Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivos do caso:
Sopro de horstin Flint: pode causar estenose mitral quando o refluxo de sangue é muito
importante;
Cardiologia
Prof. Laercio Uemura
Aluna: Lara Schiavão de Carvalho
Estenose aórtica: causada principalmente por calcificação aórtica (idosos), mas pode ser
também por defeitos congênitos (ex: valva aórtica bicúspide ao invés de tricúspide) ou
adquiridos (reumática, degenerativa calcificada). Apresenta bulhas hipofonéticas. Sintomas:
dispneia, angina e síncope.
Insuficiência aórtica crônica: ocorre por alterações das cúspides valvares ou do ânulo da valva
aórtica. As principais causas são: reumática, aterosclerótica, bicúspide (alterações de aorta,
como aneurisma ou dissecção) e doenças relacionadas à alteração da geometria da raiz da
aorta. Apresenta sopro diastólico aspirativo decrescente, sopro mesossistólico de hiperfluxo e
sopro de Austin Flint. Sintomas: dispneia, angina e síncope.
Se regurgita menos sangue na raiz da aorta (porque a valva não fecha direito), volta mais
sangue para o VE e fica menos sangue na entrada das coronárias, causando má perfusão e dor;
↪ Fisiopatologia: nesse caso, a valva tricúspide não fecha direito e ocorre uma sobrecarga do
ventrículo direito.
O termo estenose corresponde à dificuldade de uma válvula abrir. Nesse caso, tem-se que o
ventrículo (no caso da aorta, o esquerdo) precisa fazer mais força para ejetar o sangue e abrir
a valva. Assim, o ventrículo passa a sofrer hipertrofia e o tamanho da câmara diminui.
Etiologias: aterosclerose (causa fibrose e calcificação dos folhetos aórticos), reumática (fusão
comissural, espessamento, fibrose e calcificação dos folhetos);
Cardiologia
Prof. Laercio Uemura
Aluna: Lara Schiavão de Carvalho
Nesse caso, o ventrículo sofre hipertrofia, sendo que primeiro ela é concêntrica e depois pode
passar a ser excêntrica (mas normalmente ela permanece sendo concêntrica). Isso se dá pela
equação de Laplace.
Ou seja: o espessamento da valva aórtica e sua dificuldade de abrir provoca uma disfunção
contrátil (insuficiência sistólica) e déficit no relaxamento (insuficiência diastólica).
Sintomas: síncope ocorre principalmente pelo baixo débito cardíaco (devido a dificuldade de
passagem no sangue que causa queda na resistência vascular periférica, diminuindo a P.A. e o
fornecimento de sangue ao cérebro). A angina ocorre devido a hipertrofia muscular, visto que
há um aumento na demanda de O2 que os vasos preexistentes não são capazes de suprir,
causando dor torácica. A dispneia e ortopneia caracterizam a insuficiência cardíaca, que é o
quadro mais grave da estenose.
Além disso, há a presença de pulso periférico parvus et tardus, que é retardado e lento
(porque há menos fluxo ejetado pelo ventrículo) – esse é um sinal clássico de estenose, se
fosse insuficiência o pulso seria com intensidade aumentada que logo decai (vê-se
especialmente o pulso carotídeo);
No ECG, pode-se identificar sobrecarga do V.E. (mas não é possível identificar se a hipertrofia é
excêntrica ou concêntrica) por meio do índice de Sokolov, que é quando há um aumento na
amplitude QRS (nos casos em que a onda S de V1, somada com a onda R de V5 é maior que
35mm). Há também o sinal de Strain, que é a infra do segmento ST (parte inicial lenta e final
rápida).
Conduta diagnóstica
Obs: FEVE é capacidade de o coração bombear sangue para diferentes órgãos do corpo;
Conduta terapêutica
Cardiologia
Prof. Laercio Uemura
Aluna: Lara Schiavão de Carvalho
Não há tratamento farmacológico para curar essa doença, apenas fármacos sintomáticos.
Utilizam-se diuréticos para pacientes com congestão pulmonar (especialmente furosemida,
que é um diurético de alça), vasodilatadores (devem ser administrados com cuidado para não
causar choque por queda de resistência vascular periférica e P.A);
Note: na estenose aórtica, não é possível aumentar o volume sistólico devido à dificuldade da
valva em abrir. Isso reduz a resistência vascular periférica, promovendo queda de P.A. Isso
ocorre porque o volume sistólico não é capaz de aumentar tanto a frequência cardíaca.
Tratamento definitivo: cirurgia, indicada para pacientes com sinais de gravidade. A cirurgia
pode ser troca valvar, valvoplastia por cateter-balão (inserção de um balão para dilatar a valva,
mas é uma técnica paliativa usada em pacientes com graves enquanto não realizam uma TAVI
ou troca valvar) ou TAVI (transcatheter aortic valve implantation – implante de valva por
cateterismo, que pode ser via transfemoral ou transapical, próxima ao ápice do coração). A
prótese pode ser biológica ou mecânica. A biológica não necessita de uso de anticoagulantes,
porém ela degenera e precisa ser trocada entre 10 ou 15 anos. Já a mecânica exige o uso de
anticoagulantes (cumarínicos – varfarina) mas não degenera.
Quando operar: quando se opta por operar um indivíduo assintomático, é preciso considerar a
idade. Se for muito jovem, é melhor usar a prótese mecânica (que é para vida toda), porém
isso implica no uso de anticoagulantes (varfarina - que é delicado). A outra opção, prótese
biológica, precisa ser trocada a cada 15 anos. Por isso, quando o paciente ainda não tem
sintomas, opta-se por aguardar para realizar o procedimento.
O assintomático importante deve ser acompanhado a cada 6 meses. O moderado e leve são
acompanhados anualmente ou menos;
Além disso, pacientes com dispneia tendem a apresentar um caso mais grave.
A gravidade também pode ser caracterizada pelos gradientes sistólicos e pelo cálculo da área
valvar.
O fluxo influencia sobre os gradientes sistólicos: a queda do fluxo transvalvar (por disfunção
ventricular) pode reduzir os gradientes de uma mesma área valvar. Em situações de alto fluxo
(exercício, gravidez, estados febris, anemia ou refluxo aórtico) há um aumento de gradientes
aórticos.
Cardiologia
Prof. Laercio Uemura
Aluna: Lara Schiavão de Carvalho
Gradiente sistólico: paciente 130x90 – apresenta pressão sistólica de 130. Se ele tem
problemas na valva aórtica, ao medir sua pressão na valva (130) temos que a pressão no
ventrículo é 100 mmHg maior (ou seja: 230mmHg), pois o ventrículo precisa exercer uma
pressão a mais para vencer a pressão na aorta.
Além disso, o cálculo da área valvar é importante, pois em casos em que há disfunção sistólica
do ventrículo esquerdo, o gradiente sistólico entre o VE e a valva aórtica com estenose será
reduzido, o que dificulta a classificação da gravidade da doença.
Ademais, o índice de Doppler de velocidades pode avaliar a gravidade da EA, pois ele avalia a
relação entre a velocidade de fluxo de saída do VE e a velocidade transvalvar aórtica. Quando
essa relação é menor que 0,25, a estenose é importante.
Fontes:
JATENE, Ieda B.; FERREIRA, João Fernando M.; DRAGER, Luciano F.; et al. Tratado de
cardiologia SOCESP. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2022. E-book. ISBN
9786555765182. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555765182/. Acesso em: 07 mar.
2023.