Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Professor: António Manuel
Esenfc 21/22
Sinais Vitais
Sinais vitais - conjunto de dados que fornecem informação determinante sobre o estado de
saúde de um utente, e paralelamente a outras avaliações fisiológicas, são indicadores
fundamentais para a identificação/resolução de problemas clínicos. É uma função autónoma do
enfermeiro.
▪ Temperatura (ºC)
▪ Pulsação (bpm)
▪ Respiração (nº de ciclos/min)
▪ Pressão arterial (mmHg)
▪ Dor
▪ (Saturação de oxigénio) - depende da situação clínica
Podem existir desvios dos valores padrões normais em pacientes, mas devemos ter em
consideração que podem ser valores característicos do paciente, não sendo considerados
anormalidades (normalidade individual).
Respiração
Funções do sistema respiratório:
▪ Facultar ao organismo troca de gases com o ar atmosférico;
▪ Assegurar permanentemente a concentração de oxigénio no sangue;
▪ Permitir reações metabólicas;
Respiração – é um tipo de função com as características especificas: processo contínuo de troca
molecular de oxigénio e dióxido de carbono dos pulmões para oxigenação celular.
Fases do processo de respiração:
• Ventilação pulmonar – processo de inspiração e expiração;
• Difusão de gases (hematose pulmonar) – trocas entre alvéolos e capilares;
• Perfusão de gases (O2 e CO2) – pulmões tecidos/células; distribuição dos glóbulos
vermelhos de/e para capilares pulmonares.
O que avaliar?
2
Esenfc 21/22
Padrões respiratórios
Eupneia Frequência, profundidade, ritmo normal
Dispneia Dificuldade respiratória (ritmo acelerado)
Taquipneia Aumento frequência respiratória (> 20 ciclos/min)
Bradipneia Diminuição frequência respiratória (< 12 ciclos/min)
Ortopneia Dificuldade respiratória na posição horizontal
Apneia Interrupção da frequência respiratória (ausência ciclos)
Percussão torácica:
1. Ressonante – varia de suave a moderado, com baixa intensidade e longa duração.
Resulta de estruturas (tecidos) repletos de ar (pulmão) – som oco;
2. Hiper-ressonante – som com alta intensidade e volume, duração mais longa que o
anterior. É produzido por um pulmão hiper insuflado, repleto de ar (enfisema pulmonar)
– som estridente;
3. Maciço – é suave, alta tonalidade, curto, produzido por material denso (músculo);
4. Submaciço – varia de suave a moderadamente alto, e duração moderada. É produzido
em material menos denso, (fígado e baço) – som abafado.
3
Esenfc 21/22
Como auscultar:
1. Sentar a pessoa direita, ou quando acamada elevar a cabeceira da cama cerca de 45 a
90 graus. Se a pessoa não se conseguir sentar colocá-la em decúbito dorsal para
auscultar a parede anterior do tórax ou em decúbito lateral para a parede posterior;
2. Retirar a roupa evitando a exposição desnecessária;
3. Auscultar os sons respiratórios. No adulto colocar o diafragma do estetoscópio na
parede torácica nos espaços intercostais. Mover sistematicamente o estetoscópio desde
o ápex do pulmão até aos lobos inferiores.
4. Ouvir um ciclo respiratório completo a cada movimento do estetoscópio. Comparar os
sons ouvidos à esquerda e à direita.
Pulsação
Circulação - movimento do sangue através do sistema cardiovascular como o coração e os
vasos sanguíneos centrais e periféricos.
4
Esenfc 21/22
Sístole – fase de contração do ciclo cardíaco; ocupa uma terça parte do ciclo cardíaco; a cada
batimento os aurículos contraem-se, seguindo-se a contração dos ventrículos.
Diástole – fase de repouso do ciclo cardíaco; ocupa dois terços do ciclo cardíaco; período de
relaxamento do musculo cardíaco; as cavidades cardíacas dilatam-se.
Métodos de avaliação do pulso:
• Direto (invasivo) – utilização de um cateter arterial, utilizada apenas em UCI;
• Indireto (não invasivo):
o Palpação;
o Auscultação;
o Eletrónico;
Locais de avaliação da pulsação:
1. Temporal - pulso da artéria temporal situada entre o olho e a linha do
cabelo acima do osso zigomático. É o pulso indicado como rotina em lactantes e crianças
pequenas.
2. Radial - pulso da artéria radial palpável ao longo do rádio na parte proximal do polegar
na face anterior do punho. É o pulso indicado normalmente.
5
Esenfc 21/22
8. Tibial posterior - pulso da artéria posterior, situada atrás do maléolo médio (osso
interno do tornozelo) no sulco entre o maléolo e o tendão de Aquiles.
Auscultação
Pulso apical - pulso auscultado no ápice do coração, no quarto ou quinto espaço intercostal, na
linha média da clavícula esquerda.
6
Esenfc 21/22
7
Esenfc 21/22
• Doenças várias.
Tensão arterial
Pressão sanguínea - consiste na força exercida pelo sangue circulante nas paredes dos vasos
do coração e das circulações sistémica e pulmonar.
Terminologia de Independência (TA):
• Pressão arterial (PA): é a pressão (em mmHg) de sangue sobre as paredes das artérias;
• Pressão diastólica (PAD): é a pressão de sangue quando os ventrículos estão em repouso
(corresponde ao valor mínimo);
• Pressão sistólica (PAS): é a pressão que provém da concentração dos ventrículos (valor
máximo).
Material:
• Esfigmomanómetro – esfig(o) – elemento de formação de palavras que exprime a ideia
de pulso; manómetro – instrumento que serve para medir as pressões exercidas pelos líquidos
ou a tensão ou força elástica dos gases e vapores;
8
Esenfc 21/22
Estetoscópio.
Manómetro:
• São portáteis e geralmente de leitura mais fácil que os manómetros de mercúrio;
• No entanto, as propriedades elásticas expõem o indicador de pressão a desvios pelo
que se tornam um pouco menos credíveis que os de mercúrio;
• Um ponteiro posicionado no zero quando a braçadeira está vazia não é garantida de
que a leitura vá ser rigorosa quando se faz a desinflação da braçadeira.
• Exige recalibrações periódicas.
Sons de Korotkoff:
• Sons do auscultados sobre uma artéria durante o esvaziamento da braçadeira;
• O 1º som (fase I de Korotkoff) corresponde à pressão sistólica;
• O desaparecimento do som, último batimento (fase V de Korotkoff) corresponde à
pressão diastólica.
O que registar:
• Os valores da PA;
• Braço em que foi medido, convém ser o esquerdo;
• Braçadeira utilizada;
• Hora de medição/avaliação;
• Alguma circunstância particular (stress, febre, agitação...)
Tipos de TA:
• Normotensão – quando o valor da TA se encontra dentro dos parâmetros considerados
normais para a idade.
• Hipotensão – quando o valor da tensão arterial está abaixo dos valores considerados
normais.
• Hipertensão – quando o valor da tensão arterial está acima dos valores considerados
normais.
9
Esenfc 21/22
Temperatura
Homeostasia térmica - capacidade de manter a temperatura corporal dentro de um certo
intervalo pré-determinado apesar das variações térmicas do meio ambiente (ex.: Homem).
Temperatura de equilíbrio: 37ºC; Limites normais: 36.1 a 37.2ºC.
Termogénese - calor produzido por condições celulares que provocam aumento da
temperatura (aporte alimentar, atividade glandular, atividade muscular). A quantidade de
calor produzido é diretamente proporcional à taxa de metabolismo corporal.
Termólise - calor eliminado pela pele, rins, pulmões, … (evaporação, radiação, condução,
convecção).
Apirexia - ausência de febre ou hipertermia.
Termorregulação - processo do sistema termo regulador com as características específicas:
controlo da produção e da perda de calor através do mecanismos fisiológicos ativados pelo
hipotálamo, pele e temperatura corporal.
Os principais sistemas isolantes do corpo são: a pele, tecidos subcutâneos e a gordura dos
tecidos subcutâneos.
Mecanismos fisiológicos de transferência de calor: controlo vasomotor, transmissão de calor
corporal central para a pele, mecanismo de evaporação.
A temperatura corporal é regulada por mecanismos:
• Comportamentais: a mudança comportamental depende do ambiente, da capacidade
da pessoa para sentir conforto ou desconforto e do estado emocional da pessoa;
• Fisiológicos: a resposta involuntária que mantém constante a temperatura corporal
que depende dos recetores, integrador central (centro cerebral localizado no
hipotálamo) e dos mecanismos efetores (vasos sanguíneos, músculos, glândulas
sudoríparas).
A energia térmica pode ser absorvida a partir do meio externo ou dissipada para o mesmo:
1. Irradiação - transferência de energia térmica sem contato direto entre 2
corpos/meios, cerca de 85% da superfície corporal irradia calor para o ambiente.
2. Condução - mecanismo de transferência de energia térmica entre corpos, entre partes
do mesmo corpo.
3. Convecção - transferência de calor por meio de ar. Quanto maior a velocidade das
correntes de ar, maior renovação do ar adjacente ao corpo e maior a amplitude da
transferência de calor
4. Evaporação - é a transferência de energia térmica pela conversão de água líquida ao
estado gasoso. Perdas insensíveis que ocorrem através do trato respiratório (pulmões)
e pela superfície cutânea.
Febre
• Elevação anormal da temperatura corporal;
• Consequência de alteração no ponto de regulação hipotalâmico, associado a:
• Aumento da frequência respiratória;
• Aumento da atividade metabólica
• Taquicardia com pulso fraco ou cheio com ressalto;
• Agitação
• Cefaleias ou confusão
10
Esenfc 21/22
Nota: a subida rápida da febre é acompanhada de calafrios, tremores, arrepios, pele pálida e
seca. A descida da febre é acompanhada por pele quente e ruborizada e de suor.
Características da febre:
• Início: súbito ou gradual
• Intensidade: leve ou febrícula (até 37,5ºC), moderada (37,5-38,5ºC), alta ou elevada
(acima de 38,5ºC)
• Duração: poucos dias ou prolongada (mais de 10 dias)
• Modo de evolução:
o Contínua - temperatura constante, >38 graus
o Intermitente - picos de febre que alternam com níveis de temperatura normal
nas 24 horas (normotermia pelo menos 1x/24h)
o Remitente - aumenta e baixa sem atingir valores normais e sem períodos de
apirexia
o Recidivante - por surtos; pode durar para além de 24 horas.
11
Esenfc 21/22
Dor
É a perceção comprometida: aumento da sensação corporal desconfortável, referencia
subjetiva de sofrimento, expressão facial característica, alteração do tónus muscular,
comportamento de autoproteção, limitação do foco de atenção, alteração da perceção do
tempo, fuga do contacto social, processo de pensamento comprometido, comportamento e
distração, inquietação e perda de apetite. É o principal motivo para a procura de cuidados de
saúde.
A dor é:
→ Fenómeno universal;
→ Mecanismo sinalizador;
→ Fisiológica;
→ Complexa;
→ Subjetiva;
→ Experiência desagradável;
→ Função protetora e sinal de alarme.
12
Esenfc 21/22
Indicadores de dor
1. Idade
2. Género
3. Significado das experiências dolorosas
4. Atenção, ansiedade e fadiga
5. Apoio familiar e social
13
Esenfc 21/22
• Causa sofrimento
• Intervenções a longo prazo
• + Pode ser aplicada em qualquer tipo de dor, numa população alvo com idades ≥ 6 anos;
14
Esenfc 21/22
• - As pessoas idosas não respondem com tanta facilidade com esta escala.
• Sensibilidade alta;
• Pode ser aplicada em todos os tipos de dor, numa população alvo com idades ≥ 6 anos;
Escala qualitativa
• + Pode ser usada em todos os tipos de dor numa população alvo com idades ≥ 4 anos;
Escala de faces
• Pode ser usada em todos os tipos de dor numa população alvo com idades ≥ 4 anos;
Categorização
• Sem dor – face 1 (pontuação 0);
• Dor ligeira – face 2 (pontuação 2);
15
Esenfc 21/22
A enfermagem: profissão
Ocupação – trabalho ou uma carreira
Profissão – vocação ou ocupação aprendida. Mais valorizadas porque os serviços que os
profissionais executam são benéficos para a sociedade.
Características/condições de uma profissão:
1. Base definida de conhecimento
2. Domínio sobre o ensino e o treino
3. Registo
4. Serviço altruísta (dedicado)
5. Código de ética
6. Socialização prolongada
7. Autonomia
8. Deve ter missão social
A enfermagem: disciplina
Disciplina – ramo do conhecimento ordenado por teorias e métodos que evoluem a partir da
visão do fenómeno de interesse (cuidado, pessoa, saúde e ambiente).
Características de uma disciplina:
✓ Perspetiva e sintaxe (linguagem) distintas
✓ Determinação dos fenómenos de interesse
✓ Determinação do contexto em que são vistos os fenómenos
✓ Quais as perguntas a serem feitas
✓ Determinação dos métodos de estudo
✓ Qual evidência é a prova
Saber ético ou a componente moral do saber – a ética será sempre a primeira dimensão da
enfermagem. A ação do enfermeiro é conduzida por princípios ético-morais de justiça
equitativa. O saber ético manifesta-se em comportamentos constatáveis e observáveis pelos
pares e regidos pelo código deontológico.
16
Esenfc 21/22
Saber estético ou a arte – criação artística de elevado valor estético (lógico e belo) resultante
de experiências humanas extremas de grande significado para quem nelas participa. A
enfermagem não é uma técnica, mas sim uma ciência humana prática, ou seja, perante cada
situação, que é diferente da anterior porque é humana, sermos capazes de uma resposta
adequada, logo criativa.
17
Esenfc 21/22
18
Esenfc 21/22
Paradigma da categorização
Os fenómenos são divisíveis em categorias, classes ou grupos definidos, considerados como
elementos isoláveis ou manifestações simplificáveis.
Uma alteração num fenómeno é consequência de condições anteriores. Assim, os elementos e
as suas manifestações conservam entre si relações lineares e causais. Sob o ângulo deste
paradigma, o desenvolvimento dos conhecimentos orienta-se para a descoberta de leis
universais.
Paradigma da integração
Este paradigma influenciou a orientação da enfermagem para a pessoa;
Saúde e doença passaram a ser perspetivadas como entidades distintas que coexistem em
interação dinâmica. Evolução de teorias da psicologia.
Prolonga o paradigma da categorização reconhecendo os elementos e manifestações de um
fenómeno integrando-os num contexto no qual se situa;
Este paradigma é orientado para a pessoa. Considera-a como um todo composto por todas as
partes que estão interrelacionadas, as dimensões fisiológica, psicológica, sociológica, cultural e
espiritual daí a expressão: “A pessoa é um ser bio-socio-cultural-espiritual”.
19
Esenfc 21/22
20