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Exame Físico Tórax- Sistema Cardiovascular- resumo

Coração:
● Órgão muscular oco, cuja função é distribuir o sangue oxigenado aos tecidos e removes
produtos residuais;
● O SNA controla a bomba cardíaca;

● As artérias e veias transportam o sangue, mantêm o coração cheio de sangue e mantêm a


pressão arterial.
● Valvas atrioventriculares: valvas mitral e tricúspide. Valvas semilunares: aórtico e
pulmonar.
Sistema de condução: estimula e coordena a contração da musculatura cardíaca.
Nódulo AS: começo do sistema de condução: sinal elétrico até o nódulo AV, que por sua vez, libera-
os para os ventrículos. Este impulso é conduzido pelo feixe de His através do septo que separa os
ventrículos e termina nas fibras de Purkinje.
● Sístole: período de contração ventricular.

● Diástole: período de relaxamento ventricular.


Histórico cardíaco:
● O cliente deve deita-se em decúbito dorsal, com decúbito em um ângulo de 30 a 45º.

● Técnicas propedêuticas: Inspeção, palpação, percussão e ausculta.


Entrevista:
● Identificação: nome, idade, sexo, profissão, cidade de origem, bairro, quem encaminhou,
endereço, telefone, contato, como é chamado, portuário, internações anteriores.
● Cronologia do problema principal: 24h, 24-72h, uma semana; duas semanas; um mês; seis
meses; um ano?
● Queixa principal: dor torácica; batimentos cardíacos irregulares/palpitações; dispneia (ao
esforço ou ao deitar); tosse; cianose ou palidez; fraqueza/fadiga; alterações do peso; edema
nas extremidades; tontura/síncope; cefaleia; hipertensão ou hipotensão.
● Hábitos e preferencias alimentares: gordura, carne vermelha, sal, ingesta hídrica.

● História familiar: (colocar a idade de ocorrência): morte súbita; insuficiência coronariana;


HAS; hipercolesterolemia; diabetes melitus; cardiopatia.
● História pregressa: alergia ou reação a medicamentos...

● Fatores de risco para doenças cardiovasculares: tabagismo, etilismo, alimentação,


hipertensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo, estresse, uso de anticoncepcionais,
hipercolesterolemia...
Sinais e sintomas relevantes: Dor torácica: intensidade, duração e características (constrição,
compressão, queimação, peso, pontada, facada); Dispnéia; Palpitações; Cansaço e fadiga; Cianose;
Edema de membros inferiores; Dor em membros superiores ou inferiores; Claudicação:
intermitente ou contínua.
Exame Físico:
● Exame físico geral: estado geral, pele, mucosas, impressão geral, peso, altura, IMC...

● Pescoço: pulsação jugular e carotídea;

● MMSS e MMII: pele, leito ungueal, rede venosa, edema e simetria;


● Inspeção e palpação: Simultânea

⮚ Parâmetros a serem analisados:

▪ Pesquisa de abaulamentos;

▪ Analise do ictus cordis (Choque de ponta – PIM);

▪ Analise de batimentos ou movimentos (visíveis ou palpáveis);

▪ Pesquisa de frêmito cardiovascular.


Inspeção e palpação
● Caixa torácica: o tórax normal é sensivelmente simétrico.

● Alterações:

▪ Retração inspiratória do terço inferior da região esternal e do apêndice xifoide indica


Pericardite crônica adesiva.
▪ Retração da região infra escapular E, das costelas e terços intercostais, indicam
Pleuropericardite posterior.
▪ Abaulamento precordial, indica Hipertrofia do ventrículo D, Aneurisma da aorta
torácica ou tumor de mediastino.
● Ponto de impulso máximo (PIM) ou Ictus cordis: localiza-se no 5º EIC E, na linha
hemiclavicular. Consiste em um impulso normal, periódico, sentido como pulsação suave,
facilmente visualizado em pessoas jovens e idosas magras.
▪ Achados anormais: ausente ou desviado, podem indicar derrames pleurais ou
pericárdicos e tumores.
▪ Investigar: Localização; extensão; mobilidade; intensidade e forma de impulsão;
ritmo; frequência.
▪ Localização: Varia de acordo com o biótipo.

⮚ Mediolíneos: linha hemiclavicular E e 5º EIC

⮚ Brevilíneo: desloca-se 2 cm para fora e 4º EIC

⮚ Longelíneo: desloca-se 1 ou 2 cm para dentro e 6º

▪ Extensão: Numero de palpas digitais para cobri-lo (Normal= 1 ou 2 polpas digitais;


Hipertrofia= 3 polpas ou mais; Hipertrofia + dilatação= palma da mão).
▪ Mobilidade: Com o paciente em decúbito lateral D e E, o examinador marca o local
do ictus (Normal= ictus desloca-se 1 ou 2 cm com as mudanças de posição).
▪ Intensidade: Avaliada pela palpação. Repousa-se a palma da mão sobre a região
dos batimentos;
⮚ Forte: pessoas magras, após exercícios, emoções, hipertireoidismo.

⮚ Grande intensidade: insuficiência aórtica (hipertrofia VE).

● Pulsações Epigástricas: Corresponde à transmissão à parede abdominal das pulsações


aórticas.
▪ Alterações: pulsações intensas- hipertrofia ventricular D, pulso hepático (estenose
tricúspide)
● Pulsação supra- esternais: dependem das pulsações da aorta.

▪ Alterações: pulsações intensas: Hipertensão arterial, aneurisma aórtico, insuficiência


aórtica e hipertireoidismo.
● Circulação colateral: normalmente não se visualiza a rede venosa torácica.

▪ Alterações: rede venosa palpável e visível- pode indicar tumores ou aneurisma da


aorta, com compressão da veia cava superior.
● Frêmito cardiovascular: sensação tátil determinada por vibrações produzidas no
coração ou vasos. Correspondem aos sopros intensos (estenose aórtico, persistência do
canal arterial, comunicação interventricular).
Ausculta
● Semiotécnica: Estetoscópio- Diafragma (Membrana semi-rígida); Campânula (sons de
menos frequência). Escolha do receptor adequado e aplicação correta; Ambiente de auculta-
silencioso; Posição do paciente e examinador; Orientação do paciente; Manobras especiais.
● Focos ou áreas de ausculta: Foco aórtico (2º EICD); Foco pulmonar (2º EICE); Ponto de
ERB; Foco Tricúspide (borda esternal inferior E); Foco Mitral (5º EICE).
● Posições do paciente e examinador: Decúbito dorsal (Padrão); Sentado; Decúbito lateral
esquerdo (auscultar o ruflar diastólico da estenose mitral, B3 e B4 mais audível); Em pé,
Tórax fletido (auscultar sopro da insuficiência aórtica ou bulhas hipofonéticas).
● Manobras especiais: inspiração ou expiração forçada.

▪ Paciente sentado, em posição ortostática, inclinado para a frente solta o ar e prende a


respiração em expiração: acentua ou evidencia sopros aórticos.
● Objetivos da ausculta: Bulhas cardíacas e alterações; ritmo e frequência; ritmo tríplices;
sopros; rumor venoso; ruídos da pericardite constritiva; atrito pericárdico.
Bulhas Cardíacas
● Os principais fatores na formação das bulhas cardíacas são o fechamento das valvas
cárdicas.
▪ 1º Bulha (B1) – componentes Mitral e Tricúspide.

▪ 2ª Bulha (B2)- componentes Aórtico e Pulmonar.

● A inspiração aumenta o retorno venoso retardando a sístole do VD, separando os


componentes Ao e P da 2ª bulha (desdobramento fisiológico).
● B1- Fechamento da valvas mitral (M) e Tricúspide (T):

▪ M antecede T- a sístole no VE inicia-se ligeiramente antes de VD

▪ Coincide com o Ictus Cordis e com o pulso carotídeo

▪ Timbre mais grave (Tum)

▪ Tempo de duração é um pouco maior que a B2

▪ Maior intensidade na foco mitral.


● Em metade das pessoas normais pode-se perceber separadamente os componentes, sem
significado patológico.
● B2- Fechamento das valvas Aorta (Ao) e Pulmonar (P):

▪ Componente Ao precede o P, durante a expiração ambas se fecham sincronicamente,


dando origem a um único ruído.
▪ Na inspiração há um retardo na P suficiente para perceber os dois componentes, é o
desdobramento fisiológico de segunda bulha.
▪ Timbre é mais agudo (Ta)

● Em condições normais a 2ª bulha é mais intensa nos focos da base (Ao e P);

● B3- É um ruído protodiastólico de baixa frequência que se origina das vibrações da parede
ventricular durante enchimento ventricular rápido. É um ruído de baixa frequência (TU).
▪ Ausculta- se 3ª bulha normal em crianças e adolescentes e raramente em adultos.
Quando patológica origina um ritmo tríplice de galope.
● B4- é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sistole. Corresponde ao fluxo
mobilizado pela contração atrial. É audível em crianças e adultos jovens.
Som Normal: Som de B3 Som de B4

Ritmo e Frequência
● Ritmo: apenas duas bulhas – ritmo em dois tempos ou binário.

▪ Havendo um terceiro ruído – Ritmo tríplice.

● Frequência: 60 a 100 batimentos/minutos

▪ <60- bradicardia

▪ >100-taquicardia
Alterações da 1ª Bulha
● Intensidade: avalia-se nos focos mitral e tricúspide

▪ Hiperfonese: condições que diminuem o enchimento ventricular: Hipertireoidismo,


taquicardia, contrações prematuras, apos exercício físico, febre.
▪ Hipofonese: Miocardite, IAM, choque cardiogênico.

▪ Os fatores de transmissão também devem ser lembrados tórax muito delgado (B1
mais intensa) x obesidade, mamas volumosa, derrame pericárdico, enfisema
pulmonar (hipofonese B1)
● Desdobramento da 1ª Bulha: pode ocorrer o desdobramento em grande parte dos
indivíduos normais, principalmente crianças e jovens (foco mitral e/ou tricúspide).
▪ Se o desdobramento for amplo levantar a suspeita de bloqueio de ramo D,
retardando o fechamento da tricúspide, neste caso também haverá desdobramento
de 2ª bulha.
Alterações da 2ª Bulha
● Intensidade: avalia-se nos focos aórtico e pulmonar.
▪ Hiperfonese B2 foco pulmonar.

▪ Condiçoes onde há aumento do débito cardíaco persistência do canal arterial e


comunicação inter-atrial.
▪ Quando ocorre aumento na pressão da aorta ou na pulmonar: HAS- hiperfonese B2
foco aórtico; Hipertensão pulmonar- hiperfonese B2 foco pulmonar.
▪ Hipofonese: quando decresce o debito cardíaco o ruído será de menor intensidade,
como na estenose aórtica.
Achados anormais
● Estalidos e cliques: Som agudo causado pela pressão alto no átrio E, audível ao longo da
borda esternal E.
▪ Estenose da válvula mitral decorrente da cardiopatia reumática.

● Sopros: são produzidos pelo fluxo sanguíneo turbulento, as causas podem ser uma válvula
criticamente estenosada; podem ainda ser formados por aumento da velocidade da corrente
sanguínea (febre, exercício, gravidez) ou diminuição da viscosidade sanguínea (anemia,
hipertireoidismo).
▪ Podem ser classificados em: Sistólicos (Estenose) e diastólicos (Estenose mitral e
tricúspide; Insuficiência aórtica e pulmonar): Protodiastólico, mesodiastólico e
telediastólico.
▪ Graduando em grau de intensidade de I a VI: Grau I (audível, com dificuldade); Grau
II (audível, mas baixo e suave); Grau III (moderadamente alto sem impulso ou
frêmito); Grau IV (alto, com frêmito); Grau V (bastante alto, com impulso ou
frêmito); Grau VI (bastante alto, audível antes do contato do estetoscópio com o
tórax).
● Atritos: som de rangido áspero e audível na sístole e diástole, observado na pericardite.
Avaliação dos MMII: Tamanho e simetria; Cor da pele (Cianose, acastanhada, palidez, rubor);
Leitos ungueais; edemas; dilatação venosa (varizes, trombofebites); Ulcerações.
Sinais vitais: Pulso; Pressão arterial; Frequência respiratória; temperatura.

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