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ORTOPEDIA

10/03/2016
Paciente de traumatismo

Emergência é o paciente em risco eminente de morte. A urgência já dispõe de algum tempo para
estabilizar, para se fazer algo. Não precisa de uma atenção tão imediata.
Uma equipe de emergência deve ter uma abordagem sistematizada, com treinamento da equipe
de emergência. Na emergência não há a anamnese habitual, portanto criou-se a anamnese CAPUM:
cena do traumatismo, alergia, passado (traumas passados, se há algum calo ósseo, lesão cirúrgica,
algo que possa ser confundido com a lesão atual) , última refeição, medicação em uso.
A avaliação clínica se dá pelo ABCDE do trauma: airways, breathing, circulation, disability e
exposure.

Vias aéreas
Deve-se saber se há alguma obstrução, primeiramente. De qualquer maneira, deve-se
estabelecer uma via aérea patente. Devemos abrir a boca, conferindo se há coágulos ou algo do
gênero. Faz-se a entubação para manter o acesso, podendo ser necessário uma traqueostomia, por
exemplo, em caso de edema de glote ou demais complicações.
*Se tem ar no subcutâneo, enfisema, indica lesão de traqueia.

Boa ventilação
Nesse tópico, o ar chega aos pulmões, mas o animal não respira. Pode ocorrer no caso de
pneumotórax, edema pulmonar, etc. Ou seja, por lesões pulmonares (ruptura, congestão), lesões na
parede costal (tórax instável por fratura de costela), e lesões no diafragma (acabam com a pressão
negativa).
O pneumotórax pode ocorrer por ruptura de pumão, no qual o ar inspirado “vaza” para o tórax,
anulando a pressão negativa. É mais grave. O pneumotórax aberto é quando há perfuração na parede,
e é menos grave.
Outra lesão que pode atrapalhar a ventilação é a hérnia diafragmática. A respiração fica rápida e
curta pela dificuldade de expansão pulmonar.
A ventilação é avaliada por alguns parâmetros como a coloração das mucosas. Pode-se
observar a mucosa gengival, a conjuntival ou até a peniana para identificar cianose. É também
importante inspecionar o auscultar o tórax.
Constatada a dificuldade respiratória, é importante fornecer oxigênio da maneira que for possível:
máscara facial, cateter nasal (com lidocaína na ponta), gaiolas de oxigenação, tenda de oxigênio, etc.
Se o animal não estiver respirando, é necessário entubar e fazer a respiração por ele, manual ou
automática.
No caso de pneumotórax é preciso fazer a drenagem de ar. Com uma compressa empapada de
solução fisiológica se pressiona a ferida para vedar a entrada de mais ar, enquanto se encaminha o
animal para cirurgia. Então se faz uma toracocentese. Pode-se usar a torneira de três vias, por
exemplo. Entre o 6º-8º espaço intercostal se faz a incisão, então se deita a seringa para evitar o
pulmão. Há a possibilidade de colocar o dreno de tórax, que é muito vantajoso em pneumotórax
fechado. Há ainda sanfona coletora e o selo d’água.
No caso de tórax instável, há duas possibilidades. A primeira dela é imobilização externa,
quando há dificuldade de fazer a cirurgia (descompensação, etc). Há alguns coletes que possam ser
utilizados, mas precisam ser adquiridos para tamanhos específicos. Pode-se também usar acrílico,
fazendo como uma chapa do tamanho do animal, passando fios por baixo das costelas e então por fora
atando-os a essa chapa, permitindo a estabilização dos ossos. A segunda opção é a estabilização
interna, que requer cirurgia aberta e osteossíntese, que pode ser difícil em virtude da largura das
costelas.
No caso de hérnia diafragmática é necessário fazer cirurgia, não há outro tratamento.
Lembrando, sempre, de reestabelecer a pressão negativa após a cirurgia.

Circulação
Avaliar frequência cardíaca e ritmo cardíaco. Procurar por sopros ou qualquer alterações, de
preferência palpando o pulso simultaneamente, para saber se o batimento gera um pulso. O pulso
arterial também é importante para avaliar a pressão arterial. Também devemos avaliar a mucosa para
aferir a irrigação.
Deve-se atentar para a volemia, de modo a evitar choques hipovolêmicos por hemorragias
externas ou internas. As externas têm a vantagem se serem visíveis, ao passo que as internas são de
mais difícil detecção. A hemorragia interna pode ser detectada através de punções torácicas e
abdominais (em quadrantes, evitando o caudal esquerdo pois é a localização do baço).
Os sinais de hemorragia são mucosas hipocoradas, pulso rápido e fraco e alteração de
consciência. Sendo externa, devemos estancar o sangramento, pinçar vasos, etc. Devemos fazer um
acesso para reestabelecer a volemia (veias cefálica, safena, jugular), e, se necessário, flebotomia. Para
estabilização se usa cristalóide, colóide ou sangue total. No caso de hemorragia interna, a única opção
é a intervenção cirúrgica.

Deambulação
Para tentar avaliar o trauma é importante colocar o animal para caminhar, tentando detectar
fraturas, lesões neurológicas (TCE, danos medulares), luxações, etc. Pode pedir para o proprietário
chamar, tentar dar petiscos e realização de demais testes de reflexos para observar as reações do
animal.

Exposição
É necessário fazer tricotomia para de fato ver o que está acontecendo: lesões cutâneas, fraturas,
avulsões, etc. A tricotomia é imprescindível para estabelecer o quadro real e o comprometimento do
tecido.
É só nesse tópico que se pensa em fazer uma estabilização de fratura, um raio-x. Os outros
aspectos devem ser atendidos antes.

PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
Nesse caso é necessário muito preparo e rapidez. É interessante separar bem certinho as
ampolas e manter as doses anotadas em locais de fácil acesso. É importante ter uma sala de
emergência, e minimamente, uma maleta de emergência com cateteres, agulhas, butterflies, atropina,
adrenalina, traqueotubo, ambu e alguns materiais cirúrgicos para possível intervenção emergencial.
Deve estar tudo previamente organizado.
A equipe ideal de emergência é composta de quatro pessoas: alguém para massagear, alguém
responsável pela ventilação, alguém responsável pela anestesia e medicamentos e um volante. Uma
função muito importante para esse volante é aferir o pulso, pois se a massagem cardíaca não gerar
pulso, ela não é eficaz.
A massagem cardíaca externa é em decúbito lateral. Deve ser feita com as mãos cruzadas logo
atrás do cotovelo, com o peso do tronco. Se necessário pode-se colocar o animal no chão, ajoelhando
atrás dele de modo a impedir que o animal escorregue. Na massagem interna se abre o tórax e
comprime o coração com uma mão.
De acordo com a literatura, com mais de uma pessoa para ventilar se faz 1 insuflação pulmonar
a cada 5 massagens. Estando sozinho, se faz 2 insuflações a cada 15 compressões cardíacas.
Todavia, em 2012, um grupo propôs a massagem cardíaca ininterrupta desde o princípio do
atendimento emergencial, inflando o pulmão um pouquinho de acordo com a contagem fisiológica.
Depois de entubar e iniciar a massagem é importante canular alguma veia e conectar eletrodos
do monitor cardíaco.
A adrenalina é usada no caso de parada cardíaca, na dose de 0,2mg/kg, intratraqueal,
intravenosa e intracardíaca, preferencialmente intravenosa. A via intracardíaca é evitada porque, se
erroneamente injetar no miocárdio, causa-se isquemia. Se o coração estiver fraco, quase parando, se
usa atropina 0,02-0,04mg/kg.
O desfibrilador só deve ser usado em caso de fibrilação ventricular. Não adianta usar no caso de
inatividade elétrica do coração, portanto é inútil em paradas. Pode ser feita externamente ou
internamente. Externamente se coloca um eletrodo na base e outro no ápice. Internamente, se abre o
tórax e coloca o eletrodo específico de cada lado do coração.
Depois que o coração voltar a bater se controla com atropina (0,04mg/kg IV) ou infusão contínua
de dopamina (10 ug/kg/min IV). Deve-se ter a certeza de que o coração está batendo por conta antes
de suspender totalmente a medicação.

“Em situações de emergência, rapidez é uma virtude, a pressa, um desastre”.

17/03/2016
Cicatrização óssea e classificação de fraturas

Fratura é uma ferida, uma solução de continuidade em osso. A função óssea é a de sustentação,
de alavanca. O que causa fraturas geralmente são traumas (quedas, atropelamentos, etc), mas também
podem decorrer de doenças metabólicas (fratura em talo verde, por exemplo) e neoplasias
(osteossarcoma, por exemplo).
Os ossos mais fraturados são os ossos longos (onde o parachoque bate), então fêmur, tíbia,
úmero, rádio e ulna, e também a pelve (geralmente quando o carro passa por cima). Atropelamentos
são as principais causas de fratura.

Anatomia do osso
Um osso longo tem duas epífises (proximal e distal) e uma diáfise, que é a parte do meio do
osso. As metáfises são as zonas de transição entre as epífises e a diáfise (é meio imaginária). A epífise
é a parte do osso esponjoso, e a diáfise é a parte do osso cortical, duro. Em volta do osso existe uma
membrana, o periósteo, com vasos sanguíneos e terminações nervosas. Influencia muito na
cicatrização. Por dentro é o endósteo que reveste o osso.
Dentro do osso existe uma artéria principal, a nutriente principal. Em fraturas ela é rompida. Há
também artérias metafisárias, epifisárias e periosteal. Por isso se interfere o mínimo possível no foco da
fratura, para não comprometer a vascularização.
O que faz consolidar a fratura é o calo ósseo, um aglomerado de tecido conjuntivo, temporário,
com essa função. É reabsorvido com o tempo.

Princípios
Suprimento e estabilização. Ou seja, a mínima destruição de vasos sanguíneos com a máxima
estabilização. Faltando uma dessas coisas não irá consolidar.
30% das células são diferenciadas pelo periósteo e 70% pelo endósteo, então temos que tomar
cuidado com o que colocar no canal medular.

União óssea
Há a consolidação direta (primária e secundária) e indireta. A consolidação direta primária não
existe, é utópica, consistindo em aproximar as duas partes impecavelmente. No dia a dia, acontece a
consolidação direta secundária, colocando o osso frente a frente, mas havendo uma lacuna, linha de
fratura, ainda que minúscula. Há formação de calo ósseo.
A indireta é típica de estabilizações externas, havendo possível deformação interfragmentar,
comprometimento da irrigação e possibilidade de lacuna muito larga para aproximação. Também há
formação de calo ósseo.

Forças sobre os ossos


● Arqueamento
● Deslocamento
● Rotação
● Impactação
● Avulsão

*Na fratura de avulsão se coloca dois pinos e uma bandagem em “8” com fio de aço. Em animais ocorre
geralmente em quedas.

Classificação das fraturas


Quanto ao numero de fragmentos, pode ser simples, quando há dois fragmentos, ou múltipla. Na
múltipla há vários fragmentos, geralmente entre 3-5. Na fratura cominutiva há mais do que 5 fragmentos
ou não é possível contar.
Quanto a separação de fragmentos, pode ser completa ou incompleta. Na completa há
separação total entre fragmentos. Na incompleta há separação parcial ou até fraturas metabólicas,
como a em galho verde.
Quanto as linhas de fratura, podem ser transversas (retas), também chamadas de fratura
estável. Pode-se utilizar tala, nessa caso. Podem ser também oblíquas ou em espiral, geralmente
quando os animais ficam com a pata presa, e é instável. E há a fratura de impactação, que geralmente
ocorre quando um animal salta, na qual uma porção do osso “entra” em outra.
E, quanto ao contato ambiental, uma fratura pode ser aberta (exposta) ou fechada. Caso osso
seja exposto no momento da lesão e volte ao lugar, ainda assim será considerada exposta. Para saber
se é exposta, se coloca uma sonda no local da lesão, e se a mesma entrar em contato com o osso, é
exposta.
A fratura fechada é uma urgência ortopédica, a exposta é uma emergência ortopédica. Para a
fratura fechada é até interessante esperar alguns dias para corrigir danos da lesão, usando
antiinflamatórios para reduzir o edema, demais medicamentos necessários, estabilizando o animal, etc.
Isso não pode ser feito no caso de fratura exposta.

Tratamento
Feita a estabilização do animal, devemos pensar no tratamento da fratura propriamente dita. É
necessário fazer tricotomia ampla e lavar bem a região, tirando bem a sujeira grosseira (pode ser com
água mesmo). Se faz uma limpeza com solução fisiológica para só então pensar no que fazer. No caso
de fraturas expostas, é importante cobrir esse osso até a cirurgia (pode ser com compressa umedecida,
ou arrastando o subcutâneo para cima).
Deve ser feita uma imobilização temporária, um acesso, analgesia, antibióticos (se necessário,
sempre é em fraturas expostas), e proteção da porta de entrada na fratura exposta, até o momento da
cirurgia.
Antibiótico deve ser usado em pacientes com trauma grave em tecidos moles ou duros, com
fraturas múltiplas, no caso de procedimentos traumáticos e fraturas expostas. Todas essas fraturas têm
maior possibilidade de contaminação pós-operatória, e portanto requerem antibioticoterapia
pós-cirurgia.
Os microorganismos existentes em feridas cirúrgicas são Staphylococcus e E. coli, geralmente. É
sempre bom pedir cultura e antibiograma, mas, quando não for feito, geralmente se inicia com
Cefazolina (22mg/kg a cada 8 horas, de 7-10 dias).

Imobilizações externas Vs. Imobilizações internas


Imobilização externa significa imobilizar a fratura sem contato com o osso. Imobilização interna
tem contato com o osso, mesmo que seja um fixador externo. Canaletas, botinhas de PVC, muleta de
arame, etc, são todos tipos de imobilização externa. Pinos intramedulares e fixadores externos têm
contato com o osso.

Imobilização externa
Imobilizações externas são recomendadas para fraturas simples e transversas (estáveis), e
quando se consegue imobilizar uma articulação abaixo e acima do foco da fratura. Em fêmur e úmero,
por exemplo, não conseguimos fazer, pois não se pode estabilizar a articulação acima. Ou seja,
funciona para tratamentos do joelho e cotovelo para baixo.
Tem a vantagem de ser mais simples, não exigir muito conhecimento e apenas certa habilidade.
A desvantagem é que o animal precisa ser bem monitorado pelo proprietário (sem estripulias).
O princípio da imobilização externa é a rigidez articular, 30 dias com o membro parado.
Para o procedimento, o animal deve estar anestesiado, as articulações adjacentes devem ser
imobilizadas, 50% do osso deve estar em contato, deve-se acolchoar em volta e se colocar uma
atadura. Pode ser temporária ou definitiva, dependendo da qualidade da imobilização.
Para colocar o osso no lugar, se anestesia o animal, perdura o membro numa haste de soro e
deixa a distensão muscular ocorrer naturalmente. Há várias outra técnicas também.
Gesso não se usa em pequenos animais, é muito pesado e não pode ser molhado. Podemos
usar bandagens de Robert Jones (algodão ortopédico e atadura), muletas de Thomas, tipoias de
Ehmer, bandagens de Velpeau, talas e canaletas.
Tipoia de Ehmer é para imobilizar a articulação coxofemoral. A de Velpeau é para imobilização
escapular. Talas existem comerciais, de PVC, etc.
Aqui se usa bastante as canaletas de alumínio. Deixa 7 dias e retorna, ela não pode molhar
senão pode haver necrose. É vantajosa por ser bem levinha. Também funciona para problemas de
má-formação em bebês. Tem o revés de causar dermatites, sempre. Tem que alertar o proprietário.

24/03/2016
Introdução

O objetivo do exame ortopédico é identificar o porquê do animal apresentar problemas de


locomoção e localizar o local da alteração. Muitas vezes o exame ortopédico se completa com o exame
neurológico. Tendo a noção do local da lesão, podemos pedir exames complementares, como de
imagem.
É necessário identificar o paciente: nome, espécie, raça, idade e sexo. Displasia coxofemoral é
comum de Pastor Alemão, ao passo que ruptura de ligamento cruzado é comum em Rottweiler, e
luxação medial de patela ocorre mais em animais miniatura. Machos são mais acometidos por
situações traumáticas (atropelamentos, etc).
Na nossa prática não é comum cães de corrida, mas há lesões específicas desse segmento. Tal
qual a luxação lateral de patela é típica de animais de fazenda, que trabalham com gado.
E quanto mais gordos forem os cães, maior a infiltração de gordura em músculo e maior a
fragilidade tecidual. O animal será muito pesado e com tecidos frágeis para sustentar, o que predispõe
rupturas de ligamento (com o ligamento cruzado ocorre muito). Para marcar a cirurgia, é interessante
que esse animal emagreça.

Inspeção visual
● Pelagem longa (dificulta observação);
● Postura em estação;
● Desvio do peso;
● Posição da cabeça e pescoço, arqueamento do dorso (significa ou dor, ou que o animal está
compensando o peso).
● Ex: contratura do músculo quadríceps (por isquemia, por vezes iatrogênico, o músculo
praticamente seca, ficando como um tendão, e a perna fica dura, esticada; não tem tratamento).

Controle do quadril e postura dos membros posteriores


● Pelve caixão: trocânteres maiores salientes pela subluxação da articulação.
● Base estreita em cães jovens: subluxação da cabeça femoral.
● Base ampla em cães jovens: tentativa de direcionar as cabeças femorais para o interior dos
respectivos acetábulos.

Simetria musculoesquelética
● Aumentos de volume ou tumefação;
● Atrofia muscular;
● Desvios angulares;
● Dedos do pé sadios;
● Unhas.

Avaliação da marcha
● Locomoção normal: movimento controlado e deliberado do centro de massa do animal de um
ponto a outro.
● Interferência da locomoção normal: claudicação.
● Sinal clínico: indica dor, enfraquecimento, deformidade ou outro impedimento do sistema
musculoesquelético.
● Classificação: distúrbio de sustentação de peso ou da não sustentação do peso.

Classificação da claudicação
I - Não há uso nem apoio do membro.
II - Não há suporte de peso em estação, mas claudica ao caminhar, elevando-o ao correr;
III - Não há suporte em estação. Uso normal ao caminhar, às vezes claudica ao correr.
IV - Uso e apoio normal em estação e ao caminhar, as vezes claudica ao correr.
V - Normal.

Exame clínico da claudicação


1º - Determinar membro afetado.
2º - Determinar ossos ou articulações envolvidas.
Avaliações: passo lento, trote lento, marcha em círculos, subir escadas.

Palpação
● Palpação sem medicamento;
● Sedação ou anestesia (animal de porte grande, possível relação dolorosa, relaxamento
muscular) após palpação sem medicamento;
● Estruturas;
● Posição: estação ou decúbito;
● Iniciar por membro sadio;
● Comparar lado anormal e sadio;
● Superficial e profunda;
● Palpação de articulações;
● Atrofia muscular: dor ou paresia (aguda, severa e localizada).

Luxação escápulo-umeral
● Palpar acrômio em relação ao tubérculo maior do úmero;
● Comparar com membro sadio;
● Não é frequente e é de difícil correção.

Membro torácico
● Úmero. Exame neurológico:
○ teste de propriocepção;
○ reflexo de retirada;
○ atrofia muscular.
● Luxação de cotovelo.
● Examinar falanges, coxins e espaços interdigitais individualmente.

Membro pélvico
● Dor, crepitação, instabilidade, sons anormais e alterações na amplitude de movimento;
● Delimitação triângulo: tuberosidade isquiática, crista ilíaca e trocânter maior do fêmur (o normal é
estarem em triângulo, não em linha).

Articulação coxofemural
Avaliação do comprimento dos membros (se luxar para cima, a perna fica mais curta, se luxar
para baixo, mais comprida em relação a outra).

Joelho
● Conformação de membros (valgus, varus).
● Teste do sentar;
● Joelho e jarrete;
● Sadio: completa flexão do joelho, calcâneo se aproxima do ísquio.

Luxação patelar medial


● Extensão do joelho;
● Rotação tibial interna;
● Pressão medial sobre a patela.
A graus do 1 (retorna a tróclea com a retirada da tensão) ao 4 (só volta ao lugar com cirurgia,
luxação permanente). Grau 4 provoca desvio angular do fêmur e da tíbia.

Luxação de ligamento cruzado


● Espessamento da cápsula articular medial;
● Derrame articular;
● Sinal de gaveta cranial (dor);
● Deslizamento da tíbia em relação ao fêmur.

Falanges, metatarso e tarso


● Palpação;
● Pode haver lacerações, etc;
● Forçar desvios valgo e varus: ligamentos colaterais.
● Fraturas.
Crânio e mandíbula
● Exame geral detalhado: risco de vida;
● Restrição do movimento temporomandibular: distúrbios articulares, musculares, neurológicos ou
endócrinos;
● Miosite dos músculos mastigatórios: limita a abertura da boca, mesmo sob anestesia;
● Fraturas mandibulares.

Coluna vertebral
● Parte do exame neurológico;
● Claudicação.

Distúrbios musculares
● Pesquisar;
● Lesões traumáticas;
● Contraturas;
● Flacidez;
● Rigidez;
● Atrofia;
● Hipertrofia.

05/07/2016
Luxações

Diagnóstico diferencial
Luxação e entorse.
Luxação é deslocamento permanente de uma articulação. Para tal tem que haver ruptura do
ligamento e laceração e ruptura da cápsula. Há bastante edema, dor, e alteração de eixo. As
articulações não mais ficam em contato.
O entorce é semelhante, mas temporário. Há edema e reação inflamatória. Após alguns dias a
inflamação regride.

Tipos de luxação
● Luxação: sem contato articular.
● Subluxação: luxa uma parte, mas não totalmente, havendo ainda um certo contato entre
articulações.

Princípios e técnicas de redução de luxação coxo-femural


Não confundir com displasia coxo-femural (genética), já que as luxações são traumáticas. Ocorre
em traumas fortes, como atropelamentos. É mais comum cranial pois a musculatura tende e puxar a
cabeça do fêmur para frente.
Pode-se optar por redução fechada (manual) ou aberta (cirúrgica). Até 3-5 dias há boas
possibilidades de sucesso com redução manual (há fibrose muscular, coágulo formado no acetábulo já
organizado). Mesmo no tempo certo, a redução manual tem maiores chances de recidivas, então é
importante alertar o proprietário. Caso isso ocorra, devemos optar por cirurgia.
A redução fechada é feita sob anestesia geral, aguardando por relaxamento muscular. Após
reposicionar, movimenta-se o osso para que a cabeça do fêmur macere o coágulo que se encontra na
fossa acetabular. Trata-se com antiinflamatório, analgésico e repouso.
A redução aberta é opção caso haja recidivas ou no caso de haver muitos dias da lesão. Se usa
um pino para estabilização transarticular (temporário, 3 semanas). Ele é inserido a partir dos
trocanterês maiores em direção ao acetábulo. O pino deve penetrar no trocânter maior e emergir dentro
da estrutura óssea do ílio (dedo no reto para perceber quando emerge). Deve-se sempre sobrar a ponta
externa do pino para que ele não se mova. Sutura-se a cápsula articular com nylon.

Redução de luxação patelar


Ocorre principalmente medial, em raças miniaturizadas (? do sulco troclear do fêmur). A patela é
fixada dorsalmente pelo músculo quadríceps femoral (alinhado com o fêmur) e ventralmente pelo
ligamento patelar. No deslocamento medial da patela o músculo promove um deslocamento varus do
fêmur e valgus da tíbia (pela tração do ligamento patelar).
● Graus 1 e 2: sobre o sulco trocelar.
● Graus 3 e 4 : deslocado.
Em animais mais jovens se faz sempre a cirurgia, pois o osso ainda vai crescer e pode piorar o
grau. A principal correção feita é o aprofundamento do sulco troclear (sulcoplastia troclear). Se faz
capsulectomia para que ela ajude na tração da patela e sutura com nylon.
A luxação lateral é de cães de porte grande e traumatizados.

Ruptura de ligamento cruzado


Animais com luxação de patela podem sobrecarregar o ligamento cruzado e levar a ruptura
deste. Pode-se fazer reconstrução com a fáscia lata (se eleva cerca de 1 cm de largura). Insere-a na
face lateral dos trocânteres e emerge onde era o ligamento cruzado. Após, entra no platô da tíbia e sai
na face medial da tíbia, onde é suturada na musculatura com Wolff. Se sutura a cápsula e a fáscia lata
novamente.
Outra técnica possível é a TPLO, onde se faz osteotomia e reposicionamento do platô tibial,
deixando-o nivelado e não precisando mais do ligamento.

Luxação úmero-rádio ulnar


É a luxação de cotovelo. Pode ser congênita ou traumática (forte). Há aumento de volume e
alteração do eixo. A recidiva é baixa. Necessita de repouso.
Na redução fechada é necessário bastante relaxamento muscular. Se pendura o animal sedado
pelo membro, elevando-o da mesa, tirando o tronco do chão, por pelo menos 10 minutos. Devemos
promover fadiga muscular para poder encaixar os componentes.
Para redução aberta fazemos artrotomia e movimento de alavanca com objeto rombo e curvo
para reposicionar.
No caso de ser congênita fazemos sulcoplastia, se não for redutível, ou, se o for, e se o animal
for jovem, pode-se estabilizar com canaleta até consolidar em posição correta.

09/06/2016
Eletroterapia

Emprego terapêutico da corrente contínua, alterada ou pulsada, de baixa frequência, alterada de


média frequência ou correntes de alta frequência. Há duas finalidades: ou para produzir analgesia ou
para contrair os músculos para minimizar ou prevenir atrofias musculares.
Todo animal que não apoia o membro no solo levará a menor depósito de cálcio e atrofia
muscular, que felizmente não impede o animal de caminhar, mas torna o membro mais frágil e
susceptível a um segundo trauma. Enquanto o animal não conseguir apoiar o membro, devemos pensar
em métodos, como eletroterapia, de manter esses músculos estimulados. A falta de apoio é uma
indicação, então, para eletroterapia.

Fibras musculares
● Tipo I:
○ Vermelhas, oxidativas, contração lenta;
○ Predomina nos músculos posturais;
○ Resistentes à fadiga;
○ Atividade de longa duração (aeróbica);
○ Estimuladas de forma voluntária.
○ São as mais afetadas por degeneração pois são as fibras de sustentação.
● Tipo II:
○ Brancas, contração rápida e potente;
○ Menos resistentes à fadiga;
○ Atividades de curta duração (anaeróbica);
○ Pode ser estimulada por eletroterapia.
● Tipo IIA (intermediárias):
○ Sistema glicolítico (anaeróbico);
○ Sistema oxidativo.
● Tipo IIDog:
○ Predomina sistema glicolítico.
○ Enzimas mitocondriais reduzidas.

Contração isométrica é quando o músculo contrai para produzir tensão, sem alteração do seu
comprimento, em movimento de articulação. A contração isotônica é mais comum. Na isotônica
concêntrica o músculo diminui em comprimento. Na excêntrica o contrário.
Os parâmetros incluem frequência (numero de pulso por segundo), duração do pulso (tempo em
que o fluxo de carga desloca para ambos os sentidos), on/off (quantidade de tempo em que o
estimulador libera da corrente elétrica), e amplitude (quantidade de corrente)

Sequência de estimulação
1. Nervos sensoriais (mais superficiais).
2. Nervos motores (maior diâmetro) - contração muscular.
3. Fibras dolorosas (caso o animal sentir dor devemos recuar a carga).
4. Fibras musculares.
Os eletrodos podem ser de silicones ou auto adesivos. É importante tirar sujidades e cortar o
pelo, pois oferecem resistência a corrente elétrica. Não é mandatório fazer tricotomia, sendo possível
cortar em animais de pelo longo, mas é imperativa a limpeza.

Colocação de eletrodos
● Estimulação local (TENS): eletrodo diretamente sobre a área da dor, ou longitudinal ou
transversal. Alta frequência e baixa intensidade.
● Estimulação do nervo periférico: coloca o eletrodo acima do local da dor (como se faz com
bloqueios).
● Estimulação elétrica: ponto motor, onde o nervo penetra na musculatura.

As recomendações de estimulação são principalmente prevenção ou redução de atrofia e


manejo da dor.
Devemos cuidar em áreas com infecções ativas, no caso de trombose, tecido neoplásico, etc.
A frequência é de 30-50 Hz. A duração da fase de estimulação sensitiva é abaixo de 100us e de
100-400 us para estimulação motora. O On time de ser de 10-15 segundos e o Off time de 30-45
segundos, numa realção Ton/Toff de 1:3 ou 1:5 (para não gerar fadiga muscular). As fibras podem se
acostumar com o protocolo, que pode precisar de alterações.
TENS é indicado para controle de dor crônica, controle da dor pós cirurgia e redução de dor
aguda após um traumatismo. Funciona por sistema de comporta.
O princípio do sistema de comporta é que, na pele, temos diversos receptores. Quando
colocamos o eletrodo na pele, estamos, na verdade, estimulando receptores e fibras de diâmetro maior
(para calor, pressão, dor, etc), e, aumentando o estímulo nessas fibras. Com isso há o bloqueio dos
estímulos nos centro superiores e consequente bloqueio da dor.

Hidroterapia

Muito utilzada para lesões ortopédicas e neurológicas. Tem a vantagem de que podemos usar
água quente, que ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo. Há duas formas básicas de ser feita: pela esteira
aquática (controle do nível de água e peso que o animai terá sobre o membro) ou na piscina.
A água tem flutuabilidade, efeito hidrostático (empurra o paciente) e viscosidade (promove
resistência, logo ganho de força muscular).
A água não pode ser muito quente, ajudando a melhorar o fluxo e ?? sensorial. Também pode
aliviar dor, como visto na questão de duchas.
A esteira tende a ser mais vantajosa, sendo possível tê-la.
A piscina pode ser usada para condições cardiovasculares, pra perder de peso e exercícios de
resistência. Para animais após cirurgia devemos iniciar a terapia após remoção de suturas. Não tem
trauma articular, alguns animais gostam, fortalece vários grupos muculares, etc. Tem a desvantagem de
ser onerosa, precisa de manutenção, necessita secadores, funcionários, controle da água, etc. A
profundidade deve ser 1-1,2 metros.
Já a esteira aquática permite avaliação da marcha pelo vidro, controla-se o nível de água, o peso
que o animal terá sobre a pata.
O tratamento não pode exceder 4 sessões semanais, sendo 2 o ideal. Deve ser um treinamento
de cerca de 3-5 minutos, inicialmente, e entre 10-20 no máximo em sessões posteriores, e o aumento é
de acordo com a capacidade do paciente.
Não colocar cães que tem medo de água abruptamente na hidroterapia.
Se o animal está com dor, geralmente o nível da água deve estar acima do local doloroso. Com a
água no nível do maléolo lateral, o animal suporta 91% de seu peso e a água 9%, sendo para animais
que já estão conseguindo apoiar. E na altura do epicôndilo lateral, o animal suporta 81% de seu peso.
Quando no nível do trocânter maior, ele suporta 38% de seu peso.

16/06/2016
Massagem e cinesioterapia

Massagem
Manipulação de tecido através de mãos ou equipamentos. Promove aquecimento local (efeitos
circulatórios), permite desfazer aderências, promove relaxamento muscular, diminui espasmos,
promove retorno venoso e fluxo linfático (redução de edemas), e permite neuromodulação da dor.
*A neuromudalção da dor ou regulação ascendente é a teoria das comportas, vista em aula passada.
Trata-se de um controle medular da passagem de dor.
As contraindicações da massagem são locais com inflamação, infecção, dermatites, neoplasia e
hipertermia.
Há alguns tipos de massagem como:
● Deslizamento: pode ser feita com a mão inteira ou só com dedos, de maneira rápida e vigorosa,
geralmente feita antes de alguma modalidade de fisioterapia, aquecendo o local como
preparação para demais técnicas.
● Pregueamento: para desfazer aderências. Pode ser feita após o deslizamento (aquecimento)
para bons resultados.
● Compressão circular: geralmente feita em regiões de linfonodos para liberação de vias linfáticas.
Pode ser sucedidas por massagens de retorno venoso. Também é útil para desfazer aderências.
● Retorno venoso: é uma massagem na qual se comprime deslizando os dedos, sempre em
direção ao coração. Felinos aceitam bem. Ajuda e diminuir edemas.

Cinesioterapia
Propriocepção é a capacidade que o indivíduo tem de reconhecer seu corpo no espaço, sua
posição, orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às
demais, sem utilizar a visão. Os neurônios proprioceptores têm ação muita rápida e estão
constantemente mantendo o equilíbrio postural. Estão localizados nos corpúsculos de Ruffini, no fuso
muscular e no órgão tendinoso de Golgi. Nos coxins também há muitos receptores proprioceptivos.
A fibra muscular vermelha (tipo I) tem irrigação abundante, metabolismo mitocondrial (aeróbico),
velocidade de contração lenta e altamente resistente. A fibra muscular branca (tipo II) tem irrigação
pobre, velocidade de contração rápida, mas é altamente fatigável. A atrofia muscular se inicia com
menos de 72 horas de imobilização ou desuso.
A cinesioterapia também é importante para evitar degeneração articular e perda de líquido
sinovial.
Da mesma forma, há perda irreversível de tecido ósseo após 12 semanas de imobilização ou
desuso.
Em suma, é importante aplicar uma terapia para evitar sequelas de desuso.
Há exercícios passivos e ativos. E também cadeia cinética aberta e fechada (ver slides).
As ações fisiológicas incluem melhora da circulação sanguínea e linfática, evitando edema,
manutenção ou ganho da amplitude articular, alongamento das estruturas (flexibilidade), melhorar
função, despertar a consciência do movimento e reestabelecer o esquema corporal.
Os exercícios de alongamento e movimentação passiva servem para manutenção ou ganho de
flexibilidade, ganho de amplitude articular, prevenir aderências e contraturas, diminuir tensão,
relaxamento, preparar o músculo para exercício ativo e para melhorar a coordenação motora. São
contraindicados em caso de processos inflamatórios ou infecciosos agudos, fraturas instáveis e
neoplasias. Pode ser aplicada nos demais casos.
Para alongamento, faz-se a extensão do membro sem provocar dor, mantendo desta maneira
por cerca de 15-20 segundos. Pode-se fazer inclusive alongamento de coluna na bola ou rolinhos para
pacientes pós cirúrgicos, por exemplo, para correção da postura. Pode-se também fazer flexão e
movimentação passiva de cada articulação, em 15-30 ciclos (cada ciclo é uma extensão e uma flexão),
e movimentação passiva global (movimento de bicicleta). No caso de déficit proprioceptivo, podemos
pinçar o espaço interdigital, fazendo uma certa resistência ao impulso de contração do animal para
estimular a musculatura.
Os exercícios terapêuticos podem ser assistidos ou não. Podemos usar para fortalecimento
muscular, evitar atrofia muscular ou fazer hipertrofia, reeducação muscular e proprioceptiva
(coordenação motora), redução de peso corporal e eliminar claudicação.
Podem incluir:
● Caminhada com guia: ótimo exercício para o animal voltar a usar o membro.
● Esteira seca: para o mesmo propósito.
● Trote e corrida: também em caso de recusar em apoiar a pata, para animais que estão apoiando
em caminhada.
● Tipóia corporal: exercício assistido em que se ajuda o paciente a se estabilizar caso ele consiga
fazer o movimento dos membros, mas não consiga se equilibrar sozinho.
● Pista proprioceptiva ou sensorial: pista com vários tipos de solo, que acabam por melhorar essa
propriocepção do paciente. Também para melhorar questões de apoio por exigir que ele use os
membros todos para manter o equilíbrio em solos diferentes.
● Caminhada em colchão: ajuda e melhorar a coordenação do paciente.
● Escova: recomenda-se para o proprietário fazer em casa, para animais que não estão aptos a
caminhar ainda na pista, de modo a estimular os proprioceptores.
● Tábua proprioceptiva: tábua “bamba” que exige que o animal faça contração muscular para
manter seu equilíbrio, estimulando as fibras de tipo I e resposta proprioceptiva.
● Bola: o mesmo princípio da anterior, coloca-se o animal sobre a bola (total ou parcialmente),
rolando-a para estimular contração. Se o animal não estiver apto a fazer o movimento, só de
deixá-lo apoiado na bola já estimula a contração.
● Aclive e declive (rampa): aumenta a dificuldade gradativamente. Subir a rampa desloca o peso
para membros pélvicos, e descer para os membros torácicos. O exercício irá depender da
condição.
● Escada.
● Carrinho de mão ou dança: funciona tal como a bola, estimulando os posteriores.
● Uso de habilidades (sentar, levantar, dar a pata).
● Zigue-zague: para animais com deficiência proprioceptiva, que ainda estão sem equilíbrio.
● Obstáculos: movimentação articular e controle de movimentos.
● Túnel: interessante pois o animal precisa fazer flexão, manter a flexão e caminhar. Exige que
tenha havido tempo de cicatrização dos tecidos.

23/06/2016
Fisioterapia

Ajuda a reduzir o tempo de recuperação. Evidente que temos associar com o manejo em casa e
alimentação.
Deixar o membro em desuso contribui para diversos processos que prejudicam a recuperação:
as fibras de colágeno dos tendões se desorganizam, tornando-o rígido, musculatura fica atrofiada
(principalmente fibras de tipo I), há maior reabsorção óssea (ação aumentada de osteoclastos), dor,
claudicação e desuso do membro. Deixar o animal imobilizado, em gaiola, é um conceito muito antigo.
Para fazer a fisioterapia, temos que saber as alterações que o animal apresenta. escolher as
modalidades de fisioterapia e estabelecer um protocolo baseados nessa alteração e no animal (o que
ele aceita). O protocolo não deve passar de 1 hora ou 1 hora e meia, pois os animais podem ficar sem
paciência (gato menos ainda).
É também importante fazer um protocolo domiciliar de fácil execução para o proprietário, nem
que seja a caminhada na guia.
A avaliação para a fisioterapia depende também da anamnese, incluindo espécie, raça, idade e
peso. Na avaliação clínica também temos que ter cuidado com doenças sistêmicas, não exigindo muito
de cardiopatas ou animais com problemas metabólicos. Também devemos diferenciar problemas
ortopédicos de neurológicos.
*Denervação de cápsula articular.
No caso de luxação coxofemoral, se usarmos pino transversal, não iremos movimentar essa
articulação, pois a função do pino é justamente imobilizar até que a cápsula cicatrize. Já se for feita
colocefalectomia, é importante movimentar o membro para que a aderência de cicatrização não fique
muito abundante, diminuindo a amplitude articular.
Em caso de placas, se a fratura fica estável, podemos fazer algumas movimentações. Então
depende muito da lesão, da cirurgia, da técnica, etc.
Devemos estipular o diagnóstico para fins terapêuticos e os objetivos: se o paciente tem dor,
promover analgesia; se há edema, diminuí-lo; se há diminuição da amplitude articular, aumentá-la, e por
aí vai.
A fisioterapia funciona como adjuvante no tratamento ortopédico e não substitui os métodos
definitivos.
Os casos mais comuns são colocefalectomia, ruptura de ligamento cruzado, fraturas e luxação
de patela.

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