreis trocadas duas a três vezes ao dia;
- desvantagem 1: não perde somente produtos da inflamação (perde agua, proteínas, sais
monitoração constante do paciente);
Devemos fazer a lavagem 1L por solução por kg de paciente (relatado na medicina) ou lavagem
abundante sob pressão, que conclui essa lavagem baseados na transparência do liquido.
Posicionamento cruzado para abordar a maior área possível para captar o liquido.