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Aula 9: Assistolia 30
Fibrilação atrial
Classificação
• FA persistente → persiste por mais de 7 dias. Se não for feita a conversão, o ritmo é mantido de
forma indefinida.
Manifestação clínica
Palpitações, dispneia, tontura e desconforto precordial são alguns dos sinais e sintomas da fibrilação
atrial, porém muitas vezes a clínica é assintomática. O exame físico é caracterizado por um ritmo
cardíaco irregular, perda da onda A no pulso venoso e a ausência da quarta bulha cardíaca (B4).
Essa é uma dica importante, pois se a questão citar a presença de B4, a fibrilação atrial já pode ser
descartada.
Tratamento
• Prefere-se:
– Betabloqueadores (BB) são melhor indicados nos coronariopatas, e hipertireoideos, melhores
no controle crônico;
– Antagonistas dos canais de cálcio não-diidropiridínicos são preferidos nos portadores de
DPOC e asma, e são melhores no controle agudo;
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– Os digitálicos possuem melhor indicação na insuficiência cardíaca grave.
Escore CHA2DS2-VASC
H HAS 1 ponto
D Diabetes 1 ponto
A partir desse escore é possível definir qual será a conduta em relação a anticoagulação desse
paciente com fibrilação atrial.
Conduta:
• 1 ponto: é recomendado a anticoagulação, porém aqui a conduta não é tão fechada. Pode-se não
iniciar a profilaxia antitrombótica OU prescrever apenas AAS, OU iniciar a anticoagulação plena
(preferencial);
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Anticoagulo o paciente com qual droga?
Tradicionalmente com varfarina oral, mas pode-se utilizar os novos anticoagulantes orais (fibrilação
atrial não valvar): apixabana, rivaroxabana e dabigatrana.
Um detalhe importante é em relação a FA valvar, mas o que é isso? É a presença dessa arritmia
associada a estenose mitral moderada a grave ou prótese valvar mecânica. Nesses pacientes,
o anticoagulante indicado é apenas a varfarina e o uso dos novos anticoagulantes orais nessas
situações demonstraram ser menos eficazes. Vale destacar que nos outros tipos de valvopatias
pode ser implementado o uso dos novos anticoagulantes orais.
Além da anticoagulação, é importante também avaliar o risco de hemorragia maior nos pacientes
com FA não-valvar em uso de cumarínicos, nesse sentido, passou a ser usado um outro escore
– HAS-BLED. Além dele avaliar o risco de um sangramento maior, auxilia também a ponderar a
relação risco-benefício do uso de cumarínicos
Escore - HAS-BLED
HAS-BLED Pontos
Hipertensão 1
Alteração da função renal ou hepática 1 ou 2 (um ponto para cada função alterada)
Stroke (AVC) 1
Labilidade do INR 1
Drogas ou álcool 1
Quanto maior o número de pontos, maior o risco de sangramento. Pacientes com 3 ou mais pontos
possuem alto risco de sangramento!
Imagina que no seu ambulatório de Clínica médica dá entrada um homem de 62 anos, hipertenso,
diabético e com história de um acidente isquêmico transitório há dois anos. Vem fazendo uso
regular de fármacos para as suas respectivas comorbidades, mas refere palpitações e leve falta
de ar há aproximadamente um ano. Além disso, os sintomas pioraram nos últimos três meses.
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Paciente em regular estado geral, interage com examinador, eupneico em ar ambiente,
normocorado, anictérico e afebril. Apresentava uma frequência cardíaca de 130 bpm com ritmo
irregular. Não apresentava outras anormalidades no exame físico.
Foi solicitado um eletrocardiograma que demonstrou um ritmo irregular, com QRS estreito e
sem onda P.
O paciente recebeu uma pontuação total pelo escore CHA2DS2-VASC de 4, pois era hipertenso
(1), diabético (1) e com história de AIT prévio (2). Podemos concluir que esse paciente tem alto
risco embólico e necessitará de anticoagulação.
E o risco de sangramento? Vamos verificá-lo através do escore HAS-BLED: a pontuação dele é
de 2, portanto o risco de sangramento não é alto.
Então podemos concluir que esse paciente precisará de anticoagulação plena com os novos
anticoagulantes orais.
Como fazer?
• Se for uma fibrilação atrial crônica (maior que 48h) ou de tempo indeterminado, deve-se realizar
um ecocardiograma transesofágico (ECOTE). Caso não haja trombo em cavidades cardíacas,
é permitido cardioverter;
• Se o ECOTE não estiver disponível ou houver trombos, deve-se anticoagular o paciente por
3-4 semanas e só depois realizar a cardioversão;
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Geralmente, é interessante controlar o ritmo cardíaco na fibrilação atrial quando é o seu primeiro
episódio (causa identificada e reversível), na impossibilidade de controlar a frequência cardíaca
e na persistência dos sintomas após controle da FC (com exceção desta situação, esse controle
parece ter maiores benefícios).
As particularidades da cardioversão mecânica eletiva foi citada acima, já a cardioversão
farmacológica pode ser feita por diversos antiarrítmicos, como a ibutilida, amiodarona e
propafenona. Já a propafenona não pode ser feita nos portadores de doença cardíaca estrutural.
Nesses casos, a droga mais comum de uso é a amiodarona.
R:
R:
R:
R:
Respostas: 1 - Cardioversão elétrica; 2 - QRS estreito, ritmo irregular e ausência de onda P; 3 - FA que persiste por mais de um
ano ou que seja refratária à cardioversão; 4 - IC; HAS; idade maior ou igual a 75 anos; diabetes; AVE ou AIT prévio; e história de
doença vascular prévia - IAM, DAP.
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→ Dicas:
1) Em todo eletrocardiograma que você encontrar um ritmo irregular, suspeite de fibrilação atrial;
2) Para ter a certeza de que o ritmo é irregular (intervalos R-R irregular), atente-se à derivação
"longa" do ECG.
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Aula 2:
Flutter atrial
Definição
O flutter atrial é um "curto-circuito" no mecanismo de despolarização do coração. A despolarização
fica "rodando", sem parar, tipicamente em torno do anel da tricúspide/ átrio direito. Essa "rotação"
(reentrada) da despolarização alcança os ventrículos, gerando uma taquicardia, classicamente com
uma FC de 150 bpm. Veremos mais detalhadamente esse processo e seus achados no ECG no
tópico 2 dessa aula.
Tratamento
O tratamento é feito de forma semelhante à fibrilação atrial (FA).
• Instabilidade ou estabilidade hemodinâmica: preferência pela cardioversão elétrica (50 J - 100 J).
Essa é a grande diferença entre o flutter e fibrilação atrial! No flutter atrial, o tratamento de primeira
escolha é a cardioversão elétrica ao invés da química, pois a resposta a esse tratamento é muito
maior do que na fibrilação atrial. Além disso, no flutter, a carga elétrica implementada é menor.
• Se houver reversão química: a droga utilizada é a ibutilida, porém é pouco disponível no Brasil.
Como exposto anteriormente, a resposta a drogas é muito menor do que quando comparada com
a cardioversão elétrica.
• Se a conduta for a não reversão: terapia antitrombótica crônica pelo escore CHA2DS2 Vasc, da
mesmíssima forma que é feito na fibrilação atrial.
• Como falado anteriormente, o flutter atrial responde bem à cardioversão elétrica (50 J - 100 J
no bifásico). Se for agudo, com delta T menor que 48h, pode-se cardioverter sem anticoagulação
prévia. Se for maior ou igual a 48h, é preciso realizar um ecocardiograma transtorácico para afastar
a hipótese de trombo ou anticoagular por 3 semanas pré cardioversão e por mais 4 semanas após
a cardioversão (se paciente de alto risco, é possível que a anticoagulação seja por toda a vida)
Percebeu? O tratamento do flutter atrial é muito parecido com o da fibrilação atrial, porém existem
alguns detalhes que diferem essas duas patologias. Fique muito atento (a) quanto a isso, pois esse
é um CCQ muito cobrado nas provas de Residência e Revalidação.
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Essas ondas F são aquelas "rotações"/ reentradas que falamos no primeiro parágrafo dessa aula.
As ondas F geralmente registram uma frequência em torno de 300 bpm, e quase sempre apresentam
uma condução 2:1, ou seja, para cada duas ondas F aparece um QRS. É por isso que classicamente
se apresentam com uma frequência cardíaca de 150 bpm (a cada dois serrilhados, um QRS
é gerado).
Mas para você entender e memorizar de uma vez por todas essas arritmias, veja a seguir os seus
principais critérios:
• Ausência de uma linha isoelétrica entre estas ondas atriais (ondas F), dando assim o aspecto
“em dente de serra”;
• QRS estreito;
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Aula 3:
Taquicardia
supraventricular
Definição
Taquicardia supraventricular (ou simplesmente "taqui supra") nada mais é do que um tipo de arritmia
capaz de gerar taquicardia e que se origina acima dos ventrículos. Por isso, chama-se taquicardia
supraventricular.
Geralmente pode vir associada à palavra "paroxística" (taquicardia supraventricular paroxística).
Não se assuste. Sempre que você vir a palavra "paroxística" ao lado, significa que é algo que
possui um início e um término súbito. Nesse caso, uma taquicardia que teve início súbito e término
autolimitado.
Não se esqueça que as taquicardias de origem atrial (ex.: fibrilação atrial - FA - e flutter atrial)
não são englobadas neste grupo de taquiarritmias.
Manifestação clínica
Início súbito de palpitação, sudorese, agitação. Sensação do "coração sair pela boca".
Tratamento
Paciente instável?
Paciente estável?
Conduta:
• Passo 01: inicialmente, deve-se tentar a manobra vagal (massagem em seio carotídeo) ou
valsalva modificada, mas se não reverteu, deve passar para o próximo passo;
Aproveite a oportunidade e revise o conteúdo visto até o momento com a questão a seguir:
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Questão
(HPEV-SP - 2020) Paciente de 10 anos vem ao pronto-socorro com queixa de mal-estar súbito.
Ao exame físico, paciente corado, sem desconforto respiratório, pressão arterial no percentil 50
para a idade, com taquicardia importante. Realizada monitorização cardíaca, com frequência de
223 bpm e identificado o traçado abaixo: A conduta inicial para o caso deve ser:
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Lembre-se: o feixe átrio-ventricular está abaixo dos átrios. É a única comunicação entre átrios e
ventrículos em um coração normal. Por estar, portanto, abaixo dos átrios, o impulso apenas "desce",
não passando pelos átrios, não gerando, portanto, onda P. Esse é o fenômeno que chamamos de
reentrada nodal ou microreentrada.
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Aula 4:
Taquicardia
ventricular
• TV não sustentada: aquela que se inicia e termina em um intervalo menor que 30 segundos;
• TV polimórfica: a configuração das ondas da TV não é padronizada, havendo uma diferença entre
cada uma. A taquicardia ventricular polimórfica clássica é a Torsades de pointes;
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Tratamento
Paciente instável?
Antiarrítmico: Iniciar prova terapêutica com adenosina. Em caso de falha, a primeira escolha
é amiodarona seguida de procainamida. Se as drogas falharem, proceder cardioversão elétrica.
Dentro desse grupo de arritmias existem dois subtipos que são separados principalmente baseados
no intervalo QT – curto/normal e longo (Torsades de Pointes).
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O tratamento da taquicardia ventricular polimórfica sustentada com QT curto/normal é:
• Se paciente ESTÁVEL: pode-se realizar a terapia com antiarrítmicos (principalmente amiodarona)
ou betabloqueador;
• Se paciente INSTÁVEL: cardioversão elétrica.
ATENÇÃO: lembre-se que, caso este esteja associado a uma situação em que há parada
cardiorrespiratória, o tratamento deve ser feito com DESFIBRILAÇÃO (e não cardioversão elétrica).
E cuidado para não confundir cardioversão com desfibrilação, que são terapêuticas totalmente
diferentes!
ECG: dissociação atrioventricular, QRS alargado e aberrante, com diferentes morfologias, intervalo
QT aumentado.
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Aula 5:
Fibrilação
ventricular
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Aula 6:
Bloqueio
atrioventricular do
tipo 2 - Mobitz 1
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Algoritmos das Bradicardia
Bracardias
Avaliar a estabilidade para condução clínica
Não Sim
Monitorização Atropina
e observação Se ineficaz:
Marca-passo transcutâneo
Dose Atropina IV
ou
0,5 mg em bolus Infusão de dopamina
Repetir a cada 3 - 5 min ou
Dose máxima: 3 mg Infusão de adrenalina
Dopamina IV
Velocidade de infusão: 2 - 20
mcg/kg/min Considerar:
Adrenalina (epinefrina) IV Consultar a especialista
Velocidade de infusão: 2 - 10 mcg/min Marca-passo transvenoso
ACLS - Bradiarritmias.
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Aula 7:
Bloqueio
atrioventricular do
tipo 2 - Mobitz 2
• Não há variação do intervalo PR e sim bloqueios AV súbitos com ondas P bloqueadas sem aviso;
• Tratamento: implante de marca-passo. Apesar desse tipo de bloqueio geralmente não responder
à atropina, algumas questões de prova podem cobrar o seu uso mesmo em bloqueios malignos
instáveis, como teste terapêutico antes do uso do marcapasso.
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Aula 8:
Bloqueio
atrioventricular
total
Ondas P’s não conectadas e sem uma coesão com o complexo QRS. As ondas P’s caem de maneira
aleatória no traçado (antes, durante e após os complexos QRS’s).
• Maligno (infra-hissiano);
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Aula 9:
Assistolia
ECG - assistolia.
Quando vemos uma linha reta, a primeira hipótese é que não há realmente atividade elétrica no
coração, mas existe a possibilidade de ter tido algum erro técnico. Então devemos investigar para
assegurar que essa hipótese é falsa.
A essa investigação denominamos protocolo da linha reta: "checar” a conexão dos eletrodos,
aumentar o ganho do monitor cardíaco e, por fim, checar o ritmo em duas derivações contíguas.
Todo cuidado na identificação desse ritmo é pouco, pois o ritmo de base verdadeiro é a fibrilação
ventricular em até 10% dos ritmos identificados inicialmente como assistolia pelas pás.
Tratamento
O tratamento da assistolia é o manejo adequado conforme o protocolo ACLS dos ritmos não
chocáveis que consiste, basicamente, em massagem cardíaca + adrenalina + reversão da possível
causa geradora da parada.
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Aula 10:
AESP
De todos os ritmos que causam PCR no adulto, assistolia e AESP são os mais comuns no ambiente
intra-hospitalar. Já em um ambiente extra-hospitalar, o ritmo mais comum é a fibrilação ventricular (FV).
Tratamento
O tratamento da AESP é a conduta preconizada pelo ACLS para os ritmos não chocáveis,
que consiste, basicamente, em massagem cardíaca + adrenalina + reversão da possível causa
que culminou naquela parada cardiorrespiratória.
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Aula 11:
Hipocalemia
Causas
• Perdas gastrointestinais: fístulas digestivas, diarreia, ileostomia;
• Perdas renais:
– Aumento da secreção de potássio pelos rins pelo mecanismo de troca promovido pela
aldosterona - alguns fatores podem aumentar a secreção desse íon, como: alcalose metabólica,
tiazídicos;
– Hipomagnesemia: promove a caliurese;
– Hiperaldosteronismo primário ou secundário;
– Hipercortisolismo;
– Acidose tubular renal - tipos I e II;
– Vômitos;
– Medicamentos: anfotericina B, aminoglicosídeos, penicilina.
Clínica
As manifestações clínicas estão presentes geralmente quando o potássio sérico é menor que
3 mEq/L. Como esse distúrbio eletrolítico altera a função das células musculares esqueléticas
e lisas, além dos nervos periféricos, a sua clínica é tipicamente caracterizada pela presença
de fraqueza muscular, parestesias, hiporreflexia, constipação, distensão abdominal, fadiga e
intolerância ao exercício.
O sistema de condução cardíaco também é afetado na hipocalemia, acarretando arritmias e
distúrbios da condução. Como esse é um importante CCQ sobre o assunto, vamos discuti-lo
a seguir, de forma separada.
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Tratamento
O tratamento da hipocalemia consiste na identificação e correção da causa. A via de reposição
de potássio dependerá da severidade do distúrbio, disponibilidade e integridade do trato
gastrointestinal. Em casos leves, a preferência é pela reposição por via oral. As principais
opções de reposição oral de potássio são o cloreto de potássio 600 mg (8 mEq/drágea)
e o xarope KCl 6% (8 mEq/10mL).
De uma forma geral, sabe-se que a necessidade diária de potássio é de aproximadamente
0,5 a 1,5 mEq/kg/dia, portanto, deve-se iniciar a reposição com cerca de 40 a 80 mEq/dia,
com monitorização frequente dos níveis de potássio e ajuste necessário. Estima-se que a
cada 20 mEq de reposição aumenta a calemia em 0,25 mEq/L, mas essa relação não tem uma
correlação uniforme.
Em casos moderados e graves ou na impossibilidade de utilização da via oral, utiliza-se a via
intravenosa, mas de forma muito cuidadosa, devido aos efeitos catastróficos da hipercalemia
transitória em caso de administração inadvertida.
O eletrocardiograma e a hipocalemia
Sem dúvida esse é o principal CCQ dessa aula, não é à toa que essa apostila é direcionada apenas
ao eletrocardiograma da hipocalemia! Nem pense em ir para a prova sem saber o ECG tanto na hipo
quanto na hipercalemia. O que vamos encontrar, então?
Quero que você se lembre sempre de um aspecto para entender, de vez, o que o potássio
faz com o ECG: potássio = repolarização = onda T. O potássio é o maestro da repolarização.
Se há pouca quantidade dele, a repolarização será dificultada, portanto, a onda T tenderá a
se achatar. Não só se achata como também há o surgimento de outra onda (após a onda T),
chamada de onda U.
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Por outro lado, a despolarização "ama" um contexto de hipocalemia, uma vez que esse eletrólito não
será um empecilho para sua ocorrência. Dessa forma, a onda "P", que é a despolarização dos átrios,
tenderá a ficar mais proeminente.
2. Há aumento da onda U;
3. Onda U proeminente;
4. T desaparece e U proeminente;
Normocalemia
Intervalo PR
normal
Intervalo PR Depressão do
levemente segmento ST
prolongado
Onda P Onda U
levemente Onda T proeminente
apiculada rasa
Principais alterações eletrocardiográficas na hipocalemia.
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Veja como isso pode ser cobrado de você:
Questão
(CEOQ-BA - 2019) Assinale a alternativa que apresenta o tratamento CORRETO para um
paciente de 12 anos, que apresenta íleo paralítico e ECG com onda U proeminente e inversão de
onda T.
(A) Resina de troca de potássio (sorcal).
(B) Solução polarizante + salbutamol.
(C) Correção de sódio com NaCl20% 5 meq/Kcal/hora.
(D) Correção de potássio com cloreto de potássio 19,1% endovenoso.
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Aula 12:
Hipercalemia
Causas
• Retenção pela via renal:
– Lesão renal aguda (a mais importante);
– Doença renal crônica;
– Acidose metabólica (mais H+ do que K+ disponível para a troca por Na+ promovida pela
aldosterona);
– Insuficiência suprarrenal primária (alteração na produção de aldosterona);
– Hipoaldosteronismo hiporreninêmico;
– Acidose tubular renal tipo IV;
– Drogas retentoras de potássio: espironolactona, amilorida e IECA.
Clínica
Geralmente as hipercalemias são assintomáticas. Quando as manifestações clínicas estão
presentes, são relacionadas às elevações agudas da calemia. Os tecidos mais afetados são
o cardíaco e o muscular esquelético.
Os sinais e sintomas mais comuns relacionados ao sistema neuromuscular são as parestesias e
a fraqueza muscular, podendo, até mesmo, progredir para paralisia flácida em casos extremos.
Os reflexos tendinosos estão diminuídos ou abolidos e os efeitos cardíacos são os mais graves
e impõem risco de morte.
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Tratamento
O primeiro passo no tratamento da hipercalemia é identificar se existe uma emergência, como na
presença de hipercalemia severa e alterações eletrocardiográficas. Nessa situação, o primeiro passo
é a administração de gluconato de cálcio 10% (10 mL, via intravenosa). Lembrando que essa medida
terapêutica não reduz o potássio sérico, o que ela faz, na verdade, é a estabilização da membrana
miocárdica, evitando a formação de arritmias graves que colocariam em risco a vida dos pacientes.
O segundo passo é buscar formas rápidas para desviar o potássio do meio extracelular para
o intracelular, reduzindo os níveis séricos de potássio. Encontram-se nesse grupo o uso de
glicoinsulinoterapia, uso de β2-agonista (fenoterol por via inalatória) e bicarbonato de sódio em
casos de acidose metabólica grave (pH < 7,20) com função renal preservada.
Na maioria dos casos, o tratamento definitivo requer a correção da causa e a remoção do potássio
do organismo. As medidas que retiram potássio corporal são: hemodiálise e uso de diuréticos
(principalmente furosemida) e poliestirenossulfonato de cálcio (Sorcal - uma resina de troca que
consegue eliminar potássio pela via intestinal).
TRATAMENTO DA HIPERCALEMIA
Mecanismo Tratamento Dose Início Duração
Estabilização Gluconato de cálcio 10%, 1a3 30 a 60
Cálcio
da membrana 10 mL, via intravenosa minutos minutos
Glicose 50%, 100 mL +
Desvio intracelular 15 a 30
Glicoinsulinoterapia insulina regular 10 UI, 4 a 6 horas
de potássio minutos
via intravenosa
Desvio intracelular Fenoterol, 15 a 30
β2-agonista 2 a 4 horas
de potássio 20 gotas, inalatório minutos
Desvio intracelular Bicarbonato 50 mL, 15 a 30
1 a 2 horas
de potássio de sódio 8,4% via intravenosa minutos
Remoção de 40 a 200 mg, 0,5 a 3
Furosemida 4 a 6 horas
potássio (renal) via intravenosa horas
Remoção de 30 a 60 g,
Sorcal 1 a 2 horas 4 a 6 horas
potássio (intestinal) via oral ou enema
Remoção de Tempo da
Hemodiálise Variável Imediato
potássio (diálise) hemodiálise
Tratamento - hipercalemia.
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Treine esse assunto com essa questão:
Questão
(UFMS-MS - 2019) Paciente do sexo masculino, 45 anos, hipertenso em uso de enalapril.
Refere ter usado diclofenaco diariamente no último mês devido a dores musculares.
Retorna em sua consulta de seguimento de hipertensão trazendo eletrocardiograma que havia
sido solicitado por seu médico. Assinale a associação correta entre o distúrbio hidroeletrolítico
responsável pelas alterações eletrocardiográficas encontradas e o tratamento recomendado:
CCQ essencial para sua prova e para a prática médica! Atenção: enalapril (um medicamento inibidor
da enzima conversora de angiotensina) + uso indiscriminado de anti-inflamatório não hormonal
pode originar a piora de função renal e hipercalemia. O eletrocardiograma apresentado mostra
onda T apiculada/”em tenda” e mais simétrica, alteração que também sugere hipercalemia.
Outras alterações eletrocardiográficas da hipercalemia são: alargamento de QRS, achatamento
de onda P, prolongamento do intervalo PR, distúrbios de condução e até formação de onda
sinusoidal, indicativo de hipercalemia severa que pode degenerar, e assistolia ou fibrilação
ventricular.
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Agora, guarde o CCQ: na hipercalemia com alteração eletrocardiográfica, a primeira medicação
indicada é o gluconato de cálcio 10%, 1 ampola de 10 ml, em 2-5 minutos. O objetivo: estabilizar
a membrana miocárdica (atenção: essa medida não reduz os níveis séricos de potássio).
Depois dessa medida inicial, podemos prosseguir para as medidas redutoras da calemia:
glicoinsulinoterapia (glicose 50g + insulina 10U), beta-2-agonista (fenoterol 10 gotas, de 4/4h),
bicarbonato de sódio (se houver acidose), furosemida, resina de troca (ex.: Sorcal) e/ou diálise
para os refratários.
GABARITO: Alternativa A
R:
R:
R:
R:
Respostas: 1. Onda T aplainada e aumento do intervalo QT; aumento da onda U até ela ficar tão proeminente que seja maior que
a onda T; desaparecimento da onda T com onda U proeminente; onda P alta e apiculada; alargamento do QRS; 2. Velocidade de
infusão – idealmente < 20 mEq/h, nunca podendo ultrapassar 40 mEq/h; concentração da solução – não exceder 40 a 60 mEq/L,
principalmente em veia periférica; evitar reposição em solução glicosada – idealmente repor em solução salina 0,45%; 3. Achatamento
da onda P, redução do intervalo QT, ondas T altas e apiculadas, alargamento do QRS e desaparecimento da onda P; 4. Gluconato de
cálcio (não altera calemia), glicoinsulina, beta-2-agonista, bicarbonato de sódio, diurético de alça, Sorcal e hemodiálise.
O potássio e o eletrocardiograma
Chegou o tópico mais importante! Quero que você se lembre sempre de um aspecto para entender,
de vez, o que o potássio faz com o ECG: potássio = repolarização = onda T. O potássio é o maestro da
repolarização. Se temos muito potássio, a repolarização será facilitada, portanto, a onda T tenderá
a apicular-se.
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Por outro lado, a despolarização "odeia" um contexto de hipercalemia, uma vez que esse eletrólito
será um empecilho para sua ocorrência. Dessa forma, a onda "P", que é a despolarização dos átrios,
tenderá a ficar mais achatada, podendo, inclusive, praticamente desaparecer.
2. Achatamento da onda P;
4. Ritmo sinusoidal.
R
K= 5 mEq/L K= 7 mEq/L K= 8 mEq/L
P T
Q S
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Aula 13:
Angina
estável
Definição
Existem duas entidades patológicas no grupo das síndromes coronarianas que apresentam algumas
pequenas diferenças na apresentação clínica: angina estável e angina instável. Diferenciar bem esses
dois tipos de angina é um importante CCQ para as provas de Residência e Revalidação. Veja só:
Angina estável: é uma precordialgia que dura aproximadamente 30 minutos, alivia com repouso
e também com uso de nitrato. É um quadro mais benigno, decorre de uma isquemia miocárdica
transitória, não ocasionando o processo de necrose miocárdica. É a forma sintomática da doença
coronariana crônica.
Angina instável: dor torácica mais intensa que surge no repouso ou aos mínimos esforços.
O seu padrão é progressivo, ou seja, vai piorando com o passar do tempo, podendo durar mais
do que 30 minutos. Além disso, pode não aliviar com repouso e/ou uso de nitrato, e a angina
instável indica a presença de uma obstrução parcial do lúmen coronariano. É uma condição mais
grave e que será melhor abordada mais à frente nesse material.
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Teste de esforço.
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A sensibilidade e especificidade desse teste são razoáveis (75% - 85%), porém devemos saber
que para aumentar o seu valor preditivo positivo é na escolha do paciente que irá realizar o exame.
Quanto maior a chance desse indivíduo de ter doença coronariana, melhor será a realização do
exame. Para você conseguir entender bem isso, observe a seguir dois exemplos em que o teste daria
super certo em um deles, já no outro, não.
→ Caso 1: João, 63 anos, hipertenso, diabético, tabagista (50 maços/ano), obeso e sedentário,
relatou que o seu irmão faleceu aos 50 anos devido a um infarto agudo do miocárdio.
Vem acompanhando com seu cardiologista uma queixa de dor torácica típica há dois meses,
levantada a possibilidade de uma angina estável (DAC crônica). Para elucidar, o caso foi solicitado
um teste de esforço.
→ Caso 2: Júlia, 28 anos, nega comorbidades, procurou o seu médico assistente para uma
consulta de rotina. É necessária a realização de um TE?
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Cintilografia de perfusão miocárdica.
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RM cardíaca - seta branca - Realce tardio.
Coronariografia (CAT)
A coronariografia é o exame considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da doença coronariana,
e possui indicações precisas para serem implementadas. Através dele é possível estudar o lúmen
das artérias coronárias e detectar ou até mesmo excluir obstruções graves dessa rica vasculatura.
Mas nem tudo é perfeito, ele não fornece informações sobre a parede do vaso arterial, por exemplo,
a aterosclerose grave que não invade o lúmen vascular pode passar despercebida.
• Pacientes com angina estável crônica intensamente sintomáticos apesar de receber o tratamento
clínico e estão sendo considerados para uma revascularização (intervenção coronariana
percutânea ou cirurgia de revascularização);
• Pacientes com sintomas importantes que apresentam dificuldades diagnósticas em que haja
necessidade de confirmar ou afastar o diagnóstico de doença coronariana isquêmica;
• Pacientes com angina já diagnosticada ou suspeita, que tenham sobrevivido a uma parada
cardíaca;
• Pacientes com angina ou indícios de isquemia nos exames não invasivos e evidência clínica ou
laboratorial de disfunção ventricular;
• Pacientes considerados sob alto risco de complicações coronarianas com base nos sinais de
isquemia grave nos exames não invasivos, independentemente da presença ou da gravidade
dos sintomas.
Existem outras indicações de coronariografia nessa condição patológica, porém essas são as principais
e mais cobradas nas provas de Residência e Revalidação.
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Tratamento da DAC crônica
A terapêutica na DAC crônica tem como objetivo principal a prevenção primária de um evento
cardiovascular, como o infarto agudo do miocárdio (IAM). Ela é baseada em medidas não-
farmacológicas focadas na mudança dos hábitos de vida diário somada ao uso de diversos
fármacos, associada também ao tratamento das comorbidades que aumentem o risco de eventos
cardiovasculares.
Terapia não-farmacológica
Infelizmente essa é uma etapa terapêutica desvalorizada e até mesmo negligenciada na prática.
A mudança de hábitos que são realizados há décadas e décadas pelo paciente realmente
é complexa e necessita sempre de uma equipe multidisciplinar para apoiar e orientar essa
importante tomada de decisão.
Sempre deve ser reforçada a importância das orientações dietéticas e hábitos saudáveis, pois
grandes resultados são obtidos do ponto de vista prognóstico. Cessar o tabagismo, perder peso
com atividade física direcionada e reduzir a pressão arterial são os focos de qualquer terapia
contra o aumento do risco cardiovascular (CV).
Além disso, a presença de hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito (DM), obesidade
e dislipidemia devem ser tratadas de forma concomitantes, pois todos eles são importantes
fatores de risco para DAC.
Terapia farmacológica
A terapia farmacológica na doença cardíaca isquêmica é, sem sombra de dúvidas, um dos CCQs
mais importantes desse material para as suas provas. Entenda as principais ações de cada
droga e relacione-as com o perfil clínico do paciente: essa é a principal sacada para mandar bem
não apenas nas provas, mas também na sua prática clínica.
Como quase tudo na Cardiologia, esse é um tema que frequentemente sofre atualizações,
então fique ligado nelas também para que não seja pego de surpresa em alguma questão. Vamos lá!
A farmacoterapia para a cardiopatia isquêmica é projetada para reduzir a frequência dos episódios
de angina, infarto agudo do miocárdio e morte coronariana, sendo importante a adição com as
medidas não-farmacológicas citadas anteriormente.
Para atingir o benefício máximo da terapia medicamentosa para essa patologia, muitas vezes é
necessário combinar agentes de diferentes classes e titular as doses conforme o perfil individual
de fatores de risco, sintomas, respostas hemodinâmicas e efeitos colaterais.
Para que o material fique ainda mais didático, vamos dividir as classes farmacológicas de drogas
em antianginosas (nitratos, betabloqueadores, antagonistas do canal de cálcio, IECA e BRA),
antiagregantes plaquetários (aspirina e clopidogrel) e antilipêmicas (estatinas).
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Drogas antianginosas
Essas classes de drogas são capazes de melhorar a classe funcional preexistente do paciente,
aliviando os sintomas da DAC e consequentemente melhorando a qualidade de vida do coronariopata.
Suas ações são baseadas na redução da demanda e/ou consumo de oxigênio miocárdico somado
ao aumento da perfusão coronariana. Elas reduzem a isquemia miocárdica ou quando isso não
é possível, aumentam o limiar anginoso.
Nitratos: seu mecanismo de ação consiste na venodilatação sistêmica devido a sua produção
endotelial de óxido nítrico, reduz a pré e pós-carga, além disso, consegue vasodilatar a circulação
coronariana. Os nitratos mais usados atualmente são os de ação rápida, como a isossorbida,
por exemplo, que são administrados pela via sublingual e conseguem manter seu efeito por cerca
de 30 minutos. Seu grande uso atualmente é como um “analgésico precordial”, ou seja, seu uso
é indicado na presença de precordialgia ou é administrado um pouco antes de atividades em que
já se sabe que terá dor no peito (ex.: atividade sexual).
Nitratos de ação longa não são mais indicados como tratamento de primeira linha na angina estável,
porque a vasodilatação prolongada estabelecida por essa droga acaba estimulando a atividade
adrenérgica e o sistema renina-angiotensina-aldosterona, piorando assim o quadro patológico de base.
Os seus principais efeitos colaterais são a hipotensão, rubor facial, cefaleia e bradicardia.
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Vale destacar que a administração de rotina dos IECA/BRA em pacientes que tenham cardiopatia
isquêmica com função do ventrículo esquerdo (VE) normal e que conseguiram atingir as metas
de LDL e pressão arterial com outras terapias, não diminui a incidência de eventos, portanto,
não apresenta um bom custo-benefício.
Ivabradina: recente antianginoso, mostrou-se especialmente benéfico nos pacientes com disfunção
ventricular (fração de ejeção < 35%) e frequência cardíaca > 70 bpm, a despeito do uso máximo
tolerado de betabloqueadores.
Trimetazidina (vastarel): tem sido usado isoladamente ou em conjunto aos BB como alívio sintomático.
Exclusivo efeito anti-isquêmico sem efeitos hemodinâmicos cardíacos.
Antiagregantes plaquetários
O ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina) é um inibidor irreversível da cicloxigenase plaquetária,
ou seja, ele interfere diretamente na ativação plaquetária. Foi demonstrado que o seu uso em
uma dose de 75 a 325 mg/dia por via oral reduz os eventos coronarianos nos indivíduos com
doença coronariana crônica e aqueles sobreviventes da síndrome coronariana aguda (SCA).
São contraindicados na presença de hemorragia digestiva, alergia ao fármaco e dispepsia.
O clopidogrel é outra classe farmacológica de antiagregante plaquetário em que o seu mecanismo
de ação também é a inibição plaquetária, porém por outra via, a do ADP (difosfato de adenosina),
mais especificamente na glicoproteína IIb/IIIa. Possui benefícios semelhantes aos do AAS em
pacientes com DAC crônica estável e está indicado nos pacientes que apresentam contraindicação
ou intolerância ao AAS.
Drogas antilipêmicas
Desse grupo de fármacos, o grande destaque vai para as estatinas, que são potentes redutoras
do colesterol LDL e possuem efeito pleiotrópico, ou seja, são fármacos capazes também de
reduzir os efeitos inflamatórios endoteliais gerados pelo processo de aterosclerose. Dessa forma,
consegue uma maior estabilidade da placa de ateroma e redução no risco de aterotrombose.
As estatinas conseguem reduzir, em média, 20% a 60% do LDL, aumenta o colesterol HDL
entre 5%-10% e diminui os triglicerídeos a 10%-33% do seu valor total.
As principais drogas dessa classe farmacológica são: sinvastatina, atorvastatina e rosuvastatina.
A mais potentes delas é a rosuvastatina, que alcança maior redução do LDL quando comparado
a outras estatinas. A atorvastatina também tem alto poderio de redução do LDL e principalmente
dos triglicerídeos, por isso, junto à rosuvastatina são classificadas como estatinas de alta potência.
A atorvastatina é a droga de escolha nos pacientes com doença renal crônica ou outros distúrbios
desse sistema. Por fim, a sinvastatina das três é a que tem menor capacidade de redução do LDL,
além de maior risco de efeitos colaterais, como a miotoxicidade.
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Já que estamos falando de drogas que reduzem os lipídios plasmáticos, é importante destacar os alvos
de LDL nos coronariopatas: quando classificado no grupo de alto risco, o LDL deve ser menor do que
70 mg/dl. Nos pacientes com risco cardiovascular intermediário, o LDL deve ser obrigatoriamente
menor do que 100 mg/dl, mas o recomendável e ideal é ser menor do que 70 mg/dl também.
Revascularização miocárdica
O tratamento médico inicial de qualquer coronariopata deve ser sempre a abordagem farmacológica
e não-farmacológica, como abordado anteriormente neste material, porém mesmo com tratamento
otimizado, alguns pacientes ainda não serão capazes de ter um bom controle da doença, aí não
vai ter jeito… a revascularização miocárdica está indicada. É importante destacar, para não gerar
confusão no entendimento da indicação da revascularização, que esse procedimento deve ser
realizado simultaneamente, porém jamais se deve substituir a necessidade irrevogável de modificar
os fatores de risco e avaliar o tratamento clínico.
A revascularização miocárdica se refere aos procedimentos que restabelecem o aporte sanguíneo
ao miocárdio sob risco. As suas indicações geram discussões enormes, mas para sua prova, entenda
e memorize apenas duas, que são suficientes para obter êxito nas avaliações: situações de alto risco
em que a revascularização aumenta a sobrevida; e a angina estável, refratária ao tratamento clínico
otimizado, ou intolerante a este.
→ E quais seriam essas características de alto risco para indicar uma revascularização miocárdica?
Existem várias, mas as principais são: baixa capacidade funcional ou presença de isquemia com
baixa carga de trabalho, grande área de miocárdio isquêmico, fração de ejeção cardíaca (FE) < 40%
e apresentação clínica de uma SCA.
As duas principais formas de revascularização do miocárdio são a intervenção coronariana percutânea
(ICP) e a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM).
Nos pacientes com doença envolvendo três vasos, disfunção do VE global (FE do VE < 50%) ou
diabetes melito, e os indivíduos com doença do tronco da coronária esquerda ou outras lesões
inacessíveis aos procedimentos de cateterismo.
54
Aula 14:
Definição
O infarto agudo do miocárdio sem supra de ST é definido como uma entidade clínica em que
o paciente possui dor torácica + aumento dos marcadores de necrose miocárdica (troponina e
CK-MB) + ausência de supra de ST. A ausência do supra de ST não isenta o ECG de manifestar
outras alterações, como onda T invertida e simétrica, infra de ST ou onda T apiculada e simétrica.
Caso 1: Sr. Luís, 62 anos, hipertenso e dislipidêmico, trata de forma irregular suas comorbidades,
e deu entrada na unidade de emergência da sua cidade com queixa de dor retroesternal em aperto,
que iniciou de forma súbita e com alta intensidade ao subir a escada do seu prédio, com duração
maior de 30 minutos, que irradiou para ambos os membros superiores, pescoço e mandíbula,
não aliviou com repouso e nem com uso de nitrato. O eletrocardiograma feito na admissão
havia inversão de onda T e infradesnivelamento do segmento ST nas paredes ântero-laterais.
Dentre os exames laboratoriais coletados, a troponina foi positiva nas duas amostras coletadas.
Atenção: se não houvesse aumento de MNM seria apenas uma angina instável e não um IAM SSST.
Diagnóstico
Para bater o martelo e afirmar que houve um infarto agudo do miocárdio, é necessário cumprir
minimamente 2 dos 3 critérios disponíveis, são eles:
• História clínica;
Para auxiliarem um diagnóstico mais preciso na SCA sem supra ST, podemos utilizar a
cineangiocoronariografia ou até mesmo um teste de prova isquêmica. Quando devemos solicitá-los?
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• TIMI risk - SCA sem supra de ST:
Idade ≥ 65 anos 1
Total 7
TIMI risk - SCA sem supra de ST.
Através do escore de TIMI risk na SCA sem supra de ST, é possível estimar o risco de morte, IAM
ou angina recidivante, necessitando de revascularização nos próximos 14 dias:
→ Baixo risco = escore 0-2 → Médio risco = escore 3-4 → Alto risco = escore 5-7
2) Risco baixo: o teste ergométrico é sugerido após 48h de estabilidade e antes da alta hospitalar.
57
Tratamento
A abordagem inicial da SCA sem supra de ST deve sempre ser a sua estratificação de risco.
Lembra dela? TIMI risk é o escore mais usado atualmente e o que mais cai também nas provas
de Residência e Revalidação.
A partir da estratificação e determinação da gravidade do risco em alto, intermediário ou baixo,
partiremos para um tipo de estratégia:
Pessoal, quando você estiver suspeitando de um IAM sem supra de ST, você deve procurar no ECG
um dos 3 padrões a seguir:
Se realmente for uma SCA, você os encontrará na respectiva parede cardíaca que foi acometida.
Então vamos revisar quais derivações representam cada parede?
Atenção : sempre que você olhar qualquer alteração na parede inferior (D2, D3 e AvF), deverá
solicitar as derivações direitas (V3R, V4R) e derivações posteriores (V7, V8, V9).
58
ECG do IAM sem supra de segmento ST
Inversão de onda T
Infradesnivelamento do segmento T
Pseudonormalização da onda T
R:
2) A parede cardíaca lateral alta (DI e aVL) é irrigada por qual vaso?
R:
R:
59
Aula 15:
Definição
A síndrome coronariana aguda (SCA) com supra de ST é a forma de apresentação mais clássica
do infarto, digamos assim, nas provas de Residência médica e Revalidação. É a forma com que
o traçado eletrocardiográfico se comporta diante de uma obstrução total do lúmen coronariano.
Não é nada mais do que dor torácica + elevação do segmento ST + elevação dos marcadores de
necrose miocárdica.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e eletrocardiográfico. Não há necessidade de se aguardar a positivação
de marcadores de necrose miocárdica para iniciarmos a terapia voltada para um IAMCSST.
Tratamento
Vamos rever as principais drogas usadas em qualquer tipo de SCA. Quando houver diferença
entre a SCA com supra de ST será evidenciado no texto.
AAS: mastigar e engolir a aspirina na dose de ataque (162 mg a 300 mg) com manutenção de
81 mg a 100 mg. Ainda bem que no Brasil o comprimido é de 100 mg, 200 mg ou 500 mg...
Ticlopidina: por que a ticlopidina (mesmo mecanismo do clopidogrel) foi colocada em desuso?
Resposta: dores abdominais, náuseas, vômitos, neutropenia e/ou trombocitopenia (muito comum) e,
raramente, púrpura trombocitopênica idiopática.
Ticagrelor: é um inibidor da agregação plaquetária induzida por ADP, via bloqueio reversível do
receptor P2Y12, porém não pertence à classe dos tienopiridínicos, sendo uma opção à terapia
dupla. Atenção: opção em associação ao AAS na dupla antiagregação plaquetária em pacientes
com IAMCSST em programação de intervenção coronariana percutânea (ICP) primária.
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Antagonistas dos receptores glicoproteicos IIb/IIIa: bloqueia a via final comum da agregação
plaquetária. Abicixmab e tirofiban têm sido utilizados em situações clínicas com grande potencial
de ativação plaquetária, por exemplo: ICP complexas por SCA com e sem supra ST ou situações
de no-reflow após angioplastia primária. Reservado para pacientes que não apresentem alto
risco hemorrágico. O emprego rotineiro no IAMCSST não se mostra comprovadamente benéfico
nesse contexto.
Nitrato: as vias sublingual e intravenosa são as mais utilizadas para o tratamento dos casos agudos
pela facilidade do ajuste de doses. Por exemplo, nitroglicerina (IV), mononitrato ou dinitrato de
isossorbida. Costuma-se iniciar com a via sublingual deixando a nitroglicerina endovenosa (IV)
reservada para casos de dor torácica refratária a ela. Vale lembrar que estão contraindicados
na presença de hipotensão arterial importante (PAS < 100 mmHg) ou uso prévio de sildenafil
nas últimas 24 a 48 horas.
Fatores de risco: idade acima de 70 anos, pressão sistólica < 120 mmHg, frequência cardíaca
> 110 bpm, Killip > 1, bloqueio atrioventricular (BAV) de 2º ou 3º grau, PR > 240 ms e disfunção
ventricular.
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Antagonistas dos canais de cálcio: não reduzem a incidência de angina refratária, infarto ou
óbito, portanto, não são indicados rotineiramente. Nos pacientes com contraindicação aos BB
e de alto e intermediário risco, podem ser usados os antagonistas de Ca não diidropiridínicos
(verapamil ou diltiazem).
Antagonistas da vitamina K: terapia tripla (limitada a 3 meses) pode ser prescrita se houver:
Estatinas: sempre prescrever as de alta potência na dose máxima (ex.: atorvastatina 80 mg/dia).
Atenção: é importante destacar que o uso de trombolíticos na síndrome coronariana aguda está
indicado apenas na presença do supradesnivelamento do seguimento ST, fora isso, está totalmente
contraindicado (vamos falar melhor sobre isso no próximo tópico, não se preocupe).
Pessoal, quando você estiver suspeitando de um IAM com supra de ST, você deve procurar, no ECG,
o próprio supradesnivelamento do segmento ST.
Lembre-se que, se o diagnóstico realmente for de IAMCSST, você encontrará o supra na respectiva
parede cardíaca que foi acometida. Então vamos revisar quais derivações representam cada parede?
Atenção : sempre que você vir supra de segmento ST na parede inferior (D2, D3 e AvF),
deverá solicitar as derivações direitas (V3R, V4R) e derivações posteriores (V7, V8, V9), afinal
de contas, pode ser que haja acometimento do ventrículo direito e/ou da parede posterior do
ventrículo esquerdo.
Complementando o tratamento do IAMCSST:
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Lembra que eu havia dito que discorreria melhor sobre as indicações de terapia de reperfusão
miocárdica através do ECG? Então… analise com atenção o que deve ser pesquisado por você.
CCQ: somente nesses casos (com supra de ST ou BRE novo) estamos autorizados
a fazer a terapia de reperfusão miocárdica: trombólise ou angioplastia
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Tome cuidado! Veja na questão abaixo que nem tudo que supra é sinônimo de SCA. Deve sempre
cumprir os critérios clínicos, laboratoriais e eletrocardiográficos citados no decorrer desse material:
Questão
(HPM-MG - 2019) Um homem de 45 anos, portador de dislipidemia e diabetes, é admitido no
Hospital da Polícia Militar queixando-se de dor torácica retroesternal, ventilatório-dependente,
que melhora na posição sentada e inclinado para a frente, associada a dispneia leve, de início há
6 horas. Nega uso de entorpecentes. Realizado o ECG apresentado abaixo. Troponina = 0,2 ng/
mL (VR = 0,01 ng/mL). Sobre esse caso, marque a alternativa CORRETA:
(A) Trata-se de infarto agudo do miocárdio de parede anterior extenso, sendo indicado
cateterismo de urgência ou trombólise.
(B) Deve-se realizar angiotomografia de tórax ou cintilografia pulmonar de ventilação
e perfusão na urgência e iniciar anticoagulação plena.
(C) A realização de ecocardiograma não contribui para o diagnóstico e a avaliação da gravidade.
(D) Anti-inflamatório, colchicina e repouso são medidas que devem ser prontamente instituídas.
Nem tudo que supra é infarto agudo do miocárdio! Esse supra de ST difuso somado as características
clínicas da dor torácica citada no enunciado são típicas da pericardite e o seu tratamento
é com anti-inflamatório, colchicina e repouso.
GABARITO: Alternativa D
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Terapia de reperfusão na SCA com supra de ST
• Trombólise: daremos preferência a essa estratégia quando não estiver disponível a ICP na unidade
(ou quando o transporte do paciente para uma unidade que possa realizar a ICP vá demorar mais
de 120 minutos). Mas lembre-se que, nesse caso, o tempo porta-agulha (primeiro contato médico
e início da infusão do fibrinolítico) deve ser de no máximo 30 minutos. Reveja as contraindicações
à trombólise, especialmente à estreptoquinase.
• Cirurgia de revascularização miocárdica: esse método é mais invasivo, com maior probabilidade,
portanto, de desenvolver iatrogenia. Por isso, reservamos a cirurgia aberta para pacientes com
lesões coronarianas gravíssimas como, por exemplo, lesões proximais, multivasculares ou com
disfunção de ventrículo esquerdo.
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Dê uma olhada com atenção em como esses conceitos podem ser cobrados na sua prova:
Questão
(UNIFESP-SP - 2019) Homem, 50 anos, chega ao pronto-socorro com dor torácica há duas horas.
Eletrocardiograma inicial com supradesnivelamento de segmento ST em derivações V1-V6.
O tempo necessário para transferir o paciente para o serviço de hemodinâmica mais próximo
é de 130 minutos. Qual é a melhor conduta nesta situação?
(A) Administrar trombolítico e transferir o paciente se houver piora clínica.
(B) Administrar trombolítico e, em caso de sucesso, realizar cateterismo no sétimo dia pós-IAM.
(C) Administrar trombolítico e transferir o paciente para realizar cateterismo entre 2-24 horas.
(D) Transferir o paciente imediatamente para realizar cateterismo.
(E) Administrar AAS e aguardar resultado de enzimas cardíacas.
Como o tempo porta-balão após a transferência é maior que 120 minutos, a trombólise está indicada.
Mas isso não quer dizer que o paciente não mereça uma cineangiocoronariografia (cateterismo)
posteriormente em um segundo momento para confirmar o diagnóstico e, inclusive, realizar uma
angioplastia de possíveis lesões residuais relevantes.
GABARITO: Alternativa C
Questão
(UNIFESP-SP - 2018) Para qual das situações abaixo indica-se a trombólise química ou
percutânea?
(A) Supradesnivelamento do segmento ST > "maior que" 1 mm em pelo menos duas derivações
precordiais contíguas ou duas periféricas adjacentes, e dor sugestiva de isquemia coronária
de duração maior que 20 minutos e menor que 12 horas não responsiva a nitrato sublingual.
(B) Elevação de troponina sem alteração de eletrocardiograma em pacientes com dispneia súbita.
(C) Dor desencadeada com o esforço físico, que melhora com o repouso e infradesnivelamento
do segmento ST maior que 1 mm em pelo menos duas derivações precordiais contíguas
ou duas periféricas adjacentes.
(D) Paciente classificado como Killip II com ecocardiograma transtorácico demonstrando
acinesia da parede anterior.
(E) Pacientes sem dor precordial, hipotensos e eletrocardiograma demonstrando bloqueio
átrio ventricular total.
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CCQ: Conhecer as principais indicações de trombólise na síndrome coronariana aguda
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Aula 16:
Pericardite
Hora de aprofundar um pouco mais sobre pericardite, tema de média incidência e que você não
pode de forma alguma ir para as provas sem saber os seus principais CCQs.
Vamos colocar em forma de tabela apenas o Pareto da pericardite para que você possa ser
muito efetivo na hora de realizar uma questão que envolva esse tema.
O eletrocardiograma e a pericardite
O diagnóstico eletrocardiográfico da pericardite é simples, mas devemos ter cuidado para não
o confundir com um IAM com Supra de ST.
Isso é devido ao fato de a pericardite também gerar, no ECG, um supra de ST, porém, existem
algumas características (no próprio supra da pericardite) que os diferem do infarto. São elas:
• É supra generalizado/difuso. Isso quer dizer que não há uma coesão do supra com uma parede
cardíaca.
Geralmente a questão que quiser cobrar o assunto pericardite, além do ECG, te dará um caso
clínico que te leve a pensar nesse diagnóstico como febre, dor torácica que se altera com a posição
do tórax, atrito pericárdico (patognomônico de pericardite), etc.
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ECG pericardite. Observe que há um supra côncavo e generalizado.
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