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Controle de
Hemorragia
SUMÁRIO
1. Hemorragias........................................................................................................3
2. Avaliação da hemorragia......................................................................................5
3. Choque hemorrágico............................................................................................7
4. Sangramentos externos.....................................................................................12
5. Sangramentos internos......................................................................................17
REFERÊNCIAS...................................................................................................................23
1. HEMORRAGIAS
A hemorragia é a perda de sangue através de ferimentos ou pelas cavidades na-
turais e pode ser também interna, sem exteriorização do sangue. Podem resultar de
um trauma, mas também está presente em diversas condições clínicas. Os quadros
agudos com grande perda de volume são graves e podem levar ao choque hipovolê-
mico e óbito, enquanto as perdas lentas e crônicas costumam levar à anemia ferro-
priva. As hemorragias podem ser classificadas em arteriais, venosas ou capilares e
internas ou externas. As hemorragias arteriais apresentam como características um
sangramento de coloração vermelho vivo, em jato pulsátil, enquanto nas venosas o
sangue é mais escuro e sai contínua e lentamente, escorrendo pela ferida. Já as he-
morragias capilares apresentam coloração intermediária, o sangue goteja lentamen-
te pelo ferimento e geralmente é muito fácil estancá-las através da pressão direta.
Cavidade como
peritônio,
pleura e pericárdio
INTERNA
• Vermelho vivo
Sangramento
• Rápido (jorrando/
visível
pulsando)
VASOS
VEJA
CAPILARES
• Vermelho médio
• Vermelho escuro
• Lento, uniforme,
• Fluxo constante
gotejamento
2. AVALIAÇÃO DA HEMORRAGIA
O Advanced Trauma Life Suport (ATLS) descreve quatro classes de hemorragia, ba-
seadas nos sinais clínicos que são úteis para estimar a porcentagem de perda aguda
de sangue.
A hemorragia classe I envolve perda de volume sanguíneo de até 15%. A frequên-
cia cardíaca é minimamente elevada ou normal e não há alterações na pressão
arterial ou frequência respiratória. Para pacientes saudáveis essa quantidade de
perda de sangue não requer substituição porque os mecanismos compensatórios
restauram o volume sanguíneo dentro de 24 horas, sem necessidade de transfusão
de sangue.
Perda sanguínea
<15% 15-30% 31-40% >40%
aproximada
Pressão de pulso ←→ ↓ ↓ ↓
Débito urinário ←→ ←→ ↓ ↓↓
Glasgow ←→ ←→ ↓ ↓
Classificação
Hemorragias
3. CHOQUE HEMORRÁGICO
O choque é definido pelo ATLS como uma anormalidade do sistema circulatório,
que resulta em perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas. O primeiro
passo é reconhecê-lo e o segundo é identificar a sua provável causa para planejar o
tratamento. No paciente vítima de trauma a hemorragia é a causa mais comum de
choque.
FIGURA 02
Contratilidade
Pré-carga Pós-carga
miocárdica
Presença precoce do
Sim Sim Sim
cirurgião
CHOQUE
Conduta
HEMORRÁGICO
MECANISMO
COMPENSATÓRIO 2 acessos calibrosos (≤16G);
Amostras de sangue;
1l de cristaloide aquecido
Vasoconstricção periférica;
↑ FC
AVALIAR RESPOSTA
DISFUNÇÃO ORGÂNICA
Rápida
Transitória
Mínima
Torniquetes:
Os torniquetes, como já citado, devem ser usados como último recurso no con-
trole de uma hemorragia em membros. Deve ser considerado em casos de lesão de
artéria calibrosa, membro parcial ou totalmente decepado e sangramento incontro-
lável. É possível improvisar um torniquete com retalhos, lenços, toalhas, gravatas ou
panos, com pelo menos 8cm de largura ou usar dispositivos específicos comerciali-
zados com essa função.
Uso do torniquete:
Sangramento nasal
O sangramento nasal é relativamente comum, podendo ser resultado de lesão,
doença, exercício, temperaturas extremas ou outras causas. Sangramentos nasais
intensos podem causar perda de sangue importante. Pode ser causado por fratura
de crânio e, se esta for a suspeita, deve-se acionar o SAMU, sem tentar interromper
o sangramento pois levaria a um aumento na pressão intracraniana. É preciso co-
brir o orifício nasal com curativo estéril seco para absorver o sangue. Se a suspeita
não for de fratura de crânio deve-se manter a vítima sentada, imóvel, inclinada para
frente, impedindo que o sangue seja aspirado. Uma opção é apertar as narinas ou
colocar gaze enrolada entre o lábio superior e a gengiva e pressionar com os dedos.
Se o sangramento não for interrompido, inserir gazes pequenas na narina e aplicar
pressão.
5. SANGRAMENTOS INTERNOS
As principais áreas de hemorragias internas são o tórax, abdome, retroperitônio,
bacia e ossos longos. A fonte do sangramento geralmente é identificada pelo exame
físico e de imagem (por exemplo, radiografia de tórax, pelve ou FAST- avaliação ul-
trassonográfica direcionada para trauma). O tratamento pode incluir a descompres-
são do tórax, compressão da pelve, uso de imobilizadores e intervenção cirúrgica.
Lesões de órgãos e vísceras retroperitoneais são difíceis de serem reconhecidos
e diagnosticadas pois essa área não possibilita a realização de um exame físico ade-
quado; além disso, os sinais ou sintomas de peritonite podem não estar presentes
na fase inicial. Outra dificuldade diagnóstica é que este espaço não é acessado pelo
lavado peritoneal diagnóstico (LPD) e é difícil de ser avaliado pela ultrassonografia
direcionada pera trauma (FAST).
Tórax:
O depósito sanguíneo e de líquidos no tórax tem a capacidade de prejudicar a
respiração ao comprimir o pulmão e limitar os movimentos respiratórios. Já o he-
motórax maciço além de provocar essas limitações majoritariamente faz o paciente
evoluir para hipovolemia e choque, esse é definido pelo acúmulo em curto período de
um litro e meio de sangue ou pelo menos um terço do volume de sangue no tórax. É
causado mais comumente por traumas penetrantes que dilaceram os vasos sistêmi-
cos ou hilares. Pode haver nesses pacientes jugulares colabadas pela hipovolemia
ou dilatadas se houver um pneumotórax hipertensivo concomitante. Na avaliação
inicial o paciente vai apresentar ausência do murmúrio vesicular e/ou macicez à
percussão de um dos hemitóraces. É tratado incialmente com reposição volêmica e
descompressão da cavidade torácica.
Pelve:
As fraturas pélvicas instáveis e lesões vasculares associadas podem causar cho-
que hemorrágico. No exame físico o flanco, escroto e área perineal devem ser inspe-
cionados à procura de sangue no meato uretral, edema, hematoma ou laceração do
períneo, vagina, reto ou nádegas, sugestivo de fratura pélvica exposta. A instabilida-
de mecânica do anel pélvico pode ser testada pela manipulação da pelve com uma
leve pressão sobre as cristas ilíacas de forma medial e descendente.
SANGRAMENTO
INTERNO
Interna
Localização
Externa
Vasos Arterial
Hemotórax
Tórax Venosa
maciço: drenar
HEMORRAGIAs
Conduta Capilar
Abdome
individualizada
Retroperitônio
HEMORRAGIA
CLASSIFICAÇÃO Classe I
INTERNA
<15%
Ossos longos
Classe II
15 a 30%
HEMORRAGIA CHOQUE
EXTERNA HEMORRÁGICO
Classe III
Sangramento nasal Sangramento nasal ABCDE
31 a 40%
Sem fratura de Pressão direta Amostra de sangue
crânio = comprimir
sentado, inclinado Classe IV
1L de cristaloide
para frente Pressão indireta
aquecido
>40%
Torniquete Avaliar resposta
Sanar
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