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MARIA TERESA T.

DE BESSA 41

ü Hora e mecanismo do trauma


RESUMO ATLS – 6a ETAPA ü Notificar hospital de destino

Trauma: lesão produzida por ação violenta de • Fase hospitalar:


natureza física ou química externa ao organismo, ü Área de reanimação
é a principal causa de morte em jovens (1-44 anos) ü Equipamentos: laringoscópios, tubos, etc
É uma doença cirúrgica e portanto, é passível de ü Soluções cristaloides aquecidas
prevenção ü Monitorização: oxímetro, ECG
Tem alto custo e alta incidência ü Convocação de médicos
Causa sofrimento e sequelas ü Laboratório e Radiologia
ü Acordos de transferência
à Objetivos do ATLS: ü Proteção da equipe contra doenças
Abordagem sistemática, concisa e organizada da transmissíveis
avaliação e atendimento inicial do trauma
Confiança (situação de extrema pressão) • Triagem
Habilidade (identificar e tratar) Classificação dos doentes no local e transporte ao
Evitar confusão e ansiedade centro de atendimento adequado
Prioridade Múltiplas vítimas: prioridade para risco de vida
Reduzir morbidade e mortalidade iminente e traumas multi-sistêmicos
Vítimas em massa: prioridade para doentes com
Garantir o melhor atendimento possível em 3 maior possibilidade de sobrevida e que requeira
fases: menor tempo, equipamento e pessoal para
1-Avaliação rápida e precisa do paciente atendimento
2-Reanimar e estabilizar o paciente(prioridades)
3-Transferência: Intra e Inter-hospitalar AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Reavaliação periódica 10 segundos
Nome do pct e o que ocorreu
Hora de ouro: janela de oportunidade em que a Conversar com o pct já estabilizando sua coluna
atuação do profissional de saúde, com a urgência cervical
necessária, faz a diferença entre a vida e a morte
do traumatizado, diminuindo a morbidade e A) Checar permeabilidade da via aérea
mortalidade Se necessário: desobstrução, aspiração e oxigênio
As principais mortes no trauma ocorrem nessa
hora (mortes imediatas) LEMON – avaliação da IOT difícil
Existem também as mortes precoces e as mortes Localize externamente (procurar características
tardias. que dificultem)
Examinar as distancias com a regra do 3-3-2
Conceitos básicos: Mallampati
1- Tratar primeiro a maior ameaça à vida Obstrucao
2- A falta de diagnóstico definitivo nunca deve Neck mobility (mobilidade cervical)
impedir o tratamento indicado
3- A história detalhada não é essencial para iniciar B) Avaliar ventilação
a avaliação e tratamento do trauma - Exame do tórax, FR, oxímetro
Há necessidade de via aérea definitiva? De
• Fase pre-hospitalar: ventilação assistida? De punção de alivio? De
ü Manutenção da via aérea dreno de tórax?
ü Controle da hemorragia externa e choque
ü Imobilização C) Avaliar circulação: PA, FC, nível de consciência,
ü Transporte imediato ao hospital palidez, sudorese, pulso rápido e filiforme
apropriado
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Controlar hemorragias externas


Fazer acesso venoso periférico A – VIA AÉREA
Reposição volêmica no choque Proteção da cervical – manual ou com colar
Medindo o colar cervical: traçar uma linha
D) Avaliação neurológica: imaginária no nível do mento e contar o número
- Pupilas, consciência, motricidade e sensibilidade de dedos até o trapézio
Buscar sinais de lesao de medula espinal GLASGOW Essa medida deve ser a mesma da encontrada
entre o final da parte de plástico do colar e o
E) Exposição, extremidades: “pino” do colar.
Evitar hipotermia
Oxímetria de pulso (o normal é estar > 95% = PaO2
> 70 mmHg)

O2 por máscara: 10-15L/min (SEMPRE – em


TODAS as vítimas de trauma)

Monitorização e avaliação: OBS:


Oximetro para avaliar sat e FC Se o paciente está falando:
PA, FR, temperatura, diurese horaria e gasometria Vias aéreas estão livres, ventilação está mantida e
arterial fluxo sanguíneo cerebral está OK
Se está com resposta inadequada ou ausente:
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Hipóxia (por via aérea obstruída ou ventilação
Depois do ABCDE inadequada)
História AMPLA Choque
TCE
Hipoglicemia
Uso de álcool ou drogas

Sinais de resposta inadequada ou ausente:


Baixa sat de O2
Agitação (hipóxia) ou torpor (hipercapnia)
Cianose (sinal tardio): sat < 80%
Mecanismo do trauma Respiração ruidosa: roncos, gorgolejos e
Exame físico completo estridores, rouquidão (obstrução funcional)
Reavaliações repetidas Taquipneia e esforço respiratório (tiragem
Exames complementares: RX, TC, lab intercostal, uso de musculatura acessória)

Obstrução de via aérea:


• Aspiração de orofaringe: sonda rígida de ponta
romba
• Remoção de corpo estranho: pinça de Magil
• Manobras para desobstrução:
Evitar a hiperextensão do pescoço
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Chin-Lift Jaw-thrust Inconsciência: Glasgow (GCS) < ou = 8


Convulsões persistentes
TCE grave (Hiperventilação)

à Avaliação da intubação difícil: LEMON

• Uso da cânula de Guedel:


PACIENTES INCONSCIENTES E SEM REFLEXO DE
VÔMITO, todas as idades podem utilizar
Medida: do lobo da orelha até o lábio

OBS: cânula nasofaringea: SÓ PCTS CONSCIENTES


NO TRAUMA NÃO USAR NADA “NASO”

Via aérea definitiva:


Características:
1) Tubo na traqueia com balão insuflado e
fixado à INTUBAÇÃO EM SEQUÊNCIA RÁPIDA (ISR):
2) Com mistura enriquecida de O2 Consiste em usar medicação hipnótica e bloq
3) Com ventilação assistida neuromuscular em um paciente previamente
• Tipos: oxigenado
IOT (só pode ser feita por médicos) 7P’s:
Intubação nasotraqueal P1) PREPARAÇÃO
Vias aéreas cirúrgicas: cricotireoidostomia e Medicações devem ser escolhidas e aspiradas
traqueostomia Paciente deve ser monitoriado (cardioscopia,
• Vantagens: oximetria, PA e capnografia)
Garante permeabilidade da via aérea Acesso venoso fixado e funcionante
Oferecer O2 suplementar Laringoscópio à beira do leito e previamente
Suporte ventilatório: evita hipercapnia e mantem testado
oxigenação Tubo endotraqueal com balonete já testado
Previne a aspiração Equipamentos para via aérea de resgate à
• Indicações: disposição
1- Manter permeabilidade da Via Aérea:
Fraturas maxilofaciais graves P2) PRÉ-OXIGENAÇÃO
Hematoma cervical ou retrofaríngeo Fornecer O2 na máxima concentração possível por
Lesão de traqueia ou laringe (inalação/mecânica) no mínimo 3min antes da indução hipnótica
2- Ventilação inadequada/apneia Se paciente estiver respirando à máscara com
3- Risco de aspiração (sangue/vômito) reservatório (preferível quando disponível pois
4- Alterações neurológicas: deixa o médico livre de ter que ficar segurando)
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Se não estiver respirando à ambu P6) POSICIONAMENTO DO TUBO


Se o paciente estiver respirando e não tiver a O tubo deve ser introduzido ate que as pregas
máscara com reservatório utilizar o ambu e não ir vocais fiquem na altura da marca preta próxima ao
contra a respiração do paciente, a inspiração deve balonete
vir do paciente.
à Confirmar posicionamento:
P3) OTIMIZAÇÃO DA PRÉ-INTUBAÇÃO Visualização direta das cordas vocais
Identificar e corrigir possíveis fontes de Vapor de água no tubo durante a expiração
descompensação durante a IOT Expansão torácica simétrica
Ex: corrigir hipotensão, drenar tórax em caso de Presença de murmúrio vesicular bilateral
pneumotórax ou hemotórax Ausência de sons aéreos no epigástrio
- Recursos complementares:
P4) INDUÇÃO DA HIPNOSE E PARALISIA Medida do CO2 pela capnografia (padrão-ouro)
Indução deve ser feita em bolus (para que seja Oxímetro de pulso
feita no menor tempo possível) Caso a sat < 93% durante a intubação, deve ser
O hipnótico deve ser feito PRIMEIRO interrompido o procedimento para ventilar o
Não usar drogas de longa duração na ISR paciente e evitar hipoxemia

• Fármacos: P7) PÓS-INTUBAÇÃO


à Analgésicos: Fixar o tubo para impedir extubação ou intubação
Tiram a dor seletiva
Ex: opioide (fentanil) Conectar o paciente à ventilação mecânica
Esperar 3 minutos Avaliar o paciente nos primeiros momentos para
evitar instabilidade hemodinâmica
à Hipnótico ou sedativo: Realizar RXT para confirmar o posicionamento do
Ex: benzodiazepínico de curta ação (Ex: diazepam, tubo
midazolam, etomidato, quetamina)
Etomidato: não causa alterações na PA nem sobre Aparelhos que ajudam na IOT:
a PIC mas pode levar à insuficiência adrenal, GEB (Gum Elastic Bougie)
esperar 30 segundos ITTE (Indutor de tubo traqueal de Eschmann)
Quetamina: efeito broncodilatador, aumenta PA
Propofol: medicação de escolha nas gravidas à Vias aéreas cirúrgicas:
Midazolam: não é muito indicada em Indicações:
emergências, pois demora para ter início de ação • Impossibilidade de intubação da traqueia
• Edema de glote
à Bloqueador neuromuscular: • Fratura de laringe
Ex: succinilcolina (cuidado com risco de • Hemorragia orofaríngea grave
hipercalemia em pacientes portadores de grandes
esmagamentos, queimaduras extensas e/ou Cricotireoidostomia por punção:
elétricas) esperar fasciculações

P5) POSICIONAMENTO
Altura da cama deve corresponder à altura do
processo xifoide do intubador
O paciente deve estar o mais próximo possível da
cabeceira da cama
Colocar um coxim no occipício do paciente
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Inserção de um cateter sobre agulha (grosso ü Pneumotórax/Hemotórax


calibre – 14 em adultos) pela membrana ü Lesões do SNC: Padrões respiratórios
cricotireoidea em direção à traqueia abaixo do anormais
nível da obstrução, para fornecer O2 em um curto ü Lesão de medula cervical: apnéia
espaço de tempo ü Depressão do SNC: Álcool ou drogas
É TEMPORÁRIA (30-45 min) e então a IOT passa a
ser uma urgência e não mais uma emergência. Inspeção: Movimentos respiratórios assimétricos
O cateter é conectado a uma fonte de O2 a Distensão de veias jugulares
15L/min Taquipneia
Insuflação intermitente: 1 segundo sim e 4 não Esforço respiratório
Durante o período dos 4 segundos sem insuflação Palpação: Desvio da traqueia.
ocorre expiração que é insuficiente, levando a Lesões parede tórax
acúmulo gradual de CO2 Enfisema sub-cutâneo
Só pode ser feita em pcts com função pulmonar Auscuta: Diminuição ou ausência de MV
NORMAL Percussão: timpanismo ou macicez
Não pode ser feita se: lesões torácicas, TCE, função
pulmonar anormal • Lesões:
CUIDADO com corpos estranhos, pode levar a Pneumotórax (hipertensivo)
barotrauma por deslocamento pro pulmão O diagnostico é clínico
(ruptura pulmonar com pneumotórax à QC: dor torácica, dispneia, desconforto
hipertensivo), deve-se ofertar O2 em baixo fluxo respiratório, sinais de choque (taquicardia,
(5-7L/min) hipotensão), desvio da traqueia para lado
contrário, ausência unilat de MV, elevação do
Cricotireoidostomia cirúrgica: hemitórax sem movimento respiratório, distensão
Coloca-se um tubo endotraqueal ou um tubo de das veias do pescoço, cianose (tardia)
traqueostomia de pequeno calibre (No 5-7)
NÃO é recomendada em crianças < 12 anos por
risco de lesar a cartilagem cricoide
NÃO é indicada no atendimento inicial do trauma
pois necessita que o pescoço seja hiperestendido
É PREFERIVEL À TRAQUEOSTOMIA CIRURGICA
pois: mais fácil, menor hemorragia e menos tempo

Traqueostomia cirúrgica:
Indicada em:
Crianças < 12 anos
Trauma laríngeo
Laceração traqueal extensa
Acesso prolongado (+ de 15 dias)
Aspiração traqueobrônquica à Fisiopatologia: ocorre quando há vazamento de
ar para o espaço pleural por um sistema de válvula
à Outros dispositivos: unidirecional
• Extra-glóticos (NÃO DEFINITIVOS) O ar entra, mas não sai à colapso do pulmão
Máscara laríngea e Tubo laríngeo Ocorre deslocamento de mediastino, com
compressão das VCS e VCI, diminuição do RV, e
B – VENTILAÇÃO compressão do pulmão contralateral
A diminuição do RV e por consequência do DC leva
Alterações na mecânica ventilatória: ao choque obstrutivo
ü Fratura de arcos costais: dor e resp.
superficial, instabilidade torácica
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à Causas + comuns: ventilação mecânica com Deve ser grande para cobrir todo o ferimento,
pressão positiva em doentes com lesão de pleura fixado em 3 lados para produzir uma valva
visceral unidirecional
Inspira: oclui o ferimento / Expira: saída de ar
à Outras: Tto definitivo: instalar um dreno de tórax longe do
Complicação de um pneumotórax simples devido ferimento e ter a lesão fechada em cirurgia.
a trauma penetrante ou fechado em que não
ocorreu fechamento da lesão do parênquima Hemotórax (maciço)
pulmonar à Fisiopatologia: acúmulo de sangue e líquidos
Após tentativas mal direcionadas de inserção de prejudicam a ventilação por compressão do
cateter venoso central por via subclávia ou jugular pulmão causando limitação dos movimentos
interna normais.
Lesões traumáticas na parede torácica que fizeram Acúmulo maciço de sangue pode causar
uma válvula unidirecional ou que foram hipotensão e choque
recobertas incorretamente com um curativo Ocorre por ferimentos penetrantes que dilaceram
oclusivo (4 lados) os vasos sistêmicos ou hilares, ou por trauma
Fraturas com grande desvio da coluna torácica contuso.

à Tto: não deve esperar confirmação do RX à QC: veias do pescoço podem estar colabadas
Descompressão imediata (toracocentese de alívio devido à grave hipotensão ou distendidas quando
no 2º EIC linha medioclavicular, na BORDA existir um pneumotórax hipertensivo
SUPERIOR DA COSTELA INFERIOR) – converte em concomitante.
pneumotórax simples Choque + ausência de MV e/ou macicez à
Tratamento definitivo: dreno torácico no 5º EIC percussão
anterior à linha axilar média A perda sanguínea é complicada pela hipóxia
Solicitar RX para acompanhar normalização
à Tto: inicialmente pela reposição de volume
OBS: Paciente com dispneia e taquipneia graves sanguíneo e descompressão da cavidade torácica
ou inconsciente com pneumotórax hipertensivo, a (simultaneamente)
intubação e/ou ventilação vigorosa irão AGRAVAR O sangue retirado deve ser reservado em
as condições do doente dispositivo que permita auto-transfusão
Insere-se dreno no 5º EIC anteriormente à linha
Pneumotórax aberto axilar média.
Grandes ferimentos à ferida torácica aspirativa Se volume retirado for de apx 1500mL é muito
O ar passa preferencialmente pela lesão na provável que seja necessário realizar toracotomia
parede, prejudicando a ventilação efetiva, (abertura do tórax)
causando hipóxia e hipercapnia
Tórax instável (Retalho costal móvel)
à Tto: à Fisiopatologia: ocorre quando um segmento da
Inicial: curativo estéril de 3 lados parede torácica não tem mais continuidade óssea
com a caixa torácica
Causa prejuízo nos movimentos normais da
parede torácica (movimento paradoxal)
Esse efeito isolado não causa hipóxia
O principal problema se da quando as fraturas
lesam o parênquima pulmonar subjacente
(contusão pulmonar)
Fatores que contribuem para hipóxia: dor
associada a restrição dos movimentos
ventilatórios e lesão do parênquima pulmonar
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prostanoides e betacitocinas também são


à Causas: múltiplas fraturas de arcos costais (2 ou liberados e alteram a permeabilidade vascular.
mais)
O RV na fase inicial se mantem preservado.
à QC: palpação de movimentos respiratórios Os mecanismos de compensação são LIMITADOS
anormais e creptações Ocorre diminuição da perfusão para as células,
RX: com fraturas aumentando o metabolismo anaeróbico e a
produção de acido lático levando a uma acidose
à Tto: correção da hipoventilação (O2 metabólica.
umidificado e reposição volêmica), na ausência de
hipotensão tomar cuidado com soluções Se o processo não for convertido ocorre alteração
cristaloides pois podem causar hiper-hidratação e de permeabilidade, edema tecidual adicional e
piorar o quadro ventilatório morte celular.
Terapia definitiva: melhor oxigenação possível,
administrar líquidos cautelosamente e Prestar atenção: FC, FR, perfusão cutânea e
providenciar analgesia para melhorar a dor da pressão de pulso (diminuída, pois aumenta a PD e
ventilação diminui a PS)

C – CIRCULAÇÃO Taquicardia
Até 4 anos: >160
Choque: “Anormalidade do sistema circulatório Até 7 anos: >140
que resulta em perfusão e oxigenação tecidual Até 12 anos: >120
inadequadas” Mais de 12 anos: >100
Idosos: podem não apresentar taquicardia (por
à Fisiopatologia: uso de fármacos como BB ou uso de marca-passo)
DC: FC x VS
PA: DC x RVP Os níveis de hematócrito ou da concentração de
Hb NÃO devem ser usados para excluir choque
2 componentes do volume sanguíneo:
- Um que não contribui para a pressão venosa
sistêmica e que representa o volume de sangue
que permaneceria no circuito de capacitância caso
a pressão do sistema fosse zero
- Um outro que contribui para a pressão venosa
sistêmica média, representa 70% do volume
sanguíneo. A perda de sangue espolia
componentes desse sistema, reduzindo o
gradiente pressórico e o RV.

à Mecanismos de compensação:
Grande volume de SF administrado causa diluição
Podem evitar uma queda da PS até 30% de perda
de HCO3 e acidose hiperclorêmica
de volemia
Perda de sangue e diminuição da pressão
Coagulopatia por:
inicialmente disparam vasoconstrição e
• Perda de sangue
taquicardia visando manter o DC sem alterações.
• Consumo de fatores de coagulação
• Hemodiluição por fluidos IV (plaquetas e FC)
A vasoconstrição se da por liberação de
catecolaminas endógenas, levando ao aumento da • Fibrinólise
RVP. Histamina, bradicinida, betaendorfinas, • Acidose
• Hipotermia: agregação plaquetária
• cascata da coagulação
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Solicitar: tempo de protrombina, tempo de ü Abafamento das bulhas cardíacas


tromboplastina parcial, contagem de plaquetas e Não responde à infusão de SF
dosagem de fibrinogênio. Pneumotórax hipertensivo pode simular um
tamponamento, mas à ausculta pulmonar é
possível diferenciar
à QC: Pericardiocentese subxifoidea (diagnostica e
Taquicardia terapêutica) deve ser realizada e posteriormente,
Vasoconstrição cutânea: Fria e pálida como medida definitiva, a toracotomia.
Pulso filiforme (pressão de pulso)
Sudorese (pele úmida) • Pneumotórax hipertensivo
Enchimento capilar lento (> 2 segs.)
Taquipneia • Choque neurogênico
Hipotensão arterial (tardia: >30% volemia) Hipotensão SEM TAQUICARDIA, sem pulso fino
Estado mental Extremidades quentes e coradas
Baixa diurese Ocorre por lesão extensa da medula cervical ou
torácica alta (acima de T6 geralmente)
à Tipos de choque: Lesão da eferência simpática à vasodilatação,
NÃO HEMORRÁGICO: perda de tônus vasomotor, perda do controle
simpático do coração (não ocorre taquicardia)
Tem POUCA resposta à infusão de cristaloides,
mas deve ser tentada inicialmente
Sobrecarga hídrica e edema pulmonar devem ser
evitados
TRATAMENTO COM VASOPRESSORES (fenilefrina,
dopamina e noradrenalina)

ATENÇÃO: CHOQUE SEM TAQUICARDIA


Opções: choque neurogênico, idosos, pessoas que
usam BB, pessoas com marcapasso.
• Choque cardiogênico
Disfunção miocárdica pode ser causada por • Choque séptico
traumatismo fechado do coração (pensar quando É incomum
for história de desaceleração rápida), por Ocorre por infecção decorrente de demora para o
tamponamento cardíaco, por embolia gasosa ou, pct chegar ao hospital, por ferimentos
por infarto associado ao trauma. penetrantes de abdome com contaminação
ECG: monitorização continua em todo doente com peritoneal por conteúdo intestinal
trauma fechado, para determinar arritmias ou Apresentam taquicardia, vasoconstrição cutânea,
traçados sugestivos de lesão diminuição do débito urinário, diminuição da PS e
ECO: útil para diagnostico de tamponamento ou pulso fino.
de ruptura valvar, mas não costuma ser usado no
PS. HEMORRÁGICO:
FAST: útil para diagnostico de tamponamento + comum
cardíaco Respondem parcial ou transitoriamente à
Monitorização precoce da PVC: intuito de orientar reposição volêmica
a reposição volêmica. Objetivo principal: identificar e interromper o
sangramento
à Tamponamento cardíaco Focos potenciais: tórax, abdome, pelve,
Quadro clínico: TRIADE DE BECK retroperitônio, membros e sangramentos
ü Diminuição da PA (choque) externos (sangue no chão)
ü Elevação da PVC (distensão venosa)
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Exames: RX tórax e pelve, FAST ou lavagem 1) Acesso venoso periférico


peritoneal diagnostica e sondagem vesical. 2 de 16G ou 1 de 14G (devem ser curtos e
Hemorragia: perda aguda de volume sanguíneo calibrosos para que possa passar + líquido em -
Volume sanguíneo adulto: 7% do peso corporal tempo)
Dar preferencias para o antebraço e fossa cubital
Em crianças < 6 anos à ACESSO INTRAÓSSEO
• Classes de hemorragias Acesso central muito complexo para fazer na
emergência
Pelo acesso venoso, colher amostras de sangue
para tipagem e prova cruzada, para exames
laboratoriais adequados, estudos toxicológicos e
teste de gravidez em mulheres com idade fértil.
Colher sangue para a gasometria

2) Reposição volêmica inicial


SF ou RL aquecido a 39 graus
Promove expansão intravascular transitória e
contribui para a estabilização do volume vascular
por meio da reposição das perdas
Classe I e II: tto com cristaloides Dose inicial: 1-2L no adulto e 200mL/kg na criança
Classe III e IV: tto com cristaloides + sangue Os volumes totais vão depender da resposta do
paciente
Fatores que confundem a resposta hemodinâmica Quantidade inicial de fluidos inclui qualquer
clássica: administração pré-hospitalar
Idade, gravidade do trauma (tipo e localização
anatômica), intervalo de tempo entre o início do Infusão excessiva: tríade letal (coagulopatia,
trauma e o tto, reposição volêmica pré-hosp, acidose e hipotermia)
medicamentos.
Em traumas fechados repor volume é muito
• Quantidade de sangue perdida importante (ex: TCE)
Úmero=750 ml Em traumas penetrantes repor volume pode
Tíbia=750 ml exacerbar a hemorragia, deve ser feita a
Fêmur=1500 ml reanimação controlada (coloca-se na balança o
Pelve=>2 l risco x benefício)
Reanimação controlada/hipotensiva/permissiva:
• Edema o objetivo é o equilíbrio e não a PA normal
Ocorre nas partes moles traumatizadas
A extensão dessa perda adicional de líquido é • Avaliar a resposta
proporcional à magnitude da lesão
Lesão tecidual à + resposta inflamatória sistêmica
à produção de citocinas à aumenta
permeabilidade à transferência de líquidos do
plasma para o meio extracel à depleta ainda mais
o volume intracel

• Conduta
Identificação e tratamento = SIMULTANEAMENTE
Princípio básico do tto: interromper a perda de
sangue e repor volume
Acompanhar sinais vitais e sintomas do choque
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PA, FC e FR Em mulheres em idade fértil é preferível o uso de


Melhora da PVC e da circulação cutânea glóbulos Rh negativos para prevenir
Débito urinário (uma das + importantes) de 0,5 sensibilizações e futuras complicações
ml/kg/hr Assim que disponível substituir por sangue tipo
específico

Resposta transitória: Obs: HEMODERIVADOS NÃO PODEM SER


ü Perda de sangue subestimada AQUECIDOS EM MICRO-ONDAS, só em
ü Perda de sangue contínua aquecedores de fluidos endovenosos.
ü Choque não hemorrágico:
• Tamponamento cardíaco Autotransfusão: coleta estéril à anticoagulação
• Pneumotórax hipertensivo à retransfusão
Através de tubos de drenagem de tórax
Resposta mínima ou sem resposta: Deve ser considerada em hemotórax volumoso
ü Hemorragia grave (classe III ou IV)
ü Insuficiência de bomba (trauma cardíaco Transfusão maciça: > 10 unidades de sangue em
contuso) 24 hrs
ü Tamponamento cardíaco Deve ser considerada após infusão de 1L SF/RL
ü Pneumotórax hipertensivo sem melhora

• Equilíbrio ácido-base 1/1/1:


Choque hipovolêmico precoce: alcalose Concentrado de hemácias
respiratória por taquipneia, depois é seguida de Concentrado de plaquetas
acidose metabólica leve que não precisa de tto Plasma fresco
Choque hipovolêmico prolongado ou grave:
acidose metabólica grave decorrente de • Coagulopatia:
metabolismo anaeróbico por má perfusão Traumatismos graves e hemorragias consomem os
tecidual, deve receber tto com infusão de líquidos fatores de coagulação
e sangue Causada por transfusão maciça com diluição de
A monitorização do lactato e do decit de base plaquetas e de fatores de coagulação e os efeitos
podem ser uteis para avaliar a resposta ao tto adversos da hipotermia na agregação plaquetária
Cirurgia pode ser necessária e na cascata da coagulação.

• Reposição com sangue à ÁCIDO TRANEXÂMICO: TRANSAMIN


Provas cruzadas: demora 1 hr
Usado em doentes que se estabilizam
rapidamente, é a alternativa preferível

Tipagem específica: demora 10 min


Seleciona um sangue compatível ao do doente
apenas nos sistemas ABO e Rh, mas pode ocorrer
incompatibilidade devido a outros anticorpos
É a primeira escolha para doentes que respondem
1 ampola tem 5mL com 250 mg
transitoriamente
4 ampolas têm 1 g
4 ampolas em 500mL de SF
Concentrados de hemácias tipo O:
Portanto, 1g em 15 minutos e depois 1g nas
imediatamente pronto
próximas 8 horas.
Usado em pacientes com resposta mínima ou
Tem ação ANTI-FIBRINOLÍTICA, atuam reduzindo
ausente, com hemorragia exsanguinante ( perda
a mortalidade e o risco de coagulopatia
de + de 40% de sangue)
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• Resumo - Ressuscitação de controle de § Pélvica


danos § Pericárdica
1-Hipotensão permissiva: PA <90 (80-100) mmHg TC se paciente estável
2-Reposição hemostática: - Tto: laparotomia se FAST positivo ou evidência
ü Hemoderivados em detrimento de clínica de hemorragia retroperitoneal
cristalóides.
ü Concentrado de hemacias + Plasma fresco à Tórax:
+ Plaquetas (crioprecipitados) Exame físico
3-Controle da coagulopatia, da hipotermia e da Sat O2 baixa
acidose RXT
4-Acido Tranexâmico EFAST
5-Laparotomia abreviada: Permite análise:
ü Controle da hemorragia e da § Entre fígado e rim
contaminação e laparostomia § Entre baço e rim
§ Pélvica
• Lesões § Pericárdico
à Pelve: § Pneumotórax
RX de bacia § Hemotórax
Exame físico (manipulação da pelve deve ser feita
UMA VEZ) à Retroperitônio:
Exame físico
TC (se paciente estiver estável)
US
- Tto: laparotomia

à Fêmur:
Exame das fraturas
Fratura fechada: hemorragia discreta Estancar lesões externas
Outras 2: hemorragia grave, usar cinta pélvica Imobilização

- Sinais de fratura pélvica: evidência de ruptura da


uretra (próstata deslocada cranialmente, D – AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
hematoma escrotal ou sangue no meato uretral), TRAUMA VERTEBROMEDULAR
discrepância entre o comprimento de membros à Lesão cervical:
ou de uma deformidade rotacional da perna sem Compressão Axial
fratura obvia. Distração
- Tto: lençol, cinta pélvica ou outro dispositivo Flexão
pode ser aplicado no nível dos trocanteres Extensão
maiores dos fêmures para estabilizar a pelve Rotação Lateral
instável
• Transporte da vítima:
à Abdome: Prancha longa imobilizada com tirantes
Exame físico (tardio) Colar cervical + apoios laterais da cabeça (head
Lavagem peritoneal diagnostica block)
FAST A prancha deve ser usada só para transporte, o
4 quadrantes: QSD, QSE, suprapúbico e janela paciente deve ser removido em 2 horas para evitar
pericárdica lesões por pressão.
Permite análise de 4 janelas:
§ Entre fígado e rim • Colocação na prancha:
§ Entre baço e rim Paciente em decúbito dorsal
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- Cavaleira Tto: manter a perfusão e a oxigenação da medula


- Gira-se o paciente 90 graus, coloca-se a prancha FC > 60, PAM > 60 e SatO2 > 95
embaixo do pct e depois ele retorna em cima da Cuidado: máscara abdome agudo à TC / FAST
prancha
Paciente em decúbito ventral • Tipos de lesões da medula espinal
- Gira-se o pct 180 graus, coloca-se a prancha Completa: não existe função motora ou sensitiva
embaixo do pct e depois ele retorna em cima da abaixo da lesão
prancha Nas primeiras semanas diagnóstico falseado por
Caso de pescoço não alinhado: pode tentar choque medular
alinhar se não houver evidência de dor ou de
enrijecimento Incompleta: há algum grau de função motora ou
Paciente em pé: deve ser pranchado em pé sensorial
Pacientes sentados: usar o Ked Melhor prognóstico
Preservação de sensibilidade na região perianal
• Problema imediatos do TRM (“sacral sparing” = preservação sacral)
1- Hipoventilação/apneia Contração voluntária do Esfíncter anal
Ocorre por paralisia da musculatura intercostal Flexão voluntaria do Halux
(lesão cervical baixa ou torácica alta)
Paralisia do diafragma quando o nervo frênico é • Morfologia das lesões
acometido (C3-C5) Fratura
Lesão acima da 4ª vertebra obriga respiração Fratura-luxação
assistida Lesões sem alteração radiológica: fazer RM ou TC
Complicações pulmonares são a principal causa à Sem fratura ou luxação:
de morte na lesão raquimedular: ü Lesão por estiramento medular em
ü Fase aguda: hipoventilação ou apneia crianças
ü Fase subaguda: atelectasia e pneumonia ü Hérnia de disco traumática
retenção de secreções ü Processo expansivo intracanal: hematoma
prejuízo da tosse e suspiro ou tumor
desiquilíbrio V/Q Lesões penetrantes
Qualquer sinal radiológico ou déficit motor ou
2- Choque neurogênico sensitivo = lesão instável da coluna à imobilizar
Lesão das vias eferentes simpáticas
Ocorre perda de tônus vasomotor • Diagnóstico da lesão
Perda do controle simpático sob o coração Paciente consciente:
Tônus vagal perde a oposição Ausência de dor e hipersensibilidade ao longo da
Hipotensão + bradicardia ou ausência de coluna, ausência de déficit neurológico excluem
taquicardia lesão significativa da coluna
Extremidades quentes e coradas
Raramente ocorre em lesões abaixo de T6 Paciente inconsciente ou coma, TCE ou
intoxicações:
3- Perda da sensibilidade abdominal a dor A exclusão não é tão simples, são necessárias
Choque medular: radiografias
Perda das funções neurológicas abaixo do nível Se as radiografias forem inconclusivas à
lesado, reversível ou não permanecer imobilizado
Lesão fisiológica e não estrutural, sem relação com
grau real de comprometimento medular Lesões neurológicas (tanto motoras quando
Flacidez (perda do tônus muscular) sensitivas) são diagnosticadas pelo exame físico
Perda de reflexos Lesões ósseas são diagnosticadas pelo TX, TC e RM
Perda da atividade do SN autônomo
Duração variável, geralmente 48 horas
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Nível: L5= Dorsiflexão do tornozelo e halux


C1-C8: tetraplegia S1= Flexão plantar do tornozelo
Completa ou incompleta
T1 ou abaixo: paraplegia Escore da Força Muscular:
Completa ou incompleta 0: Paralisia total
1: Contração visível ou palpável
• Avaliação sensitiva 2: Movimentação total sem gravidade
Trato espinotalâmico (sensibilidade superficial): 3: Movimentação total contra gravidade
testado pela picada de agulha ou toque leve 4: Movimentação total com diminuição da força
5: Força normal
Colunas dorsais (sensibilidade profunda): testado NT: Não testável
pela sensação de posição nos dedos dos pés e pela
vibração • Indicações de exame radiológico
Dor na linha média do pescoço
Toque leve Sensibilidade à palpação da coluna
Estímulo com agulha (dor) Défices neurológicos
Sensibilidade térmica ALCOOL/ETER) Alteração do nível de consciência
Sensibilidade a vibração (diapasão) Suspeita de Intoxicação
Sensibilidade de posição Mecanismo do trauma

• Tratamento medicamentoso da Lesão


TESTAR OS DERMÁTOMOS Medular:
C5: deltoide Metilpredinisolona: 1ª 8 horas e por 24-48 h
C6: polegar Antiedematoso e evita necrose secundaria
C7: dedo médio Gangliosídeo (GM-1): 30 dias
C8: dedo mínimo Estimula o crescimento neuronal
T4: mamilo 4-Aminopiridina (4-AP): uso contínuo (10 mg VO
T8/T6: xifoide 8/8 h)
T10: umbigo Estabiliza a membrana do axônio
T12: sínfise púbica
L4: face medial da perna • Síndromes medulares
L5: face lateral da perna à Síndrome central da medula:
S1: borda lateral do pé Perda da forca nas extremidades superiores é mais
S3: Tuberosidade isquiática acentuada que a das extremidades inferiores
S4 e S5: região perianal Causas: lesões por hiperextensão em doentes que
apresentem estenose preexistente do canal
• Avaliação motora: medular cervical ou comprometimento vascular
Trato corticoespinal (eferência motora): testado no território de irrigação da artéria espinal
pela contração voluntária (1 a 5) ou involuntária anterior
em resposta a estímulos dolorosos
Toque retal: esfíncter anal externo à Síndrome anterior da medula:
Caracterizada por paraplegia e por dissociação da
MIÓTOMOS CHAVES: perda sensorial com perda da sensibilidade à dor
C5= Deltoide: Elevação do braço e à temperatura (sensibilidade superficial), a
C6= Bíceps: Flexão do cotovelo sensibilidade à vibração e à pressão profunda fica
C7= Tríceps: Extensão do cotovelo preservada.
C8= Flexão de punho e dedos Causas: secundária a um infarto da medula no
T1= Abdução do dedo mínimo território de irrigação da artéria espinal anterior
L2= Iliopsoas: flexor do quadril Das lesões incompletas é a que tem pior
L3-4= Extensão do joelho e reflexo patelar prognóstico
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à Síndrome de Brown-Séquard: PAM= 50 a 150 mmHg: vasoconstricção auto-


Hemissecção da medula regulada para manter o FSC constante
Cursa com comprometimento motor ipsilateral
(lesa o trato corticoespinal) e perda da TCE grave pode prejudicar a auto-regulacao de tal
sensibilidade profunda ipsilateral e perda da modo que o cérebro fica incapaz de compensar as
sensibilidade superficial contralateral começando pudancas na PCC
um ou dois níveis abaixo da lesão (PCC = PAM – PIC)
Causas: geralmente por trauma penetrante
Costuma ocorrer algum grau de recuperação PAM < 50 mmHg: Hipoperfusão, hipóxia,
isquemia, infarto
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO: PAM > 150 mmHg: lesão da musc. arteriolar e
Couro cabeludo tem 5 camadas perda da BHE
Pele Skin Inchaço cerebral e elevação da PIC
TCSC Celular Tissue Aumento de hemorragias
Gálea Aponeurosis
Tecido Areolar Frouxo Low Fascia • Auto-regulação química
Periósteo Pericranium Vasos cerebrais se contraem ou dilatam em
Muito irrigado à risco de choque hemorrágico e resposta a alterações na PaO2 ou na PaCO2 do
morte sangue.
Hiperventilação (aumento da PaO2 e diminuição
TCE: da PaCO2) à vasoconstrição arteriolar
• História: nível de consciência, amnésia, Hipoventilação (diminuição da PaO2 e aumento
convulsão, cefaleia da PaCO2) à vasodilatação arteriolar
• Exame neurológico sumario: défice focal, GCS
e pupilas • Lesão primária e secundária
• Radiografia de coluna cervical e outras A lesão primária é a que ocorreu no trauma
• Nível sanguíneo de álcool e perfil taxológico da A lesão secundária é a que deve ser evitada pelo
urina atendente na emergência (ex: hipotensão,
• Avaliar indicação de TC e de internação hipóxia, hipercapnia ou hipocapnia iatrogênica
levam à lesão secundária)
• Reavaliação: Exames neurológicos seriados
• Repetir TC se mudar o estado clínico ou em
24h
• Cuidado: paciente com anticoagulante ou
antiagregante plaquetário
ü INR
ü Reverter anticoagulação

• Tipos de fraturas no RX de crânio


Linear temporoparietal
Linear temporoparietal e fratura-afundamento
parietal Portanto, deve ser feito esforço para aumentar a
Diastásica perfusão e o FS cerebral pela redução da PIC,
Cominutiva mantendo-se o volume intravascular normal,
mantendo a PAM normal e restaurando a
• Auto-regulação pressórica da PIC oxigenação normal e a normocapnia.
Vasos cerebrais pré-capilares tem capacidade de Hematomas e outras lesões que aumentem o
autoregulacao de acordo com o valor da Pressao volume intracraniano devem ser evacuados.
Arterial Média (PAM)
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PREVENIR LESÃO SECUNDÁRIA Confusão mental


Hipóxia (A e B) Sonolência
Hipotensão (C) Torpor
Garantir oxigenação e perfusão do cérebro (A, B e Coma
C) Edema de Papila
Identificar lesões de massa (TC e neurologia) Visãodupla
Transferir para centro com neurocirurgia imediata Cicloplegia
A TC não deve retardar a transferência Cegueira
Padrões respiratórios: Biot, Cheyne-Stokes,
• Anatomia Kussmaul
Espaços: Epidural
Subdural Pressão intracraniana:
Subaracnoideo • PIC normal no repouso: 10-15 mmHg
• PIC = 20-40 mmHg: HIC moderada
Tronco cerebral: MPB • PIC > 40 mmHg: HIC grave (Alto risco)
Mesencéfalo e ponte superior: manutenção do • PIC > 60 mmHg: ausência de fluxo quase
estado de alerta sempre fatal
Bulbo: centros vitais (cardiorrespiratórios)
à Doutrina de Monro-Kellie
Tentório do cerebelo à divide o encéfalo em 2
compartimentos à infra e supratentorial

NC III (oculomotor): primeiro par craniano que


“sai” do tronco cerebral, tem fibras
parassimpáticas que realizam constrição pupilar,
passa rente à incisura tentorial

• Herniação do Uncus
Com um hematoma epidural pode exemplo, pode
correr uma herniação da parte medial do lobo
temporal (uncus) através da incisura tentorial.

à Compressão das fibras parassimpáticas do NCIII


levando a perda de suas funções e dilatação
pupilar (MIDRÍASE IPSILATERAL) pois a atividade
simpática perde sua oposição. • Avaliação primária e reanimação
1-Estabilização cardiopulmonar: ABC
à Compressão do trato cortiço-espinal PAS < 100 mmHg: prioridade é causa e tratamento
(piramidal) do mesencéfalo. Sabe-se que esse da hemorragia
trato cruza para o lado oposto do forame magno, PAS > 100 mmHg e evidência de massa IC:
portanto na clínica encontra-se HEMIPLEGIA prioridade é o TC
CONTRALATERAL Intubação em todos pacientes comatosos (O2 a
100%) PERVENT
LEVE MI VASOCONST
.

CEREBRAL
.

• Hipertensão intracraniana Manter pCO2 em torno de 35 mmHg


Tríade de Cushing: O exame neurológico no paciente hipotenso NÃO
ü Hipertensão arterial É CONFIAVEL
ü Bradicardia
ü Arritmia respiratória 2-Exame neurológico direcionado: D
Outros sinais: Escala de coma de Glasgow: nível de consciência
Cefaleia e Vômitos
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pares (paralisia facial e perda de audição) imediata


ou após alguns dias da lesao.

à Fraturas abertas ou compostas: podem


estabelecer relação direta com a laceração do
couro cabeludo e a superfície cerebral, rompe-se
a dura-máter

à Fratura linear: aumenta 400x chance de


ocorrer um hematoma intracraniano

ü Lesões intracranianas
à Difusas:
Concussões causam distúrbios não focais
Obs: não testável à zero transitórios com frequentemente, perda de
13-15: trauma leve consciência, amnesia retrograda por 5-10
9-12: trauma moderado minutos, amnésia retrograda e anterógrada,
< 8: trauma grave confusão e desorientação por segundos.

Padrão pupilar: anisocoria, midríase, miose e Hipóxia, isquemia no cérebro (choque ou apneia)
resposta à luz causam lesões difusas graves
Nesses casos, a TC pode ser inicialmente normal

Impactos de alta velocidade ou lesões por


desaceleração causam hemorragias pontilhadas
(sal e pimenta), são lesões por cisalhamento –
lesão axonal difusa. Tem mau prognostico, cursa
com perda da consciência por + 6 hrs sem distubio
metabólico ou lesão expansiva da TC

à Focais:
Hematoma epidural (LIMÃO), é biconvexa, ocorre
entre o crânio e a dura-máter, são mais
frequentemente encontradas na região temporal
Défice neurológico localizado (focal): resposta ou temporoparietal, ocorrem geralmente por
motora assimétrica ruptura da artéria meníngea média causada por
fratura. Cursa com um episodio lúcido entre o
momento da lesão e a deterioração (FALA E
• Classificação das lesões MORRE)
ü Fraturas de crânio:
De calota e de base, podem ser lineares ou Hematoma subdural (BANANA), ocorre abaixo da
estreladas, abertas ou fechadas dura-máter, é concavoconvexa, ocorre
geralmente por dilaceração dos vasos superficiais
à Fratura de base: a lesão é vista na TC com pequenos ou dos vasos pontes do córtex cerebral,
janela para osso o comprometimento cerebral é mais grave pois a
QC: equimose periorbital (olhos de guaxinim), lesão parenquimatosa é concomitante.
equimose retroauricular (sinal de Battle), fissura
liquórica traves do nariz (rinorreia) ou do ouvido
(otorreia), hemotímpano e disfunção dos VII e VIII
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Déficit neurológico focal


Coagulopatias ou uso do AC
Intoxicação por álcool ou drogas
Convulsões
TC alterado
Trauma penetrante
Fratura de Crânio
Perda de LCR
Traumas associados
Falta de acompanhante

• TCE moderado
Hematomas intracerebrais ocorrem + nos lobos GCS 9-12
frontal e temporal, podem ser decorrentes de Fazer TC em TODOS os casos
contusões que evoluíram com o passar de horas Internação em hospital com possibilidade de
ou dias, por isso o pct deve ficar em observação neurocirugia
fazendo TCs quando indicado. Avaliações neurológicas frequentes (TC em 12 hrs)
Cuidado com hipoventilação: IOT, evitar
narcóticos
Se pior ou se não responder ordens simples:
CONSIDERAR COMO GRAVE

• TCE grave:
GCS 3-8
Realizar estabilização cardiopulmonar
Manter a PAM e O2 100%, fazer IOT
Tratamento imediato e agressivo, pois, é um caso
de alto risco
Internação em hospital com neurocirurgia
NÃO retardas a transferência por causa da TC
Reavaliação neurológica constante
Controle de hipertensão intracraniana

• TCE leve: Reposição hidroeletrolítica:


Glasgow 13-15, paciente consciente, falando, EVITAR: hipovolemia, sobrecarga hídrica, soluções
com história de desorientação, amnésia ou perda hipotônicas, hiponatremia, hiperglicemia (por
transitória da consciência, confusão por álcool e soluções com glicose)
tóxicos Usar sempre SF ou RL

à INDICAÇÃO DE TC:
GCS < 15 até 2 hrs após o trauma Redução da PIC:
Fratura exposta ou afundamento do crânio à MANITOL 20%:
Sinais de fratura de base do crânio NÃO usar em hipotensos
Vômitos (+ 2 episódios) 1g/1kg em 5 minutos
Idade > 65 anos Indicado para pacientes normovolêmicos com
Perda de consciência de + de 5 minutos déficit neurológico agudo
Amnesia retrograda e anterógrada de + 30 Encaminhar para TC ou para cirurgia
minutos
Mecanismo do trauma à SOLUCAO SALINA HIPERTÔNICA:
Cefaleia intensa Pode ser usada em hipotensos
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Em traumas de extremidades: retirar adornos dos


Barbitúricos: pacientes e imobilizar
Não indicado na fase aguda pois induz hipotensão As talas devem ser usadas o mais rápido possível
Não usar em hipotensos ou hipovolêmicos pois controlam a hemorragia e a dor mas NÃO
Dificulta a determinação de morte encefálica DEVEM PROCEDER A REANIMAÇÃO

Hiperventilação moderada: Avaliação primaria: localizar lesões que ponham a


Diminui a PaCO2 causando vasoconstrição vida do pct em risco
cerebral e redução da PIC
Manter a PaCO2 entre 25-30mmHg por curto Avaliação secundaria: localizar lesões que
período em situação extrema coloquem os membros do pct em risco
Normal é entre 35-45 mmHg
Caso > 45 mmHg ocorre vasodilatação de elevação Avaliação contínua: realizar uma revisão
da PIC sistemática para evitar quaisquer outras lesões
musculoesqueléticas passem desapercebidas
Anticonvulsivantes:
Devem ser usados na epilepsia pós-traumática, Inspeção: olhe e pergunte
pois convulsões por mais de 30-60 minutos Análise todo o corpo do paciente, inclusive o dorso
causam lesão cerebral secundária (rolamento em bloco com 4 pessoas)
Só quando absolutamente necessários pois inibem Busque lesões
a recuperação do cérebro Analise a atividade motora espontânea do
FENITOINA OU FOSFENITOINA paciente
DIAZEPAM OU LORAZEPAM
ANESTESIA GERAL Palpação: buscar locais com alteração de
sensibilidade e dor
• Tratamento
Cirúrgico • Risco à vida:
Couro cabeludo: deve ser limpo na área da ferida, 1) Casos de hemorragia arterial grave:
controlar perda sanguínea, realizar hemostasia - Ferimentos penetrantes
(pressão, cauterização, ligadura e sutura), ter - Traumas Fechados com fraturas e luxações
atenção com fraturas, corpo estranho e A hemorragia pode ser externa ou interna
vazamento de LCR 2) Síndrome do esmagamento (rabdomiólise)
Fraturas com afundamento de Crânio: redução 3) Embolia gordurosa
Ferimentos encefálicos penetrantes
Lesões Intracranianas de massa: hematomas • Avaliação primária
Controlar hemorragias Controlar sangramento é a prioridade
Descompressão à Hemorragias externas:
- Conduta:
E – EXPOSIÇÃO Compressão direta
Tração, realinhamento e imobilização de fraturas
Retirar toda a roupa do paciente, mas prevenindo com talas
a hipotermia Colocação adequada da tala: diminuir dor,
diminuir o sangramento e evita lesões de partes
TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO: moles
Aspecto frequentemente impressionante, mas Curativo estéril compressivo em fraturas expostas
sem risco imediato para a vida ou para o membro Torniquete: tem risco de aumentar o
sangramento, deve ser mantido por pouco tempo,
Em casos de fraturas expostas: não tentar colocar e considerar o que “importa” mais a vida do
o osso para “dentro” paciente ou a perda do membro
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Usar pinças hemostáticas: só em casos de vasos consolidação lenta de fraturas, pode precisar de
superficiais e evidentes (ex: kelly e bulldog) amputação
Reanimação com líquidos
- Locais mais frequentes:
à Hemorragias internas: Perna e coxa
Desaparecimento ou diminuição de pulsos (D = E) Antebraço
Extremidade fria e pálida Pé e mão
ITB (índice tornozelo-braquial) < 0,9 Região glútea
Hematoma em rápida expansão
Doppler - Diagnóstico: deve ser precoce
Ocorre dor intensa desproporcional
- Tto: igual à externa Edema tenso do compartimento
Compressão, reanimação com líquidos, uso de Assimetria dos compartimentos
torniquetes, realinhamento e imobilização Dor ao estiramento passivo
Após estabilização hemodinâmica: arteriografia Alteração de sensibilidade
ou angiotomografia computadorizada Ausência de pulso e enchimento capilar alterado
NÃO são confiáveis, pois são sinais tardios
à Síndrome do esmagamento (rabdomiólise Junto ao diagnostico clínico: medida da pressão
traumática): intracompartimental superior a 30-45 mmHg à
Esmagamento de coxa ou panturrilha lesão anóxica de músculos e nervos
Lesão muscular direta / isquêmica levando a Doentes inconscientes e com hipovolemia podem
morte celular e liberação de mioglobina (e ter os achados MASCARADOS
citocinas)
Insuficiência renal aguda - Alto risco de ocorrer em:
Coagulação Intravascular disseminada (CIVD) Fratura de Tíbia e antebraço
Acidose metabólica Curativo e gesso apertado
Hipercalemia e hipocalcemia Esmagamento importante
Reperfusão/Revascularização
- Avaliação: urina escura com teste positivo para Queimadura
Hb, e pesquisa de mioglobina na urina Exercício excessivo
Compressão externa prolongada
- Tto: terapia precoce e agressiva com fluidos IV
para evitar insuficiência renal induzida por - Tto:
mioglobina Retirar curativos, gesso e imobilizar
Fazer uma expansão intravascular com soluções Reavaliar a cada 30-60 minutos
salinas e diurese osmótica (visando garantir Fasciotomia descompressiva
volume tubular e fluxo urinário) Se houver retardo: déficit funcional, mioglobinuria
Diurese osmótica com manitol e IRA
Manter a diurese em 100 mL/hora até que a
mioglobinuria desapareça à Fraturas expostas
Cursa com infecção e problemas de cicatrização,
• Riscos ao membro: risco de alteração funcional e de perda do membro
à Síndrome compartimental
- Causada por aumento do conteúdo do - Tto: cirúrgico
compartilhamento (revascularização de Imobilização com curativo estéril
extremidade) ou por diminuição das dimensões do Estabilização hemodinâmica
compartimento (curativo apertado) Identificar lesões vasculares e nervosas
Profilaxia para o tetano
- Resultados: déficit neurológico, necrose Antibióticos sempre e de forma precoce
muscular, contratura isquêmica, infecção,
MARIA TERESA T. DE BESSA 41

Chamar um cirurgião para realizar debridamento


da lesão e exploração cirurgica

à Lesões articulares/Luxações
- Conduta:
Imobilizar na posição em que foi encontrada
Se a redução for bem-sucedida à imobilização
com talas, travesseiros e gesso
Avaliação neurológica

à Lesões vasculares e nervosas


Paciente hemodinamicamente normal
Distalmente à lesao:
Extremidade pálida, fria, parestesia
Discrepâncias entre pulsos
Índice tornozelo/braquial < 0,9
Enchimento capilar lento
Anomalias funcionais motoras
Perda da sensibilidade da mão (em luva) ou do pé
(sinal precoce de comprometimento vascular)
Hematoma em expansão
Hemorragia pulsátil

Comprometimento vascular pode ocorrer devido


à imobilização, por isso ela deve ser avaliada

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