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Exame físico do

sistema
Cardiovascular e
Respiratório
Monitores: Ana Clara, Brisa Ferreira,
Gabriela Barbosa, Gabriella Cocati,
João Paulo Chaves, Lucas Leone,
Mateus Leal, Walas Teles
01
Sistema
Cardiovascular
Brisa Ferreira, Gabriella Cocati,
Mateus Leal e Walas Teles
Anatomia

Localização: Região precordial,


área do tórax anterior que
abrange o coração e os grandes
vasos;

Tamanho: O coração se estende


do 2º EIC até o 4º/5º EIC da
borda direita do esterno até a
linha medioclavicular esquerda;
Orientações pré-exame
Ambiente: Iluminado, sem ruídos, privativo,
limpo e com temperatura agradável;

Durante o exame: Criança deve estar


acompanhada pelo responsável e ser orientada
sobre tudo que estiver acontecendo;
Equipamento: Estetoscópio (uso individual);

Posição: Em pré-escolares começar com a criança sentada ou no colo da mãe. Em


escolares realizar o exame em decúbito dorsal, sentado ou decúbito lateral
esquerdo;
Realização do Exame

● Exame OPORTUNISTA;
● Demonstrar os procedimentos em si ou em bonecos;
● Realizar primeiro os exames que demandem silêncio;
○ Ex: Aproveitar bebê que está dormindo no colo
da mãe para realizar a ausculta;
● Sempre se posicionar à DIREITA do paciente;

Inspeção > Palpação > Ausculta


Inspeção
● Avaliar tipo do tórax;
● Analisar possíveis alterações torácicas:
○ Visão Tangencial: ao lado do paciente;
○ Frontal: posicionado de frente aos pés
do paciente;
● Verificar existência de retrações,
abaulamentos, cicatrizações e circulação
colateral;
○ Em abaulamentos, se preocupar com
aneurisma de aorta, cardiomegalia,
derrame pericárdico e alterações da
própria caixa torácica;
Inspeção - Exemplo

Importante abaulamento torácico à esquerda


pelo aumento da área cardíaca devido ao
aneurisma do átrio esquerdo associado à
persistência do canal arterial com prolapso
da valva mitral.
Inspeção do Ictus Cordis
● Pulsação do ápice do coração;
● Localizado entre o 4º e 5º EIC esquerdo, em criança
geralmente no 4°, já em adolescentes no 5° EIC.
● Durante a Inspeção, verificar se o Ictus Cordis é
visível
Palpação
● Localizar o Ictus Cordis e avaliar:
○ Localização: Entre 4º e 5º EICE;
○ Diâmetro: 2 polpas digitais;
4°, 5° e ○ Amplitude: Propulsivo?
6° EICE ● A palpação do Ictus é o único mecanismo do
exame físico que permite a avaliação de
possível quadro de cardiomegalia;
○ Ictus cordis deslocado para a esquerda,
rebaixado, estendendo-se por três ou
mais espaços intercostais e com
duração prolongada;
○ No lactente nem sempre é palpável
Palpação
● As características semiológicas do frêmito cardiovascular são:
○ Localização: tomando como referência as áreas de ausculta;
○ Situação no ciclo cardíaco: diferenciando-se, então, pela
coincidência ou não com o ictus cordis ou o pulso carotídeo,
os frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico

Intensidade avaliada em cruzes (++++/4+)


Ausculta

Ambiente: Silencioso e tranquilo;

Posição: Sentado ou decúbito dorsal ou decúbito


lateral esquerdo com a mão esquerda na cabeça;

Estetoscópio: Diafragma para altas frequências (B1


e B2) e Campânula para baixa frequência (B3 e B4);
Focos da Ausculta

Foco Aórtico Foco Pulmonar


Foco Aórtico Acessório

Foco Tricúspide
Foco Mitral
Focos da Ausculta

Foco Foco
TUM
Tricúspide Mitral

Foco Foco

Aórtico Pulmonar
Bulhas Cardíacas
Primeira bulha (B1): Corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. Ela coincide
com a posição do Ictus Cordis. É considerada o timbre mais grave e com maior tempo de
duração do que a 2º bulha. O seu som é representado pelo “TUM”.

Segunda bulha (B2): Corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar.


Normalmente, o componente aórtico (A) precede o pulmonar (P). É caracterizada por um
timbre mais agudo e seco. O seu som é representado por “TÁ”.

Terceira Bulha (B3): Corresponde à fase de enchimento rápido ventricular. Relacionada à


sobrecarga de volume: Insuficiência do VE e Insuficiência de válvula Mitral. (TUM-TA-TA)
Em crianças pode ser auscultado a B3 por conta de um rápido enchimento ventricular, sendo
uma condição fisiológica (sem significado patológico).

Quarta Bulha (B4): Ocorre na fase de contração atrial - pré-sistólica; Relacionada à


sobrecarga de pressão: hipertensão arterial, miocardiopatia, coronariopatia. (TA-TUM-TA).
Bulhas Cardíacas

Desdobramento em B1 (S1): Corresponde a ausculta retardatária do fechamento


da válvula tricúspide (fisiológico). O seu som é representado pelo “TRUM”.

Desdobramento em B2 (S2): Corresponde a diminuição da pressão intratorácica


durante a inspiração, resultando em uma quantidade maior de sangue no VD e
retardo no fechamento da válvula pulmonar. O seu som é representado por “TRÁ”.
Sopros
Os sopros cardíacos são ruídos que podem ser
auscultados em virtude de alterações nos
padrões convencionais de circulação do sangue
(turbilhonamento)ao passar por estruturas do
coração.

Os sopros podem ser fisiológicos, e


relativamente comuns em crianças sem que haja
qualquer tipo de comprometimento ao sistema.

Para se determinar se um sopro é patológico ou


fisiológico, algumas características são
importantes: fase do ciclo cardíaco; localização
do foco; irradiação; intensidade; timbre
Caracterização das Bulhas
Ritmo: Regular ou Irregular;

Fonese: Normofonético, Hipofonético ou


Hiperfonético;

Tempo: Se relaciona a quantidade de bulhas:

Tum Tá - 2 tempos
Trum Tá - 3 tempos
Tum Trá - 3 tempos
Trum Tra - 4 tempos
Exemplo de Registro
Tórax simétrico, sem retrações, abaulamento ou cicatrizes. Ictus
cordis visível ou não, palpável no 4° EICE (criança) ou não, na
linha hemiclavicular. Ritmo cardíaco regular ou irregular; 2, 3, 4
tempos; desdobramento em B1 ou B2, foco do desdobramento;
bulhas cardíacas normo, hipo ou hiperfonéticas; com ou sem
sopros (com sopro: sistólico ou diastólico, foco do sopro,
irradiação, intensidade, timbre); normocárdico, taquicárdico ou
bradcárdico, xx BPM.

Na prática registro da ausculta normal: BNRNF2TSS, FC xx


bpm.
02
Sistema
Respiratório
Ana Clara, Gabriela Barbosa,
João Paulo e Lucas Leone
Anatomia
Anatomia
Particularidades
● O tórax do lactente é mais arredondado do que o dos adultos.
● Além disso, a parede torácica é fina e tem pouca musculatura; assim, os
ruídos pulmonares e cardíacos são transmitidos com clareza.
● A caixa torácica óssea cartilaginosa é mole e depressível.
● A extremidade do processo xifóide muitas vezes projeta-se
anteriormente, logo abaixo da pele.
Realização do Exame

● Exame OPORTUNISTA;
● O ideal é que a criança esteja com o tórax desnudo.
● Demonstrar os procedimentos em si ou em bonecos;
● Realizar primeiro os exames que demandem silêncio;
○ Ex: Aproveitar bebê que está dormindo no colo
da mãe para realizar a ausculta;
● Sempre se posicionar à DIREITA do paciente e
higienizar as mãos;

Inspeção > Palpação >Percussão> Ausculta


Inspeção

● Estática: o formato do tórax, o estado da pele, se há presença de


abaulamentos e/ou retrações, cicatrizes.
● Dinâmica: observa-se o tipo, ritmo e amplitude da respiração, tiragem e
utilização de musculatura acessória (local e graduação em leve, moderada
ou grave), batimento de asas nasais (componente nasal da respiração) e
expansibilidade do tórax;
Inspeção
Ritmo Respiratório
● Semiotécnica: Observar no mínimo 2 minutos

● Normal: sucessão regular dos movimentos respiratórios, de


profundidade mais ou menos semelhante.

Amplitude da Respiração
● Profunda: aos esforços, Cheyne-Stokes, Biot, Kussmaul.

● Superficial: Sono
Inspeção
● Forma do Tórax: Varia conforme a idade, sexo e biotipo. No RN e lactente, o
tórax tem formato arredondado
Formas de tórax

Tórax infundibuliforme
(Pectus excavatum)
● Depressão acentuada 1/3
inferior do esterno.
● Causa comum: Raquitismo
Formas de tórax

Tórax cariniforme (Pectus


carinatum)
● Saliência em peito de
pombo/quilha
● Causa comum: Raquitismo
Formas de tórax

Tórax em tonel/barril
● Diâmetro ântero-posterior
quase se iguala ao lateral
● Causa comum: DPOC, asma
crônica, enfisema pulmonar.
Formas de tórax
Tórax piriforme (em sino)
● Alargamento da porção
inferior
● Causa comum: Ascite
volumosa e
hepatoesplenomegalia
Formas de tórax
Tórax cifótico
● Encurvamento posterior da
coluna torácica
● Causa comum: anomalias,
congênitas, tuberculose,
neoplasias, postural.
Formas de tórax
Tórax Escoliótico
● Assimetria por desvio lateral
da coluna torácica
● Causa comum: anomalias
congênitas
Inspeção

Antes de tocar na criança, também é importante observar:

● O aspecto geral (incapacidade de comer ou de sorrir, dificuldade para ser


acalmado);
● Tipo respiratório: Costal superior, toracoabdominal;
● Frequência respiratória (bradipneia, eupneia, taquipneia e apneia);
● Cor (palidez ou cianose);
● Os ruídos respiratórios audíveis (grunhidos, sibilos, estridor, obstrução
evidenciada por ausência de ruídos respiratórios).
Palpação

Avalia-se:

● O frêmito toracovocal
● A expansibilidade.
Palpação - Frêmito toracovocal
● O examinador repousa as mãos ou as pontas
dos dedos na parede torácica quando a
criança chora ou emite ruídos.
● Nas maiores que falam pede para falar 1,2,3
ou 33
● Sempre comprar com o lado homólogo.
● Na criança só é palpado a parte posterior.
● Frêmito aumentado: ex.: pneumonias
● Frêmito diminuído: derrame pleural,
atelectasia
Palpação - Frêmito toracovocal
Palpação - Expansibilidade
● Examinador se localiza atrás do paciente
● Mãos em região dos ápices ou bases (10º VT)
● Polegares devem se tocar levemente
● Demais dedos bem aderidos ao tórax
● Solicite que o paciente respire mais
profundamente
● Examinador observa a movimentação das
mãos
● Redução da expansibilidade: pneumonias,
pleurite, Pneumotórax, derrame pleural,
hepato/esplenomegalia.
Percussão

● A percussão não tem utilidade nos lactentes, exceto em casos extremos.


● O tórax do lactente é hipertimpânico em toda a sua extensão o que torna
difícil detectar anormalidades à percussão. À medida que a criança vai
crescendo consegue-se realizar inspeção, palpação, percussão e ausculta
como no adulto.
Os sons fisiológicos da percussão
● Em pacientes sem alterações em tórax, espera-se ouvir alguns sons
fisiológicos, são eles:

- Som claro pulmonar: nas áreas de projeções dos pulmões;


- Som timpânico: espaço de traube;
- Som hipertimpânico: áreas de órgãos abdominais cheios de ar;
- Som maciço: região inframamária direita, “macicez hepática” e região
precordial;
- Submaciço: região inferior do esterno.
Ausculta

● Auscultação pulmonar é uma


técnica do exame físico
utilizada para ouvir os sons
gerados pela respiração e
pesquisar ruídos adventícios
geralmente usando um
estetoscópio (diafragma) e
solicitar ao paciente para
respirar profundamente.
Orientações do pré exame
● Sempre higienizar o estetoscópio
antes e depois do uso;

● Sempre verificar se a campânula ou o


diafragma está aberto;

● Posicionar as olivas na posição


anatômica do canal auditivo;

● Nunca encostar os dedos sob o tubo


de condução ou no paciente, para
evitar ruídos alheios ao exame.
Atenção!!!
● Na criança pequena, os ruídos
respiratórios são mais intensos e
grosseiros do que os dos adultos,
pois o estetoscópio fica mais
próximo à origem dos sons. Muitas
vezes é difícil diferenciar os ruídos
transmitidos pelas vias respiratórias
superiores dos inferiores.

Ainda, na ausculta, a cooperação da


criança é importante (peça a ela
para soprar uma vela imaginária).
Ausculta
Em um paciente normal, espera-se ouvir os sons:

- Traqueal: audível sobre a traqueia;


- Brônquico: audível sobre os brônquios principais (componente expiratório
menos intenso);
- Broncovesicular: audível na região esternal superior e interescapulovertebral
direita (som brônquico + murmúrio vesicular);
- Murmúrio vesicular: audível na periferia dos pulmões (“ondas do mar”).

O QUE MERECE ATENÇÃO?

- Ruídos anormais: ( Adventícios)


- Contínuos: roncos, sibilos, estridor, atrito pleural;
- Descontínuos: estertores finos e grossos.
Exemplo de Registro
Tórax simétrico, sem retrações, abaulamento ou cicatrizes.
Ausência de desconforto respiratório ou uso de
musculatura acessória. Frêmito tóraco-vocal normal e
simétrico. Murmúrio vesicular fisiológico, bem distribuído,
sem ruídos adventícios.

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