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Introdução
As alterações cardíacas normalmente estão relacionadas com casos clínicos
crônicos e assintomáticos. O diagnóstico precoce melhora a eficiência do
tratamento, porém raramente é feito, principalmente em grandes animais. As
afecções circulatórias se dividem em:
Primárias: que afetam diretamente o sistema circulatório, como as patologias
congênitas, RTP;
Secundária: afecções dentárias, mastite, etc.
Muitas dessas afecções cardíacas apresentam prognóstico desfavorável, além
de tratamento oneroso que normalmente leva ao sacrifício de animais de
produção.
Anatomia
Vasos: artérias, que transporta o sangue do coração para os tecidos, e veias,
que transporta o sangue dos tecidos para o coração.
Pequena circulação: inicia-se com a saída do sangue do ventrículo direito
para, pela artéria pulmonar, passando pelos pulmões e termina como o retorno
do sangue ao coração pela veia pulmonar para o átrio esquerdo. A passagem
do sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo ocorre pela valva
mitral (bicúspide).
Grande circulação: compreende desde a saída do sangue do ventrículo
esquerdo pela artéria aorta, passando pela valva aórtica – semilunar, sua
distribuição por todo o corpo do animal até seu retorno ao átrio direito,
passando pelas veias cava, e sua chegada ao ventrículo direito passando pela
valva tricúspide.
Coração: o coração é “dividido” em coração direito, onde estão átrio e
ventrículo direitos, e coração esquerdo, onde estão átrio e ventrículo
esquerdos. As valvas tem por função impedir o refluxo do sangue ao fluir de
uma câmara para outra ou de do ventrículo para as artérias – atrioventriculares
direita (tricúspide) e esquerda (bicúspide ou mitral) e semilunares aórtica e
pulmonar.
Sístole: representa a contração do músculo cardíaco. Na sístole ventricular os
ventrículos se contraem aumentando a pressão atrial e fechando as válvulas
atrioventriculares, nesse estágio o volume ventricular é constante pois as
válvulas semilunares ainda estão fechadas, quando elas se abrem resulta em
um aumento da pressão ventricular e o sangue é ejetado de forma abrupta. A
sístole atrial, ocorre quando as aurículas se contraem impulsionando o sangue
para os ventrículos, ocorre a abertura das válvulas atrioventriculares e
fechamento das semilunares.
Diástole: representa o relaxamento do músculo cardíaco a principal função da
diástole é garantir que os ventrículos estejam adequadamente preenchidos
antes da próxima contração. Na diástole ventricular os ventrículos relaxam,
diminuindo a pressão interna e fechando as válvulas semilunares, nesse
estágio, as válvulas atrioventriculares se abrem e o sangue flui rapidamente
dos átrios para os ventrículos. Na diástole atrial as aurículas se relaxam e se
enchem de sangue proveniente das veias pulmonares e veias cavas.
Localização: localizado na cavidade torácica, em bovinos e equinos se
encontra entre o 3/ 6° EIC, em pequenos ruminantes entre a 3/6° costela e em
pequenos animais entre 3/7° costela.
Insuficiência circulatória periférica: é quando problemas vasculares
comprometem a irrigação ou drenagem, levando a processo de isquemia,
hipóxia, degeneração ou morte celular, ou à estase sanguínea. Isso
normalmente ocorre por debito cardíaco insuficiente ou por acúmulo de
sangue nos vasos periféricos.
Em bovinos a valva átrio ventricular direita costuma ser a miais afetada por
endocardites, de modo que não se deve negligenciar a ausculta do lado direito.
Exame clínico
Do exame clinico deve ser feito em uma sequência metódica e consciente e não
se limita à ausculta cardíaca e abordando exames de vasos e de aparelho
respiratório.
Identificação do paciente:
Avaliação das características gerais dos animais: espécie, raça, idade,
sexo, peso, utilidade, dados do proprietário (possibilitando relacionar as
principais doenças cardiovasculares para cada característica).
Anamnese: é feita a coleta de dados com o responsável pelo animal,
sendo três aspectos fundamentais, o animal, o ambiente e a
alimentação. Quanto ao animal deve-se questionar: queixa principal,
evolução clínica da doença atual história médica recente, história
médica regressa e manejo sanitário. Quanto ao ambiente: pasto, tipo de
chão, animais contactantes e origem do animal. Quanto à alimentação:
tipo de alimentação, suplementação e frequência.
Ruídos adventícios
Percussão: permite a determinação da área cardíaca, é um som sub-maciço.
Tipo de percussão e de martelo.
*A frequência cardíaca em animais hígidos é igual à dos pulsos
Exames complementares
Visam a confirmação da suspeita clínica e diagnósticos diferenciais
Exames laboratoriais (patologia clínica): enzimas séricas (CK, LDH), pode-se
avaliar se há lesão renal avaliando uréia e creatinina, e caso haja suspeita de
hipoxemia e shunts, pode ser realizada a hemogasometria.
Pericardiocentese: feito em casos de macicez absoluta do coração, apresenta
risos para o animal. É necessária total assepsia, agulha 15/20 e o é ângulo entre
xifoide e arco costal esquerdo.
Eletrocardiografia (ECG): registro de variação dos potenciais elétricos gerados
pela atividade elétrica do coração.
Técnicas de diagnóstico por imagem: radiografia, é raro em grandes animais
devido à amplitude da cavidade torácica, pode ser do tipo simples ou
contrastada (angiografia) e a incidência recomendada é a latero-lateral e dorso-
ventral. Indicações: observação da posição, forma/silhueta e tamanho cardíaco,
alterações respiratórias secundárias a cardiopatias, cardiomegalia, hridrotórax
e outros derrames pleurais, massas neoplasias intratorácias.
Ecocardiografia (EcoCG): indicações para avaliar espessura e movimento das
paredes cardíacas, mensura as câmaras cardíacas, avaliar valvas cardíacas e seu
funcionamento, avaliar grandes vasos próximos ao coração. Permite
diagnósticos impossíveis a outros métodos semiológicos, diagnóstico de
acúmulo de fluido pericárdico ou pleural e massas intra e extra cardíacas. É um
método auxiliar não invasivo, imagem do coração e estruturas vizinhas, estimar
severidade das doenças cardíacas, requer transdutor de alta frequência (2-
10MHz)