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Coração e Aorta

Fundamentos de anatomia e fisiologia

• O ictus cordis (quinto espaço intercostal) não corresponde exatamente à ponta


do coração;
• Ventrículo direito como a parte mais anterior do coração;
• Alterações na posição do coração:
o Respiração (forçada);
o Biotipo:
▪ Longilíneos: coração mais verticalizado;
▪ Brevilíneos: coração mais horizontalizado;
▪ Mediolíneos: posição intermediária;
o Posição (deitado, em pé...);
• Inervação:
o Fibras nervosas autônomas que incluem fibras sensórias do N. X e dos
troncos simpáticos;
o Sistema simpático: aumenta frequência e atividade;
o Parassimpático: diminui frequência e atividade;
• Elemento iônico fundamental na contração cardíaca: Cálcio;
• BNP: peptídeo
natriurético cerebral –
ventrículo esquerdo
secreta em resposta ao
aumento de pressão
em sua parede;
• Propriedades
fundamentais do
coração:
cronotropismo ou
automaticidade,
batmotropismo ou
excitabilidade,
dromotropismo ou
condutibilidade, e
inotropismo ou
contratilidade;
• Bulhas:
o B1: fechamento dos folhetos da valva mitral;
o B2: fechamento das sigmoides aórticas;

Lucas Fiorini Cruz


Exame do coração

• Inspeção, palpação e ausculta;


• Paciente em decúbito dorsal;
o Sentado, decúbito lateral e de pé com tórax inclinado para frente podem
ser necessários;

Inspeção e palpação
• Faz-se junto para ser mais significativo;
• Achados importantes a serem investigados: pesquisa de abaulamentos, análise
do ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos visíveis e ou palpáveis,
palpação de bulhas e pesquisa de frêmito cardiovascular;
• Abaulamentos: faz-se a inspeção da região precordial tangencialmente e
frontalmente;
• Ictus cordis: é estudado pela inspeção e palpação, investigando-se localização,
extensão, intensidade, mobilidade, ritmo e frequência;
o Localização: variai com biotipo
▪ Mediolíneo: cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com 4ª
ou 5ª espaço intercostal;
▪ Brevelíneo: desloca-se 2cm para fora e para cima, situando-se no
quarto espaço intercostal;
▪ Longelíneo: costuma estar no quinto espaço, 1 ou 2 cm para
dentro da linha hemiclavicular;
o O deslocamento do ictus indica dilatação e ou hipertrofia do ventrículo
esquerdo, como pode ocorrer na estenosa aórtica, insuficiência aórtica,
insuficiência mitral, hipertensão arterial, miocardiopatias e cardiopatitas
congênitas;
▪ Escoliose, depressão do esterno, derrame pleural ou elevação do
diafragma o deslocamento do ictus não indica hipertrofia do
ventrículo;
o Em condições normais o ictus tem 1 a 2 poupas digitais de comprimento,
no caso de hipertrofia são necessários 3 poupas ou mais;
o A intensidade é avaliada
repousando-se a palma
da mão sobre a região,
sendo melhor avaliada na
palpação, obviamente.
o Mobilidade: mudança de
decúbito em condições normais causa movimentação leve do ictus. Um
ictus imóvel demonstra aderências – informação poupo prática;

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o Ritmo e frequência são melhores analisados na ausculta, mas na
palpações pode-se conseguir elementos úteis, como o ritmo de galope;
• Bulhas palpáveis: quando bulhas se tornam hiperfonéticas – choque valvar
palpável;
• Frêmito cardiovascular: sensação tátil determinada por vibrações produzidas no
coração ou vasos. Possuem 3 características:
1. Localização: como referência as áreas de ausculta;
2. Situação no ciclo cardíaco: diferenciando-se então pela coincidência ou
não com o pulso carotídeo, os frêmitos sistólicos, diastólicos e
sistodiastólicos;
3. Intensidade: avaliada em cruzes (+ a ++++);
o Os frêmitos correspondem aos sopros, e sua presença é de grande
importância para o raciocínio clínico;

Ausculta
Normais a serem obedecidas:

• Ambiente de ausculta:
o Silencioso;
• Posição do paciente e do examinador:
o Habitualmente: decúbito dorsal com tórax totalmente descoberto;

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• Escolha correta do receptor:
o Diafragma – alta frequência/ Campânula – baixa frequência;
• Aplicação correta do receptor:
o Levemente apoiado sobre a pele;
o Perfeita coaptação de suas bordas na área de ausculta;
o Nunca fazer ausculta através de roupa;
o Não comprimir a pele, pois a mesma se tornará esticada e fará o papel de
um diafragma, anulando sua vantagem na ausculta de ruídos de baixa
frequência;
• Relação de batimentos cardíacos e respiração:
o Maioria dos sopros ou sons originados do coração direito aumenta
durante a inspiração, em virtude do aumento do retorno de sangue nesta
fase da respiração;
Focos ou áreas de ausculta

• Os clássicos focos de ausculta NÃO correspondem às localizações anatômicas das


valvas que lhes emprestam os nomes;
• Focos:
o Mitral (FM): quarto ou quinto espaço intercostal esquerda da linha
hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis;
o Pulmonar (FP): segundo espaço intercostal esquerdo junto ao esterno;
o Aórtico (FAo): segundo espaço intercostal direito junto ao esterno;
o Aórtico acessório: terceiro espaço intercostal esquerdo junto ao esterno;
o Tricúspide (FT): base do apêndice xifoide, ligeiramente à esquerda;
• Outras áreas:
o Borda esternal esquerda;
o Borda esternal direita;
o Endoápex ou mesocárdio;

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o Regiões infra e supraclaviculares direita e esquerda;
o Regiões laterais do pescoço;
o Regiões interescapulovertebrais;
• A determinação de focos ou áreas não significa que o receptor do estetoscópio
deva ser colocado apenas naqueles locais. Todo o precórdio e as regiões
circunjacentes devem ser auscultadas, e os focos nada mais são do que pontos
de referência
Ciclo cardíaco

• Voluma de sangue e pressão como variáveis importantes;


• Final da diástole: vala mitral semiaberta, pequena diferença de pressão entre A
e V (pouco sangue passa) – enchimento lento;
• Nó sinusal excita átrio e este contrai – impulsão do sangue para VE;
o Onda A atrial;
o Valvas AV se afastam amplamente;
• Elevação da pressão atrial é seguida
de uma elevação da pressão
ventricular – pressão diastólica final;
• O estimula percorre a junção AV, feixe
e His e pela rede de Purkinje – valva
AV se fecha – 1ª bulha;
• Quando valvas mitral e aórtica estão
momentaneamente fechadas e existe
uma contração do V, ocorre a contração isovolumétrica;
• Quando a pressão V supera a aórtica, a valva aórtica se abre, iniciando a ejeção
ventricular (3 fases): rápida, lenta e protodiástole de Wiggers;

Bulhas cardíacas

• Primeira bulha (B1):


o Fechamento das valvas mitral e tricúspide;
o Componente mitral (M) antecedendo o tricúspide (T);
o Coincidente com o ictus cordis e com o pulso carotídeo (não se pode
reconhecer a primeira bulha pela onda de pulso radial);
o Timbre mais grave e duração menos que B2;
o “TUM”;
o Maior intensidade no foco mitral.
• Segunda bulha (B2):
o Constituída por 4 grupos de vibrações, mas somente são audíveis as
originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar;
o Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial, enquanto o
ruído pulmonar é auscultado em uma área limitada que corresponde ao
foco pulmonar e à borda esternal esquerda;

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o B2 é única no foco aórtica e na porta do coração – apenas o componente
aórtico;
o Normalmente o componente aórtico (A) precede o pulmonar (P);
o Na expiração, ambas valvas se fecham sincronicamente, originando ruído
único;
o Na inspiração, quando a sístole do ventrículo direito se prolonga
ligeiramente em função do maior afluxo sanguíneo, o componente
pulmonar se retarda por tempo o suficiente para se perceber de modo
nítido os dois componentes – desdobramento inspiratório ou fisiológico
da segunda bulha;
o B2 é ouvida após pequeno silêncio;
o Timbre mais agudo, mais seco – “TÁ”;
o O desdobramento implica em – “TLÁ”;
o Mais intensas nos focos da base (aórtico e pulmonar);
o Em crianças é mais intensa no foco pulmonar, em adultos é o contrário;
• Terceira bulha (B3)
o Ruído protodiastólico de baixa frequência;
o Origina-se das vibrações da parede ventricular subitamente distendida
pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento
ventricular rápido;
o Observada em crianças e adolescentes, raramente em adultos;
o Mais audível na área mitral em decúbito lateral esquerdo;
o “TU” rapidamente pronunciado;
• Quarta bulha (B4)
o Ocorre no final da diástole ou pré-sístole (ruído débil);
o Mais difícil de ser percebida

Momentos da sístole e da diástole

• Divisão da sístole e diástole para especificar pontos de sons que não sejam
bulhas:
o Protossístole: terço inicial;
o Mesossístole: terço médio;
o Telessístole: terço final;
o Protodiástole: terço inicial;
o Mesodiástole: terço médio;
o Telediástole: terço final;

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o A diástole pode ser designada também por pré-sístole, holossístole e
holodiástole;
Posições do paciente e manobras

• Paciente em decúbito dorsal com tórax descoberto;


• Situações especiais:
o Posição sentada;
o Posição de pé com tórax inclinado para frente;
o Decúbito lateral esquerdo;
• Também usados artifícios como manobras respiratórias (inspiração ou expiração
forçadas), exercício físico para tornas nítidos dados da ausculta

Ritmo e frequência do coração

• Reconhecidas B1 e B2, o objeto agora é determinar ritmo e frequência


(batimentos por minuto);
• Com duas bulhas – ritmo binário/ Com três bulhas – ritmo tríplice;
• Frequência: contar o número de batimentos durante um minuto inteiro;
o Em adultos o normal é de 60 a 100 bpm em repouso.

Lucas Fiorini Cruz

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