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Cardiologia Aula 2 – 20/08/2014

Abel Aline Teixeira

Exame das artérias e Veias

 Pulso Venoso Jugular

Composição:

1. Onda a: é uma onda positiva que corresponde à


sístole/contração atrial, onde o sangue acaba voltando para
jugular. Precede o pulso carotídeo e a 1ª bulha.
2. Crista c: é um efeito da contaminação do pulso arterial
(carotídeo) no pulso venoso ou fechamento da valva tricúspide.
3. Seio descendente x: rebaixamento do assoalho do átrio. É o período de diástole/relaxamento atrial e
coincide com o período da sístole ventricular. Desaparece nos casos de fibrilação atrial.
4. Crista v: corresponde à súbita interrupção do enchimento atrial no final da sístole ventricular. Geralmente
tem o tamanho de 1/3 -2/3 da onda “a”
5. Seio descendente y: corresponde à fase de enchimento ventricular rápido que ocorre imediatamente após à
abertura da válvula tricúspide.

Anormalidades do Pulso Venoso

A - Onda “a” gigante: onda pré-sistólica que aumenta com a inspiração,


decorre de um aumento do volume de sangue que retorna para jugular.
Ocorre em situações onde há um impedimento ou dificuldade da
passagem do átrio direito para frente, como na hipertrofia do VD, na
estenose tricúspide, nos tumores do AD com obstrução da valva
tricúspide e na hipertensão arterial pulmonar grave.

B - Onda “a” em canhão: é observada nos casos em que a válvula


tricúspide está fechada (não sempre, apenas em alguns momentos),
como quando a sístole atrial ocorre junto com a sístole ventricular.
Ocorre no BAV de 3ºgrau, TPV, ES atriais e ventriculares.

C - Onda “v” aumentada: está associada a regurgitação tricúspide,


quando o átrio está recebendo mais sangue que o normal. Pode ainda
estar presente na CIA.
D - Onda “a” ausente: ocorre na fibrilação atrial, já que não vai ocorrer sístole atrial.

E - Colapso “y” aumentado- está associado a condições que modificam o enchimento rápido do VD, com níveis de
pressão venosa elevados, tais como: derrame pericárdico, pericardite constrictiva e MCP restritiva.

 Pulso Arterial

Exame das artérias

O pulso arterial deve ser avaliado quanto à sua:

• Frequência: Proceder a contagem em 60 segundos.


Deve estar entre 60 e 100 bpm no adulto. Na criança é
mais elevada, existindo tabelas que ajustam para faixa
etária.

< FC = bradisfigmia
> FC= taquisfigmia; sphigmus = pulso.

Obs: em presença de arritmia a frequência do pulso pode ser inferior à frequência cardíaca (déficit de pulso),
como ocorre na fibrilação atrial.

• Ritmo: É a repetição cíclica da onda de pulso que pode ocorrer de maneira regular ou irregular. Quando
irregular:

 Arritmia rítmica: bigeminismo, trigeminismo.


 Arritmia arrítmica: fibrilação atrial, extra-sístoles frequentes.

• Tensão: Tem relação com a pressão arterial. Classifica-se como normal, duro e mole:

 Pulsus durus - Hipertensão arterial


 Pulsus mollis - Hipotensão, choque

Obs: a melhor artéria para análise da tensão do pulso é a artéria radial.

• Amplitude: É o deslocamento vertical da onda de pulso durante a ejeção do ventrículo esquerdo. As variáveis
são a força de contração do VE, volume de sangue e complacência arterial.

Amplitude aumentada  pulsus magnus, quando há um aumento e queda rápidos. Ocorre principalmente na IA,
mas também em estados hipercinéticos. Pode ser chamado também de Célere ou em martelo d’água.

Amplitude reduzida  pulsus parvus. É um pulso pequeno e de forma normal. É um sinal de vasoconstrição.
Expressa volume baixo. Ocorre na estenose aórtica, estenose mitral, HAS, nos estados de insuficiência
circulatória. Nos indivíduos normais pode ocorrer com o frio e ansiedade.

• Morfologia: Variáveis na avaliação: Volume sistólico do VE, velocidade de ejeção, distensibilidade-elasticidade


aórtica e resistência vascular periférica.

Obs:nos idosos e pacientes portadores de doença vascular difusa, as informações obtidas com o exame do
pulso arterial são menos confiáveis.

Pulso dicrótico: aumento da onda dicrótica que pode se tornar palpável. Percebe-se um pico sistólico e outro
diastólico. Ocorre: IM grave e CMP dilatada.
Pulso anacrótico: Percepção palpatória do entalhe anacrótico na fase ascendente. Ocorre: estenose aórtica
valvar ou supravalvar.

Pulso parvus et tardus: Pulso de pequena amplitude (parvus) com


onda de percussão retardada (tardus). Ocorre nas estenoses
aórticas fixas graves. Obs: na coartação da aorta os pulsos
femorais são de pequeno volume e retardados em comparação com
a palpação simultânea dos pulsos radiais.

Pulso célere: apresenta amplitude aumentada, subida e queda


rápida. Também conhecido como “pulso de Corrigan”, em martelo
d’água, tiro de pistola ou saltão. O exemplo clássico é a
insuficiência aórtica. Também é visto nos estados hipercinéticos
(hipertireoidismo, beribéri, febre e anemia), persistência do canal
arterial e fístulas artério - venosas.

Pulso Bisferiens: Apresenta dois (bi) picos ou


batimentos (sferiens) que são caracteristicamente
sistólicos. Presente na insuficiência aórtica pura ou
com EAo leve associada e nas bradicardias intensas.

• Alterações periódicas do pulso

Pulso alternante - pulso regular que alterna


um batimento de maior amplitude com outro
de menor amplitude. Presente na TPSV,IVE,
F.A. e pós batimentos extra-sistólicos.

Pulso paradoxal: Ocorre importante


redução da amplitude ou até
desaparecimento do pulso durante a
inspiração, com queda da PAS >10mmHg.
Achado clássico do tamponamento
pericárdico.

Outras causas: DPOC, ICC e obesidade.

• Estado da parede arterial

Deve-se comprimir a artéria até desaparecer o pulso. Ocorre infiltração quando permanece a sensação tátil de
um tendão. Artéria em traquéia de passarinho (medio- esclerose de Monkeberg). Melhor palpável na artéria
radial.

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