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TRATOS MEDULARES

TODOS OS IMPULSOS
NERVOSOS SÃO
ELETRICOS
TRATOS MEDULARES

INFORMAÇÕES SENSORIAIS ESPECIFICAS

➢ Precisão de localização + velocidade rápida e eficiente ao córtex.


❑ Neurônios de maior calibre e mielínicos.
▪ Ex: Tato Epicrítico (discriminativo), Propriocepção, Palestesia.

INFORMAÇÕES SENSORIAIS INESPECÍFICAS

➢ + Grosseiras
❑ Neurônios de menor calibre e amielínicos.
▪ Ex: Tato Protopático (sente sem definir), pressão, dor e temperatura.

INFORMAÇÕES DE SENSIBILIDADE MOTORA

▪ EX: Comprimento e tensão das fibras musculares.


OBS: Quanto mais próximo do encéfalo, mais visível e maior (discriminadas e separadas) o número de
estruturas da medula.
TRATOS MEDULARES

https://www.youtube.com/watch?v=UKCHBjgV9V0

MOTOR

SENSITIVO
TRATOS MEDULARES

VIAS AFERENTES
São 3 principais:

➢ VIAS ESPINOCEREBELARES
❑ Anterior – cruzam a medula e parte novamente cruza na ponte.
❑ Posterior – não cruzam.
▪ Estimulo oriundo dos músculos e tendões, sobe para a Ponte e faz sinapse com
cerebelo.
▪ Ajustes corporais (equilíbrio e coordenação motora)

➢ VIAS CORDONAIS POSTERIORES (Funicular dorsal, via da coluna dorsal)


❑ Fascículo (funículo) Gracil – Origem plexo lombosacral
❑ Fascículo (funículo) Cuneiforme – Origem plexo cervical+braquial
▪ Percepção corporal (propriocepção, percepção cinético postural)

➢ VIAS ESPINOTALÂMICAS (Somestésicas) OBS: Vias Cordonais Posteriores e


❑ Lateral Espinotalâmicas terminam no córtex,
▪ Dor e Temperatura no Giro pós Central (área
❑ Anterior somestésica ou somatosensorial).
▪ Tato
TRATOS MEDULARES

VIAS EFERENTES

Divide-se em 2 grandes grupos principais.

➢ PIRAMIDAIS
❑ Corticoespinhal (Corticobulboespinhal)
▪ Lateral
▪ Anterior
❑ Cosrticoespinhal Nuclear
▪ Para os nervos cranianos, logo, não aparecem na medula.

OBS: No Bulbo ocorre a decussação das vias corticoespinhais laterais. (ant. não decussa)

OBS¹: Principal via de comando do movimento, de execução de movimento.


TRATOS MEDULARES

VIAS EFERENTES

➢ EXTRAPIRAMIDAIS
❑ Reticulo-espinhal
▪ Lateral (descem contralataterlmante)
▪ Anterior (descem homolateralmente)
❑ Vestibulo-espinhal
▪ Percepção, principalmente, da cabeça no espaço.
❑ Tecto Espinhal
❑ Rubro Espinhal

OBS: São todos conectados, diretamente relacionados com os núcleos da base +


cerebelo. Controlam o movimento.

OBS¹: Principais vias responsáveis pela modulação + coordenação do movimento.


VIAS AFERENTES

VIA ESPINOCEREBELAR

Conjunto de axônios que levam estímulos sensitivos (músculos e tendões) da medula


espinhal ao cerebelo.

Cerebelo: estrutura responsável pelo equilíbrio, coordenação motora e controle do tônus.

Tônus = Estado de pré-contração do músculo. Preserva a capacidade de contração


e relaxamento, independente do comprimento de fibra.

Receptores:

➢ Fuso Muscular: regula o comprimento da fibra muscular


➢ Órgão Tendinoso de Golgi: regula a tensão do músculo.

Obs: Nervo = sistema nervoso periférico, Via (trato ou feixe) = sistema nervoso central.
VIAS AFERENTES

VIA ESPINOCEREBELAR

Os estímulos chegam a coluna dorsal da medula espinhal através do neurônio de 1ª


ordem no gânglio espinhal da raiz dorsal. Tanto em MMSS quanto em MMII, sobem até
chegar ao Bulbo, passando diretamente até chegar a Ponte onde se comunica com o
cerebelo, pelo pedúnculo Cerebelar. Este é o local do neurônio de 2ª ordem, o qual
distribui a informação par ao cerebelo.

Cerebelo então está constantemente regulando comprimento e tensão.


VIAS AFERENTES

VIA CORDONAL POSTERIOR (SISTEMA DE COLIUNAS DORSAIS, VIA FUNICULAR DORSAL)

Conjunto de axônios que levam estímulos sensitivos (tato, propriocepção, palestesia) da


medula espinhal ao cortex.

Responsável por somatossensoriais especificas. Neurônios mielínicos (+ rápidos).

➢ Tato epicrítico = perceber e discriminar objetos sem auxilio da visão. Ex: estereognosia,
grafestesia, discriminação de 2 pontos ao mesmo tempo.
➢ Propriocepção
❑ Artrestesia – capacidade de perceber o corpo (e partes do corpo) no espaço em
auxilio da visão.
❑ Cinestesia – Capacidade de perceber o movimento do corpo (e partes de corpo)
no espaço sem auxilio da visão.
➢ Palestesia = percepção tátil vibratória.

Receptores: mecanorreceptores (pele), receptores articulares.


VIAS AFERENTES

VIA CORDONAL POSTERIOR (SISTEMA DE COLIUNAS DORSAIS, VIA FUNICULAR DORSAL)

É composta por 2 estruturas:

➢ Fascículo Grácil – medial – leva informações do plexo lombosacral ao córtex


➢ Fascículo cuneiforme – lateral – leva informações do plexo cervical e braquial ao
córtex.

Os estímulos então viajam homolateralmente na medula até chegar ao bulbo, lá,


atingem os núcleos Grácil e Cuneiforme onde fazem sinapse com o neurônio de 2ª
ordem, localizados na região do sistema de colunas dorsais do bulbo (região + inferior), e,
cruzam para o outro lado (contralateral). Esse conjunto de axônios que esta cruzando e
sobe ao córtex, se chama Leminisco Medial. Eles sobem contralateralmente até o núcleo
ventral posterior lateral do Talamo (o Tálamo recebe todas as informações sensitivas e
distribui para o córtex) e faz sinapse com o neurônio de projeção para o córtex (no giro
pos central – área 6 de Bradmann).
VIAS AFERENTES

VIA ESPINOTALÂMICA

Conjunto de axônios que levam estímulos sensitivos grosseiros da medula espinhal ao


cerebelo.

Responsável por somatossensoriais não-especificas (grosseiras). Neurônios de diâmetro


menor e outros amielínicos (+ lentos).

➢ Tato protopatico + barestesia = pressão em conseguir quantificar.


➢ Variação de temperatura e dor = não consegue quantificar.

Receptores:

➢ Mecanorreceptores
➢ Termoreceptores
➢ Nociceptores inespecíficos
VIAS AFERENTES

VIA ESPINOTALÂMICA

Divide-se em 2 vias

➢ Espinotalâmica Lateral – neurônio sensitivo chega na medula e cruza para o outro lado
(contralateral) e sobe pelo funículo lateral. Levam informações de dor e temperatura.
➢ Espinotalamica anterior – neurônio sensitivo chega a medula e cruza para o outro lado,
sobe pelo funículo anterior. Levam informações de tato protopatico + pressão.

Cruzam todo tronco encefálico e chegam ao tálamo no núcleo ventral posterior medial
https://www.youtube.com/watch?v=EDAaXHz0tt0
VIAS EFERENTES

Levam informação do córtex e tronco encefálico para a medula e sistema nervoso


periférico.

Quando falávamos sobre vias descendentes, dividia-se em 2 grupos:

➢ Vias Piramidais
➢ Vias extrapiramidais

Atualmente, obedecendo a adoção da DIVISÃO MORFOFUNCIONAL DE KUYPER (divisão


anatômica), temos então:

➢ Sistema Lateral
➢ Sistema Medial

OBS: Contudo, na pratica clinica, as vias piramidais e extrapiramidais são mais funcionais,
ainda sendo utilizadas pela maioria dos profissionais.
VIAS EFERENTES - PIRAMIDAIS

TRATO CORTOCOESPINHAL (corticobulboespinhal)

Formado por 2 neurônios. É a principal via motora voluntaria. Responsável pelos movimentos
de MMSS, tronco e MMII.

Origem no giro pré-central (área motora primaria, área 4 de Brodmann).

Corpos dos 1º neurônios que comandam os MMII se encontram mais mediais e superiores.
Corpos dos 1º neurônios que comandam os MMSS se encontram mais laterais.
VIAS EFERENTES - PIRAMIDAIS

TRATO CORTOCOESPINHAL (corticobulboespinhal)

Os axônios então saem do córtex no giro pre-central (1º neurônio), descende na ordem:
➢ Capsula interna,
➢ Base do pedúnculo cerebelar,
➢ Base da ponte,
➢ Pirâmide bulbar,

Nas Pirâmides Bulbares (bulbo) ocorre a decussação das fibras, respeitando a seguinte
percentagem:

➢ Trato Corticoespinhal Lateral – 75-90% corresponde as fibras que cruzaram.


➢ Trato Corticoespinhal Anterior – 10-25% corresponde as fibras que não cruzaram.

Obs.: Lembrar que as via que decussa não vai se unir, mas vão somar aos feixes da via
que não decussa do lado contralateral de origem, atingindo 100%.
VIAS EFERENTES - PIRAMIDAIS

TRATO CORTOCOESPINHAL LATERAL

Após a decussação, o trato fica localizado no funículo lateral, descendo até o nível da
medula correspondente ao estimulo a ser enviado. Neste ponto ele encontra o 2º
neurônio que se encontra no corno anterior do H medular.

Função: Motricidade voluntaria da musculatura distal – Mãos.


VIAS EFERENTES - PIRAMIDAIS

TRATO CORTOCOESPINHAL ANTERIOR

Não decussa no bulbo. O trato fica localizado no funículo anterior, descendo até o nível
da medula correspondente ao estimulo a ser enviado. Neste ponto ele decussa para
encontra o 2º neurônio que se encontra no corno anterior do H medular.

Função: Motricidade voluntaria axial e proximal dos MMSS – ombro.


VIAS EFERENTES
VIAS EFERENTES - PIRAMIDAIS

TRATO CORTICONUCLEAR

Está relacionado com os núcleos dos nervos cranianos. Somente aqueles com funções
motoras.

NC-III Oculomotor e NC-IV Troclear – movimentos do globo ocular. Decussam no nível do


mesencéfalo.
NC-V Trigêmeo, NC-VI Abducente, NC-VII Facial – movimento do masseter, globo ocular e
músculos da expressão facial. Decussam no nível da ponte.
NC-IX Glossofaríngeo, NC-X Vago, NC-XI Acessório, NC-XII Hipoglosso – Língua, Músculos
cardíacos, Trapézio, musculo estilofaríngeo.
VIAS EFERENTES - EXTRAPIRAMIDAIS

Vias extrapiramidais auxiiam as vias piramidais. Relacionados com cerebelo e núcleos da


base. Responsáveis por modulação e controle do movimento.

Ex: Controle de tônus, velocidade, regulam a relação agonista/antagonista e sinergistas,


equilíbrio do movimento, controle postural etc.

Para melhor controle de modulação, essas vias tem núcleos motores superiores
localizados no encéfalo, são eles:

➢ Tálamo; apesar do tálamo ser um órgão sensitivo, é com base na informação


distribuída por ele que as respostas são geradas. Todo movimento somático é uma
resposta a um estimulo.
➢ Núcleos da Base: claustrum, corpo amigdaloide (ou amígdala), núcleo caudado,
putâmen e globo pálido.
➢ Area Cortical (córtex pré-frontal): programação do movimento.
➢ Cerebelo: equilíbrio e coordenação motora.
VIAS EFERENTES - EXTRAPIRAMIDAIS

Após a organização do estimulo motor, chega a medula e vai viajar por 4 tratos:

➢ Rubro-espinhal
➢ Vestibulo espinhal
➢ Teto-espinhal
➢ Reticulo espinhal – lateral e anterior.
VIAS EFERENTES - EXTRAPIRAMIDAIS

TRATO RUBRO-ESPINHAL

O corpos desses neurônios ficam localizados no núcleo rubro do mesencéfalo. Após fazer
sinapse com o primeiro neurônio no córtex encefálico cruza contralateral no mesencéfalo
e desce pela medula pelos funículos laterais.

Função: controle de tônus dos músculos flexores de MMSS e MMII.


VIAS EFERENTES - EXTRAPIRAMIDAIS

TRATO TETO-ESPINHAL

O corpos desses neurônios (núcleo) ficam localizados no colículo superior do


mesencéfalo. Após fazer sinapse com o primeiro neurônio no córtex encefálico segue
homolateralmente no mesencéfalo e desce pela medula pelos funículos anteriores.
Termina na região cervical.

Função: controle de tônus dos músculos do pescoço e movimentos reflexos da cabeça


relacionados a percepção visual.
VIAS EFERENTES - EXTRAPIRAMIDAIS

TRATO VESTIBULO-ESPINHAL

O corpos desses neurônios ficam localizados no núcleo vestibular da ponte. Após fazer
sinapse com o primeiro neurônio no córtex encefálico segue homolateralmente no
mesencéfalo e desce pela medula pelos funículos anteriores.
Função: controle de tônus dos músculos extensores dos MMSS MMII e equilibrio.
VIAS EFERENTES - EXTRAPIRAMIDAIS

TRATO RETICULO-ESPINHAL

O corpos desses neurônios ficam localizados no núcleo da formação reticular no bulbo.


Após fazer sinapse com o primeiro neurônio no córtex encefálico cruzam
contralateralmente e desce pela medula pelos funículos laterais.

Função: controle da musculatura voluntaria antigravitacional, pelos músculos posturais,


REFERÊNCIAS

➢ GRAY, Henry. Anatomia. 29ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1998.
➢ MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia Orientada para a Clínica. 4ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
➢ TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia.
9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
➢ HERLIHY, Bárbara; MAEBIUS, Nancy K. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável
e Enfermo. 1ed. São Paulo: Manole, 2002.
➢ CASTRO, Sebastião Vicente de. Anatomia Fundamental. 3ed. São Paulo: Makron Books,
1985.
➢ BRANDÃO, Miriam C. S. Anatomia Sistêmica – Visão Dinâmica para o Estudante. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
➢ NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
➢ SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.
➢ MACHADO, Angelo B.M. Neuroanatomia Funcional. 2ªed. São Paulo: Atheneu, 2005.
➢ LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios? – Conceitos Fundamentais de Neurociência.
2ed. São Paulo: Atheneu, 2010.

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