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ATENDIMENTO INICIAL AO

DOENTE TRAUMATIZADO
“O destino do traumatizado está nas mãos de quem faz o
primeiro curativo”
Nicholas Senn, MD (1844–1908) Cirurgião do exército Americano
Por que ATLS?

O ATLS fornece
uma linguagem
comum
Princípios Fundamentais do ATLS
➢ Avaliação e tratamento baseados no XABCDE

(Sistematização)

➢ Tratar primeiro a maior ameaça à vida

➢ O diagnóstico definitivo não é importante de imediato

➢ O tempo é essencial

➢ Não provocar mais lesão


Objetivos do atendimento inicial
Avaliação rápida e precisa

Reanimar e estabilizar segundo


prioridades

Determinar as necessidades e os
recursos

Providenciar transferência para


tratamento definitivo se necessário

Garantir sempre o melhor atendimento


possível
Princípios Fundamentais do ATLS
(Avaliação Primária ou Exame Primário)

X - Exanguinante
Airway - Via aérea com proteção da coluna cervical
Breathing - Respiração / ventilação / oxigenação
Circulation- Circulação: parar a hemorragia!
Disability - Disfunção / estado neurológico
Expose - Exposição / Ambiente / temperatura corpórea
Desafios para o enfermeiro no pronto atendimento
No pronto atendimento

A - VIAS AÉREAS
Permeabilização
das vias aéreas
com prevenção de
hipóxia

Proteção da coluna
cervical
No pronto atendimento

DENTRE AS CAUSAS DE MORTE INCLUI:

1- demora em reconhecer obstrução parcial da VA


2- demora em providenciar uma V.A
3- demora em providenciar assistência ventilatoria
4- aspiração de conteúdo gástrico.
No pronto atendimento

ANATOMIA DAS VIAS AÉREAS

Sinais de
obstrução

Respiração
ruidosa Sibilos

Estridor
No pronto atendimento

A - VIAS AÉREAS
Ver

Ouvir

Sentir
ABORDAGEM INICIAL DAS VIAS AÉREAS

Elevação do mento
(Chin-lift)

Tração da mandíbula
(Jaw-thrust)
ABORDAGEM INICIAL DAS VIAS AÉREAS

Cuidado

Proteger a coluna
cervical durante a
abordagem da via
aérea
ABORDAGEM INICIAL DAS VIAS AÉREAS
SUPORTE BÁSICO DE VIDA

A
✓Cânulas Guedel

✓Posição correta
Dispositivos Extraraglóticos

A Cânula guedel

Máscara laríngea
Dispositivos Extraraglóticos

A Combitube

Tubo laríngeo
ABORDAGEM INICIAL DAS VIAS AÉREAS
CLASSIFICAÇÃO DE MALLAMPATI
B- RESPIRAÇÃO - MÉTODO DE
VENTILAÇÃO
TRAUMA TORÁCICO
B – RESPIRAÇÃO, VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO
Sinais Objetivos

Ver

Ouvir

Sentir
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

Inspeção

Palpação

Percussão

Ausculta
Anatomia
TRAUMA TORÁCICO

Auto índice de
suspeita
LESÕES ESPECÍFICAS MAIS COMUNS

Pneumotórax hipertensivo

Pneumotórax aberto

Hemotórax

Tórax instável

Tamponamento cardíaco
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

● Desconforto respiratório
● Choque
● Distensão de veias do pescoço
● Diminuição do murmúrio vesicular do lado afetado
● Timpanismo
● Cianose (sinal tardio)
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

● Tratamento
Condução do Enfermeiro (a)

Olhar crítico para identificar a


prioridade

Dar condições para realização


da toracocentese de alívio
PNEUMOTÓRAX ABERTO
● Curativo sobre a lesão.
● Drenagem de tórax
● Cirurgia definitiva
PNEUMOTÓRAX ABERTO
HEMOTÓRAX MACIÇO

● Ruptura de vasos da circulação sistêmica / pulmonar


● Perda de sangue ≥ 1500 mL
● Veias do pescoço distendidas ou não
● Choque com ausência de
murmúrio vesicular e/ou
macicez à percussão
TÓRAX INSTÁVEL
Drenagem torácica
TÓRAX INSTÁVEL

TRATAMENTO

INTUBAÇÃO REPOSIÇÃO
OXIGÊNIO REESPANSÃO
VOLÊMICA ANALGESIA
PULMONAR SN CUIDADOSA
INSPECIONE ESTE TÓRAX
INSPECIONE ESTE TÓRAX
TAMPONAMENTO CARDÍACO

 Mais comum nos ferimentos penetrantes


 Sangue no saco pericárdico
 Como isso pode matar?
 O que fazer?
TAMPONAMENTO CARDÍACO

● Diminuição da pressão arterial


● Distensão das veias do pescoço
● Abafamento das bulhas cardíacas
● Atividade elétrica sem pulso (AESP)
TAMPONAMENTO CARDÍACO

● Tratamento
TAMPONAMENTO CARDÍACO

● Tratamento
Condução do Enfermeiro (a)

Olhar crítico para identificar a


prioridade

Dar condições para


realização da
pericardiocentese de alívio
Condução do enfermeiro (a)

● Tratamento
No pronto atendimento

C- CHOQUE HIPOVOLÊMICO
➢ TIPOS
✓ Hipovolêmico e não hipovolêmico

➢ CAUSAS (não hipovolêmico)


•Pneumotórax hipertensivo
•Tamponamento cardíaco
•Cardiogênico
•Séptico
•Neurogênico
No pronto atendimento

C- CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Definição
Condição em que o volume
intravascular é perdido em razão de
hemorragia, vômitos, diarreia,
desidratação e perdas para o terceiro
espaço.

Estado de hipoperfusão generalizada que pode levar a


morte em pouco tempo.
C- CHOQUE HIPOVOLÊMICO

Qual e
responsabilidade do
Enfermeiro frente ao
Choque Hipovolêmico?
CHOQUE HIPOVOLÊMICO

Nós precisamos ter


essa resposta.
Raciocínio
crítico

Olhar Enxergar
O que nós conseguimos enxergar
nesse doente?
CHOQUE HIPOVOLÊMICO

O QUE A ENFERMAGEM PRECISA


ENXERGAR?
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Fatores importantes a serem considerados
Todo doente vítima de trauma O tratamento da causa base
com taquicardia até prova é primordial e muitas vezes
contrária está em choque com intervenção cirúrgica de
urgência

A principal causa é a hemorragia por trauma –


as manifestações clínicas decorrem da perda > a 40%
volemia

Considerar sempre os mecanismos


de trauma significativos.
ACIDENTES TRAUMÁTICOS

PERDA DE SANGUE MAIOR 40%

↓ PRÉ CARGA

REDUÇÃO DO RETORNO VENOSO

↓ PERFUSÃO
CORAÇÃO Hipotensão e queda do DC OLIGÚRIA
E CÉREBRO

CONFUSÃO MENTAL VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA

PALIDEZ CUTANEO-MUCOSA TAQUICARDIA PELE FRIA E PEGAJOSA


CLASSE PERDA SINAIS E SINTOMAS TRATAMENTO BESE
EXCESS
• Ansiedade discreta
• Pressão arterial normal
Perda < 750 mL (<15%) • FC <100/minuto Cristalóides 0 a -2 mEq/L
CLASSE I
• R: 14-20/minuto
• Déb. urinário: 30mL/hora ou mais
• Ansiedade
• Pressão arterial normal
• FC: > 100/minuto Cristalóides, -2 a -6 mEq/L
Perda de 750-1500 mL •  Pressão de pulso sangue?
CLASSE II
(15-30%) • R: 20-30/minuto Regra
• Déb. urinário: 20-30 mL/hora 1/1/1
• Confusão, ansiedade
•  Pressão arterial
• FC > 120/minuto Cristalóides, -6 a -10 mEq/L
Perda de 1500-2000 mL •  Pressão de pulso componentes
CLASSE III
(30-40%) • R: 30-40/minuto sanguíneos, cirurgia
• Déb. urinário: 5-15 mL/hora
• Confusão, letargia
• Hipotensão
• FC > 140/minuto Controle definitivo, -10 mEq/L ou
Perda > 2000 mL (>40%) •  Pressão de pulso componentes menos
CLASSE IV
• R > 35/minuto sanguíneos
• Diurese desprezível
CHOQUE HIPOVOLÊMICO

Hemorragia

Interna Externa

Compressã
Tórax Abdomem Pelve Fêmu o direta
Torniquete
CHOQUE HIPOVOLÊMICO

O doente está em choque?


➢ Alteração do nível de consciência, ansiedade
➢ Pele fria e diaforética
➢ Taquicardia
➢ Taquipneia, respiração superficial
➢ Hipotensão
➢  Débito urinário
Intervenções
O que pode ser feito?
Compressão torniquete
direta

PARAR
a
Redução do hemorragia! Imobilização
volume pélvico de fraturas

cirurgia
Intervenções
O que pode ser feito?

➢ Reposição volêmica
➢ Acesso venoso?
➢ Tipo?
➢ Volume?

➢ Monitorar a resposta
➢ Prevenir a hipotermia!
Resposta do doente
Como avaliar a resposta do doente?

Identificar a melhora da função orgânica

● Pele: quente, enchimento capilar


● Renal:  débito urinário
● Sinais vitais
● SNC: melhora do nível de consciência
Armadilhas
Complicações do Choque e de seu
tratamento

Armadilhas
● Hipotermia
● Coagulopatia precoce
D- AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
FISIOPATOLOGIA

Lesão cerebral primária


Lesão cerebral secundária
Causas sistêmicas
Causas intracranianas
LESÃO CEREBRAL SECUNDÁRIA

Causas
Causas sistêmicas
intracranianas
Hipóxia Convulsões
Aumento ou diminuição do Edema cerebral
CO2

Anemia Hematomas

Hipotensão Hipertensão
intracraniana
Aumento ou diminuição da
glicemia
Pressão Intracraniana

• Conteúdo intracraniano
• 80% tecido cerebral
• 10% sangue
• 10% liquor

• O volume ou espaço intracraniano é fixo


Efeitos clínicos do aumento da PIC

Pressão exercida sobre o cérebro


Córtex cerebral
Alteração do nível de consciência

Hipotálamo
Vômito
Efeitos clínicos do aumento da PIC
Sinais de alarme de possível aumento da PIC e
de herniação iminente
 Queda de 2 pontos ou mais na escala de Glasgow

 Pupilas não reativas ou com reflexo mais lento

 Aparecimento de hemiplegia ou hemiparesia

 Fenômeno de Cushing
TIPOS DE LESÃO TRAUMÁTICA

Fratura de crânio com afundamento e contusão


TIPOS DE LESÃO TRAUMÁTICA

Hematoma epidural
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
ESCALA DE COMA DE GASGLOW

➢ Nível de Gravidade :
• ECG = ou < 8 = TCE grave

• ECG entre 9 e 12 = TCE moderado

• ECG entre 13 e 15 = TCE leve


E) EXPOSIÇÃO COMPLETA DO PACIÊNTE
COM CONTROLE DE HIPOTERMIA
Exposição / Ambiente
Despir completamente o doente

Cuidado

Prevenir a hipotermia
O TRABALHO EM
EQUIPE É
FUNDAMENTAL
Reanimação no trauma

COMO REANIMAR?
 Proteger e garantir a permeabilidade das
vias aéreas;
 Ventilar e oxigenar;
 Parar o sangramento;
 Tratar o choque;
 Proteger da hipotermia.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A avaliação primária e a
reanimação das funções
vitais são feitas
simultaneamente, em um
trabalho de equipe.
➢ Resumo:
• O atendimento do traumatizado baseado
nos XABCDEs;
• É um método seguro;
• Não provocar mais lesões;
• Tratar primeiro a ameaça maior à vida.
TODO CUIDADO É POUCO
HUMANIZANDO NA
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
DOE UM BRINQUEDO E FAÇA UMA
CRIANÇA FELIZ
Obrigada!

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