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AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA

EM PACIENTES CRÍTICOS

Luara Dantas Espinosa


Avaliação hemodinâmica em
pacientes críticos
 Pacientes com insuficiência renal aguda no
contexto de choque circulatório, associado
anasarca e/ou trocas gasosas ruins...

Remover volume devido edema ou administrar


volume para melhorar a hemodinâmica?
Avaliação hemodinâmica em
pacientes críticos

Para minimizar a chance de decisões incorretas, é


necessário conhecer as ferramentas disponíveis para
avaliação hemodinâmica invasiva e de estimativa da
volemia no paciente com doença crítica.
Volume intravascular e extravascular

O volume intravascular efetivo (VIVE) equivale


grosseiramente ao volume intravascular do sistema
arterial

VIVE Catecolaminas/ Vasopressina SRAA


DC e RVP além da reabsorção de Na e H2O
Volume intravascular e extravascular

 Em geral, o volume intravascular varia diretamente com o volume do


LEC.

 Existem situações em que o volume do LEC está aumentado, mas o


VIVE está reduzido. Ex: ICC, Cirrose Hepática, Síndrome Nefrótica.
Além do paciente hemodinamicamente instável (hipotensão), com
albumina baixa, aumento da permeabilidade capilar, recebe um
excesso de reposição de soluções.
Diagnóstico Clínico de
volemia
 Diagnóstico clínico é desafiador quando o VIVE e o volume
LEC variam em direções opostas.
 Alguns sinais podem ajudar:
 Hipovolemia: vômitos, diarreia, poliúria, hemorragia,
hipotensão, oligúria, ressecamento de pele e mucosas,
enchimento capilar prolongado.
 Hipervolemia: ganho de peso, edema hipertensão.
Diagnóstico Clínico de
volemia
 EXAMES COMPLEMENTARES SIMPLES:
 Na Urinário: Geralmente paciente hipovolêmico tem sódio
urinário baixo(< 20mEq/l)
 Relação Ureia/ creatinina
 BNP
 FENa
 FEUreia
 Osmolaridade
MEDIDAS ESTÁTICAS DE PRÉ-CARGA

 Pressão Venosa Central:


Requer um CVC na junção da Veia Cava Superior com o átrio
direito.

 Não é fidedigna quando:


 Anormalidades do ventrículo esquerdo
 Anormalidades do ventrículo direito
 Anormalidades Pulmonares

Não é capaz de determinar volemia nem prever resposta a


expansão volêmica.
MEDIDAS ESTÁTICAS DE PRÉ-CARGA

 Pressão de Oclusão da Artéria Pulmonar (POAP):


Cateter de Swan-Ganz : inserção e posicionamento complexo
por isso vem perdendo espaço na prática clínica

Avaliar a pressão como marcador de volume de enchimento


das câmaras cardíacas esquerdas.

Grande sobreposição de valores da POAP entre respondedores


e não respondedores a volume.
AVALIAÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO

Resposta positiva a expansão volêmica: aumento


maior ou igual a 15% no índice cardíaco após
desafio rápido de volume.
AVALIAÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO

 Cateter de Swan-Ganz: método de termodiluição


Usado para avaliar o índice cardíaco antes e após uma prova
de volume.

Não resulta em melhora do prognóstico.


AVALIAÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO

 Doppler esofagiano: transdutor localizado na


extremidade distal de uma sonda flexível, sua
ponta é colocada até nível médio do tórax

Mensuração da velocidade de fluxo sanguíneo na


aorta descendente.
MARCADORES DINÂMICOS
MARCADORES DINÂMICOS
 Variação da pressão de pulso (delta PP):
Utilizado como marcador indireto do volume sistólico

 Avalia-se a Pressão sistólica máxima em dois momentos distintos do


ciclo respiratório (um na inspiração e outro na expiração), se a
variação for > 13% o paciente responderá a volume.

 Algumas condições são necessárias:


Paciente em ventilação mecânica controlada a volume, com volume
corrente > 8ml/kg e sedados.
Teste de elevação passiva das pernas
 Mimetiza de forma rápida e reversível a infusão
de volume.

 Resposta positiva: aumento > 8% no fluxo


sanguíneo aórtico medido através do doppler
esofagiano

 Pode ser utilizado no paciente em ventilação


espontânea e com arritmia cardíaca.
Índice de variação do calibre da
veia cava superior
 Avaliação pelo eco transesofágico

 VCS atinge diâmetro mínimo na insuflação e máximo na


expiração

 Resposta volêmica: Variação no diâmetro > 36%

 Sensibilidade 90% e especificidade 100%


Índice de variação do calibre da
veia cava inferior
 Comportamento oposto ao da VCS

 Diâmetro máximo na insuflação pulmonar e diâmetro


mínimo na expiração

 Resposta positiva a volume: Índice de variação respiratória


do diâmetro da VCI > 18%
Índice de variação do calibre da
veia cava superior e inferior
 Limitações:
 Paciente deve estar em ventilação mecânica em modo
controlado por volume, profundamente sedado.

 Falta de validação em pacientes com arritmias ou doença


cardiopulmonar grave

 Situações que aumentam a pressão intra-abdominal


inviabilizam o emprego
(obesidade, trauma, laparotomia)
Avaliação da volemia na diálise

Além dos dados clínicos, é recomendado que o nefrologista


use medidas como a pré-carga, débito cardíaco antes e após
prova de volume, Delta PP – melhora a acurácia do seu
diagnóstico volêmico e minimiza as chances de cálculos
incorretos da taxa de ultrafiltração.
 Fonte:
Artigo de revisão do Jornal Brasileiro de nefrologia:
Avaliação hemodinâmica em paciente criticamente
enfermo.

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