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CHOQUE

XX Semana do Trauma

RAFAEL DIA MARIA

Moderador: Alexandre Ribeiro


Definição

Choque é uma anormalidade do sistema


circulatório que resulta em PERFUSÃO
orgânica e oxigenação tecidual inadequadas

O QUE FAZER: RECONHECER A PRESENÇA DO


CHOQUE
Fisiologia Cardíaca

PA= D.C X RVP


Choque
AVALIAÇÃO INICIAL
Reconhecimento do Choque

 Alteração do nível de consciência

TAQUICARDIA
 Frequência Cardíaca

ATENTO!: NÃO confiar exclusivamente na pressão


TAQUIPNÉIA
 Frequência Respiratória sistólica
Vasoconstrição cutanea FRIA
 Perfusão Cutânea
HIPOTENSÃO
 Pressão Arterial
DIMINUIÇÃO
 Débito Urinário
Reconhecimento do Choque

Sinais precoces de perda de volume


sanguíneo em adultos: TAQUICARDIA e
VASOCONSTRIÇÃO CUTÂNEA.

FAIXA ETÁRIA TAQUICARDIA


LACTENTE FC > 160
CuidadoPRÉ-ESCOLAR FC > 140
com
PUBERDADE FC > 120
idosos!!!!
ADULTO FC > 100
Etiologias do Choque
HEMORRÁGICO X NÃO HEMORRÁGICO
(HIPOVOLÊMICO)
• Choque Cardiogênico
• Perda de sangue • Tamponamento
• Perda de fluidos cardíaco
• Pneumotórax
Hipertensivo
• Choque Neurogênico
• Choque Séptico
Choques
Não Hemorrágicos
Choque Cardiogênico
Disfunção Miocárdica:

 Trauma fechado do coração


ECG e A ECOCARDIOGRAFIA
Mecanismo
(traçados de lesão:
sugestivos de desaceleração
lesão), rápida
FAST (presença de líquido no pericárdio)
 Tamponamento cardíaco
Trauma cardíacoFerimento
contuso penetrante
– monitoração precoce
e contusão da
cardíaca
PVC
 Embolia gasosa
 IAM
Tamponamento Cardíaco
 Sinais Clássicos:
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: Ausência de
murmúrio vesicular e timpanismo à percussão.
1. Taquicardia
2. Bulhas abafadas
Tratamento: Toracotomia
3. Estase de Jugular triade de beck
Pericardiocentese: manobra paliativa temporária
4. Hipotensão
Tamponamento Cardíaco
Pneumotórax Hipertensivo
Mecanismo valvar
unidirecional

Aumento da pressão
intrapleural

Colapso pulmonar
Desvio do mediastino

Redução do retorno venoso

Diminuição do Débito
Cardíaco
Pneumotórax Hipertensivo
 Sinais:
 Insuficiência Respiratória Aguda

 Enfisema Subcutâneo

 Ausência de murmúrio vesicular

 Timpanismo à percussão

 Desvio da traqueia
Choque Neurogênico
 Lesão medular provocando hipotensão por perda do
tônus simpático.

 Choque com hipotensão sem taquicardia e


vasoconstrição cutânea.

Lesões intracranianas isoladas não causam choque

Tratamento inicial: HIPOVOLÊMICOS


Choque Séptico
 Chegada do paciente ao PS demorando
algumas horas.

 Ferimentos penetrantes de abdome com


contaminação peritoneal por conteúdo
intestinal.
Choque Hemorrágico
Choque Hemorrágico
 Hemorragia: perda aguda de volume sanguíneo.

Volume sanguíneo
ADULTO CRIANÇA

7% do seu 8 a 9% do seu
peso corporal peso corporal

ATENTO!: OBESOS
Choque Hemorrágico
 Classificação de hemorragia em 4 classes:
• Classe I: perda de até 15% do volume sanguíneo

• Classe II: perda de 15% a 30% do volume sanguíneo

• Classe III: perda de 30% a 40% do volume sanguíneo

• Classe IV: perda de mais de 40% do volume


sanguíneo
Choque Classe I
 Sintomas clínicos são mínimos

 Até 15%
TAQUICARDIA LEVE

 Pressão arterial, pressão de pulso e ou na frequência


respiratória: sem alteração

 Reposição Não

 Volemia Restaurada em 24h


Choque Classe II
 Sinais clínicos:

15% a 30%
 Taquicardia
 Taquipneia
 Diminuição da pressão de pulso
 Alterações sutis do SNC
 Débito urinário: 20 a 30 mL/h no adulto

Soluções cristalóides
 Reposição
Choque Classe III
 Sinais clínicos:
30% a 40%
 Taquicardia acentuada
 Taquipneia
 Alterações significativas do estado mental
 Queda mensurável da pressão sistólica

 Soluções cristalóides e sangue


Reposição
Choque Classe IV
 Sinais Clínicos:
Mais de 40%
 Taquicardia acentuada
 Redução significativa da pressão sistólica
 Pressão de pulso muito pinçada
 Débito urinário desprezível
 Nível de consciência deprimido
 Pele fria e pálida
Transfusão sanguínea rápida e
 Reposição intervenção cirúrgica imediata
Classe I Classe II Classe III Classe IV
Perda
sanguínea Até 750 750 - 1500 1500 - 2000 > 2000
(mL)

Perda
Até 15% 15% - 30% 30% - 40% > 40%
sanguínea (%)

Frequência de
< 100 100 - 120 120-140 > 40%
pulso
P.A. Normal Normal Diminuída Diminuída

Pressão de
Normal ou aumentada Diminuída Diminuída Diminuída
pulso (mmHg)

F.R. 14 - 20 20 - 30 30 - 40 > 40
Diurese 20 – 30
> 30 5 -15 Desprezível
(mL/h) (pouco afetada)
Moderadamente Ansioso, Confuso,
Estado mental Levemente ansioso
ansioso confuso letárgico
Sangue e
Reposição Cristaloide e intervenção
(Compensação) Cristaloide
Volêmica (3:1) sangue cirúrgica
imediata
Alterações secundárias do fluido

 Lesões extensas de partes moles e fraturas:

1. Perda de sangue no local lesado


- Fratura de úmero ou tíbia, fêmur, pélvica

2. Edema devido a lesão tecidual

ATENTO!: Hemorragias Ocultas


Sangue no chão + 4 locais
Abordagem Inicial do
Choque Hemorrágico

Princípio básico: interromper / repor


Exame Físico
 ABDCE - C - CIRCULAÇÃO

 Controle da hemorragia externa


 Acesso venoso
Prioridade:
 Perfusão tecidual interromper a
hemorragia
• Descompressão gástrica
• Sondagem vesical
TRATAMENTO
Acesso Vascular
 Dois cateteres intravenosos periféricos em veias antecubitais**

 Cateter curto e calibroso

 Líquidos aquecidos e bombas de infusão rápida

 Dissecção cirúrgica da veia safena

 Acesso Venoso Central – Técnica de Seldinger

 Crianças < 6 anos: acesso intraósseo


Acesso Vascular
1. Amostras de sangue:

 Tipagem e prova cruzada


 Teste de gravidez

2. Coleta de gasometria arterial

Acesso Central: Raio X de tórax


Reposição Volêmica Inicial
 Soluções eletrolíticas isotônicas:
SF
ADULTOS CRIANÇAS Ringer Lactato

1 a 2 litros** 20mL/kg

Volumes absolutos = resposta do doente

Procurar sinais de perfusão e oxigenação finais


adequadas
Reposição Volêmica Inicial
 Volume de cristaloides a ser reposto de imediato:

Regra 3 para 1**


Administração excessiva: tríade letal
CAH

Balança: PERFUSÃO x AUMENTO DA


HEMORRAGIA

“Reanimação Controlada”
Respostas do Doente
Doente X Doente
hemodinamicamente hemodinamicamente
estável normal

 Resposta Rápida

 Resposta Transitória

 Resposta Mínima ou Ausente


RESPOSTA
RESPOSTA
RESPOSTA RÁPIDA MÍNIMA OU SEM
TRANSITÓRIA
RESPOSTA

Melhora transitória,
Sinais Vitais Retorno ao normal Continuam anormais
recidiva ( P.A. e F.C)

Moderada e
Perda sanguínea Mínima Grave
persistente
estimada (10% - 20%) ( >40%)
(20% - 40%)

Necessidade de mais
Baixa Alta Alta
cristalóide

Tipado e com prova Liberado em caráter


Preparo de sangue Tipo específico
cruzada de emergência

Necessidade de
Possível Provável Muito provável
cirurgia
Presença precoce do
Sim Sim Sim
cirurgião
Reposição de Sangue

Resposta Transitória ou Mínima/ Ausente

Hemorragia classe III ou IV

• Provas cruzadas: demora 1h (R. Rápida)


• Tipo específico: demora 10 min (R. Transitória)
• Tipo O: uso imediato
Considerações Especiais
ATENÇÃO
 EQUIPARAÇÃO DA PA AO DC P = DC x R

 GRAVIDEZ Hipervolemia fisiológica

 MEDICAMENTOS Beta-Bloq e Bloq de Ca

 HIPOTERMIA Coagulopatia
Considerações Especiais
ATENÇÃO

 IDOSOS Não apresentar TAQUICARDIA

 MARCA-PASSO Limitação da FC

 ATLETAS Compensação prolongada


Reavaliação e Prevenção

 Hemorragia contínua

 Hiperhidratação

 Reconhecimento de outros problemas


Atualização da 10ª edição do
ATLS
 1 acesso venoso periférico nº18
 1 Litro de reposição volêmica
 Regra de reposição volêmica 1:1:1
 Transfusão maciça:
-4 unidades de concentrado de hemácias na ultima hora
- Mais do que 10 unidades concentrado de hemácias
 Uso de Ácido Tranexâmico
 Uso de Tromboelastrograma
Bibliografia

ATLS - Advanced trauma life support: 9 º Ed


OBRIGADO

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