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PRIMEIROS

SOCORROS
PROF. MS. ANA FLÁVIA RACHID
Conhecimento e avaliação das
funções vitais

Conhecimento das funções básicas do corpo e os sinais vitais, servem


como base para determinar o estado da vitima e auxilia no cuidado
decorrente no atendimento.
FUNÇÕES VITAIS

As funções do cérebro e do coração são vitais para que o ser


humano permaneça vivo.

Esses órgãos possibilitam o funcionamento de todas as funções do corpo, são


percorridos pelos capilares, vasos sanguíneos em contato direto com o sangue
arterial e, por isso, ricos em nutrientes e oxigênio. No corpo humano o sangue
arterial é rico em nutrientes e oxigênio e o venoso transporta gás carbônico e
catabólitos.
SINAIS VITAIS

São evidências que devem ser encontradas em todo


ser humano e que através de sua avaliação
podemos estabelecer parâmetros de normalidade
ou anormalidade

Em razão de sua importância são


denominados sinais vitais.
SINAIS VITAIS

Os sinais que precisam ser de conhecimento do socorrista


são:

 Pulso
 Respiração
 Pressão arterial
 Temperatura corporal
PULSO / FREQUÊNCIA CARDÍACA
 O coração é uma bomba pulsátil que ejeta sangue intermitentemente no
sistema arterial;
 Toda vez que o sangue é lançado do
ventrículo esquerdo para aorta, a pressão
e o volume ejetado provocam oscilações
ritmadas em toda a extensão da parede
arterial, evidenciadas quando se
comprime moderadamente a artéria
contra uma estrutura dura;

 As paredes arteriais se distendem criando


uma onda de pulsação que progride
rapidamente em direção às terminações
distais das artérias.
CARACTERÍSTICAS

Ao examinar uma pulsação devemos analisar:


 Estado da parede arterial;
 Frequência;
 Ritmo;
 Amplitude;
 Comparação;
FREQUÊNCIA

É necessário contar sempre o


número de pulsações durante um
minuto, comparando com os
batimentos cardíacos.
RITMO

É dado pela sequência das pulsações. Quando ocorre uma


contração ineficiente do coração, que falha em transmitir a
onda de pulso para o local periférico, cria um déficit de pulso.

 Se elas ocorrerem a intervalos iguais o ritmo é REGULAR;


 Se os intervalos são variáveis , ora mais longos , ora mais curtos,
o ritmo é IRREGULAR;
AMPLITUDE

É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e está


relacionada com o enchimento da artéria durante a sístole e seu
esvaziamento durante a diástole.
Intensidade com que o sangue bate nas paredes das artéria.
Classificação:
 Pulso amplo/magnus;
Forte e cheio
 Mediano; Fraco e fino - Filiforme
 Pequeno ou parvus;.
 O pulso é tomado onde
uma artéria possa ser
comprimida levemente
contra um osso,com as
pontas de dois ou três
dedos.
CARACTERÍSTICAS DO PULSO
 Freqüência:
 Recém-nascido: 120 a 140 bpm
 Lactente: 100 a 120 bpm
 Escolar e adolescência: 80 a 100 bpm
 Adulto: 50 a 100 bpm

 Volume:
 Cheio: facilmente palpável;
 Fraco ou fino: difícil palpação e pode ser facilmente perdido durante a verificação;

 Ritmo:
 Normal ou Rítmico: batimentos em condições normais e intervalos regulares;
 Arrítmico: batimento irregular
TERMINOLOGIAS

 Normocardia
 Freqüência cardíaca normal (50 -100 bpm) INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

 Bradicardia
 Freqüência cardíaca abaixo do normal (< 50 bpm) EM REPOUSO

 Taquicardia
 Freqüência cardíaca acima do normal (> 100b pm)
TERMINOLOGIAS

 Taquisfigmia
 Pulso fino e taquicárdico;

 Bradisfigmia

 .
Pulso fino e bradicárdico
AVALIAÇÃO

Frequentemente é utilizado a artéria radial

 Utiliza-se os dedos indicador e médio;


 Apalpar delicadamente sobre a artéria selecionada;
 Realizar a contagem mentalmente da frequência
cardíaca;
 Durante 60 segundos;
Pulso Radial
Pulso Carotídeo
NUNCA COM O POLEGAR
“O examinador
poderá sentir seu
próprio pulso digital”
PRÁTICA EM DUPLA

 Pulso Radial

 Pulso Carótídeo

Verificar e anotar o pulso da dupla.


FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
RESPIRAÇÃO

Constitui uma das funções vitais do organismo;

Efetua a troca de gases dos alvéolos


transformando o sangue venoso rico em dióxido
de carbono e o sangue arterial rico em oxigênio;

 Tronco Encefálico : controle da respiração.


MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS
 Envolve sistema
cardiovascular:

 Ocorrem trocas gasosas


entre o organismo e o
meio;

 Respiração= celular;

 Ventilação= entrada e
saída;

HEMATOSE
 Frequência (movimentos respiratórios por minuto)
 Recém-nascido : 30 a 60 rpm;
 Criança: 20 a 30 rpm;
 Adulto : 12 a 20 rpm.

 Amplitude ( grau de expansão ou movimento da caixa torácica)


 Superficial;
 Normal;
 Profundo.
ProvaNP1 –
ATÉ AQUI
 Ritmo
 Regular : contínuo e ininterrupto.
 Irregular.

 Expansibilidade
 Simétrica
 Assimétrica

Em geral, o cérebro pode suportar até 3-6 minutos, sem oxigênio antes do dano cerebral ocorrer,
mas este pode variar de pessoa para pessoa. Se o cérebro ficar sem oxigênio mais do que isso,
danos graves e, muitas vezes irreversível, é provável que ocorra.
RITMOS IRREGULARES

 Cheyne-Stokes: uma fase de apnéia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais
profundas até atingir um máximo, para depois vir decrescendo até nova pausa.

Causas mais frequentes: insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana, AVE e os


traumatismos cranioencefálicos (TCE).
RITMOS IRREGULARES

 Biot: respiração em duas fases:

Períodos de apnéia seguidos de movimentos inspiratórios superficiais e expiratórios anárquicos quanto ao


ritmo e amplitude. Indica grave comprometimento cerebral. As causas mais frequentes deste ritmo são as
mesmas da respiração de Cheyne-Stokes.
RITMOS IRREGULARES

 Kussmaul: inspirações ruidosas, apnéia em inspiração, expiração ruidosas e apnéia em


expiração. Causas: acidose diabética.
RITMOS IRREGULARES

 A respiração AGONAL (GASPING),pode ser


observada com grande frequência nos minutos
iniciais da PCR. A respiração agonal, distingui-se
da respiração normal por não ter ritmo ou
expansão adequados.
OUVIR
SENTIR

10 segundos
 Bradipnéia: FR (freqüência respiratória) abaixo do normal;

 Taquipnéia: FR acima do normal;

 Dispnéia: Dificuldade respiratória;

 Ortopnéia: Respiração facilitada em posição vertical;


PRESSÃO ARTERIAL
Pressão arterial é a força com a qual o
coração bombeia o sangue através dos
vasos. É determinada pelo volume de
sangue que sai do coração e a
resistência que ele encontra para
circular no corpo.
PRESSÃO ARTERIAL

 Reflete a tensão que o sangue exerce nas paredes das artérias;

 A unidade padrão para a medição da PA é a de milímetros de


mercúrio (mmHg);

 A medida da pressão arterial compreende a verificação da


pressão máxima ou sistólica e a pressão mínima ou diastólica.

 PA = Pressão sistólica

Pressão diastólica
PRESSÃO ARTERIAL

 A pressão sistólica é a maior força exercida pelo batimento cardíaco; e a


diastólica a menor.

 A pressão sistólica representa a intensidade da contração ventricular,


 A diastólica, o grau de resistência periférica (relaxamento ventricular).
RESUMINDO:

 Quando o coração se contrai para bombear o


sangue para o resto do corpo é chamada de
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA ou MÁXIMA.

A pressão do sangue nos vasos quando o coração


encontra-se na fase de relaxamento ou “Período
de Repouso” é chamada PRESSÃO DIASTÓLICA ou
MÍNIMA.
 TERMINOLOGIA
 Hipertensão:pressão arterial elevada;
 Hipotensão: pressão arterial abaixo do normal.
 Normotensão: pressão arterial dentro dos parâmetros normais.

 Locais para verificação da PA:


 Membros superiores: artéria braquial
 Membros inferiores: artéria poplítea
 Esfigmomanômetro

 Estetoscópio
MATERIAL
 ESFIGMOMANÔMETRO
MANGUITO COM BOLSA INFLÁVEL

MANÔMETRO
- DIGITAL
- PRESSÃO

BULBO COM VÁLVULA COLUNA DE


MERCÚRIO
ESTETOSCÓPIO OLIVAS

HASTES

BARRA REGULADORA DE
TENSÃO
CAMPÂNULA

DIAFRAGMA
CORPO

TUBO PLÁSTICO OU
BORRACHA
VERIFICANDO...
Classificação PAS PAD (mmHg)
(mmHg)

Ótima <120 < 80


Normal < 135 < 85
Limítrofe 130-139 85-89

Hipertensão Estágio I 140-149 90-99


Hipertensão Estágio II 160-179 100-109
Hipertensão Estágio III >180 >110
Hipertesão Sistólica >140 < 90
Isolada
VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS

 Idade - em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos

 Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na


prática adotam-se os mesmos valores

 Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à


condições culturais e de alimentação.
TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura corporal é a diferença entre a quantidade


de calor produzida pelos processos corporais e a
quantidade de calor perdida para o ambiente externo.

Indica atividade metabólica.

• Regulação: Neural e Vascular


• Produçaõ de calor
• Perda de calor: Irradiação, Condução, Convecção, Evaporação.
(importância no ambiente hospitalar)
TEMPERATURA CORPORAL

 Normotermia: (36 oC e 36,8


oC)

 Hipotermia: (Temperatura abaixo da


considerada normal)

 Hipertermia: (Temperatura acima da


considerada normal)
Alteração da temperatura

 Hipotermia: (< 36 oC )

Perda de calor durante


uma exposição ao frio
que ultrapassa a
capacidade do corpo de
produzir calor.

• Caracteriza-se por pele


e extremidades frias,
cianose e tremores.
Alteração da temperatura
 Hipertermia: (> 36,8 oC )

É a incapacidade do corpo de
promover a perda de calor ou
reduzir a produção de calor.

• Verifica-se pele quente e seca,


sede, secura na boca, calafrios,
dores musculares generalizadas, CLASSIFICAÇÃO
sensação de fraqueza, • Febrícula ( 36,9 o C - 37,4 o C)
taquicardia, taquipnéia, cefaléia, • Febre (37,5 o C - 38 o C)
• Hipertemia (38°C – 39°C)
delírios e até convulsões. • Pirexia (39°C – 40°C)
• Hiperpirexia (acima de
40 o C)
Avaliação da temperatura

Mensuração
Locais
1. Oral
2. Retal
3. Axilar
4. Membrana Timpânica
Avaliação da temperatura

•É ́verificada com autilização do


termômetro.

• Termômetro deve ser colocado em local


onde existam rede vascular intensa ou
grandes vasos sangüíneos, e mantido por
tempo suficiente para a correta leitura da
temperatura.
Sinais de Apoio

Os sinais de apoio são emitidos devido ao estado de funcionamento dos órgãos vitais. Eles podem ser
alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou um forte trauma na cabeça, dentre diversos
outros acidentes. Devem ser analisados junto aos sinais vitais e tendem a piorar conforme o declínio do
estado de saúde. Os principais sinais de apoio são:

 Dilatação e reatividade das pupilas

 Cor e umidade da pele

 Estado de consciência

 Motilidade e Sensibilidade do corpo


Dilatação e Reatividade das Pupilas
 A pupila é uma pequena
abertura no centro da íris , que
controla a passagem de luz pelo
olho (que é responsável pela
formação das imagens que
vemos). Quando exposta a luz ela
se contrai e quando há pouca ou
nenhuma luz ela se dilata.
 As pupilas devem ser observadas
contra a luz de uma fonte lateral
ou a luz ambiente,
preferencialmente em ambiente
escurecido
Avaliação Pupilar

 Midríase  Anisocoria
 Miose  Isocoria
Cor e Umidade da Pele

A cor da pele depende primariamente


da presença de sangue circulante nos
 O estado geral de um acidentado vasos sangüíneos subcutâneos.
pode ser identificado pela cor e pela
umidade da pele.

 Uma pessoa pode apresentar pele


, cianosada (azulada) ou
hiperamiada (avermelhada e
quente), além disso, a pele pode
ficar úmida e pegajosa.

 As alterações na tonalidade da pele


devem ser observadas na face e nas
VERIFICAÇÃO DA PELE:

Analise:
1. Temperatura da pele;
2. Umidade da pele; e
3. Coloração da pele.
Cor da Pele

Uma pele pálida, branca, Uma cor azulada Poderá haver uma cor
indica circulação (cianose) é observada vermelha em certos
insuficiente e é vista nas na insuficiência cardíaca, estágios do
vítimas em choque ou na obstrução de vias envenenamento por
aéreas, e também em
com infarto do monóxido de carbono
ALTERAÇÕES NA COLORAÇÃO DA PELE:

COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES

Pálida Choque hemodinâmico, ataque cardíaco,


hemorragia.
Cianose (arroxeada) Deficiência respiratória, arritmia cardíaca,
hipóxia, doenças pulmonares,
envenenamentos.
Icterícia (amarelada)
Doença hepática (fígado)

Hiperemia Hipertensão, insolação, alergias, diabetes,


(avermelhada) choque anafilático.
ALTERAÇÕES NA TEMPERATURA E
UMIDADE DA PELE:

Pele fria, pálida e Perda sanguínea


úmida:
Pele fria e seca: Exposição ao frio

Pele quente e seca: Insolação

Pele quente e úmida: Hipertermia (febre),


intermação
Estado de Consciência

 Consciência: capacidade do indivíduo


perceber a si mesmo a ao mundo.

 Níveis de
Consciência
 lucidez ou vigília
 hipersonia: sonolência diurna
 obnubilação: sonolento, despertável com estímulos sonoros
 torpor ou estupor: consciência mais rebaixada, despertável só com
estímulos mais vigorosos (nociceptivos)
 coma: não despertável
Níveis de Consciência

CONSCIENTE INCONSCIENT
Acordado, alerta
Responde adequadamente
E Sono
profundo
aos estímulos verbais Não emite som verbal
Orientado no tempo e no Não interage consigo ou
espaço. com o ambiente
ESCALA DE GLASGOW
ESCALA DE GLASGOW
ABERTURA OCULAR
ESCALA DE GLASGOW
RESPOSTA VERBAL
ESCALA DE GLASGOW
RESPOSTA MOTORA
Avaliação Neurológica
Escala de Coma de Glasgow
Motilidade e Sensibilidade do
Corpo
 Identificar se uma pessoa consegue mover e sentir partes do corpo é uma forma importante de
identificar sinais do corpo e podem dar ao socorrista muitas informações.

 A incapacidade de realizar movimentos pode ser devido à paralisia da área, lesões nos nervos
ou membros e mesmo na medula espinhal. Desvios na face, na região dos lábios, podem
acontecer devido a lesões cerebrais ou a nervos labiais.

 Em situações de perca do movimento, geralmente também há a perda da sensibilidade local,


além disso, movimento pode ainda existir, mas existir uma dormência ou formigamento nas
extremidades.

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