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SEBENTA

NEURO
2017-2021

1
Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Sistema Nervoso


Central Periférico

Neurónios Neurónios
Encéfalo Medula Espinal Eferentes / Aferentes /
Motores Sensitivos

Sistema Sistema
Telencéfalo Diencéfalo Tronco Cerebral Cerebelo
Somático Autónomo

Nervos Nervos
Mesencéfalo Ponte Bulbo Simpático Parassimpático
Cranianos Espinhais

Sensibilidade somática: sensibilidade transmitida pelos músculos e articulações


Sensibilidade Visceral: informação das visceras
Sensibilidade especial: informação vestibular, visão, etc...

Vias Aferentes ou Ascendentes – Sensibilidade

Sensibilidade Superficial:
– Tátil: algodão, cotonete, escova
– Térmica: gelo/água quente 40º a 45º
– Dolorosa: compasso, agulha, clip

Sensibilidade Profunda:
– Propriocetiva ou profunda: pressão, movimento passivo
– Vibratória/palestésica: diapasão
– Discriminativa (discriminação de 2 pontos): compasso, clip (2pontas), esferográfica, objetos
conhecidos (moedas, chaves,...)

Tipos de recetores:
Þ Terminações nervosas livres (respondem a estímulos dolorosos, temperatura, prurido, movimento
articular ou proprioceção)
-> dor (agulha), temperatura (quente/frio)
Þ Discos de Merkel (detectam tato superficial e pressão superficial)
-> tátil (pressão, algodão, escova)
Þ Corpúsculos de Meissner (tacto: discriminação)
-> discriminação 2 pontos (compasso), grafestesia (esferográfica), estereognosia (objetos comuns)
Þ Orgão terminal de Ruffini (deteção de tacto ou pressão)
-> pressão, movimento passivo articular
Þ Corpúsculos de Pacini (detetam a pressão profunda, vibração e proprioceção)
-> vibração (diapasão)

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Sensibilidade Superficial: Via Espinotalâmica – Feixe
Lateral
Transmite potenciais de ação de dor (+dor visceral) e temperatura, a
informação é recebida pelas terminações nervosas livres. (agulha,
calor/frio)
Sensibilidade mais grosseira, menos precisa.

As vias laterais entram pelo corno posterior, fazem sinapse e cruzam


para o lado oposto 1/2 segmentos acima. Seguem ipsilateralmente até
ao tronco cerebral, enviam ramos laterais para a substância reticulada
“desperta o córtex”, ponte e mesencéfalo, fazem sinapse no tálamo (3º
neurónio) e daí vão para o hipotálamo (e outras regiões), mas a maioria
vai para o córtex no giro pós-central – região somatosensorial e regiões
relacionadas com as emoções.

Sensibilidade Superficial: Via Espinotalâmica – Feixe


Anterior
Transmite potenciais de ação para o tacto discriminativo, a informação é
recebida pelos Discos de Merkel. (escova, pressão, algodão)
Sensibilidade mais fina, mais precisa.

As vias anteriores entram pelo corno posterior, fazem sinapse e cruzam


para o lado oposto, 3/4 segmentos medulares acima. Seguem para o
tálamo onde fazem outra sinapse com os neurónios de 3ª ordem até ao
cortéx no giro pós-central.

Sensibilidade Profunda: Via Coluna Posterior /


Lemniscal Medial
Transporta a sensibilidade tátil discriminativa, propriocetiva e
vibratória, transmitida pelos recetores de Meissner, Ruffini, Pacini.
(discriminação de 2 pontos/ compasso, pressão, diapasão).

Os axónios de neurónios sensitivos entram pelos cornos posteriores e


formam os fascículos/tratos posteriores.

• Fascículo Gracilis (Goll): mais interno (info. do membro


inferior e estruturas do tronco abaixo de D6)
• Fascículo Burdach (Cuneiforme): mais externo (info. do
membro superior e estruturas do tronco acima de D6)
Seguem ipsilateralmente até ao bulbo raquidiano para os núcleos com
o mesmo nome e fazem sinapse com os 2º neurónios. Cruzam para o

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lado oposto e formam o lemnisco médio (aglomerado de axónios) na ponte, seguem para o tálamo onde
fazem nova sinapse com os 3º neurónios e vão para o córtex cerebral – giro pós-central (região
somatossensorial do córtex).

Exame Neurológico – Sensibilidade

Dermátomos raízes “Dermátomos” nervos periféricos

Vias Eferentes ou Descendentes – Motoras

Vias Diretas (Piramidais) – movimentos conscientes de perícia:


– Feixe Córtico-espinhal
– Feixe Córtico-bulbar

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Vias Indiretas (Extrapiramidais) – movimentos inconscientes:
– Rubro-espinhal
– Vestíbulo-espinhal
– Retículo-espinhal
– Tecto-espinhal

Terminologia – Alteração de Força:


Þ Paresia – diminuição de força muscular num ou mais membros, músculos ou grupos musculares
Þ Paralisia – impossibilidade completa de movimentar um membro ou segmento de um membro por
abolição da força muscular
Þ Paraparesia – falta de força nos 2 membros inferiores
Þ Hemiparesia – falta de força no membro superior e inferior do mesmo lado
Þ Monoparesia – falta de força num só membro
Þ Paralisia alterna – hemiparesia com paresia de um par craniano do lado oposto

Movimentos conscientes: Via direta (piramidais) – Feixe


Córtico-espinhal
Os 1º motoneurónios enviam informação motora voluntária do
córtex motor para os 2º motoneurónios, que se encontram nos
cornos anteriores da medula, e dão origem às raízes anteriores que
se juntam para formar plexos e consequentemente nervos
raquidianos.
Existem 2 feixes córtico-espinhais: Anteriores (25-10%) e Laterais
(75%-90%).
Anteriores: 1º motoneurónio sai do córtex motor e segue
ipsilateralmente até aos segmentos medulares, onde decussam para
o lado oposto e fazem sinapse com o 2º motoneurónio. Dão
informação motora aos músculos axiais (tronco, abdómen, cervical).
Laterais: 1º motoneurónio sai do córtex motor e segue
ipsilateralmente até ao tronco cerebral, decussando para o lado
oposto ao nível das pirâmides bulbares, seguindo nos funículos
laterais, fazendo sinapse com o 2º motoneurónio nos cornos
anteriores da medula. Dão informação motora aos músculos dos membros.
Nota: Importante ter em conta que os músculos de um lado do corpo são inervados pelo hemisfério cerebral
do lado oposto.
Movimentos conscientes: Via direta (piramidais) – Feixe Córtico-bulbar
O 1º motoneurónio segue de forma idêntica o feixe córtico-espinhal até ao tronco cerebral, penetram
através de um inter-neurónio nos núcleos dos nervos cranianos, onde fazem sinapse com o 2º
motoneurónio, e contribuem para os nervos cranianos que inervam a cabeça. Controlam os movimentos
oculares, língua, mastigação, expressão facial, faringe e laringe.

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Funções das vias diretas:
Þ Acrescentar rapidez e agilidade aos movimentos conscientes, sobretudo das mãos;
Þ Proporcionar um elevado grau de controlo motor fino, como acontece nos movimentos individuais
dos dedos.
Lesão nos feixes das vias diretas:
Þ Alteração do tónus muscular;
Þ Falta de precisão dos movimentos;
Þ Diminuição da força muscular (parésia);
Þ Não provoca abolição total da força (paralesia).
Exame Neurológico – Motricidade

1. Tonús muscular
Þ Palpação dos músculos
– Consistência
– Relevo
– Facilidade de deformação
Þ Avaliação da passividade: resistência da mobilidade passiva (tónus) – músculos agonistas,
antagonistas e sinergistas
Þ Avaliação da extensibilidade: amplitude dos movimentos articulares
– Fletir e estender o antebraço do paciente ao mesmo que nota a amplitude dos movimentos
articulares da mão.
– Paciente em decúbito dorsal, realizar uma rotação do membro inferior e observar os
movimentos do pé.

Regulação do tónus: o tónus é regulado por 2 sistemas de ação antagónica:

• Modelador/ inibitório(mãe): via piramidal


• Ativador (filho): neurónio motor alfa (que se inicia na medula espinal e
inerva diretamente os órgãos efetores)

Variações fisiopatológicas do tónus muscular:

• Hipertonia/espasticidade (lesões nas vias piramidais)


o Roda dentada/reflexo da navalha de mola, nas síndromes do 1º neurónio (AVC, ELA, EM,
tumor...)
§ Défice ou falta de força muscular – paresia ou paralesia
§ Reflexos tendinosos vivos
§ Sinal de babinski
§ Reflexos cutâneos nulos ou diminuídos (sensibilidade)
§ Escassa atrofia dos segmentos parésicos
• Rigidez (lesões nas vias extrapiramidais) ex. parkinson
• Paratonia (lesões nas vias extrapiramidais, demência encefalopatias, uso de tranquilizantes)

• Hipotonia
o Nas síndromes do 2º neurónio (polineurite, compressão radicular por hérnia discal,
traumatismo de raiz nervosa, plexo ou nervo periférico, síndrome medular)
§ Diminuição ou abolição da força muscular – Paresia ou Paralesia (max. 2/3)
§ Abolição ou diminuição dos reflexos tendinosos

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§ Reflexos cutâneos nulos ou diminuídos (sensibilidade)
§ Atrofia muscular
§ Fasciculações

§ Dor radicular

§ Alterações esfincterianas e da esfera sexual (Síndrome medular)

2. Força muscular
Þ Avaliação da força global
– Membros superiores: prova dos braços estendidos
– Região proximal dos membros superiores: levantar os MS do plano horizontal, colocar as mãos
na nuca
– Membros inferiores: barré e mingazinni
– Região proximal dos membros inferiores: erguer-se da posição de sentado ou cócoras
– Região distal dos membros inferiores: caminhar sobre as pontas dos pés ou calcanhares
Þ Avaliação da força individual de cada músculo
– Pede-se ao paciente para executar de modo mantido um determinado movimento e o
examinador opõe resistência.

Graus de diminuição de força:


0 – Ausência de contração muscular visível

1 – Observa-se a contração muscular, mas não ocorre movimento
2 – O movimento é possível a favor da gravidade

3 – O movimento é possível contra a gravidade

4 – Força diminuída na contra resistência

5 – Força normal

Avaliação da força pelas raízes:

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Avaliação da força pelos nervos:

Nervo periférico Movimento


Radial Extensão do punho
Cubital Abdução do 5º dedo
Mediano Flexão do punho
Fibular Profundo Extensão dos dedos + flexão dorsal
Fibular Superficial Eversão do pé
Tibial Posterior Flexão plantar do pé, flexão das metatársico-falângicas e inversão do pé

PLEXOS

1. Plexo cervical

Formado pelos nervos raquidianos C1-C4, este inerva alguns músculos e a pele do pescoço e ombro. O nervo
frénico inerva o diafragma.
Organiza-se em ramos ventrais que formam anastomoses entre eles formando alças de convexidade lateral
(C1 com C2, C2 com C3 e C3 com C4).

Destas alças derivam ramos que constituem as duas regiões do plexo cervical:
– Ramos superficiais: perfuram a fáscia cervical para inervar a pele.
o Ascendentes (C2-C3):
§ Occipital menor (C2): pescoço, região posterior do couro cabeludo e pavilhão
auricular. (passa internamente ao ECOM – ponto de compressão)
§ Auricular magno ou maior (C2-C3): ângulo da mandibula e região posterior do pavilhão
auricular.
§ Cervical transverso ou transverso do pescoço (C2-C3): região anterior do pescoço,
ECOM, platisma.

o Descendentes (C3-C4):

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§ Supraclaviculares (ordem esquerda para a direita):
• Laterais: região superior e posterior do ombro, região do trapézio
• Médios: região do acrómio e deltoide
• Mediais: região supraclavicular e articulação esternocondroclavicular

– Ramos profundos (grupos mediais e laterais) – inervam os músculos.


o Mediais: comunicam com os pares cranianos X e XII (vago e hipoglosso)
§ Ramos motores/menores:
• C1-C2: pequeno reto anterior e lateral da cabeça
• C1, C2 e C3: longo do colo
• C2-C3: Raiz inferior da alça cervical – músculos infra-hióideos (exceto o tiro-
hióideo)
• C2-C4: Grande reto anterior da cabeça
§ C1 + Nervo hipoglosso: tiro-hióideo e génio-hióideo
§ Nervo frénico (C3-C4): diafragma

o Laterais: comunicam com o par craniano XI (acessório)


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§ C2, C3, C4: ECOM, angular da omoplata, esplénios, escaleno médio e posterior e
região posterior do trapézio
§ C2, C3: trapézio
§ C3, C4: angular da omoplata e escaleno médio

2. Plexo Braquial

Formado pelos ramos primários anteriores dos nervos espinhais (C5-T1). Encontra-se lateral à coluna
cervical, situado entre os escalenos anterior, médio e posterior. Passa na região posterior à clavícula e
acompanha a artéria axilar junto ao músculo grande peitoral.
Organiza-se em raízes (5 ramos primários anteriores C5-T1), troncos (as 5 raízes organizam-se em 3 troncos,
situados abaixo da clavícula e acima da 1ª costela – superior, médio, inferior) e fascículos (a divisão anterior
forma os fascículos lateral e medial; a divisão posterior forma o fascículo posterior. Os 3 fascículos envolvem
a artéria axilar bem como a veia acompanhante).
A organização deste plexo pode ainda ser feita em:
§ Ramos Supra Claviculares
o Nervos para os músculos escalenos e longo do colo (C5, C6, C7, C8)
o Nervo frénico (C5): anteriormente ao escaleno anterior, associa-se a um ramo proveniente
de C5
o Nervo dorsal da escápula (C5): angular da omoplata e romboides
o Torácico longo (C5, C6, C7): serrátil anterior
o Subclávio (C5-C6): subclávio

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o Supraescapular (C5-C6): supra e infraespinhoso

§ Ramos Infra Claviculares


Ramificam-se a partir dos fascículos (lateral, posterior e medial), dão origem aos ramos terminais e principais
do plexo (nervo musculocutâneo, axilar, mediano, radial e cubital), mas também a alguns ramos secundários.

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– Fascículo Lateral
o Nervo Peitoral lateral: grande peitoral
o Nervo Mediano (raiz lateral): região anterior do braço e antebraço e eminência
tenar, dedo indicador e médio
o Nervo Musculocutâneo: m. anteriores do braço e a pele da superfície externa do
antebraço
– Fascículo Posterior
o Nervo Toracodorsal: grande dorsal
o Nervo Subescapular: subescapular
o Nervo Axilar: deltoide, pequeno redondo e pele do ombro
o Nervo Radial: m. extensores do braço, antebraço, supinadores e a pele da superfície
posterior do braço, antebraço e mão (1º, 2º e 3º dedos)
– Fascículo Medial
o Nervo Peitoral medial: grande e pequeno peitoral
o Nervo Cutâneo medial do antebraço: pele da região do bicípite braquial, região
cubital do braço e antebraço
o Nervo Cutâneo medial do braço: pele da região medial do braço
o Nervo Cubital: flexores do carpo, região hipotenar e 3º dedo
o Nervo Mediano (raiz medial): região anterior do antebraço, região tenar, 2º e 3º
dedos

Pontos de compressão do plexo braquial:


• Forâmen de conjugação (discopatias, facetas articulares e diminuição de deslizamento na interfase
entre as meninges devido a processos inflamatórios, traumáticos ou por movimentos repetidos).
• Escaleno médio e anterior (o plexo braquial na região dos fascículos passa entre estas 2 estruturas
musculares; o nervo torácico longo, passa entre as fibras do escaleno médio).
• Clavícula e 1ªcostela (o plexo braquial passa posteriormente à clavícula e superiormente à
1ªcostela).
• Pequeno peitoral (o plexo braquial passa posteriormente ao pequeno peitoral).
• Nervo supraescapular passa no meio da incisura da escapula e ligamento transverso da escapula.

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• Nervo axilar passa entre um retângulo formado pelo grande redondo, pequeno redondo, tricípite
e úmero.
• Nervo musculocutâneo passa entre as fibras do músculo coracobraquial.
• Nervo mediano passa posterior à aponevrose bicipital, ao redondo pronador e internamente ao
túnel do carpo e à arcada de Struthers.
• Nervo radial passa por um triangulo formado pelo tricípite, úmero e grande redondo, posterior ao
longo supinador.
• Nervo cubital passa no interior da arcada Struthers, entre o sulco ulnar/epitróclea e no interior do
canal de guyon/pisiforme e hamato.

NERVOS PERIFÉRICOS – MIOTOMOS E ZONAS DE COMPRESSÃO


Þ Nervo Axilar: origem C5-C6, tronco secundário superior, fasciculo posterior
Músculos inervados (miótomos): pequeno redondo e deltoide
Zonas de compressão: tricípite, grande redondo, pequeno redondo e úmero

Þ Nervo Radial: origem C5-T1, tronco secundário superior e inferior e tronco médio, fasciculo posterior
Músculos inervados (miótomos): posteriores do braço e antebraço
Zonas de compressão: longo supinador, tricípite, úmero, grande redondo

Þ Nervo Musculocutâneo: origem C5-C7, tronco secundário médio e superior, fasciculo lateral
Músculos inervados (miótomos): bicípite braquial, coracobraquial, braquial anterior
Zonas de compressão: coracobraquial

Þ Nervo Mediano: origem C6-T1, tronco secundário superior e inferior e tronco médio, fasciculo lateral
e medial
Músculos inervados (miótomos): pronadores, flexores do carpo e dos dedos (metade do flexor
comum profundo dos dedos), região tenar e lombricoides radiais
Zonas de compressão: redondo pronador, aponevrose bicipital, arcada Struthers, canal cárpico

Þ Nervo Cubital: origem C8-T1, tronco inferior, fasciculo medial


Músculos inervados (miótomos): flexores do carpo e dos dedos (metade do flexor comum profundo
dos dedos), região hipotenar e lumbricoides cubitais, interósseos
Zonas de compressão: redondo pronador, sulco ulnar, arcada Struthers, canal de
guyon/pisiforme/unciforme

3. Plexo Lombar e sagrado

Plexo lombar, formado pelos ramos ventrais dos nervos raquidianos L1-L4, que emergem anteriormente às
apófises transversas das vértebras lombares e passam posteriormente ao músculo psoasilíaco. Plexo
Sagrado, formado pelas raízes de L4-S4. Em virtude da sua relação de proximidade e sobreposição e da sua
distribuição similar, os dois plexos são muitas vezes considerados em conjunto como um único plexo lombo-
sagrado.
Do plexo lombar emergem os nervos que inervam anteriormente a coxa e do plexo sagrado só existem dois
neros que penetram no membro inferior (nervo ciático e cutâneo posterior da coxa) e estão ambos
relacionados com a parte mais posterior.

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PLEXO LOMBAR

Nervo ílio-hipogástrico (T12-L1)


• Emerge junto ao musculo psoas maior;
• O seu trajeto é paralelo à crista ilíaca, perfura a fáscia dos músculos transverso e oblíquo interno
do abdómen;
• Termina junto à região superior do canal inguinal.
Pontos de compressão: Psoas maior, transverso do abdómen e obliquo interno do abdómen.

Nervo ílio-inguinal (L1)


• Segue inferiormente o mesmo trajeto do nervo ílio-hipogástrico;
• Passa pela região do canal inguinal para fazer a inervação cutânea da região dos grandes lábios
(no caso das mulheres) ou do escroto (no caso dos homens).
Pontos de compressão: Psoas maior, transverso do abdómen e obliquo interno do abdómen.

Nervo génito-femoral (L1-L2)


• Segue anteriormente o músculo psoas maior;
• Ramo genital, que penetra no orifício inguinal profundo até ao orifício genital superficial onde
irá inervar o músculo cremáster;
• Ramo femoral, acompanha o trajeto do músculo psoas ilíaco, passando posteriormente ao
ligamento inguinal fazendo a inervação sensorial abaixo do ligamento inguinal.
Pontos de compressão: psoas maior; ramo genital (orifício inguinal profundo e orifício genital
superficial); ramo femoral (ligamento inguinal).

Nervo cutâneo lateral da coxa (L2-L3) – Divisão posterior


• O nervo cutâneo lateral da coxa desce posteriormente ao músculo psoas ilíaco e anteriormente
ao quadrado lombar, entra na coxa profundamente ao ligamento inguinal junto à EIAS,
anteriormente ao reto femoral, fazendo a inervação cutânea dos 2/3 superiores da região
ântero-lateral da coxa.
Pontos de compressão: psoas ilíaco, quadrado lombar, ligamento inguinal, reto femoral.

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Nervo Obturador (L2-L4) – Divisão anterior
• Segue até à pequena bacia, passa pelo forâmen obturado e atinge a face medial da coxa, onde
faz a inervação cutânea e motora.
Pontos de compressão: Foramen obturado

Nervo Femoral (L2-L4) – Divisão posterior


• Passa profundamente ao ligamento inguinal, onde faz a inervação motora. Este nervo da origem
ao nervo safeno que tem inervação cutânea da região medial da perna.
Pontos de compressão: Ligamento inguinal

PLEXO SAGRADO

Ramos colaterais:
• Nervo do músculo piriforme (S1-S2): Músculo piriforme
• Nervo glúteo inferior (L5-S2): Músculo grande glúteo
• Nervo glúteo superior (L4-S1): Músculos glúteo médio, mínimo e TFL
• Nervo do músculo gémeo superior e obturador interno (S1-S3): gémeo superior e obturador
interno
• Nervo do músculo gémeo inferior e quadrado femoral (L4-S1): gémeo inferior e quadrado
femoral
• Nervo pudendo (S2-S4): períneo
Pontos de compressão: forâmen isquiático maior, forâmen isquiático menor, ligamento
sacrotuberoso, ligamento sacroespinhal, músculos profundos da anca (piriforme, obturador
interno e externo, gémeos pélvicos e quadrado crural).

Ramos ventrais:
• Nervo cutâneo femoral posterior (S1-S3) – divisão posterior e anterior: inerva a pele da região
glútea inferior e posterior da coxa
• Nervo ciático (L4-S3) – divisão posterior e anterior: inervação motora (bicípite femoral,
Semitendinoso, semimembranoso, parte do adutor longo)

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o Nervo tibial (L4-S3) – divisão anterior: inervação motora (flexores da perna e dedos e
extensores do pé: isquiotibiais, gémeos, poplíteo, plantar delgado, solhar, longo flexor
comum dos dedos, longo flexor do hállux, tibial posterior, plantares)
§ Nervo calcâneo medial: sensorial pele do calcanhar
§ Nervos plantares medial e lateral: sensorial sola do pé
Pontos de compressão: Isquiotibiais e maléolo interno
o Nervo Peronial comum (L4-S2) – divisão posterior
§ Nervo peronial profundo: inervação motora (flexores do pé e extensores dos dedos:
tibial anterior, longo extensor comum dos dedos, longo extensor do hállux, curto
extensor comum dos dedos, peronial anterior) inervação sensorial (pele entre o hállux
e o 2ºdedo)
§ Nervo peronial superficial: inervação motora (extensores e eversores do pé: longo e
curto peronial); inervação sensorial (região dorsal do pé)
§ Nervo sural: sensorial região posto-lateral da perna e lateral do pé (5ºdedo)
Pontos de compressão: cabeça do perónio, maléolo externo

PARES CRANIANOS

Þ Nervo Olfativo I – Sensitivo


Funções: olfato
Testar: pedimos ao paciente para fechar os olhos, fechar 1 narina e pedimos para identificar o cheiro
de uma substância, ex. café

Þ Nervo Ótico II – Sensitivo


Funções: visão (perceção visual e visão periférica)
Testar: acuidade – pedimos para tapar 1 olho e pedimos para identificar uma letra, número, objeto.
Visão periférica – pedimos para tapar 1 olho e fixar um ponto no nariz do examinador, com o nosso
dedo testamos a visão periférica e pedimos para o paciente informar quando começa a ver o dedo.

Þ Nervo Oculomotor III – Motor e Parassimpático


Funções: levantador da pálpebra superior, reto superior, reto medial, reto inferior, oblíquo inferior
e ação involuntária dos movimentos da pupila.
Testar: alinhamento ocular, que pode apresentar um desvio inferior e lateral, ptose da pálpebra e
reflexo pupilar. Dificuldade em mover o olho para cima, dentro e baixo.

Þ Nervo Troclear IV – Motor


Funções: oblíquo superior
Testar: o alinhamento ocular pode apresentar um desvio superior e lateral, existe inclinação da
cabeça para compensar este desvio.

Þ Nervo Trigémio V – Motor e Sensitivo


Funções:
1. Ramo oftálmico: sensitivo, testa, pálpebra superior e nariz
2. Ramo maxilar: sensitivo, palato, maxilar e dentes
3. Ramo mandibular: sensitivo, mandibula, 2/3 anteriores da língua e pavilhão auricular; motor,
músculos da mastigação
Testar:
Sensitivo: pede-se ao paciente para fechar os olhos e utiliza-se algo pontiagudo, algo suave, algo frio
e quente nos 3 ramos; pede-se ao paciente para abrir a boca e com uma espátula e toca-se em ambas
as bochechas e no palato duro e o paciente levanta a mão assim que sentir o toque.
Motor:
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o Pede-se ao paciente para simular a mordida e palpamos os músculos masséter e temporal;
o Pede-se ao paciente para desviar a mandibula para um lado e resiste-se, repetindo o mesmo
para o lado oposto;
o Paralisia bilateral o paciente não fecha totalmente a boca;
o Paralisia unilateral o paciente tem desvio da mandibula para o lado afetado quando abre a
boca;
o Com o martelo percute-se o dedo que está no queixo do paciente (boca ligeiramente aberta),
a resposta normal é o paciente fechar a boca.

Þ Nervo Abducente VI – Motor


Funções: reto lateral
Testar: o alinhamento ocular apresenta um desvio medial. Incapacidade do paciente fazer abdução
do olho.

Þ Nervo Facial VII – Sensitivo, Motor e Parassimpático


Funções: Sensitivo – 2/3 anteriores da língua (gustação); Motor – músculos da face (expressões);
Parassimpático – glândulas salivares superiores
Testar: o paciente apresenta boca e pálpebra descaída, não consegue assobiar, soprar, etc...

Þ Nervo Vestibulococlear VIII – Sensitivo


Funções:
1. Ramo vestibular: labirinto do ouvido interno responsável pela perceção do equilíbrio.
2. Ramo coclear: sistema coclear (audição).
Testar:
1. Ramo vestibular: Testes de Romberg vestibular e apontar.
2. Ramo coclear: Testes de weber e Rinne

Þ Nervo Glossofaríngeo IX – Sensitivo, Motor e Parassimpático


Funções: Sensitivo – 1/3 posterior da língua (gustação), laringe, faringe; Motor – músculo
estilofaríngeo e constritor da faringe; Parassimpático – glândulas parótidas
Testar: problemas na deglutição, rouquidão, ataques de tosse, hipossensibilidade no 1/3 posterior
da língua ou ausência do reflexo do vómito.

Þ Nervo Vago X – Sensitivo, Motor e Parassimpático


Funções: Sensitivo – inervação sensitiva do canal auditivo externo, faringe, laringe; Motor –
inervação motora da faringe, laringe para produção de voz, músculos da deglutição e véu palatino;
Parassimpático – inervação parassimpática de todas as vísceras torácicas e abdominais.
Testar: mafestações podem ser a voz anasalada ou afonia, problemas de deglutição e alterações
viscerais.

Þ Nervo Acessório XI – Motor


Funções:
1. Ramo interno: acessório do vago na inervação motora da faringe, laringe e palato
2. Ramo externo: ECMO e trapézio
Testar: paciente pode apresentar hipotonia do trapézio

Þ Nervo Hipoglosso XII – Motor


Funções: inervação dos músculos da língua
Testar: paciente apresenta dificuldade nos movimentos da língua

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